Download - DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
1/19
Direito Internacional Pblico
Professor Diogo Sens
CACDAula 1: Carter jurdico do DIP
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
2/19
Conceito de DIP
Direito das Gentes x Direito Internacional;
Ubi societas, ubi ius: sociedade internacional; Tratado de Westphalia (1648): Estados
independentes e juridicamente iguais;
Sociedade Internacional: descentralizada,regida por coordenao, e no subordinao.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
3/19
Monismo x Dualismo
Monismo radicial: normas internacionais sohierarquicamente superiores s constituies
nacionais; Monismo nacional: constituies nacionais so
hierarquicamente superiores s normas internacionais;
Dualismo radical: normas internacionais devem serrecepcionadas como lei interna;
Dualismo moderado: normas internacionais devem serrecepcionadas por ordem de execuo.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
4/19
Monismo x Dualismo
Monismo radicial: normas internacionais sohierarquicamente superiores s constituies
nacionais; Monismo nacional: constituies nacionais so
hierarquicamente superiores s normas internacionais;
Dualismo radical: normas internacionais devem serrecepcionadas como lei interna;
Dualismo moderado: normas internacionais devem serrecepcionadas por ordem de execuo.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
5/19
Monismo x Dualismo
Superao da discusso:
Tratados: processo legislativo (subjetivamentecomplexo);
Costumes: aplicao imediata (monismo);
Deciso de OI: decreto de execuo (tratado
constitutivo)
Tratado de direitos humanos: bloco de
constitucionalidade/bloco de convencionalidade.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
6/19
Voluntarismo x Objetivismo
Soberania dos Estados x submisso aos
princpios da sociedade internacional; Superao: Direito Internacional de
Cooperao;
Normas de coexistncia x normas de cooperao;
Paz de Westphalia x ps-2GM (ONU);
Interdependncia complexa:global commons.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
7/19
Ordenamento jurdico internacional
Produo normativa descentralizada: no h
hierarquia entre as normas de DIP (ius cogens)Normas criadas pelos prprios destinatrios;
Ausncia de rgo central de coero (coero
pelos prprios Estados: desigualdade material)
Namingeshaming(Direitos Humanos).
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
8/19
Coercitividade do DIP
Norberto Bobbio: normas promocionais;
Princpio da reciprocidade;
Cooperao: realizao da finalidade dos Estados(e da sociedade internacional);
Paz e segurana, defesa dos direitos humanos epromoo do desenvolvimento, proteo do meio
ambiente;
justia formal, justia distributiva e justiaintergeracional.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
9/19
Objetivos do DIP
Reduzir a anarquia;
Regulamentar a cooperao internacional; Conferir tutela adicional a questes cuja
importncia transcende as fronteiras estatais.
Portela. Direito Internacional Pblico e Privado
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
10/19
Direito Internacional Privado
No faz parte do DIP, mas do Direito Interno
(LINDB, antiga LICC; e CPC); Conflitos de lei/jurisdio no espao;
Elementos de conexo: territrio, domiclio,
nacionalidade e autonomia da vontade.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
11/19
Direito Internacional Privado
Conflito de jurisdio (art. 88-89, CPC)
Competncia concorrente (88): domiciliado noBrasil, obrigao executada no Brasil, ato ou fato
ocorrido no Brasil;
Competncia exclusiva (89): imveis localizados
no Brasil, inventrio ou partilha de bens no Brasil
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
12/19
Direito Internacional Privado
Conflito de lei (LINDB): elementos de conexoSujeito (pessoa jurdica): aplica-se a lei do local de sua
constituio (art. 11);Sujeito (pessoa fsica): aplica-se a lei do domiclio
(arts. 7 e 10);
Objeto (bens imveis): aplica-se a lei do local onde obem se encontra (art. 8);
Objeto (bens mveis): aplica-se a lei do domiclio dodono do bem (art. 8, 1);
Ato jurdico: aplica-se a lei do local de celebrao docontrato/constituio da obrigao (art. 9).
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
13/19
Exemplo de Prova Terceira Fase (CACD 2013) Comente o trecho seguinte, adaptado da obra
de Serge Sur:
"H certamente um vocabulrio jurdico nas relaesinternacionais, toda uma coleo de acordos e compromissos,mas isso no seria apenas a aparncia dissimulada darealidade nua das relaes de fora e, para citar Bismarck, opoder normativo dos fatos.
