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8/13/2019 Estabelece os princpios do financiamneto da produo cinematogrfica nacional e da Cinemateca Portuguesa - M
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PARTIDO COMUNISTA PORTUGUS
Grupo Parlamentar
Projeto de Lei n. /XII-3
Estabelece os princpios do financiamento da produo cinematogrfica
nacional e da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema e assegura o
financiamento correspondente
aos anos de 2012 e 2013
A Lei n 55/2012 foi o instrumento escolhido pelo Governo para
suspender o financiamento produo cinematogrfica em Portugal
durante 2012 e 2013. A pretexto da produo legislativa que originaria
essa lei, o Governo cessou o cumprimento da lei vigente data, no
realizando concursos de apoio produo cinematogrfica em 2012, e
depois, por insuficiente vontade de fazer aplicar o quadro legal que o
prprio Governo apresentara, acabou por fazer o mesmo durante o ano
de 2013, apesar das sucessivas promessas.
A 22 de Maio de 2013 o Partido Comunista Portugus alertou o Governo
para a situao de iminente rutura oramental da CinematecaMuseu do
Cinema, rutura essa que se traduziria na cessao da prestao do servio
pblico que cabe a essa instituio, bem como ao Arquivo Nacional da
Imagem em Movimento, oramental e organicamente ligado
Cinemateca.
O Partido Comunista Portugus alertou para os custos do
subfinanciamento da CinematecaMuseu do Cinema, quer no mbito da
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programao, quer no da conservao, restauro e arquivo que cabem ao
Arquivo Nacional da Imagem em Movimento. Da mesma forma, o PCP
denunciou desde o primeiro momento as insuficincias da Lei do Cinema e
do Audiovisual, Lei n 55/2012, na medida em que esta colocava todo o
funcionamento da CinematecaMuseu do Cinema na estrita dependncia
de uma taxa de publicidade cujo valor angariado tem vindo a decrescer
drasticamente, assim desresponsabilizando o Estado e menorizando o
trabalho da Cinemateca e do ANIM em comparao com o do ICA, j que a
este ltimo afetada na legislao em vigor e que ora se pretende
alterar - a totalidade da taxa aplicada aos operadores de servios de
televiso, prevista no n 2 do Artigo 10 da Lei do Cinema e do
Audiovisual.
A poltica do Governo PSD/CDS no que toca rea da Cultura tem sido
caracterizada por opes marcadamente contrrias ao papel do Estado na
garantia dos direitos constitucionais fruio e criao culturais. Em todas
as linhas de financiamento criao artstica, o Governo tem aplicado
uma poltica de asfixia, de corte e de demisso perante as
responsabilidades que lhe cabem.
Por toda a Europa as Cinematecas so patrimnio cultural vivo e emmovimento dos vrios pases. Onde ainda h direito ao cinema nas
perspetivas de quem o cria, realiza e interpreta e de quem o v as
Cinematecas so o depsito da memria histrica de cada pas.
Em Portugal, depois da privatizao da Tobis, criada em 1932 com o
intuito de apoiar e fomentar o desenvolvimento do cinema nacional,
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apoiando no fornecimento de servios de ps produo em filme, vdeo e
digital assim como nos processos de digitalizao, restauro e converso de
filmes para projeo digital, segue-se a asfixia da Cinemateca Portuguesa-.
Depois da audio da ANACOM, em sede de comisso parlamentar, ficou
muito claro que o Governo no cobrou as taxas devidas pelas operadoras
de televiso por subscrio porque no tomou quaisquer medidas para
proceder a essa cobrana. A apresentao da Proposta de Lei que altera a
lei do cinema e que se discute juntamente com o presente projeto de lei
redunda afinal numa capitulao do Governo perante os grupos
econmicos que so simultaneamente os devedores das referidas taxas e
o monoplio da distribuio de cinema e de contedos em Portugal. O
Governo opta por uma soluo hbrida, sem reconhecer que a soluo que
h muito PCP apresenta , no s a mais justa, como a mais estvel.
A opo de direita que consiste na total demisso do Estado perante a
produo e criao culturais sacrifica consequentemente o direito
fruio. No se pode dizer que existe liberdade de fruio na medida em
que no existe liberdade de criao. Tal verdade nas artes em geral e tal
verdade no Cinema Portugus, apesar da sua qualidade reconhecida
dentro e fora do pas.
A pretexto das dificuldades econmicas do pas, o Governo provoca a
destruio de um sector, cujo financiamento anual menor do que um s
dia de juros da dvida. Essa disparidade agravada pela opo de
desresponsabilizao estatal vertida na Lei do Cinema, ao no atribuir ao
Estado qualquer responsabilidade perante o financiamento das
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o financiamento continuar indexado actividade econmica no espao
hertziano o que, apesar de mais estvel, no rompe com o princpio da
no responsabilizao do Estado.
