Download - Dissertação - Ricardo Calegari Defesa
CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO
Programa de Pós Graduação em Educação
Ricardo Pereira Calegari
CIBERCULTURA, “SOCIEDADE DO ESPETÁCULO” E
EDUCAÇÃO.
AMERICANA
2013
Ricardo Pereira Calegari
CIBERCULTURA, “SOCIEDADE DO ESPETÁCULO” E
EDUCAÇÃO.
Dissertação de Mestrado apresentada como
exigência parcial para a obtenção do grau de
Mestre em Educação, à Coordenação do
Programa de Mestrado em Educação do Centro
Universitário Salesiano, sob orientação do
Professor Dr. Francisco Evangelista.
AMERICANA
2013
Catalogação: Bibliotecária Carla Cristina do Valle Faganelli CRB 104/2012
UNISAL: Unidade de Ensino de Americana
C155c Calegari, Ricardo Pereira.
Cibercultura, “Sociedade do Espetáculo” e Educação./ Ricardo Pereira Calegari. – Americana: UNISAL, 2013.
77 f.
Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro Universitário Salesiano de São Paulo.
Orientador (a): Prof. Dr. Francisco Evangelista. Inclui Bibliografia.
1. Cibercultura. 2. “Sociedade do Espetáculo”. 3. Educação.
CDD 371.332
Autor: Ricardo Pereira Calegari Título: Cibercultura, “Sociedade do Espetáculo” e Educação. Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação, do curso de Mestrado em Educação na Instituição Centro Universitário Salesiano de São Paulo . Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em____/____/______, pela comissão julgadora: _____________________________________________ Prof. Dr. Francisco Evangelista – UNISAL - Orientador ________________________________________________________ Profa. Dra. Sueli Maria Pessagno Caro – UNISAL – Membro Interno _____________________________________________________ Prof. Dr. Edemir Celso Mantovani – CEUNSP – Membro Externo
Americana 2013
DEDICATÓRIA
“Ao meu filho Vitor, fonte de inspiração para minha
pesquisa, que com sua pureza infantil me fez abrir
os horizontes para o universo da criança sob a
ótica do pai-educador”.
AGRADECIMENTOS
Ao Centro Universitário Salesiano por propiciar a oportunidade de aprender mais
sobre a Educação, em especial a Educação Sócio comunitária.
À Reitoria do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio pelo patrocínio e
apoio que me foi dado.
Aos colegas do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio pela
compreensão às minhas ausências e indisponibilidade em alguns momentos.
À minha esposa Amanda pelo apoio incondicional.
Ao Professor Chiquinho pela brilhante orientação, pela paciência e generosidade.
Aos Professores Élcio e Edemir pelas contribuições e incentivo.
À Profa. Sueli pelo carinho, compreensão e contribuições.
“A Jesus Cristo, pelos ensinamentos”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 12
1 - CIBERCULTURA 16
1.1 – CONCEITOS - REDES SOCIAIS VIRTUAIS 20
1.2 – CONCEITOS – VÍDEOS ON-LINE (YOU TUBE) 24
1.3 – CONCEITOS – JOGOS ON-LINE 25
1.4 – CONCEITOS - BATE PAPO (CHAT) 26
1.5 – PESQUISA E TRABALHOS ESCOLARES (GOOGLE) 28
2 - “SOCIEDADE DO ESPETÁCULO” 31
2.1 – SOCIEDADE DO CONHECIMENTO? 33
2.2 – AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E A EDUCAÇÃO 36
2.3 – O FUTURO DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA 39
3 - CONTEXTO EDUCACIONAL NO AMBIENTE VIRTUAL 43
3.1 - FONTES DE INFORMAÇÃO 44
3.2 - INSTRUMENTOS UTILIZADOS 44
3.3 - COLETA DOS DADOS 45
3.4 - APRESENTAÇÃO DOS DADOS 46
3.4.1 - 5ª SÉRIE “A” DO ENSINO FUNDAMENTAL 46
3.4.2 - 5ª SÉRIE “B” DO ENSINO FUNDAMENTAL 47
3.4.3 - 5ª SÉRIE “C” DO ENSINO FUNDAMENTAL 48
3.4.4 - 9ª SÉRIE “A” DO ENSINO FUNDAMENTAL 49
3.4.5 - 9ª SÉRIE “B” DO ENSINO FUNDAMENTAL 50
3.4.6 - 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO 51
4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO TEÓRICA DOS DADOS 52
4.1 – GRÁFICOS DA 5ª SÉRIE “A” DO ENSINO FUNDAMENTAL 52
4.2 - GRÁFICOS DA 5ª SÉRIE “B” DO ENSINO FUNDAMENTAL 54
4.3 - GRÁFICOS DA 5ª SÉRIE “C” DO ENSINO FUNDAMENTAL 56
4.4 - GRÁFICOS DA 9ª SÉRIE “A” DO ENSINO FUNDAMENTAL 58
4.5 - GRÁFICOS DA 9ª SÉRIE “B” DO ENSINO FUNDAMENTAL 60
4.6 - GRÁFICOS DA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO 62
4.7 – ANÁLISE DOS GRÁFICOS APRESENTADOS 64
CONCLUSÃO 71
MEMORIAL ACADÊMICO 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 77
9
RESUMO
O presente trabalho de pesquisa procurou contextualizar a cibercultura sob
uma ótica crítica que leve em conta os aspectos históricos e sociológicos da
problemática das relações no ambiente virtual. A “indústria cultural” por trás da mídia
eletrônica e dos conceitos amplamente difundidos na rede, tais como a “cultura do
descartável”, o imediatismo e o superficial estimulando a conformação de uma
“Sociedade do Espetáculo”. Propõe-se uma melhor utilização do ambiente virtual do
ponto de vista da educação sócio comunitária, de modo a fomentar meios e
estimular serviços às comunidades, apropriando-se, desta forma, do avanço
tecnológico atual. Objetiva-se discutir a construção de um ambiente virtual favorável
à educação sócio comunitária num contraponto a frágil conformação da sociedade
virtual existente, principalmente nas redes sociais, aproveitando dos meios de
comunicação virtual para que sirvam de veículo de formação cultural e educacional.
Discutir criticamente o movimento social atual, considerando-se a cibercultura como
espaço da cultura contemporânea, que se impõe “formando” estilos de vida
baseados no pensamento imediatista. Apresentam-se os dados de uma pesquisa de
campo realizada com alunos do ensino fundamental e médio em uma escola na
cidade de Itu, a fim de investigar o perfil destes jovens quanto à utilização da
internet. As análises e discussões a partir desta pesquisa demonstram claramente
as tendências comportamentais da atualidade e indicam os caminhos que podem
ser seguidos para o desenvolvimento sustentável da educação, em especial a sócio
comunitária, no meio virtual e nas comunidades, no dia a dia das pessoas.
Palavras-chave: Cibercultura, Ambiente Virtual, Sociedade do Espetáculo, Educação Sócio comunitária.
10
ABSTRACT
The present paper tried to contextualize cyberculture under a critical
perspective that takes into account the historical and sociological aspects of the
problem of relationships in the virtual environment. The culture industry behind the
electronic media and concepts widely disseminated in the network, such as the
"culture of disposability", immediacy and stimulating surface conformation of a
"Society of the Spectacle ". It´s propose a better use of the virtual environment from
the point of view of the education community partner, in order to encourage and
stimulate media services to communities, thereby appropriating the current
technological advancement. The objective is to discuss the construction of a
favorable socio community education counterpoint to a fragile conformation existing
virtual society, especially in social networking virtual environment, taking advantage
of the means of virtual communication to serve as a vehicle for cultural and
educational background. Critically discuss the current social movement, considering
cyberculture as contemporary culture, which imposes "graduate" lifestyles based on
term thinking space. We present data from a field study conducted with students from
elementary and secondary education at a school in the city of Itu, in order to
investigate the profile of these young people on the use of the internet. The analyzes
and discussions from this research clearly demonstrate the behavioral trends of
today and indicate the paths that can be followed to the sustainable development of
education, in particular the community partner in the virtual environment and the
communities in the daily lives of people.
Keywords: Cyberculture, virtual environment, Society of the Spectacle, Community
Education Partner.
11
“A vida é breve, muito breve.
Porém tornar-se-á eterna se conquistarmos a
liberdade que existe em cada um de nós.”
(autor desconhecido)
12
INTRODUÇÃO
Considerando-se a cibercultura como espaço da cultura contemporânea que
se vive hoje, e fortemente marcada como uma “Sociedade do Espetáculo”, desta
forma, se impõe “formando” estilos de vida baseados na fugacidade das reflexões,
na mediocridade do pensamento imediatista e da diversão a todo custo, como
prioridade de vida.
O autor Guy Debord (1997) defende que “o espetáculo não é um conjunto de
imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediatizada por imagens”.
O mundo virtual caminha em paralelo ao mundo real, espelhando de forma
fantasiosamente concreta, questões do dia-a-dia. E a Educação, formal ou não
formal, parece atônita a essa nova dinâmica cultural, como se faltassem conceitos
consolidados sobre como lidar com o tema, com o viver em torno dessa sociedade
cada vez mais tecnológica.
A não formação de uma reflexão crítica consistente sobre a cultura
tecnológica contemporânea revela um grande dilema à sociedade: a conformação a
uma “Sociedade do Espetáculo” que privilegia o imediatismo e o consumismo como
premissas do comportamento social.
Toda a vida das sociedades nas quais reinam as condições modernas de
produção se anuncia como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era
diretamente vivido se esvai na fumaça da representação. (Debord, 1997, p.15)
A indústria da comunicação virtual distorce o conceito de necessidade e
incute a ideia do novo e da atualização constante, onde o novo já está ultrapassado,
ao ponto que as inovações tecnológicas surgem com a “cultura do descartável” e
leva a sociedade a acreditar que objetos são símbolos de poder e a vida só se torna
prazerosa no momento da conquista material. Disse o Papa Francisco em uma
comunidade de baixa renda na cidade de Varginha, discurso transmitido em rede
nacional em sua visita ao Brasil no dia 25 de julho de 2013: “...Não podemos deixar
entrar em nosso coração a cultura do descartável...”
A sociedade do virtual é uma realidade, entretanto, como estabelecer
parâmetros e atitudes comportamentais básicas nas redes sociais, nos jogos
virtuais, diante do dilúvio de informações que visam o consumo, o prazer imediato e
13
aparentemente irrestrito? O autor Pierre Lévy em seu livro O que é o virtual define
muito bem os limites do virtual a serem distinguidos: “... devemos distinguir entre
uma virtualização em curso de invenção, de um lado, e suas caricaturas alienantes,
reificantes e desqualificantes, de outro.” (Lévy, 1996, p.12).
No capítulo 3, foi feita uma análise crítica desses conceitos, sob a ótica do autor
Guy Debord que mesmo antes do aparecimento da Cibercultura, demonstra em seu
livro “Sociedade do Espetáculo” o surgimento de um novo contexto social na década
de 60 e que surpreendente, se enquadra perfeitamente à sociedade atual, com
comportamentos idênticos, porém, com o suporte tecnológico que outrora não existia.
Todo este paradigma social chamado de cibercultura traz avanços para a
sociedade, porém, traz ambém novas problemáticas, entretanto, este trabalho visa
particularmente, analisar os aspectos comportamentais de jovens, conforme discutido
na pesquisa abordada no capítulo 4, sob a ótica da educação e os impactos da
utilização da internet no cotidiano desse grupo.
Com base nesta problemática e embasado nas discussões teóricas sobre o
assunto, pretende-se ao longo desta pesquisa discutir possibilidades para melhor
utilização do ambiente virtual/redes sociais para formação educativa de resgate a
cultura e ao pensamento reflexivo, consciente e crítico sobre consumo racional,
sustentabilidade, comportamento social e ambiental. Discute-se formação, educação
e informação, dentro do contexto de educação não formal, contrapondo-se à
banalização e alienação cultural.
Porém, não cabe aqui discutir formas de inserção de novas práticas
pedagógicas no currículo da educação formal, com seu ensino escolar
institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado, já
conhecido do ensino regular, mas das infinitas possibilidades de desenvolvimento de
ações adequadas ao ambiente da educação. Esta última que segue o mesmo
objetivo de transmissão de conhecimento, como qualquer tentativa educacional
organizada e sistemática, mas que, normalmente, se realiza fora dos quadros do
sistema formal de ensino, fora dos muros da escola e/ou da sala de aula.
Buscando-se definir e esclarecer o espaço ocupado pela educação não-
formal, na transmissão e construção de conhecimentos sem a vinculação à uma
14
instituição de ensino regular, discute-se que a metodologia de ensino da educação
não-formal ...
... aborda processos educativos que ocorrem fora das escolas, em processos organizativos da sociedade civil, ao redor de ações coletivas do chamado terceiro setor da sociedade, abrangendo movimentos sociais, organizações não-governamentais e outras entidades sem fins lucrativos que atuam na área social; ou projetos educacionais, fruto da articulação das escolas com a comunidade educativa, via conselhos, colegiados etc. (GOHN, 1999, p. 7)
O objetivo da pesquisa em questão é trabalhar a melhor forma de atingir as
pessoas, mais diretamente os jovens, com conceitos que permeiem a qualidade na
busca pela informação dentro do ambiente virtual. Torna-se, pois, uma forma de
formar cidadãos mais críticos e bem preparados quanto aos perigos transmitidos
pelo consumismo capitalista desenfreado, que pode ocasionar a futilidade de
sentimentos e o conformismo mental de aceitar opiniões prontas e ideias que não
exijam compreensão.
