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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR X A DESPROTEÇÃO DO

FORNECEDOR

O DESEQUILIBRIO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Por: Renata Pereira Gama

Orientador

Prof. Willian Rocha

Rio de Janeiro

2014

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A PROTEÇÃO DO CONSUMIDOR X A DESPROTEÇÃO DO

FORNECEDOR

O DESEQUILIBRIO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Direito de Empresa,

Mercado e Negócios.

Por: Renata Pereira Gama

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AGRADECIMENTOS

....à Deus, aos amigos e parentes, ao

meu orientador......

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DEDICATÓRIA

.....dedica-se à minha mãe Nadir Gama,

ao meu irmão e cunhada Leonardo Gama

e Thailane Gama e ao meu noivo Glauber

Souza.......

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RESUMO

Com o crescimento das relações de consumo, as reclamações

envolvendo consumidor e fornecedor também cresceram de forma

concomitante e a Lei de Direito do Consumidor tem sido explorada a cada dia.

Verifica-se na lei de consumo o extremo cuidado do legislador no

sentindo de buscar o equilíbrio das relações consumeristas, mas o que

podemos verificar, na aplicação da Lei, é uma super proteção do agente

consumidor e a desproteção do agente fornecedor, que muitas das vezes,

devido a má fé do consumidor, é prejudicado nos processos administrativos e

judiciais.

Buscamos entender, nesta pesquisa, o outro lado, o direito do

fornecedor e os princípios que o norteiam. Ficando clara a necessidade de

algumas reformulações nos órgãos controladores e o cuidado na aplicação do

CDC, que deve deixar claro que o direito de um termina, quando começa o

direito do outro, que o consumidor não é sempre a vítima nas relações e que o

fornecedor não será sempre o responsável pelos danos no objeto da relação

de consumo.

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METODOLOGIA

Foi utilizada, nesta pesquisa, a Constituição Federal do Brasil, o Código

de Defesa do Consumidor, o Código Cívil, Livros, Dicionário jurídico, bem

como sites que tratam das relações de consumo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Nascimento do CDC 10

1.1 Princípios norteadores para a criação do Código de 12

Defesa do Consumidor

CAPÍTULO II - Conceituação na relação de consumo 17

2. 1 – Conceito de consumidor 17

2. 2 – Conceito de fornecedor 19

2. 3 – Definição de produtos e serviços 21

CAPÍTULO III – O conflito na relação de consumo 22

CAPÍTULO IV – Direitos do fornecedor 27

4.1 – Inversão do ônus da prova 27

4.2 – Excludente de responsabilidade 28

4.3 – Direito de não indenizar 28

4.4– Prazos para conserto 29 4.5 – Garantia – Prescrição e Decadência 32 CONCLUSÃO 35

ANEXOS 36

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

WEBGRAFIA 39

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INTRODUÇÃO

O direito do consumidor foi criado visando à proteção da coletividade

consumerista de bens ou serviços oferecidos. Sua regulamentação se deu pelo

Código de Defesa do Consumidor, Costituição da República e demais normas.

Durante a Revolução Industrial, a indústria obteve grande crescimento,

passando a introduzir a robótica e a informática, por conta disso, as relações

de consumo se expandiram e o Direito do Consumidor resultou em uma

grande evolução.

Com a industrialização, as produções passaram a ser em altas escalas,

aumentando as relações de negócios. Este período ficou conhecido como

‘’movimento consumerista’’.

Com a grande quantidade de negócios realizados, o número de conflitos

também cresceu gradativamente, por conta disso, observou-se a necessidade

da criação de institutos capazes de solucionar conflitos resultantes da relação

consumerista. A princípio surgiram pequenas organizações direcionadas para

a solução destes conflitos. Neste momento, buscou-se resguardar os

interesses da parte mais vulnerável, o consumidor, e ao mesmo tempo

resguardar os direitos do fornecedor.

Nas relações de consumo, não podemos apenas visar o consumidor, é

de extrema importância resguardar os direitos do fornecedor, que muitas das

vezes, devido a excessiva proteção ao consumidor, acaba sendo lesado.

O foco central desta pesquisa é análise dos direitos do fornecedor, mais

especificamente os fabricantes, produtores, comerciantes, entre outros. A Lei

nº 8.078, de 1999, trata sobre os direitos do consumidor, mas conseguimos

vislumbrar os direitos do fornecedor.

É de suma importância obeservar que nesta relação consumerista

deveres e obrigações acontecem de forma mútua, sendo assim, o direito de

uma parte começa onde termina da outra parte.

No capítulo primeiro, abordamos sobre o surgimento das leis

consumeristas, mostrando na Constituição da República o nascimento deste

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estatuto, abordando os principais princípios norteadores da relação de

consumo.

No capítulo segundo, definimos os agentes da relação consumerista,

abordandos os seus direitos e obrigações nesta relação. Neste capítulo

também encontraremos as definições de produtos e serviços.

No capítulo terceiro, analisamos os conflitos destas relações e os

Órgãos responsáveis em intermediar estes conflitos. Discutindo sobre o

equilibrio das relações e boa fé.

No capítulo quarto, abordamos os direitos dos fornecedores, que são

encontrados na própria lei de Defesa do Consumidor, e demonstramos o

desequilibrio nas relações de consumo, onde, com a materna proteção do

CDC, a falta de fiscalizão dos Procons e o aumento de demandas

consumeristas, os fornecedores de boa fé estariam sendo prejudicados nestes

conflitos.

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CAPÍTULO I

O NASCIMENTO DO CDC1

A defesa do consumidor no Brasil se desenvolveu a partir da década de

1960, quando foi reconhecida a vulnerabilidade do consumidor e sua

importância nas relações comerciais nos Estados Unidos.

Em 15 de março de 1962, em mensagem ao Congresso Nacional

estadunidense, o então presidente John F. Kennedy reconheceu o caráter

universal da proteção dos direitos dos consumidores, tais como o direito à

segurança, à informação e de escolha. Por esse motivo, no dia 15 de março é

comemorado o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor.

