Download - Eng Seg Unip Aula 1 Prao
“Se você sempre imaginou que pessoas podem administrar seu trabalho com doença e estarem sempre saudáveis, a resposta é - elas não podem” Stellman , JM - New York (Women’s work, women’s health – 1976)
Risco de quê?
Bactérias Vírus
Fungos
Protozoários Ectoparasitas
Hepatite
Escabiose
Tuberculose
Sida
Influenzae
Herpes
Conceitos
Risco → é a probabilidade de ocorrência do perigo.
Risco Biológico → o contato com vírus, bactérias, protozoários, lixo hospitalar, esgoto, sujeira, dejetos, objetos contaminados, contágio pelo ar ou insetos, picadas ou mordidas de animais como aracnídeos ou roedores, alergias, intoxicações e queimaduras causadas por vegetais ou animal. (Anexo 14- NR-15)
Decorrentes da exposição à agentes potencialmente
patogênicos que podem causar infecções graves
Mapa de Riscos
Agentes Biológicos
Materiais Biológicos → todo material que contenha informação genética e seja capaz de auto-reprodução ou de ser reproduzido em um sistema biológico.
Agentes Biológicos → microorganismos que podem causar infecções, alergias ou efeitos tóxicos.
Bactérias, vírus, fungos e protozoários;
Clamídias, rickettsias, príons.
Os agentes biológicos podem provocar doenças do trabalho, portanto, classificados como acidentes do trabalho, desde que estabelecido o respectivo nexo causal. Incluem infecções agudas e crônicas, parasitoses e reações alérgicas ou intoxicações provocadas por plantas e animais.
Transmissão
Formas de Veiculação de agentes patogênicos:
Aeróssois;
Poeiras;
Alimentos;
Instrumentos laboratoriais;
Água;
Culturas;
Amostras biológicas (sangue, urina, escarros, secreções, etc).
Vias de entrada e saída: pele, nariz, boca, órgãos genitais...
Classificação
Distribuídos em classes de risco biológico em função de diversos critérios:
Gravidade da infecção
Capacidade de disseminar no meio ambiente
Estabilidade
Endemicidade
Modo de Transmissão
Vias de infecção
Existência de medidas profiláticas e tratamentos
eficazes
Outros fatores considerados:
Perdas econômicas que possam gerar
Existência ou não do agente no país
Sua capacidade de se implantar em uma
nova área onde seja introduzido.
Classificação
Grupo de Risco 1
Constituído de microrganismos cuja probabilidade de causar doenças no ser humano é baixa.
Agaricus bisporus Saccharomyces cerevisiae
Classificação
Grupo de Risco 2
Podem causar doenças Constitui perigo para trabalhadores Probabilidade de propagação baixa Existe tratamento eficaz
Salmonella typhimurium Staphylococcus aureus
Classificação
Grupo de Risco
3
Podem causar doenças graves Constitui risco grave para trabalhadores Suscetível de propagação no coletivo Existe tratamento eficaz
Mycobacterium tuberculosis Yersinia pestis
Classificação
Grupo de
Risco 4
Podem causar doenças graves Constitui risco grave para trabalhadores Probabilidade de propagação elevada Não existe tratamento eficaz
Ebola vírus Mycoplasma mycoides mycoides
Classificação Simplificada
Grupo 1: baixo risco individual e coletivo
Grupo 2: individual moderado / coletivo moderado
Grupo 3: individual alto / coletivo baixo
Grupo 4: individual e coletivo alto
Ambiente de Trabalho com exposição potencial a riscos biológicos
Indústria Exemplos
Agricultura
Cultivo e colheita
Pecuária
Sivicultura
Pesca
Produtos Agrícolas
Matadouros
Silos de grãos, rapé
Processamento de pelo e
couro de animais
Fábricas Têxteis
Carpintaria: serraria,
fábricas de papel, cortiça
Cuidado com animais de
laboratório
Assistência à saúde Cuidados de pacientes:
médico e dentário
Indústria Exemplos
Produtos
farmaucêticos e de
origem vegetal
Cuidados pessoais Cabeleleiro e
podologista
Laboratórios clínicos de
pesquisa
Biotecnologia Centros de produção