Dentre os objetivos deste Trabalho de Pesquisa encontra-se ainda, analisar
em primeiro plano, o comportamento de alunos com idades entre 10 e 17 anos e
verificar suas dinâmicas quanto à utilização das Tecnologias de Informação
existentes. Sob aspecto mais amplo, analisar o perfil da sociedade atual, pontuando
possibilidades amplas de utilização desses recursos no âmbito cultural e
educacional não formal, trazendo em questão o antagônico desenvolvimento
tecnológico em contrapartida à fragilidade da atual “Cultura Tecnológica”.
Quanto à discussão da metodologia empregada nesta obra, observou-se o
contexto etimológico da palavra grega mhétodos, cujo significado é “ o caminho pelo
qual se atinge um objetivo”. Desta forma, a busca de métodos para que a pesquisa
obtenha um resultado mais adequado, visa estabelecer critérios e formas de
levantamento de dados que possam refletir o perfil de uma comunidade ou o
contexto histórico em que a sociedade se encontra, desta forma, neste trabalho, as
metodologias utilizadas foram:
• Leituras e pesquisas bibliográficas;
• Pesquisa quantitativa:
15
• Análise dos dados coletados junto aos alunos do ensino fundamental e
médio de uma escola particular na cidade de Itu, acerca da utilização
da internet sob os seguintes aspectos;
� Redes Sociais;
� Educação Virtual;
� Tecnologias Educativas;
� Jogos virtuais.
� Bate papo (chat);
� Videos (youtube);
� Conteúdos Acadêmicos.
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1 - CIBERCULTURA
A cibercultura é um termo atual que reporta-se ao comportamento da
sociedade diante das tecnologias atuais, principalmente a Internet, ou seja, as
relações sociais que através dela se originam e se intercalam ao sistema de vida
das pessoas. Estas tecnologias representadas fisicamente por computadores,
notebooks, tablets, celulares e outros, possibilitam a interface com os sistemas
informacionais fortemente inseridos na vida cotidiana da sociedade, como as redes
sociais, os vídeos, os jogos, as salas de bate papo e ainda os softwares de
pesquisa. Este último, utilizado amplamente como ferramenta de busca de
informações de todo o tipo, desde pesquisas científicas até compra de
equipamentos, vestuário e alimentos.
Esta nova “cultura” não deve ser vista superficialmente como forma de
conduta da sociedade no uso da internet, mas sim como uma nova maneira de vida
sob a ótica de uma imensa rede de informações globalizadas, disseminadas de
forma muitas vezes desordenada e sem padrões, que resultam em um emaranhado
de experiências sensitivas e materiais. A imensa massa de informações aliada aos
processos da rotina cotidiana, demonstram a forte presença dessa nova cultura
contemporânea que iniciou-se a partir da década de 60, mas que a partir da virada
do milênio consolidou-se como conceito definitivo de nova cultura contemporânea.
Segundo Pierre Lévy, em seu livro intitulado “Cibercultura”
O ciberespaço é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço. (Lévy, 1999, p.17)
Busca-se chamar atenção ao fato de que o ciberespaço que abriga a
cibercultura também alimenta todo o sistema organizacional e governamental da
sociedade, pois este baseia-se em sistemas que utilizam esse espaço como meio de
comunicação e interlocução com o indivíduo, seja por meio de páginas publicadas na
internet ou por sistemas próprios de atendimento, como, por exemplo, os
autoatendimentos bancários.
17
Na busca por acompanhar a evolução tecnológica, o indivíduo se depara com
um universo paralelo de possibilidades e propostas de facilitação ao seu estilo de
vida cotidiano, mas a velocidade das informações fornecidas neste novo veículo de
globalização, o ambiente virtual, acompanham a velocidade do raciocínio humano?
Os valores agregados ao pensamento e à individualização do ser humano
estariam sendo levados em conta no desenvolvimento frenético das ferramentas
sociais, ditas de aproximação dos indivíduos ou seria de isolamento destes? As
pessoas são comumente tratadas como objetos, números ou senhas e o interesse
principal é disseminar informação, seja ela qual for, de qualidade ou apenas
publicidade chegando ao descaso de materializar a humanidade a um código de
usuário que precisa ser doutrinado a consumir e aceitar a imposição das redes
capitalistas.
Em meio a este novo conceito de valores, a informação transmitida em
ambientes virtuais tem ocorrido por meio do fetichismo da mercadoria e assim, ocorre
a desumanização do ser humano no capitalismo, com a ilusão de que não há
relações humanas ou sociais no que se refere à mercadoria.
Este conceito é amplamente discutido na obra socialista marxista “O Capital”,
onde se entende que o fetichismo é uma relação social entre pessoas mediatizada
por coisas. O resultado é a aparência de uma relação direta entre as coisas e não
entre as pessoas, com inversão de valores as pessoas agem como coisas e as
coisas, como pessoas.
A existência das coisas enquanto mercadorias, e a relação de valor entre os produtos de trabalho que os marca como mercadorias, não têm absolutamente conexão alguma com suas propriedades físicas e com as relações materiais que daí se originam… É uma relação social definida entre os homens que assume, a seus olhos, a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Uma mercadoria, portanto, é algo misterioso simplesmente porque nela o caráter social do trabalho dos homens aparece a eles como uma característica objetiva estampada no produto deste trabalho; porque a relação dos produtores com a soma total de seu próprio trabalho é apresentada a eles como uma relação social que existe não entre eles, mas entre os produtos de seu trabalho. A isto dou o nome de fetichismo que adere aos produtos do trabalho, tão logo eles são produzidos como mercadorias, e que é, portanto inseparável da produção de mercadorias. (MARX, Volume I: Capítulo I, Seção 04)
Marx ainda critica a alienação social, quando o indivíduo deixa de pensar e
agir por si próprio e passa a reagir instintivamente aos estímulos capitalistas,
anulando sua personalidade individual e cedendo ao consumismo desordenado,
18
onde o importante não é mais a consciência, o pensamento ou os sentimentos
envolvidos, mas o que a pessoa tem. Sendo o dinheiro o maior fetiche desta cultura,
que passa a ilusão às pessoas de possuir tudo o que desejam a respeito de bens
materiais.
A banalidade do saber e do pensar, do aprender e do pesquisar, vem tomando
conta de uma geração de conformistas, imediatistas e preguiçosos mentalmente que
buscam a informação rápida e curta, resumida demais para esclarecer corretamente
qualquer necessidade do saber. Torna-se mais fácil aceitar e adaptar-se ao sistema
político-social atual que buscar soluções para transformá-lo, mesmo que o caminho
mais “fácil” seja o pior caminho para a história da sociedade humana.
A cibercultura, entendida como espaço da cultura contemporânea, é
fortemente marcada por uma cultura social da supervalorização à imagem, do
artificial sobre o concreto e real, da aparência ao ser e, por conseguinte da falta de
pensamento crítico em detrimento ao comodismo e conformismo intelectual. Esta
sociedade, por ora denominada “Sociedade do Espetáculo”, se impõe “formando”
estilos de vida baseados no materialismo e no poder do dinheiro, na futilidade das
reflexões, na mediocridade do pensamento imediatista, da diversão e do prazer a
todo custo, como prioridade de vida.
Segundo Guy Debord em seu livro “Sociedade do Espetáculo”:
Se as necessidades sociais da época na qual se desenvolvem essas técnicas só podem encontrar satisfação com sua mediação, se a administração dessa sociedade e todo contato entre os homens só se podem exercer por intermédio dessa força de comunicação instantânea, é porque essa “comunicação” é essencialmente unilateral; sua concentração equivale a acumular nas mãos da administração do sistema os meios que lhe permitem prosseguir nessa exata administração. (DEBORD, 1967, p.771).
Como a Educação pode se constituir num contraponto a essa não
conformação social?
Instaura-se um desinteresse coletivo dentre as novas gerações, por questões
mais profundas sobre a vida, o universo, a comunidade, a cultura, a política e diante
dessa nova realidade, a educação perde espaço diariamente nas redes de
comunicação social para a busca por entretenimento e distrações frívolas.
Consequentemente a formação do caráter pessoal de indivíduos inseridos neste
contexto distorcido, se dará de forma frágil, inquieta, inconsistente e egoísta.
19
Como reverter tal progressão?
A cibercultura é utilizada por esta cultura do espetáculo para massificação de
formas de pensar sem profundidade, “formando” pessoas sem noção de cidadania,
fortemente individualistas, vivendo quase que exclusivamente para o consumo
incessante de uma “indústria cultural” que visa atingir metas comerciais sem
preocupar-se com o “humano”.
Como instaurar a educação na cibercultura?
Faz-se fundamental pensar em formas de ação e participações educativas
que contribuam para o surgimento de novos paradigmas que possam atender às
demandas de nossa sociedade, que não tem mais como abdicar das tecnologias,
principalmente daquelas da informação, porém, preservando valores que não podem
cair em “desuso” simplesmente pelo modismo ou imediatismo que assolam nossos
ambientes virtuais, mas que ambiguamente atingem o âmago de nossa vida real.
Esse desafio se faz presente neste momento, e a Educação tem papel
preponderante na busca e aquisição desses paradigmas.
Parte-se da proposta de analisar-se as condições atuais de relação entre o
internauta e a internet, dos usuários e das redes sociais, assim como da cibercultura
e de seu ambiente virtual, com foco na conscientização da necessidade de
construção de uma cibercultura que contemple os anseios da sociedade de forma
mais ampla e não somente baseada no consumismo e imediatismo, prevenindo o
avanço na formação da “cultura do descartável”.
A falta de um modelo consistente de cibercultura hoje, e cada vez mais no
futuro, poderá constituir-se em fator preponderante para o subdesenvolvimento
cultural da sociedade, tendo em vista a massificação de valores e forma de pensar
superficiais, que, entretanto, ocupam enorme espaço na vida das pessoas.
Propõe-se avançar de forma gradual e sistemática, com ações efetivas de
utilização dos meios digitais, em particular a internet, criando modelos alternativos
de Educação não formal em comunidades virtuais de todo tipo e função social.
20
1.1 - CONCEITOS - REDES SOCIAIS VIRTUAIS
Fonte: http://www.internetsegura.pt/riscos-e-prevencao/redes-sociais
Os seres humanos são em sua essência seres sociais, desta forma, procuram
constantemente interagir com outros, nas mais diversas formas e ocasiões. Esta
verdade se aplica ao mundo da cibercultura e mais especificamente à Internet, tanto
que esta permite que as pessoas comuniquem umas com as outras de qualquer parte
do mundo.
Uma rede social é um verdadeiro reflexo dessa necessidade de comunicação
das pessoas, aplicado entretanto às redes da internet. Desse modo a pessoa,
denominada no mundo virtual como internauta, se apresenta aos outros internautas,
quer seja através de páginas pessoais ou através de blogues, apresentando-se ao
mundo virtual dos mais diversos modos: fotografias, textos ou vídeos.
Mas qual o real objetivo de uma rede social virtual? Podemos dizer que é
permitir ao usuário internauta expressar-se de um modo pessoal e entrar em contato
com outros usuários que compartilham interesses parecidos. Desta forma, os sites
destinados à comunicação social virtual são particularmente feitos para que os
usuários possam compartilhar informações acerca de si e de sua família ou negócio.
São solicitadas informações desde a data de nascimento até os filmes e livros
favoritos, opiniões sobre algum fato marcante ou qualquer assunto que queira
adicionar e convidam, na sua grande maioria, ao envolvimento e opinião de
21
terceiros, através da possibilidade de comentar os diversos assuntos inseridos
nessa página pessoal.
Os blogues também são uma expressão das redes sociais virtuais, mas neles
não ocorrem a mesmo nível de interação que nas redes sociais globais onde um
número imenso de usuários estão logados e em constante interação.
Para participar de uma rede social virtual, na grande maioria delas, o serviço
é fornecido de forma gratuita, entretanto, são pedidos diversos dados pessoais do
usuário no ato da inscrição, alguns inclusive poderão ser vistos aos outros usuários.
Estes dados compartilhados podem ser vistos como uma forma de apresentação
online, permitindo que os interessados procurem encontrar afinidades com o usuário
e, desta forma, solicitar que esse faça parte de sua “rede de amigos”.
Tendo em vista que o propósito de uma rede social virtual é fomentar a
interação entre os usuários internautas que fazem parte dessa rede, cada página
pessoal é regida pelo princípio dos “amigos em rede”, sendo que teoricamente, é
esperado que esses “amigos virtuais” se conhecem no mundo real.
Quanto maior o número de pessoas que se encontram ligadas a rede de um
determinado usuário, maior é o poder desse usuário em se comunicar e passar seus
recados, pensamentos, textos, fotos, etc, e ficar mais conhecido, desta forma, a lista
de amigos virtuais de uma pessoa considerada, por muitos, um espelho da sua
popularidade online. Sendo assim, existe uma forte tendência dos usuários
adicionarem à sua rede de amigos, pessoas desconhecidas para simplesmente
aumentar o número de conexões, esquecendo assim, questões primordiais como
sua privacidade ou mesmo sua alta exposição à perigos que possam ocorrer no
mundo real.
No caso da pesquisa realizada neste trabalho, ficou constatado que o maior
interesse dos jovens é o de participar das redes sociais mais conhecidas
atualmente, sendo que a grande maioria dos pesquisados, colocaram em primeiro
lugar as redes sociais como principal foco de interesse na internet. No capítulo
quatro são analisadas as respostas dos alunos e serão aprofundadas as questões
relacionadas ao tema, mas neste momento já se pode refletir sobre os diversos
perigos que corre um jovem com idade entre 10 e 17 anos, que pode ser presa fácil
para aproveitadores ou pessoas com más intenções.
22
As redes sociais oferecem também diversas outras funcionalidades, tais como
bate papo escrito ou através de webcam entre os amigos conectados, postagem de
vídeos e fotos, criação de álbuns, lembretes de aniversários entre outros, além de
dezenas de aplicativos e jogos online.
