ESCREVER E FALAR BEM PORTUGUÊS
TÍTULO
Escrever e Falar Bem Português
AUTORA
Maria Correia
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da Angola2learn.
Este livro faz parte do curso Escrever e Falar Bem Português da empresa Angola2Learn
e não pode ser vendido, copiado ou divulgado separadamente do curso.
© Luanda, 2014
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ESCREVER E FALAR BEM PORTUGUÊS
ÍNDICE
Sinopse 5
Principais objectivos 5
Apresentação 6
Módulo 1Bases da língua portuguesa
1.1 Bases: o que são? Artigo, nome ou substantivo, adjectivo, pronome,
verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. 8
1.2 Como redigir um texto 10
1.3 Clareza, correcção e pureza 10
1.4 Carta pessoal e carta comercial 11
1.5 Cartas e e-mails formais: abreviaturas, como começar, como concluir 16
Módulo 2Os pronomes e a sua colocação na frase 18
2.1 Pronomes de complemento directo 18
2.2 Pronomes de complemento indirecto 19
2.3 Juntar os complementos directo e indirecto 20
2.4 Como colocar o pronome na frase 21
Módulo 3 Translineação - separar uma palavra escrita quando mudamos de linha 22
3.1 Elementos inseparáveis 22
3.2 Elementos separáveis 23
Módulo 4 Pronomes relativos 24
quem / o qual / onde / quanto / cujo
ESCREVER E FALAR BEM PORTUGUÊS
Módulo 5 Sinais de pontuação 26
5.1 Os sinais de pontuação: quais são e para que servem 26
5.2 Caso especial: a vírgula 27
5.3 Emprego proibido da vírgula 28
Módulo 6 Uso adequado de certas palavras e expressões 30
Mal e mau
Porque / Por que / Porquê
Vêm / Vêem
Há / A
Afim / A fim (de)
Acerca de / Há cerca de
Poder / Puder
Demais / De mais
Pára / Para
Fala-se e falasse, Vende-se e vendesse, etc…
De o Samuel / Do Samuel
Módulo 7 Carta formal 34
Módulo 8 E-mail formal 36
Módulo 9 Como falar e estar bem numa reunião 39
Módulo 10 Como comunicar ao telefone 42
ESCREVER E FALAR BEM PORTUGUÊS
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SINOPSE
Com certeza já hesitou muitas vezes ao escrever um e-mail, uma carta ou o seu
currículo para se candidatar a um emprego, com receio de cometer erros de
português ou comunicar mal o objectivo da sua mensagem… Nos dias de hoje,
é imprescindível usar técnicas de comunicação e expressão escrita em português
correctas, quer na vida profissional, quer na pessoal.
Para o ajudar a melhorar esta importante competência, desenvolvemos o curso
Escrever e Falar Bem Português: uma ferramenta para quem se quer aperfeiçoar
na comunicação escrita e falada na empresa e não só.
PRINCIPAIS OBJECTIVOS
Este curso dirige-se a todos aqueles que pretendem adquirir as competências
necessárias:
- para redigir um texto, com destaque para uma carta formal, um e-mail formal;
- para expressar-se bem numa reunião ou em qualquer contexto formal;
- para adquirir conceitos e regras básicos para comunicar ao telefone.
Na conclusão deste curso, terá desenvolvido e aplicado técnicas de construção
de textos e melhorado o seu processo de redacção.
ESCREVER E FALAR BEM PORTUGUÊS
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APRESENTAÇÃO
Com certeza já hesitou muitas vezes ao escrever um e-mail, uma carta ou o seu
currículo para se candidatar a um emprego, com receio de cometer erros
ortográficos ou comunicar mal o objectivo da sua mensagem… Aposto que já lhe
aconteceu. Acontece a todos. É preciso evitar o risco de escrever e falar com erros
ou de forma pouco clara porque saber falar e escrever bem é muito importante.
Não é por acaso que se fazem testes de português e redacções nos processos de
selecção de muitas empresas.
Escrever e falar bem faz toda a diferença. Mas, tenha calma, isso não significa
saber de cor todas as regras gramaticais! O importante é escrever textos bem
organizados, claros, concisos e coerentes que demonstrem bom domínio do
português e amplo vocabulário e saber falar com clareza.
Para o ajudar a melhorar esta importante competência, desenvolvemos o curso
Escrever e Falar Bem Português: uma ferramenta para quem se quer aperfeiçoar
na comunicação escrita e falada na empresa e não só.
Boa sorte!
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EXPRESSÕES BÁSICAS DE CORTESIA
Se é uma mulher, deve dizer Obrigada!
Se é um homem, deve dizer Obrigado!
Para pedir uma informação ou algo que pretenda, deve usar a fórmula:
Queria… um café, uma informação, falar com o gerente…
Podia… ajudar-me, dizer-me, explicar-me…
Use sempre: Se faz favor…
Obrigada!Obrigado!
Bom dia!Boa tarde!Boa noite!
Obrigada!Obrigado!De nada!
Com licença!Faz favor!
Desculpe!Não tem de quê!
Podia ajudar- -me, se faz favor?
Queria...
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Módulo 1 Bases da língua portuguesa
1.1 BASES: O QUE SÃO?
As palavras na língua portuguesa estão divididas em classes: artigo, nome ou
substantivo, adjectivo, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e
interjeição.
Vejamos exemplos de frases em que surgem alguns destes elementos.
ARTIGO NOME VERBO PRONOME ADVÉRBIO ARTIGO ADJECTIVO NOME PREPOSIÇÃO NOME
O Samuel mandou -me ontem um lindo postal de Luanda
A formadora ensina -nos bem a matéria
Os colegas escrevem depressa o e-mail para Luanda
As formandas vão devagar à grande sala de reunião
SUBSTANTIVO
É a classe que dá nome aos seres, mas também a sentimentos, estados de espírito,
sensações, conceitos filosóficos ou políticos, etc.