Extenso do texto: mximo de 60 linhas
[valor: 30 pontos]
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
14/19
Exemplo de Prova Terceira FaseO excerto da obra de Serge Sur e a meno ao
estadista alemo Otto von Bismarck evidenciam arelevncia do vnculo entre as relaes internacionais e asnormas do Direito Internacional. Referncia feita concepo clssica de Direito Internacional, mediante aqual so reguladas as relaes de coexistncia entre ossujeitos internacionais por excelncia, os Estadossoberanos. O fulcro dessas relaes a definio da paz e
da guerra as relaes de fora do excerto ,fenmenos lcitos e recorrentes no sistema de coerodescentralizado do Direito Internacional Clssico.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
15/19
Exemplo de Prova Terceira FaseA transio entre a vigncia do Direito Internacional Clssico e o advento do
Direito Internacional Contemporneo marcada por transformaes relevantes aodebate introduzido pelo trecho de Sur. A primeira dessas transformaes vincula-se aoius ad bellum, uma vez que o atual Direito Internacional restringe sobremaneira orecurso fora nas relaes internacionais. A Carta da ONU que encabea essas
normas internacionais de limitao da fora s hipteses de legtima defesa, deameaa segurana internacional (por conta de ameaa paz, ruptura da paz e atode agresso) e de luta anticolonial, sendo todas essas hipteses sujeitas sdeliberaes do Conselho de Segurana da ONU quanto a sua pertinncia. Aps aprevalncia da licicitude da guerra at o incio do sculo XX, a tentativa deimplementar a chamada moratria da paz na Liga das Naes e a proscrio dorecurso fora como poltica de Estado propugnada pelo Pacto Briand-Kellogg, no sepode dizer que o direito de ir guerra , atualmente, mera aparncia dissimulada da
realidade, mas, sim, um conjunto de normas que constrange o emprego da fora ahipteses muito especficas.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
16/19
Exemplo de Prova Terceira FaseA segunda transformao que caracteriza o Direito
Internacional Contemporneo a ascenso de normas internacionaiscujo fundamento de validade no decorre da vontade estatal. Emoutros termos, a teoria voluntarista, que advoga a volio dos Estados
soberanos como fundamento para a validade das normas de DireitoInternacional e que explica grande parte das normas internacionaisvigentes, passa a dividir terreno com a teoria objetivista, segundo aqual a realidade objetiva de certas normas internacionais independe davontade estatal. A Conveno de Viena sobre Direito dos Tratados comprovao contumaz dessa coexistncia voluntarista-objetivista, por
ser resultante da vontade estatal que reconhece que normasconvencionais que conflitem com normas de jus cogens cuja vignciaest acima das volies soberanas so nulas ao DireitoInternacional. Assenta-se no s o poder normativo dos fatos, mastambm o poder mesmo das normas.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
17/19
Exemplo de Prova Terceira FaseA terceira transformao decorrente da ascenso do Direito
Internacional Contemporneo o surgimento de novos sujeitos, paraalm dos Estados soberanos. Organizaes internacionais tiveram suapersonalidade jurdica reconhecida j na dcada de 1940, quando o
parecer consultivo da Corte Internacional de Justia sobre o CasoBernadotte esclareceu a existncia de direitos e de obrigaesinternacionais das OIs. Indivduos tm seus direitos protegidos pelasnormas do Direito Internacional dos Direitos Humanos e por tribunaispermanentes, principalmente em mbito regional a exemplo daCorte Interamericana de Direitos Humanos. O dever de respeitar as
normas imperativas de Direito Internacional cogente por parte dosindivduos assinalado pelas hipteses de jurisdio do Tribunal PenalInternacional quanto a crimes contra a humanidade, crimes de guerrae de genocdio.
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
18/19
Exemplo de Prova Terceira FaseA densidade incrementada do vocabulrio jurdico
nas relaes internacionais decorrncia de um DireitoInternacional Contemporneo em que h restrio ao uso da
fora, normas independentes da vontade estatal e novostitulares de direitos e de obrigaes. Tais transformaes socoerentes com o robustecimento do Direito Internacional decooperao, para soluo de problemas comuns aos sujeitosinternacionais, e de solidariedade, para proteo de umncleo duro de valores compartilhados por toda a
humanidade.
HEITOR FIGUEIREDO SOBRAL TORRES (30/30)
-
7/26/2019 DIP-R4-AULA-1 Ciclo EAD
19/19
Bibliografia
Paulo Henrique Gonalves Portela. Direito
Internacional Pblico; Peter Haberle. Estado Constitucional
Cooperativo.