Fornecedores de produtos e vendedores de todo tipo, sabedores das
potencialidades deste tipo de promoção, demonstram e colocam em destaque seus
produtos e serviços, abrindo um canal direto de negociação com aqueles que se
propõem a conectar-se a eles.
Voltando a tratar sobre os diversos perigos que as redes sociais virtuais
apresentam, pode-se destacar:
• Exposição de Dados pessoais
Existem informações pessoais que podem representar um perigo se
forem compartilhados, em especial se o usuário for criança ou
adolescente. Comumente ocorre ser informada a cidade onde se vive ou
a escola que frequenta, desta forma, abre-se portas aos mal
intencionados, que procuram formas de encontrar pessoalmente as suas
potenciais vítimas. Este perigo não se aplica somente aos mais novos,
sendo os mais velhos alvo frequente, caso estes de alguma forma, por
exemplo, informem seus rendimentos anuais bem como sua localidade,
seu cargo e outras informações que deem acesso fácil no mundo real.
• Falsidade Ideológica
A apropriação de identidade de alguém conhecido, famoso ou que esteja
em destaque no mundo dos negócios, muitas vezes não pretende
somente incomodar o proprietário real da identidade, mas pode ser um
método de enviar mensagens na forma de boletins (vistos por todos os
amigos na lista dessa pessoa) com conteúdos racistas, frases obscenas
ou convites explícitos para as mais diversas atividades. Além disso, um
usuário mal-intencionado também pode criar uma página com dados
falsos para atrair um determinado tipo de pessoa e de alguma forma a
enganar, importunar ou explorar. Um exemplo disso são os molestadores
de crianças, que criam páginas de perfil fazendo-se passar por jovens
com determinados interesses, a fim de se aproximarem de uma criança
vulnerável.
23
• Postagem de Imagens, opiniões e outros que comprometam
É muito comum que o usuário perca o controle das informações que
coloca na sua página pessoal, entretanto, uma vez postado um dado, este
fica online e dificilmente desaparecerá, mesmo se depois for apagado.
Uma opinião manifestada de determinada forma numa página pessoal
pode inflamar os ânimos de outros usuários e, assim, gerar uma onda de
insultos, protestos ou represálias na vida real.
Por outro lado, os empregadores podem pesquisar as informações
colocadas online e podem eliminar algum candidato que possa ter
extrapolado em suas considerações e mensagens, além disso também
são conhecidos casos de funcionários que são despedidos por
manifestarem determinadas opiniões acerca dos seus empregadores.
• Cyberbullying
Podem ocorrer situações de discriminação aos usuários com base nas
suas características, como as raciais, de orientação sexual ou aparência
física. Embora algumas redes sociais virtuais definam uma idade mínima
permitida para se ter uma página pessoal, nada impede um jovem com
idade inferior ao permitido de se inscrever na mesma. A prática de
bullying na escola pode ser replicada nas redes sociais, tomando
proporções ainda maiores na forma do cyberbullying. Embora até existam
pessoas especializadas encarregadas de monitorizar os conteúdos das
páginas pessoais, as redes sociais virtuais possuem demasiados
utilizadores para o número de moderadores existente, tornando
impossível uma efetiva verificação de conteúdos postados, por outro lado,
mesmo quando há reporte de conteúdos inapropriados, e os mesmos são
retirados, é impossível vigiar e verificar se estes são novamente inseridos
online. Quando uma conta de usuário é cancelada, torna-se igualmente
impossível barrar o acesso desse usuário, pois nada o impede de abrir
uma nova conta e inserir dados diferentes, usufruindo impunemente da
sua nova conta.
24
1.2 – CONCEITOS – VÍDEOS ON-LINE (YOU TUBE)
O segundo maior assunto de interesse assinalado pelos alunos neste trabalho
de pesquisa foram os vídeos, tanto no sentido de assisti-los “on line”, baixá-los ou
postá-los no site intitulado como YouTube.
O YouTube é amplamente utilizado no Brasil e domina este segmento da
internet com absoluta hegemonia, pois permite que seus usuários carreguem e
compartilhem vídeos em formato digital de forma rápida, e de fácil compreensão. Ele
foi fundado em 2005 por três funcionários do PayPal, que é um famoso site
da internet ligado a gerenciamento de transferência de fundos.
O YouTube hospeda uma grande variedade de filmes, videoclipes e materiais
caseiros. O material encontrado no YouTube pode ser disponibilizado em blogs e
sites pessoais, motivo que justifica seu sucesso entre os internautas..
Os usuários podem ver o vídeo no modo janela ou tela cheia, e é possível
trocar entre os modos no meio da reprodução sem a necessidade de carregar de
novo o vídeo. Os vídeos enviados ao YouTube estão limitados a quinze minutos e os
arquivos podem ter no máximo dois Gigabytes. Além disso, só pode ser enviado um
vídeo por vez através da interface padrão, ou múltiplos vídeos usando
o plugin para Windows, e ainda aceita o envio de filmes na maioria dos formatos,
permitindo até que os vídeos sejam enviados diretamente do celular.
Os vídeos do YouTube foram criados para serem vistos enquanto se está
conectado a Internet, e nenhum recurso oficial permite o download dos vídeos para
serem vistos off-line, entretanto, existem alguns aplicativos que permitem que os
vídeos sejam baixados em um meio digital de armazenamento.
O YouTube recompensa vídeos com honras, os mais populares sendo os "mais
vistos" que são divididos em quatro categorias: hoje, essa semana, esse mês, e
todos os tempos. As honras incluem: Vídeos em Destaque, os ascendentes, os mais
comentados, os mais vistos e os mais anotados como favoritos.
Antes do lançamento do YouTube em 2005, havia poucos métodos simples
disponíveis a usuários normais de computadores que queriam colocar seus vídeos
na Internet. Com sua interface de fácil uso, o YouTube tornou possível a qualquer
um que usa computador a postar na Internet um vídeo que milhões de pessoas
poderiam ver em poucos minutos. A grande variedade de tópicos cobertos pelo
25
YouTube tornou o compartilhamento de vídeo uma das mais importantes partes
da cultura da Internet.
O YouTube tem sido alvo de ações de censura em vários países por causa do
conteúdo que ele hospeda. O site já foi bloqueado em vários países desde o seu
lançamento, tais como na Austrália, na Indonesia, no Irã, no Paquistão, na Síria, no
Sudão, na Tailândia, na Tunísia e na Turquia.
Outros países como o Brasil, a China e o Marrocos chegaram a bloquear o
site, mas depois o bloqueio foi desfeito. Outros países têm bloqueios parciais.
Nos Emirados Árabes Unidos algumas páginas estão banidos. Na Arábia Saudita a
página para confirmar a data de nascimento está bloqueada, impedindo acesso a
conteúdo adulto. Apesar de bloqueios em alguns países ainda é possível
usar softwares que conseguem contornar essas restrições.
Pela visibilidade e facilidade de acesso, o YouTube passou a ser usado por
alguns políticos como meio de propaganda de suas candidaturas. Os eleitores
podem assim ver as propostas do candidato, e fazer vídeos apoiando-os ou se
opondo a eles..
As crianças utilizam o aplicativo como forma de entretenimento, assistindo
vídeos de desenhos animados ou aqueles postados por algum familiar ou amigo, já
os jovens assistem vídeos que vão desde a pesquisa de um tema escolar até os
vídeos de conteúdo adulto ou violência. Estes últimos tornam-se bastante
preocupantes, pois não há mecanismos de controle eficazes que possam inibir o
acesso dos menores, como em todo o conteúdo da internet.
Diante da maciça utilização deste recurso, confirmado nesta pesquisa, cabe aos
educadores e aos pais, estimularem o uso mais adequado deste recurso, procurando
através do diálogo e da orientação demonstrar o uso mais adequado de acordo com
a idade.
1.3 – CONCEITOS – JOGOS ON-LINE
São denominados jogos on-line os jogos eletrônicos jogados via Internet. Neles,
um jogador com um computador ou vídeo conectado à rede pode jogar com outros
sem que ambos precisem estar no mesmo ambiente, sem sair de casa, o jogador
pode desafiar adversários que estejam em outros lugares do país, ou de qualquer
26
parte do mundo. Tudo ocorre em tempo real, como se o adversário estivesse ao lado
do jogador, de forma que esta categoria de jogos abriu novas perspectivas de
diversão. Os primeiros jogos on-line começaram a aparecer em 1989 e eram
jogados via ligação direta local ou direta internacional. Os jogadores conectavam
entre si ligando para casa de seus "adversários" através do modem de seus
computadores e linha telefônica convencional.
Por volta de 1992, começaram a popularização dos jogos on-line, onde um
usuário se conectava a um determinado serviço deste tipo e podia desafiar vários
adversários em qualquer lugar do mundo, mas a possibilidade de participar de uma
comunidade, bater papo e escolher com quem jogar abriu um novo mundo de
diversão. É nessa época que os primeiros jogos online começaram a fazer sucesso
e atrair cada vez mais jogadores.
Foi a partir de 1995 com a popularização da internet que os jogos online se
consolidaram e só vieram a crescer se tornando "a diversão do futuro".
Na pesquisa realizada com os alunos com idades de 10 a 17 anos, o os jogos
on line aparecem como terceiro maior assunto de interesse.
Neste caso o que preocupa enquanto educador ou pai são a forte presença
de aspectos de elevada violência e competitividade a qualquer preço, extrapolando
os limites seguros de exposição dos jovens a um altíssimo grau de insalubridade aos
sentidos.
De outro lado, os jogos, quando selecionados e adaptados à aprendizagem,
podem contribuir em muito ao desenvolvimento cognitivo, psíquico e motor da
criança e do jovem. No capítulo onde a pesquisa é analisada, diversos aspectos são
apontados como positivos neste sentido.
1.4 – BATE PAPO
Um chat, que em português significa conversação, ou bate-papo (termo usado
no Brasil), é um neologismo para designar aplicações de conversação em tempo
real.
São muitos os sites ou aplicativos que possibilitam este recurso, tais como:
• Internet Relay Chat (IRC)
• AOL Instant Messenger (AIM)
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• Chatroulette
• Gadu-Gadu
• Google Talk
• Grunhido
• ICQ (OSCAR)
• Jabber (XMPP)
• MUD
• Pichat
• SILC
• Skype
• TeamSpeak (TS)
• Wikia
• Windows Live Messenger
• Yahoo! Messenger
• Terrachat (JAVA/FLASH)
O surgimento da comunicação instantânea do tipo "bate papo” foi possível
com o surgimento das redes sociais na Internet onde as pessoas puderam interagir
mais intensamente. Pode-se dizer que o conceito de redes sociais, não é novo, uma
das primeiras ferramentas consideradas redes sociais foram os “E-mail lists and
bulletin board systems (BBS)”, que surgiram na década de 1970, a fim de realizar a
interação online dos usuários nos Estados Unidos. Nelas as pessoas criavam um
“pseudônimo” para manter uma relação com as outras pessoas. No ano de 1979
surgiram as ferramentas Usenet e Internet Relay Chat (IRC), que seguiam o conceito
de mensagens, no qual as pessoas se agrupavam por interesses em comum.
No ano de 1996, foram criados os primeiros programas de mensagens
instantâneas (aplicativos como AOL Instant Messenger e ICQ). Essas ferramentas
possuíam um ambiente de chat onde havia trocas de mensagens em tempo real.
Ambas as ferramentas mantinham listas de pessoas com as quais os usuários se
comunicavam ou mantinham alguma relação, seja de amizade ou de interesses em
comum. Essa ferramenta já possuía algumas opções novas, como a de adicionar ou
restringir algum usuário e realizar um “multi-chat” no qual havia a conversa de três
ou mais usuários em um mesmo bate-papo. Em 1997 surgiu a primeira rede social
28
que permitiu a criação de um perfil virtual, bem como a publicação e listagem de
contatos, esse novo modelo de rede social passou a permitir a visualização de perfis
de terceiros. Após esse modelo de rede social, várias outras semelhantes foram
criadas.
O Chat ou bate papo foi o quarto assunto de maior interesse destacado na
pesquisa realizada com os jovens e analisada neste trabalho, onde percebe-se que
a conversação on-line passou a ser um incremento às redes sociais que em algum
momento de seu uso acaba ocorrendo por consequência de algum comentário, e
vendo que o amigo encontra-se on-line, o mesmo é chamado para uma conversa.
Se por um lado novamente destaca-se a importância da interação entre as
pessoas, verifica-se um alto grau de superficialidade e o surgimento de um novo tipo
de linguagem, onde a abreviação e os apelidos são amplamente utilizados,
empobrecendo assim a utilização da língua portuguesa formal.
Algumas análises podem ser feitas neste sentido, porém não é o foco deste
trabalho discuti-las de maneira mais aprofundada, deixando para um momento mais
oportuno a abertura deste tema para uma pesquisa voltada à linguística nas mídias
sociais e a interação social via internet.
1.5 – PESQUISA E TRABALHOS ESCOLARES
Os softwares de busca permitem fazer pesquisas na internet sobre qualquer
tipo de assunto ou conteúdo. O Google é atualmente o serviço de busca mais
utilizado e é o o site mais acessado do mundo.
Cabe ressaltar que a quantidade de informações na Internet é tão grande e
diversificada que é praticamente impossível encontrar tudo o que se precisa sem o
uso de um mecanismo de busca. Existem, além do Google, outras ferramentas de
busca na Internet, como o Altavista, o AlltheWeb, o Yahoo e o MSN, entretanto, o
Google atualiza sua base de informações diariamente e isto o torna o mais eficiente
dentre eles, porque cerca de alguns minutos depois de uma matéria ser publicada
em um site já é possível encontrá-la no Google.
