Download - Doenças Coronarianas
Centro Universitário UNIVATESCurso de Nutrição
Doença Arterial Coronariana
Acadêmicas: Danieli Hergessel, Indiara Soares, Jéssica Schuster e Jéssica Rasche
Disciplina: Alimentação Institucional I
Ano/Semestre: 2012/B
Introdução A Doença Arterial Coronariana (DAC) ou Aterosclerose é uma doença
inflamatória crônica de origem multifatorial que ocorre em resposta à
agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias
de médio e grande calibre.
Este tipo de distúrbio caracteriza-se pelo estreitamento progressivo, agudo
ou crônico, devido ao depósito de gordura, colesterol, cálcio, colágeno e outros
materiais na parede das artérias que irrigam o miocárdio.MERKLE, C. Manual de Fisiopatologia. São Paulo: Roca. 2007.
Introdução A laceração ou ruptura de uma placa permite que o sangue penetre em seu
interior, formando um coágulo que pode crescer, se desprender e ocluir a
artéria → IAM.
A trombose produzida por uma placa é o principal responsável pelos eventos
cardiovasculares súbitos ou agudos.
ALLSEN, P. E.; HARRISON, J. M.; VANCE, B. Exercício e qualidade de vida. Barueri: Manole, 2000.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
Alimentação inadequada + ↓ hidrólise TAG das VLDL pela lipase lipoprotéica
ou ↑ síntese de VLDL → Acúmulo de quilomícrons e/ou VLDL no plasma →
Hipertrigliceridemia.
Alimentação inadequada + defeito no gene do receptor de LDL ou no
gene da apo B100 → Acúmulo de lipoproteínas ricas em colesterol como a
LDL no plasma → Hipercolesterolemia.
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
O Processo Aterosclerótico
A disfunção endotelial aumenta a permeabilidade da íntima às
lipoproteínas plasmáticas favorecendo a retenção das mesmas no espaço
subendotelial. Retidas, as partículas de LDL sofrem oxidação, causando a
exposição de diversos neo-epítopos, tornando-as imunogênicas.
O depósito de lipoproteínas na parede arterial, processo-chave no início da
aterogênese, ocorre de maneira proporcional à concentração dessas
lipoproteínas no plasma.
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
O Processo Aterosclerótico
LDL oxidada → moléculas de adesão leucocitária na superfície endotelial
→ atração de monócitos e linfócitos para a parede arterial.
Monócitos → Macrófagos → captação LDL oxidadas → Células espumosas.
Mediadores da inflamação → migração e proliferação de células musculares
lisas → Produção de matriz extracelular que formará parte da capa fibrosa
da placa aterosclerótica.
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
O Processo Aterosclerótico
O Processo Aterosclerótico
Doença Arterial Coronária (DAC)
Evolução do processo Aterosclerótico...Evolução do processo Aterosclerótico... Angina de peito;
Insuficiência Cardíaca;
Arritmias;
IAM;
AVE;
Doença Vascular Periférica.
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
Identificação do Risco para DAC
Um evento coronariano agudo é a primeira manifestação da doença
aterosclerótica em pelo menos metade dos indivíduos que apresentam essa
complicação. Desta forma, a identificação dos indivíduos assintomáticos que
estão mais predispostos é crucial para a prevenção efetiva com a correta
definição das metas terapêuticas.
Escore de Risco de Framingham (ERF):Escore de Risco de Framingham (ERF): Indicado pela SBC e DA/SBC. Nele
se estima a probabilidade de ocorrer infarto do miocárdio ou morte por doença
coronária no período de 10 anos em indivíduos sem diagnóstico prévio de
aterosclerose clínica. Cálculo - Escore de Framingham
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
Identificação do Risco para DAC
Identificação do Risco para DAC
Circunferência da Cintura:Circunferência da Cintura: Preditor do risco cardiovascular, considerando a adiposidade abdominal.
