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Elaboração de planos de gerenciamento de resíduos
industriais
Profa. Dra. Adriana Maria Nolasco
Laboratório de Movelaria e Resíduos Florestais
LCF/ESALQ/USP
Estudar método para elaboração de planos de gerenciamento
de resíduos indústriais baseados em princípios de Produção mais Limpa e Planejamento Estratégico.
Objetivo
Planos definidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos
• Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PNRS (LEI 12305/2010)
• Art. 20. Estão sujeitos à elaboração de plano de gerenciamento de resíduos sólidos:
• Indústrias
• Mineradoras
• estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que: a) gerem resíduos perigosos; b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal; ...
• farão parte do licenciamento ambiental da empresa ou da Renovação da Licença de Operação, quando serão apresentados também os relatórios de monitoramento e planos revistos
Instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos
BASE PARA MONITORAMENTO E AÇÃO DO ESTADO
PARA EVITAR IMPACTOS AMBIENTAIS NEGATIVOS
Um dos principais
instrumentos da
PNRS
•EXIGÊNCIA LEGAL
Razões para implementar um plano de gerenciamento de
resíduos
• Resíduos são materiais que passaram pelo processo consumindo:
• Insumos (água, energia, etc);
• Matéria-prima;
• Causando desgaste nos equipamentos;
• Utilizando mão-de-obra;
• Participando dos custos fixos da empresa;
MAS que não se tornaram produto, ou seja,
NÃO AGREGARAM VALOR
Razões para implementar plano de gerenciamento de
resíduos
Exigem gastos com armazenagem, transporte, tratamento, destinação final e recuperação
de áreas degradadas;
Reduzem lucratividade, prejudicando a competitividade;
Aumentam riscos, e portanto os custos de seguros;
Promovem prejuízo da imagem corporativa.
Razões para implementar plano de gerenciamento de
resíduos
Instrumentos econômicos (incentivos/subsídios ou taxas) – acesso a algumas
fontes de financiamento (BNDES, FINEP, etc.);
Adesão voluntária (acordos setoriais, acesso à novos mercados, imagem, etc.)
Necessário para alguns tipos de certificação ambiental
Razões para implementar plano de gerenciamento de
resíduos
Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos
tem o seguinte conteúdo mínimo:
• I - descrição do empreendimento ou atividade;
• II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;
• III - observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos:
• a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos;
• b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;
• IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores;
• V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em situações de gerenciamento incorreto ou acidentes;
• VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos competentes;
• VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art. 31;
• VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos;
• IX - periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo dos órgãos do Sisnama.
Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos
tem o seguinte conteúdo mínimo:
Tipos de Planos de Gerenciamento de Resíduos
a) Plano individual
b) Plano em conjunto com outras empresas:
Empresas que operam de forma
integrada
Etapas para elaboração do Plano de Gerenciamento
de Resíduos
1. Política Ambiental da Empresa
Elaborada pela direção da empresa
Reconhecer e assumir as questões ambientais como sua
responsabilidade (gestão institucional alinhada com a
legislação, as políticas públicas, demandas do mercado, da
própria empresa e da sociedade)
Definir objetivos (o que pretende com o plano, quais os
resultados esperados) para melhoria ambiental contínua
Definir recursos financeiros, humanos, tempo, etc.
Ser pública e divulgada no ambiente interno e externo
2. Objetivos e planejamento
Composição:
Pequenas empresas: 2 a 3 funcionários
Grandes: 1 por setor/consultoria externa
Empresa externa/consultoria
Composição depende do porte
da empresa e riscos
2.1 Equipe de Planejamento
Função:
Apoiar a direção na definição dos
objetivos
estimular participação
realizar diagnóstico e analisar dados
priorizar ações
elaborar os programas que farão parte
do sistema de gestão
monitorar a implantação e operação
dos programas
- devem estar inseridos na política ambiental da empresa,
- expostos de maneira clara, estabelecendo relações de causa e
efeito entre as atividades a serem executadas e os resultados
esperados.
