Transcript
  • JESUTAS BRASIL

    Em EDIO 42ANO 5MARO 2018INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL

    DEUS JOVEM, NOVO LIVRO DO PAPA FRANCISCO

    pg. 11

    EDUCAO TEMA DO ANURIO 2018 DA CRIA DOS JESUTAS

    pg. 18

    SERVIO JESUTA PAN-AMAZNICO REALIZA SEMINRIO

    pg. 21

    especial pg. 12

    DIGA NO INTOLERNCIA!Cultivar valores cristos o melhor caminho para a cultura da paz

  • 4 5Em Em

    SUMRIO EDIO 42 | ANO 5 | MARO 2018

    EDITORIAL Intolerncia, uma faceta da violncia

    Pe. Marcos Augusto Brito Mendes, SJ

    CALENDRIO LITRGICO

    ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Inspirado por Cristo e pela arte

    Ir. Jorge Luiz de Paula, SJ

    O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Papa institui memria de Maria

    no calendrio litrgico

    Francisco volta a pedir paz na Sria Deus jovem, o novo livro do Papa Francisco

    ESPECIAL Valores para um mundo sustentvel e de paz

    MUNDO CRIA Educao tema central do Anurio 2018 Companhia de Jesus inaugura segunda

    universidade na frica

    O discernimento apostlico em comum Nomeao

    AMRICA LATINA CPAL Discernindo as preferncias

    apostlicas universais

    SJPAM realiza seminrio Participao na Assembleia do CIMI Norte I Rede de Enfrentamento de Trfico de Pessoas

    GOVERNO Provncia BRA promove mudanas em

    sua estrutura

    SERVIO DA F 450 anos do nascimento de So Luis Gonzaga

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    A diferena no nos enfraquece, mas nos fortalece

  • 4 5Em Em

    DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO Livro de jesuta nos convida a conhecer melhor Jesus

    PROMOO DA JUSTIA SOCIOAMBIENTAL Escritrio Jesuta acolhe migrantes venezuelanos

    JUVENTUDE E VOCAES Jesuta ordenado presbtero Programa MAGIS Brasil lana tema de campanha

    EDUCAO Colgio So Francisco Xavier comemora 90 anos Colgio Loyola, 75 anos!

    NA PAZ DO SENHOR Pe. Victoriano Baquero Miguel

    JUBILEUS / AGENDA

    EmJESUTAS BRASIL

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    INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL

    EXPEDIENTE

    EM COMPANHIA uma publicao mensal dos

    Jesutas do Brasil, produzida pelo Escritrio de

    Comunicao BRA.

    COMUNICAO [email protected]

    www.jesuitasbrasil.com

    DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias, SJ

    EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)

    REDAOJuliana Dias

    Silvia Lenzi

    DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSrica Silva

    Handerson Silva

    MULTIMDIArica Silva

    Ir. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ

    Luza Costa

    Sara Oliveira (estagiria)

    CAPAIr. Lucemberg de Oliveira Lima, SJ (fotografia)

    Handerson Silva (diagramao)

    COLABORADORES DA 42 EDIOPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez, Tiago Agostinho,

    Valrio Sartor e Ana Ziccardi (reviso). Um agrade-

    cimento especial a todos que colaboraram com a

    matria especial dessa edio.

    TRADUO DAS NOTCIAS MUNDO + CRIA GERALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez

  • 6 7Em Em

    EDITORIAL

    INTOLERNCIA, UMA FACETA DA VIOLNCIA

    Pe. Marcos Augusto Brito Mendes, SJColaborador na Diviso de Ao Social (DAS) e no Instituto Humanitas da Unicap, e parceiro da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de Olinda e Recife (PE)

    ivemos em tempos de pro-

    fundas contradies. O con-

    vvio humano, cada vez mais,

    se fortalece virtualmente e se deterio-

    ra nas relaes interpessoais. No s-

    culo XXI, de um lado, a sociedade tem

    experimentado o agilizar dos avanos

    tcnicos e cientficos, mas, por ou-

    tro lado, essa mesma sociedade tem

    recrudescido no convvio social, e as

    manifestaes de violncia aconte-

    cem das mais diversas formas. A xe-

    nofobia, o feminicdio, o racismo, a

    homofobia e outros tipos de precon-

    ceito so faces de um problema co-

    mum em nossos dias, a intolerncia.

    A atual Campanha da Fraternida-

    de convida a refletir sobre os cami-

    nhos para superao da violncia,

    que podemos mirar na perspectiva do

    resgate do sentido da dignidade hu-

    mana, pela nossa f, compreenden-

    do o significado da semelhana com

    o Criador (Gn. 1, 27); como tambm podemos refletir a partir da Consti-

    tuio brasileira de 1988: Art. 5 Todos

    so iguais perante a lei, sem distino

    de qualquer natureza...

    Por meio da Unicap, h trs anos,

    estou inserido na Pastoral do Povo

    de Rua da Arquidiocese de Olinda e

    Recife, em Pernambuco. Trabalhar

    com a populao em situao de rua

    vem me permitindo o conhecimento

    constante das formas de intolerncia

    a que so submetidos diariamente,

    por uma sociedade que se define na

    valorizao do ser pelo ter. Como essa

    populao no tem, e nem pode, logo

    no existe, so pessoas descartveis,

    invisveis, assim sendo, so passveis

    de sofrer qualquer ato violento, pois

    aquilo que no serve, lixo!

    A ATUAL CAMPANHA DA FRATERNIDADE CONVIDA A REFLETIR SOBRE OS CAMINHOS PARA SUPERAO DA VIOLNCIA, QUE PODEMOS MIRAR NA PERSPECTIVA DO RESGATE DO SENTIDO DA DIGNIDADE HUMANA[...]

    A violncia contra a populao em

    situao de rua manifestada por atos

    de agresses fsicas e psicolgicas que

    revelam o alto grau de violncia da so-

    ciedade em que vivemos. A pastoral tra-

    balha num constante exerccio quares-

    mal, baseado na escuta.

    Escutar aqueles que so ignorados

    todos os dias. Dar a voz, conhecer es-

    sas pessoas, saber de suas histrias e

    se colocar disposio de servi-las, na

    perspectiva do resgate de sua digni-

    dade. Esse caminho nos desperta para

    a verdade fundante: a populao em

    situao de rua tambm foi criada

    imagem e semelhana de Deus. Assim

    sendo, os agentes da Pastoral do Povo

    de Rua vivem a experincia contnua de

    converso, tpica deste tempo litrgico.

    Dar ouvidos, com ateno e respeito, a

    quem, por meio da sociedade, fomos

    educados a ignorar, leva esses agentes

    a compreender o outro com um novo

    olhar. Olhar de Cristo, que buscou aco-

    lher a todos com tolerncia e respeito.

    Nesta edio, o informativo Em

    Companhia inspira o leitor a refletir so-

    bre os caminhos que nos levam a rever-

    ter o cenrio de intolerncia e violncia

    em que estamos vivendo. Cultivar a aco-

    lhida, a misericrdia, o perdo, a empa-

    tia e a tolerncia so palavras-chave que

    nos ajudam a repensar posturas e atitu-

    des na perspectiva de ajudar na constru-

    o do Reino de Deus.

    Boa leitura!

  • 6 7Em Em

    calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus MARO

    DIA 19

    DIA 25

    So Jos, esposo da Virgem Maria e patrono da Companhia de Jesus

    Anunciao do Senhor

  • 8 9Em Em

    ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO

    Ir. Jorge Luiz de Paula, SJ

    Aos 49 anos, recm-completados, irmo Jorge Luiz de Paula tem muitas histrias para contar. Muitas delas envolvem seu fascnio

    pela educao e por uma arte para l de especial, a dana. Como

    jesuta, participou de vrios grupos e viajou pelo Brasil com

    esse fazer artstico. Ento, veio a oportunidade de aprofundar-

    se cientificamente, por meio da graduao, da especializao e

    do mestrado em dana, todos pela UFBA (Universidade Federal

    da Bahia). Em entrevista ao Em Companhia, o jesuta conta um

    pouco de sua vida, de sua vocao como irmo e como a arte o

    inspira na sua atual misso na Escola Santo Afonso Rodriguez, em

    Teresina (PI), onde exerce a funo de Coordenador Pedaggico

    do Ensino Fundamental I e do Servio de Orientao Religiosa e

    Pastoral (SORPA).

    Ir. Jorge, conte-nos um pouco de

    sua histria.

    Nasci em uma pequena cidade do in-

    terior do Cear, chamada Quixad. Sou o

    filho caula de quatro irmos: somos trs

    homens e uma mulher. Venho de uma fa-

    mlia muito religiosa, especialmente por

    parte de meus avs paternos, que sempre

    estiveram muito ligados Igreja catlica

    e suas atividades. Isso me influenciou

    de forma direta, pois, desde tenra idade,

    fui conduzido por eles a experimentar

    dessa f e a experincia eclesial sempre

    fez com que minha famlia permaneces-

    se bastante unida. Eu guardo um apreo

    muito grande pelas parquias das quais

    participei e que alimentaram, de certa

    forma, minha caminhada de f.

    Como conheceu a Companhia de

    Jesus? Quais as motivaes que o le-

    varam a decidir seguir Jesus Cristo

    como jesuta?

    Conheci a Companhia de Jesus

    por meio dos encontros vocacionais

    da arquidiocese de Fortaleza (CE),

    aos quais fui convidado a participar

    quando tinha 15 anos. E a conheci alguns jesutas que atuavam junto

    ao servio com vocaes. Nesse

    tempo, participei dos encontros

    vocacionais em minha parquia.

    Depois, fui morar em uma par-

    quia dos jesutas e foi, ento, que

    conheci, mais a fundo, a Ordem

    religiosa, pois trabalhava junto

    com os jesutas nessa parquia.

    Assim, as inquietaes vocacio-

    nais surgiram e tornaram-se fortes

    com o passar dos anos. Ento, eles

    me convidaram para fazer uma

    experincia interna no centro vo-

    cacional, aceitei e gostei do que

    vivi. Posso dizer que o desejo de mais

    intimidade com a pessoa de Jesus foi

    o que me fez decidir pelo seguimento

    de Cristo na Companhia.

    Por que ser irmo jesuta? Pode

    nos explicar essa vocao?

    Este chamado a ser irmo veio des-

    de o momento em que conheci a vida

    religiosa consagrada, porque, a meu

    ver, os irmos tm maiores possibili-

    dades para se inserirem no meio das

    comunidades, das pessoas e de estar a

    servio dos demais; e sempre senti esse

    apelo. No decorrer do processo vocacio-

    nal, senti-me interpelado a buscar a vo-

    INSPIRADO POR CRISTOE PELA ARTE

  • 8 9Em Em

    cao sacerdotal, assim como boa parte

    dos jovens da minha poca. Contudo a

    possibilidade de ser irmo tocava-me

    mais fortemente. Tenho mais de 25 anos de vida consagrada e posso dizer que o

    ser irmo assumir os conselhos evan-

    glicos do batismo na vida toda e assim

    seguir e servir radicalmente o Cristo,

    enquanto misso e doao. O consagra-

    do aquele que um testemunho vivo

    de Jesus Cristo em tudo aquilo que faz.