Fatores de Risco para DAC
A DAC tem origem multifatorial, e diversos são os fatores de risco para o
desenvolvimento da doença. O desequilíbrio do perfil lípidico, associado à
obesidade central, resistência à insulina e HAS, caracterizam em conjunto a
Síndrome Metabólica (SM), associada a grande risco de doença aterosclerótica.
Todos esses fatores decorrem de um estilo de vida inadequado, que
compreende na grande maioria das vezes uma alimentação desequilibrada,
sedentarismo e estresse.
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
Dislipidemias
Lipoproteínas: HDL e LDLLipoproteínas: HDL e LDL
As lipoproteínas são complexos macromoleculares sintetizados no
fígado e no intestino delgado, que transportam o colesterol e os
triglicerídeos através da corrente sangüínea.
LDL e VLDL: Transporte de lipídeos exógenos (dieta) e endógenos.
Fígado → Tecidos.
HDL: Ajuda a remover o LDL do organismo. Seu excesso protege as
artérias do coração. Transporte Reverso.
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
As DISLIPIDEMIAS podem ser definidas como alterações metabólicas lipídicas
decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, com
repercussão nos níveisséricos das lipoproteínas.
CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2005.
Dislipidemias
CLASSIFICAÇÃOCLASSIFICAÇÃO Hipercolesterolemia isolada: Elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dL).
Hipertrigliceridemia isolada: Elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL), que
reflete o aumento do volume de partículas ricas em TG como VLDL.
Hiperlipidemia mista: Valores aumentados de ambos LDL-C (≥ 160 mg/dL) e
TG (≥150 mg/dL).
HDL-C baixo: Redução do HDL-C (homens <40 mg/dL e mulheres <50 mg/dL)
isolada ou em associação com aumento de LDL-C ou de TG.
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
Dislipidemias
Lipídeos: 9 Kcal/g;
Consumo: 15 a 30% do VET;
Observar a qualidade desses lipídios...
Dislipidemias
Importância:Importância: Fonte de AG essenciais e vitaminas;
Maior reserva energética;
Isolamento e proteção de orgãos;
Membranas celulares;
Hormônios (esteróides);
BRASIL, MS. Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
Dislipidemias
Tipos de Gorduras - AG SATURADOS:Tipos de Gorduras - AG SATURADOS: Aumentam o risco de dislipidemias e DCV. A alimentação composta por
grandes quantidades de carnes, derivados de carne e de leite e laticínios
integrais é, por essa razão, uma causa importante das doenças cardíacas.
Máximo: 10% VET.
Principal fonte: Alimentos de origem animal, fonte também do colesterol.
BRASIL, MS. Guia Alimentar para a População Brasileira. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
Dislipidemias
Colesterol:Colesterol: Exógeno e Endógeno;
Componente das membranas celulares, precursor de hormônios e ac.
Biliares;
O organismo é capaz de sintetizar o suficiente para cobrir as necessidades
metabólicas;
HDL-c e LDL-c: Transporte de componentes lipídicos.
Baixos níveis de gordura saturada e colesterol: ↓ LDL-c;
Atividade física: ↑ HDL-c.
Dislipidemias
Tipos de Gorduras - AG INSATURADOS:Tipos de Gorduras - AG INSATURADOS: AG MONOINSATURADOS: ω-9
Oleo de oliva extra-virgem Prensagem mecânica das azeitonas;
↓ oxidação LDL-c;
↑ antioxidantes;
Reduz risco de doenças.
Dislipidemias
Tipos de Gorduras:Tipos de Gorduras: AG POLIINSATURADOS: ω-3 EPA e DHA
↓ incidência eventos cardiovasculares e DCV;
↓ 25 a 30% [TAG] (≥ 4g/dia);
↑ 1 a 3% HDL (≥ 4g/dia);
↓ PA (≥ 3g/dia);
↓ plaquetas agregação (efeito antitrombótico);
Hasler CM. Curr Ather Reports, 2000; Kris-Etherton PM, et al. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 2003.
Dislipidemias
Tipos de Gorduras:Tipos de Gorduras: AG POLIINSATURADOS: ω-6
As principais fontes são os óleos vegetais.
