MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA
EXCELENTÍSSIMO MINISTRO RELATOR
Ref.: HABEAS CORPUS Nº 409.050/AM – SEXTA TURMAIMPETRANTE: RAVIK DE BARROS BELLO RIBEIROIMPETRADO: TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃOPACIENTE: MOUHAMAD MOUSTAFA (PRESO)RELATOR: MINISTRO NEFI CORDEIRO
PETIÇÃO ND Nº 4.466/2017
O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, pelo Subprocurador-Geral da
República signatário, vem até Vossa Excelência, nos autos do processo referido
em epígrafe, expor e requerer o que segue.
I – Relato dos fatos
No caso em análise, conforme se extrai dos documentos que instruem
o habeas corpus, em 16.9.2016, foi decretada a prisão preventiva de
MOUHAMAD MOUSTAFA, por ser considerado líder de organização criminosa
desvendada na investigação denominada “Operação Maus Caminhos”.
Referida organização criminosa, pelos elementos coligidos, era voltada
à prática de fraudes na aplicação de recursos financeiros federais do Sistema
Único de Saúde – SUS, por parte do Fundo Estadual de Saúde do Amazonas,
“repassados à organização social denominada Sociedade de Humanização e
Desenvolvimento de Serviços de Saúde Novos Caminhos – INSTITUTO NOVOS
CAMINHOS” (fls. 23).
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O INSTITUTO NOVOS CAMINHOS, pessoa jurídica sem fins lucrativos,
em tese, teria celebrado diversos contratos ilegais de gestão com o Estado do
Amazonas, no intuito de desviar e apropriar-se de recursos públicos, sem,
contudo, satisfazer a contraprestação dos contratos.
O paciente MOUHAMAD MOUSTAFA exercia o controle direto e indireto
das empresas SALVARE SERVIÇOS MÉDICOS LTDA., TOTAL SAÚDE SERVIÇOS
MÉDICOS E ENFERMAGEM LTDA., e SOCIEDADE INTEGRADA MÉDICA DO
AMAZONAS LTDA., que, por sua vez, eram as principais prestadoras de serviços
médicos geridos pelo INSTITUTO NOVOS CAMINHOS. Destaque-se que esse
Instituto era presidido por pessoa considerada “laranja” do paciente, e que ele,
era, de fato, era quem detinha o controle de gestão.
A fiscalização realizada pela Controladoria-Geral da União no Estado do
Amazonas teria constatado o envolvimento de diversas outras pessoas no
esquema, resultando na suposta prática dos delitos de falsidade ideológica, de
peculato, de fraude em licitação, de sonegação fiscal, de lavagem de capitais, e
de organização criminosa.
Diante de farta prova quanto à materialidade delitiva e de fortes
indícios quanto à autoria criminal, por parte do paciente, e considerando que
entre 2011 e 2015 teve evolução em seu patrimônio de R$ 400.000,00
(quatrocentos mil reais) para R$ 14.111.179,72 (quatorze milhões, cento e onze
mil, cento e setenta e nove reais e setenta e dois centavos), foi decretada sua
prisão, e de outros diversos integrantes da organização criminosa, fundada na
garantia da ordem pública. Leia-se breve excerto da decisão (fls. 53):
Ora, manter os Representantes soltos significa manter em riscoatividades relacionadas a atendimentos de urgência, pediatria,cirurgia, ortopedia, odontologia, cirurgia obstétrica, partos, cuidadosneonatais e tratamentos com pessoas dependentes químicas, emunidades públicas de saúde, que são serviços essenciais às pessoasmais carentes, diga-se, mais necessitadas de tais recursos.Manter a continuidade de práticas, ainda que neste momentoprocessual só se possa referir-se no plano do “suposto”, mesmo diantede tantas evidências coletadas de verdadeira violência praticada comos mais pobres, que é o peculato referente a desvio de dinheiro públicodestinado à saúde, é permitir a continuação de notáveis caos edesordem no sistema público do respectivo setor.
