UNIVERSIDADE DE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
CURSO PÓS-GRADUAÇAO EM SUPERVISÃO
ESCOLAR
FAMÍLIA – ESCOLA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL E
NECESSÁRIA
Sirlene Faria de Souza
Orientador: Fabiane Muniz da Silva
Rio de Janeiro
Julho / 2008
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
I DE D
IREIT
O AUTO
RAL
UNIVERSIDADE DE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO
CURSO PÓS-GRADUAÇAO EM SUPERVISÃO
ESCOLAR
FAMÍLIA – ESCOLA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL E
NECESSÁRIA
Trabalho monográfico apresentado como requisito
parcial para obtenção do Grau de Especialista em
Supervisão Escolar.
Rio de Janeiro
Julho/ 2008
AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela existência,
proteção e por mais uma realização
construtiva na minha vida.
À família, que é a estrutura e o
começo da vida;
À criança, que é a esperança de novas
realizações;
E às vivências que nos traz
experiências para um aprendizado
significativo.
DEDICATÓRIA
Em especial minha mãe, minha filha
Maísa, meu marido Nilton, minha
colega Ana Maria que dedicaram seu
tempo e paciência para que minha
conquista fosse também um
aprendizado de vida, meu carinho e
homenagem.
RESUMO
O objetivo deste estudo é avaliar a relação que a escola vem mantendo
com as famílias dos alunos, a fim de buscar novas e mais adequadas formas
de parcerias.
Nele falei da ligação entre pais, comunidade e escola, para à realização
de uma educação mais adequada e de qualidade às crianças e jovens de
nosso país. Através da cooperação mútua, verifico que a educação se tornará
mais eficiente e promissora. Para isso, essa pesquisa se baseou em textos
bibliográficos visando criar embasamento teórico a respeito das características
do objetivo de pesquisa.
O processo ensino-aprendizagem constitui uma forma em curso e em
constante e permanente transformação, cuja diversidade e riqueza ultrapassam
sempre os limites de qualquer relação Família-Escola. Dessa forma, estudos
que destacam a educação de maneira direta “ligada” ao processo de
aprendizagem, à contribuição dos profissionais de educação, a relação Família-
Escola e textos que conceituam as mesmas, constituíram as referências dessa
pesquisa. Mostrei a correlação direta entre Família-Escola, na responsabilidade
de promover transformações sociais, em forma de projetos pedagógicos,
vindos de encontro às suas necessidades.
Palavras-chave: Educação, Escola, Família.
METODOLOGIA
Essa pesquisa baseou-se em observação na sala de aula e questionário
enviado à todos os pais dos alunos.
O questionário é composto por oito perguntas relacionadas à Família e
Escola.
A mesma pesquisa baseou-se na pesquisa bibliográfica que de acordo
com TOZONI – REIS (2005): A pesquisa bibliográfica tem como principal
característica o fato de que a fonte dos dados, o campo onde será feita a coleta
de dados, é a bibliografia especializada.
Em suma, a pesquisa exigem uma revisão bibliográfica, uma busca de
conhecimentos sobre os fenômenos investigados na bibliografia especializada,
mas somente pesquisa bibliográfica tem como campo de coleta de dados a
bibliografia.
Segundo Severino (1985):
Ao apresentar uma metodologia para leitura, análise e
interpretação de textos, que auxilia o momento de leitura
em todo tipo de trabalho acadêmico, traz uma grande
contribuição para instrumentalizar o pesquisador no
processo de investigação que opta pela modalidade da
pesquisa bibliográfica.
E sua importância é tomar uma posição própria a respeito das idéias
enunciadas no texto , é ler nas estrelinhas, ou seja, dialogar com o autor.
A contribuição desse autor aqui diz respeito, principalmente à
necessidade de sistematizar o trabalho de leitura, análise e interpretação de
texto de forma que o pesquisador empreenda esforços para esboçar uma
biografia do autor do texto a ser analisado, contextualizando historicamente o
autor e sua obra, para, em seguida, proceder a um minucioso resumo da obra
no que diz respeito à estrutura do texto, as idéias apresentadas pelo autor
(principais e secundarias), a interpretação idéias, a problematização (discutir
com o autor). Podemos dizer que a pesquisa bibliográfica tem como principal
técnica a leitura e como principal instrumento o fichamento bibliográfico. O
fichamento permite, portanto, sistematizar o trabalho de coleta ditados sobre o
qual serão empreendidas as análises dos temas em estudo.
A mesma pesquisa foi elaborada à partir dos textos referendados na
bibliografia visando criar embasamento teórico a respeito das características
dos objetivos da pesquisa.
Os vários teóricos, psicólogos e pedagogos são Paulo Freire, Vygotsky,
Piaget, Augusto Cury, Nelson Fanaya e Dirce Conte, Irene Mello Carvalho,
Pichon – Riviére, Betuel Cano, Miguel Arroyo, Pareyson, Cyntia Sarti, Gomes ,
Medina, Marília Freitas de Campos, Tozoni Reis, Severino, Severino, Edgar
Morin, Walter Garcia, Yves de La Talley e Serciovanni.
Alguns teóricos baseiam seu estudo na educação, cada um com
definições diferentes e outros escreveram teorias sobre a educação na família
e escola visando diferentes concepções.
Alguns teóricos baseiam seu estudo na área da supervisão, devido as
várias mudanças educacionais que requerem uma aprendizagem de novas
habilidades e competências, além de exigir dos educadores, compromisso,
motivação, crença e a capacidade de trabalhar em parceria.
Tudo isso na tentativa de se criar uma escola ideal para que os alunos
possam desenvolver sua potencialidades, para que haja uma aprendizagem
significativa, respeitando as diferenças entre alunos é uma tarefa que exige,
sobretudo, sensibilidade, humanidade e cooperação dos professores, família e
escola.
Dessa forma, estudos que destacam a educação de maneira direta
“ligada” ao processo de aprendizagem, aos vários teóricos, psicólogos e
pedagogos que definem a educação e textos que conceituam as mesmas
constituíram as referências dessa pesquisa.
SUMÁRIO
Introdução .........................................................................................................9
Capítulo 1 – EDUCAÇÃO: O QUE É? .............................................................11
1.1- A Educação no Brasil ................................................................................13
1.2- Novas atribuições da Educação ................................................................14
1.3- Um novo paradigma em Educação ...........................................................15
Capítulo 2 – A FAMÍLIA E A ESCOLA ..............................................................18
2.1- Auto – Estima e Aprendizagem ................................................................ 21
2.2- Família – Escola: Uma relação possível e necessária ............................. 23
2.3- Problemas que dificultam a relação entre Família e Escola ..................... 25
Capítulo 3 – A CONTRIBUIÇÃO DO SUPERVISOR NA COMUNIDADE
ESCOLAR ........................................................................................................ 31
3.1- O papel do supervisor pedagógico como coordenador do processo ensino
aprendizagem. ................................................................................................. 34
3.2 – Sugestões de técnicas e meios utilizados na Supervisão .......................35
CONCLUSÃO....................................................................................................38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 40
INTRODUÇÃO
O presente estudo visa avaliar a relação que a escola vem mantendo
com as famílias dos alunos, a fim de buscar novas e mais adequadas formas
de parcerias. Foi realizado um esboço sobre a ligação entre Família-Escola,
para se obter o perfil de educação mais adequado e de qualidade que as
crianças e jovens do nosso país merecem. Através da cooperação mútua, entre
os envolvidos, verifiquei que a educação se tornará mais eficiente e
promissora.