Exemplos:
• Reduzir o volume de resíduos destinados a aterros industriais e
sanitários, reduzindo os riscos ambientais da atividade produtiva e
os custos do manejo
• Dar destinação adequada a todos os resíduos gerados pela
indústria, reciclando e aproveitando aqueles com potencial de
valorização
2.2 Objetivos
3. Diagnóstico
Objetivo:
Criar uma ampla base de informações a
respeito do ambiente interno e externo ao
empreendimento, que sirva para definição
das ações estratégicas e para o
planejamento operacional.
a) Identificação do gerador e caracterização do
empreendimento
• Razão Social, CNPJ, I.E., Nome Fantasia;
• Atividade Principal;
• Endereço do Empreendimento (logradouro, nº., bairro, cidade, CEP, telefone, fax, Coordenadas Geográficas e endereço eletrônico, se houver);
• Endereço para Correspondência, caso não seja o mesmo do empreendimento (logradouro, nº, bairro, CEP, cidade, estado e caixa postal, se houver);
• Número Total de Funcionários (próprios e terceirizados);
• Representantes legais e pessoas para contato.
b) Diagnóstico de geração e gerenciamento dos
resíduos
• quais resíduos são gerados,
• onde eles são gerados,
• qual o motivo da geração (fator gerador),
• quanto resíduo é gerado,
• qual sua composição,
• quando é gerado,
• qual a destinação atual dos resíduos e seus impactos
Avaliação da área externa da empresa para:
- identificar os resíduos gerados,
- quantificar os resíduos
- identificar as ações implementadas no gerenciamento atual
- avaliar os impactos ambientais resultantes do modelo de
gestão atual e da forma de manejo adotada (Ex. resíduos
separados ou misturados, etc.)
-Casca
- costaneira
- serragem
- cavaco
- tocos, pontas, aparas
- maravalha
- rolo-resto
- peças desclassificadas
no controle de qualidade
Contaminados ou não por:
- produtos químicos do
tratamento da madeira
- tintas e vernizes
- cola
Tipos de resíduos madeireiros
Proibições – Lei no. 12305 / 2010
lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
queima a céu aberto ou similares, salvo se autorizado.
utilização dos rejeitos dispostos como alimentação;
catação;
criação de animais domésticos;
fixação de habitações temporárias ou permanentes; entre outras.
O que não podemos fazer com os
resíduos?
Material quantificado: material de
aproveitamento
(a), resíduo grosso armazenado (b), resíduo
fino (c).
Destinação para aterro indústrial ou sanitário ou
lixão.
Gerenciamento convencional - negativo
Queima céu aberto
Depósito próximo à empresa
Gerenciamento – positivo -
valorização
Melhor estratégia: resíduo usado como matéria-
prima na própria produção – diversificação de
produtos
Produção de energia interna: caldeiras.
Programas sociais com novos produtos.
Cavaco para
energia
Briquete e pellets
Carvão
Termoelétrica
Cama aviários
Compostagem
Avaliação da área interna da empresa para:
- identificar os tipos de resíduos gerados por operação / célula
produtiva
- identificar os fatores geradores
- quantificação por tipo de resíduo e operação geradora
Lay-out: Distribuição física de
elementos num determinado
espaço, dentro de um
ambiente industrial.
Identificar os setores, células
produtivas, máquinas,
operações, fluxos de
produção, etc.
Legenda:
1 – serra circular;
2 – lixadeira;
3 – furadeira;
4 – respigadeira;
5 – desengrossadeira;
6 – desempenadeira;
7 – serra-de-fita;
8 – tupia;
9 – bancada de
prensagem.
Diagrama de um fluxo completo de fabricação de um produto
e da geração de resíduos
Exemplo de um quadro de identificação de tipos de resíduos e fatores
geradores apresentando resultados de uma indústria de móveis de
madeira maciça
Tipo de operação Fator gerador de resíduo Tipo de resíduo
1 – Recebimento da matéria-prima - sem critérios de controle de qualidade da
madeira na compra e no recebimento
- material de
aproveitamento
- resíduo grosso
2 – Secagem da madeira em estufa - falta de programa adequado de secagem
para as diferentes espécies
- material de
aproveitamento
- resíduo grosso
3 – Fase de preparação da matéria-prima: corte da peça de
madeira no comprimento, para diferentes componentes de
madeira certificada (serra circular)
- defeito nas peças
- falta de adequação entre a dimensão
das peças brutas em relação à dimensão
do componente
- operação de serrar
- material de
aproveitamento
- resíduo grosso
- resíduo fino
4 – Fase de preparação da matéria-prima: corte da peça de
madeira na largura, para diferentes componentes de madeira
certificada (serra circular)
- defeito nas peças
- dimensão das peças brutas em relação à
dimensão do componente
- operação de serrar
- material de
aproveitamento
- resíduo grosso
- resíduo fino
5 – Fase de preparação da matéria-prima: corte da peça de
madeira na espessura, para diferentes componentes de
madeira certificada (serra circular)
- dimensão das peças brutas em relação à
dimensão do componente
- operação de serrar
- resíduo grosso
- resíduo fino
6 – Fase de preparação da matéria-prima: corte da peça de
madeira no comprimento, para diferentes componentes de
madeira certificada e não certificada (serra-de-fita)
- defeito nas peças
- dimensão das peças brutas em relação à
dimensão do componente
- operação de serrar
- material de
aproveitamento
- resíduo grosso
- resíduo fino
7 - Fase de preparação da matéria-prima: corte da peça de
madeira na largura, para diferentes componentes de madeira
não certificada (serra-de-fita)
- dimensão das peças brutas em relação à
dimensão do componente
- operação de serrar
- resíduo fino
14 – Fase de acabamento da matéria-prima: lixamento da
peça de madeira, para diferentes componentes de madeira
certificada (lixadeira de cinta vertical)
- operação de lixamento - resíduo fino
Quadro 1 - Tipos de resíduos gerados pelas operações na fabricação de
cadeiras
Picture 1 - Residues types generated by the operations of the manufactured
chairs
A identificação dos tipos e fatores geradores pode ser
feita, ainda, através de:
- Observação “in loco”
- dados secundários (relatórios da empresa, estudos
anteriores, etc.)