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A demonstrar tal assertiva, constam da decisão dados retirados do
Portal Transparência do Governo do Estado do Amazonas sobre valores
repassados às unidades geridas pelo Instituto em referência (R$
276.231.943,78) e ao maior hospital de cidade (R$ 123.307.580,37). Vale dizer,
aquelas receberam mais que o dobro que o Hospital 28 de Agosto!
Mais adiante, o Juízo de 1º grau salienta que as provas “denotam
intensa reiteração e habitualidade de todos os Representados quanto aos indícios
de crimes que pesam contra os mesmos”, fazendo de tal prática seu meio de
vida. Acrescenta, ainda, que (fls. 55):
Pela quantidade de dinheiro movimentada pela suposta organizaçãocriminosa ora perscrutada, tem-se por impossível a adoção de medidamenos extrema sem que os investigados possam influir de qualquerforma sobre outrem visando a dar continuidade às suas supostaspráticas criminosas.
Finaliza a fundamentação, dando enfoque à necessidade de prisão
preventiva para a garantia da ordem econômica, pois a Controladoria constatou
prejuízo de ao menos R$ 110.000.000,00 (cento e dez milhões de reais), e foi
editado o Decreto nº 37.218/2016, de Estado de Emergência no Sistema
Estadual de Saúde, com objetivo de “honrar com a totalidade do pagamento a
seus fornecedores e prestadores de serviços” (fls. 55).
O paciente MOUHAMAD MOUSTAFA impetrou habeas corpus perante o
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que, considerando o tempo já decorrido
da prisão, entendeu que não se mostraria mais necessária a segregação do
paciente, impondo-lhe, no entanto, as seguintes medidas cautelares (fls. 20):
Comparecimento em Juízo sempre que determinado; Proibição de manter contato de nenhum tipo com outros
corréus ou com testemunhas na ação penal; Proibição de ausentar-se do distrito da culpa sem
autorização prévia do Juízo processante; Recolhimento domiciliar; Proibição de contratar com o Poder Público;
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Fiança no valor equivalente a 500 (quinhentos) salários-mínimos;
Monitoração eletrônica; Recolhimento de passaporte, com a proibição de
ausentar-se do País.
Ao revogar a prisão e impor as medidas acima citadas, o Tribunal
Regional Federal/1ª enfatizou que o paciente deveria ser admoestado “acerca da
possibilidade de revogação da presente medida, no caso de seu descumprimento
parcial ou integral” (fls. 20).
Ao argumento de que o valor da fiança não condizia com as suas
condições financeiras, foi impetrado o presente habeas corpus, em favor do
paciente, sendo, inicialmente, indeferido o pleito liminar, tendo vista os motivos
expostos no decreto de prisão, e pelos seguintes fundamentos (fls. 103/106):
Como se vê, as circunstâncias que foram consideradas para justificar amedida imposta baseiam-se na capacidade econômica dos pacientes,não sendo, em princípio, comprovada de plano, a ausência decapacidade financeira para atender as condições impostas pelo acórdãodo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, datado do dia 18 de julhode 2017 (ainda pendente de publicação). Com efeito, em juízo não exauriente, sem um mínimo de instrução,baseado na simples afirmação da impossibilidade de pagamento dafiança, fixada fundamentadamente há pouco mais de 10 dias, não épossível rever, em apreciação liminar, o montante da fiança e modificaro valor arbitrado pela Corte Regional, em decisão unânime.
Sobreveio interposição de agravo regimental, alegando a
impossibilidade de satisfazer a fiança, pois todo o patrimônio do paciente fora
bloqueado por ordem judicial.
Sob o fundamento de que “o decurso do tempo de prisão, sem
recolhimento da fiança, constitui suficiente prova da incapacidade financeira para
efetivar o pagamento”, foi reconsiderada a decisão, concedendo-se liminar, para
reduzir o valor da fiança ao patamar de 30 (trinta) salários-mínimos (fls.
141/142).