Exemplos: democracia, Samuel, cadeira, amor, sabor, carinho, etc.
ARTIGO
É a classe que abriga palavras que servem para determinar ou indeterminar os
substantivos, antecedendo-os.
Exemplos: o, a, os, as, um, uma, uns, umas.
ADJECTIVO
É a classe das características, das qualidades. Os adjectivos servem para dar
características aos substantivos.
Exemplos: querido, limpo, horroroso, quente, sábio, triste, amarelo, etc.
PRONOME
É a palavra que pode acompanhar ou substituir um nome (substantivo) e que
determina a pessoa do discurso.
Exemplos: eu, nossa, aquilo, esta, nós, mim, te, eles, etc.
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VERBO
São palavras que expressam acções ou estados que se encontram nesta classe
gramatical.
Exemplos: fazer, ser, andar, partir, impor, etc.
ADVÉRBIO
São palavras que se associam a verbos, adjectivos ou outros advérbios,
modificando-os.
Exemplos: não, muito, constantemente, sempre, depressa, devagar, etc.
NUMERAL
Como o nome diz, expressam quantidades, frações, múltiplos, ordem.
Exemplos: primeiro, vinte, metade, triplo, etc.
PREPOSIÇÃO
Serve para ligar uma palavra à outra, estabelecendo relações entre elas.
Exemplos: em, de, para, por, etc.
CONJUNÇÃO
É uma palavra que liga orações, estabelecendo entre elas relações de coordenação
ou subordinação.
Exemplo: porém, e, contudo, portanto, mas, que, etc.
INTERJEIÇÃO
Contesta-se que esta seja uma classe gramatical como as demais, pois algumas
das suas palavras podem ter valor de uma frase. Mesmo assim, podemos definir
as interjeições como palavras ou expressões que evocam emoções, estados de
espírito.
Exemplos: Ah! Ave-maria! Uau! Que pena! Oh!
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1.2 COMO REDIGIR UM TEXTO
Redigir um texto significa comunicar. Assim como na fala, também pela escrita
interagimos com o outro para informar, expor ideias, persuadir, convencer, entreter.
Falamos ou escrevemos a alguém, sobre determinado tema, com um propósito.
Então, escrever é comunicar, não é? É necessário saber comunicar o que
pretendemos de modo a que nos entendam. Para redigir um texto de modo a que
todos entendam, ou seja, comunicar o que se pretende, há algumas regras a ter
em consideração.
Não colocar palavras repetidas na mesma frase.
Escrever frases pequenas.
Evitar palavras repetidas no mesmo parágrafo e texto.
Geralmente, antes de “e” e “ou”
não há vírgula.
Escrever em qualquer texto, e-mail ou carta, pelo menos
três parágrafos.
Antes de “mas”, “porém”, “pois”, “porque”, “contudo”,
há vírgula.
Os parágrafos não devem iniciar-se por “mas”,
“porque”, “pois”, “então”, “e”, “ou.
Quando se indica o nome de um restaurante, jornal,
revista, filme ou livro, coloca- -se entre aspas ou em itálico.
Não começar frases por “mas”
e “porque”.
1.3 CLAREZA, CORRECÇÃO E PUREZA
Para escrever e falar bem português, é necessário três coisas essenciais: pureza,
clareza e correcção.
Pureza é o uso do bom português. Não deve usar calão, frases vulgares, expressões ambíguas. Evite o uso de expressões estrangeiras.
Clareza exige uma expressão clara e simples do que pretende comunicar tanto ao falar como ao escrever.
Correcção exige exactidão, de modo a que o ouvinte ou leitor compreenda imediatamente, evitando frases longas, repetidas e complicadas.
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Temos também de pensar na coerência, informação, estrutura e coesão do texto.
Vejamos o quadro seguinte.
A coerência é o que faz com que o texto faça sentido para quem o lê. Na prática, ao escrever um texto, é preciso considerar o que, para quem e como escrever.
A informação, ou seja, se o texto informa alguma coisa, se há dados suficientes para a interpretação do texto.
A coesão. Para que um texto esteja bem redigido e atinja plenamente os seus objectivos – o de informar e interagir com o leitor – deve estar bem articulado.
A estrutura: a) título b) organização em parágrafos: cada parágrafo deve expressar ideias completas; c) focalização, articular bem frases e períodos, o que dará a clareza.
1.4 CARTA PESSOAL E CARTA COMERCIAL
CARTA PESSOAL
Escrevemos uma carta pessoal quando queremos comunicar com alguém próximo
de nós, como amigos ou familiares. Há regras simples para escrever este tipo de
carta. Vejamos.
• O assunto é livre, geralmente de ordem íntima, pessoal ou sentimental.
• O tamanho varia entre médio e grande. Quando é pequeno, é considerado
"bilhete" e não carta.
• O tipo de linguagem acompanhará o grau de intimidade entre remetente
e destinatário. Cabe a quem redige saber se pode usar termos coloquiais.
• Quanto à estrutura, a carta pessoal deve seguir a seguinte sequência:
Local e data escritos à esquerda
Vocativo (Minha querida, Amado meu, Querido Amigo, Caro Senhor,
Estimado cliente, etc.)
Corpo do texto – exponha o que pretende dizer
Despedida e assinatura
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Como o grau de intimidade é variável, o vocativo também é. A pontuação que
surge após o vocativo pode ser vírgula ou dois pontos.
Assim também é em relação à despedida, que pode variar entre Atenciosamente,
Cordialmente, Adeus, Saudades, Até breve, …
A assinatura pode incluir apenas o primeiro nome e o apelido, dependendo da
situação.
Caso se esqueça de dizer algo importante e já tenha finalizado a carta, é só
acrescentar a abreviação latina P.S. (post scriptum) ou Obs. (observação).
A carta pessoal geralmente é entregue em mãos ou enviada pelo correio, pois é
manuscrita!