A educação e a socialização são processos iniciados nas famílias,
ampliadas com contribuições diversas e recebe influências, tanto da escola
quanto da sociedade em que vivemos.
São grandes as transformações que vêm ocorrendo na estrutura e no
papel da instituição família, o que nos faz repensar a relação com a mesma.
A emancipação feminina e a entrada da mulher no mercado de
trabalho são algumas das principais mudanças que ocorrem nesta nova
configuração. A mulher tornou-se um lugar de destaque na sociedade na
hierarquia interna da família.
Uma alteração significativa e o surgimento de famílias monoparentais,
em que a mãe é a provedora e a única responsável pelos filhos, contando
apenas com a eventual ajuda de seus familiares.
Em meio a essas mudanças, é essencial reconhecer a diversidade da
estrutura da família, bem como os determinantes socioculturais que influenciam
as relações familiares.
Cada criança, na relação com a família e com o meio adquire
experiências e oportunidades que vão interferir no processo de aprendizagem e
desenvolvimento, contribuindo para definir sua trajetória de vida e a forma
como vai inserir-se na sociedade.
A sociedade brasileira enfrenta uma crescente crise de desemprego,
fome, miséria e marginalização de camadas da população cada vez maiores.
Vivemos sobressaltados pela violência e pela insegurança. É na escola que as
crianças se apropriam do código cultural socialmente aceito,
instrumentalizando-se pela compreensão mais clara das relações que se dão
na sociedade, construindo sua consciência histórica-política, imprescindível à
luta contra a dominação.
O modelo de educação vigente no país era o tradicional: obedecer
ordens e acatar decisões sem questionamentos. Essas são heranças que
foram recebidas dês a época colonial.
Hoje existe um novo paradigma em educação onde o professor é
orientador do estudo, busca novas informações e procura se aperfeiçoar cada
vez mais, onde o aluno é responsável pelo seu crescimento, buscando novas
práticas pedagógicas.
A partir desses contextos podemos perceber que a função social da
educação é responsabilidade que não é só do educador, mas de todo o
cidadão, no sentido de socializar conhecimentos e contribuições que ajudem as
famílias e escolas a, superarem os problemas e contradições que dificultam a
educação necessária ao convívio democrático, a aprendizagem, o
desenvolvimento e auto realização do ser humano.
As famílias, entretanto, estão relegando a função de educar os filhos.
Por não terem mais tempo passaram para a escola essa
responsabilidade, a que prejudica a auto-estima da criança, pois fica insegura e
muitas vezes rebelde. Por isso é preciso trazer a família para dentro de escola,
o objetivo proposto nada mais é do que uma intensa e significativa participação
da sociedade, da comunidade no ambiente educacional.
Nesse contexto é fundamental situar e discutir e repensar a relação
entre educação, família e sociedade, com vistas a um constante
questionamento sobre a eficácia da família e da escola na formação de
pessoas melhores culturalmente e humanamente.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
CAPÍTULO 1
EDUCAÇÃO: O QUE É?
O termo Educação vem do termo latino “educere” que representa a
soma de significado de dois outros termos “intruire” e “formaere”. Instruire quer
dizer construir dentro. Formaere significa estar preparado para fazer ou mudar
alguma coisa. A soma desses dois termos significa enducere, ou seja, conduzir
para fora.
Um indivíduo instruído constrói ou substitui seus próprios valores e
para externalizar uma mudança de comportamento a partir dos valores
adquiridos, ele precisa estar habilitado a responder em ações positivas para o
seu meio.
A palavra educação tem sido utilizada, ao longo do tempo, com dois
sentidos: social e individual.
Do ponto de vista social, é a ação que as gerações adultas exercem
sobre as gerações jovens, orientando sua conduta por meio da transmissão do
conjunto de conhecimentos, normas, valores, cresças, usos e costumes aceitos
pelo grupo social. Nesse sentido o termo educação tem sua origem no verbo
italiano endurece, que significa alimentar, criar. Esse verbo expressa portanto,
a idéia de que a educação é algo externo, concedida a alguém.
Segundo CARVALHO (1973, p.3):
“Não há grupo humano, por mais rudimentar que seja sua cultura, que
não compreenda esforços, de um outro tipo, para educar suas crianças e
jovens.”
Assim concebida, a educação é uma manifestação da cultura e
depende do contexto histórico e social em que está inserida. Seus fins variam,
portanto, com as épocas e as sociedades.
Em suma, a educação, como fato social, possibilita que as aquisições
culturais do grupo sejam transmitidas às novas gerações, contribuindo, assim,
para a subsistência do grupo como tal.
Do ponto de vista individual, a educação refere-se ao desenvolvimento
das aptidões e potencialidades de cada indivíduo tendo em vista o
aprimoramento de sua personalidade. Nesse sentido o termo educação se
refere ao verbo latino edurece, que significa fazer sair, conduzir para fora.
O verbo latino expressa, nesse caso a idéia de estimulação e liberação
de forças latentes.
Nos dois sentidos a palavra educação está ligada ao aspecto
formativo.
Segundo GARCIA (1976, p. 18):
É necessário verificar em que medida um sistema de
ensino coletivo pode, mantendo sua orientação
marcadamente social, conservar, em seu interior,
elementos que permitam a solução dos problemas de
adaptação individual. A convergência dos aspectos
sociais e individuais talvez seja um dado fundamental ao
qual os novos educadores devam dedicar maior atenção.
A educação visa todo o processo do desenvolvimento humano, não se
limita ao fato apenas de instruir, mas sim oferecer o conjunto dos meios cujo
auxílio dirigimos o desenvolvimento e a formação de um ser humano capaz de
perceber e julgar a realidade existente, sempre na perspectiva de buscar um
mundo melhor, não somente para si, mas para toda a humanidade. Essa busca
consiste na realização pessoal e na “aquisição” de meios para uma atuação
transformadora na sociedade. A educação torna o homem um ser capaz de
transformar a realidade e de ajudar o outro como parte desta transformação.
Hoje no mundo tecnológico faz-se necessário rever os conceitos de
educação. Faz-se necessário repensar a educação desde as raízes, todo o
sistema de educação. Não se restringe em inventar novas metodologias para
melhorar o que existe. De nada adianta a reformulação dos métodos e dos
meios, se a educação oferecida não corresponde ao homem moderno.
O professor deve estar atento a este aspecto, para poder planejar uma
ação educativa capaz de conduzir o aluno a um discernimento quanto aos
valores e concepções de vida, de homem e de sociedade. O professor
necessita ter em mente a educação como um processo que se desenvolve num
tempo dinâmico e num espaço que sofre transformações constantes, e essas
ocorrem em decorrência sobretudo, dos avanços tecnológicos, da
reestruturação do sistema de produção e de desenvolvimento, da
compreensão do papel do Estado e das mudanças no sistema educacional, na
organização do trabalho e nos hábitos de consumo.
Conclui-se que é por meio da educação que o indivíduo adquire as
condições pessoais necessárias para engajar-se adequadamente ao grupo a
que pertence, onde desempenhará suas funções, tendo em vista o objetivo da
educação – a socialização do indivíduo.
1.1 - A Educação no Brasil
Em 1549, iniciou-se a história da educação do Brasil com a chegada
dos padres jesuítas.
Visando a propagação da fé, lançaram as bases de um vasto sistema
educacional, que se desenvolveu progressivamente como a expansão territorial
da colônia.
Rapidamente estabeleceram-se no litoral e daí penetraram nas aldeias
indígenas, fundando conventos e colégios. Por dois séculos, foram os
principais educadores do Brasil, ao lado de outras ordens religiosas que
também mantiveram escolas, como a dos franciscanos.