Centros ambulatoriais
Manutenção predial Edifícios “Doentes”
Tratamento de esgoto e
fertilizantes
Sistemas industriais
para tratamento de
resíduos
Ambiente de Trabalho com exposição potencial a riscos biológicos
Variáveis que condicionam a forma como o trabalhador é exposto ao risco biológico:
Quantidade do agente perigoso
Concentração do agente perigoso
Duração da exposição
Local da exposição
Exposição
Velocidade do dano biológico podem ser relacionadas à:
Mudanças na absorção do agente
Nível de exposição
Suscetibilidade do hospedeiro
Sinergia com outras exposições
Exposição mais elevada
Níveis de limiar para a doença
Exposição
Exposição com intenção deliberada: manipulação direta do
agente biológico como objeto principal do trabalho
Ex: Cultivo de microrganismos
Exposição sem intenção deliberada: manipulação indireta do
agente biológico, pois este não é o objeto principal do trabalho
Ex: manipulação de amostras biológicas
Fonte: Reinhardt (2013)
Características da exposição
Exposição aguda local:
→ Ocorre numa zona localizada do organismo durante um período de tempo curto
Exposição crônica local:
→ Ocorre numa zona localizada do organismo durante um período de tempo longo
Exposição aguda sistêmica:
→ Afeta um órgão específico afastado do local da exposição, após uma exposição curta
Exposição crônica sistêmica:
→ Afeta um órgão específico afastado do local da exposição, após uma exposição prolongada
Atividade x Riscos x Doenças
Processamento de batata: exposição a endotoxinas x sintomas gerais e respiratórios
Museus e Bibliotecas: poluição dos livros por fungos (Aspergillus, Penicillium) – exposição dos trabalhadores, causando convulsões febris, náuseas, calafrios e tosse
Produção de Queijos: elevada concentração do fungo Penicillium camemberti var candidum em amostras de sangue dos trabalhadores, em conjunto com as causas dos sintomas clínicos respiratórios indicam relação etiológica entre sintomas respiratórios e alta exposição ao fungo
Medidas de Controle
Hierarquia → Controle de Riscos na fonte
Controle de Riscos na trajetória
Proteção Individual
Tipos de medidas de controle
Eliminação ou substituição
Interposição de barreiras: no ambiente ou no indivíduo
Procedimentos
Outras medidas administrativas
Controle de Riscos na Fonte
Eliminação, substituição ou controle da fonte e do agente
Eliminar todas fontes possíveis – não deixar acumular resíduos e substituir ou eliminar equipamentos, instrumentos, ferramentas e materiais potencialmente contaminados
Controle de pragas e vetores e controle de acesso de visitantes e terceiros
Afastar temporariamente trabalhadores que possam transmitir doenças a outros trabalhadores nos ambientes de trabalho
Em relação a pacientes: eliminar exames, procedimentos e retornos desnecessários
Controle de Riscos na Trajetória
Prevenção ou diminuição da disseminação do agente no ambiente de trabalho
→ Manter o agente restrito à fonte ou ao seu ambiente imediato: sistemas fechados e recipientes fechados, enclausuramento da fonte, ventilação local exaustora, CSB, segregação de materiais e resíduos
→ Isolamento ou diluição do agente: ventilação geral diluidora, áreas com pressão negativa, antecâmaras para troca de vestimentas, isolamento de pacientes, estabelecimento de áreas com finalidades específicas
Proteção Individual
Capacitação inicial e continuada
Uso dos EPIs adequados: luvas, protetores respiratórios, protetores faciais, óculos
Higiene das mãos
Guarda e higienização correta de vestimentas corretas
Atitudes pessoais e instalações adequadas
→ Locais e asseio para refeição, dencanso
→ Uso de adornos
Medidas de proteção a trabalhadores mais suscetíveis: grávidas, imunocomprometidos, alérgicos...