O sistema algoritmo estabelecido ao buscador Google é muito interessante e
como exemplo pode-se dizer que quanto mais pesquisas existirem apontando para
uma página, maior é seu grau de importância no Google, desta forma, essa página
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tem maior probabilidade de obter um bom posicionamento nas buscas. Além disso,
o Google analisa os assuntos mais pesquisados e verifica quais sites tratam aquele
tema de maneira significativa. Para isso, ele checa a quantidade de vezes que o
termo pesquisado aparece na página.
Quem sabe aproveitar todas as opções de uma ferramenta de pesquisa,
poderá ter uma grande chance de êxito em encontrar algum resultado satisfatório.
A utilização do Google tem sido criticada por especialistas do assunto, pois o
buscador armazena as preferências do usuário e com isso lhe permite acompanhar
termos de pesquisa mais requisitados, facilitando a pesquisa e maximizando a
obtenção de resultados. Isto traz a tona preocupações com a privacidade dos
usuários que acabam por serem mapeados pela ferramenta de busca, que acaba
“sabendo” as preferências daquele usuário e traça para ele um determinado perfil.
Um dado interessante foi que a BBC britânica publicou uma matéria em que
foi revelada que possivelmente ocorre a emissão de 7 gramas de dióxido de carbono
a cada pesquisa feita no buscador. O Google rebate a pesquisa, que foi feita por um
físico da Universidade Harvard, e diz que somente 0,2 gramas de "carbono" é
emitido. Entretanto, uma discussão a respeito do comprometimento ambiental da
empresa pode ser iniciada, já que seu motor de busca é o mais utilizado no mundo
milhões de vezes todos os dias.
Um grande problema acerca das pesquisas feitas pelos alunos no ambiente
virtual é o de se copiar um determinado texto, livro, tese, artigo ou monografia ou
partes de outra pessoa, dizendo que é sua própria. Infelizmente é relato comum
entre docentes de todos os níveis de ensino que os alunos fazem este tipo de
prática de maneira displicente e até corriqueira. O chamado plágio pode ser de
qualquer natureza, como em livros, música, obras, fotografias, trabalhamos, e etc.
O ato do plágio, como consiste numa cópia da propriedade intelectual de
outra pessoa, prejudica o desenvolvimento do pensamento crítico de um aluno,
consequentemente retardando o seu aprendizado.
Buscando a descoberta do plágio, existem disponíveis no meio virtual
diversos softwares que detectam o plágio online, varrendo sites, por exemplo, e
softwares pessoais, onde a pessoa pode colocar a informação que deseja obter e o
software procura em diversas fontes.
30
Na pesquisa demonstrada neste trabalho, foi verificado que este assunto foi
aquele de menor interesse quanto a utilização da internet dentre os jovens,
entretanto, a partir desta análise, pode-se entender melhor os motivo que levam a
este resultado preocupante sob a ótica do termo definido como “Sociedade do
Espetáculo”, particularmente analisado sob a ótica da educação, questionando se a
sociedade atual define-se como uma sociedade do conhecimento ou do superficial e
descartável. No próximo capítulo será discutido este aspecto da realidade social no
meio virtual e real e o contexto educativo que a cerca e seus desafios.
31
2 - “SOCIEDADE DO ESPETÁCULO”
Fonte: http://arrbrasil.blogspot.com.br/2012/05/vivemos-numa-sociedade-de-espetaculos.html
A questão principal abordada na obra “A Sociedade do Espetáculo” de Guy
Debord, refere-se sobre a relação da alienação das pessoas com seu
comportamento psicológico, ou seja, a consequência do modo de vida das pessoas
baseado no consumo, que assume novas formas de separação e reificação da vida.
Sob esta ótica, “espetáculo” é uma forma de dominação da burguesia sobre
o proletariado.
O Espetáculo, compreendido na sua totalidade, é simultaneamente o resultado e o projeto do modo de produção existente. Ele não é um complemento ao mundo real, um adereço decorativo. É o coração da irrealidade da sociedade real. Sob todas as suas formas particulares de informação ou propaganda, publicidade ou consumo direto do entretenimento, o espetáculo constitui o modelo presente da vida socialmente dominante. (Debord, 1991, p.6)
Este trabalho utiliza-se do conceito estabelecido por Debord, trazendo a
problemática por ele pesquisada na década de 60 para os dias atuais, no contexto
da Cibercultura. Não pretende, entretanto, justificar por este conceito uma crítica
unilateral sobre a questão do consumismo e as relações de consumo ou
entretenimento fortemente presentes no ambiente virtual, mas analisar o
comportamento do grupo de estudantes pesquisado e constatar o quanto este
conceito estabelecido por Debord, ainda influencia a atual sociedade altamente
tecnológica. As questões acerca da educação neste contexto vêm apropriar-se deste
debate e estabelecer uma relação entre o papel da escola e da sociedade na
32
contramão do conceito do descartável e do imediatismo, levando-nos ao cerne da
problemática ora pesquisada.
O livro mais conhecido de Guy Debord é o intitulado “A Sociedade do
Espetáculo”. Resumidamente, Debord atribui a fragilidade espiritual da sociedade de
sua época (década de 60 do século passado), tanto nas esferas públicas quanto
privadas, a forças econômicas que dominaram a Europa após a modernização
decorrente do final da segunda guerra mundial.
O autor critica acentuadamente aquilo que chamou de espetáculo
de mercado do ocidente capitalista, bem como o que chamou de espetáculo
de estado do bloco socialista, desta forma, rebelou-se em relação às duas correntes
políticas do mundo naquele momento histórico, o capitalismo e o socialismo, sendo
por essa razão, chamado por muitos de adepto ao anarquismo.
O autor fundamenta sua teoria da “Sociedade do Espetáculo” nos trabalhos
de Karl Marx, desta forma, Debord se utiliza do conceito de valor, conceituado por
Marx no livro O Capital. Este conceito determina como o trabalho que cada
mercadoria contém, resulta na redução dos Homens a simples coisas, ou seja,
transforma-os em mercadorias no mundo do trabalho.
Guy Debord também se inspirou em outros conceituados autores para
fundamentação de sua obra tais como Mikhail Bakunin e Sigmund Freud, apesar
disso, a obra “A sociedade do Espetáculo” acabou sendo mesmo o resultado de uma
série de debates e leituras acerca dos conceitos desenvolvidos por Marx.
No capítulo 4 desta pesquisa, será possível verificar de maneira clara e visual
os indicadores comportamentais levantados e discutir assim, as possíveis formas de
se estabelecer estratégias para o melhor aproveitamento e desenvolvimento do
estudo, da pesquisa bibliográfica e da emancipação do jovem inserido na sociedade
tecnológica que se apresenta.
33
2.1 – SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
Fonte: http://www.debatesculturais.com.br/a-sociedade-do-conhecimento-integrada-no-ambito-empresarial/
O homem vem aprimorando de forma constante e com muita intensidade,
meios e ferramentas para comunicar-se com o mundo, com o intuito “a priori”
virtuoso, em melhorar os padrões atuais de vida na Terra, entretanto, se por um lado
essa conduta lhe confere um melhor modo de vida, por outro demandam problemas
e consequências causadas por este desenvolvimento, tais como o aumento da
poluição, o desemprego, a marginalização de pessoas, entre outros.
Desta forma, enquanto assistimos perplexos este desenvolvimento
tecnológico intenso, independente e autónomo aparentemente, este
desenvolvimento tecnológico avança tão rápido que o homem parece não conseguir
alcançá-lo, ou até mesmo entendê-lo da forma sistêmica e global para que sinta-se
inserido neste novo contexto social.
Esta problemática causada por este “excesso” de tecnologia e
consequentemente seu papel na sociedade contemporânea, tem sido amplamente
discutido nos âmbitos científicos e acadêmicos, isto tem causado o surgimento de
diversos “novos” rótulos e conceitos. Conceitos como conhecimento ou informação,
sociedade pós-industrial, sociedade pós-moderna, revolução da informação,
capitalismo da informação, entre outros, têm sido debatidos e questionados, criando
34
um cenário confuso e ao mesmo tempo nebuloso diante das controversas opiniões
entre pesquisadores e sociedade.
Mas, vivemos afinal numa “Sociedade da Informação” ou podemos afirmar
que se trata de uma “Sociedade do Conhecimento”? Ao final do século XX, com o
surgimento do termo Globalização, esta discussão tomou corpo e tem movimentado
os estudiosos no tema em busca de firmar conceitos que melhor delimitem os
padrões desta “Nova Sociedade”. Mas o fato mais aceito, firmado praticamente
como indiscutível é que este tipo de sociedade encontra-se em processo de
formação e expansão.
Tendo em vista que a sociedade é um organismo complexo e está em
constante mutação, pode-se dizer que surge um novo paradigma de sociedade que
se baseia na informação abundante e farta, acessível a praticamente todos os
homens livres do planeta.
Este novo paradigma, onde a informação pode ser usada como meio de
criação de conhecimento, constitui o arcabouço teórico na produção de riqueza e na
contribuição para a melhoria de vida das pessoas. Tal possibilidade de acesso às
Tecnologias de Informação e Comunicação, presentes na vida cotidiana, constituem
instrumentos indispensáveis para a emancipação do cidadão e sua inserção neste
novo modelo de sociedade.
Entretanto, questiona-se o quanto este novo comportamento social poderá
agravar as diferenças sociais, tendo em vista que a detenção da informação por
determinados grupos sociais, poderá causar efeitos discriminatórios dentre os
países, empresas e até entre as pessoas.
Esta nova sociedade exige pessoas com maior formação tecnológica, com
empreendedorismo e criatividade, capazes de resolver os problemas do seu meio,
entretanto, discrimina aqueles que não possuem ou não se caracterizam neste
contexto, excluindo-os.
Os mais jovens parecem mais preparados para adquirem conhecimentos
tecnológicos seja dentro ou fora da escola, porque eles estão melhor integrados
neste novo paradigma de sociedade e esta sociedade mais competitiva gera mais
riqueza e qualidade de vida, mas para que isto seja possível, a educação precisa
acompanhar esta dinâmica social, dando condições iguais a todos, mas sem criar
35
um grau de dependência patológico nas pessoas quanto a utilização dos recursos
tecnológicos disponíveis.
A incapacidade de disseminar o conhecimento de forma homogênea entre as
pessoas tem causado o constante aumento da taxa de desemprego e a extinção de
algumas profissões, com o inevitável surgimento de outras que se apropriam das
novas tecnologias e sistemas informacionais.
Será que a caneta e o papel desaparecerão e serão substituídos por
computadores e impressoras? Sem dúvida que existe uma forte tendência neste
sentido, mas todo cuidado é pouco quando se trata dos meios de comunicação, pois
o desaparecimento de tecnologias rudimentares pode causar um efeito dominó nos
modelos tecnológicos, pois não se pode inventar algo novo esquecendo-se das
bases teóricas que desencadearam o seu surgimento.
No final da década de 90, o Ministério da Educação – MEC em parceria com a
Universidade de São Paulo – USP, criou um documento intitulado de “’O computador
na sociedade do conhecimento” cuja mensagem de contracapa diz:
Estamos vivendo a transição da sociedade da produção em massa para a sociedade do conhecimento. Nessa nova sociedade a moeda corrente não será mais a matéria prima ou o capital, mas a informação e os meios de acessá-la e processá-la para que seja transformada em conhecimento. Certamente o computador será a ferramenta mais importante para acessar a informação, e a Internet é o exemplo mais claro dessa função do computador. No entanto, terá o computador a mesma importância como ferramenta para nos auxiliar a processar essa informação e convertê-la em conhecimento? Esta obra mostra que sim: o computador pode ser um importante aliado no processo de construção do conhecimento e pode ser o catalisador das mudanças do processo educacional. (valente, 1999,p.116)
Hoje em 2013 podemos responder esta questão? Curioso dizer que o
computador é somente mais uma ferramenta neste processo de transformação, pois
atualmente temos inúmeros meios de acesso ou manipulação da informação para
gerar o conhecimento. Temos tecnologias de comunicação que vai desde celulares
que acessam a internet e redes sociais até televisores que possuem esta função
além de outros recursos de interatividade, desta forma, o computador é um
dispositivo tecnológico como diversos outros disponíveis as pessoas.
Por outro lado, ainda podemos questionar se a escola de fato conseguiu
atingir o objetivo de trazer as tecnologias ou pelo menos o computador dentro do
contexto da aprendizagem.
36
2.2 – AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E A EDUCAÇÃO
Se analisada a inserção das tecnologias de informação no contexto
educacional no Brasil, percebe-se quão recente isto ocorreu. De acordo com a
autora Raquel Carneiro:
Sem acreditar no uso do computador como “salvador da educação”, e
desejando uma experiência nitidamente preocupada com a nossa realidade,
no início de 1980, começa a desenvolver-se a Política de Informática
Educativa (PIE), caracterizada por atividades de pesquisa e seminários de
discussão em pequena escala, objetivando-se avaliar a contribuição do
computador no processo pedagógico. (Carneiro, 2002, p.49)
Apesar de terem surgido alguns projetos com apoio governamental e outros
institucionais em Universidades públicas, pouco avançou-se quanto a real inclusão
dos recursos tecnológicos como ferramenta nos processos de ensino-aprendizagem,
pois é comum que ocorra a inserção desses recursos sem entretanto, que haja uma
discussão sobre os objetivos da sua utilização no âmbito pedagógico, bem como a
falta de inserção dos docentes e dirigentes das escolas num projeto pedagógico
consistente atrelado a utilização desses recursos.
O computador na escola, particularmente na escola pública no ensino
fundamental, ainda gera receio por parte dos docentes, pois muitas vezes o fato é
interpretado como uma intromissão da máquina no processo educativo.
Algumas falas atribuem ao computador a capacidade de resolver
problemas, ensinar e transmitir conhecimentos, como se todo conhecimento
existente pudesse ser encontrado no computador. A mistura dos termos
informação e conhecimento é constante, deixando parecer que se tratam de
sinônimos. Percebe-se, no ambiente escolar, uma preocupação com a
substituição dos professores pelos computadores. (Carneiro,2002, p.70).