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II – Alteração da situação fático-processual
Este Órgão do Ministério Público Federal, titular deste Ofício perante o
STJ, esclarece, consoante documentação anexa, que, em 20.10.2017, foi
decretada nova prisão preventiva do paciente MOUHAMAD MOUSTAFA,
porquanto, mesmo ciente de que deveria cumprir todas as medidas cautelares
impostas, e apesar de ter sido agraciado pela expressiva redução do valor da
fiança, violou a determinação de não se ausentar do distrito da culpa. Veja-se:
(...) o acusado saiu do território pertencente a Manaus, indo ao meiodo Rio Negro, no chamado “Encontro das Águas”, já em territóriopertencente ao município de Careiro da Várzea, limítrofe a Manaus,sem que houvesse qualquer autorização prévia por parte deste juízo.Desta forma, considerando que é responsabilidade deste Juízo Federala supervisão do cumprimento das medidas cautelares se tornanecessária a substituição destas por outras mais gravosas, devido àdesobediência clara realizada por MOUHAMED MOUSTAFÁ.Por outro lado, a única medida cautelar que pode substituir as jáestabelecidas é a própria prisão preventiva do acusado MOUHAMEDMOUSTAFÁ, visto que as medidas cautelares impostas ao acusado, emespecial a proibição de se ausentar do distrito da culpa, o recolhimentodomiciliar noturno e o monitoramento eletrônico já estão entre ascautelares mais gravosas, com exceção da prisão do acusado.
Com efeito, descumprida uma das medidas, o ordenamento processual
penal (arts. 282, §4º, e art. 312, parágrafo único) prevê a possibilidade de
decreto da prisão preventiva, se outras medidas mais gravosas não se
mostrarem suficientes.
Foi o que ocorreu no caso em testilha, encontrando-se o paciente,
agora, preso em decorrência de outro título, e por outro fundamento.
III – Não prejudicialidade do habeas corpus e da cassação da liminar
Considerando o teor do que ora relatado, em tese, poder-se-ia concluir
que o julgamento de mérito do presente habeas corpus estaria prejudicado.
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Todavia, o contexto fático-processual, conforme se passará a expor,
demonstra que não há prejudicialidade na apreciação deste writ, que, ao final,
deve ser denegado, cassando-se a liminar deferida em favor do paciente. Isso
porque, ad argumentandum, caso a nova prisão preventiva do paciente seja
revogada, a decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que impôs as
medidas cautelares, bem como a liminar que reduziu o valor da fiança, voltam a
surtir todos os seus efeitos, razão pela qual será necessário analisar o mérito
deste habeas corpus. Aliás, dispõe o art. 342 do CPP, que “[S]e vier a ser
reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, esta subsistirá
em todos os seus efeitos”.
E, data venia, não deve ser confirmada a liminar que reduziu
drasticamente o valor da fiança imposta ao paciente de 500 (quinhentos) para 30
(trinta) salários-mínimos, sob o fundamento de que restou demonstrada a falta
de condições financeiras para satisfazer o pagamento, tendo em vista o tempo
em que permaneceu preso.
Não se olvida que o Superior Tribunal de Justiça reiteradamente vem
decidindo que é impossível manter prisão tão somente pelo não pagamento da
fiança, nos termos do art. 350 do CPP, cuja norma revela que a precária situação
econômica permite a aplicação de outras medidas cautelares, em lugar da fiança,
devendo ser concedida a liberdade provisória, se inexistentes os requisitos da prisão
preventiva (arts. 312 e 313 do CPP). Portanto, a condição econômica do preso é,
sem dúvida, circunstância de extrema relevância no arbitramento da fiança, assim
como na sua dispensa.
Aliás, “a fiança somente se mostrará eficaz em casos específicos, que
envolvam investigados ou processados de considerável poderio econômico, aos
quais a perda de valores prestados possa prejudicar ao ponto de coagi-los a
comparecer aos atos do processo, a não obstruir seu andamento e a cumprir as
ordens judiciais que lhes sejam dirigidas (art. 319, VIII, CPP)”1.
É o que se constata no presente caso.