    Hoje, o irmo desafiado a ser proa-

    tivo, a assumir responsabilidades que,

    antes, eram exclusivas dos padres.

    Como o senhor v essas mudanas?

    Essa mudana muito positiva, por-

    que, hoje, os irmos se fazem protago-

    nistas de sua prpria histria. Hoje, mui-

    tos irmos atuam em cargos que, antes,

    eram apenas dos sacerdotes. Contudo

    creio que a discusso primeira o fato de

    que somos todos jesutas com diversos

    dons a servio de uma misso que co-

    mum: anunciar o Reino de Deus e faz-lo

    presente nos dias atuais. Os irmos tm

    muitos dons e capacidades que podem

    ser utilizados pela Companhia de Jesus.

    Oxal, continuemos crescendo nessa

    igualdade dentro da Companhia de Jesus

    e que os irmos estejam sempre dispo-

    sio de todas as frentes de misso, onde

    formos produzir o bem maior.

    Por que a vocao de Irmo atra-

    ente para os jovens de hoje?

    Digo aos jovens que essa vocao

    atraente porque traz em si algumas di-

    menses importantes para o ser humano,

    como o escondimento, pois podemos re-

    alizar a nossa misso sem necessidade de

    alardes e essa uma dimenso importante

    para as pessoas. O irmo algum que tem

    identidade prpria, algum apaixonado

    pela pessoa de Jesus Cristo e pelas demais

    pessoas e a est presente a acolhida do

    outro, pois o sentido da vida d-se quando

    nos colocamos a servio dos demais. as-

    sim que eu vejo a vocao dos irmos.

    O senhor formado em Pedago-

    gia e em dana. Por que Pedagogia?

    Em que a dana o ajuda no traba-

    lho pedaggico?

    Formei-me, primeiramente, em

    pedagogia e trilhei esse caminho por

    orientao dos meus superiores da

    poca, que me motivaram a estudar

    em virtude das necessidades da Com-

    panhia de Jesus, pois a maioria de suas

    obras era na rea da educao. Segui,

    ento, por esse caminho e apaixonei-

    -me. Posso dizer que, hoje, amo traba-

    lhar com educao. Posteriormente,

    veio a dana, como nova dimenso

    da minha vida como religioso. Essa

    graduao em dana ajudou-me a ler

    o mundo a partir da forma da movi-

    mentao, uma linguagem por meio

    da qual as pessoas se comunicam e

    da qual, no meu trabalho, fao uso

    para entender como as pessoas esto

    no mundo, pois, para mim, a dana

    isso: uma forma de estar no mundo.

    Como surgiu o interesse pela dan-

    a? Qual a histria com essa arte?

    A dana surgiu em minha vida bem

    antes da vocao religiosa, pois come-

    cei meus estudos de bal clssico ainda

    muito jovem, fui conhecendo a arte e

    amadureci muito o meu modo de pen-

    sar depois que ingressei na vida religio-

    sa. Muitas vezes, pensei em deixar de

    lado a dana, contudo encontrei pes-

    soas que me incentivaram a continuar

    vivendo essa arte e, mesmo estando na

    Companhia de Jesus, participei de v-

    rios grupos e viajei pelo Brasil com este

    fazer artstico. Assim, posteriormente,

    veio a oportunidade de aprofundar-me

    cientificamente nessa arte com a gra-

    duao, a especializao e o mestrado.

    Meus estudos sempre foram voltados

    para as tradies populares, minha rea

    de interesse. Por meio deles, pude per-

    ceber o que as comunidades so a partir

    de suas danas populares. Atualmente,

    no estou atuando na rea da dana,

    mas procuro viver e ler o mundo a partir

    dessa tica.

    [...]PUDE PERCEBER O QUE AS COMUNIDADES SO A PARTIR DE SUAS DANAS POPULARES

  • 10 11Em Em

    O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S

    PAPA INSTITUI MEMRIA DE MARIA NO CALENDRIO LITRGICO

    Em 3 de maro, o Papa Francisco publicou o decreto Ecclesia Ma-ter, que determina a inscrio da Memria da Bem-aventurada Vir-

    gem, Me da Igreja no Calendrio Ro-

    mano Geral. Essa memria ser cele-

    brada todos os anos na segunda-feira

    depois de Pentecostes.

    O decreto, assinado pelo prefeito

    da Congregao para o Culto Divino e

    a Disciplina dos Sacramentos, o carde-

    al Robert Sarah, traz a seguinte afirma-

    o: Esta celebrao ajudar a lembrar

    que a vida crist, para crescer, deve ser

    ancorada no mistrio da Cruz, na obla-

    o de Cristo no convite eucarstico e

    na Virgem, Me do Redentor e dos re-

    dimidos. O motivo da celebrao tam-

    bm est, brevemente, descrito no do-

    cumento: favorecer o crescimento do

    sentido materno da Igreja nos Pastores,

    nos religiosos e nos fiis, como, tam-

    bm, da genuna piedade mariana.

    Segundo o cardeal Robert, con-

    siderando a importncia do mistrio

    da maternidade espiritual de Maria, o

    Papa Francisco estabeleceu que a Me-

    mria de Maria, Me da Igreja, seja

    obrigatria para toda a Igreja de Rito

    Romano, explicou. O desejo que

    essa celebrao, agora, para toda a

    Igreja, recorde a todos os discpulos de

    Cristo que, se queremos crescer e en-

    chermo-nos do amor de Deus, preci-

    so enraizar a nossa vida sobre trs rea-

    lidades: na Cruz, na Hstia e na Virgem

    Crux, Hostia et Virgo. Esses so os trs

    mistrios que Deus deu ao mundo para

    estruturar, fecundar, santificar a nos-

    sa vida interior e para nos conduzir a

    Jesus Cristo. So trs mistrios a con-

    templar no silncio, disse o cardeal.

    Anexos ao decreto, foram apresen-

    tados, em latim, os respectivos textos

    litrgicos, para a Missa, o Ofcio Divino

    e para o Martirolgio Romano. As Con-

    ferncias Episcopais providenciaro a

    traduo e aprovao dos textos, que, de-

    pois de confirmados, sero publicados

    nos livros litrgicos da sua jurisdio.

    Em 2018, a celebrao ser no dia 21 de maio, segunda-feira de Pentecostes.

    Fontes: Vatican News/Cano Nova/Isto

    O DESEJO QUE ESSA CELEBRAO[...] RECORDE A TODOS OS DISCPULOS DE CRISTO QUE, SE QUEREMOS CRESCER E ENCHERMO-NOS DO AMOR DE DEUS, PRECISO ENRAIZAR A NOSSA VIDA SOBRE TRS REALIDADES: NA CRUZ, NA HSTIA E NA VIRGEMCardeal Robert Sarah

    Foto

    : Rep

    rodu

    o

  • 10 11Em Em

    FRANCISCO VOLTA A PEDIRPAZ NA SRIA

    DEUS JOVEM, O NOVO LIVRO DO PAPA FRANCISCO

    Diante de milhares de fiis na Praa de So Pedro, em Roma (Itlia), o Papa Francisco voltou a pedir o fim da guerra na Sria e classifi-

    cou a situao do pas como desumana.

    No dia 25 de fevereiro, na orao do An-gelus do meio-dia, o Pontfice expres-

    sou sua preocupao. Nestes dias, meu

    pensamento tem se voltado reiteradas

    vezes para a amada e martirizada Sria,

    onde a guerra se intensificou, especial-

    mente no Ghouta oriental, afirmou.

    Francisco lembrou que fevereiro

    foi um dos meses mais violentos em

    sete anos de conflito. Foram cente-

    nas, milhares de vtimas civis, crian-

    as, mulheres, ancios; hospitais foram

    atingidos, o povo no pode prover ali-

    Aps dois anos da publicao do livro O nome de Deus misericr-dia, divulgado o em mais de 100 pases, o novo livro-entrevista do Papa

    Francisco, Deus jovem, ser lanado em

    todo o mundo no dia 20 de maro.Na obra, Francisco conversa com o

    jornalista Thomas Leoncini, dirigindo-

    -se aos jovens de todo o mundo, de den-

    tro e de fora da Igreja. Com firmeza e pai-

    xo, o Pontfice analisa os grandes temas

    da atualidade. O resultado um dilogo

    corajoso, ntimo e memorvel.

    No Brasil, o livro ser publicado pela

    Editora Planeta, que confiou ao Pe. Joo

    Carlos Almeida, SCJ, conhecido como pa-

    dre Joozinho, a traduo da obra. Segun-

    do ele, o livro envolvente e fascinante;

    e abre uma srie de pistas concretas para

    entender e atender o jovem de hoje.

    [...]DIRIJO MEU VEEMENTE APELO A FIM DE QUE CESSE IMEDIATAMENTE A VIOLNCIA, SEJA DADO ACESSO S AJUDAS HUMANITRIAS ALIMENTO E MEDICAMENTOS E OS FERIDOS E OS DOENTES SEJAM RETIRADOSPapa Francisco

    mentos... Irmos e irms, tudo isso

    desumano, afirmou.

    O Papa ressaltou que no se pode

    combater o mal com outro mal. E a guerra

    um mal e, mais uma vez, pediu dirijo

    meu veemente apelo a fim de que cesse

    imediatamente a violncia, seja dado

    acesso s ajudas humanitrias alimen-

    to e medicamentos e os feridos e os do-

    entes sejam retirados. Peamos juntos a

    Deus para que isso se d imediatamente.

    Aps o apelo, seguido de um breve

    momento de silncio, o Papa rezou mais

    uma Ave-Maria com os fiis e peregrinos

    reunidos na Praa So Pedro.

    Fontes: Vatican News/Cano Nova/G1/Jornal do Brasil

    Em declarao ao jornalista Silvonei

    Jos, do Vatican News, padre Joozinho

    confessou sua alegria em poder traduzir

    a obra, considerada histrica. O livro

    ser uma espcie de preparao para

    o Snodo dos Bispos para os Jovens de

    outubro 2018 e para a JMJ de janeiro de 2019, no Panam, afirmou.

    Fonte: Vatican News

  • 12 13Em Em

    ESPECIAL

    Em12

    VALORES PARA UM MUNDOSUSTENTVEL E DE

    PAZManh de segunda-feira, Joo segue preocupado para o tra-balho. Tenso, dirige o carro sem prestar ateno ao trnsito inten-

    so. S volta realidade ao ser fechado,

    bruscamente, por um motoboy. Instin-

    tivamente, pisa no freio, evitando um

    acidente. Ao parar no semforo, o mes-

    mo motoqueiro balana a cabea e diz:

    Voc me desculpe. Estou correndo para

    dar conta de tantas entregas e, na pressa,

    fechei seu carro sem querer. No mesmo

    instante, Joo abre o vidro do carro e res-

    ponde: Imagino a presso, mas, por fa-

    vor, se cuide, voc deve ter uma famlia

    lhe esperando em casa. Trocam sorrisos

    e seguem seu destino.