Nas escolas elementares, a base do sistema colonial de educação,
que funcionavam onde quer que existisse um convento, os índios aprendiam a
ler, a escrever, contar e a falar o português. Nelas também eram instruídos os
filhos dos colonos. Pouco a pouco, a cultura dos nativos foi substituída pelas
idéias dos jesuítas.
Na família patriarcal, a única força que se opunha à ação educadora
dos jesuítas era a dos senhores de engenho, cuja autoridade se exercia não
somente sobre os escravos, como sobre suas esposas e filhos. Esse estado de
submissão facilitava o trabalho dos jesuítas, que também procuravam submetê-
los à autoridade da igreja. A família patriarcal seguia, assim, as tradições
portuguesas.
Humanista por excelência, os jesuítas procuravam transmitir aos
discípulos o gosto pelas atividades literárias e acadêmicas de acordo com a
concepção de “homem culto” vigente em Portugal.
No sistema de ensino dos jesuítas, ao curso de humanidades seguia-
se o de arte (filosofia e ciência). Os cursos que prepara vem para as profissões
liberais só existiam na Europa, e os estudantes brasileiros procuravam
geralmente a Universidade de Coimbra, famosa pelos cursos de Ciências
jurídicas e teológicas, e que teve, por isso, grande importância na formação da
elite cultura brasileira.
1.2 - Novas atribuições da Educação
A concepção das novas atribuições da educação e,
conseqüentemente, da função social e da escola tem sido bastante debatida.
Nos anos 90, por exemplo a UNESCO (Órgão da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), institui a Comissão
Internacional sobre a Educação para o século XXI, que veio a produzir um
relatório onde a educação é concebida a partir de princípios que constituem os
quatro pilares da educação:
Aprender a conhecer – Aprender a conhecer é mais que aprender a aprender.
É preciso aprender a pensar, a pensar a realidade e não apenas “pensar
pensamentos”, pensar o já dito, o já feito, reproduzir o pensamento.
Aprender a fazer. Exprime a aquisição não somente de uma qualificação
profissional, mas de competências que tornem a pessoa apta a enfrentar
variadas situações e trabalhar em equipe. Relacionar a teoria com a prática
educacional.
Aprender a conviver – Quer dizer tanto a direção da descoberta progressiva
do outro e da interdependência quanto a participação em projetos comuns.
Aprender a ser – Contribuir para o desenvolvimento total da pessoa:
inteligência, sensibilidade, iniciativa, criatividade, não negligenciando nenhuma
das potencialidades de cada indivíduo. Buscar o seu “eu” espiritual, passar
amor, conforto e esperança para as pessoas.
A educação assim, concebida indica uma função da escola voltada
para a realização plena do ser humano, alcançada pela convivência e pela
ação concreta, qualificada pelo conhecimento.
Conclui-se que o grande desafio das sociedades contemporâneas é
“inventar” um novo sistema de educação que, finalmente capacite a cada um
de seus membros, individual e coletivamente,à garantia de sobrevivência, mas
também proporcional às condições necessárias de progresso e
desenvolvimento.
1.3 - Um novo paradigma em educação
O novo milênio é caracterizado por uma época de balanço e de
reflexão, época em que a tecnologia vem tendo um peso maior. É um momento
novo e rico de possibilidades e de repensar as práticas educativas.
Com as mudanças na Educação, ou seja, por conseqüência natural
das demais transformações do mundo, a escola precisa adequar a nova
exigência educacional.
A educação era voltada para o ensino tradicional, onde o professor
apenas lia a matéria do dia e o aluno apenas escutava sendo um receptor
passivo. Onde o mesmo decorava a matéria para fazer a prova.
A sala de aula era um ambiente de escuta e recepção, onde o ideal
seria que ninguém conversasse, assim todos saberiam repetir o que o
professor havia explicado.
A troca de saberes não existia, o aluno aprendia o que o professor
pesquisava e ensinava.
Hoje a partir de um novo paradigma o professor é orientador do
estudo.
O professor é aquele que orienta o processo de aprendizagem e, ao
invés de pesquisar para o aluno, ele o estimula a querer saber mais, desperta
sua curiosidade sobre as questões das diversas disciplinas e encontra formas
de motivá-lo e de tornar o estudo uma tarefa cada vez mais interessante.
Na concepção sociointeracionista as relações de aprendizagem não se
dão apenas de objeto para sujeito e na ação do sujeito com o meio. A palavra
chave dessa abordagem é a interação.
Para Vygotsky (1993) o sujeito caminha para uma constante
socialização.
A inclusão de um mediador entre sujeito e objeto de construção do
conhecimento possibilitou novas formas de se dar a relação ensino-
aprendizagem.
A função antes focada no professor ou nas capacidades intrínsecas do
aluno são agora deslocadas para um colega em sala. O professor é um
investigador e interage com o aluno.
O aprendizado em pequenos grupos é incentivado onde a criança
desenvolve a auto-estima através do diálogo buscando novas formas de
aprendizagem.
A sala de aula passou a ser um ambiente de cooperação, em que
todos partilham o conhecimento.
Hoje num mundo tecnológico faz-se necessário rever os conceitos de
educação.
Precisamos de uma educação que permita o indivíduo o seu
desenvolvimento integral, nos seus múltiplos aspectos, fazendo com que ele
perceba como um todo e, ao mesmo, tempo, como uma parte interdependente
do universo.
Um novo paradigma em educação se apóia na interdisciplinaridade.
Visa a formação de alianças entre os diversos tipos de conhecimento, de modo
a ampliar a percepção e a consciência a respeito da própria experiência.
Esse projeto educacional, que se faz urgente, à medida que o saber é
construído, ocorre a partilha dos conteúdos e das experiências, visando uma
educação de qualidade.
Para Morin (2000) a compreensão mútua como base para uma
educação do futuro.
É saber que somos diferentes, que devemos aprender a conviver
como seres humanos, que a ética serve para sermos cada dia melhores, que a
liberdade e os outros dons que temos não vão contra a ordem, pelo contrário,
necessitamos de organização para progredir. Para isso, precisamos buscar
pactos, concordâncias, pontos de encontro para caminhar como grupo,
melhorar como equipe e crescer como pessoas.
É importante que os alunos e professores vêem uns aos outros como
pessoas, não como funções, sendo assim o profissional deve estar bem
preparado, sim, pois ele será sempre um referencial para o aluno. Mas não é
necessário saber tudo, ter as respostas na ponta da língua – até por que na
Era da informação, isso é praticamente impossível. Como conseqüência, tanto
pois quanto professores precisam estar hoje cada vez mais preparados para
dar respostas adequadas às novas demandas apresentadas por filhos e
alunos.
Cabe a Família-Escola trabalharem esse excesso de informação,
possibilitando à criança uma melhor informação, possibilitando à criança uma
melhor compreensão do mundo. É preciso conduzir às crianças ao
discernimento, quanto aos valores éticos e morais para conviver numa
sociedade que exige cada vez mais sua participação, conhecimento e
letramento.
CAPÍTULO 2
FAMÍLIA E A ESCOLA
O mundo mudou muito nesse século e, com ele, a família. Um olhar
sobre a família mostra que ela vem sofrendo mudanças profundas, tanto em
suas estruturas, quanto em suas funções.
Mas, o que é família?