1 OLIVEIRA, Eugênio Pacelli; e COSTA, Domingos Barroso da. Prisão preventiva eliberdade provisória: a reforma da Lei nº 12.403/11. São Paulo: Atlas, 2013, p. 139.
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Na espécie, não obstante o paciente alegue que seus bens foram
bloqueados por ordem judicial, a situação financeira do paciente está longe de ser
precária, ao ponto de autorizar e justificar a redução de modo tão expressivo e
desproporcional o valor da fiança. Ante tão drástica diminuição, em sede de
liminar, tem-se, agora, clara ofensa ao princípio da proporcionalidade,
em sua dimensão de proteção deficiente.
Esse Tribunal Superior, por exemplo, em situação semelhante à dos
autos, entendeu adequado o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para
fiança em caso no qual o prejuízo causado ao patrimônio (Banco Brasília) foi de
R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais). Confira-se:
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSOORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO. FURTO QUALIFICADO. DIREITO DERECORRER EM LIBERDADE CONDICIONADO AO PAGAMENTO DEFIANÇA. QUANTUM FIXADO EM R$ 80.000,00 (OITENTA MIL REAIS).VALOR QUE NÃO SE MOSTRA DESPROPORCIONAL DIANTE DOPREJUÍZO MILIONÁRIO CAUSADO AO BANCO DE BRASÍLIA.INCAPACIDADE ECONÔMICA DO RÉU NÃO DEMONSTRADA. AUSÊNCIADE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO.(…)III – Na hipótese, verifica-se que o magistrado de piso, ao conceder aoréu o direito de recorrer da condenação em liberdade, condicionou talbenesse ao adimplemento de fiança anteriormente fixada, a qual nãochega sequer perto do valor legal máximo (200 salários mínimos) combase em elementos palpáveis, mormente em razão do quantum doprejuízo causado pelo crime em tela ao patrimônio do Banco deBrasília/BRB, que alcançou mais de R$ 3.000.000,00 (três milhões dereais), não se havendo de falar em desproporcionalidade do valor dafiança arbitrada. Ainda mais quando restou demonstrada nos autosque "a participação do paciente no delito era diretamente vinculada àarrecadação dos valores subtraídos mediante fraude, na medida emque ele e outros comparsas 'eram os principais interlocutores com osempresários que cederam boletos bancários para pagamentos dedívidas empresariais antecipadas e as pessoas físicas e jurídicas quecederam suas contas bancárias para fins de depósito de valores'".IV – Incapacidade econômica do réu não demonstrada, e que não épassível de análise na via processual eleita, sob pena de revolvimentodo arcabouço fático-probatório dos autos. (Precedentes).Habeas Corpus não conhecido.(HC 403.573/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgadoem 14/09/2017, DJe 25/09/2017).
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No caso em apreço, a liminar reduziu o valor da fiança para 30 (trinta)
salários-mínimos (à época, R$ 880,00), o que equivaleria a aproximadamente R$
26.400,00 (vinte e seis mil e quatrocentos reais). Relembre-se, ademais, que,
segundo apurado até o momento, o prejuízo ao erário já soma a quantia
de R$ 110.000.000,00 (cento e dez milhões de reais) (e-STJ, fls. 56). É
dizer, valor quase 17 (dezessete) vezes superior ao prejuízo do paradigma dessa
Corte de Justiça, acima citado, e no qual se considerou proporcional o
pagamento de quase 3 (três) vezes o quantum arbitrado na liminar em
referência.
Em suma: o paciente não comprovou a ausência de condições
econômicas para a satisfação da fiança no valor inicialmente arbitrado (500
salários-mínimos); o prejuízo até o momento apurado ultrapassa em muito o
valor reduzido pela medida liminar; e não se mostra proporcional o valor
reduzido pela decisão que deferiu a liminar.
IV – Conclusão e requerimento
Por todas essas razões, requer o Ministério Público Federal que seja
denegado o habeas corpus, cassando-se a liminar.
Aguarda deferimento.
Brasília, 31.10.2017
(assinatura digital)
NICOLAO DINOSubprocurador-Geral da República
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