    A histria acima despertou em voc

    a vontade de viver em um mundo mais

    humano? Onde as pessoas sejam mais

    compreensivas e menos agressivas? En-

    to, continue a leitura deste texto! Voc

    concluir que possvel, sim, transfor-

    mar o mundo em um lugar mais justo e

    tolerante. Essa a proposta da Confern-

    cia Nacional dos Bispos do Brasil para a

    55 edio da Campanha da Fraternidade 2018. Ao escolher o tema Fraternidade e superao da violncia, junto ao lema Vs

    sois todos irmos, extrado do captulo

    23 do Evangelho de So Mateus, a CNBB quer provocar a reflexo sobre a violn-

    cia e, particularmente, como super-

    -la. A violncia atinge toda a sociedade

    brasileira em suas mltiplas esferas, o

    caminho para super-la a fraternidade

    entre as pessoas, que se unem para im-

    plementar a cultura da paz, explicou o

    padre Lus Fernando da Silva, secretrio-

    -executivo das Campanhas da CNBB, ao

    site Cano Nova.

    O padre Lus Fernando contou que,

    alm de trazer dados sobre a dimenso

    do problema da violncia no Brasil, a

    Campanha da Fraternidade 2018 tem o objetivo de mostrar iniciativas voltadas

    superao desse cenrio, assim como

    quer servir de incentivo para o surgi-

    mento de novas propostas nesse sen-

    tido. Ele explicou que o lema Vs sois

    todos irmos um convite para a supe-

    rao da violncia por meio do reconhe-

    cimento de que cada pessoa irmo e,

    desse modo, no se pode deferir contra

    ele atos de violncia.

    Conhea, ao longo desta

    matria, o que a Igreja e a

    Companhia de Jesus tm feito

    em prol da tolerncia e da

    superao da violncia e da

    desigualdade social no Brasil.

  • 12 13Em Em

    VALORES PARA UM MUNDO

    TEMPOS DIFCEIS Vivemos em um tempo de muitas

    contradies. O mundo tem crescido

    muito na pluralidade e diversidade de

    opinies. Somos uma aldeia global, pois

    as comunicaes tornaram o mundo

    bem menor do que h 60 anos, destaca o padre Luiz Araujo Gomes Pinto Jnior,

    vigrio da Parquia Nosso Senhor do

    Rosrio, em Russas (CE), que atua nas

    pastorais sociais da Comisso Pastoral

    da Terra, dos Catadores, da Criana, da

    Pessoa Idosa, Carcerria e da Sobrieda-

    de. Ele acrescenta que, no entanto, se

    percebe um movimento crescente de

    intolerncia de todos os tipos, religiosa,

    sexual, social, de classe, cultural, polti-

    ca etc. A intolerncia vem de uma crise

    social, poltica, econmica e cultural

    crise de valores , que gera injustia,

    desigualdade, excluso, misria e, con-

    sequentemente, a violncia. Falta-nos

    voltar ao Evangelho, beber de sua fonte

    que cheia de mensagens de misericr-

    dia, de pontes, de encontros e de aco-

    lhimento do diferente, reconhecendo

    a todos como filhos de um mesmo Pai,

    afirma o jesuta.

    O estudante jesuta do 3 ano de Fi-losofia na FAJE (Faculdade Jesuta de

    Filosofia e Teologia), Paulo Henrique

    Carboni ressalta que a intolerncia e

    a violncia so problemas complexos,

    mas nada impede que haja uma refle-

    xo aprofundada sobre essas questes.

    O dio, a intolerncia e a violncia no

    podem ser vencidos com discursos de

    dio, intolerncia e violncia. O que

    tambm no impede a nossa indigna-

    o acerca das agresses que recebemos

    e/ou percebemos no dia a dia. Acredito

    ser uma questo de reflexo para a nossa

    sociedade, a Igreja, as universidades e as

    famlias, adverte o estudante, que atua

    junto aos portadores de HIV, no Grupo

    Solidariedade, em Belo Horizonte (MG).

    Padre Antnio Ronilson Braga de

    Sousa, assessor da Pastoral Universitria

    da Diocese de Roraima, lembra que A PAZ

    FRUTO DA JUSTIA. Nesse sentido, ele

    questiona como podemos viver em paz

    em um Pas onde at a Justia injusta? O

    jesuta ressalta que a raiz da intolerncia

    em que vivemos atualmente est no fun-

    damentalismo poltico e religioso em que

    nos encontramos.

    Orientador Espiritual do Grupo Di-

    versidade Crist, ligado ao Centro Cultu-

    ral de Braslia (CCB), padre Alex Gonal-

    ves Pin diz que as razes da intolerncia

    DILOGO NA UNIVERSIDADE O Ncleo de Estudos Afro-brasileiro e Indgena, vin-

    culado ao Instituto Humanitas, da UNICAP (Universida-de Catlica de Pernambuco), promove aes voltadas para a educao das relaes tnico-raciais e dialoga, por meio da articulao e de forma interdisciplinar, com o ensino, com a pesquisa e com a extenso. Assim, h cerca de oito anos, o NEABI tem como objetivo estimu-lar os espaos de educao a promoverem discusses sobre a histria da frica e das culturas afro-brasileira e indgena. Segundo Valdenice Raimundo, coordenadora da iniciativa, o NEABI tem papel essencial na promoo e no fomento de discusses sobre tolerncia. Aqui, um espao de expresso da universidade e ele acolhe as pessoas com suas crenas, seus valores e seu posicio-namento como pessoa. Acolhemos pessoas de diversas expresses religiosas, pois, aqui, tem dilogo, explica.

    ATENDIMENTO MULHER VIOLENTADAA rea jurdica do Servio Jesuta a Migrantes e Refu-

    giados Belo Horizonte (SJMR-BH), antigo Centro Zanmi, voltada para a proteo e informao sobre os direitos da populao migrante e refugiada. Dentre as violaes de direitos ocorridas, h um nmero significativo de ca-sos envolvendo violncia de gnero, explica Juliana Ro-cha, advogada e coordenadora da rea. Nesse contexto de intolerncia, a iniciativa busca tratar a questo de forma holstica. Atender mulheres vtimas desse tipo de violncia envolve no apenas buscar solues jurdicas para essas violaes, mas tambm cuidar de outros as-pectos da vtima, como o psicolgico e o social, afirma. Em 2016, o SJMR-BH implementou o Projeto Mulheres, que proporcionou um espao de unio entre mulheres. A iniciativa deu to certo que ganhou autonomia, des-vinculou-se do SJMR e, hoje, um coletivo de mulheres migrantes chamado Cio da Terra.

  • 14 15Em Em

    ESPECIAL

    e da violncia em que estamos vivendo so profundas. Ele

    afirma que, para as pessoas LGBTs (Lsbicas, Gays, Bissexuais,

    Travestis, Transexuais e Transgneros), esses problemas fazem

    parte da vida em suas diversas modalidades. A insegurana e

    o medo frente s possibilidades reais de sofrer algum tipo de

    violncia so as principais motivaes para uma pessoa no se

    assumir LGBT. O armrio lugar, lamentavelmente, mais segu-

    ro, embora, simultaneamente, represente ainda segmentao e,

    em alguns casos, priso para a pessoa LGBT, conta o jesuta.

    O padre Alex Pin destaca que tem acompanhado casos

    de violncia psicolgica e fsica que ocorrem nas famlias

    e na sociedade. Ele lembra que, com muita frequncia, a

    violncia homofbica em casa respaldada por orientao

    religiosa, decorrente de discursos violentos proferidos em

    plpitos e altares. As diversas igrejas tm exercido fun-

    es diferentes nesse cenrio. H experincias de inclu-

    so e criao de conscincia respeitosa. Mas h tambm

    experincias de violncia provenientes de ao pastoral de

    padres e pastores que, pautados em leituras fundamenta-

    listas da Bblia, proferem discursos de dio que resultam

    em violncia familiar, inclusive a expulso de filhos e fi-

    lhas de casa, explica o jesuta.

    EXERCITE A CULTURA DA PAZ

    Pratique a empatia Antes de emitir julgamen-

    tos, coloque-se no lugar do outro e tente entender o

    ponto de vista dele.

    Estimule a tolerncia No cotidiano ou nas redes so-

    ciais, seja tolerante, respeite as diferenas e combata o

    preconceito e a discriminao.

    2

    3

    4 Seja aberto ao dilogo Opinies ou crenas diferentes das suas no devem ser motivo de discrdia.

    ACOLHIMENTO DA DIVERSIDADEO Grupo Diversidade Crist de Braslia um espao de acolhida, solidariedade e tambm de evangelizao e amadurecimento. Os encontros do grupo acontecem no CCB (Centro Cultural de Braslia), obra da Compa-nhia de Jesus. O padre Alex Pin, orientador espiritual do Grupo, explica que a iniciativa atua em trs instncias principais: o acompanhamento humano-espiritual; a formao bblico-catequtica, ou seja, a vivncia da f crist baseada na espiritualidade; e a colaborao com a criao da cultura de respeito e incluso das pessoas LGBTs. Para o jesuta, todo ser humano tem o direito a ser quem , como . Essa a primeira graa que Deus nos d, a graa da existncia. Muitos dos nossos jovens tiveram essa realidade precarizada pelos esquemas morais preestabelecidos de nossa sociedade. Isso lhes causou muito sofrimento e ainda causa, conta. Embo-ra a iniciativa no seja exclusiva da Companhia de Je-sus, o grupo tem valorizado muito a presena jesuta. Desde a fundao, h cinco anos, vrios jesutas tm marcado presena na vida do grupo, conta padre Alex.

    Aprenda com o diferente O contato com pessoas

    vindas de outras realidades proporciona novos apren-

    dizados, ajuda a crescer e s temos a ganhar com isso.

    1

  • 14 15Em Em

    Apesar de sentir que a intolerncia e a violncia esto cada

    vez mais fortes, a advogada Juliana Rocha, coordenadora da

    rea jurdica do SJMR-BH (Servio Jesuta a Migrantes e Refu-

    giados, de Belo Horizonte/MG), diz que o lado positivo de tudo

    isso a sociedade estar mais atenta a essa questo e comear

    a refletir sobre o tema. As discusses sobre o feminismo, o

    feminicdio e as questes de gnero tm sido pauta mundial.

    No SJMR-BH, os casos envolvendo agresso contra as mulhe-

    res tambm tm aumentado. A especificidade que, muitas

    vezes, a intolerncia e a violncia manifestam-se em razo de

    questes culturais ou seja, no pas da pessoa, dar um tapa na

    esposa durante uma briga calorosa aceitvel, ela conta, res-

    saltando que o machismo tambm um aspecto grave, pois o

    fato de um homem enxergar a sua companheira como algum

    inferior, com menos direitos, lhe d a falsa premissa de que lhe

    permitido abusar e dominar aquela mulher.

    Juliana diz que, por meio do trabalho que realizam no

    SJMR-BH, percebe-se o aumento do radicalismo e da xe-

    nofobia na sociedade brasileira. Somos testemunhas de

    alguns casos de xenofobia contra os imigrantes que aces-

    sam os nossos servios. Essa atitude tem sido crescente

    no ambiente de trabalho, com vrios casos de racismo.