Enquanto nos EUA e nos países europeus a proteção do consumidor

surge como resultado da consolidação da sociedade afluente, no Brasil, de

modo diverso, seu aparecimento é concomitante com as consequências

provocadas pela industrialização das décadas de 1960 e 1970, seguidas de

crises econômicas e sociais. Destaca-se, nesse período, a Lei Delegada no. 4,

de 26 de setembro de 1962.

O processo inflacionário e a consequente elevação do custo de vida

desencadearam fortes mobilizações sociais. Assim, na década de 1970,

surgiram os primeiros órgãos de defesa do consumidor. Em 1976, foram

fundadas a Associação de Proteção ao Consumidor de Porto Alegre (APC), a

Associação de Defesa e Orientação do Consumidor de Curitiba (ADOC) e o

Grupo Executivo de Proteção ao Consumidor (atual Fundação Procon São

Paulo).

A década de 1980, conhecida pela recessão econômica e pela

redemocratização do País, foi marcada pelo movimento consumerista, o qual

almejava incluir o tema da defesa do consumidor na Assembleia Nacional

Constituinte.

1 http://portal.mj.gov.br/main.asp?View={A32B5C4B-8769-4502-B794-79E10D59DF4B}&BrowserType=NN&LangID=pt-br&params=itemID%3D%7B1142B2CD%2D1DB1%2D4F54%2D86F2%2DC8D3E2C1B9FE%7D%3B&UIPartUID=%7B2868BA3C%2D1C72%2D4347%2DBE11%2DA26F70F4CB26%7D

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Por força do engajamento de vários setores da sociedade, por meio do

Decreto nº 91.469, de 24 de julho de 1985, foi criado o Conselho Nacional de

Defesa do Consumidor, do qual fizeram parte associações de consumidores,

Procons Estaduais, a Ordem dos Advogados do Brasil, a Confederação da

Indústria, Comércio e Agricultura, o Conselho de Auto-Regulamentação

Publicitária, o Ministério Público e representações do Ministério da Justiça,

Ministério da Agricultura, Ministério da Saúde, Ministério da Indústria e do

Comércio e Ministério da Fazenda, com o escopo de assessorar o Presidente

da República na elaboração de políticas de defesa do consumidor.

O Conselho Nacional de Defesa do Consumidor teve destacada atuação

na elaboração de propostas na Assembleia Constituinte e principalmente, por

ter difundido a importância da defesa do consumidor no Brasil, possibilitando,

inclusive, a criação de uma Política Nacional de Defesa do Consumidor.

No mesmo período, a Organização das Nações Unidas, por meio da

Resolução n. 39-248 de 1985, estabeleceu as Diretrizes para a Proteção do

Consumidor, ressaltando a importância da participação dos governos na

implantação de políticas de defesa do consumidor.

Com o advento da Constituição Federal de 1988, a Constituição Cidadã,

consagrou-se a proteção do consumidor como direito fundamental e princípio

da ordem econômica (arts. 5º, XXXII, e 170, V), cabendo ao Estado a

promoção da defesa do consumidor, na forma da lei.2

Assim, em 11 de setembro de 1990, por meio da Lei 8.078/90, surgiu o

Código de Defesa do Consumidor, que assegura o reconhecimento da

vulnerabilidade do consumidor e estabelece a boa-fé como princípio basilar

das relações de consumo.

O Código, reconhecido internacionalmente como um paradigma na

proteção dos consumidores, estabelece princípios básicos como a proteção da

vida e da saúde e da segurança, a educação para o consumo, o direito à

informação clara, precisa e adequada, a proteção contra a publicidade

enganosa e abusiva por meio do equilíbrio das relações de consumo.

2 http://portal.mj.gov.br/main.asp?View={A32B5C4B-8769-4502-B794-79E10D59DF4B}&BrowserType=NN&LangID=pt-br&params=itemID%3D%7B1142B2CD%2D1DB1%2D4F54%2D86F2%2DC8D3E2C1B9FE%7D%3B&UIPartUID=%7B2868BA3C%2D1C72%2D4347%2DBE11%2DA26F70F4CB26%7D

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A Lei 8.078/90 também estabeleceu que a proteção e defesa do

consumidor no Brasil seriam exercidas por meio do Sistema Nacional de

Defesa do Consumidor (SNDC), que congrega os órgãos federais, estaduais e

municipais, além das entidades civis de defesa do consumidor.

Em 28 de maio de 2012, por meio do Decreto n. 7.738, foi criada a

Secretaria Nacional do Consumidor, à qual cabe exercer as competências

estabelecidas na Lei. 8.078/90 tais como formular, promover, supervisionar e

coordenar a Política Nacional de Proteção e Defesa do Consumidor.

Com base no surgimento do Código, podemos dizer que o mesmo tem

total ligação com o Direito Constitucional.

1.1 – Princípios norteadores para a criação do Código de Defesa do

Consumidor

Para tratarmos sobre os princípios norteadores do CDC, se faz

necessário entender o conceito de ‘’principio’’:

‘’os princípios são valores morais, políticos e jurídicos de

determinada sociedade proclamados por normas de

direito, que denominamos normas principiológicas’’3

Na Constituição de 1988 vislumbramos princípios que norteiam e dão

base, no que se refere às relações consumeristas, as leis infraconstitucionais e

ao Código de Defesa do Consumidor.

O artigo 5º, da Constituição Federal, trata sobre o principio de

igualdade entre os indivíduos e será a partir dele que iniciaremos a nossa

pesquisa:

3 ROCHA, José Albuquerque. Teoria Geral do Processo. 5. Ed. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 50

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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de

qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos

estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito

à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

O legislador demonstrou a sua grande preocupação em fixar a igualdade

entre os indivíduos.

É de suma importância entender a igualdade nas relações de consumo,

pois o objetivo do CDC é nortear um ponto de equilíbrio nas relações entre

fornecedor e consumidor, tomando por base em tratar os desiguais de forma

desigual.

O equilíbrio nas relações de consumo fica bem claro no inciso III, do

artigo 4º, do CDC, in verbis:

III - harmonização dos interesses dos participantes das

relações de consumo e compatibilização da proteção do

consumidor com a necessidade de desenvolvimento

econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os

princípios nos quais se funda a ordem econômica (art.

