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Expressões IdiomáticasReflexões sobre o uso
Lusinete France de Lima e Marina Dias Beltrame.
O que são “expressões idiomáticas”
Conjunto de duas ou mais palavras Sentido literal/ conotativo Fatores determinantes:GíriasJargõesGrupo de indivíduos (idade, classe social,
profissão)Contextos culturaisRegião
Camminare sulle uova Ingoiare il rospo
“Geralmente os falantes usam as expressões idiomáticas para darem um sabor a mais ou especial àquilo que desejam expressar, tais como: sutilezas, ênfases, intensidades, humor e ironia que a linguagem convencional não é capaz de suprir.”(ZAVAGLIA, 2010)
Dentre os segmentos de uma língua, o que apresenta maior contato com a realidade extralinguística é, certamente, o léxico; e em relação a este, devemos procurar os sinais da mudança desta mesma realidade, especialmente em relação à evolução da cultura, da sociedade, das relações humanas, da ciência.
Para enriquecer o léxico (procurando mantê-lo sempre atual e funcional) e fazer frente a estas mudanças, os falantes de uma língua utilizam diferentes estratégicas , tais como: La risemantizzazione ( ou mudança semântica: atribuição de um novo significado em substituição ou acréscimo a um artigo em relação à matéria lexical pré existente), il prestito linguistico (interno e externo) e la formazione delle parole.
Referente à la formazione delle parole se entende “ o complexo de transformações que ocorre através do uso de sufixos, prefixos e compostos” [Dardano, 1996:208].
A atribuição de novos significados a palavras pré existentes enriquece o léxico sem sobrecarregá-lo, facilitando assim a internalização por parte dos falantes.
São chamadas expressões idiomáticas (e.i.) sequências fraseológicas dotadas de uma certa autonomia lexical e sintática; difícil, para não dizer impossível, é deduzir o significado a partir de seus componentes.
Se, por exemplo, na locução dare avvio ‘ avviare’ é facilmente individualizada uma articulação semântica interna, reconhecida através do significado de seus componentes. Isto não acontece, por exemplo, em tirare le cuoia ‘morire’ onde o significado dos dois vocábulos analizados individualmente, não sugere o conceito da expressão.
Outro conceito importante neste processo de análise é le unità lessicali superiori: sintagmas assim chamados pois apresentam uma particular estabilidade que, do ponto de vista semântico, formam uma unidade de fácil dedução através dos elementos que a compõem, distintos aqui como transparentes.
Exemplo: costo della vita
Mesmo um falante estrangeiro que nunca tenha ouvido esta expressão poderá intuir o significado se conhecer as palavras costo e vita.
Assim como no exemplo de palavras compostas: portacenere ou accendisigari.
Muitas expressões trazem como base de transferência interna uma metáfora ou uma metonímia.
Ex: patata bollente (metáfora)
Tagliare la corda ‘ fuggire, scappare’ (metonímia)
Ainda, classificando brevemente as e.i. distinguiremos as locuções que representam função verbal (tirare le cuoia), nominal (caschi blu), adjetiva (all’acqua di rose), adverbial ( alla bell’ e meglio). Muitos estudiosos preferem limitar as e.i. em verbais e conceder somente a estas últimas a classificação de espressões idiomáticas.
Características das E.I.
1. Estabilidade de sequência
Para que um sintagma adquira tal característica e seja promovido à categoria de unità lessicale superiore é necessário que os seus componentes estejam unidos na produção de discursos e textos escritos. Naturalmente, isto pode ser favorecido pela funcionalidade do sintagma, ex: macchina da scrivere, sala da pranzo.
2. Resistência às transformações sintáticas e impenetrabilidade semântica
Diretamente ligada à estabilidade de sequência, tal resistência investe também nelle unità lessicali superiori. A inserção de materiais lexicais no interior de um sistema é dificilmente aceitável.
Exemplo: *macchina grande da scrivere
3. Flexibilidade das e.i.
As restrições que limitam as e.i. não são absolutas, conforme testemunha Casadei [1995], estas são susceptíveis a certas variações e assim, às vezes, contradizem sua própria natureza. Algumas variações são mais óbvias como a modificação do modo ou do tempo verbal.
Ex: rimettere/mettere in campo, trovarsi/essere d’accordo, etc...
Outras, porém, apresentam pouca relevância no interior de sua estrutura como pronomes, advérbios e substantivos.
Ex: mi domando se sto perdendo io tempo (pronome soggetto)
lo avremo sempre a portata di mano (avverbio)
DARDANO, Maurizio. Sulle espressioni idiomatiche: nella lingua italiana. 2001. Università degli Studi Roma Tre. Disponível em: <https://snt148.mail.live.com/mail/ViewOfficePreview.aspx?messageid=mguSBTAPdD5BGTzWw75bSQMg2&folderid=flsent&attindex=1&cp=-1&attdepth=1&n=6932621>. Acesso em: 20 set. 2014.ZAVAGLIA, Claudia. Xeretando a linguagem em italiano. Barueri, SP: Disal, 2010.