Mais suscetíveis a peroxidação lipídica x AG monoinsaturados.
São precursores de prostanóides série-2 e leucotrienos série-4, que estão
associados a atividades pró-inflamatória e pró-trombótica.
McKenney, JM; Sica, D. Am J Health-Syst Pharm, 64(6):595-605, 2007.
Dislipidemias
Tipos de Gorduras:Tipos de Gorduras: AG TRANS: obtidos do processo de industrialização de alimentos, a partir da
hidrogenação de óleos vegetais. Aumenta o tempo de conservação e melhora a
textura e o sabor.
↓ HDL-c e ↑ LDL-c.
Menos que 1% VET (máx 2g/dia para uma dieta de 2.000 kcal);
MANTEIGA ou
MARGARINA?
Dislipidemias
E OS TRIGLICERÍDEOS?E OS TRIGLICERÍDEOS? Os TAG são sintetizados sempre que existir um excesso calórico na dieta.
A maior fonte de carbonos para a síntese de AG é proveniente dos
carboidratos dietéticos, principalmente CARBOIDRATOS SIMPLES.
A síntese de AG ocorre principalmente no fígado.
Em excesso... Aumento do peso, e hipertrigliceridemia!!!
Dislipidemias
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS (% VET)RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS (% VET) Gordura Total: 25 a 35%
Ácidos Graxos Saturados: < 7%
Ácidos Graxos Poliinsaturados: < 10%
Ácidos Graxos Monoinsaturados: < 20%
Carboidratos: 50 a 60%
Proteínas: 15%
Colesterol: <200 mg/dia
Fibras: 20 a 30g –dia
+ Antioxidantes e Fitosteróis
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose.Arq. Bras. Cardiologia, 88(1):2-19, 2007.
Dislipidemias
Hipertensão Arterial
Existem diversos fatores de risco para doenças cardiovasculares, os quais
podem ser divididos em imutáveis e mutáveis. Os fatores imutáveis são aqueles
que não podemos mudar e por isso não podemos tratar que é idade,
hereditariedade, sexo. Já os fatores mutáveis são os quais podemos interferir
como é o caso do fumo, colesterol, pressão arterial, sedentarismo, obesidade,
diabetes, entre outros.
CEOLIN, Sabrina U. Bugs; MARISCO, Nara. Anais XVI Seminário Institucional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Unicruz, 16(1), 2011.
A hipertensão arterial é conhecida como o principal fator de risco para a
morbidade e mortalidade precoces causada por doenças cardiovasculares
sendo considerada uma doença multifatorial e um dos maiores problemas de
saúde do Brasil.RENNER et al. RBAC, 40(4):261-266, 2008.
Hipertensão Arterial
A hipertensão era diagnosticada e categorizada principalmente com base na
pressão diastólica; entretanto, sabe-se que a morbimortalidade aumenta
quando se eleva tanto a pressão diastólica quanto a sistólica. Assim, de acordo
com o Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial considera-se um indivíduo
hipertenso aquele que apresenta uma pressão sangüínea sistólica igual ou
superior a 140 mmHg e/ou pressão sangüínea diastólica igual ou superior a
90mmHg.
Hipertensão Arterial
III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Arq. Bras. Endocrinol Metab. 43(4), 1999.
Este aumento da pressão arterial pode ser dado através de consumo elevado
de sal, a obesidade, resistência à insulina, sistema-renina-angiotensina-
aldosterona e sistema nervoso simpático, sendo que estes mecanismos não são
compreendidos por completo.
Hipertensão Arterial
MERKLE, C. Manual de Fisiopatologia. São Paulo: Roca. 2007.
A presença de sódio na circulação sanguínea produz aumento da volemia por
aumentar a osmolalidade. O aumento da osmolalidade estimula o centro da
sede no hipotálamo e aumenta a produção de hormônio antidiurético.
A estimulação do centro da sede faz o indivíduo beber água em quantidade
suficiente para diluir o sal até a concentração normal. Considerando-se estes
fatores e acrescentando-se que a eliminação renal de sódio é mais lenta que a
eliminação renal de água, fica fácil compreender porque a ingestão excessiva
de sal aumenta mais a pressão arterial do que a ingestão de grandes
quantidades de água.