- entrevista e workshops com os funcionários de cada
setor, entre outros métodos.
POR QUE o resíduo é gerado?
A resposta geralmente está relacionada:
à qualidade da matéria-prima (defeitos);
ao processo adotado;
às máquinas, ferramentas, tecnologias utilizadas;
à características da mão-de-obra;
ao design e/ou características do produto,
Modulação matéria prima X produto, etc.
Defeitos da madeira: n (nó) e g (grã) (a), b (brancal) e m (mancha) (b), c (caruncho) e g (grã) (c), e (estrondado)
e rs (rachadura de superfície) (d), rt (rachadura de topo) (e), encanoamento (f), empenamento torcido (g).
Defeitos X características da espécie X local de procedência X
critérios de qualidade da empresa X características do produto X
critérios de qualidade do mercado
- Depende do tipo de produto fabricado e desenho do
produto
- Do nível de complexidade e detalhes do produto (>
número de operação > geração de resíduos)
- Modulação entre matéria-prima e componentes do
produto
- Plano de corte
Forma da matéria-prima X forma do
produto
Forma da matéria-prima X forma do
produto
Forma da matéria-prima X forma do
produto
Painéis
-uso de
partículas –
maior
aproveitamento
-modulação –
projeto mais
adequado para
o tipo de
matéria-prima
Forma da matéria-prima X forma do
produto
Painéis – móveis retilíneos
Forma da matéria-prima X forma do
produto
- Maior diversidade de produtos na mesma empresa = maior
potencial de aproveitamento
- Padronização de produtos = maior aproveitamento, economia
de tempo, energia e matéria-prima
Tipo de produto
- Baixo nível de capacitação – apredizagem de “mestre para
aprendiz” (informalidade)
- Plano de corte - Decisões sobre operações:
Menor experiência – Maior geração de resíduos
- Produto insuficientemente projetado deixa maior número de
decisões para os operadores
- Alta rotatividade da mão de obra
Mão-de-obra
Nível de automação e tecnologia
- quanto menor, maior número de decisões que
deverão ser tomadas pelos operadores
- exige certo nível de padronização da matéria prima
Centro de usinagem da madeira
Tipos de máquinas,
ferramentas e
manutenção
- máquinas e tecnologia obsoleta
- máquinas utilizadas com função
inadequada
- serras com especificações incorretas
para o tipo de produto e matéria-prima
- não há protocolos de manutenção
Sistema administrativo da empresa
- produção sob encomenda ou seriada
- existência ou não de sistemas de gestão ambiental
QUANTO resíduo é gerado?
Quantificação deve ser coerente com os objetivos do plano de
gerenciamento:
Tratamento: volume total ou em função da classificação
(segregar perigosos, não perigosos, etc.)
Valorização: volume por tipo de resíduo
Adequado a cada tipo de resíduo e destinação
Aferição direta: pesagem, vazão, etc.
Estimativa: balanço de massa, modelagem empírica ou matemática,
índices de geração, etc.
A unidade utilizada para expressar quantidade deve ser compatível com o
tipo de material e com as necessidades para planejamento da produção
com o resíduo.
Métodos para quantificação de resíduos
QUANTO resíduo é gerado?
NEM SEMPRE É UMA TAREFA
FÁCIL.