EXEMPLO DE CARTA PESSOAL
Luanda, 23 de Dezembro de 2014
Querida mãe,
Encontro-me em Luanda e estou bem…
Como vais e como vão o Samuel e a Mariana? E o pai, como está?
Tenho tantas coisas para te contar, mas o trabalho ocupa-me muito tempo.
Escreverei em breve com mais tempo. Tenho muitas saudades vossas!
Beijinhos e abraços a todos,
Luena
Bem, como vê, escrever uma carta pessoal é simples, basta ter o texto organizado…
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CARTA COMERCIAL
A carta comercial é um documento que tem como objectivo fazer uma comunicação
formal, comercial ou empresarial.
A redacção comercial tem algumas características comuns.
a) Clareza: o texto, além de ser claro, deve ser objectivo, como forma de
evitar múltiplas interpretações, o que prejudica os negócios.
b) Estética: a fim de causar boa impressão, o texto deve estar bem organizado.
O papel não pode estar sujo ou amarrotado.
c) Linguagem: seja conciso e objectivo, passando as informações necessárias,
de forma clara e simples. Seja impessoal, ou seja, não faça uso da
subjectividade e do sentimentalismo.
É muito importante que a carta comercial seja absolutamente correcta, pois um
possível equívoco pode gerar desentendimentos entre as partes e possíveis
prejuízos de ordem financeira. Por isso, deve fazer sempre o «controlo de
qualidade», ou seja, reler o texto para verificar se não há erros ou esquecimentos.
Como elaborar uma carta comercial?
Vejamos a estrutura que deve ser seguida.
1.º passo: O cabeçalho, com as informações necessárias (nome, endereço,
logótipo da empresa). Normalmente, já vem impresso.
2.º passo: Coloque o nome da localidade e a data à esquerda e abaixo do
timbre. Coloque vírgula depois do nome da cidade! O mês deve
vir em letra maiúscula, o ano deve vir logo a seguir, sem ponto ou
espaço. Use ponto final após a data.
Por exemplo:
Luanda, 2 de Maio de 2014.
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3.º passo: Escreva o nome e o endereço do destinatário à esquerda e abaixo
da localidade e data.
4.º passo: Coloque um vocativo impessoal:
Prezado(s) Senhor(Senhores)
Caro cliente
Senhor director
Senhor Gerente
…
5.º passo: Inicie o texto fazendo referência ao assunto. Por exemplo:
“Com relação a...”
“Em atenção à carta enviada...”
“Em atenção ao anúncio publicado...”
“Atendendo à solicitação...”
“Com relação ao pedido...”
“Solicito que...”
“Confirmamos o recebimento”
6.º passo: Exponha o texto de forma clara e objectiva. Pode-se fazer
abreviações do pronome de tratamento ao referir-se ao destinatário:
V. Sª., V. Exa., Exmo., Sr., …
7.º passo: Corresponde ao fecho da carta, ao encerramento da mesma.
Despeça-se em tom amigável.
Cordialmente
Atenciosamente
Respeitosamente
Com elevado apreço
Saudações cordiais
…
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EXEMPLO DE CARTA COMERCIAL
LUENA E CIA. LTD. Comércio de roupa Av. João, 1000
Luanda, 03 de Março de 2006.
Ao director Samuel Lobo Rua das Almas, 50 Bié
Prezado Senhor:
Confirmamos ter recebido um pedido de depósito no valor três mil kuanzas, referente ao mês de Fevereiro. Informamos que o referido valor foi depositado no dia 1 de Março, na agência do Banco dos Empresários, conta corrente 3432. Por favor, pedimos que o Sr. verifique o extracto e nos comunique o pagamento. Pedimos desculpa por não termos feito o depósito anteriormente, mas não tínhamos ainda a nova conta bancária. Nada mais havendo, reafirmamos os nossos protestos de elevada estima e consideração.
Atenciosamente,
Luena HenriquesLuena HenriquesGERENTE COMERCIAL
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1.5 CARTAS E E-MAILS FORMAIS: ABREVIATURAS, COMO COMEÇAR, COMO CON-
CLUIR
Vamos estudar a seguinte lista de abreviaturas mais usadas na língua portuguesa.
1.ª primeira
1.º primeiro
2.ª segunda
2.º segundo
a.C. antes de Cristo
art.º artigo
cf. confira, confirme
Dr. Doutor
Dr.ª Doutora
Eng. Engenheiro
Eng.ª Engenheira
Eng.º Engenheiro
etc. Et cetera
Ex.º Excelência
Ex.ma Excelentíssima
Ex.mo Excelentíssimo
n.º número
Prof. professor
Prof.ª Professora
Sr. Senhor
Sr.ª Senhora
No início de correspondência, use qualquer uma das abreviaturas atrás listadas,
dependendo da situação. Pode, em alternativa, também usar Estimado Cliente,
caso esteja a comunicar com um cliente da empresa.
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Em geral, o uso da palavra Senhor (Ex.mº Senhor) revela maior respeito para com
o destinatário.
O uso dos títulos académicos exige cuidado. Um doutorado não gosta de que o
tratem por Dr., mas por Doutor. Assim, quando se envia uma carta formal a um
licenciado, escreve-se no início:
Ex.mº Senhor (ou Ex.mº Senhor)
Dr. Fulano de Tal
Presidente do Conselho de Administração da (...), SA.
Rua (...), 41, 3.º esq.º
1000-344 Luanda
Em vez de Dr., de acordo com o grau académico do destinatário, escrever-se-á
Doutor, Eng.º, Engenheiro, Arq., Prof. Doutor, Prof. Dr., Prof. Engenheiro, Prof.
Arquitecto, etc. As formas de tratamento devem escrever-se com letra inicial
maiúscula como sinal de respeito.