    Infelizmente, o aumento da xenofobia e da intolerncia

    tambm uma tendncia mundial, alerta a advogada.

    5 7

    6

    Solidarize-se com vtimas da violncia Diga no vio-

    lncia cultural, aquela que justifica atos de agresso colo-

    cando a culpa na vtima.

    Conviva de forma fraterna Na famlia, no trabalho e

    entre amigos, estimule a convivncia fraterna e a educa-

    o que prega a paz, o amor e o perdo.

    Trabalhe pela igualdade Identifique situaes

    de desigualdade e de violncia e mobilize-se para

    reivindicar polticas pblicas que tenham como

    foco a superao desses problemas.

    O TRABALHO DAS PASTORAISAs pastorais so trabalhos desenvolvidos pela Igreja em aes organizadas e dirigidas pelas Dioceses e pelas par-quias, para atuar em diferentes realidades. Esse trabalho, inspirado pelo Evangelho, realizado de forma voluntria. O padre Luiz Araujo Gomes Pinto Jnior, vigrio da Parquia Nossa Senhora do Rosrio, em Russas (CE), responsvel por acompanhar diversas pastorais, como dos Catadores, da CPT (Comisso Pastoral da Terra), da Criana, da Pessoa Idosa, a Carcerria e da Sobriedade, recm-fundada na parquia. Al-gumas delas trabalham diretamente com questes ligadas tolerncia e empatia. Na Pastoral Carcerria, o jesuta ex-plica que o objetivo ser presena de Jesus no crcere, pois ele mesmo se identifica com eles: estive preso e me visitas-te (Mt, 25). Esse mandato de Jesus constitui, por si mesmo, um ponto de tolerncia e empatia que vem da sabedoria de nosso mestre, de nosso inspirador maior da no violncia. Na Pastoral da Sobriedade, que atua junto aos dependentes qumicos que vivem com suas famlias ou mesmo nas ruas, a misericrdia o princpio bsico. O mtodo dessa pastoral trabalhar os 12 passos, que vo desde o admitir sua depen-dncia, qumica ou de outro tipo, at o aceitar sua realidade, passando pelo arrepender-se, pelo perdoar-se e at pelo fes-tejar e celebrar, afirma.

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  • 16 17Em Em

    ESPECIAL

    ideias distorcidas, preconceituosas e, so-

    bretudo, relacionadas moral e religio.

    A aproximao e o conhecimento das do-

    res e angstias, alegrias e esperanas, de

    cada pessoa LGBT nos convida conver-

    so, recomenda o jesuta. E acrescenta:

    Assim como dever acercar-nos e fazer-

    -nos juntos dos pobres, dos povos indge-

    nas, dos migrantes e refugiados, preciso

    tambm aproximar-nos da realidade de

    mulheres e homens LGBTs, filhos amados

    de Deus, queridos como so, para, conhe-

    cendo, reconhecer, respeitar e amar.

    S seremos mais tolerantes quan-

    do aprendermos a nos colocar no lugar

    do outro, afirma padre Ronilson Braga,

    da Pastoral Universitria da Diocese de

    Roraima. Ele prope que no basta colo-

    car-se mentalmente no lugar do outro,

    seno que devemos experimentar na pr-

    pria pele o que o outro vivencia. Assim,

    exercitaremos toda a nossa empatia e se-

    remos bem mais misericordiosos. A esse

    exerccio proposto chamamos de com-

    paixo, que a essncia do Cristianismo,

    explica o jesuta.

    ACEITAR AS DIFERENASNs temos uma dificuldade enor-

    me de lidar com a diferena. E uma fa-

    cilidade enorme de excluir, estabelecer

    preconceito, estabelecer muros e gue-

    tos. Essa uma tradio histrica muito

    forte entre ns, destacou o historiador

    Leandro Karnal, em entrevista revista

    da livraria Cultura, em 2015. Ele salien-tou ainda que o seu desejo e a sua uto-

    pia alcanarmos o que ele chamou de

    tolerncia ativa, ou seja, quando en-

    tendermos que a diferena no nos en-

    fraquece, mas nos fortalece. E concluiu:

    Eu no ser o padro do mundo, alm

    de ser uma alegria para o mundo e uma

    felicidade, faz com que eu possa ver as

    questes sob pontos de vista distintos.

    O padre Alex Pin ressalta que as ra-

    zes da intolerncia e da violncia em

    que estamos vivendo so profundas.

    Elementos que precisam ser encarados

    com urgncia so a ignorncia e o pre-

    conceito, no sentido de conceito no

    refletido. Ao falar de homoafetividade

    ou transexualidade, muitos de ns tm

    PRECISAMOS MUDAR J!A violncia s ser superada com a pro-

    moo da cultura da paz, da reconci-

    liao e da justia. Os nmeros abaixo

    mostram que precisamos mudar:

    jovens foram assassinados entre 2005 e 2015

    + de 318 mil

    54,1%

    28,9

    60,9 100

    JOVENS

    NEGROS

    MULHERES

    De cada

    Crescimento de da taxa de

    Reduo de da taxa de homic-

    pessoas que sofrem

    so negras

    10071

    18,2%

    12,2%

    homicdio no Brasil,

    mulheres assassinadas em 2015

    Crescimento de

    Reduo de da mortalidade de

    da mortalidade de

    4.621

    22%

    7,4

    das vtimas de homicdio tinham entre 15 e 29 anos, em 2015

    mortes por 100 mil habitantes

    Fonte: Atlas da Violncia 2017 produzido pelo Instituto de Pesquisa Econmica Apli-cada (Ipea) em parceria com o Frum Brasi-leiro de Segurana Pblica (FBSP).

    INSERIR-SE NA REALIDADE DO OUTROCada vez mais exigido das univer-sidades o envolvimento ativo nas realidades em que esto inseridas. Nesse contexto, podemos interpre-tar o pedido do Papa Francisco para uma Igreja em sada como vlido tambm para as instituies de Ensi-no Superior, pois precisamos formar para a vida; formar para viver em sa-da; ou seja, atentos ao mundo que nos cerca. Na Pastoral Universitria da Diocese de Roraima, por exemplo, isso j est acontecendo por meio do mtodo Ver>Julgar>Agir, em que os membros so incentivados a pen-sar alternativas para a construo de um mundo mais justo. O padre jesu-ta Ronilson Braga, assessor diocesa-no da Pastoral Universitria, d um bom exemplo. Aps uma anlise do

    contexto roraimense, sentimo-nos impulsionados prtica no servi-o da f e da promoo da justia. Aqui, por exemplo, a situao do migrante. Em conjunto, a comu-nidade universitria de Roraima envolveu-se para organizar a do-cumentao dos migrantes que chegavam ao DPF (Departamento da Polcia Federal); ministrar aulas de portugus gratuitas para os mi-grantes e mesmo outras assessorias imediatas, como o combate xeno-fobia. Assim, a essncia da Pastoral Universitria aqui ser tolerante e tambm educar para a tolerncia, pois sua atuao ultrapassa os mu-ros das universidades eclesisticas ou pontifcias e se instala tambm nas universidades civis, finaliza.

    mulheres no negras, no mesmo perodo

    mulheres no negras, no mesmo perodo

    dios de no negros, no mesmo perodo

    a mdia de homicdio da populao brasileira

    Entre a populao jovem, essa taxa cresce

    para por mil habitantes

    homicdios de negros, entre 2005 e 2015

  • 16 17Em Em

    SOLIDARIEDADE COM OS IRMOSFundado em 1988, o Grupo Solidariedade uma enti-dade civil organizada que acompanha os portadores de HIV/AIDS. Alm de grupos de apoio e terapia, a iniciativa oferece cestas bsicas, cursos de portugus, matem-tica, oficinas de artesanato, conscientizao acerca do HIV e da AIDS. Nesse contexto, a atuao da Companhia de Jesus se d por meio da colaborao dos estudantes jesutas em diversas frentes da iniciativa, como cursos e oficinas, alm de, junto com as Irms Vicentinas, tam-bm acompanharem a Oficina de Apoio, espao para a partilha. Segundo o estudante jesuta Paulo Henrique Carboni, esses encontros so uma oportunidade de co-nhecer a realidade das pessoas, suas dificuldades e ale-grias. Nesses espaos, temos a chance de crescer como coletivo. Para quem, muitas vezes, foi tratado com des-confiana, pelo preconceito, ou ainda pela doena, a possibilidade de sentir-se sozinho grande. Por isso acredito que, no espao do grupo de apoio, a vida em companhia acontece. Estar juntos e identificados juntos a fora capaz de impulsionar aquelas pessoas a vence-rem as dificuldades, acredita.

    VALORIZAO DA CULTURA INDGENAO Centro Educacional F e Alegria Frei Antnio, ligado Companhia de Jesus, atende a cerca de 120 alunos ind-genas com o Projeto War Kberam Espao de Todos e Todas. Esse trabalho envolve a mediao para integrao de indgenas e no indgenas. As atividades so voltadas para a divulgao, fortalecimento e valorizao da cultura indgena Xerente. Trimestralmente, o Centro realiza aes dentro das aldeias, como: reunies familiares, visitas in-dividuais e colnias de frias. Para esse trabalho de inter-mediao dentro das aldeias, foi contratado tambm um educador social indgena, que mora dentro de uma das trs maiores aldeias da regio. comum, na cidade, ou-virmos as pessoas se referirem aos indgenas de forma pre-conceituosa e at agressiva, conta Rosimar Neres de Sousa Oliveira, coordenadora de Projetos F e Alegria-Tocantnia (TO). Mas, segundo ela, depois da chegada do F e Alegria cidade, h 16 anos, as aes de combate intolerncia e discriminao se intensificaram e visvel a diminuio do preconceito dentro do Centro Educacional. Tem se tornado comum crianas e jovens no indgenas se inte-ressarem pela cultura Xerente, se pintando, danando e cantando msicas indgenas, conta Rosimar.

    O padre Jnior, vigrio em Russas (CE), lembra que a intole-

    rncia sempre parte da no aceitao do outro como ele . Mas,

    antes disso, pode haver ainda um problema de no aceitao de

    si mesmo. Assim, necessrio um trabalho de auto-

    aceitao, de maneira integral, cultivar o amor

    prprio, para, ento, poder amar o outro,

    aceitar o outro como ele , afirma o jesu-

    ta. Segundo ele, ser tolerante no signi-

    fica concordar com tudo que vem dos

    outros: Posso discordar, mas farei de

    tudo para que aquela pessoa de quem

    eu discorde tenha o direito de se ex-

    pressar e agir conforme sua orienta-

    o, seja ela religiosa, social, sexual ou

    cultural, afirma.

    Juliana, do SJMR-BH, acredita que a

    educao o caminho mais eficaz para com-

    bater o cenrio de violncia atual. O debate acer-

    ca desses temas faz com que as pessoas leiam, pensem

    e reflitam a respeito da intolerncia e se conscientizem. A infor-

    mao primordial para o combate intolerncia, diz a advogada.