Volume da pilha (m3/6000m2) 5630 Volume da pilha (m3/m2) 0,94 ērea total da pilha (m2) 14500 rela¨‹o de volume madeira/pilha 62% Volume estimado de Madeira (m3) 8437
QUANTO resíduo é gerado?
Exemplo: Balanço de massa – Serraria Rondônia
total Extraido
(m3)
total Vendido (m3)
total Estocado
(m3)
total Res’duo
(m3)
Rendimento (%)
13951,1
3470,2 2107,3 8373,6 40,0
QUANTO de resíduo é gerado?
QUANTO de resíduo é gerado?
Inserir os dados nos fluxogramas ou nos quadros apresentados
QUAL A COMPOSIÇÃO do resíduo gerado?
Objetivo é permitir a classificação do resíduo e embasar o processo de tomada de decisão
quanto ao gerenciamento:
Formas de tratamento
Potencial de valorização (recuperação, reciclagem, aproveitamento, reuso)
Necessidade de segregação dos resíduos na origem
Permite indicar a incompatibilidade (química, física e/ou biológica) entre resíduos ou
materiais, evitando sua disposição ou armazenamento conjunto;
Restrições legais
Condições de transporte e disposição final
Prevenção de acidentes
Para licenciamento ambiental do empreendimento
Caracterização permite a classificação quanto: Origem (Política Nacional
de Resíduos Sólidos) e Periculosidade (ABNT-NBR 10004-10007)
-Industrial
-Domiciliar
-Da Limpeza Urbana
-Urbanos
-Comerciais
-Da construção civil
-De Serviços de Saúde
-Agrossilvipastoris
-De serviços de transporte
-De mineração
Etc.
QUAL A COMPOSIÇÃO do resíduo gerado?
QUAL A COMPOSIÇÃO do resíduo gerado?
Resíduo ligno-celulósico
-Classe II A
Observação:
CLASSE I: quando não recebe tratamentos e acabamentos (fungicidas,
preservantes, vernizes, tintas, inseticidas, etc. que podem emitir gases tóxicos
quando queimados). Também exclui-se desta categoria os resíduos de painéis a
base de formaldeído e adesivos fenólicos (depressão do Sistema Nervoso Central,
insuficiência cardíaca e respiratória).
Características:
-Grande diversidade (finos – serragem, maravalha, pó-de-serra, cavaco; grosso –
aparas, pontas, partes desclassificadas, etc.)
-Baixa densidade
-Combustível
-Biodegradável
Resíduos Grossos - casca
- costaneira
- tocos, pontas, aparas
- rolo-resto
- peças com defeito
Classificação quanto
ao estado físico:
Resíduos Finos:
Cavaco – máximo 50 X 20 mm
Serragem – entre 0,5 e 2,5 mm
Maravalha – acima de 2,5 mm –
forma de lâmina
Pó – menor que 0,5 mm
(Cassilha et al., 2003)
Classificação quanto
ao estado físico:
QUANDO é gerado? Sazonalidade.
Define compatibilidade entre:
geração de resíduo (volume por período de tempo)
volume por período de tempo necessário para fabricar o produto de
aproveitamento (considerar possibilidade de armazenamento em função das
características do resíduo, da legislação ambiental e dos riscos)
X
-custos de recolhimento e viabilidade de aproveitamento
-necessidades de transporte (tipo, frequencia)
-riscos no transporte
Dispersão espacial
Barreiras ao diagnóstico
Resistência à mudanças e paradas na produção
Problemas gerados por aumento de demanda ou falhas no processo
industrial
Falta de informação adequada e suficiente e estímulo à participação
Falta de recursos financeiros
Falta de organização e registro de informações
na empresa
Limitações no tempo
Análise dos dados e geração de informações
Total de produtos, sub-produtos e resíduos
pontos críticos de geração de resíduos
perdas por vazamento e emissões
perdas por tecnologia
perdas por qualidade de matéria-prima
perdas por capacitação de mão-de-obra
avaliação de desempenho econômico e
ambiental da empresa/instituição
4. Definição de prioridades, metas e soluções
Recurso menor que o necessário, tempo
restrito, recursos humanos limitados – as
decisões devem prever:
Bom senso e consenso na definição de prioridades e na
escolha das soluções
Respeito às peculiaridades econômicas, sociais e culturais
locais
Muito planejamento
Sucesso!!!