O remate da carta é variável. Actualmente, preferem-se outros finais de carta
simples:
«Com os nossos cordiais cumprimentos,
Marques & Silva, Ld.ª
(Assinatura)
No correio electrónico, emprega-se em geral um fecho muito conciso que indica
respeito, como, por exemplo:
Atenciosamente
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MÓDULO 2 OS PRONOMES E A SUA COLOCAÇÃO NA FRASE
Neste módulo, pretendemos ajudá-lo a substituir um nome – ou substantivo – por
um pronome para evitar a repetição do nome.
Para isso usamos os pronomes do complemento directo (CD) ou do complemento
indirecto (CI).
O Samuel viu a Paula. O Samuel viu-a. (CD)
Este livro pertence ao meu amigo Adelino. Este livro pertence-lhe. (CI)
2.1 PRONOMES DE COMPLEMENTO DIRECTO
Os pronomes de complemento directo respondem às perguntas O quê? ou Quem?
PRONOMES DE COMPLEMENTO DIRECTO
o a os as me te se nos vos
O Nsimba lê a carta. O Nsimba lê-a.
A professora chamou-nos para conversar connosco.
Os pronomes de 3.ª pessoa (excepto o se) podem apresentar três formas, de
acordo com as seguintes situações:
1. Quando o verbo termina em vogal, usa-se os pronomes o, a, os, as:
O Paulo comprou o papel de fotocópia. / O Paulo comprou-o.
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2. Os pronomes terão as formas lo, la, los, las, quando o verbo terminar nas letras
r, s e z, as quais têm de ser previamente eliminadas:
A Luena está a rever um artigo./ A Luena está a revê-lo.
O Joaquim quis a canoa para o seu filho. / Joaquim qui-la para o seu filho.
A Lukeni fez as ilustrações com muito cuidado. / A Lukeni fê-las com muito
cuidado.
3. Sempre que a forma verbal terminar em som nasal, os pronomes adquirem as
formas no, na, nos, nas.
Eles limpam a sala. / Eles limpam-na.
Ela põe a mesa. / Ela põe-na.
Os verbos, nos casos de CD, têm acento: acento agudo para as vogais a e
i (visitá-las, construí-los); acento circunflexo para as vogais e e o (escrevê-la,
pô-lo). Quanto ao i, só é acentuado quando precedido de uma vogal pronunciada,
com a qual não constitui um ditongo (segui-lo e parti-lo sem acento, mas
distraí-lo com acento).
2.2 PRONOMES DE COMPLEMENTO INDIRECTO
O pronome do complemento indirecto responde à pergunta A quem?
PRONOMES DE COMPLEMENTO INDIRECTO
me te se lhe nos vos lhes
Ofereceram-me um computador.
Ofereceram a quem?
A Suzete disse-lhes que chegaria
mais tarde.
Disse a quem?
Usar o complemento indirecto é mais simples do que o complemento directo,
pois não precisamos de transformar os verbos nem os pronomes.
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2.3 JUNTAR OS COMPLEMENTOS DIRECTO E INDIRECTO
É possível juntarmos os complementos directo e indirecto numa frase. Para isso,
o verbo tem de pedir ambos os complementos.
Por exemplo:
Dar o livro à Luena.
Assim, contraímos os complementos indirectos me, te, lhe(s) aos complementos
directos o, a, os, as e transformam-se em mo, ma, mos, mas, to, ta, tos, tas, lho,
lha, lhos, lhas.
A cliente enviou-me dois e-mails ontem. / A cliente enviou-mos ontem.
O José dar-te-á um chapéu. / O José dar-to-á.
Talvez entreguem as blusas à Henda. /Talvez lhas entreguem.
Resumindo:
Pronomes CI: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.
Pronomes CD: o, a, os, as, me, te, se, nos, vos.
CI+ CD: mo, ma, mos, mas, to, ta,
tos, tas, lho, lha, lhos, lhas.
CI: a quem?
CD: O quê? Quem?
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2.4 COMO COLOCAR O PRONOME NA FRASE
Existem regras para colocarmos os pronomes correctamente na frase. Eis as mais
importantes.
1. Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém,
nem.
Nada me perturba.
Ninguém se mexeu.
Ela nem se importou com os meus problemas.
2. Com conjunções: quando, se, porque, que, embora, logo, que.
Quando se trata de comida, ele é um especialista.
É necessário que a deixe na escola.
Se me ajudares, ficarei contente.
3. Advérbios
Aqui se tem paz.
Sempre me dediquei aos estudos.
Talvez o veja na escola.
4. Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
Alguém me ligou? (indefinido)
A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)
5. Em frases interrogativas.
Quanto me cobrará pela tradução?
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Módulo 3 Translineação – separar uma palavra escrita quando mudamos de linha
Quando escrevemos, muitas vezes acontece termos de dividir uma palavra
utilizando o hífen (-), passando parte dela para a linha seguinte – a isto chamamos
translineação.
Normalmente, a divisão da palavra faz-se de acordo com a separação das sílabas
(por exemplo, li-te-ra-tu-ra. No entanto, há alguns casos especiais a conhecer.
3.1 ELEMENTOS INSEPARÁVEIS
Como vimos, por vezes temos de separar uma palavra, quando é necessário
mudar de linha. Para tal usa-se o hífen.
Em português, há alguns elementos que são inseparáveis. São eles:
• os ditongos • os tritongos
• duas vogais juntas • três letras juntas
Cláu- dezoi- quais- mãe- desa-
dio to quer zinha guou
Também não se separam ch, lh, nh e os grupos formados com l ou r:
ma- bara- Caoti- re-
chimbombo lhada nha clamação
com- cami- com- mi-
promisso nho plicado cróbios
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3.2 ELEMENTOS SEPARÁVEIS
Há alguns elementos que podem efectivamente ser separados. Vejamos quais
são.
• As vogais que não formam ditongo.