MERKLE, C. Manual de Fisiopatologia. São Paulo: Roca. 2007.
Hipertensão Arterial
Além da HAS ser um fator de risco para DC, também pode levar a derrames,
insuficiência renal e aneurismas. Por fazer o coração trabalhar mais, pode
causar insuficiência congestiva cardíaca.
Hipertensão arterial sistêmica, diabetes, obesidade e perfil lipídico, cada um
contribuiu para um aumento de duas a três vezes nas chances de infarto do
miocárdio.
POLANCZYK, Carisi Anne. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 84(3), 2005.
Hipertensão Arterial
Sódio – Grande vilão para a saúde cardiovascular:Sódio – Grande vilão para a saúde cardiovascular:
Hipertensão Arterial
Hipertensão Arterial
Hipertensão Arterial
Alimento Porção Sódio (mg) Sal (g)
Linguiça 1 unidade 400mg 1g
Salsicha 1 unidade 560mg 1,4g
Pão francês 1 unidade 280mg 0,7g
Hambúrguer 1 unidade 280mg O,7g
Caldo de carne 1 cubo 1920mg 4,8g
Diabetes Melitus
A doença arterial coronariana ocorre mais comumente em diabéticos do que
na população geral, afetando mais de 55% dos pacientes. O diabetes mellitus é
o fator de risco maior para a doença cardiovascular independente, mesmo após
ajustada para idades mais avançadas, hipertensão arterial sistêmica e
tabagismo.
As mulheres, que habitualmente têm menor risco de doença cardiovascular
do que os homens, passam a ter maior risco do que eles se forem diabéticas.
SCHAAN et al. Rev Saúde Pública, 38(4):529-36, 2004.
GUS et al.. Arq Bras Cardiol, 78(2):478-83, 2002.
A relação entre hiperglicemia e doença cardiovascular pode ser atribuída à
prevalência elevada desses fatores de risco nos pacientes com a síndrome
metabólica ou a um antecedente comum a todos esses fatores que são
hipertensão arterial sistêmica, obesidade, resistência à insulina,
microalbuminúria e anormalidades nos lipídeos e lipoproteínas plasmáticas.
SCHAAN et al. Rev Saúde Pública, 38(4):529-36, 2004.
Diabetes Melitus
Uma epidemia de DM do tipo 2 vem ocorrendo nos últimos anos, com
tendência de crescimento na próxima década. Portanto, as complicações do
DM do tipo 2, entre as quais as cardiovasculares , emergem como uma das
maiores ameaças à saúde em todo o mundo, com imensos custos econômicos
e sociais.SCHAAN et al. Rev Saúde Pública, 38(4):529-36, 2004.
Diabetes Melitus
O controle metabólico rigoroso associado a medidas preventivas e curativas
relativamente simples são capazes de prevenir ou retardar o aparecimento das
complicações crônicas do diabetes mellitus, resultando em melhor qualidade
de vida ao individuo diabético. Da mesma forma, o controle da hipertensão
arterial resulta na redução de dano aos órgãos-alvo. PAIVA et al. Cad. Saúde Pública, 22(2):377-385, 2006.
Diabetes Melitus
O álcool pode atrapalhar o controle do diabetes mellitus, interferindo com o
metabolismo glicídico, além de possivelmente elevar as concentrações de
triglicerídeos séricos. A American Heart Association sugere para limitar o
consumo de álcool a um drink diário para mulheres e dois drinks diários para
homens. Um drink correponde a 14g de álcool e pode ser definido como uma
lata de cerveja, um copo de vinho (120 ml).RIQUE, Ana B.R; SOARES, Eliane A; MEIRELLES, Carla M. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 8(6): 244-254, 2002.