Prioridades são definidas em função dos seguintes fatores:
- problemas de maior gravidade devido ao grande volume ou periculosidade;
- resíduos de maior risco ambiental e para a saúde pública;
- problemas que estão resultando em maior pressão pelos grupos internos e
/ou externos, comprometendo a imagem da empresa;
- não conformidades já identificadas pelos órgãos ambientais e que estão em
processo de ajustamento de conduta; entre outros.
Entendimento claro das relações Problema/Causa/Efeito
Pesar benefícios e riscos de uma decisão
Buscar consenso nas decisões
Testar a veracidade das causas de um problema, antes de tomar
decisões baseadas em tentativas e erros
Exercitar o pensamento preventivo em planos de ação a serem
implementados ou usar ferramentas de simulação para prever
resultados e comparar alternativas
Para definir adequadamente as prioridades é preciso:
DEFINIÇÃO DOS PROGRAMAS DE AÇÃO
O levantamento e seleção das soluções deve buscar
responder as seguintes perguntas:
• Como deixar de gerar resíduos?
• Como reduzir a geração de resíduos?
• Como valorizar interna e externamente?
• Como reduzir a periculosidade e/ou volume dos rejeitos?
• Como coletar, armazer e dispor de forma adequada os
rejeitos?
As soluções
Abordagens no Gerenciamento de Resíduos
Dispor
Tratar
Valorizar
Prevenir a
geração
Contribuição
para a solução
do problema
TRADICIONAL
LÓGICA
Qualquer prática, processo ou técnica que vise a redução ou
eliminação em volume, concentração e/ou toxidade dos resíduos na
fonte geradora.
Cada passo sucessivo no controle de um resíduo representa custo
adicional para alguém; por isso uma regra lógica na priorização de
ações possíveis é começar por onde surgem os resíduos.
PREVENIR / MINIMIZAR A GERAÇÃO
Exemplo de ações para redução da geração de resíduos:
Controle de qualidade no recebimento da matéria-prima;
Mudança de matéria-prima ou de fornecedor;
Adequação da modulação matéria-prima e componentes do
produto;
Capacitação da mão-de-obra;
Manutenção de máquinas e de ferramentas.
PREVENIR / MINIMIZAR A GERAÇÃO
VALORIZAÇÃO
Abordagem orientada a extrair valores materiais ou energéticos dos
resíduos contribuindo para reduzir o volume que seria descartado e os
custos com tratamento e disposição.
Agregar valor de mercado ou uso aos resíduos.
APROVEITAMENTO
RECICLAGEM
APROVEITAMENTO
Materiais de construção:
Materiais de construção
e revestimento:
Pastilhas/mosaico de coco, tucumã, açaí,
madeira, etc. APROVEITAMENTO
APROVEITAMENTO
Móveis:
Móveis:
APROVEITAMENTO
Reciclagem
do papel
Reciclagem do
alumínio
Reciclagem do
plástico
RECICLAGEM
TRATAMENTO
Ações técnicas voltadas à redução de volume, periculosidade e/ou riscos ambientais dos
resíduos.
Tipos:
Físicos (separação de componentes, prensagem, decantação, tratamento por
membranas, centrifugação)
Químicos (floculação, neutralização)
Térmicos (incineração, tocha de plasma, combustão, esterilização)
DISPOSIÇÃO
Coleta
Transporte
Disposição final em aterro industrial, sanitário, etc.
de acordo com as normas e
legislação
Internas engenheiros e operadores
da planta industrial
brainstorming e outras
técnicas de criatividade
aplicadas à equipe
Externas associações de classe
(FIESP)
publicações técnicas e
científicas
agências ambientais
vendedores de
equipamentos
consultores externos
comunidade
ONGs
seguradoras e agências de
financiamento, etc.
Onde buscar alternativas de solução?
Critérios para escolha das ações
Contribuição da proposta para redução da quantidade
de resíduo
redução de riscos causados pelos resíduos
(toxicidade, flamabilidade, reatividade, corrosividade,
etc.)