Ra- desle- Lu-
ul aldade ena
• Quando há consoantes juntas, excepto se a consoante for seguida de l ou
r ou se estas surgirem em início de palavra.
ab- sub- ob-
dicar meter viamente
• As letras repetidas, tanto vogais como consoantes.
ve- co- oc- cor- pas-
emência ordenador cipital redor sador
Evite deixar uma letra sozinha, mesmo que forme sílaba, no início ou no final
da linha:
ba-/leia (em vez de balei-/a)
atra-/so (em vez de a-/traso)
REPETIÇÃO DO HÍFEN
Quando a palavra já tem um hífen na sua composição e este coincide com o fim
da linha, repete-se o hífen no princípio da linha seguinte.
porta- dir-
-moedas -se-ia
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Módulo 4 Pronomes relativos
Neste módulo, vamos aprender a colocar os pronomes na frase de modo
adequado.
QUADRO DOS PRONOMES RELATIVOS
VARIÁVEISINVARIÁVEIS
MASCULINO FEMININO
o qualcujo
quanto
os quaiscujos
quantos
a qualcuja
quanta
as quaiscujas
quantas
quemque
onde
QUEM
Quem usa-se para referir pessoas com a função de sujeito ou de complemento
directo.
Ex.: Quem falou no assunto foi o Samuel!
O QUAL
O qual (e afins) usa-se em frases relativas para referir seres humanos, não-
-humanos e lugares, concordando em género e em número.
Ex.: Os problemas sobre os quais falei ontem são só meus.
ONDE
Onde é usado, na maioria das vezes, para referir lugares.
Ex.: O local onde fica situada a empresa é longe.
QUANTO
Quanto (e variações) é utilizado tendo como antecedentes mais frequentes os
indefinidos.
Ex.: Quantas pessoas estão na formação?
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CUJO
Cujo (e afins) é usado para exprimir posse. Concorda em género e em número
com o nome que se lhe segue, sem o uso do artigo.
Ex.: A pessoa cuja filha está doente é nossa colega.
QUE
Que usa-se para se referir a seres animados e inanimados, incluindo lugares.
Ex.: O assunto de que falámos fica entre nós.
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Módulo 5 Sinais de pontuação
Neste módulo, vamos abordar os sinais de pontuação e aprender a pontuar
correctamente as frases.
5.1 OS SINAIS DE PONTUAÇÃO: QUAIS SÃO E PARA QUE SERVEM
Para facilitar a leitura e ajudar à compreensão dos textos, na linguagem escrita
usam-se sinais de pontuação.
. Ponto final - Usa-se no final da frase e obriga o leitor a uma paragem.
, Vírgula - Separa os elementos da frase; marca uma pequena pausa.
: Dois pontos - Usam-se antes de uma citação ou de uma enumeração.
; Ponto e vírgula - Usa-se para separar orações coordenadas; obriga a uma
pausa mas não termina a frase.
! Ponto de exclamação - Utiliza-se quando se deseja exprimir surpresa,
receio, admiração, etc.
? Ponto de interrogação - Usa-se para fazer uma pergunta.
… Reticências - Indicam que a frase está incompleta; assinalam uma hesitação
ou uma pausa.
— Travessão - Utiliza-se nos diálogos para indicar a fala das personagens.
«» Aspas - Introduzem palavras ou citações de outros textos.
() Parêntesis - Assinalam informações diversas.
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5.2 CASO ESPECIAL: A VÍRGULA
A vírgula é um dos elementos que causam mais dificuldade na língua portuguesa
e que aparece frequentemente mal colocada.
Vejamos algumas regras simples que irão auxiliar no uso deste sinal de pontuação.
A vírgula deve ser utilizada nos seguintes casos.
• Para separar elementos semelhantes.
A Ana, o Eduardo, o Samuel, a Luena e a Rita trabalham connosco.
• Para isolar o vocativo (nome) e o aposto (o que vem a seguir).
Ó Samuel, já enviaste o e-mail ao cliente?
Pepetela, escritor angolano, ganhou o Prémio Camões em 1997.
• Para intercalar frases.
Os clientes ficaram satisfeitos, mas um deles reclamou.
A Luena chega cedo, liga o computador, lê os e-mails.
• Para separar frases que introduzem uma ideia.
Depois de ter entrado nesta empresa, consegui fazer boas amizades.
• Para isolar frases em início ou no meio de frase.
Na sexta-feira, tivemos uma reunião.
O novo director, um senhor alto, entra amanhã em funções.
Excepção: as frases introduzidas pela conjunção e não devem ter vírgula antes.
A Joana atendeu o cliente e explicou-lhe as vantagens.
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• Para separar frases explicativas.
A minha colega, com quem trabalho na sala 1, gosta de café.
• Para isolar o local da data.
Luanda, 12 de Junho de 2014.
• Para separar, nas cartas e nos e-mails, a despedida do nome.
Saudações cordiais, Luena.
5.3 EMPREGO PROIBIDO DA VÍRGULA
Não se deve usar a vírgula entre:
• o sujeito e o predicado (verbal e nome).
A empresa deu um prémio a todos os funcionários. √
A empresa, deu um prémio a todos os funcionários. x
O ano de 2011 é de triste memória para os japoneses. √
O ano de 2011, é de triste memória para os japoneses. x
• o verbo e os seus complementos.
O Miguel comprou uma impressora para a sua filha. √
O Miguel comprou, uma impressora para a sua filha. x
O Miguel comprou uma impressora, para a sua filha. x
Ofereceram ao Zola uma máquina fotográfica. √
Ofereceram, ao Zola uma máquina fotográfica. x
Ofereceram ao Zola, uma máquina fotográfica. x
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• o nome – ou pronome – e os seus modificadores
Aquela rapariga magrinha gosta muito de comer vegetais. √
Aquela rapariga, magrinha gosta muito de comer vegetais. x
Nomearam-no director executivo de uma grande empresa. √
Nomearam-no, director executivo de uma grande empresa. x
Aquelas colegas partiram as pernas da cadeira do director. √
Aquelas colegas partiram as pernas, da cadeira do director. x
Aquelas colegas partiram as pernas da cadeira, do director. x
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Módulo 6 Uso adequado de certas palavras e expressões
Por norma, no discurso oral, temos tendência para repetir as nossas ideias, mas a
repetição desnecessária de palavras pode tornar o texto ou o discurso cansativo
e pobre em conteúdo. Neste módulo, vamos aprender a evitar as repetições
desnecessárias no nosso discurso oral e escrito.