Em sua definição clássica, a família representa uma instituição social
formada por um grupo de pessoas que se relacionam entre si, por parentesco
e/ou dependência doméstica. Ela confere significado social e cultural às
necessidades de fundo biológico (sexualidade e procriação) e à convivência no
cotidiano sob um mesmo texto, regendo-se por uma divisão de tarefas que se
segue uma hierarquia de gênero e geração, tendo por objetivo não apenas o
sustento de cada um, mas principalmente, seu desenvolvimento pessoal e
social.
Para Pichon-Riviére (1995) a família é a “estrutura social” e o primeiro
núcleo da construção do sujeito.
Como estrutura básica, a família tem o papel de aprendiz de uma
criança. Entende-se família como um núcleo ímpar, criador de uma cultura
própria e com leis, regras, mitos, ritos e crenças peculiares. Cada pessoa que
compõe uma família, além de compartilhar desses mesmos ideais e
comportamentos, têm suas próprias emoções e suas diferentes significações
do cotidiano doméstico. Esses diferentes universos se entrelaçam e vão
formando um jeito de viver e conviver que, ao mesmo tempo em que conta,
omite seus dramas, suas dores e seus sabores.
Segundo MINUNCHIN (190, p.57):
A estrutura familiar é um conjunto invisível de exigências
funcionais que organiza as maneiras pelas quais os
membros da família integram. Uma família é um sistema
que opera através de padrões transacionais. Transações
repetidas estabelecem padrões de como, quando, e com
quem se relacionar e estes padrões reforçam o sistema.
A família deve consistir num núcleo duradouro, mas que aceite
mudanças num núcleo afetivo e funcional em que cada um cuide de si e do
outro, compreendendo o outro como um ser inteiro dotado de inteligência e
desejos próprios, um núcleo que promova pertencimento, mas que, possibilite
individualização.
É na família que o indivíduo inicia sua trajetória humana, por isso sua
função é formar o homem para a vida. É por meio da família que a pessoa se
lança o mundo e busca relacionar-se com os semelhantes. É na família que o
indivíduo busca através do processo consciente e libertador, a realização
humana.
A aprendizagem elementar é oferecida pela família. A instituição
familiar pode apresentar formas muito diversas, de acordo com a sociedade em
que esteja inserida, e a educação no seio familiar também é encaminhada de
formas muito diferentes. É possível dizer, porém, que, em quantas sociedades
humanas existam ou tenham existido, o núcleo familiar sempre foi o primeiro
passo, de incalculável importância em direção à socialização da criança, ou
seja, na transformação de um ser que ao nascer é regulado pelos instintos em
membro participante de uma comunidade.
O grupo de idades é uma formação social que muito contribui para o
processo socializador da criança. Os jogos, as tarefas que realizar junto com
outras crianças de sua idade e a troca de experiências que as crianças
adquiriram individualmente produzem um efeito socializador importantíssimo,
não apenas nas sociedades simples, mas também nas complexas formações
sociais do mundo contemporâneo. A criança que não tem amigos manifestará,
ao se tornar adulta, outras carências sociais, já que lhe faltam algumas
experiências fundamentais para o desenvolvimento da personalidade.
A educação inicia na família e tem influência, tanto da escola quanto
da sociedade em que vivemos.
É principalmente na escola que se realiza a socialização intelectual da
criança. A começar por sua própria estrutura espacial, a sala de aula é um
modelo que mostra à criança como é a sociedade em que ela vai crescer e
passar a vida. O lugar da autoridade é ocupado pelo professor, encarregado de
fazer cumprir certas regras.
A existência de uma escola está vinculada basicamente às atividades
associadas das pessoas que as integram, ou seja, professores e alunos.
Qualquer que seja sua forma, bem como sua função específica dentro do grupo
social, no que se refere à educação, ela sofre pressões para ajustar-se às
exigências e à estrutura da sociedade. Esta elabora a concepção de vida que a
educação escolar, um dos principais mecanismos de socialização, deve por em
prática.
A escola desempenha três funções principais:
A primeira é a de selecionar e transmitir conhecimentos. A segunda
função é a de estimular atitudes consideradas úteis para a aprendizagem. A
terceira é a de preparar o indivíduo para o convívio social.
Segundo FREIRE (1999):
“Escola é... o lugar onde se faz amigos. Não se trata só
de prédios, salas, quadros, programas, horários,
conceitos... Escola é, sobretudo, gente que se alegra, se
conhece, se estima. O diretor é gente, o professor é
gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. E a
escola será cada vez melhor, na medida em que cada
ser se comporta como colega, como amigo. Nada de ilha
cercada de gente por todos os lados.
Nada de ser como tijolo que forma parede indiferente,
frio, só. Importante na escola não é só estudar, é também
criar laços de amizade, criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se amarrar nela. Ora, é lógico... em uma
assim vai ser fácil estudar, crescer, fazer amigos, educar
e ser feliz.”
Uma escola onde todos são amigos, alunos e o educador, o ambiente
é motivador e propício a aprendizagem, assim o conhecimento é construído.
A criatividade passa a ser o ponto alto, num momento em que novos
caminhos de aprendizagem podem ser valorizados.
O sucesso da escola, dos métodos e dos educadores depende
diretamente de sua vida integração na estrutura geral da sociedade, em que
funciona simultaneamente como órgãos de socialização e mecanismo de
controle social.
2.1 - Auto Estima e Aprendizagem
A maioria das queixas relacionada às dificuldades com a
aprendizagem está relacionada à auto-estima. Ela é de suma importância no
processo da aprendizagem. Mas muitos pais e educadores esquecem do papel
que esta exerce no movimento de aprender e subestima a sua importância.
Frustrações e insucessos experenciados pela criança é comum no processo de
aprendizagem.
Quando a família ou a escola poupa a criança destas experiências,
mesmo que o resultado previsto seja duvidoso, com objetivo de não expô-la a
momentos difíceis, não promove a ela aprendizagem de âmbito pessoal e
científico. Ao pouparem a criança ou adolescente dessas frustrações, a família
e a escola estão impedindo seu amadurecimento. Sendo assim, a criança ou
adolescente passará a não valorizar o feito, acreditando que não é capaz.
Desenvolverá então na criança uma dinâmica acomodada, e esta não arriscará
a novas tentativas.
Segundo Freire (1996):
“Ensinar também estamos aprendendo, bem como aquele que
aprende também possui muito a ensinar.”
Portanto aprender não é uma tarefa fácil, mas sim um tarefa complexa
e requer autonomia, intencionalidade, maturidade, além de contexto sócio-
afetivo propenso a essa empreitada. A aprendizagem só acontecerá através do
vínculo tanto entre o aprendiz e seu ensinante quanto entre o aprendiz e o
conhecimento.
Pode-se afirmar então que a aprendizagem é um processo de
inúmeros e contínuos episódios de ordem objetiva e subjetiva, estruturados e
não estruturados em uma dinâmica de construção e reconstrução do
conhecimento, cujos aprendizes e seus ensinantes são os protagonistas de
suas aprendizagens.
É comum que os pais e professores tenham expectativas quanto ao
desempenho das crianças e, à medida que elas não correspondem ao que foi
idealizado, manifestam muitas vezes de forma velada, o seu pesar e o seu
descontentamento. Ao serem cobradas por algo que não podem fazer, ao
serem rotuladas, ou ameaçadas de perderem o respeito e o afeto dos seus
pais, professores e amigos, essas crianças e jovens tornam-se incapazes de
convívio sociais e inseguros diante de novas aprendizagens.
Segundo TALLEY (2000, p. 40):
Enquanto o excesso de mimo significa apagar os limites
a serem transpostos passando à criança a idéia de que
nada lhe resiste, a humilhação significa reforçar esses
limites, transformá-los em altas muralhas intransponíveis.