A autora relata o temor dos docentes quanto a implantação do computador na
escola no início do novo milênio, entretanto, será que nos dias atuais ainda existe
esta preocupação no meio educativo? Se analisarmos a aparente ineficiência na
utilização do computador nos processos de ensino-aprendizagem, chega-se a
conclusão que ainda persiste este temor, pois não existe ainda a preocupação,
37
mesmo nas escolas particulares, de compor seu projeto pedagógico com a inserção
das TICs1 em seu contexto educativo. Isto torna a implantação efetiva do meio virtual
e da utilização de suas ferramentas em um processo tardio, diante da dinâmica da
inserção da cibercultura na sociedade.
As revistas voltadas ao entretenimento ou até mesmo as especializadas em
educação ou informática, fazem constantes pesquisas e artigos não científicos sobre
a utilização dos meios tecnológicos no cotidiano das pessoas, verificando estas
fontes, embora não confiáveis do ponto de vista acadêmico, todas elas apontam
para a mesma tendência bastante previsível pelo senso comum, que é a utilização
do computador e da internet voltados para o entretenimento, jogos, compras, bate
papo, redes virtuais e outros, mas nem mesmo aparecem índices minimamente
satisfatórios quanto ao uso dessas tecnologias para pesquisas acadêmicas,
científicas ou como ferramenta de apoio pedagógico.
Segundo publicação da Folha de São Paulo, referindo-se à relação entre o
leitor e a busca por ferramentas de facilitação da informação, em citação de Levy,
1998, comenta “Não basta se encontrar diante de uma tela munida de todas as
interfaces de fácil manuseio para que se supere uma situação de inferioridade”.
A facilidade do uso do computador e das TICs amplamente ofertada aos
leigos, esconde a realidade que a imensa maioria desses usuários sabem
essencialmente o necessário para ter acesso ao conteúdo meramente comercial
imposto pelos inúmeros canais de comunicação mais acessados na internet, desta
forma, a grande massa fica presa às tendências que a grande mídia deseja que esta
aceite como verdade.
Por outro lado, a constante mistura de conceitos entre informação e
conhecimento confunde as pessoas e dá a sensação que todos somos gênios da
informática, não tendo mais nada a aprender, pois tudo está a um clique, mas será
que isto torna os usuários como conhecedores de algo? Certamente não se pode
julgar a sociedade como simplesmente consumista ou imediatista pelo fato de utilizar
o meio virtual como forma de entretenimento em primeiro plano, pois esta tendência
é reflexo de um comportamento social que abrange a sociedade em seus diversos
aspectos, sejam estes políticos, religiosos, morais ou sentimentais.
1 Tecnologias de Informação e Comunicação.
38
A sociedade passa por um momento importante na história do conhecimento,
pois as informações estão realmente à disposição de todos, sejam ricos ou pobres,
brancos, negros ou qualquer raça, em todos os continentes, mas será que estas
informações contribuem para o adiantamento da sociedade no contexto da sua
formação educativa ou cultural? Esta questão é o grande dilema da sociedade atual,
que transita entre a “Sociedade do Conhecimento” a “Sociedade do Espetáculo” a
todo momento, por isso, cabe a educação, o importante papel de ensinar a
aprender, da mesma forma como sempre em sua história, mas agora com requintes
tecnológicos outrora inexistentes. É um grande desafio mostrar aos jovens a
verdadeira importância de saber diferenciar o descartável, o consumível, o supérfluo,
tudo tão insistentemente disponível nos meios virtuais, aquilo que contribua com sua
formação como cidadão e portador de conhecimentos.
Sem a devida orientação, corre-se o risco da cultura do descartável, citada
pelo Papa Francisco em uma comunidade de baixa renda na cidade de Varginha,
discurso este transmitido em rede nacional em sua visita ao Brasil no dia 25 de julho
de 2013: “...Não podemos deixar entrar em nosso coração a cultura do
descartável...” transformar a sociedade em algo que não traga a evolução esperada
por todos, mas numa sociedade despreocupada com as verdadeiras questões que
permeiam suas vidas, seja no contexto político, educativo ou qualquer outro.
A conceituação de “Sociedade do Espetáculo” por Guy Debord, existe desde
a década de 1960, porém poderia este fenômeno social conviver com questões mais
relevantes como o emprego dos recursos tecnológicos nos processos educativos,
sejam estes formais ou não? A preocupação das pessoas em viver o presente mais
intensamente sem se preocupar com as consequências pode ser um mero fator do
momento histórico vivenciado atualmente, e pode ser revertido a qualquer momento,
mas precisa haver um equilíbrio entre as diversas facetas proporcionadas pelo
ciberespaço, ou seja, precisa haver a moderação da sua utilização para que não
resulte em um sintoma patológico seu mau uso.
Os jovens são os maiores afetados pelo imenso bombardeio de informações
apresentadas a ele, na maioria das vezes de forma desconexa e desorganizada, nos
meios virtuais que navega, entretanto, cabe aos educadores e aos pais, em primeira
instância, fazer as devidas interpelações para que tudo fique inserido dentro de um
contexto lógico e passível de compreensão.
39
2.3 – O FUTURO DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA
Antes de se falar no futuro da educação tecnológica, é imprescindível que
seja trazido à luz desta discussão um conceito de utilização da tecnologia mais
recente e entendido de maneira quase unânime como sendo o conceito futuro
definitivo em tecnologia da informação, o “Big Data”, que se trata de um conceito
inovador de armazenamento de dados com maior velocidade, desta forma, pode-se
dizer que o “big data” é baseado em velocidade, volume, variedade, veracidade e
valor em relação aos dados armazenados, ou melhor, focado na quantidade e
qualidade das informações.
Até pouco tempo atrás, existia um conceito estabelecido em relação ao
armazenamento de dados, o “Data Warehouse” ou Armazém de Dados, que
consistia em um conjunto de dados baseado em assuntos integrados, não voláteis,
variáveis em relação ao tempo, e destinado principalmente em auxiliar em decisões
de negócios, em contrapartida, o conceito de big data baseia-se em um grande
volume de dados, voláteis ou não, com maior velocidade. Desta forma, o “Big Data”
proporciona a utilização integral das informações geradas por uma determinada
empresa ou instituição, não limitando o seu armazenamento a condicionantes pré-
estabelecidas, ou seja, todo dado pode ser aproveitado no futuro, basta indexá-lo as
conexões apropriadas.
A seguir, exemplificamos algumas possibilidades de utilização de dados
obtidos sob o conceito do big data:
• fotos de satélites que podem ser vendidas em tempo real sobre a
disponibilidade de vagas de estacionamento livres em uma cidade numa
determinada hora ou quantos navios estão ancorados neste mesmo
momento.
• dados climáticos do nível das marés, mapas de desmatamentos, entre
outros.
• controle em tempo real do fluxo de mercadoria a ser recebida, cruzando os
dados dos GPS dos caminhões dos seus fornecedores.
• os processamentos de dados sismicos captados pelas sondas que
procuram petróleo no fundo do mar.
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Por outro lado, esbarra-se numa questão amplamente problemática, a
privacidade em relação às informações armazenadas, que cruzadas a outras
informações podem-se chegar a obter perfis completos de consumo ou escolhas
pessoais. Atualmente estes dados são mais direcionados a decisões voltadas à
massificação de informações, não se atentando a questões individualizadas,
entretanto, com a quantidade e variedade de dados armazenados tudo pode ser
possível no futuro.
Mas e quanto a educação tecnológica, em que este armazenamento de
informações poderia ser útil? Não é difícil perceber que a amplitude do conceito “big
data” abrange todas as atividades humanas, desde seu gasto com energia elétrica,
aparelho por aparelho, lâmpada por lâmpada, mas também quanto ao
desenvolvimento escolar de uma criança ou de um jovem, para isso basta que a
instituição trabalhe sob o conceito de desenvolvimento computacional de
armazenamento de informações “big data” e utilize todas as informações
colecionadas digitalmente. Um exemplo pode ser: detectar o porque uma
determinada turma tem chegado atrasada para uma determinada aula de maneira
mais frequente, para isto, verifica-se a relação de ausências com as outras aulas, se
for apontado um desvio, pode-se verificar se a turma estava na biblioteca, fora da
escola (nos casos de controle digital de entrada) ou até mesmo na cantina. Ainda
seria possível cruzar estas informações com a rotina do docente verificando se é
uma prática costumeira do mesmo chegar atrasado ou ainda se este fenômeno
ocorre em outras turmas e até em outras unidades escolares. Poderíamos chegar ao
requinte de saber o que foi consumido ou comprado pelo docente naqueles horários,
através de dados do cartão bancário por exemplo.
Mas a educação realmente deve se preocupar com o armazenamento das
informações ou apenas com a busca pelo conhecimento? O conhecimento pode ser
entendido como o conjunto de informações decodificadas e transformadas em algo a
ser assimilado pelo indivíduo. O entendimento e a razão pela qual um conceito é
estabelecido não podem ser simplesmente adquiridos pelo indivíduo de maneira
dispersa ou desarticulada de cognições neurais, desta forma, o conceito de “big
data”, transcende o mero fato de se tratar de uma forma técnica e formal de
armazenamento de informações ou dados.
41
O “big data” pode ser capaz de transformar estes dados em conhecimento
aplicável, de forma coletiva ou individual, empresarial ou institucional, pública ou
privada e por essa razão, este conceito está amplamente relacionado com tudo que
envolve novas tecnologias, inclusive no âmbito educacional.
Um aspecto primordial, porém, não foi esclarecido dentro deste contexto de
inovação tecnológica da educação, o papel do professor. Esta questão pode ser foco
de uma futura pesquisa em âmbito de doutorado, com maior amplitude, pois se trata
de uma discussão vasta, onde se pode contar com a contribuição de doutores
especialistas nesta problemática que poderão elucidar mais profundamente o melhor
viés de análise a ser abordado.
Para não deixar esta questão nos escapar totalmente, é mais aceitável
pautar-se no contexto da pesquisa, verificando onde, como e quando o docente
pode e deve intervir no processo educativo utilizando-se dos recursos tecnológicos
disponíveis. Todavia, de nada adianta pensar num futuro onde tudo será
informatizado, com amplo acesso por parte de todos, em particular na escola, onde
tudo funcione de maneira exemplar do ponto de vista tecnológico. Este cenário dos
sonhos para educadores digitais, parece tão distante quanto a conquista da
igualdade social a todos, fato tão almejado pelos educadores em geral e por grande
parcela da sociedade.
É mais provável e possível que no futuro, a escola tenha, por força de
necessidade também, evoluído do ponto de vista das TICs, mas em que proporção
isto irá ocorrer? O futuro é incerto às escolas públicas e até mesmo duvidoso para
as escolas particulares.
A pesquisa desenvolvida neste trabalho detectou de maneira clara e visual
que a imensa maioria dos alunos entrevistados estão totalmente inseridos neste
paradigma de sociedade tecnológica, entretanto, verificou-se com a mesma clareza
o quão descartável e inócua é a utilização dos recursos tecnológicos a eles
disponíveis no contexto educacional ou até mesmo como ferramenta de apoio a
questões de aprendizagem. Mesmo no ambiente escolar em horários de utilização
desses recursos, ou seja, na própria instituição, não foi detectado pela pesquisa
objetividade ou preocupação por parte dos alunos em procurar desenvolver alguma
competência a partir da tecnologia.
42
A crítica acerca da possibilidade de termos uma sociedade do conhecimento
em contraponto à sociedade da informação ou à sociedade do espetáculo, parece
permear todos os gráficos e análises baseadas nas respostas desse grupo de
alunos em relação à utilização dos recursos tecnológicos, mais especificamente a
internet e suas aplicações.
No capítulo 4 será feita a análise com maior profundidade acerca dos dados
coletados, podendo assim, definir as melhores e possíveis estratégias a serem
adotadas para a otimização na utilização dos recursos tecnológicos, mas também
como ajudar os jovens a entender essas tecnologias além de suas expectativas e
necessidades triviais.
43
3 - CONTEXTO EDUCACIONAL NO AMBIENTE VIRTUAL
A Cibercultura é a “nova cultura” da sociedade contemporânea e nada nos
leva a acreditar que haverá um retrocesso tecnológico que justifique uma diminuição
de seu alcance em todos os âmbitos sociais, ou seja, a tendência natural é que ela
se consolide em definitivo nos meios sociais e de maneira irreversível.
Os processos de ensino-aprendizagem podem e devem apropriar-se dos
meios e das ferramentas que a cultura digital propiciam e desta forma entrar em
definitivo na nova era que se apresenta com a cibercultura.
Na pesquisa de campo que será apresentada a seguir, o comportamento dos
jovens fica claramente evidenciado quanto a maciça utilização da internet e do meio
virtual em suas vidas, entretanto, de maneira bastante preocupante, é demonstrado
a pouca utilização desses recursos no âmbito educacional.
Esta realidade confronta-se com o contexto educacional que se apresenta nas
escolas que ainda não utilizam de maneira sistematizada as ferramentas
tecnológicas disponíveis para o apoio e recursos à aprendizagem.
Não obstante, as aulas expositivas tradicionais perde espaço dia após dia em
contraponto ao dinamismo apresentado nos meios virtuais, causando alto grau de
desinteresse dos alunos.
Na educação não formal ou comunitária, a realidade não é diferente, pois
verifica-se poucos projetos de utilização da internet ou recursos tecnológicos neste
contexto educacional, que seria em contrapartida, um ambiente bastante propício
para a prática de vivências educativas baseadas no ambiente virtual, favorecendo
amplamente os processos de ensino-aprendizagem em diversos níveis, sejam estes
de alfabetização ou visando técnicas voltadas à empregabilidade para jovens e
adultos.