Vejamos o quadro.
Mal é um advérbio (palavra invariável) e o contrário é «bem». Usa-se depois de verbos ou antes de adjectivos, modificando-os.
O Henda arrumou mal os sapatos. Este relatório está mal feito.
Mau é um adjectivo cujo antónimo é «bom». Usa-se para qualificar o substantivo.
Aquela directora contratou um mau contabi-lista.
Porque tem o papel de…– conjunção
A empresa tem bons resultados porque os empregados trabalham bem.
– advérbio interrogativo
Porque (é que) os meses têm estes nomes?
Escreve-se por que sempre que for possível substituir esta expressão por «pelo qual». Para isso, é preciso que haja um nome ligado a ela. Os nomes habitualmente adjuntos a por que são: caminho, causa, coisa, motivo, razão.
A médica explicou-nos por que motivo o parto foi prematuro.
Por que caminho vieste?
Escreve-se porquê nos casos em que desempenha a função de…– nome
Temos de descobrir o porquê da sua falta de pontualidade.
– advérbio interrogativo (não sucedido de verbo, excepto se este se encontrar no infinitivo)
Porquê tanta confusão? Porquê dar essa volta toda?
Vêm é o verbo vir, no presente do indicativo, na 3.ª pessoa do plural.
Os meus amigos vêm hoje a minha casa.
Vêem é a forma do verbo ver e tem dois ee.
Os meus amigos vêem filmes comigo.
HáEm frases que referem o tempo, usa-se o verbo haver, há.
O Samuel, pontual como sempre, já chegou há 15 minutos.
Os directores estão em reunião há horas.
À é uma preposição contraída.
Sentem-se, por favor, pois daqui a instantes daremos início à festa.
Vou dar o livro à Luena.
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Afim é um adjectivo que exprime semelhança e tem plural.
O director é meu parente afim.
A Zana e o Sakala têm objectivos afins.
A fim de tem significado de para.
Trabalho a fim de me sustentar.
Acerca de significa «sobre».
O teu primo esqueceu-se de falar acerca do incêndio.
Há cerca de é tempo.
Falei com ele há cerca de uma hora.
Poder é o infinitivo do verbo poder.
A Zinha vende micates para poder comprar cadernos.
Puder é forma do futuro do conjuntivo do verbo poder.
Quando puder, faça-me o relatório.
Demais é usado para transmitir a ideia de «os outros», «os restantes». Este termo é sempre precedido de um artigo definido. Esta forma é igualmente usada como advérbio que exprime modo ou intensidade.
O Leonel fica de pé; os demais podem sentar-se.
Ele comeu demais.
De mais exprime a ideia de quantidade. Tem um significado equivalente a «a mais», oposta a «de menos», e aparece ligada a nomes.
Precisamos de mais trabalhores dinâmicos.
Pára Quando tem acento, é verbo.
O maximbombo pára sempre aqui.
Pára, Eduardo, pois não consigo respirar!
Para. Quando não tem acento, é uma preposição.
Estudo para aprender.
Fala-se, Vende-se, ….
A forma com hífen é presente do indicativo dos verbos.
Fala-se muito de futebol.
Falasse, Vendesse…Neste caso, é o pretérito imperfeito do conjun-tivo do verbo.
Se falasse mais devagar, compreenderia.
De o Samuel (antes de + verbo)
Faz a papa antes de o Samuel acordar.
Do Samuel (antes do + nome)
Conseguiste chegar antes do Samuel, que é muito pontual.
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Existem expressões que significam a mesma coisa, por isso não se devem
repetir na frase. Eis alguns exemplos.
Apenas erário.
NÃO!
Erário público?
Apenas detalhes.
NÃO!
Pequenos detalhes?
Somente elo ou ligação
NÃO!
Elo de ligação?
Há anos
NÃO!
Há anos atrás?
ELO DE LIGAÇÃO
Elo de ligação? Não! x
Existe um elo muito forte entre nós – a amizade. √
Existe uma ligação muito forte entre nós – a amizade. √
ERÁRIO PÚBLICO
Erário público? Não! x
Estas residências foram construídas com fundos do erário. √
PEQUENO(S) DETALHE(S) OU PEQUENO(S) PORMENOR(ES)
Pequeno(s) detalhe(s) ou pequeno(s) pormenor(es)? Não! x
Esqueceste-te de um pormenor/detalhe muito importante: a hora do
encerramento do espectáculo. √
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HÁ ANOS ATRÁS…
Há anos atrás… Não! x
Nestas construções, o verbo associado a expressões de tempo indica o tempo
decorrido entre o momento em que algo aconteceu e o momento em que se fala,
pelo que o uso de «atrás» não faz sentido na construção.
O Leonel deu aulas na empresa há dois anos. √
Há dez anos que vivemos em Luanda. √
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Módulo 7 Carta formal
Sobretudo em contexto profissional, embora possa acontecer na nossa vida
pessoal, surge muitas vezes a necessidade de escrever uma carta formal.
Quase todas as pessoas ficam aflitas, pois não estão preparadas para fazê-lo.
No entanto, escrever uma carta formal não exige conhecimentos muito
aprofundados, é apenas necessário seguir as regras deste tipo de texto.
Alguns computadores têm até modelos de cartas dos quais podemos fazer uso,
mas é sempre útil termos ferramentas próprias para escrever uma carta formal por
nós próprios.
Aqui estão algumas normas que devemos seguir ao escrever uma carta formal.
• Escreva o nome e o endereço do remetente (de quem escreve a carta) no
canto superior esquerdo da página.
• Coloque o nome e o endereço do destinatário da carta formal no canto
superior direito da página.