    O estudante jesuta Paulo Henrique acredita que o re-

    conhecimento do outro uma oportunidade de combate

    s vrias situaes de injustia que presenciamos atual-

    mente. Ao mesmo tempo, esse reconhecimento

    do outro acontece quando h uma educao

    (nesse sentido, tica) que pode oferecer

    as oportunidades de consenso entre

    as pessoas, ele diz, acrescentando:

    No h de se ter uma uniformidade

    social, longe disso. preservando a

    diversidade e a diferena, conside-

    rando o reconhecimento humano,

    que as dissonncias, a ignorncia

    e a intolerncia perdem espao em

    nossas relaes. Sem dvida, dif-

    cil isso acontecer! Mas a chance de

    reconhecer nos outros a humanidade

    que tambm est em mim. A violncia que

    agride, acusa, fere e mata outro ser humano no

    h de ter lugar quando a experincia de se tornar presente

    na vida dos outros acontecer.

  • 18 19Em Em

    COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL

    EDUCAO TEMA CENTRAL DO ANURIO 2018 Anualmente, a Companhia de Je-sus publica um anurio no qual d a conhecer seu trabalho em todo o mundo. Em 2018, a publicao dedicada ao compromisso dos jesutas

    com a educao e a formao. Nas 151 pginas que compem o anurio, so

    compartilhadas experincias educacio-

    nais de diferentes partes do mundo e

    que refletem a vocao transformadora

    da educao jesuta.

    Entre essas experincias educacio-

    nais destacam-se a do Colgio Tcnico

    Mwapusukeni, um dos oito ltimos

    dirigidos pelos jesutas na Provncia

    da frica Central, na Repblica Demo-

    crtica do Congo; a do Arrupe College,

    uma extenso da Universidade Loyola

    de Chicago, nos Estados Unidos, que

    oferece apoio para famlias com pouco

    recursos financeiros; e o projeto DACA,

    na ndia, que tem ajudado centenas de

    jovens dalits, principalmente meninas,

    a recuperar a sua dignidade.

    O anurio tem tambm outras sees,

    como a dedicada aos aniversrios, que

    lembra a trajetria de vrias instituies e

    projetos que esto comemorando algum

    marco em 2018. Nessa parte, h um artigo sobre Santo Estanislau Kostka, patrono

    dos novios jesutas, por ocasio do 450 aniversrio de sua morte.

    A publicao traz ainda diversos ar-

    tigos sobre a presena jesuta em dife-

    rentes contextos e apostolados. O texto

    Itinerrios de Iniciao e Aprofundamento

    na experincia de Deus aborda uma nova

    maneira de fazer os Exerccios Espiri-

    tuais na vida corrente. H tambm um

    artigo sobre o projeto de colaborao,

    entre as provncias europeias e africanas

    da Companhia de Jesus, nas questes re-

    lacionadas aos imigrantes e refugiados.

    Alm disso, h tambm informa-

    es sobre a 36 Congregao Geral (CG), realizada em 2016. Nessa parte, voc pode conferir uma entrevista

    com o ex-Superior Geral da Compa-

    nhia de Jesus, padre Adolfo Nicols,

    testemunhos de vrios participantes

    da Congregao e uma carta do atu-

    al Superior Geral, padre Arturo Sosa,

    que conta um pouco de sua trajetria

    como jesuta.

    Publicado em cinco idiomas (in-

    gls, espanhol, francs, alemo e

    italiano), o anurio 2018 um con-vite aos leitores para se juntarem

    Companhia em sua oferta ao Senhor.

    A publicao distribuda entre jesu-

    tas, colaboradores e instituies de

    todas as provncias da Companhia de

    Jesus no mundo e tambm est dis-

    ponvel on-line. Acesse o anurio em:

    http://bit.ly/2oMHbDH

    O ANURIO 2018 UM CONVITE AOS LEITORES PARA SE JUNTAREM COMPANHIA EM SUA OFERTA AO SENHOR

  • 18 19Em Em

    COMPANHIA DE JESUS INAUGURA SEGUNDA UNIVERSIDADE NA FRICA

    O DISCERNIMENTO APOSTLICO EM COMUM

    NOMEAO

    Em fevereiro, aps 24 anos funcio-nando como centro de estudos filosficos dos jesutas, a Arru-pe College Jesuit School of Philosophy

    and Humanities (Faculdade Jesuta de

    Filosofia e Cincias Humanas) foi, ofi-

    cialmente, inaugurada com o nome de

    Arrupe Jesuit University (AJU), em

    Harare (Zimbbue). Essa a segunda

    universidade jesuta na frica, depois

    da Universidade de Loyola, na Rep-

    blica Democrtica do Congo, e a stima

    universidade privada no Zimbbue.

    O chanceler da universidade e pre-

    sidente da conferncia de superiores

    jesutas da frica e de Madagascar, pa-

    dre Agbonkhianmeghe Orobator, disse

    que, alm de transmitir conhecimento

    e compreenso, a universidade dever

    servir s necessidades dos pobres. A

    realidade dolorosa e perturbadora da

    O escritrio de Conselheiro Ge-ral de Discernimento e Plane-jamento Apostlico organizou um workshop com o tema Discernimento

    apostlico em comum, na Cria Geral, em

    Roma (Itlia), entre os dias 6 e 9 de feve-reiro. Participaram do evento, 28 pessoas entre jesutas e colaboradores de todo

    o mundo. Na abertura do encontro, o

    Superior Geral da Companhia de Jesus,

    padre Arturo Sosa, enfatizou que a Com-

    panhia de Jesus um corpo apostlico

    multicultural caminhando para o cum-

    primento de sua misso na Igreja. Que-

    remos avanar juntos, jesutas e leigos,

    para encarnar a Igreja-povo de Deus

    do Conclio Vaticano II. A Companhia,

    O Superior Geral da Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa, nomeou: O Pe. Mark A. Ravizza (UWE),

    conselheiro-geral. Nascido em 1958, o padre Ravizza ingressou na Compa-

    nhia de Jesus em 1992 e foi ordenado sacerdote em 1999. Juntamente com os outros consultores, ajudar o Pe.

    Geral a discernir e promover os as-

    suntos universais da Ordem religiosa.

    Ele assumir, como responsabilidade

    especial, os assuntos relacionados

    formao dos jesutas.

    Fonte: Boletim da Cria Geral dos Jesutas (n 3/Fevereiro 2018)

    pobreza generalizada um catalisador

    e um desafio para o desenvolvimento

    do ensino superior na frica. A AJU vai

    pensar em formas criativas e inovado-

    ras para [abordar] esse desafio, como a

    educao de uma sociedade que valo-

    riza a justia e a equidade e o compro-

    metimento com a criao de condies

    socioeconmicas e polticas justas e

    equitativas, para que as pessoas margi-

    nalizadas e desprivilegiadas floresam

    em liberdade e dignidade, afirmou.

    A direo da nova universidade

    anunciou que, mesmo buscando a ex-

    celncia acadmica em todos os mbi-

    tos, o objetivo fazer isso com a ntida

    misso de contribuir seriamente para a

    agenda de desenvolvimento da frica.

    Fontes: IHU Unisinos/OMPRESS-ZIMBABUE

    em todo o mundo, enfrenta escolhas-

    -chave. H muitas chamadas. Ns, je-

    sutas, com nossos colaboradores lei-

    gos na misso, no podemos alcanar

    um nmero ilimitado de necessidades,

    temos que escolher, e por isso que o

    discernimento comum urgentemen-

    te necessrio, afirmou o Pe. Geral. Ele

    tambm estimulou os participantes a

    apresentarem os princpios bsicos,

    ferramentas e metodologia para um

    discernimento comunitrio. Pe. Sosa

    reconheceu que essa uma tarefa

    enorme, no entanto, lembrou aos par-

    ticipantes: se ns temos essa base co-

    mum e uma fundamentao comum,

    podemos seguir em frente, finalizou.

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  • 20 21Em Em

    A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL

    DISCERNINDO AS PREFERNCIAS APOSTLICAS UNIVERSAIS

    Pe. Roberto Jaramillo Bernal, SJPresidente da CPAL

    O processo mais importante que est vivendo a Compa-nhia de Jesus em nvel uni-versal, como corpo apostlico plural

    (no s jesutico) aquele ao qual

    nos tem convidado o Pe. Geral, Arturo

    Sosa, em cumprimento do mandato

    que lhe conferiu a 36 Congregao Geral (CG), para que [...] que reveja o

    processo iniciado pela 34 CG e pros-seguido pelo Padre Peter-Hans Kolven-

    bach de avaliar o cumprimento das

    nossas atuais preferncias apostlicas

    e, se for oportuno, que proponha outras

    novas. (Decr.2, n.14). E a mesma 36 CG acrescenta: O discernimento de

    tais preferncias deveria contar com a

    mais ampla participao possvel, tan-

    to de toda a Companhia, como daqueles

    que trabalham conosco na misso.

    Desde o final da 36 Congregao Geral, vem se trabalhando no desenho

    e na animao desse processo. As duas

    primeiras reunies do Conselho Geral

    Ampliado (Tempo Forte, em Roma/It-

    lia), em junho e setembro de 2017, foram quase inteiramente dedicadas a essa ta-

    refa. Foi assim que, durante o segundo

    semestre do ano passado, o Pe. Geral nos

    presenteou com essas trs magnficas

    cartas: uma, sobre Nossa Vida e Misso;

    outra, sobre Discernimento em comum; e

    outra, na qual nos pede para participar

    ativamente no discernimento das Prefe-

    rncias Apostlicas Universais.

    Estamos, agora, todos e todas nes-

    te estado: em discernimento fazen-

    do a nossa parte nele , isto , conver-

    sando, buscando, perguntando-nos,

    rezando pessoal e comunitariamente

    sobre quais devem ser as Preferncias

    Apostlicas da Companhia Universal.

    Sero cinco, ou quatro, ou menos?

    Isso cabe ao Pe. Geral decidir. A ns,

    cabe colocar-nos em estado de discer-

    nimento e deixar-nos interpelar por

    Deus na histria e nos textos inspira-

    dores, bem como propor, em nossas

    comunidades e equipes apostlicas,

    com as lentes de um corpo apostlico

    universal, as preferncias que consi-

    deramos indispensveis.

    No h modelos de preferncias e o

    Pe. Geral no tem querido condicionar o

    dilogo e a busca de todo o corpo apost-

    lico. Mas, na sua alocuo conclusiva do

    ltimo Conselho Ampliado em Roma (ja-

    neiro de 2018), ele nos ofereceu algumas

    pistas que, a meu ver, constituem uma

    chave fundamental para definir o que

    pode se tornar uma Preferncia Apostli-

    ca Universal; aqui, trs pequenos trechos:

    As PAU so um esforo para ver o

    nosso futuro com a luz do Senhor (Sl 35, Jo 8,12). Queremos que sejam fruto de um discernimento em comum do cor-

    po apostlico da Companhia de Jesus,

    expresso pela sua cabea e confirmado

    pelo Santo Padre, de maneira que se tor-

    nem um envio da Companhia por parte

    da Igreja (n 2).

    As PAU nos oferecero um horizonte

    temporal de 2019-2029 para orientar as atividades apostlicas da Companhia.

    Uma vez formuladas as PAU, faremos

    o esforo para concretizar as metas que

    queremos alcanar e desenhar alguns in-

    dicadores que nos permitam saber que ca-

    minhamos (n 3).