Muitos pais não repreendem seus filhos na tentativa de os pouparem
das frustrações e dos insucessos. Eles esquecem que experimentar tais
sentimentos é caminho para o amadurecimento e a competência. Muitas
crianças e jovens tornam-se extremamente exigentes consigo mesmos e não
permitem experimentar nada que desconheçam ou não dominem, tornando-se
resistentes a novas aprendizagens. A superproteção dos pais traz, em si, o
recado velado de que a criança não é capaz; os elogios exagerados e
infundados podem gerar ansiedade e medo de não conseguir corresponder.
Isso vale também para os professores que desejam que os alunos produzam o
máximo que eles são capazes de produzir.
Uma criança que não acredita que ela seja capaz de criar, de
desenvolver idéias, de fazer coisas, que não tenha espaço para experimentar
até acertar, certamente não terá condições de transformar informações em um
conhecimento que a liberte para tomar iniciativas sociais.
É importante que fique claro para a criança que, mesmo que os pais
reprovem determinadas atitudes dela, o amor que sentem por ela não está em
jogo. Para que a criança se sinta amada incondicionalmente, é necessário
acima de tudo, que seja respeitada.
Segundo CURY (2003, P. 41)
Leve os jovens a enxergar os singelos momentos, a força
que surge nas perdas, a segurança que brota no caos, a
grandeza que emana dos pequenos gestos.
Auto-estima bem desenvolvida é instrumento precioso de aprender e
de ensinar. Uma criança desenvolve boa auto-estima à medida que é
reconhecida como pessoa única, singular, com necessidades educacionais
específicas à sua pessoa. Nessa perspectiva, ajudar cada aprendiz a
descobrir-se, a aceitar-se, a compreender-se, é possibilitar que ele se sinta
confiante e apto a enfrentar as dificuldades e as complexidades do aprender.
O sentimento de menos valia impede uma pessoa de aventurar-se à
aprendizagem, além de trazer conseqüências indesejáveis para o universo
relacional do aprendiz.
Toda aprendizagem, assim, é resultado da parceria essencial entre
família e escola que produzem movimentos favoráveis ou desfavoráveis em
termos do desenvolvimento de crianças e jovens. Isso nos leva a crer que a
auto-estima é o instrumento fundamental para darmos sentido às
aprendizagens e, por conseqüências, à vida de cada um.
2.2 - Família e Escola: Uma relação possível e necessária
Família e escola dividem funções importantíssimas no que se refere a
instruir e educar as crianças e jovens, compartilhando conhecimentos e
principalmente valores. Por vezes, uma delega à outra tais responsabilidades e
deixa o aluno sem direção a seguir. Para dar certo, a escola precisa
compreender o funcionamento da família e esta por sua vez, deve ser
interessar pelo desempenho e pelas atitudes dos filhos.
A maioria dos pais acredita que a escola é a continuação do seu lar e
cobra dela o que é de sua função. É aí que mora o perigo do confronto. A partir
da entrada do filho na escola, o sistema família tem seus valores colocados à
prova e são expostos. A escola por sua vez, entra para denunciar e colocar a
família em confronto com as diferenças e com a diversidade de valores e de
forma de educar.
Com a mudança contínua da estrutura familiar moderna, pais e mães
por sua vez apresentam atitudes negativas na educação de seus filhos:
somente apontam defeitos e os corrigem; são super protetores, impedindo a
capacidade de autonomia; são pessimistas e desestimulam os filhos a sonhar
com a realização pessoal.
A escola ainda não assimilou quase nada de todo progresso da
psicologia da educação e da didática. Utilizando métodos de ensino
ultrapassados.
Segundo PAREYSON (1989):
“Se pode olhar sem se ver e procurar sem encontrar, mas não
encontrar sem procurar, nem ver sem ter olhado.”
(PAREYSON, 1989, p.169)
E o que perigosamente se observa é que o educando vive, muitas
vezes, o anonimato em sala de aula.
Ou seja, não é verdadeiramente “olhando” em suas perguntas, suas
hipóteses, sua particular trajetória de construção de conhecimento.
Segundo CURY (2003): Os professores se escondem atrás dos livros,
das apostilas e computadores? A culpa é dos ilustres professores? Não! A
culpa, como veremos, é do sistema educacional doentio que se arrasta por
séculos.
A educação é, sem dúvida nenhuma, uma obra completa demais para
ficar apenas sob a responsabilidade da família ou da escola.
Então somos levados a perguntar: como tornar o professor consciente
do seu envolvimento, do seu compromisso?
Segundo PIAGET (1973):
Enquanto não nos deparamos com os obstáculos,
realizamos muitas coisas sem estarmos conscientes do
que estamos fazendo. São as dificuldades que
despertam a consciência das pessoas sobre sua ação,
que tornam possível classificá-la e compreendê-la.
A integração família-escola é um componente importante na formação
dos nossos filhos.
Sabemos que para melhorarmos cada vez mais essa relação, faz-se
necessário a participação de todos: pais, professores e alunos em todas as
atividades propostas pela escola. A escola na qual nossas famílias se integram
tem uma tradição e um presente que nos garantem a concretização de nossas
esperanças.
2.3 - Problemas que dificultam a relação entre Família e Escola
Nesse tópico pretendemos identificar dificuldades da relação escola-
família, e caminhos para superá-las. Vamos situar o papel social da família,
que se relaciona às exigências de cada momento histórico.
Segundo SARTI:
A família delimita-se, deste modo, por uma história que
vai sendo contada aos indivíduos desde que nascem, ao
longo do tempo, por palavras, gestos, atitudes ou
silêncios. Estes, por sua vez, são constantemente
redefinidos pelas várias mensagens que chegam à
família através do mundo ao seu redor. No entanto cada
um conta a historia do seu jeito. Ela é contada de
maneiras diferentes para cada um dos membros que
compõem a família, dependendo do lugar a partir do qual
ouvem ou falam, construindo várias (e variadas) historias.
(Cynthia Sarti, 1999, p.100/1)
Não há duvida de que a família ocupa um lugar privilegiado no
processo de desenvolvimento de cada criança, em sua historia de vida, na
estruturação de seu pensamento e de suas experiências. Para enfrentar os
inúmeros desafios colocados pela prática pedagógica, é importante que haja
interação entre professor, aluno e família.
Ao longo dos anos, principalmente nas escolas que atendem às
camadas de baixo nível socioeconômico, essa interação tem sido tentada sem
muito sucesso e torna-se cada vez mais difícil em função de inúmeros
obstáculos que crescem como a crise atual da sociedade brasileira. Exemplo
disso são as reuniões de pais que a escola marca, e já sabe que muitas
famílias não irão comparecer. Uma das justificativas mais freqüentes para esse
não comparecimento é a falta de condições da grande maioria dos pais, que
trabalham e não têm tempo para ir à escola. Outros fogem das reuniões porque
não sabem ler e se sentem envergonhados. Não se sentindo em condições de
contribuir, preferem ficar ausentes.
Uma das dificuldades está em como educar as crianças, uma vez que
os pais passam a maior parte do dia longe delas. A esse tempo de convívio
familiar restrito soma-se outro fator que tem um efeito prejudicial à educação
dar crianças: o sentimento de culpa.
Devido a esse sentimento os pais têm maior dificuldade em impor
limites, já que, por passarem pouco tempo ao lado dos filhos, eles evitam entrar
em atritos com eles.