• Mais abaixo, do lado direito, escreva o local, seguido da data e, um pouco
mais a baixo, o assunto da carta formal. O assunto deve ser curto e claro,
não devendo ter mais do que uma frase.
• Em seguida, dirija-se à pessoa para a qual está a escrever, recorrendo
a expressões como “Ex.mo Senhor” ou similares. Um pouco mais em baixo,
tem início o conteúdo da carta.
• Na conclusão da carta, podemos agradecer a atenção do destinatário
e apresentar cumprimentos.
Assine, sempre que possível, as suas cartas, pois confere-lhes um ar mais sério
e pessoal. Guarde sempre uma cópia da carta formal enviada.
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MODELO DE CARTA FORMAL
CABEÇALHO
Ana Fernandes Av. De Luanda, 567, 4º Esq. 1700-023 Luanda
Ex.mo Senhor Dr. Samuel Magalhães Instituto de Formação Av. XXX, 231, 4.º
Luanda, 7 de Março de 2014.
Assunto: Envio de documentação / …
ABERTURA E TEXTO INICIAL
Ex.mo Senhor / Ex.ma Senhora / Ex.mos Senhores:
•Juntoenvioadocumentaçãoreferenteao...
•Venho enviar a documentação... / Envio em anexo o meu CurriculumVitae...
•VenhosolicitaraV.Ex.asedigneconceder-meumaaudiência...
•SolicitoaatençãodeV.Ex.aparaoassuntoquepassoaexpor:
•Emrespostaaoanúnciopublicadono jornal...dopassadodia...,venhoapresentar a V. Ex.as a minha candidatura ao lugar de ...
•Nasequênciadaconversatelefónicacom...,venhocomunicaraV.Ex.aaminha disponibilidade para...
•VenhoinformarV.Ex.adequeestouinteiramenteaovossodisporparauma possível colaboração com a vossa empresa.
•Como é do conhecimento de V. Ex.a, encontro-me actualmente adesempenhar as funções de...
•VenhosolicitaraatençãodeV.Ex.asparaosfactosquepassoaexpor.
•VimoschamaraatençãodeV.Ex.asparaaseguintesituação.
FECHO
•AgradecendoantecipadamenteaatençãodeV.Ex.a, apresento os meus melhores cumprimentos,
•Comos(meus/nossos)melhorescumprimentos,
•Atentamente,Atenciosamente
REMETENTE
FÓRMULA INICIAL DE CORTESIA
DESTINATÁRIO
DATA E ASSUNTO
TEXTO DA CARTA
FÓRMULA DE DESPEDIDA
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Módulo 8 E-mail formal
O e-mail é uma forma de comunicação rápida e eficiente, indispensável nos dias
de hoje.
Grande parte da comunicação pessoal e profissional é feita por e-mail. Contudo,
assim como numa carta, a formalidade não deve ser dispensada. É necessário
indicar o assunto (no local próprio do e-mail), usar um vocativo e despedir-se com
cordialidade. Assim como na carta formal, é primordial o uso de frases simples
e curtas e de vocabulário com significado preciso (e não palavras ambíguas).
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Veja um exemplo de um e-mail formal, enviado por uma colaboradora de uma
empresa ao seu superior hierárquico.
Reunião sobre novo fornecedor de material de escritório no dia 8
josemiguel@ publicidade.com
Caro Sr. José Miguel,
Fiz uma breve pesquisa na Internet sobre potenciais novos fornecedores de material de escritório ao longo da última semana e gostaria de informá-lo sobre os resultados.
Há duas empresas que propõem boas condições de fornecimento. Agendei já duas reuniões para o próximo dia 8 para falar pessoalmente com os comerciais de cada uma das empresas.
Farei uma acta de cada uma das reuniões e enviá-la-ei para seu conhecimento. Por favor, sinta-se à vontade para colocar todas as dúvidas antes da reunião.
Respeitosamente,
Ana SembaASSISTENTE ADMINISTRATIVA
www.publicidade.com
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Vejamos outro exemplo – o de uma empresa que se apresenta no sentido de
prestar os seus serviços a outra.
Apresentação dos serviços da empresa Dxxc
geral@ publicidade.com
Prezados Senhores,
Somos uma empresa especializada em vendas e temos no nosso quadro vendedores altamente capacitados e profissionalizados.
Teríamos todo o gosto em representar a V/ empresa na região. Segue em anexo o nosso catálogo para análise.
Caso haja interesse por parte da V/ empresa, estamos à disposição para qualquer esclarecimento.
Manifestamos desde já a nossa disponibilidade para agendar uma reunião no local e data mais conveniente para os senhores.
Agradecemos a atenção dispensada.
Respeitosamente,
Agostinho SilvaDIRECTOR COMERCIAL
www.publicidade.com
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Módulo 9Como falar e estar bem numa reunião
No nosso trabalho, no nosso dia-a-dia, transmitimos todo o tipo de mensagens
àqueles que nos observam. Por isso é fundamental ter presente não só o
significado que atribuímos às coisas, aos nossos gestos, palavras e expressões,
mas considerar também as possíveis significações que as outras pessoas, com
quem comunicamos, lhes possam atribuir.
A maneira como uma pessoa se comporta numa reunião é fundamental. Aqui
estão oito sugestões importantes para falar e estar bem em reuniões.
Tenha uma atitude optimista.
Cuidado com a linguagem
corporal.
Tome a iniciativa e peça
comentários.
Evite frases feitas.
Não tire tempo aos
outros.
Fale com todos.
Se necessário, converse depois.
Acompanhe o ritmo da reunião.
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8 7 6 5
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1. TENHA UMA ATITUDE OPTIMISTA
Nada é mais importante para a troca de ideias numa reunião do que realçar os
pontos positivos. Não critique, dê valor às ideias dos outros. As observações
positivas contribuem para o sucesso das empresas. Por exemplo: «Gostei muito da
ideia do Samuel sobre uma abordagem diferente para responder às reclamações
dos clientes».