Verdade e não menos relevante é o fato dos recursos tecnológicos e as
ferramentas virtuais não estarem à disposição em qualquer localidade por problemas
de infraestrutura física ou técnica, além do custo ainda ser elevado para a aplicação
destes recursos em comunidades carentes, por exemplo.
Entretanto, cabe ressaltar que o objetivo desta pesquisa não é tratar o
assunto no âmbito do censo comum, mas fazer uma profunda reflexão sobre o tema
e apresentar os resultados elencados de forma a propiciar diversas percepções a fim
44
de que sejam levantadas possibilidades e ajustes quanto a utilização da tecnologia
no contexto educacional.
3.1 – FONTES DE INFORMAÇÕES
Dentro do contexto metodológico utilizado, no que diz respeito a pesquisa
bibliográfica, foram consultados autores de elevado prestígio acadêmico e
pesquisadores atuais que trabalharam o tema Cibercultura em suas pesquisas e
artigos, desta forma, buscou-se dialogar com os diversos autores, ora questionando
sua retórica, ora assimilando suas teorias no contexto social e cultural que vivemos.
Quanto a pesquisa de campo, foi utilizado um instrumento em forma de
questionário, diretamente com os estudantes, buscando um grau de veracidade e
espontaneidade impar, tornando a análise dos dados levantados, algo real e
concreto no contexto atual que vivem, neste ambiente da cibercultura, em seus
diversos aspectos de utilização.
3.2 – INSTRUMENTOS UTILIZADOS
Os alunos que receberam o questionário, responderam-no de forma imediata,
sendo a resposta intuitiva e espontânea, tornaram os dados reais e refletiram a
verdadeira maneira de verem a utilização da internet em suas vidas cotidianas.
Segue abaixo o modelo do instrumento utilizado:
Quando está navegando na internet, quais os sites que mais utiliza? Enumere
de 1 a 5, sendo 1 aquele que mais utiliza e 5 o que menos utiliza, sobre os
seguintes assuntos:
Jogos
bate papo (chat)
redes sociais (facebook, Orkut, outros)
vídeos (youtube, outros)
pesquisa para trabalho escolar em sites pedagógicos
45
3.3 – COLETA DOS DADOS
Participaram da pesquisa 77 alunos da 5ª série (com idade de 10 anos) e 51
alunos da 9ª série (com idade de 14 anos) do ensino fundamental, além de 24
alunos da 3 série do ensino médio (com idade de 17 anos).
Todos responderam o questionário de forma livre, sem se identificarem, com
o intuito de refletir realmente a característica de utilização da internet em seu
cotidiano.
46
3.4 – APRESENTAÇÃO DOS DADOS
Total de 26 alunos
Jogos Bate Papo Redes Sociais Videos Pesquisa Trabalhos
Aluno 1 1 3 5 2 4
Aluno 2 4 3 1 2 5
Aluno 3 2 5 1 4 3
Aluno 4 1 4 3 2 5
Aluno 5 1 4 5 2 3
Aluno 6 4 2 1 3 5
Aluno 7 4 3 1 2 5
Aluno 8 2 5 1 3 4
Aluno 9 4 3 1 2 5
Aluno 10 2 5 1 3 4
Aluno 11 4 5 1 3 2
Aluno 12 3 5 1 2 4
Aluno 13 2 5 1 4 3
Aluno 14 2 3 1 4 5
Aluno 15 1 5 4 2 3
Aluno 16 2 5 1 3 4
Aluno 17 4 3 1 5 2
Aluno 18 1 5 4 2 3
Aluno 19 3 4 1 2 5
Aluno 20 5 4 3 1 2
Aluno 21 4 2 1 3 5
Aluno 22 5 4 3 1 2
Aluno 23 4 5 3 2 1
Aluno 24 2 4 1 3 5
Aluno 25 4 3 1 2 5
Aluno 26 5 4 2 3 1
Pesquisa sobre Utilização da Internet
Turma A do quinto ano do ensino fundamental
Quando está navegando na internet, quais os sites que mais utiliza?
Enumere de 1 a 5, sendo 1 aquele que mais utiliza e 5 o que menos utiliza, sobre os seguintes assuntos:
47
Total de 24 alunos
Jogos Bate Papo Redes Sociais Videos Pesquisa Trabalhos
Aluno 1 1 5 1 2 3
Aluno 2 1 5 2 3 4
Aluno 3 1 4 2 5 3
Aluno 4 1 5 5 2 3
Aluno 5 2 3 1 4 5
Aluno 6 2 3 1 4 5
Aluno 7 1 3 2 4 5
Aluno 8 2 3 1 4 5
Aluno 9 4 2 1 3 5
Aluno 10 1 5 3 2 4
Aluno 11 4 3 1 2 5
Aluno 12 1 4 2 3 5
Aluno 13 1 5 4 3 2
Aluno 14 3 4 1 2 5
Aluno 15 1 4 5 2 3
Aluno 16 2 3 1 4 5
Aluno 17 4 3 2 1 5
Aluno 18 5 1 2 3 4
Aluno 19 5 1 1 2 4
Aluno 20 2 5 1 4 3
Aluno 21 4 3 1 5 2
Aluno 22 4 5 1 2 3
Aluno 23 3 5 1 2 4
Aluno 24 5 4 3 2 1
Pesquisa sobre Utilização da Internet
Turma B do quinto ano do ensino fundamental
Quando está navegando na internet, quais os sites que mais utiliza?
Enumere de 1 a 5, sendo 1 aquele que mais utiliza e 5 o que menos utiliza, sobre os seguintes assuntos:
48
Total de 27 alunos
Jogos Bate Papo Redes Sociais Videos Pesquisa Trabalhos
Aluno 1 1 2 4 3 5
Aluno 2 1 4 2 5 3
Aluno 3 2 5 3 1 4
Aluno 4 1 3 2 4 5
Aluno 5 1 5 3 4 2
Aluno 6 1 4 2 5 3
Aluno 7 1 5 4 2 3
Aluno 8 1 5 2 3 4
Aluno 9 5 2 1 4 3
Aluno 10 3 1 5 4 2
Aluno 11 5 4 3 2 1
Aluno 12 3 2 1 4 5
Aluno 13 4 2 1 5 3
Aluno 14 3 4 1 2 5
Aluno 15 1 2 5 3 4
Aluno 16 1 1 5 4 4
Aluno 17 5 3 1 2 4
Aluno 18 1 3 2 5 4
Aluno 19 5 4 1 2 3
Aluno 20 3 4 1 2 5
Aluno 21 2 3 1 4 5
Aluno 22 1 5 2 5 1
Aluno 23 3 4 1 5 2
Aluno 24 3 4 5 2 1
Aluno 25 4 5 1 2 3
Aluno 26 4 2 1 3 5
Aluno 27 2 1 4 3 5
Pesquisa sobre Utilização da Internet
Turma C do quinto ano do ensino fundamental
Quando está navegando na internet, quais os sites que mais utiliza?
Enumere de 1 a 5, sendo 1 aquele que mais utiliza e 5 o que menos utiliza, sobre os seguintes assuntos:
49
Total de 31 alunos
Jogos Bate Papo Redes Sociais Videos Pesquisa Trabalhos
Aluno 1 3 1 1 2 5
Aluno 2 4 3 1 2 5
Aluno 3 1 4 3 2 5
Aluno 4 3 4 1 2 5
Aluno 5 4 3 1 2 5
Aluno 6 4 3 1 2 5
Aluno 7 3 1 5 4 2
Aluno 8 4 1 1 3 4
Aluno 9 3 1 1 2 4
Aluno 10 4 1 1 2 3
Aluno 11 4 2 1 5 3
Aluno 12 5 2 3 4 1
Aluno 13 5 3 1 2 4
Aluno 14 4 4 4 4 1
Aluno 15 2 1 1 3 4
Aluno 16 4 1 1 1 3
Aluno 17 1 2 2 3 4
Aluno 18 1 3 4 2 5
Aluno 19 5 3 1 2 4
Aluno 20 3 2 2 2 4
Aluno 21 3 1 1 2 3
Aluno 22 1 5 3 2 4
Aluno 23 5 1 1 2 2
Aluno 24 1 4 2 3 5
Aluno 25 5 4 1 2 3
Aluno 26 5 1 1 1 3
Aluno 27 2 3 4 1 5
Aluno 28 5 3 1 2 4
Aluno 29 1 4 3 2 5
Aluno 30 5 1 5 1 1
Aluno 31 4 3 1 2 5
Pesquisa sobre Utilização da Internet
Turma A do nono ano do ensino fundamental
Quando está navegando na internet, quais os sites que mais utiliza?
Enumere de 1 a 5, sendo 1 aquele que mais utiliza e 5 o que menos utiliza, sobre os seguintes assuntos:
50
Total de 20 alunos
Jogos Bate Papo Redes Sociais Videos Pesquisa Trabalhos
Aluno 1 4 3 1 2 5
Aluno 2 5 3 1 2 4
Aluno 3 4 3 1 2 5
Aluno 4 3 4 1 2 5
Aluno 5 5 3 1 2 4
Aluno 6 4 3 1 2 5
Aluno 7 5 2 1 3 5
Aluno 8 1 4 2 3 5
Aluno 9 5 3 1 2 4
Aluno 10 5 5 1 1 4
Aluno 11 1 3 2 4 5
Aluno 12 5 4 1 2 3
Aluno 13 1 5 1 1 1
Aluno 14 2 4 1 3 5
Aluno 15 2 5 1 1 3
Aluno 16 5 5 1 1 1
Aluno 17 5 4 1 2 3
Aluno 18 5 5 1 1 1
Aluno 19 4 3 2 1 5
Aluno 20 5 4 1 1 3
Pesquisa sobre Utilização da Internet
Turma B do nono ano do ensino fundamental
Quando está navegando na internet, quais os sites que mais utiliza?
Enumere de 1 a 5, sendo 1 aquele que mais utiliza e 5 o que menos utiliza, sobre os seguintes assuntos:
51
Total de 24 alunos
Jogos Bate Papo Redes Sociais Videos Pesquisa Trabalhos
Aluno 1 3 5 1 2 4
Aluno 2 4 5 1 3 2
Aluno 3 4 5 1 2 3
Aluno 4 4 5 1 3 2
Aluno 5 1 3 4 2 5
Aluno 6 3 4 5 1 2
Aluno 7 5 4 1 2 3
Aluno 8 3 5 2 1 4
Aluno 9 4 5 1 2 3
Aluno 10 5 4 1 2 3
Aluno 11 5 5 1 1 3
Aluno 12 5 4 3 1 2
Aluno 13 4 3 1 2 5
Aluno 14 3 5 2 1 4
Aluno 15 1 4 2 3 5
Aluno 16 3 4 1 2 5
Aluno 17 5 3 1 2 4
Aluno 18 5 3 1 4 2
Aluno 19 3 4 2 1 5
Aluno 20 5 4 1 2 3
Aluno 21 3 4 1 2 5
Aluno 22 5 3 1 2 4
Aluno 23 4 3 1 2 5
Aluno 24 1 4 2 3 5
Pesquisa sobre Utilização da Internet
Turma do Terceiro ano do ensino médio
Quando está navegando na internet, quais os sites que mais utiliza?
Enumere de 1 a 5, sendo 1 aquele que mais utiliza e 5 o que menos utiliza, sobre os seguintes assuntos:
52
4 – ANÁLISE E DISCUSSÃO TEÓRICA DOS DADOS (GRÁFICOS )
- 5ª série “A” do Ensino Fundamental
53
54
- 5ª série “B” do Ensino Fundamental
55
56
- 5ª série “C” do Ensino Fundamental
57
58
- 9ª série “A” do Ensino Fundamental
59
60
- 9ª série “B” do Ensino Fundamental
61
62
- 3ª série do Ensino Médio
63
64
4.7 – ANÁLISE DOS GRÁFICOS APRESENTADOS
Intuitivamente já era esperado alguns resultados pela vivência na sociedade
virtual, e de fato, algumas percepções foram efetivamente demonstradas na
pesquisa ora analisada. Verifica-se fortemente a tendência dos jovens de todas as
idades pesquisadas em preferir como sua primeira opção a navegação e o convívio
nas redes sociais, opção esta selecionada na proporção de 41 % a 85 % dos jovens
pesquisados, portanto, indiscutivelmente configura-se como a forma de maior
utilização da internet.
Em contrapartida, quando verifica-se esta mesma opção Redes Sociais na
condição de menor preferência, verifica-se uma baixa adesão dos jovens,
demonstrada na proporção de 0% a 15%, sendo esta a menor taxa entre os itens
pesquisados quanto ao seu interesse de utilização.
Analisando estes dados, verifica-se a forte influência que as redes sociais
possuem na vida cotidiana desses jovens e o quanto consomem de seu tempo no
período que ficam conectados na internet, desta forma, é possível se dizer que o
meio de comunicação virtual mais utilizado atualmente é mesmo a rede social.
Entretanto, uma questão se faz observar, se as redes sociais são o meio de
comunicação mais utilizado pelos jovens pesquisados, quais seriam estas redes
sociais, qual o perfil de usuário estamos nos referindo e o que buscam neste
ambiente virtual? È indiscutível que a rede social mais comum e mais utilizada no
momento é o chamado Facebook, entretanto, existem outras redes sociais
amplamente utilizadas? E quais seriam?
Bem, as redes sociais podem ser categorizadas pelo seu gênero em três tipos
principais, são elas:
- Redes comunitárias: São aquelas criadas para promover conexões que
possibilitem através do engajamento dos usuários ou até mesmo do trabalho
voluntário deles, ações que visem melhorias sociais nas comunidades
populares, os comunidades carentes mantidas pelo Estado ou por
organizações não governamentais ou até mesmo pelo terceiro setor. O
exemplo mais consolidado deste tipo de rede social tem sido desenvolvido
pelo sistema SESC/SESI, principalmente no Rio de Janeiro contando com
diversas ações voltadas às comunidades populares do município e do Estado.