170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-

fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e

fornecedores;

Ao analisar a Constituição e o Código de Defesa do Consumidor, fica

bem clara a intenção do legislador em garantir a igualdade entre o fornecedor

e o consumidor. O equilíbrio nesta relação é bastante sensível, pois o

consumidor é bem mais vulnerável frente ao fornecedor.

O desequilíbrio nas relações podem ser observadas nas soluções de

litígio ingressadas na justiça comum, que serão sentenciados e julgados,

sendo cabível o duplo grau de jurisdição, caso a parte vencida impetre o

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recurso pertinente. Para entender melhor, podemos citar a obra de Ada

Pellegrini:

...a tarefa de equilibrar processualmente os litigantes que

não se encontram em igualdade de condições é delicada.

As prerrogativas não devem superar o estritamente

necessário para restabelecer o equilíbrio. Por isso,

frequentemente a doutrina considera inconstitucional o

tratamento privilegiado dispensado às partes4.

Outro princípio, encontrado no inciso II, do artigo 5º, é o princípio da

legalidade, que trata: ‘’ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer

alguma coisa senão em virtude de lei’’.

Neste sentido, citaremos a explanação sobre o assunto, realizada por

Alexandre de Morais em seu livro de Direito Constitucional:

O art. 5º, II, da Constituição Federal, preceitua que

ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma

coisa senão em virtude de lei. Tal princípio busca

combater o poder arbitrário do Estado. Só por meio das

espécies normativas devidamente elaboradas conforme

regras de processo legislativo constitucional, podem-se

criar obrigações para o indivíduo, pois são expressão da

vontade geral. Com o primado soberano da lei, cessa o

privilégio da vontade caprichosa do detentor do poder em

benefício da lei.5.

Podemos vislumbrar, no inciso LIII, do artigo 5º, o princípio do juízo

natural, que instrui: ‘’ninguém será processado nem sentenciado senão pela

autoridade competente’’ Tal inciso demonstra que somente a autoridade

4 GRINOVER, Ada Pellegrini ET AL. Teoria geral do processo. 12. Ed São Paulo: Malheiros, 1996, p.55. 5 MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1999, p.66.

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competente poderá presidir e julgar o processo com a devida observância

legal.

Neste sentido é importante ressaltar que a competência para dar

andamentos aos processos é inerente ao cargo ocupado pela autoridade

competente.

Outro princípio, de suma importância, é o princípio do devido

processo legal, que se encontra no inciso LIV, do art. 5º: ‘’ninguém será

privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal’. Tange a

necessidade de um processo legalmente constituído. Este principio serve as

relações de consumo no que se refere às demandas em processos judiciais e

administrativos. O autor Wambier nos instrui sobre o tema:

...toda e qualquer consequência processual que as partes

possam, tanto na esfera da liberdade pessoal quanto no

âmbito de seu patrimônio, deve necessariamente decorrer

de decisão prolatada num processo que tenha tramitado

de conformidade com antecedente previsão legal6.

Por ultimo abordaremos o princípio do contraditório e da ampla

defesa, que se encontram no inciso LV, do artigo 5º, que diz: ‘’aos litigantes,

em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela

inerentes’’.

Este princípio é assegurado à parte demandada para se manifestar

sobre todas as provas apresentadas, pela parte demandante, no processo.

Em sua obra, o autor Wambier, discorre sobre o tema:

...pode ser identificado como o princípio de

tratamento ou princípio da bilateralidade da

audiência. Esse princípio, guindado à condição

de garantia constitucional, significa que é

preciso dar ao réu possibilidade de saber da

existência de pedido, em juízo, contra si, dar

6 WAMBIER, Luiz Rodrigues ET. AL., OP. CIT.2001, P. 67

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ciência dos atos processuais subsequentes, às

partes (autor e réu), aos terceiros e

assistentes, e garantir a possível reação contra

decisões, sempre que desfavoráveis7

Como discorrido, podemos analisar alguns dos principais princípios que

norteiam o Código de Defesa do Consumidor, principalmente no que tange a

harmonia nas relações de consumo e a boa fé.

7 WAMBIER, Luiz Rodrigues ET. AL., OP. CIT.2001, P. 74

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CAPÍTULO II

Conceituação na relação de consumo

As relações consumeristas apresentam dois sujeitos bem definidos, que

contêm direitos e obrigações. De um lado, temos o fornecedor de um produto

ou serviço e, de outro, o consumidor, que é o adquirente de um produto ou

serviço.

Para entender melhor esta relação de consumo será necessário

conceituar cada sujeito e entender esta negociação.

2.1 – Conceito de consumidor

O Código de Defesa do Consumidor trás a conceituação básica de

consumidor, em seu art. 2º: ‘’ consumidor é toda pessoa física ou jurídica que

adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final’’. Nesta definição

podemos verificar o ponto chave ‘’destinatário final’’.

Para Filomeno, o conceito de consumidor está atrelado a três pontos de

vista:

...sob o ponto de vista econômico, consumidor é

considerado todo individuo que faz destinatário da

produção de bens, seja ele ou não adquirente, e seja ou

não, a seu turno, também produtos de outros bens.

Do ponto de vista psicológico, considera-se consumidor o

sujeito sobre o qual se estudam as reações a fim de se

individualizar os critérios para a produção e as

motivações internas que o levam ao consumo. Nesse

aspecto, pois, perscruta-se das circunstâncias subjetivas

que levam determinado individuo ou grupo de indivíduo a

ter preferência por este ou aquele tipo de produto ou

serviço.

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Já do ponto de vista sociológico é considerado

consumidor qualquer indivíduo que frui ou se utiliza de

bens e serviços, mas pertencente a uma determinada

categoria ou classe social.8

Cabe ressaltar, que não só apenas uma pessoa pode figurar como

consumidor, e sim uma coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,

quando assumem a gestão da relação de consumo, equiparam-se a

consumidores, sendo detentor das garantias pertinentes.

Neste sentido, Filomeno trás em sua obra esta definição:

...consumidor é a parte vulnerável técnica e

financeiramente, que, não, dispondo, por si, de controle

sobre a produção de bens de consumo ou prestação de

serviços que lhe são destinados, arrisca-se a submeter-se

ao poder e condições dos produtores daqueles mesmos

bens e serviços9.