redução de custos de tratamento e disposição dos
resíduos
redução dos custos com matéria-prima
redução de custos com ações civis
sucessos anteriores já obtidos por outras empresas
não comprometimento da qualidade do produto
valor de investimento e taxa de retorno
custo operacional e de manutenção
tempo para implementação (curto/médio/longo)
facilidade de implementação
Consenso na
decisão
FONTE: Casos de Sucesso em P+L
www.cetesb.sp.gov.br/Ambiente/producao_limpa/casos.asp
Exemplos de ações implementadas e seu
monitoramento
AS SOLUÇÕES
a) não devem ser delegadas a uma única alternativa, mas sim a uma rede integrada de soluções capazes de satisfazer as necessidades da eliminação não só das correntes primárias de resíduos (geração na produção), mas também das correntes secundárias (geração pós-consumo)
b) Devem ser organizadas em programas de ação: programa de redução de geração; programa de valorização; programa de tratamento e disposição
b) não devem ser selecionadas pensando somente no curto prazo, mas também a médio e longo prazo
c) responsabilidade compartilhada e solidária no gerenciamento de resíduos de um produto (ciclo de vida): produtores, fornecedores de materiais, comerciantes, consumidores e autoridades públicas dividem responsabilidades específicas
Programas devem mesclar
Soluções simples (baixa
demanda de esforço e recursos.
Soluções a curto prazo) –
Fundamentais: motivadoras.
Soluções complexas (maior
elaboração, alto investimento,
médio e longo prazo)
5. IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES
Quando iniciar a implementação?
- quando o plano estiver concluído,
- os problemas e soluções identificados,
- os responsáveis e as responsabilidades estabelecidas e documentadas e
- tudo disponível para todos os setores da empresa, especialmente para aqueles que terão que executar as ações.
a) Responsáveis e
responsabilidades bem
definidas
Uso de organograma.
Quadro de identificação de
cada setor.
Tudo documentado e
disponível para toda a
empresa.
b) Treinamento,Conscientização e Competência:
Plano de Gerenciamento deve prover treinamento
aos funcionários com atribuições claras, para que
estejam conscientes da importância do cumprimento da
política e objetivos, das exigências legais e de outras
definidas pela empresa;
O treinamento também deve levar em consideração
todos os impactos ambientais reais ou potenciais
associados as suas atividades de trabalho.
c) Comunicação
A empresa deve possuir canais
de comunicação eficientes
relativos às questões de
gerenciamento de resíduos para
seus funcionários e comunidade
externa.
d) Documentação do Plano de
Gerenciamento de Resíduos:
A empresa precisa ter um Manual de
Gerenciamento de Resíduos que contenha
as exigências ambientais da empresa,
objetivos, metas e procedimentos.
e) Procedimentos de Emergência:
A empresa deve possuir procedimentos para
prevenir, investigar e responder a situações
de emergência, devendo possuir e manter
planos e funcionários treinados para atuar
em tais situações.
6. MONITORAMENTO E REFORMULAÇÃO
Verificação e Ação Corretiva
a) Monitoramento e Medição:
Deve ter um programa para medir o desempenho das ações
propostas com MÉTODOS, INDICADORES E ÍNDICES DE
REFERÊNCIA (MARCO ZERO E ÍNDICES PARA O SETOR)
b) Não-Conformidade e Ações Corretivas e
Preventivas:
Deve definir responsáveis com autoridade para investigar as
causas das não-conformidades e tomar as devidas ações
corretivas e preventivas.
c) Auditoria do Plano de Gerenciamento de Resíduos:
Programa de auditoria periódica (por agente interno e/ou externo)
d) Registros:
Arquivar todos os resultados de auditorias, análises, etc.
Objetivo - mostrar e provar, a quem quer que seja, que a empresa possui um
Plano de Gerenciamento de Resíduos eficiente.
Verificação e Ação Corretiva
Análise e Reformulação dos Programas
Baseado nos resultados da auditoria:
Fazer uma análise crítica
Propor as devidas alterações, para que
atenda as exigências do mercado, clientes,
fornecedores e aspectos legais, na busca
da melhoria contínua
Processo contínuo – visão sistêmica
Somente para micro e pequenas empresas não geradoras de resíduos perigosos (Classe I).
Responsabilidade pelo licenciamento é dos municípios.
Exemplo: Termo de Referência - Natal - RN
EXEMPLO DE PLANO SIMPLIFICADO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
CONCLUSÃO
A elaboração de Planos de Gerenciamento de Resíduos é uma atividade
complexa, que exige comprometimento da administração e participação de todos
os membros da organização
É preciso planejamento antes de iniciar a elaboração
Não deve ser pulada nenhuma das etapas de elaboração
O diagnóstico é o ponto principal do processo de elaboração. Nesta etapa
deve ser concentrada maior energia e recursos. Um diagnóstico mal feito leva a
resultados insatisfatórios.
Um plano de gerenciamento, na maioria das vezes, deve ser composto por
várias ações articuladas e organizadas na forma de programas. Uma única ação
dificilmente resolve o problema de gestão de resíduos.
Planos são únicos, não se copia!