Diabetes Melitus
Cabe aos profissionais de saúde que tratam esses pacientes rastrear os
fatores de risco para doenças cardiovasculares e suas manifestações clinicas
iniciais, objetivando prevenção e tratamento precoce, a fim de minimizar os
danos causados por sua associação.RIQUE, Ana B.R; SOARES, Eliane A; MEIRELLES, Carla M. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 8(6): 244-254, 2002.
Diabetes Melitus
Consumo de FIBRAS assume importante papel no controle da DM II, pois
auxilia na manutenção da normoglicemia, além de diminuir a absorção de
lipídeos, contribuindo para a prevenção da aterosclerose.
Fontes: Frutas, vegetais, cereais integrais e grãos.
Diabetes Melitus
Consumo de Frutas e Hortaliças
A nutrição adequada pode alterar a incidência e a gravidade das
coronariopatias, visto que populações com diferentes dietas apresentam
variações na mortalidade cardiovascular.
Liu et al. (2000) observaram no Women’s Health Study, realizado com quase
40.000 mulheres profissionais de saúde, que os mais altos consumos de
vegetais e frutas (exceto batata) estavam associados ao risco mais baixo de
DCV, principalmente infarto.LIU, S.; MANSON, J.E.; LEE, I.; COLE, S.R.; HENNEKINS, C.H.; WILLETT, W.C. Am J Clin Nutr., 72(4):922-8, 2000.
RIQUE, Ana B.R; SOARES, Eliane A; MEIRELLES, Carla M. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 8(6): 244-254, 2002.
A American Heart Association enfatiza o consumo de vegetais, frutas e grãos
integrais, confirmando a importância das fibras alimentares, antioxidantes e
outras substâncias na prevenção e controle das DCV.
As fibras alimentares estão naturalmente presentes nas frutas e vegetais, e
possuem importância determinante na prevenção do risco de aterosclerose.
Existem dois tipos de fibras alimentares, as solúveis e as insolúveis (não
digeríveis).
American Heart Association. AHA Science Advisory. Circulation, 103(3):472-5, 2001.
Consumo de Frutas e Hortaliças
Fibras solúveis: Fibras solúveis: pectinas, gomas, mucilagens e algumas hemiceluloses,
encontradas nos legumes, aveia, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha) e frutas,
particularmente as cítricas e maçã. Grande parte dos benefícios diretos nas
DCV estão relacionados às fibras solúveis, como a redução nas contrações
séricas da LDL-c, melhor tolerância à glicose e controle do Diabetes tipo II.
Fibras insolúveis: Fibras insolúveis: lignina, celulose e algumas hemiceluloses, presentes nos
derivados de grãos inteiros, como os farelos, nas cascas dos grãos, nas verduras
e nas frutas. Este tipo de fibra aumenta a motilidade do TGI e o volume do bolo
fecal, prevenindo sintomas de constipação.
SICHIERI et al. Arq Bras Endocrinol Metab., 44(3):227-232, 2000.
Consumo de Frutas e Hortaliças
AntioxidantesAntioxidantes: : A lesão oxidativa dos lipídios nas paredes dos vasos
sanguíneos parece ser um fator decisivo no desenvolvimento da aterosclerose,
já que a oxidação da LDL-c a transforma numa partícula reativa potencialmente
letal para as artérias.
Populações com dietas ricas em substâncias antioxidantes apresentam baixa
incidência de aterosclerose coronária, já que os antioxidantes aumentam a
resistência da LDL-c à oxidação e vêm sendo associados com a redução de risco
para coronariopatias. Acredita-se que os antioxidantes são os principais
responsáveis pelos efeitos benéficos do consumo diário das frutas e verduras.
Os principais antioxidantes são a vitamina E, pigmentos carotenóides, a
vitamina C, flavonóides e outros compostos fenólicos.CARVALHO, Jairo J. M.; Aspectos preventivos em cardiologia. Arq. Bras. Cardiol. 50(1):59-67, 1988.
Consumo de Frutas e Hortaliças
Referências
ALLSEN, P. E.; HARRISON, J. M.; VANCE, B. Exercício e qualidade de vida. Barueri:
Manole, 2000.
AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA Science Advisory. Wine and your heart. A
science advisory for healthcare professionals from the nutrition committee, council on
cardiovascular nursing of The American Heart Association. Circulation, v. 103, n. 3, p.
472-5, 2001.
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Alimentar para a População Brasileira -
Promovendo a Alimentação Saudável. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde - Departamento de Atenção Básica: Coordenação geral de Alimentação e
Nutrição. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
CEOLIN, Sabrina U. Bugs; MARISCO, Nara. Fatores de Risco para Doenças
Cardiovasculares em Idosos. In: Anais XVI Seminário Institucional de Ensino, Pesquisa
e Extensão – Unicruz, v. 16, n. 1, 2011.
CUPPARI, L. Guia de Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. São Paulo: Manole, 2005.
CARVALHO, Jairo J. M. Aspectos preventivos em cardiologia. Arq. Bras. Cardiol., v.
50, n. 1, p. 59-67, 1988.
FOSS, M. L.; KETEYIAN, S. J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6 ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
GUS, Ises; FISCHMANN, Airton; MEDINA, Cláudio. Prevalência dos fatores de risco da
doença arterial coronariana no Estado do Rio Grande do Sul. Arq Bras Cardiol, v. 78, n.
2, p. 478-83, 2002.
Referências
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Helena C.; JUNIOR, Hilton de Castro Chaves; MACHADO, Carlos Alberto; PRAXEDES,
José Nery; SANTELLO, José Luiz; NOBRE, Fernando; JUNIOR, Décio Mion. III Consenso
Brasileiro de Hipertensão Arterial. Arq. Bras. Endocrinol Metab. v. 43, n. 4, 1999.
LIU, S.; MANSON, J.E.; LEE, I.; COLE, S.R.; HENNEKINS, C.H.; WILLETT, W.C. Fruit and
vegetable intake and risk of cardiovascular disease: the women's health study. Am J
Clin Nutr., v. 72, n. 4, p. 922-8, 2000.
MERKLE, C. Manual de Fisiopatologia. São Paulo: Roca. 2007.
MCKENNEY, J.M.; SICA, D. Prescription omega-3 fatty acids for the treatment of
hypertriglyceridemia. Am J Health-Syst Pharm, v. 64, n. 6, p. 595-605, 2007.
Referências
PAIVA, Daniela Cristina Profitti de; BERSUSA, Ana Aparecida Sanches; ESCUDER,
Maria Mercedes. Avaliação da assistência ao paciente com diabetes e/ou hipertensão
pelo Programa Saúde da Família do Município de Francisco Morato, São Paulo, Brasil.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, p. 377-385, 2006.
POLANCZYK, Carisi Anne. Fatores de Risco Cardiovascular no Brasil: os Próximos 50
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RENNER, Suélen Barcelos Astarita; FRANCO, Rosecler Riethmüller; BERLEZI, Evelise
Moraes; BERTHOLO, Luciane Cristina Bertholo. Associação da hipertensão arterial com
fatores de riscos cardiovasculares em hipertensos de Ijuí, RS. RBAC, v. 40, n. 4, p. 261-
266, 2008.
Referências
RIQUE, Ana Beatriz Ribeiro; SOARES, Eliane de Abreu; MEIRELLES, Claudia de Mello.
Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Rev Bras
Med Esporte, v. 8, n. 6, p. 244-254, 2002.
SCHAAN, Beatriz D’Agord; HARZHEIM, Erno; GUS, Iseu. Perfil de risco cardíaco no
diabetes mellitus e na glicemia de jejum alterada. Rev Saúde Pública, v. 38, n. 4, p.
529-36, 2004.
SICHIERI, Rosely; COITINHO, Denise C; MONTEIRO, Josefina B; COUTINHO, Walmir F.
Recomendações de Alimentação e Nutrição Saudável para a População Brasileira. Arq
Bras Endocrinol Metab, v. 44, n. 3, 2000.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. DEPARTAMENTO DE ATEROSCLEROSE. IV
Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Arq. Bras.
Cardiologia, v. 88, n. 1, p. 1-19, 2007.
Referências
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