    Cada uma das preferncias formu-

    ladas deve ser encarnada:

    a) Na Espiritualidade Inaciana

    b) Em criar e acompanhar processos

    sociais voltados para a justia

    c) No apostolado intelectual

    d) Nos modelos pedaggicos de educa-

    o formal e informal

    e) Na dimenso ecolgica

    f) Na formao dos jesutas e dos com-

    panheiros de misso (n 5).

    Convido todos e todas, jesutas e

    colaboradores, a fazer desses pargra-

    fos motivo da nossa ateno e orao,

    pois iluminam muito a contribuio

    que estamos convidados a fazer no

    discernimento de toda a Companhia.

    CONVIDO TODOS E TODAS, JESUTAS E COLABORADORES, A FAZER DESTES PARGRAFOS MOTIVO DA NOSSA ATENOE ORAO[...]

  • 20 21Em Em

    SJPAM REALIZA SEMINRIO

    PARTICIPAO NA ASSEMBLEIADO CIMI NORTE I

    REDE DE ENFRENTAMENTO DE TRFICO DE PESSOAS

    Entre os dias 12 e 15 de feve-reiro, o Servio Jesuta Pan--amaznico SJPAM realizou um seminrio, em Leticia (Colmbia).

    O encontro contou com as presen-

    as do padre Rafael Moreno, da CPAL

    (Conferncia dos Provinciais Jesutas

    da Amrica Latina); de Mimi Cuq, da

    iniciativa Entreculturas F e Alegria;

    de Gianfranco Dulanto e Federica Pe-

    trella, da ODP Peru; de Maria Teresa

    Uruea; e dos padres Valrio Sartor e

    Alfredo Ferro, do SJPAM.

    Com o objetivo de fortalecer a relao do Servio Jesuta Pan-amaznico SJPAM com o Conselho Indigenista Missionrio

    CIMI, o padre Valrio Sartor partici-

    pou da 34 Assembleia do CIMI da Re-gio Norte I e dos encontros das equi-

    pes que atuam nessa regional, entre

    os dias 15 e 23 de fevereiro. Os eventos

    Os integrantes da Rede de Enfren-tamento de Trfico de Pessoas da Trplice Fronteira (Brasil-Peru--Colmbia) realizaram uma ordinria,

    que contou com a presena de 16 partici-pantes dos pases fronteirios. O encon-

    tro aconteceu na casa dos jesutas, em

    Leticia (Colmbia), no dia 24 de fevereiro.

    O seminrio teve dois objetivos

    principais: 1) Conhecer, reconhecer, re-visar e enriquecer o projeto do SJPAM; e

    2) Pensar e elaborar uma proposta para a Rede Claver da CPAL no apoio ao SJPAM.

    Segundo padre Alfredo, o encontro

    foi um espao muito interessante, que

    permitiu visibilizar o caminho per-

    corrido e, ao mesmo tempo, projetar a

    misso do SJPAM para os prximos dois

    anos. O padre Valrio tambm ressalta

    que, no encontro, foi possvel elabo-

    rar o rascunho de um projeto que ser

    Fonte: Carta Mensal Pan-Amaznia (n 46/Janeiro e Fevereiro 2018) Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a ntegra desta e de outras edies.

    aconteceram em Manaus (AM) e reu-

    niram mais de 70 pessoas. Com o tema Novas e prprias for-

    mas de organizao indgena frente

    aos desafios atuais, os participantes

    refletiram sobre a realidade do ndio

    no Brasil. O secretrio nacional do

    CIMI, Cleber Buzatto, fez uma anlise

    de conjuntura no que tange situao

    indgena no Brasil; j as lideranas in-

    dgenas das regies amaznicas apre-

    sentaram as formas de organizao de

    seus povos e os desafios que enfren-

    tam. Em outro momento do encontro,

    houve a socializao dos trabalhos

    das equipes, a formao sobre a espi-

    ritualidade e os povos indgenas e a

    prtica missionria do CIMI.

    apresentado Rede Claver, com a fina-

    lidade de buscar apoio s Oficinas de

    Desenvolvimento (OD) das provncias

    jesutas para atender prioridade, que

    a Amaznia.

    Na reunio, foram levantadas al-

    gumas pautas como a retomada da ca-

    minhada da Rede, a exposio de seus

    objetivos para os novos integrantes e a

    avaliao das atividades que vm sendo

    desenvolvidas. Em um segundo mo-

    mento, os participantes definiram o

    planejamento das atividades para 2018,

    que baseou-se em duas propostas: 1) Formao permanente dos integrantes

    da Rede sobre o que o trfico huma-

    no; e 2) Construo de um mapa sobre esta problemtica.

  • 22 23Em Em

    COMPANHIA DE JESUS GOVERNO

    PROVNCIA BRA PROMOVE MUDANAS EM SUA ESTRUTURA

    Trs anos aps a unificao, perodo chamado de ad experi-mentum, a Provncia dos Jesu-tas do Brasil BRA inicia ajustes em

    seu Estatuto, com o objetivo de tor-

    nar sua estrutura mais leve e dinmi-

    ca. Em outubro do ano passado, o Pe.

    Arturo Sosa, Superior Geral da Com-

    panhia de Jesus, em sua visita Pro-

    vncia, apresentou, durante a reunio

    com o Frum de Gesto Apostlica e a

    Consulta Cannica, suas observaes

    e sugestes, baseadas na avaliao

    realizada por jesutas e muitos cola-

    boradores leigos ao longo do primei-

    ro semestre de 2017. Vale ressaltar que os resultados da avaliao foram

    apresentados durante a II Assembleia

    BRA, na Casa de Retiros Vila Kostka,

    em Itaici (Indaiatuba/SP), em julho

    do ano passado. luz dessa avalia-

    o, o governo da Provncia, depois

    de consultar os ento superiores das

    Plataformas Apostlicas e a Consulta

    Cannica, enviou uma proposta de

    ajustes ou mudanas a serem feitas

    no Estatuto BRA. Todos esses dados,

    mais as informaes de muitas cartas

    e o parecer do Assistente Regional fo-

    ram a base para o Pe. Geral propor os

    ajustes, explica o padre Joo Renato

    Eidt, provincial dos Jesutas do Brasil.

    Entre as mudanas, irmo Eud-

    son Ramos, scio da Provncia BRA,

    destaca a substituio dos nomes das

    antigas Plataformas Apostlicas por

    Ncleos Apostlicos. Essa nova no-

    menclatura foi proposta pelo Pe. Ge-

    ral e sua criao visa atender a cura

    personalis e a cura apostolica que, es-

    sencialmente, a misso do superior

    que acompanha os jesutas e colabo-

    radores em suas atuaes, afirma o

    jesuta, acrescentando que os ncleos

    so unidades geogrficas bem meno-

    res do que as plataformas. Essa al-

    terao busca diminuir o tempo que

    os anteriores superiores gastavam se

    deslocando de um lugar para o ou-

    tro. Atualmente, j temos 16 ncleos confirmados. A principal mudana

    ser na possibilidade de o superior

    acompanhar bem mais de perto as co-

    munidades, obras, jesutas e colabo-

    radores. Existem ncleos ainda com

    grande nmero de obras ou jesutas,

    mas estamos dando passos para a me-

    lhor qualificao desse acompanha-

    mento, afirma.

    Atualmente, j foram nomeados

    14 superiores dos ncleos. Segundo irmo Eudson, a funo deles per-

    manece conforme descrita nos docu-

    mentos da Companhia de Jesus. No

    h mudana em nenhum aspecto

    que no seja j conhecido por todos.

    Acompanhar pessoas e processos,

    motivar o trabalho em rede e a trans-

    versalidade de nossa misso, confor-

    me o plano apostlico da BRA, so al-

    gumas das atribuies confiadas aos

    superiores nessa nova fase da Provn-

    cia, ressalta.

    Padre Joo Renato explica outra

    mudana, a criao da funo de dois

    novos delegados: um para a Prefe-

    rncia Apostlica Amaznia e outro

    para a Sade e Bem-Estar. Sobre o

    primeiro, ele conta que esse jesu-

    ta exercer a cura personalis e a cura

    apostolica dos companheiros que atu-

    am na Amaznia. Ele ter a funo

    de dinamizar e acompanhar toda a

    organizao apostlica da Provncia

    BRA na Amaznia, sempre em sinto-

    nia e comunicao com o provincial,

    diz. J sobre o delegado para a Sade

    e Bem-Estar, irmo Eudson conta que

    ele ser responsvel pelo cuidado dos

    jesutas que esto nas casas de sade

    e bem-estar e, de forma mais ampla,

    acompanhar tambm o programa de

    sade da Provncia junto com o ges-

    tor da sade. O intuito estabelecer

    uma poltica de sade para toda a Pro-

    vncia. Esse delegado ter autoridade

    O Estatuto um documento que

    apresenta a estrutura de governo

    e o esprito apostlico que devem

    animar e guiar a vida e a misso da

    Provncia BRA.

  • 22 23Em Em

    tambm para acompanhar e receber

    a conta de conscincia dos jesutas

    destinados s Comunidades de Sade

    e Bem-Estar, diz.

    Outra importante mudana a

    criao do Conselho para a Misso,

    cuja finalidade auxiliar o governo

    provincial na reflexo, no discerni-

    mento e na organizao das ativida-

    des apostlicas da Companhia de Je-

    sus. Segundo padre Joo Renato, esse

    conselho constitudo pelos cinco

    secretrios (Colaborao com Ou-

    tros e Servio da F e Espiritualidade;

    Juventude e Vocaes; Justia Socio-

    ambiental; Educao; e Parquias,

    Santurios e Igrejas), pelos trs dele-

    gados responsveis pela Prefern-

    AS MUDANAS1) Criao de 16 Ncleos Apostli-cos, no lugar das sete Plataformas

    Apostlicas (ainda sero includos

    os Ncleos Apostlicos da Prefern-

    cia Apostlica Amaznia).

    2) Nomeao de dois delegados: um para a Preferncia Apostlica Ama-

    znia e outro para a Sade e Bem-

    -Estar dos jesutas. Ambos passam

    a receber tambm a conta de cons-

    cincia dos jesutas: o primeiro, dos

    companheiros que esto na regio

    amaznica e o segundo, dos que es-

    to nas casas de sade e bem-estar.

    3) Confirmao da funo de delega-do para a Formao, que agora tam-

    bm passar a receber a conta de

    conscincia dos jesutas que esto

    em formao, bem como dos mem-

    bros das equipes de formao em

    cada uma das casas.

    4) Criao de dois secretrios: Secretrio da Educao, respon-

    svel por pensar essa atuao de

    forma nica, em diferentes seg-

    mentos (Bsica, Superior e Educa-

    o Popular).

    Secretrio para as Parquias, San-

    turios e Igrejas.

    5) Criao do Conselho para a Mis-so, em substituio ao Frum de

    Gesto Apostlica.

    6) Reunio dos Superiores, em subs-tituio ao Frum de Superiores.

    7) Comisso Econmica, em subs-tituio Consulta Administrativa.

    cia Apostlica Amaznia, pela Sade

    e Bem-Estar e pela Formao , pelo

    administrador provincial, pelo s-

    cio e pelo provincial.