O artigo 29, do CDC, estende o conceito de consumidor a todas as

pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas comerciais ou contratuais

abusivas. Deste modo, por força do código, as pessoas jurídicas equiparam-se

aos consumidores.

No que se refere a este tema, segue a definição encontrada na obra de

Filomeno:

É certo que uma pessoa jurídica pode ser consumidora

em relação a outra, mas tal condição depende de dois

elementos que não foram adequadamente explicitados

neste particular artigo do código (referindo-se ao artigo

2º). Em primeiro lugar, o fato de que os bens adquiridos

8 FILOMENO, José Geraldo Brito, Manual de direitos do consumidor. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 32-33. 9 FILOMENO, José Geraldo Brito. Op. Cit, 1999, p.32.

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devem ser bens de consumo e não bens de capital. Em

segundo lugar, que haja entre o fornecedor e consumidor

um equilíbrio que favoreça o primeiro.10

2.2 – Conceito de fornecedor

Do outro lado da relação de consumo, temos a figura do fornecedor de

produtos e serviços, que tem sua definição no art. 3º, do Código de Defesa do

Consumidor, vejamos:

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou

privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes

despersonalizados, que desenvolvem atividade de

produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição ou

comercialização de produtos ou prestação de serviços.

A definição do artigo acima é ampla e procura apresentar a figura do

fornecedor como o principal responsável, tendo o propósito de firmar a

responsabilidade solidária, nas relações de consumo, de todos os

corresponsáveis por eventuais defeitos ou vícios do produto ou serviços.

Para Plácido Silva a definição de ‘’fornecedor se tem como todo

comerciante ou estabelecimento que abastece ou fornece gêneros ou

mercadorias necessários ao consumo11.’’ Diante desta definição, enquadram-

se também aqueles que ofertem bens e serviços de consumo que busquem

atender às necessidades de outrem.

Quando tratamos sobre fornecimento de produtos, três elementos

devem ser considerados, pois integram o conceito fornecedor, enquanto sujeito

10 LOPES, José Reinaldo de Lima apud FILOMENO, José Geraldo Brito., op. Cit.,2001, p.35 11 SILVA, plácido apud Filomeno, José Geraldo Filho, 2003, p. 50

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de produção de bens destinados à comercialização. São eles: o fornecedor ou

produtor real, o produtor aparente e o produtor presumido.

O produtor real é a pessoa física ou jurídica que integra o processo de

fabricação ou produção do produto finalizado, seja dispensando uma parte que

compõe o produto, seja fornecendo matéria prima para sua construção. É, por

assim dizer, o próprio fabricante, produtor ou construtor.12.

O produtor aparente é o que não participa do processo de fabricação do

produto, mas que em virtude da disposição do seu nome ou marca na

individualização deste, passa a se entendido como se fosse o seu próprio

formatador. É nessa aparência que reside o fundamento para a

responsabilização deste fornecedor, não sendo exigida para o consumidor,

vítima de evento lesivo, a investigação da identidade do fabricante real. Este

conceito é defendido por João Calvão da Silva quando afirma que:

Fornecedor aparente é aquele que engloba, sobretudo, os

grandes distribuidores, os grossistas, as cadeias

comerciais e as empresas de venda por correspondência

que sob o próprio nome, firma ou marca, oferecem e

lançam no mercado produtos, principalmente artigos de

grandes séries, fabricados a mais das vezes, segundo as

suas instruções, por terceiros que permanecem anônimos

perante o público. É esta aparência, esta impressão de

produção própria, assim provocada, que justifica e

fundamenta a extensão do conceito de produtor como

próprio, surgindo aos olhos do consumidor nessa veste.13

O fornecedor presumido é aquele que importou os produtos, ou ainda,

vende esses produtos sem identificação clara do seu fabricante, produtor,

importador ou construtor. É o que se extrai do disposto no art. 13 do Código de

Defesa do Consumidor. Conforme já citado anteriormente, o fornecedor é todo

aquele que propicia a oferta de bens e serviços de consumo, que detém as

12 http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=5397 13 SILVA, João Calvão da apud Rocha,1992,p.76

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condições necessárias para evitar e prevenir os possíveis perigos trazidos com

os produtos ou serviços.14

Após analise no CDC, podemos concluir que o mesmo nomeou o

"fornecedor", na pessoa do fabricante, do produtor, do construtor e do

importador como o responsável pelo dever de indenizar as vítimas dos

acidentes de consumo.

2.3 – Definição de produtos e serviços

Produtos são quais bens, que detenham valor pecuniário, móveis ou

imóveis, atendam às necessidades humanas e que possa deslocar-se, na

relação de consumo para o destinatário final (fornecedor – consumidor). O art.

3º, § 1º,CDC,traz a definição de produto: ‘’Produto é qualquer bem, móvel ou

imóvel, material ou imaterial’’.

Serviços são quaisquer atividades realizadas mediante a pagamento ou

contraprestação, como por exemplo as atividades bancárias, securitárias,

mercantis e financeiras, salvo as de matéria trabalhista, que serão tratadas

pelo Direito do Trabalho.

A lei de consumo nos traz duas modalidades de produtos e serviços, no

que se refere o seu caráter de durabilidade, como duráveis e não duráveis.

Produto durável é o que não se extingue com a sua utilização. Dura por

certo tempo. Podendo ser reutilizado por diversas vezes. Dento deste grupo

podemos citar os automóveis e eletrodomésticos.

Produto não-durável é o que termina após o seu uso. Não tem

nenhuma durabilidade. Com o seu uso, ele se extingue ou vai se acabando.

Dentro deste grupo temos os alimentos, de cosméticos entre outros.

14 http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=5397

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CAPÍTULO III

O Conflito na relação de consumo15

A relação de consumo é regulada pela Lei 8.078/90, denominada

Código de Defesa do Consumidor, que mesmo recebendo este nome, não visa

apenas o consumidor, mas de forma implícita, resguarda os interesses do

fornecedor.

Torna-se claro, realizando a leitura desta lei, o cuidado com o equilíbrio

na relação consumerista. Quando, por algum motivo, esta relação não é

finalizada da forma desejada inicialmente, nos deparamos com um conflito.