Planejar horários e turnos de forma a minimizar exposição
Prevenção
Conhecimentos do princípio de epidemiologia e transmissão de doenças infecciosas
Exames médicos periódicos
Imunização
Proteção coletiva / Proteção Individual
Descarte correto de resíduos biológicos
Métodos utilizados no controle do agente patológico
Detecção de doenças ocupacionais de origem biológica
PCMSO
PPRA
PPRA
I - IDENTIFICAÇÃO DOS
RISCOS MAIS PROVÁVEIS
Fontes de exposição e
reservatórios
Vias de transmissão e
de entrada
Transmissibilidade, patogenicidade
e virulência do agente
Persistência do agente biológico
no ambiente
Estudos epidemiológicos ou
dados estatísticos
Outras fontes científicas
II – AVALIAÇÃO DO LOCAL
DE TRABALHO E DO TRABALHADOR
Finalidade e descrição do
local de trabalho
Organização e procedimentos
de trabalho
Possibilidade de exposição
Descrições das atividades e
funções de cada local de trabalho
Medidas preventivas aplicáveis e
seu acompanhamento
Identificação do Risco Biológico
Fonte: Reinhardt (2013)
Identificação e caracterização do risco biológico, considerando:
→ Doenças mais prováveis no serviço
→ Fontes (pacientes e ambientais) comprovadas e possíveis
Só então apontar os agentes presumidos mais prováveis - correspondentes aos que causam as doenças mais prováveis
Descrição dos agentes presumidos
Vias de exposição (transmissão) Persistência
Estimativa da gravidade do dano (patogenicidade, virulência)
Avaliação do Risco Biológico
Levantar as doenças transmissíveis presentes a partir de dados
epidemiológicos
Levantar as fontes de exposição presentes
Observar situações em que possa ocorrer contato entre a fonte
de exposição e o trabalhador
Observar se não há barreira que bloqueie a via de transmissão
Fonte: Reinhardt (2013)
PCMSO
É dependente do PPRA e deve contemplar:
Reconhecimento e avaliação dos riscos biológicos
Localização das áreas de risco conforme PPRA
Relação nominal dos trabalhadores, sua função, o local onde exercem suas funções e os riscos a que estão expostos
Estabelecimento de conjunto de exames clínicos e complementares
Prazo e periodicidade para as avaliações clínicas
Indicadores biológicos
Vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos
Programa de vacinação
Acidentes de Trabalho
Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem afastamento do trabalhador, deve ser emitida a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho).
Art. 22º da Lei nº 8.213/1991 – A empresa deverá comunicar o acidente de trabalho à
Previdência Social no 1º dia útil seguinte ao da ocorrência e de imediato em caso de
morte, sob pena de multa...
PCMSO - Exposição Acidental
a) Procedimentos
Diagnóstico, acompanhamento e prevenção
b) Medidas de descontaminação
Considerando o agente, concentração e vias de transmissão
c) Tratamento médico de emergência
d) Identificação dos responsáveis pelas medidas
e) Relação dos estabelecimentos de saúde
Assistência e depositários
f) Formas de remoção
NR - 32
Exposição acidental
Lavar a área atingida com água e sabão, comunicar o serviço médico da instituição
Emissão de CAT - geralmente sem necessidade de afastamento
Tentar obter a sorologia do paciente-fonte
Sorologia do acidentado - imediatamente após o acidente, 3 semanas, 3 e 6 meses depois
Quimioprofilaxia: terapia anti - retroviral (ideal 2 horas após acidente) e aplicação da HBIG (imunoglobulina hiperimune) seguida da vacinação (3 doses) nos casos suspeitos de contaminação por hepatite B.
Controle do Risco Biológico
Baseado em indicadores
→ Especialmente os epidemiológicos
Pacientes e trabalhadores
Fontes ambientais
→ Mas, em alguns casos, também em dados quantitativos: relação mais fraca com a doença
Monitoramento da eficácia das medidas de prevenção à exposição