    Alm do Conselho para a Misso,

    importante ressaltar a importncia do

    papel da Reunio dos Superiores, que

    substitui o antigo Frum dos Supe-

    riores. Esse espao ser de partilha,

    formao e conhecimento de todos

    os superiores da Provncia no contato

    direto entre si e com o provincial. Em

    fevereiro, houve a primeira reunio

    do Conselho para a Misso e a dos Su-

    periores que j foram nomeados at o

    momento, explica irmo Eudson.

    O provincial refora que essas mu-

    danas visam ajudar os jesutas e co-

    laboradores em sua atuao. A mis-

    so especfica de cada obra apostlica

    continua a mesma, assim como jesu-

    tas e colaboradores leigos seguem

    atuando nas obras apostlicas, afir-

    ma. Para ele, a grande mudana est

    no desafio de as pessoas aprenderem

    a trabalhar em rede, em colaborao

    e luz do discernimento. Essas trs

    atitudes so orientaes que a 36 CG (Congregao Geral) coloca para toda

    a Companhia de Jesus, diz. O jesuta

    salienta que a tomada de conscin-

    cia de que ningum dono de uma

    obra apostlica ou de um apostolado

    especfico, mas que, todos juntos, for-

    mamos o Corpo Apostlico que est a

    servio da misso de Cristo o modo

    esperado de proceder de jesutas e co-

    laboradores. E desejamos sempre que

    esse Corpo Apostlico possa respon-

    der aos apelos de Deus com alegria,

    criatividade e ousadia, conclui.

  • 24 25Em Em

    COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F

    OS 450 ANOS DO NASCIMENTO DE SO LUS GONZAGA

    O menino Lus Gonzaga nasceu no dia 9 de maro de 1568, em Castiglione delle Stiviere (Itlia). Primognito de uma famlia

    nobre, seu pai era marqus e sonha-

    va uma vida de nobreza para o filho.

    Lus foi educado no meio de prnci-

    pes e frequentou os ambientes mais

    sofisticados da alta nobreza italia-

    na, porm sempre desejou uma vida

    simples e de santidade. Evangelizado

    pela me e inspirado pelas cartas dos

    missionrios jesutas, decidiu ingres-

    sar na Companhia de Jesus, contra-

    riando os interesses do pai.

    Em Roma, durante sua formao

    religiosa, houve uma grave epidemia

    que fez muitas vtimas. Lus compa-

    deceu-se dos que sofriam e seu envol-

    vimento foi tanto que tambm ficou

    doente e morreu, com apenas 23 anos, em 21 de junho de 1591, data em que a Igreja celebra o seu dia. A histria

    ELE UM EXEMPLO DE UMA JUVENTUDE COM IDEAL DE VIDA,COM COMPROMISSO COM O BEM DO PRXIMO, COMPROMISSO COM DEUSPe. Elcio

    de So Lus inspiradora, pois ele foi

    um jovem com grandes ideais e muito

    perseverante. Uma pessoa de orao e de

    profunda caridade. Caridade que pode

    ser definida como compromisso com o

    bem do prximo, afirma padre Elcio Jos

    de Toledo, proco da Parquia de So Lus

    Gonzaga, em So Paulo (SP).

    Hoje, o santo jesuta considera-

    do o padroeiro da juventude, dos estu-

    dantes e dos doentes com HIV. Sobre

    esse ltimo grupo, padre Elcio explica

    que ele recebeu esse ttulo porque, na

    poca da epidemia em Roma, arriscou

    sua vida para ajudar os doentes. Es-

    ses enfermos eram discriminados e

    evitados pela sociedade, situao pa-

    recida com os enfermos com HIV nos

    dias atuais, conta.

    Para comemorar os 450 anos de Lus, a Santa S proclamou o perodo de mar-

    o de 2018 a maro de 2019 como o Ano Jubilar Aloisiano. Na capital paulista, a

    Parquia So Lus Gonzaga est organi-

    zando uma srie de festividades entre

    maro e junho. Padre Elcio explica que,

    alm das celebraes litrgicas, est

    sendo programada uma grande festa

    de aniversrio e vrios eventos religio-

    sos e culturais para promover os ideais

    de vida do santo. Ele um exemplo de

    uma juventude com ideal de vida, com

    compromisso com o bem do prximo,

    compromisso com Deus, ressalta. O je-

    suta conta tambm que a Parquia est

    colaborando com a Edies Loyola para a

    publicao da biografia Um homem cha-

    mado Lus, lanado h alguns anos.

    Padre Elcio lembra tambm que,

    este ano, o Papa Francisco convocou

    um snodo dos bispos que ter a juven-

    tude como assunto principal e, em ja-

    neiro de 2019, ocorrer a Jornada Mun-dial da Juventude JMJ, no Panam. A

    preocupao dos bispos com a juven-

    tude era tambm a preocupao de So

    Lus Gonzaga a respeito de sua prpria

    juventude e a de seus contemporne-

    os. Por isso ele foi declarado padroeiro

    da juventude e, com certeza, ser lem-

    brado nos eventos citados para que o

    padroeiro da juventude seja conhecido

    e celebrado e, ao mesmo tempo, inter-

    ceda pelos jovens, conclui. Viva So

    Lus Gonzaga!

  • 24 25Em Em

    COMPANHIA DE JESUS DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO

    LIVRO DE JESUTA NOS CONVIDA A CONHECER MELHOR JESUS

    No incio deste ano, o padre Ro-naldo Colavecchio, mestre em Teologia e professor da Facul-dade Diocesana So Jos (Fadisi), lanou

    a obra Conhecendo melhor Jesus de Nazar:

    Curso de Cristologia (Edies Loyola). No

    livro, o jesuta demonstra conhecimento

    de obras clssicas e renomadas da Cris-

    tologia campo da cincia teolgica que

    estuda Jesus , mas tambm consegue

    apresentar, de modo simples, acessvel e

    direto, a riqueza dessas obras para todos

    os leitores. Ele explica que o livro uma

    tentativa de levar o fiel comum ao uso de

    um mtodo de ler e contemplar os Evan-

    gelhos conhecido como histrico-crtico

    que a Igreja Catlica assumiu, na pes-

    soa do Papa Pio XII, em 1943, e que ainda no apreciado nem transmitida s no-

    vas geraes na catequtica e em outras

    instncias de formao.

    A primeira parte da obra apresenta

    uma orientao para pessoas que no tm

    conhecimento do mtodo histrico. A

    maioria dos catlicos nunca nem ouviu

    falar desse tipo de leitura dos livros sagra-

    dos. Geralmente, conhecem os textos sa-

    grados tirando este ou aquele trecho que

    querem abordar, afirma padre Ronaldo.

    Nesse contexto, segundo o jesuta, no

    leem cada Evangelho do incio ao fim

    para sentir o desenrolar da narrao, que

    nos mostra Jesus obediente sua identi-

    dade de Filho Amado de Deus. J na se-

    gunda parte do livro, o autor apresenta

    os tpicos associados com a Cristologia

    quando ministrada em um instituto

    superior de ensino. Ele explica que an-

    tes de cada uma das duas partes do livro,

    o leitor encontra uma lista dos assuntos

    que sero tratados e fundamentados

    por numerosas citaes que mantm a

    conscincia de que a fonte de tudo a

    pessoa e a trajetria de Jesus de Nazar.

    O autor conta que a inspirao para

    escrever a obra nasceu da necessidade

    de retomar os livros dos Evangelhos para

    descobrir traos de um Jesus consciente

    da sua identidade de Filho. Assim, o li-

    vro apresenta pistas para o aprofunda-

    COMO PESSOAS QUE ACREDITAM EM JESUS, DEVEMOS TER UMA SEDE DE CONHECER TUDO OQUE POSSAMOSSOBRE ELEPe. Ronaldo

    mento do conhecimento de Jesus que nos

    leva a evitar o moralismo, o fundamenta-

    lismo, a alienao, em favor de um apreo

    pela relao de amizade que Jesus quer ter

    conosco, afirma.

    Na percepo de padre Ronaldo, mui-

    tos cristos vivem desanimados e, muitas

    vezes, a f enfraquece diante das atraes

    do mundo atual. Por isso, segundo ele, a

    Igreja precisa de algo que renove, radical-

    mente, nosso entendimento da f crist.

    E aquilo que Deus nos deu que mais cor-

    responde a esse desejo a figura de Jesus

    de Nazar. Como pessoas que acreditam

    em Jesus, devemos ter sede de conhe-

    cer tudo o que possamos sobre ele. Isso

    implica tambm um estudo feito com a

    conscincia histrica que nos permite ver

    Jesus dentro do seu contexto sociopolti-

    co; que nos permite perceber melhor o que

    o Evangelista est querendo comunicar a

    ns pela maneira como ele apresenta um

    Jesus condicionado por sua cultura, sua

    piedade, sua realidade socioeconmica.

    No significa, porm, que poderemos des-

    cartar os outros mtodos mais habitual-

    mente usados por pessoas simples e sem

    maiores recursos, nem a maneira mais

    intelectualizada na parte daqueles de uma

    formao j adiantada, pois o uso do m-

    todo histrico no anula outros mtodos,

    mas, sim, os complementa, conclui.

    Pe. Ronaldo (sentado) durante o lanamento do livro em Salvador (BA)

  • 26 27Em Em

    COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA SOCIOAMBIENTAL

    ESCRITRIO JESUTA ACOLHE MIGRANTES VENEZUELANOS

    No incio do ano, o Servio Jesu-ta aos Migrantes e Refugiados SJMR Brasil inaugurou o escri-trio de Boa Vista (RR), o terceiro no Pas.

    Esse novo espao encontra-se onde, hoje,

    est o maior fluxo de migrantes que atra-

    vessam as fronteiras brasileiras. Dentre

    eles, h um grande nmero de venezuela-

    nos que deixaram a Venezuela por causa

    da situao socio-poltico-econmica do

    pas, que se agravou nos ltimos meses.

    O Pe. Agnaldo Pereira Oliveira Jnior, di-

    retor nacional do SJMR Brasil, diz que a

    iniciativa de fundar o escritrio nasceu

    do desejo de ser presena junto aos mais

    necessitados. Queremos ser um porto

    seguro para os migrantes e solicitantes de

    refgio no Brasil, um lugar onde as pesso-

    as possam sentir-se acolhidas, protegidas

    e apoiadas em suas demandas, afirma.

    Atualmente, segundo Cleyton Abreu,

    coordenador do escritrio de Boa Vista,

    os dois maiores desafios que essas pes-

    soas enfrentam ao chegar no Brasil esto

    relacionados fome e falta de moradia.

    A acolhida na cidade precria por par-

    te do poder pblico, pois existem apenas

    dois abrigos pblicos. Outro problema

    a fome, muitas pessoas chegam des-

    nutridas e no existe uma ao social

    sistmica para poder proteg-las. Ento,

    elas so apoiadas pela sociedade civil

    ou pelas igrejas, afirma. Ele cita outra

    questo, a falta de incluso nos espaos

    sociais como escolas, hospitais etc. e diz

    que existe muita xenofobia, muito pre-

    conceito e os migrantes acabam sendo

    deixados de lado.