A sociedade tem presenciado o surgimento de novas formas de

relações jurídicas, fato que torna importantíssima a atualização dos modelos

tradicionais tutela dos direitos dos consumidores.

Devido ao grande crescimento das relações de consumo, de forma

concomitante, evidencia-se o crescimento dos conflitos desta relação.

O Estado tem criado órgãos de esfera municipal e Estadual para a

resolução destas lides, visando desafogar os JEC´s e Varas Cíveis.

Com este cenário, temos a figura dos PROCON´s que, em meio à "crise

da administração da justiça", estes órgãos da administração direta dos

Poderes Executivos Estaduais e Municipais, são instituídos no Brasil com a

missão de amenizar os efeitos produzidos pela ineficácia do Estado na tutela

de direitos dos consumidores. Confere destaque ao fato de que a

popularização dos PROCONS como instância de solução de conflitos

individuais, muito se deve aos resultados expressivos (ao menos

quantitativamente) atingidos por meio das chamadas "audiências de

conciliação". Na sequencia, sem deixar de enfatizar os festejados índices de

acordos firmados pelos agentes desses órgãos, aponta irregularidades

15 http://www.arcos.org.br/periodicos/revista-eletronica-de-direito-processual/volume-iv/o-papel-do-procon-na-defesa-qualificada-dos-interesses-dos-consumidores-o-acesso-a-justica-e-os-metodos-alternativos-de-resolucao-de-conflitos-de-consumo

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técnicas e funcionais no exercício de uma função que não lhes compete: a de

conciliadores. 16Assim, ao passo que investiga a conveniência e adequação do

emprego de técnicas de conciliação por esses agentes, enfrenta a

problemática central do presente ensaio, comprometido com a busca de

respostas aos seguintes questionamentos:

a) pode-se dizer cabível a utilização da conciliação na pacificação de

conflitos de consumo?

b) é correto falar na capacitação de agentes dos PROCONS para o

emprego de técnicas de conciliação, ou haveria outras técnicas mais indicadas

no exercício do seu mister?

Após explorar preceitos teóricos e práticos relativos aos métodos

alternativos de resolução de conflitos no Brasil, partindo do pressuposto de que

é dever dos PROCONS e seus agentes, promover a proteção e defesa dos

direitos dos consumidores (com absoluta parcialidade e prioridade, nos termos

da Constituição), defende a tese de que seus agentes, que atuam como

conciliadores por força de legislações infra-constitucionais, deveriam

desempenhar um comportamento mais ativo na negociação dos interesses

daqueles que efetivamente representam, ou seja: o ofício negociador.

Finalmente, defende que, uma vez incentivados e preparados para aturem na

negociação assistida dos interesses da categoria que representam, os

servidores dos PROCONS melhor (qualitativamente) desempenhariam as suas

funções enquanto agentes facilitadores do acesso à justiça, sem prejuízo da

prática de ações administrativas de prevenção de outros conflitos ampliados ou

difusos de consumo

Apesar do CDC prever medidas administrativas para solucionar

eventuais problemas das relações de consumo, ainda existe no Brasil uma

grande demanda de procura pelas vias judiciais para a resolução dos conflitos.

16 http://www.arcos.org.br/periodicos/revista-eletronica-de-direito-processual/volume-iv/o-papel-do-procon-na-defesa-qualificada-dos-interesses-dos-consumidores-o-acesso-a-justica-e-os-metodos-alternativos-de-resolucao-de-conflitos-de-consumo

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Em muitos conflitos, existe a possibilidade de se solucionar a questão

pela via administrativa, todavia, esta é descartada e a via judicial é iniciada

normalmente pelos juizados especiais.

Sobre isso, o Relatório no 32789-BR, “Fazendo com que a justiça

conte”, elaborado pelo Banco Mundial, aponta que os tribunais estaduais de

pequenas causas atraem processos que não teriam sido levados ao sistema

judiciário caso eles não existissem e também que é evidente que um pequeno

grupo de réus estão abusando do sistema em seu próprio benefício.

Ainda neste sentido, Savine Itaborai Ferreira adverte que “a indústria do

dano moral’ também é responsável pela grande quantidade de processos nos

Juizados, ‘‘como tudo é dano moral’’ (inclusive o mero aborrecimento) e para

ingressar nos Juizados não há custas, o Judiciário vira uma verdadeira loteria

onde todos querem tentar a ‘’sorte”.

Bezerra também aponta que “Os mecanismos utilizados à guisa de

facilitar o acesso à justiça como dispensa de custas, advogados dativos,

dispensa de depósitos recursais, fomentam a enxurrada de ações trabalhistas

e de ações de pequenas causas, só porque seus autores sabem que isso não

acarreta nenhum custo econômico”.

O Dr. José Carlos de Souza, juiz de Direito da 2ª Vara Cível da Comarca

de Dourados - MG, aponta que: “quem procura o Judiciário não são somente

os consumidores diligentes, honestos e dignos, mas também consumidores

com o intuito de utilizar a máquina judiciária para locupletamento ilícito, alerta o

magistrado”.

Além de atribuir à concessão da gratuidade de forma imoderada como a

causa do surgimento da busca exagerada por indenizações, Paulo Maximilian

W. M. Schonblum completa que “brasileiros de pouco caráter e ambição

desmedida passaram a aventurar-se ajuizando ações contra tudo e todos

(sempre se valendo da propagada gratuidade) na busca de um punhado de

dinheiro a troco de nada.

Nesse mesmo sentido, Rudi Loewenkron, que atribui à ausência de

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riscos e custos como um dos motivadores à prática desses abusos destaca

que:

“Nesse contexto também se observa certo grau de

exploração do problema com a chamada ‘indústria do

dano moral formada por pessoas que vêm a Juízo,

geralmente abusando da cobertura constitucional da

justiça gratuita, não pagam as custas, não precisam se

preocupar com a sucumbência contrária e apresentam

pleitos nos quais, quando muito, observa-se que sofreram

mero incômodo, um simples inconveniente e desses fatos

mínimos procuram extrair um quadro de enorme

humilhação para faturar em algum’’.