65
- Redes profissionais: São aquelas que se caracterizam por promoverem
contatos profissionais de interesse comum entre seus usuários (networking),
onde cada usuário pode desenvolver seu currículo com suas habilidades e
competências mais marcantes e assim publicamente mostrar-se para a
comunidade em sua área de atuação. A rede social profissional mais
apreciada e mais conhecida é sem dúvida aquela chamada Linkedin, que
possibilita aos seus usuários uma série de serviços que visam promover
negócios, contatos diretos entre profissionais afins e até mesmo empregos
para aqueles que buscam recolocação no mercado de trabalho.
- Redes sociais online: São aquelas que se pautam no desenvolvimento de
atividades pessoais, voltadas para amizade e interesses pessoais de seus
usuários, tais como divulgação de eventos sociais, fotos, fatos pessoais,
pensamentos e até a comunicação direta entre seus membros, promovendo
ações a um grupo de pessoas ou a toda a comunidade virtual. A rede social
online mais conhecida e utilizada é atualmente o Facebook contando
atualmente no Brasil com aproximadamente 43,6 milhões de usuários e no
mundo com cerca de 1 bilhão de usuários. Neste ambiente virtual é possível
convidar os amigos a diversas atividades como jogar, conversar, compartilhar
imagens e textos, entre outras opções.
Analisando o perfil dos usuários ora pesquisados, jovens entre 10 e 17 anos,
podemos deduzir que em sua grande maioria não possuem interesse profissional
para aderirem as redes profissionais, nem tampouco as redes comunitárias, tendo
em vista que se tratam de jovens de classe média de uma escola particular, desta
forma, o mais provável que estejam se referindo as redes sociais online, e muito
possivelmente ao Facebook. Além desta rede social, nesta categoria existem outras
comumente utilizadas como o Orkut, o Twitter e o MySpace, mas no Brasil, a mais
utilizada é mesmo o Facebook.
Mas é ruim estes jovens passarem boa parte de seu tempo nas redes
sociais? Quais os problemas? Não se pode julgar que este comportamento no
ambiente virtual é de todo mal, pois este ambiente propicia um convívio social
intenso e inclusivo no sentido de possibilitar a qualquer pessoa divulgar seus
pensamentos, sua opinião, suas vontades e atitudes, entretanto, como tudo o que é
66
feito em excesso, pode trazer problemas, tais como patologias físicas como o LER
(Lesão por Exercício Repetitivo) ou mesmo os psíquicos, como a sociopatia entre
outros distúrbios.
Verifica-se amplamente um sério problema de diminuição do vocabulário,
passando a serem utilizadas abreviações, as vezes sem sentido, e gírias próprias da
comunidade a qual se está conectado.
Tudo isto, seja analisado do ponto de vista social ou educacional, conduz os
jovens para questões já abordadas nesta dissertação, que foram levantadas por
configurarem situações a serem verificadas com cuidado e prudência, pois, apesar
de fazerem parte da atual forma de vida da sociedade, precisam ser estudadas pois
estamos inseridos na cibercultura tanto quanto estávamos na era do rádio ou da
televisão, mas agora de forma muito mais intensa e amplamente popularizada.
O autor Guy Debord em seu livro “Sociedade do Espetáculo” produzido na
década de 1960, ou seja, no século passado, já ressaltava o comportamento social e
os problemas midiáticos causados pelo Rádio e pela TV, e em sua reflexão
demonstrou claramente o perfil da sociedade da época, que hoje é possível se
perceber a grande similaridade com o momento social que vivemos na cibercultura.
O comportamento do jovem em gostar da internet e das redes sociais é o
mesmo daquele que gostava e queria inserir-se no contexto do rádio e da Tv. A
preocupação do ponto de vista educativo, parte do princípio que pode-se utilizar do
meio cibernético para a valorização do ser humano e promover sua emancipação
como cidadão, trazendo ao seu dia a dia, questões importantes a serem refletidas, e
que não somente seja pensado de forma imediatista, individualista e sem
profundidade, estas questões permeiam os problemas sociais enfrentados pela
sociedade atual e precisam ser analisados sob vários aspectos, neste trabalho, pelo
aspecto da educação. Mas onde a Educação pode ser inserida neste contexto? É
possível promover questões de cunho relevante social, moral ou educativo nas
redes sociais? Sim, isto pode ocorrer de diversas formas.
Os pais devem estar atentos aos relacionamentos virtuais que seu filho
possui, devem participar de sua vida do ponto de vista virtual também, fazendo as
devidas intervenções da mesma forma que faria na vida real. Isto pode evitar
diversos problemas sociais que ocorrem em primeira instância no meio virtual mas
que podem ser reproduzidos na vida real de forma violenta em alguns casos.
67
Outra forma de se promover educação nas redes sociais é na escola, local
onde o jovem passa boa parte de seu tempo e que insiste, muitas vezes, em ignorar
que existe uma vida paralela acontecendo, a vida virtual. As escolas não permitem
aos seus alunos, muitas vezes, que estes possam acessar a internet e postar algum
conteúdo, isto é plausível que não seja feito em todos os momentos, é claro, mas
não abre brecha para promover um diálogo franco e direto com os alunos sobre este
tema, que é de grande relevância para os jovens, mas de pouco interesse da escola.
Esta incongruência de idéias entre jovens e escola, leva a uma margilização
do mundo virtual, que fica confinado para fora da escola, na rua, nas residências,
onde for, menos dentro dos muros da escola.
É preciso se questionar o posicionamento da instituição escolar, seja esta
pública ou privada, quanto sua empáfia em relação à cibercultura, bem como pensar
novas formas de abordagem ao tema em questão junto aos pais e alunos.
Não há mal em relacionar-se via redes sociais virtuais, mas fazer isto sem
critério, sem cuidado ou de forma impensada pode causar transtornos à instituição
escolar, familiar e o pior aos próprios jovens, que podem se expor exacerbadamente
e depois colher os maus frutos dessa exposição.
A escola, bem como os pais, tem o dever de instruir os jovens quanto sua
conduta virtual, tanto quanto os tem, na sua vida real.
Em segundo lugar na preferência de utilização da internet dos jovens
pesquisados vem os jogos para os mais jovens na faixa dos 10 anos e os vídeos
para aqueles na faixa dos 15 a 17 anos. Este resultado não surpreende também,
pois é muito fácil detectar esta preferência entre os mais jovens, que possuem um
ímpeto muito forte em disputar jogos, de todo tipo, sendo os jogos online os mais
requisitados porque possibilitam a interação entre os amigos independente da
distância física entre eles. A turma da sala de aula, se reúne novamente em casa
para disputar uma partida de um jogo, mas cada um está em sua casa, conectados
pela internet. Isto é o “supra-sumo” da tecnologia do pondo de vista social,
entretanto, cabe ressaltar os cuidados que devem ser tomados, da mesma forma
aqueles citados no uso das redes sociais pelos jovens. Já a utilização de vídeos
para os mais velhos também não causa surpresas pois vivemos numa geração
multimídia, que gosta e prefere os recursos audiovisuais para tudo, inclusive para as
aulas na escola, desta forma, gostam e se sentem motivados em ver ou fazer vídeos
68
de todo tipo e motivo, sendo que os mais popularmente requeridos são aqueles
feitos através de filmagens a partir de celulares. Esta é outra forma de
relacionamento social utilizada pelos jovens para se comunicarem e promoverem
encontros e ações em conjunto, filmar e colocar no youtube.
Os vídeos são muito explorados também na vida profissional, onde empresas,
agências de propaganda, a imprensa e o próprio governo, colocam a disposição das
pessoas seus vídeos para serem vistos a qualquer hora em toda a parte, entretanto,
também são muito utilizados para a exploração do mercado do sexo, pois vídeos
com esse propósito são amplamente postados na internet que propicia uma ampla
visualização dos mesmos através dos sites de busca. Isto pode se tornar um grande
problema para os pais no desenvolvimento sexual de seus filhos, pois este tipo de
exploração do assunto pode causar um desajuste na conduta dos jovens, que
despreparados podem não compreender o valor do sexo em suas vidas e o
momento para que isto se torne parte de sua vida. Neste aspecto, cabe a escola
também promover um dialógo com os pais e alunos, não ignorando novamente que
isto acontece frequentemente na vida real, e que precisa ser trazido à luz do meio
educativo mais este assunto, pois trata-se de algo de extrema relevância para a
sociedade.
O Bate papo, que já foi objeto de desejo da geração passada, hoje não faz
mais sucesso junto aos jovens desta geração pesquisada, ficando embutido nas
redes sociais, perdeu seu status de forma relevante de relacionamento pois até
então era somente textual, o que não agrada a maioria dos usuários da internet,
principalmente os jovens. As conversas online, mas com imagem possuem a
tendência de sobrepor-se as conversas textuais pois permitem uma interação muito
maior e eficaz nas relações virtuais, Mas são nos bate papos que se iniciam diversas
questões que merecem ser observadas, mesmo dentro das redes sociais, as
conversas podem conter aspectos importantes do comportamento do jovem e
demonstrar seus interesses, aptidões, vontades, desejos, enfim, os pais precisam
acompanhar este instrumento com o mesmo cuidado que fora exposto os demais
aspectos da vida virtual ora descrita.
Por último, verifica-se a grande maioria de jovens que responderam que as
pesquisas para trabalhos escolares ou sites educativos são os menos utilizados na
internet, variando entre 0 e 15% o seu grau de interesse em primeira opção,
69
contrapondo-se com a grande maioria que respondeu que este item está em seu
último nível de interesse, variando entre 30 e 47%. Isto também não causou
estranheza pois o tempo destinado a estudos foi sendo reduzido e compactado com
o passar do tempo, tempo em vista a facilidade de acesso as informações e a livros
didáticos que trazem imensa gama de material a ser estudado, mas voltando-se este
estudo para a sala de aula e muito pouco a atividades extra-classe. Esta realidade
relatada refere-se ao perfil ora estudado e analisado, podendo variar de acordo com
a classe social e a escola onde se é pesquisado este fenômeno.
O desinteresse do aluno em pesquisar assuntos de fundo acadêmico é algo
importante a ser trabalhado no meio escolar, devendo toda a sociedade, e não
somente a escola, preocupar-se com este aspecto bastante incômodo que deve ser
investigado com atenção, para a compreensão dos fatores sociais que levam a sua
ocorrência, pois a sociedade da informação precisa voltar-se a aquisição do
conhecimento, e para isto é necessário que haja interesse pela leitura acadêmica e
demais assuntos relacionados a educação e ao aprofundamento em todas as áreas
do conhecimento humano. A replicação de informações não garante à sociedade
que no futuro saibamos os conceitos que nos levaram ao desenvolvimento social e
tecnológico, pois a informação sem tutoria, explicação e assimilação não tem valor
senão aquele que a escreveu.
A educação sócio comunitária, foco principal deste programa de Mestrado,
muito pode ser desenvolvida no contexto da cibercultura, pois como foi verificado, os
meios de comunicação virtual podem desencadear comunidades com finalidades
diversas. Quando o interesse em promover a educação às comunidades carentes
são focados dentro dos meios virtuais, verdadeiros celeiros de desenvolvimento
social podem surgir e se propagarem dentro das redes ou da própria internet,
despertando o interesse nas pessoas em contribuir para um mundo melhor, com
menos desigualdades e oportunidades de conhecimento e crescimento intelectual
para todos, independente do seu credo, raça ou situação socioeconômica.
São muitas as ações neste sentido, entretanto, como elas não promovem
entretenimento ou mesmo notícias de interesse midiático, são na grande maioria das
vezes, pequenos oásis dentro de um grande deserto chamado internet, por isso, faz-
se cada vez mais necessária a interlocução entre a escola, a família e as entidades
sociais acerca deste outro lado da cibercultura, um lado oculto que pode ser
70
explorado e pode enriquecer a vida das pessoas com propostas de atividades
sociais relevantes, sejam estas voltadas para comunidades carentes ou
simplesmente voltadas para a saúde do idoso, da criança ou dos portadores de
determinada patologia como diabetes, problemas cardíacos entre outros.
A educação no meio cibernético pode ser desenvolvida por meio de sites,
dentro das comunidades virtuais, criando-se comunidades de pesquisa, fóruns de
discussões, dentro das instituições por meio de sua plataforma de EAD (Educação à
Distância), nas comunidades das redes sociais comunitárias e nas ONGs
(Organizações não governamentais) que utilizam-se do meio virtual no
desenvolvimento de projetos educacionais e sociais.
São muitas iniciativas, são muitas as possibilidades, são inúmeros os
internautas que promovem educação, inclusão e cidadania nos meios virtuais, por
isso seria um terrível engano afirmar que todo o contexto midiático, imediatista ou
materialista tão fortemente presente na cibercultura, são por si só, motivos para o
empobrecimento intelectual da sociedade, em especial os jovens, porque temos da
mesma forma, e na mesma intensidade, todas as condições para trazermos para o
meio virtual, toda gama de conteúdos educacionais, de desenvolvimento social e de
cidadania, que gerem o engrandecimento moral, ético, social educacional e cultural
da sociedade que vivemos, basta para isto, se promover ações civis e incentivos
governamentais para que haja interesse real, até mesmo do ponto de vista
financeiro, para que se tornem realidade a verdadeira inclusão das pessoas na
cibercultura, não somente porque elas têm e-mail ou fazem parte de uma rede social
virtual, mas porque elas podem ter acesso a conteúdos que lhes tragam
desenvolvimento pessoal, cultural e intelectual.