O presente Projeto de Lei introduz as responsabilidades do Estado no
financiamento do Cinema e assegura Cinemateca o acesso ao
financiamento obtido pela cobrana de taxas e pelo oramento do estado.
Ao mesmo tempo, reduz substancialmente a dependncia do conjunto do
financiamento da cobrana de taxas e assegura o pagamento do
financiamento devido correspondente a 2012 e a 2013.
Sem prejuzo de muitas outras crticas e alteraes Lei n 55/2012 de
que o Grupo Parlamentar do PCP no abdica, impe-se resolver o
conjunto preciso de problemas que se tm vindo a verificar,
principalmente no mbito do financiamento
Assim, ao abrigo das disposies regimentais e constitucionais aplicveis,
o Grupo Parlamentar do Partido Comunista Portugus apresenta o
seguinte Projeto de Lei:
Artigo 1
Objeto
A presente lei altera os artigos 9, 10 e 13 da Lei n 55/2012, de 6 de
Setembro, estabelecendo um regime de financiamento do cinema
portugus e da Cinemateca PortuguesaMuseu do Cinema e determina o
procedimento de cobrana coerciva das taxas previstas na lei e medidas
de emergncia para o cinema.
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Artigo 2
Medidas de emergncia para o Cinema
1. Sem prejuzo dos concursos ordinrios a promover pelo Instituto doCinema e do Audiovisual durante 2014, o Governo procede abertura
extraordinria de concursos de apoio produo cinematogrfica no
mesmo ano, no sentido de compensar a suspenso de financiamento
correspondente a 2013.
2. O Governo procede, no prazo de 60 dias, cobrana coerciva dovalor em dvida acumulado durante o ano de 2013 pela no liquidao das
taxas pelas entidades devedoras, tendo como referncia o valor previsto
no artigo 10. da Lei 55/2012, em vigor no ano de 2013.
3. O Governo procede, no prazo de 60 dias, cobrana coerciva dovalor estabelecido no n 2 do artigo 10 da Lei n 55/2012, nos termos
definidos pelo n 3 do artigo 27 da mesma lei.
4. Sem prejuzo do nmero anterior, so transferidos para o ICA, I.P. epara a Cinemateca, I.P., os valores correspondentes cobrana prevista,
sendo transitoriamente reafectadas para o efeito as verbas necessrias
atravs do Fundo de Fomento Cultural.
Artigo 3
Alterao Lei n 55/2012 de 6 de Setembro
Os artigos 9, 10 e 13 da Lei n. 55/2012, de 6 de Setembro, passam a
ter a seguinte redao:
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Artigo 9
Financiamento
1. O Estado assegura o financiamento das medidas de incentivo e de
atribuio de apoios com vista ao desenvolvimento da arte
cinematogrfica e do setor audiovisual, nos termos estabelecidos na
presente lei e nos diplomas que a regulamentam, por meio da cobrana
de taxas, do estabelecimento de obrigaes de investimento e da
consagrao de um oramento de funcionamento e de um oramento de
investimento em sede de oramento geral do Estado, atribudos ao
Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA, I.P.) e Cinemateca Portuguesa
Museu do Cinema (Cinemateca, I.P.).
2. As frmulas de financiamento do Oramento de funcionamento do ICA,
I.P. e da Cinemateca, I.P. so aprovadas por Decreto-Lei anualmente e
asseguram todos os custos de estrutura das referidas entidades.
3. O Oramento de Investimento inscrito no Oramento do Estado em
cada ano e o seu valor igual previso do valor angariado pela cobrana
da taxa prevista no artigo 10 para o mesmo ano, acrescendo a esse.
Artigo 10Taxas
1. ()2. Os operadores de servios de televiso por subscrio encontram-sesujeitos ao pagamento de uma taxa anual de dois euros e cinquenta
cntimos por cada subscrio de acesso a servios de televiso, a qual
constitui um encargo dos operadores.
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Artigo 4
aditado Lei n 55/2012 o artigo 12-A com a seguinte redao:
12-A
Garantia das tranferncias
1 -At ao fim do ms de Maro de cada ano, o Governo transfere para oICA, I.P. e para a Cinemateca, I.P. as verbas correspondentes ao resultado
esperado da aplicao das taxas referidas no artigo 10. da presente lei.
2 A transferncia prevista no nmero anterior no prejudicada pela
no liquidao das taxas pelas entidades pagadoras.
Artigo 5
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no dia a seguir sua publicao.
Assembleia da Repblica, 7 de fevereiro de 2014
Os Deputados,
MIGUEL TIAGO; JOO OLIVEIRA; BRUNO DIAS; JERNIMO DE SOUSA;
DAVID COSTA; JOO RAMOS; CARLA CRUZ; JORGE MACHADO; RITA RATO;
PAULO S; ANTNIO FILIPE; FRANCISCO LOPES; PAULA SANTOS; PAULA
BAPTISTA