2. FALE COM TODOS
Quando falar com um grupo, olhe para todos nos olhos e fale com todos.
Ao responder a uma pergunta, dirija-se ao grupo todo, não apenas à pessoa que
fez a pergunta. Assim, todos se sentem incluídos.
3. TOME A INICIATIVA E PEÇA COMENTÁRIOS
Incentive os comentários com base no que você tem para contribuir. Dê a sua
opinião, mas abra o caminho para a discussão. Interpele as pessoas e pergunte-
-lhes o que acham. A ideia não é apenas ser um participante, mas também facilitar
as coisas aos colegas.
4. ACOMPANHE O RITMO DA REUNIÃO
Se a maioria dos participantes faz observações breves, faça o mesmo. Se o tom
deles for baixo e reservado, siga esse caminho. O objectivo não é copiar os outros,
mas afirmar e contribuir para o ritmo da reunião.
5. NÃO TIRE TEMPO AOS OUTROS
Toda a gente que fala numa reunião quer ter tempo suficiente para apresentar
a opinião que está a tentar comunicar. Explique-se bem, mas não demore muito
para passar a sua mensagem a ponto de perder a atenção das outras pessoas ou,
pior ainda, desviar quem estiver à espera da sua vez de falar.
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6. EVITE FRASES FEITAS
Um princípio central é ser o mais claro possível. Não use frases já gastas ou
perguntas vazias, que não ajudam a discussão a avançar.
7. SE NECESSÁRIO, CONVERSE DEPOIS
Não arraste reuniões por muito tempo tratando de pormenores que podem ser
discutidos noutra altura.
8. CUIDADO COM A LINGUAGEM CORPORAL
A maneira como fala diz muito sobre si. Siga algumas regras de linguagem
corporal: mostre aprovação com um sorriso, acene com a cabeça, estabeleça
contacto visual, mexa as sobrancelhas ou faça outros gestos que demonstrem
interesse pela discussão.
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Módulo 10 Como comunicar ao telefone
Um bom atendimento telefónico não se limita à boa educação e à cortesia –
engloba sim o domínio de ferramentas para desempenho individual, várias
técnicas de comunicação e inter-relacionamento pessoal, bem como saber lidar
com situações de conflito e reclamações.
Neste contexto, é primordial saber que a voz transmite entusiasmo e interesse
pelo interlocutor e pela relação estabelecida. Esta é uma ideia-chave que todos
devemos ter presente.
Muito bom dia, em que lhe posso ser útil?
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REGRAS BÁSICAS AO TELEFONE
Comece por dizer: Bom dia! Boa Tarde! Boa noite… com um sorriso.
CUIDADOS A TER NA COMUNICAÇÃO TELEFÓNICA
• Projecção – a voz deve ser projectada para que o interlocutor a ouça,
considerando a distância a que encontra em presença; ao telefone,
mantenha-o à distância de 3 a 5 cm dos lábios.
• Pronúncia – não se deve preocupar com o sotaque, mas em pronunciar
bem as palavras todas.
• Enunciação.
• Velocidades – em média, deve pronunciar-se 120 palavras por minuto.
NO ATENDIMENTO TELEFÓNICO EM PARTICULAR, DEVE:
1. cumprimentar o interlocutor;
2. identificar a empresa;
3. identificar-se a si próprio/a;
4. mostrar-se disponível.
Boa tarde! Ligou para a Moreira & Filhos Ldª, fala a Joana, em que posso ser útil?
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OUTROS CUIDADOS A TER NA COMUNICAÇÃO TELEFÓNICA
• Insista para saber o nome do interlocutor e use-o ao longo da conversa
para tornar a comunicação mais pessoal. Ex.: «A Sr. D. Luena deseja…»
• Nunca levante a voz.
• Sorria. Ainda que não se aperceba, a sua voz altera-se de facto se estiver a
sorrir. Por isso, se estiver irritado ou mal disposto, experimente sorrir antes
de dizer «Está lá?».
• Se se tratar de uma queixa, ouça até ao fim antes de iniciar a sua resposta.
Repita o que ouviu para mostrar que percebeu. A melhor maneira de
acalmar uma pessoa irritada com a sua empresa (ou consigo) é começar
por se solidarizar com ela e mostrar vontade de resolver o assunto. Se
disser calmamente «Estou a tomar nota de tudo o que acaba de me dizer e
vou tentar resolver este problema já.», a pessoa ficará bem impressionada.
• Tente reconhecer vozes de clientes habituais. Toda a gente gosta de ser
reconhecido e tratado com respeito e simpatia.
• Deve tomar nota das mensagens e transmiti-Ias. Se, depois de escutar a
pessoa em linha, chegar à conclusão de que o assunto não lhe diz respeito,
diga que vai tentar localizar a pessoa mais indicada para resolver o assunto
e transmitir-lhe o recado. Pergunte se prefere esperar ou que lhe ligue logo
que possível.
• Não deve tapar o bocal com a mão, nem transmitir a sua opinião pessoal
sobre os assuntos.
• Deve encaminhar assuntos. Uma solução é solicitar o envio de um e-mail
ou carta. Se vir que o assunto pode ser resolvido por outra pessoa, indique
esse caminho com educação. Nunca diga que o assunto não interessa à
empresa, mesmo que saiba que assim é.
• Não faça um longo silêncio durante a conversação telefónica: ao telefone
é fundamental ir dizendo «claro, pois, sim, tem toda a razão».
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• Se tiver de atender outro telefonema, peça licença à pessoa com quem
está a falar para o fazer e não se demore muito a atender a nova chamada.
Comece logo por dizer «Estava com o telefonema na outra linha, por isso,
se não se importa, diga-me onde está que eu ligo-lhe já».
Urbanização Nova Vida,
Rua 62, Casa 1561.
Município de Belas, Luanda
Tel.: 226 434 244
email: [email protected]
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