Ações isoladas são muitas, o que falta é uma consolidação destas propostas
dentro de um sistema social que permita que a divulgação e interesse das diversas
instituições da sociedade em promover e discutir as questões sociais relevantes
dentro do meio virtual. Se um dia, de alguma forma, a qual não saberia definir neste
momento, isto ocorra, teremos mais um grande passo da sociedade rumo ao
equilíbrio social necessário para uma vida digna e que possibilite a inclusão de
todos.
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CONCLUSÃO
Na obra A inteligência coletiva, Pierre Lévy define: “A cultura da rede ainda
não está estabelecida, seus meios técnicos encontram-se na infância, seu
crescimento ainda não terminou. Ainda não é tarde demais para refletir
coletivamente e tentar modificar o curso das coisas.” (Lévy, 1998, p. 12). De 1998
aos dias atuais se passaram 15 anos, mas ainda podemos dizer que a cibercultura é
algo recente no contexto da história da sociedade contemporânea, desta forma,
suas arestas podem e ainda deverão ser aparadas por ações conjuntas dos
governos, no sentido de criar regras e normas de conduta de utilização da internet, e
da sociedade civil, criando modelos de interesse comum que atendam suas
necessidades, desejos e oportunidades, que assim, possam contemplar o
pensamento e as tendências desta nova sociedade cibernética.
Entretanto, o cenário atual da cibercultura expõe aos educadores um grande
desafio: Como atuar neste ambiente e criar espaço dentro da forte influência
midiática da “cultura do descartável” e trazer à luz da sociedade paradigmas mais
consistentes e relevantes diante deste paradigma cultural tão frágil?
Esta dissertação em sua pesquisa procurou atingir esta problemática acerca
da relação entre a sociedade atual e a tecnologia que lhes é ofertada, para isto,
levou-se em conta os problemas sociais e culturais que a cercam e expôs
possibilidades de comunicação através da educação digital e tecnológica.
O papel da Educação neste contexto da cibercultura, não deve estar somente
em contraponto às relações sociais superficiais e imediatistas, mas apropriando-se
dos seus meios de difusão para levar aos jovens outras opções de acesso a
conteúdos de interesse social, que podem ser educativos, lúdicos ou mesmo que
despertem o interesse as questões relevantes de seu meio de vida, propondo novos
caminhos, novas propostas e tendo como a orientação à pesquisa um forte braço de
apoio ao desenvolvimento intelectual desses jovens.
O perfil ora avaliado neste trabalho de pesquisa serve como uma foto, tirada
de repente, sem que seus atores tenham refletido sobre a questão e desta forma,
espontânea e sincera, pudemos verificar qual o verdadeiro interesse desses jovens
quanto da utilização da internet, entretanto, o resultado ora apresentado, poderá nos
pautar na direção das ações educativas que podem ser desenvolvidas para que
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haja equilíbrio entre os conteúdos desejados por eles e aqueles que desejamos que
façam parte também do cotidiano desses jovens em sua navegação diária na
internet, seja pelas redes sociais ou outros meios onde podemos participar e levar
algo mais naquilo que hoje não agrega valores, mas que com a contribuição dos
educadores podem passar a ofertar um mundo de possibilidades e conteúdos
relevantes.
Então, a conclusão que pode-se tomar deste trabalho não é senão aquela de
que não basta criticar a internet, as redes sociais, os jogos, os vídeos, os conteúdos,
mas é necessário a intervenção suave, quase que despercebida para que se tenha
credibilidade junto aos jovens, para não lhes tolir sua individualidade e seus desejos,
mas propiciar novos interesses e novos desejos.
A convivência da sociedade com a cibercultura, especialmente a escola, pode
ser difícil agora, impossível no futuro, caso a postura dos seus membros não leve
em conta a maneira que hoje os conceitos são formados e da forma que os jovens
querem expor suas idéias. A partir de uma investigação mais aprofundada desse
comportamento, a escola, os pais e a sociedade em geral poderá usufruir da
tecnologia como meio real de cultura, de emancipação do ser humano, e não
somente de uma semi-cultura ou cultura do descartável como vemos com tanta
frequência no ciberespaço.
Os caminhos estão traçados e nada mais pode-se fazer contra o
desenvolvimento da sociedade no progresso geométrico que os meios virtuais
impõem ao Homem, entretanto, deve-se aproveitar esta tecnologia para propiciar
atividades que culminem em desenvolvimento cognitivo, na apropriação do
conhecimento e tantos outros aspectos sociais que nos levem ao auxilio virtual que
se transforme em algo real às comunidades carentes e as entidades filantrópicas,
sejam estas governamentais ou não, pois assim, estaremos usando os meios
tecnológicos como ferramenta para a conquista de realizações reais e diretas que
atinjam as pessoas, não por obrigação, mas por vontade e desejo de ampliar seus
conhecimentos e sua forma de ver o mundo ao seu redor.
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MEMORIAL ACADÊMICO
Iniciei minhas atividades profissionais na área de Educação em agosto de
1996 quando ingressei no Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio –
CEUNSP no cargo de Monitor de Laboratório de Informática. Lembro-me do meu
primeiro dia na instituição. Eu trabalhava durante o dia na Câmara de Vereadores de
Itu e a noite trabalhava no CEUNSP.
Neste mesmo ano, me formei na Universidade Metodista de Piracicaba –
UNIMEP, no extinto curso de Processamento de Dados, e queria lecionar na área de
informática, então pedi a uma professora amiga que já lecionava no CEUNSP, para
verificar se havia alguma vaga disponível em minha área. Dias depois ela me ligou e
disse que não havia vaga, porém, ofereceram uma vaga como Monitor do
Laboratório de Informática. Eu não tive dúvidas, aceitei imediatamente a
oportunidade e passei a trabalhar lá 24 horas semanais no período noturno.
Eu adorei o emprego, o ambiente de escola sempre me fascinou, e para mim
foi um grande privilégio conseguir trabalhar na maior instituição de ensino da região,
desta forma, trabalhei com afinco e dedicação, ajudando os alunos em todas as
aulas de laboratório, e assim, me mantinha atualizado e aprendia junto com eles. Em
janeiro do ano seguinte, fui convidado a assumir algumas aulas no colégio técnico,
no curso de Processamento de Dados, nas disciplinas de programação e lógica e
prontamente aceitei. Neste momento acumulava dois cargos na instituição, o de
monitor e o de professor do colégio técnico, mesmo assim, em maio do mesmo ano,
fui convidado para trabalhar no Centro de Processamento de Dados – CPD da
instituição e novamente aceitei a oferta e acabei pedindo demissão na Câmara de
Vereadores de Itu.
Passei a acumular então, três cargos distintos na instituição, Monitor,
Professor e Programador, trabalhando das 8h30 às 22h45. Apesar do desgaste
físico, gostava do trabalho e do ambiente educacional, entretanto, com o passar do
tempo fui ficando cansado, tendo em vista a jornada intensa de trabalho, mas
mesmo assim, fiquei nesta situação por mais de 10 anos consecutivos. Cursei o
ensino médio em um colégio técnico em Sorocaba também no curso de
Processamento de Dados e quando me formei em 1990, havia muitas vagas de
emprego na região, pude escolher onde trabalhar pois havia uma forte demanda no
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setor de informática e os técnicos eram muito requisitados, aliás, este foi o motivo
que meus pais me orientaram a cursar o colégio técnico nesta área, para conseguir
um bom emprego diziam.
Fui um aluno prodígio desde a primeira série do ensino fundamental, era um
dos melhores alunos, ganhei até uma medalha de honra ao mérito e a recebi de meu
pai no auditório lotado, foi um momento de muita emoção para a família. Sou filho
único e desde pequeno fui inserido na dura realidade de trabalho de meus pais para
sobrevivência. Meu pai era secretário da escola na qual cursei por 9 anos, do pré-
primário até a 8ª série, que hoje seria equivalente as 9 séries do ensino fundamental.
Esta escola que me refiro chama-se EEPG “Convenção de Itu”, escola
tradicionalíssima, onde na época de 1979 a 1986 estudavam a elite da sociedade
ituana. Eu estudava lá pelo fato do meu pai ser o secretário da escola, mas convivia
com alunos de classe social elevada, na época não posso dizer que sentia tanto
esta diferença, mas com o passar dos anos isto ficou mais evidente. Fui criado
mesmo pela minha avó, uma pessoa desprovida de vaidade, totalmente voltada para
o bem dos outros, não se importando com ela própria, viveu para servir, e assim me
criou, dentro do espírito cristão, era católica praticante, com muito carinho e
dedicação.
Voltando a escola Convenção, lá aprendi de forma muito eficaz, os conceitos
básicos em todas as áreas, os professores eram muito competentes e o ensino
muito rigoroso, era época da ditadura, mas eu não fazia ideia do que ocorria e na
verdade durante os 9 anos que lá frequentei nada percebi, pois achava normal todo
o ritual de respeito à pátria que nos era imposto, sem discussão e sem
questionamento.
Quando fui estudar em Sorocaba na Organização Sorocaba de Ensino –
OSE, tudo mudou e lá comecei a entender o contexto sócio-político que vivíamos,
onde a cada dia ficava mais evidente que era inevitável à eleição direta para
presidente e o novo regime que se firmava no horizonte. Cheguei a discutir
fervorosamente com uma professora de geografia que simplesmente não passava
nenhum conteúdo, dedicava-se em suas aulas a falar de política e aquilo me
incomodava muito, mas na verdade, eu ainda não tinha maturidade para entender
aquele momento histórico.
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De Sorocaba, depois de formado, ingressei no ano seguinte na UNIMEP
dando continuidade à minha área de formação, Processamento de Dados, passei
direto no vestibular, na época bastante concorrido. Eu pagava meus estudos havia
alguns anos, com o fruto do meu trabalho, e era só, não sobrava nada, nem para
comer um lanche na rua, e assim foi durante o meu primeiro ano de faculdade.
Minha família então passou por sérios problemas financeiros e eu tive que parar a
faculdade pela primeira vez, passei o ano seguinte todo afastado dos estudos,
somente trabalhando, e muito, tinha 2 empregos e ainda fazia alguns bicos nos
finais de semana. Juntei algum dinheiro e voltei para a faculdade no ano seguinte,
cursei mais um ano e parei novamente por motivos financeiros. O mesmo se repetiu
como da outra vez e voltei no ano seguinte e terminei o curso, mas ainda tive que
cursar alguns créditos que faltaram no ano seguinte e obtive meu diploma em junho
de 1996.
Aquela batalha vencida para fazer o curso superior me fortaleceu e quando
peguei o diploma estava ávido por trabalhar, aprender mais, e alguma coisa me dizia
que eu poderia ingressar na área acadêmica, como professor.
Foi então que ingressei no CEUNSP conforme narrado anteriormente e não
mais saí até o presente momento. Continuando minha trajetória na referida
instituição, em 1997 eu acumulava três cargos, monitor, professor e programador,
mas o que eu mais gostava era ser professor. Depois de um tempo, resolvi que
gostaria de ministrar aulas na faculdade e ingressei no curso “lato sensu” em
Docência no Ensino Superior. Este curso foi meu primeiro contato com a filosofia e a
pedagogia, onde aprendi conceitos básicos na área de educação e gostei muito. No
CEUNSP não existiam cursos “stricto sensu” e não era possível cursar em outra
instituição por falta de recursos financeiros e nem tampouco tempo disponível.
Sendo assim acabei adiando o sonho de fazer meu Mestrado e fui dar aula no
ensino superior e assim segui por vários anos, ministrando diversas disciplinas em
diversos cursos superiores daquela instituição.
Foi quando meu trabalho foi reconhecido pela reitoria e acabei sendo
promovido para o cargo de Assessor Acadêmico, mas o preço que paguei foi alto,
tive que deixar de ministrar aulas e diminuir minha carga horária de trabalho. Como
sempre, aceitei a mudança de cargo com muita alegria, mas também acabei me
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afastando da área de informática e me voltando completamente para a área da
educação.
Em 1996 quando iniciei minhas atividades no CEUNSP conheci uma aluna
com a qual criei uma forte amizade e que resultou anos mais tarde em um namoro e
mais tarde em casamento. Ela é hoje minha colega de Mestrado e compartilha deste
sonho de crescimento e aquisição de conhecimento como docentes pesquisadores.
Hoje, Amanda também trabalha no CEUNSP e ocupa o cargo de Coordenadora do
curso de Nutrição, graças a um longo caminho de trabalho que contou com meu
apoio moral, mas com total mérito e competência por ela adquirido e conquistado.
Ficava cada dia mais evidenciado que faltava algo em minha formação
acadêmica, durante todo este período de trabalho na instituição, fiz diversos cursos
de aperfeiçoamento, de gestão acadêmica e de avaliação de ensino, porém, me
faltava à visão do pesquisador, do docente titulado (mestre ou doutor) os quais
muitas vezes, tinha dificuldade de entender, sua forma de agir e pensar a educação.
Em seguida fui novamente promovido, desta vez como Diretor de Assuntos
Universitários e ainda como vice Presidente do Conselho de Diretores. Neste
momento tive que ter a humildade de rever meus conceitos e minha formação
acadêmica o que me levou a estar aqui no programa de Mestrado do Centro
Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL.
Não foi fácil assumir que, após trabalhar tanto, alcançar o cargo mais elevado na
instituição e ainda perceber, numa auto avaliação muito íntima e fiel aos meus
princípios éticos e morais, que eu precisava evoluir como profissional da educação e
para isso, necessitava da visão do pesquisador, daquele que tem a educação não
somente como meio de vida, mas como sua própria vida.
Tive então a grata oportunidade de ingressar no UNISAL, primeiro como
aluno especial e depois como aluno regular, e percebi que aquilo que me faltava eu
estava encontrando e a cada dia me sentia mais parte do programa “stricto sensu” e
senti que aqui é meu lugar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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