Apesar dos notórios exageros, alguns doutrinadores ainda apontam que

o acesso à justiça deve ser irrestrito. Acerca dessa inafastabilidade do controle

jurisdicional, Rinaldo Mouzalas de Souza e Silva aduz que:

“Este princípio é garantia do direito de ação, por conferir

àquele que for ou que seja na iminência de ser lesado em

seus direitos o acesso irrestrito ao Poder Judiciário, bem

como ter a devida e a efetiva prestação da tutela

jurisdicional. Dirigido tanto ao legislador, que fica

impedido de lançar leis que restrinjam o amplo acesso

aos órgãos do Judiciário, quanto ao juiz, que deve dar a

correspondente e efetiva resposta à pretensão posta a

sua apreciação. É a tábua que viabiliza o amplo e

irrestrito acesso à justiça”.

Em contrapartida, o doutrinador Luiz Guilherme Marioni aponta que:

“Não há dúvida que a preocupação com a questão do

acesso à justiça não deve levar ao estímulo à litigância.

Descabe confundir acesso à justiça com facilidade de

litigar. A propositura de uma ação tem profundas

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implicações de ordem pessoal e econômica, devendo

constituir uma opção feita a partir de um processo de

reflexão, em que sejam considerados, de modo racional,

os prós e contras que podem advir da instauração do

processo judicial”.

Bárbara de Landa Gonçalves exemplifica a cultura da judicialização com

a sentença proferida nos autos do processo nº 2004.815.008271-9, pela Juíza

do Juizado Especial da Região Oceânica, Comarca de Niterói - RJ, Dra.

Adriana Therezinha Carvalho Souto Castanho de Carvalho, que julgou

improcedente o pedido do autor que pretendia a troca da correia dentada de

seu veículo pelo fabricante, aos 59.000 Km pelo simples fato de haver no

manual a observação de substituição de tal item ocorreria aos 60.000 Km, sem

qualquer ressalva quanto pela garantia pela troca da peça ou serviço. Todavia,

a Juíza entendeu ser "fato notório para os proprietários de veículos, que a

correia dentada dura, em média, 50.000KM, sendo certo que após tal

quilometragem é muito possível que esta venha, pelo desgaste natural, a se

romper. Assim sendo, não vislumbrando nos autos qualquer inverídica

informação, concessão de garantia de durabilidade da peça, ou seja, qualquer

obrigação que tenha sido violada pela reclamada, hábil a ensejar-lhe a

obrigação pela reparação dos danos sofridos pelo autor, impõe-se a

improcedência da pretensão autoral".17

Desta forma, verificamos a necessidade de maior fiscalização das

agências reguladoras e Procon’s, com as devidas aplicações das penalidades

aos prestadores de serviços que descumprirem os direitos dos consumidores.

Além disso, conscientizar a população demonstrando que é possível solucionar

grande parte dos conflitos das relações de consumo pela via administrativa.

17http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11910&revista_caderno=10

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CAPÍTULO IV

Direitos do fornecedor

Desde a graduação, o Direito do Consumidor é matéria obrigatória, e o

ponto principal abordado é o consumidor, deixando esquecido o outro lado,

que é o fornecedor.

Para entender este direito ‘’esquecido’’, precisaremos abordar princípios

constitucionais.

Nas resoluções de lides, os órgão competentes deverão

obrigatoriamente perceber os princípios do contraditório e da ampla defesa,

devido processo legal, da legalidade ou da reserva legal, dentre outros.

Na área administrativa, como a judicial, o pedido inicial deve respeitar os

parâmetros do art 282 do Código de Processo Civil, composta por meios

comprobatórios admitidos. Após a analise, o agente habilitado julgará pelo

deferimento ou indeferimento. Cabe ressaltar que o interesse público

predominará sobre o particular.

Desta forma, abordaremos alguns direitos dos fornecedores, que se

encontram no CDC.

4.1 – Inversão do ônus da prova

18A inversão do ônus da prova é um direito garantido pelo Código de

Defesa do Consumidor, através do qual se consagra a proteção à parte mais

vulnerável da relação de consumo: o consumidor.

Assim, abre-se a possibilidade de o juiz inverter o ônus da prova, quando,

segundo as regras de experiência, achar verossímil a alegação ou quando o

consumidor for hipossuficiente. Verifica-se, em verdade, que tal possibilidade

18 http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=8786

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só pode ocorrer em fase processual civil (dentro de um processo), pois cabe

apenas ao juiz a decisão de inverter o ônus da prova.

Em nosso ordenamento jurídico, por excelência, o ônus da prova cabe a

quem alega. Ocorre que, para o consumidor, na maioria das vezes, conseguir

a prova é muito difícil.

Assim, há a transferência ao responsável pelo dano, do ônus de provar

que não foi sua a culpa, que não houve dano, que a culpa foi exclusivamente

da vítima ou que houve fato superveniente.

De acordo com o art. 6º, inciso, VIII do CDC, é admissível a inversão do

ônus da prova, pelo consumidor, em juízo. O consumidor só poderá exercer

este direito no processo civil e não no administrativo.

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive

com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no

processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a

alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as

regras ordinárias de experiências;

Desta forma, fica claro o direito do fornecedor, no âmbito administrativo,

no sentido de impugnar a inversão do ônus da prova, em especial nos

Procon´s.

4.2– Excludente de responsabilidade

O CDC estabelece que o consumidor que se sentir lesado, prejudicado,

por algum dano causado por produtos ou prestação de serviços, caberá

indenização por danos morais e materiais na sua proporcionalidade. A

responsabilidade do agente, causador do dano, é objetiva, que está

relacionada com o risco da sua atividade econômica.

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Em alguns casos, o comerciante não responde pelo fato do produto,

conforme art. 13, do CDC:

Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos

termos do artigo anterior, quando:

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador

não puderem ser identificados;

II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu

fabricante, produtor, construtor ou importador;

III - não conservar adequadamente os produtos

perecíveis..

Desta forma, com a análise deste artigo, verificamos que o comerciante,

quando demandado, judicialmente ou administrativamente, poderá requerer

que primeiramente sejam reclamados o fabricante, o construtor ou o

importador. Sendo assim, só poderiam ser demandados, nos casos elencados

nos incisos do artigo 13º.

