ENTENDIMENTOS FIRMADOS E PENDENTES NO
NOVO SISTEMA
São Paulo, 27 de junho de 2013
Mário Roberto Villanova Nogueira
Demarest Advogados
São Paulo - Brasil
CRITÉRIO DE FATURAMENTO
Caso Data Solutions / Singida (AC 08700.000258/2013-53)
Decisão publicada em 1º de fevereiro de 2013 - Pelo não conhecimento.
Trata-se de aquisição, pela Singida, do controle acionário da Data Solutions.
Entendimento do CADE: em operações envolvendo compra e venda de ações, os
critérios de faturamento de R$ 750 milhões e R$ 75 milhões devem ser alcançados
pelo grupo comprador e vendedor da operação, respectivamente. Ainda que existam
diversos grupos econômicos envolvidos na operação (identificados de acordo com os
critérios da Resolução nº 2 do CADE), em operações de compra e venda são
considerados, para fins de análise dos critérios de faturamento, dois grandes grupos:
vendedor e comprador.
Anteriormente à decisão do CADE em referido caso, não existiam quaisquer
parâmetros com relação ao preenchimento dos critérios de faturamento, uma vez que
o texto da Lei 12.529/2011 prevê que os critérios devem ser preenchidos por
quaisquer partes ou grupos envolvidos na operação.
CONTRATOS ASSOCIATIVOS
Caso Petrobrás / MPEC (AC 08700.008736/2012-92) Decisão publicada em 05 de novembro de 2012 - Pelo conhecimento e aprovação sem
restrições.
Trata-se de operação envolvendo parceria entre a BR e o Consórcio MPEC para oferta de
serviços de gestão ambiental e de gestão de risco.
Entendimento CADE: concluiu o CADE que os seguintes critérios devem ser observados
para identificar contratos associativos sujeitos a notificação obrigatória: (i) estabelecimento
de uma relação entre empresas para desenvolver conjuntamente uma atividade econômica,
mantendo-se a independência de seus centros decisórios; e (ii) previsão de exclusividade
entre as partes contratantes no tocante ao objeto da parceria.
Caso Claro S.A. e Vivo S.A (AC 08700.003536/2013-24) Decisão publicada em 10 de maio de 2013 - Pelo conhecimento e aprovação sem restrições.
Trata-se de operação envolvendo contrato de compartilhamento de infraestrutura e meios de
transmissão entre Claro e Vivo.
Entendimento CADE: concluiu o CADE que "em se tratando de acordo de cooperação entre dois
concorrentes diretos, para compartilhamento de ativos necessários às suas atividades
econômicas e que, em tese, em determinados casos podem ser incluídas cláusulas restritivas à
concorrência, a cautela demanda a apreciação da operação".
CONCEITO DE CONTROLE X INFLUÊNCIA RELEVANTECaso Prátika / BNDESPAR (AC 08700.007119/2012-70)
Decisão publicada em 28 de setembro de 2013 - Pelo não conhecimento.
A operação envolve o ingresso da sociedade BNDES Participações S.A. – BNDESPAR
no capital social da Prática Participações S.A. por meio da subscrição de 1.289.603 (um
milhão, duzentas e oitenta e nove mil, seiscentas e três) novas ações preferenciais,
com direito a voto e conversíveis em ações ordinárias.
Entendimento CADE: para fins de conhecimento da operação, deve-se observar tão
somente os critérios objetivos previstos na legislação. No caso, foi discutido o critério
de influência relevante, concluindo o CADE que: "a influência relevante não pode ser
confundida com o conceito de controle de que trata o art. 9, I, da Resolução nº 2 do
CADE, na medida em que os critérios de análise da submissão obrigatória ou não dos
atos de concentração devem atender os parâmetros objetivamente fixados no aludido
ato infralegal.
Confirmação pelo CADE de que devem ser observados os critérios objetivos
estabelecidos na Resolução nº 2, sendo inaplicável o conceito de "influência relevante"
para conhecimento de operações.
APLICAÇÃO DE MULTAS - CONDUTAS ANTICONCORRENCIAISCaso SDE x Associação Paranaense de Produtores de Cal (PA
08012.009834/2006-57)
Julgamento em 20 de fevereiro de 2013 - Condenação das Representadas.
Na ocasião do julgamento do processo administrativo em referência, foi suscitada
discussão quanto à aplicação da lei mais benéfica para o cálculo da multa por prática
de conduta anticoncorrencial.
Entendeu o Tribunal do CADE que, no caso de empresas e administradores, a nova
legislação concorrencial é mais benéfica no que aos parâmetros para cálculo da multa
por infração à ordem econômica. Contudo, é importante ressaltar que a conclusão
quanto à lei mais benéfica ao Representado pode variar de acordo com o caso
concreto.
No caso das demais pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado
(incluindo associações), concluiu-se que deve ser aplicada a legislação revogada (Lei
8.884/94), por ser mais benéfica ao Representado.
A discussão só é aplicável aos processos iniciados sob a égide da antiga legislação
concorrencial e ainda não concluídos pela autoridade concorrencial.
Obrigado!
Mário Roberto Villanova Nogueira
Demarest Advogados
São Paulo - Brasil