Os pais procuram compensar a ausência com presentes e outros
mimos que deturpam ainda mais a referência de valores oferecidos às
crianças.
Os pais colocam internet, matriculam seus filhos em cursos de inglês,
computação, musica.
Segundo Cury (2003)
Tiveram uma excelente intenção, só não sabiam que as
crianças precisavam ter infância, que necessitavam
inventar, correr riscos, frustrar-se, ter tempo para brincar
e se encantar com a vida. Não imaginavam o quanto a
criatividade, a felicidade, a ousadia e a segurança do
adulto dependiam das matrizes da memória e da energia
emocional da criança. Não compreenderam que a TV, os
brinquedos manufaturados, a Internet e o excesso de
atividades obstruíram a infância dos seus filhos.
No âmbito familiar os pais não conversam com seus filhos, não há
tempo para dialogo, ou mesmo uma palavra amiga que os confortem.
Devido a esse patamar as crianças não têm limite na escola.
Em suma, os pais cobram da escola um bom desempenho dos filhos,
mas não se envolvem com as dificuldades por eles apresentadas. Pagam aulas
particulares e, portanto, querem apenas resultados, bons resultados. Não
acompanham a educação escolar dos filhos.
Não se sentindo em condições de contribuir, preferem ficar ausentes.
Por outro lado, a própria escola cria dificuldades para a participação,
na medida em que nós educadores, tendemos a projetar a família com a qual
nos identificamos – como idealização ou como realidade vivida – no que é ou
deve ser a família, o que impede de olhar e ver o que se passa a partir de
outros pontos de vista.
Em decorrência da dificuldade de interação com a família, muitas
escolas costumam limitar-se a fazer reuniões formais, que tratam
objetivamente dos assuntos em pauta, observando códigos de conduta
padronizados, sem abrir espaço para que os pais discutam a família da escola
e inviabilizam a interação para uma mudança significativa. O depoimento a
seguir nos leva a um exercício de reflexão:
A aluna Vanessa da 4ª série participou de uma reunião de pais, porque
sua mãe não podia deixá-la em casa sozinha. Uma professora ao terminar a
reunião fez a ela a seguinte pergunta:
-Você gostou da reunião?
-Ela respondeu:
-Eu não. A gente só vê o povo reclamando, falando do mau
comportamento dos alunos; que eles não respeitam os professores nem os
colegas e não fazem o dever de casa. A professora falava só de problemas e
das notas baixas. Depois a Diretora falou que a escola vai fazer umas coisas
complicadas, que eu não entendi bem, e entregaram as notas. Depois a
professora perguntou se alguém tinha dúvidas, se queria fazer alguma
pergunta ou dar sugestões. Mas não teve sugestão.
O depoimento acima nos revela o caráter democrático exercido por
essa escola que abriu espaço, mesmo que seja individual, para que esta aluna
opine sobre a reunião assistida. O fato desta pode expressar suas idéias,
significa que a escola apresenta uma conduta “liberal” na qual serve de
exemplo para muitas escolas que ainda apresentam um caráter autoritário e
conclusivo nas reuniões de pais e mestres. Infelizmente essas práticas são
comuns e esse tipo de conduta contribui para o fracasso escolar e o
distanciamento da família e escola.
Não acompanham a educação escolar dos seus filhos
Outro grave problema que afeta a relação Família-Escola é a família
“Desestruturada”.
As estatísticas mostram que aumenta, cada vez mais, o número de
mulheres que são as únicas responsáveis pela família e/ou provedoras da
maior parte do orçamento doméstico. Sabemos que famílias desprivilegiadas
costumam congregar, numa pequena área construída, também moram os avós,
tios e sobrinhos, etc.
As pesquisas atuais mostram que o modelo nuclear de família-pai,
mãe, filhos, não correspondem mais à realidade social e pior, tem servido para
considerar como “desorganizadas” as famílias que não correspondem a essa
mesma forma de organização dominante e simbólica na sociedade. Assim não
se pode continuar pensando num único modelo de família, pois os outros
podem ser rotulados por nós, como estranhos, desorganizados e
problemáticos, precisando até mesmo de tratamento. Em muitos casos de
separação dos pais, este acontecimento não levou a traumas nos filhos, mas
sim, a um verdadeiro alívio para esses que viviam num constante estado de
tensão em seu ambiente familiar.
Mas, em outros casos, os pais pedem o divórcio e, portanto fazem os
filhos acreditar que jamais os abandonará.
E com o tempo a criança fica angustiada e triste. O divórcio gera
grandes seqüelas psíquicas.
Hoje os professores além de serem bons profissionais, precisam
compartilhar com os alunos suas angústias e problemas.
O educador de hoje precisa atender dos processos físicos e psíquicos
pelos quais a criança passa, sendo capaz de detectar problemas cognitivos,
emocionais e comportamentais nesses alunos que podem passar
despercebidos pelos pais.
Quanto maior for o diálogo entre Família-Escola mais significativos
serão os resultados na formação do ser humano.
Segundo CANO (2000, p. 39)
Estamos situados em um espaço que dividido com
outros, com aqueles com que formamos uma
comunidade. Influenciam de modo especial a vida de
todas as pessoas os principais agentes socializadores da
comunidade, a família, a escola, a religião e os meios de
produção.
De modo geral, somos seres que dependemos de
conhecimento das outras pessoas para podermos
crescer e aprender a viver.
Se querermos uma escola democrática, se estamos investindo em
uma educação para a vida com dignidade e esperança e se defendermos uma
educação baseada na cultura da paz e contra a discriminação, conforme o
modelo da UNESCO, precisamos criar estratégias para mudar a relação da
escola com a família, começando por repensar as relações interpessoais, os
valores, as atitudes, os comportamentos, à procura de uma interação
verdadeira, com a participação efetiva dos alunos e de suas famílias. Portanto,
é fundamental que a escola inicie uma verdadeira interlocução com os pais ou
com seus representantes, mostrando que todos podem dizer o que estão
pensando, discutir, participar.
CAPÍTULO 3
A CONTRIBUIÇÃO DO SUPERVISOR NA COMUNIDADE
ESCOLAR
Cada escola é única e tem sua história, os seus problemas específicos
e as suas necessidades imediatas. O supervisor que tem concretamente, na
prática da sua escola, vivência das dificuldades, sendo um dos agentes
avaliadores quando analisa e interpreta dados com todos outros agentes da
escola, é um profissional, a quem é mais diretamente delegada a tarefa de
coordenar a implementação do nível pedagógico dessas práticas, está sendo
cada vez mais, completamente, exigida numa sólida formação. Portanto o
supervisor tem muitas atribuições e funções no campo educacional.
Mas o que é supervisão pedagógica?
“Supervisão pedagógica é o processo que tem por
objetivo prestar ajuda técnica no planejamento,
desenvolvimento e avaliação das atividades educacionais
na escola, tendo em vista o resultado das ações
pedagógicas, o melhor desempenho e aprimoramento
permanente do pessoal envolvido na situação ensino-
aprendizagem”.
Seguindo esse conceito, os supervisores pedagógicos têm uma
grande responsabilidade na orientação e acompanhamento do
desenvolvimento do ensino. As características das escolas consideradas
eficientes incluem abertura para mudanças na busca incessante de melhores
respostas aos problemas dos alunos, dos pais e professores.
“Reforçar a cooperação, espírito de equipe. Propiciar a
participação na resolução de problemas e criação de
oportunidades. Oportunizar a manifestação/
apresentação de novas idéias, mantendo um clima
estimulador de trabalho que conduza à inovação”.