4.3 – Direito de não indenizar19

O Código do Consumidor preferiu inserir um rol taxativo “dos

responsáveis” no artigo 12 ao invés de utilizar a palavra “fornecedor”. Para

melhor explicar a responsabilidade de cada um deles referente ao rol taxativo,

a doutrina os reuniu em três categorias distintas: a) fornecedor real:

compreende o fabricante, produtor e construtor, esses fornecedores reais são

os verdadeiros responsáveis pelo defeito (falha de segurança), uma vez que

participam direta e ativamente do processo de criação e concepção do

produto; b) fornecedor presumido: entende-se pelo importador de produto

industrializado ou in natura, à ele foi imposto um dever de segurança próprio,

onde só poderá introduzir no mercado brasileiro, produtos livres de defeitos, ou

seja, com a segurança que deles espera, respondendo o importador pelos

danos causados, tanto nos casos em que o defeito advém de uma falha em

19 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12462&revista_caderno=10

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sua manipulação, acondicionamento, guarda, quanto nos casos em que o

defeito teria sua origem no projeto, na fabricação, na construção ou na

montagem do bem; c) fornecedor aparente: seria aquele que coloca o seu

nome ou marca no produto final, pode ser visto como o fabricante ou o

produtor.

Visto isso, pode-se notar que o defeito pode ocorrer tanto no momento

da fabricação do produto, podendo atingir uma série deles, quanto no modo

em que se conserva este produto, que “nasce” sem defeito, mas devido a sua

má conservação se torna defeituoso.

A responsabilidade do fornecedor é objetiva, não se perquire a

existência de culpa, a ocorrência de tal culpa é irrelevante e sua verificação é

desnecessária, uma vez que não há interferência na responsabilização. Para

que haja a reparação do dano, basta a demonstração do evento danoso, do

nexo de causalidade e do dano ressarcível e sua extensão. Sendo a

responsabilidade do réu objetiva, será inútil à ele alegar em sua defesa a

inexistência de culpa ou dolo, pois a sua responsabilidade é objetiva e decorre

da lei.

A responsabilidade objetiva conforme se verificou, existe

independentemente de culpa, haja vista ser o consumidor a parte mais fraca

na relação de consumo. Como seria se o consumidor tivesse que comprovar a

culpa do fabricante, fornecedor, entre outros? Eles jamais seriam

responsabilizados, já que o consumidor não participa do processo de

produção, distribuição etc. do produto, apenas o consome.

Segundo Maria Helena Diniz a responsabilidade objetiva é aquela

“fundada no risco, sendo irrelevante a conduta culposa ou dolosa do causador

do dano, uma vez que bastará a existência do nexo causal entre o prejuízo

sofrido pela vitima e a ação do agente para que surja o dever de indenizar.”

“Veículo com defeito de fabricação que provoca acidente enseja danos morais.

Em certo caso – julgado pelo STJ em 2007 – o sistema de freios do veículo

deu causa à colisão da qual resultaram danos às vítimas. Posteriormente, a

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GM do Brasil realizou “recal” relativamente ao veículo em questão, justamente

em virtude no defeito dos freios. A condenação por danos morais foi arbitrada

em mil salários mínimos, além dos danos emergentes (danos materiais) (STJ,

REsp 475.039, Rel. Min. Hélio Quaglia Barbosa, 4ª T., j. 27/02/07, DJ

19/03/07).”

Conclui-se então, que o fornecedor de produtos responde

independentemente de culpa, sendo a sua responsabilidade objetiva, na qual

deve-se indenizar o dano que foi causado a vítima do acidente de consumo

devido ao defeito do produto.

No artigo 12º, do CDC, vislumbramos a prerrogativa do fornecedor não

indenizar no caso de fato do produto ou serviços:

§ 3º - O fabricante, o construtor, o produtor ou importador

só não será responsabilizado quando provar:

I - que não colocou o produto no mercado;

II - que embora haja colocado o produto no mercado, o

defeito inexiste;

III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

4.4 – Prazos para conserto

De acordo com o art. 18, o prazo para saneamento do vício será de 30

dias. Este é um prazo legal, que dá ao fornecedor um prazo para solucionar o

problema apresentado em um serviço ou produto.

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo

duráveis ou não duráveis respondem solidariamente

pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem

impróprios ou inadequados ao consumo a que se

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destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por

aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações

constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou

mensagem publicitária, respeitadas as variações

decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor

exigir a substituição das partes viciadas.

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de

trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à

sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma

espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga,

monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais

perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

Vale ressaltar que o fornecedor só estará obrigado a apresentar as

alternativas do artigo 18 se não sanar o problema em 30 dias, fora isso, o

consumidor não poderá exigi-los. Este período de 30 dias não trará ônus ao

fornecedor.

4.5 – Garantia, Prescrição e Decadência

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil

constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço

e de produtos não duráveis;

II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de

serviço e de produtos duráveis.

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§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a

partir da entrega efetiva do produto ou do término da

execução dos serviços.

§ 2° Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo

consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços

até a resposta negativa correspondente, que deve ser

transmitida de forma inequívoca;

II - (Vetado).

III - a instauração de inquérito civil, até seu

encerramento.

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial

inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à

reparação pelos danos causados por fato do produto ou

do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-

se a contagem do prazo a partir do conhecimento do

dano e de sua autoria.

Os artigos 26 e 27, do CDC, tratam sobre a decadência do direito do

consumidor reclamar e prescrição da pretensão de reparação pelos danos

causados pelo serviço ou produto.

Segundo Sílvio Venosa (2003, v. 1:615), para Clóvis Bevilácqua a

"Prescrição é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua

capacidade defensiva, em conseqüência do não-uso delas, durante um

determinado espaço de tempo."20

No direito civil, decadência é a extinção de um direito por não ter sido

exercido no prazo legal, ou seja, quando o sujeito não respeita o prazo fixado

por lei para o exercício de seu direito, perde o direito de exercê-lo. Desta

forma, nada mais é que a perda do próprio direito pela inércia de seu titular.21

20 http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=281 21 http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/865/Decadencia

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Após a análise destes artigos, verificamos que o fornecedor só se

responsabilizará por serviço ou fato do produto dentro do prazo de garantia,

cumulando ou não, o tempo legal com o contratualmente estabelecido,

ressaltando que o vício oculto terá o seu prazo de garantia a contar o

descobrimento do vício.