(Fanaya, Nelson e Dirce Conte: 1997, p.27 e 28)
A supervisão tem um papel político, pedagógico e de liderança no
espaço escolar, sem desconsiderar o restante da equipe, mas o supervisor
escolar deve ser inovador, ousado, criativo e sobretudo um profissional de
educação comprometido com o seu grupo de trabalho. É quase uma perfeição?
Não, tem-se que ter humildade também para aprender e ouvir quando o grupo
fala, argumentos teóricos para garantir a continuidade da proposta e a
sabedoria de recuar quando o grupo ainda necessita de mais tempo. O
suficiente para continuar a caminhada e durante o trajeto ir pensando sobre
nossas ações.
A contribuição não é só do supervisor mais de todos envolvidos no
processo educacional.
Junto a direção Junto aos professores Junto aos alunos
Junto aos especialistas Supervisor Junto ao serviço de
afins orientação pedagógica
Junto à comunidade Junto aos funcionários Junto aos familiares
em geral
O supervisor sozinho, não faz nada, o ideal é o trabalho conjunto dos
segmentos. Cabe a ele a busca de contato e relações entre professores,
direção, aluno, enfim, toda a comunidade escolar.
O supervisor questiona, reflete, dialoga e orienta junto ao docente, a
forma de abordar os conteúdos lógicos e os conteúdos que envolvem
condições existenciais dos discentes, vislumbra-se a sistematização do
trabalho do supervisor no interior das diferentes relações que se estabelecem
na escola, onde o ensinar e o aprender são focalizados a partir do
entendimento dessas relações.
Portanto, segundo Medina (1999),
“Professor e supervisor têm seu objeto próprio de
trabalho: o primeiro, o que o aluno produz; e o segundo,
o que o professor produz. O professor conhece e domina
os conteúdos lógicos sistematizados do processo de
ensinar e aprender; o supervisor possui um
conhecimento abrangente a respeito das atividades de
quem ensina e das formas de encaminhá-las,
considerando as condições de existência dos que
aprendem (os alunos). O professor não perde o controle
sobre o seu próprio trabalho...”.
(Medina, 1999, p.31)
O professor age em parceria com o supervisor e é, justamente, a partir
desta parceria que nascem as diferentes formas de se encaminhar a
aprendizagem dos alunos.
O supervisor também deverá levantar questões sobre a eficácia das
ações de todos para melhorar o desempenho do aluno.
O supervisor tem que fazer o diagnóstico de acordo com a realidade
dos alunos. Fazer a observação e registrar para um posterior planejamento que
deverá ser passado aos professores. O mesmo deverá estar sempre
atualizado. O supervisor deve consultar o professor sobre seu aluno, o que
espera dele (objetivos), como desenvolve as competências básicas que devem
ser construídas pelos alunos. Quando a resposta for não, ele deve organizar-se
para intensificar e melhorar a orientação aos professores.
Segundo SERGIOVANNI (1978, p. 41):
Se deixada à sua própria sorte, a escola evolui para uma
estrutura monolítica que capta e usa seus participantes
para realizar seus fins, e não os fins dos indivíduos.
A ação profissional do Supervisor nas séries finais do Ensino
Fundamental e no Ensino Médio é também de estabelecer, junto aos
professores, a relação entre currículo e desempenho escolar.
Trabalhar a articulação curricular como uma ação necessária e colocá-
la em prática, criando um elo de ligação entre o currículo e o livro didático,
identificar conteúdos comuns entre as disciplinas e trabalhá-los globalmente na
escola através dos temas transversais são tarefas indispensáveis para que o
Supervisor Pedagógico possa coordenar o processo ensino-aprendizagem dos
alunos.
Faz-se necessário compreender a necessidade do Supervisor
Pedagógico, estabelecendo uma relação de respeito e cumplicidade no
trabalho escolar, em que ele assuma o seu verdadeiro papel no processo
educativo, com competência, para que as nossas escolas possam fazer a
diferença.
3.1 - O papel do supervisor pedagógico como coordenador do
processo ensino-aprendizagem
Supervisor pedagógico – função
Articular a construção coletiva de um projeto pedagógico, priorizando
não só o desenvolvimento profissional/ técnico dos seus professores e
funcionários, porém investindo, com o mesmo afinco, no desenvolvimento
pessoal desses colaboradores, a partir de um plano de formação continuada
elaborando com participação efetiva dos mesmos, na construção de um
coletivo com objetivos e trabalhos comuns, e olhares voltados aos fazeres
pedagógicos.
Cabe ao supervisor, em sua intervenção, implementar conceitos
organizadores no campo educacional, estabelecendo uma metodologia à luz do
conhecimento. Deverá se deter sobre a organização escolar, a estrutura
administrativa e didática das unidades, os ciclos, seu planejamento, execução
e avaliação metodológica. Neste caminhar, o supervisor deve se fazer
imprescindível, como agente transformador, provocador de ações e reflexões,
além de parceiro das equipes escolares.
Requisitos ao exercício da função
Possuir sensibilidade e capacidade empática afim de estabelecer construtivas
relações interpessoais com os seus orientadores, conhecendo a maneira
particular como cada um(a) atua e reflete sua prática.
Exercer suas funções com segurança e autonomia.
Ter experiência educacional, preferencialmente já tendo exercido o papel de
professor (a).
Estar preparado teórica e tecnicamente.
Princípios
Gestão democrática e participativa;
Trabalho coletivo;
Ética profissional;
Comprometimento político-pedagógico;
Capacidade de inovação e criatividade;
Responsabilidade pública;
Desenvolvimento de parcerias;
Planejamento, coordenação e avaliação estratégica e coletiva de todas ações
em nível pedagógica;
Associação da teoria – prática;
Realidade escolar e comunitária;
Conhecer a LBD.
3.2 Sugestões de técnicas e meios utilizados na Supervisão
1. Encontros (reuniões) com diretores e/ou professores.
O supervisor, sendo um membro da direção da escola, terá reuniões:
-Com a equipe administrativa da escola: participa como membro do grupo
diretivo.
-Com a família; com a equipe escolar; com a comunidade; com professores;
com os alunos.
-As reuniões são o instrumento mais aplicado pelo Supervisor no exercício de
suas funções. Ele deverá dominar as técnicas de chefia e liderança de
reuniões, bem como as de participação.
2. Entrevistas individuais com professores
Esta técnica faz parte do dia-a-dia do supervisor, a qual, ele deve dedicar
especial atenção na apreensão dos modos de proceder, para que possa
alcançar o máximo rendimento em sua aplicação.
3. Visitas às salas de aula
É uma das técnicas mais importante no trabalho do Supervisor. A visita
possibilita entrar em contato direto com as diversas atividades da escola,
obtendo informações a respeito dos problemas dos professores e alunos.
4. Aulas de demonstração
A demonstração é a apresentação de um assunto ou de um potencial de
ensino, com o propósito demonstrar como se deve proceder ao desenvolver ou
aplicar tal assunto ou tal material.
5. Oficinas pedagógicas
É uma atividade pedagógica com o propósito de demonstrar idéias ou
objetivos, visando “construir” uma nova idéia ou outro objeto. Em oficina
pedagógica ou escola oficina, as pessoas se reúnem com o propósito de
chegarem a uma conclusão ou a uma nova idéia sobre um determinado tema.
6. Bibliotecas Profissionais
Organizar uma biblioteca contendo livros, panfletos, boletins, artigos, etc.
especializados em educação e áreas de ação da escola oportunizará o
manuseio de obras diversas, possibilitando o estudo de assuntos diversos.