O consumidor, respeitando os prazos decadências e prescricionais,

poderá reclamar sobre vício do produto ou na consecução de serviços. Depois

de transcorridos estes prazos, poderá demandar em juízo para pleitear

reparação pelos danos por fato do produto ou do serviço, iniciando a contagem

do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. De acordo com o

artigo 27, este prazo são de 5 anos.

Estas são hipóteses específicas de exclusão da responsabilidade para

efeitos de indenização por fato do produto ou serviços. Demonstrando alguns

direitos do fornecedor encontrados no CDC.

Vale ressaltar sobre os produtos colocados no mercado, mesmo

contendo defeitos. É permitido o fornecedor colocá-los para consumo, desde

que haja expressamente, na nota fiscal, o motivo do abatimento do preço. O

defeito, nestes casos, não pode obstruir a utilidade do produto adquirido.

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CONCLUSÃO

É notório o grande crescimento das reclamações ligadas às relações de

consumo, onde o principal enfoque é resguardar o direito da parte mais

vulnerável, o consumidor. Em contrapartida, dentro da lei, temos de forma

implícita o direito do fornecedor, que é um agente de suma importância nesta

relação.

No decorrer desta pesquisa, procuramos esclarecer os principais

aspectos que norteiam o direito do fornecedor, entendendo quem são os

agentes desta relação e os órgãos responsáveis por solucionar as lides.

Direcionamos nosso estudo a entender os direitos do fornecedor, que

pouco são abordados nos bancos das graduações. Sendo apenas possível em

pesquisas como esta, se aprofundar nestes direitos.

Verificamos a importância no equilíbrio das relações consumeristas.

Onde, com a boa fé, transparência e respeito, será possível obter a

manutenção do mercado de consumo e o crescimento do país.

Desta forma, concluí-se que o direito e deveres devem ser respeitados

por ambas as partes, que a boa fé é de extrema importância nas relações e

que os órgãos reguladores, bem como o Poder Judiciário, devem aplicar de

forma coerente e proporcional a lei de defesa do consumidor.

A presente monografia não tem o intuito de esgotar o tema em questão,

tão pouco ser determinante em seus conceitos. O intuito é incentivar ainda

mais a pesquisa e buscar o equilíbrio nas relações de consumo.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Reportagem (internet)

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ANEXO I – REPORTAGEM

http://www.valor.com.br/

02/07/2014 às 11h12

Sistema de solução de conflito entre consumidor e fornecedor é lançado

SÃO PAULO - O Ministério da Justiça decidiu criar um sistema para promover

a interlocução direta entre consumidores e fornecedores como meio de

solucionar conflitos. A instituição do Consumidor.gov.br, “sistema de solução

alternativa de conflitos”, gratuito e de utilidade pública, foi determinada pelo

órgão em portaria publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-feira.

No texto, o ministério diz que a iniciativa visa a ampliar o atendimento ao

consumidor, prevenir condutas que violem seus direitos, promover

transparência nas relações de consumo, proporcionar ao governo informações

essenciais à elaboração e implementação de políticas públicas de defesa do

consumidor e, ainda, incentivar a competitividade.

O sistema será mantido, gerenciado e coordenado pela Secretaria Nacional do

Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon), com o apoio de um comitê

consultivo e dois comitês técnicos, um de Procons integrados e outro de

fornecedores participantes.

O comitê consultivo será formado por representantes da Senacom, dos dois

comitês técnicos, da Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da

Justiça e, ainda, do Ministério do Planejamento e do Fórum Nacional das

Entidades Civis de Defesa do Consumidor.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira, Ed.

Saraiva, 1988.

FILOMENO, José Geraldo Brito, Manual de direitos do consumidor. 5. Ed. São

Paulo: Atlas, 2001.

GRINOVER, Ada Pellegrini ET AL. Teoria geral do processo. 12. Ed São

Paulo: Malheiros, 1996.

LOPES, José Reinaldo de Lima apud FILOMENO, José Geraldo Brito., op.

Cit.,2001.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.

Netto, José Oliveira, Mini Dicionário Jurídico Universitário, Ed. Edijur, 2011.

ROCHA, José Albuquerque. Teoria Geral do Processo. 5. Ed. São Paulo:

Malheiros, 2001.

SILVA, João Calvão da apud Rocha,1992.

SILVA, plácido apud Filomeno, José Geraldo Filho, 2003.

VADEMECUM, Ed. Saraiva, 2010.

WAMBIER, Luiz Rodrigues ET. AL., OP. CIT.2001.

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WEBGRAFIA

http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=5397– Acesso em 18/07/2014 http://www.arcos.org.br/periodicos/revista-eletronica-de-direito-processual/volume-iv/o-papel-do-procon-na-defesa-qualificada-dos-interesses-dos-consumidores-o-acesso-a-justica-e-os-metodos-alternativos-de-resolucao-de-conflitos-de-consumo - Acesso em 26/07/2014 http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11910&revista_caderno=10 – Acesso em 26/07/2014 http://www.valor.com.br/ - Acesso 27/07/2014

http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=281 – Acesso em

27/07/2014

http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/865/Decadencia - Acesso em

27/07/2014

http://portal.mj.gov.br/main.asp?View={A32B5C4B-8769-4502-B794-79E10D59DF4B}&BrowserType=NN&LangID=pt-br&params=itemID%3D%7B1142B2CD%2D1DB1%2D4F54%2D86F2%2DC8D3E2C1B9FE%7D%3B&UIPartUID=%7B2868BA3C%2D1C72%2D4347%2DBE11%2DA26F70F4CB26%7D – Acesso em 12/08/2014

http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=8786 – Acesso em

12/08/2014

http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura

&artigo_id=12462&revista_caderno=10 – Acesso em 12/08/2014

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL fornecedor e os princípios que o norteiam. Ficando clara a necessidade de Ficando clara a necessidade de algumas reformulações nos

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: AVM Faculdade Integrada

Título da Monografia: A Proteção do Consumidor x A Desproteção do

Fornecedor – O Desequilíbrio nas Relações de Consumo

Autor: Renata Pereira Gama

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