O supervisor deverá ter muito cuidado na compra de livros, pois estes devem
ser bem selecionados, com conteúdo atualizado e de acordo com o corpo
docente da escola.
7. Avaliação da escola, dos professores e a auto-avaliação
O supervisor deverá valer-se da avaliação para realimentar as ações,
adequando-as às reais necessidades dos alunos, dos professores e da própria
escola.
8. Assessoramento
No momento em que o professor solicitar sua ajuda, ele deverá elaborar um
esquema de atendimento, em geral conjuntamente com o professor. Esta ação
a ser desenvolvida, geralmente implica no emprego de outra técnica de
supervisão, como entrevista individual, visita à sala de aula, leitura pedagógica,
etc. Assessorar a direção e orientação educacional nos assuntos referentes a
organização escolar, aprimoramento das condições de aprendizagem,
orientação aos pais sobre estudo para os filhos, etc.
9. Orientação e acompanhamento da atividade escolar
É através do acompanhamento das ações na escola que o supervisor
conhecerá as dificuldades e poderá, elaborar o programa de atendimento às
reais necessidades do corpo docente.
10. Análise do plano de aula
A elaboração do plano de aula não deve ser considerada apenas uma
exigência formal. O professor que planeja cada aula que dará, a partir de uma
visão global do processo, tem mais oportunidade de alcançar um resultado
satisfatório com seus alunos.
Ao analisar o plano de aula do Professor, o Supervisor deverá considerar
muitos fatores além de sua eficiência. Na análise, deverá considerar a
significância do conteúdo, sua utilidade e se os procedimentos didáticos estão
coerentes com os objetivos à serem alcançados.
CONCLUSÃO
Conclui-se com este estudo que o processo educativo compromissado
com a formação do ser humano não se esgota na unidade escolar. Trata-se de
uma ação permanente que envolve o aluno, a família, a comunidade e suas
organizações. A importância da família no processo educativo é decisiva. Cabe
à escola compreender a constituição da família, sua forma de vida, seus
valores e implementar projetos que contemplem suas necessidades. A
experiência tem nos mostrado ao longo do tempo que sistemas educacionais
que deram certo, e continuam dando certo, são aqueles em que os pais
participam da educação e do aprendizado de seus filhos.
A atuação dos pais é fundamental para o sucesso da criança na escola
e, por conseguinte, na vida. A relação família-escola se constrói a partir dos
Pais e com a colaboração destes, a Escola e a Família são os agentes mais
permanentes e eficazes da mudança que urge fazer.
É necessário investir numa educação para os direitos humanos, tais
como, diálogo, respeito mútuo e tolerância. O projeto educativo deve
desenvolver estratégias de cooperação e de troca de saberes, implementando
a relação Família-Escola.
O reconhecimento da Escola como local de encontro de culturas
poderão valorizar os diferentes saberes e promover o desenvolvimento das
crianças como sujeito mais autônomo numa abordagem de educação para a
cidadania democrática participativa e numa perspectiva dinâmica de
criatividade e afetividade.
Há ainda, um longo caminho a percorrer, mas os primeiros passos
certamente já foram dados. Hoje a escola, cada vez mais, toma consciência da
sua responsabilidade social: um fórum de debates e ações em busca de novas
e melhores condições para um mundo em mudança.
Como já foi dito, depois que a família passou a ter uma nova base em
sua formação mudou também toda a concepção de educação. Pois a mulher
ao se emancipar não executa com o mérito seu papel de mãe, dona-de-casa.
Pode parecer um tanto preconceituosa essa afirmativa, mas o fato de a mulher
se tornar independente abalou a fundo a instituição família. Os filhos passaram
a adquirir a autonomia ou liberdade precocemente não tem mais limites,
transgridem regras e omitem verdades. A partir de então quando a família (os
pais em si) percebe que já perderam o controle da situação, repassam para a
escola a função de recuperar e educar seus filhos.
Então surgem as controvérsias; De um lado a escola com a função
educadora e de outro a família que é a primeira instituição educacional que a
criança tem contato. Ambas em constante conflito por não conseguirem entrar
em acordo no sentido educacional.
A escola tem por objetivo formar cidadãos conscientes no contexto do
mundo globalizado.
Por essa razão, se faz necessária uma prática voltada para o trabalho
pedagógico coletivo e compartilhado, a partir de um Plano de Intervenção
Pedagógica, em que a democratização do ensino, tanto quantitativa como
qualitativamente, seja efetivado em nossas escolas.
A família visa que ao matricular o filho numa instituição educacional,
termina ali o seu dever para com a criança.
Tremendo engano. Pois é aí que começa a grande responsabilidade.
Se a comunidade familiar não estiver interagida em todos os aspectos com a
escola, o objetivo principal que é a aprendizagem não será alcançado.
Portanto a sociedade não deve aceitar passivamente as decisões
tomadas pela escola sem sistematizar o que está sendo proposto.
Cabe a escola também facilitar esta relação, pois, a parceria se dá
acima de tudo com autonomia e respeito.
Os projetos devem ser analisados em conjunto; em aberto.
Lembrando-se que a escola não é nossa. É de todos! A diversidade cultural na
qual fazemos partes, requer que oportunizemos a todos ao desenvolvimento
cognitivo; que coloquemos todos em condições de aprendizagem. Cabendo a
cada um, seja família ou escola reconhecer que ambas não podem se dissociar
ao falar em EDUCAÇÃO.
Família e escola em busca de uma sociedade justa e democrática. Eis
aí de fato o objetivo da Educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANO, Betuel – 1948 – Ética: Arte de viver: A alegria de não estar só, volume
2. Tradução Vera Lúcia Vaccari e Valeriano M. Casillas. São Paulo: Paulinas,
2000. – (Coleção: Ética e Valores).
CARVALHO, Irene Mello. O processo Didático. Rio de Janeiro, Fundação
Getúlio Vargas, 1973.
CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de
Janeiro: sextante, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. Um encontro com a pedagogia
do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à pratica educativa. 27º.
Ed, São Paulo, Paz e Terra, 1996.
FANAYA, Nelson e CONTE Dirce. Estratégias em Ação. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 1997.
GARCIA, Walter Esteves, Org. Educação Brasileira Contemporânea:
Organização e Funcionamento. São Paulo, Macgraw – Hill, 1976.
MEDINA, A. da S. Supervisão Escolar: parceiro político – pedagógico do
professor. In Silva JR, Ce Rangel, M Corgl. Nove olhares sobre a supervisão.
São Paulo: Papirus, 1999.
MINUNCHIN, S. Famílias: Funcionamento e Tratamento. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1999.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São
Paulo: Cortez, 2000.
PAREYSON. Módulo IV. Tópicos especiais Educação e Legislação
Educacional. pág. 32, 2007.
PIAGET, Jean. Para onde vai a educação. Rio de Janeiro: JOSÉ OLYMPIO,
1973.
PICHON – RIVIÉRE, E. Teoria do vínculo São Paulo: Marins Fontes, 1995.
TAILLEY, Yves de La. Limites: três dimensões educacionais. São Paulo:
África, 2000.
TOZONI – Reis, Marília Freitas de Campos. Metodologia da Pesquisa
Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2005.
SARTI. CYNTHA. Família e jovens: no horizonte das ações. Revista brasileira
de educação. Anped: nº. 11, p. 100, mai, jun, ago. 1999.
SERCIOVANNI, Novos padrões de Supervisão Escolar. São Paulo: USP,
1978.
VYGOSTSKY Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Diretrizes para a elaboração de uma monografia
científica. In: -. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 1985