    Nesse contexto, para acolher e estar

    mais prximo dessas pessoas, o escrit-

    rio atua por meio de trs reas centrais:

    Setor de Proteo (social e jurdica),

    Setor de Incidncia, junto ao poder

    pblico e sociedade civil; e Setor de

    Insero Laboral (qualificao pro-

    fissional e ponte entre empregadores

    e migrantes). Aqui, ns ajudamos de

    diversas formas, especialmente com

    a regularizao migratria, com docu-

    mentao, seja para carteira de traba-

    lho, para solicitao de refgio, para re-

    sidncia. Apoiamos tambm questes

    que envolvam a insero no mercado de

    trabalho e damos suporte na elaborao

    de currculos e mediao para trabalho.

    Essas tm sido nossas principais aes

    diretas de atendimento. Alm disso,

    atuamos por meio da incidncia pol-

    tica, que feita no legislativo estadual,

    especialmente, mas tambm em todo o

    mbito da administrao pblica, ex-

    plica Cleyton.

    Padre Agnaldo refora que, em Boa

    Vista, os migrantes e refugiados de-

    mandam mais presena da sociedade

    civil articulada. Nossa presena na

    fronteira deseja contribuir com as ou-

    tras foras que tambm se encontram

    naquela regio, para promover a globa-

    lizao da esperana frente globaliza-

    o da excluso e da indiferena, como

    SJMR NO BRASILQuer saber mais sobre o Servio

    Jesuta aos Migrantes e Refu-

    giados no Brasil? Ento, acesse

    www.jesuitasbrasil.com/SJMR

    e leia a entrevista com o padre

    Agnaldo Jnior.

    Escritrio do Servio Jesuta aos Migrantes e Refugiados, em Boa Vista, foi inaugurado em janeiro

  • 26 27Em Em

    nos convidou o Papa Francisco durante

    o encontro com os Movimentos Popu-

    lares, realizado na Bolvia, em 2015. Ou seja, precisamos ser pontes e no mu-

    ros, ressalta.

    O espao inaugurado na capital

    roraimense vai ao encontro do apelo

    de Francisco e visa construir pontes.

    A iniciativa no foi pensada isolada-

    mente, mas, sim, em parceria com a

    Fundao F e Alegria, que colabo-

    rar nessa misso de acolhida. Padre

    Agnaldo explica que as crianas mi-

    grantes que esto nos abrigos no tm

    nenhuma atividade e muitas no tm

    certeza se tero acesso escola formal.

    Assim, F e Alegria Brasil topou o de-

    safio de atender essa demanda e partir

    tambm para Boa Vista. Dividimos o

    mesmo espao de atuao, tendo salas

    destinadas s atividades de cada ins-

    tituio. As duas equipes esto traba-

    lhando de forma conjunta e apoiam-

    -se mutuamente. Enquanto o SJMR

    desenvolve seu trabalho de proteo e

    promoo mais geral para as famlias

    e pessoas migrantes e solicitantes de

    refgio, F e Alegria, por meio da defe-

    sa do direito educao de qualidade,

    desenvolve seu trabalho de oferecer a

    essas crianas migrantes momentos

    formativos, que ajudam na integrao

    cultura brasileira e no fortalecimen-

    to dos vnculos familiares e comunit-

    rios, afirma.

    O Pe. Pedro Pereira da Silva, diretor

    presidente nacional de F e Alegria, ex-

    plica que, antes de ser uma fundao,

    F e Alegria um movimento de Edu-

    cao Popular Integral e de Promoo

    Social e, por isso, vai sempre ao en-

    contro da populao mais vulnervel.

    Nesse momento, em que explode em

    nosso Pas o fenmeno das migraes

    e dos refugiados venezuelanos, F e

    Alegria do Brasil vem com o servio so-

    cioeducativo e de incidncia poltica.

    Essa atuao visa assegurar s famlias

    o servio de proteo bsica de carter

    protetiva (apoiar e defender), preven-

    tiva (impedir atos de violncia, xeno-

    fobia e ausncia de direito) e proativa

    (empoderamento) frente situao de

    vulnerabilidade ou risco social aos mi-

    grantes e refugiados, diz.

    Segundo o coordenador da Unida-

    de de F e Alegria Boa Vista, Jos Ro-

    mero, a atuao da instituio ser im-

    portante na regio. Nosso trabalho

    desenvolver um processo de Educao

    Popular integral e Promoo Social que

    permita a ateno especial s crianas,

    jovens e suas famlias migrantes em

    situao de vulnerabilidade. Nosso

    SAIBA MAISAcesse www.facebook.com/sjmrbelohorizonte e saiba mais sobre o trabalho do SJMR no Brasil. Para fazer doaes, envie

    um e-mail para [email protected]

    QUEREMOS SER UM PORTO SEGURO PARA OS MIGRANTES E SOLICITANTES DE REFGIO NO BRASIL, UM LUGAR ONDE AS PESSOAS POSSAM SENTIR-SE ACOLHIDAS, PROTEGIDAS E APOIADAS[...]Padre Agnaldo

    intuito gerar oportunidades para es-

    sas pessoas, favorecendo a integrao

    social, semeando valores, melhorando

    sua qualidade de vida, incorporando a

    aprendizagem, por meio da arte e da re-

    creao como forma de incluso. Alm

    disso, ajud-los a desfrutar os direitos

    que a constituio e as leis fornecem

    aos migrantes e refugiados, conta ele,

    que tambm migrante venezuelano.

    Os desejos e as expectativas para essa

    misso so muitos, mas um, em parti-

    cular, expressa o sentimento de todos

    os colaboradores, voluntrios e jesu-

    tas envolvidos com a iniciativa: que-

    remos ser sinal de esperana, finaliza

    Jos Romero.

    F e Alegria oferecer atividades formativas para as crianas

  • 28 29Em Em

    COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDE E VOCAES

    JESUTA ORDENADO PRESBTERO

    O jesuta Jos Robson Silva Sou-sa, 36 anos, foi ordenado pres-btero no dia 17 de fevereiro. A cerimnia foi presidida pelo bispo em-

    rito dom Gentil Delazari e aconteceu na

    parquia Santo Antnio e So Pedro, em

    Paranata (MT). Cerca de 900 pessoas participaram da ordenao que, segun-

    do o jesuta, foi um bonito encontro da

    famlia de f.

    PROGRAMA MAGIS BRASIL LANA TEMA DE CAMPANHA

    O Programa MAGIS Brasil, ao apostlica da Provncia dos Je-sutas do Brasil BRA junto s juventudes, escolheu o tema Ser mais

    consciente para inspirar o trabalho com

    jovens ao longo do ano de 2018. A partir dessa provocao, toda a rede de Cen-

    tros, Casas e Espaos MAGIS se coloca

    em unidade para a promoo de ativida-

    des formativas, debates e aes que pro-

    porcionem o aprofundamento necess-

    rio sobre essa pauta comum.

    Com a campanha, o Programa de-

    seja ajudar os jovens a descobrirem o

    mundo onde vivem e seus lugares nele.

    Nesse sentido, quer inspirar a vivncia

    da f madura e do engajamento social

    crtico; ampliar a capacidade de anali-

    sar a realidade e compreender as impli-

    caes da vivncia diria do seguimen-

    to a Jesus Cristo no mundo.

    Para ajudar os Centros, Casas, Es-

    paos MAGIS e demais obras jesuti-

    cas a desdobrar o tema, o Programa

    apresenta o Subsdio de Trabalho Ser

    mais consciente. Ser magis. O material

    composto de um texto-base para aju-

    dar na reflexo sobre o tema da cons-

    Em entrevista ao Portal Jesutas Brasil, Jos Robson fala de sua vida e de como

    foi seu chamado vocacional para seguir Cristo, na Companhia de Jesus. Leia em:

    www.jesuitasbrasil.com/ordenacaojoserobson

    Pude ter a alegria de contar com ir-

    mos evanglicos, amigos de caminha-

    da e misso. Estiveram presentes, em

    peso, muitas pessoas de diversas comu-

    nidades da Parquia de Paranata e de

    cidades prximas. Contei com o cari-

    nho de meus familiares, companheiros

    jesutas, padres Sacramentinos, irms

    da Divina Providncia e Damas da Ins-

    truo Crist, conta.

    cientizao e vrios roteiros, para ins-

    pirar a orao e a dinamizao do tema

    com jovens. Acesse a rea Biblioteca

    Virtual do site magisbrasil.com e faa

    o download da publicao.

  • 28 29Em Em

    COMPANHIA DE JESUS EDUCAO

    COLGIO SO FRANCISCO XAVIER COMEMORA 90 ANOS

    Em 12 de maro, o Colgio So Francisco Xavier completou 90 anos de histria. Uma histria do incio do sculo XX, quando os ja-

    poneses comearam a imigrar para o

    Brasil em busca de oportunidades de

    trabalho. Com essa nova cultura pre-

    sente no cotidiano brasileiro, surgiu a

    possibilidade de evangelizar as crian-

    as e apresentar a elas os preceitos do

    cristianismo. Assim, em 1928, nasceu o Collegio Catholico Japons So Fran-

    cisco Xavier, situado no bairro da Li-

    berdade, em So Paulo (SP).

    Em 1929, por solicitao do padre jesuta Guido del Toro, a instituio re-

    cebeu um terreno na colina do Ipiranga,

    bairro onde est localizada atualmente.

    Na dcada de 1960, aps a instalao do segundo grau, atual Ensino Mdio, a ins-

    tituio passou a ser reconhecida como

    Colgio So Francisco Xavier.

    Para comemorar a data, o Sanfra,

    como a instituio carinhosamente

    chamada, promoveu dias de festividades.

    No sbado (10), houve uma grande festa, repleta de brincadeiras e muita diverso

    para os alunos. No domingo (11), a comu-

    No dia 25 de maro de 1943, era celebrada a primeira missa e o ato

    acadmico de inaugurao do Col-

    gio Loyola, em Belo Horizonte (MG).

    nidade participou da missa festiva, segui-

    da da inaugurao do Espao da Memria

    e do lanamento do livro 90 histrias de uma nica histria, que rene depoimen-

    tos de pessoas ligadas ao Sanfra e conta

    um pouco da histria do Colgio.

    Na segunda-feira (12), aconteceu a ce-rimnia da Cpsula do Tempo. Na ocasio,

    objetos pedaggicos, fotos, trabalhos estu-

    dantis, uniformes e pertences dos alunos

    da Pr-Escola II, 1 Ano e 2 Ano foram guardados na cpsula, que foi lacrada e

    ser aberta somente em 2028, quando a instituio completar 100 anos.

    Participaram da cerimnia 33 alunos e suas famlias, alm de vrios jesutas

    e superiores de outras comunidades.

    Hoje, prestes a completar 75 anos, a

    instituio conta com cerca de 2.600 alunos, do Ensino Fundamental ao Mdio, e est alinhada aos desafios

    da educao para o novo milnio,

    assumindo como misso a exceln-

    cia acadmica para a vivncia dos

    valores humanos e cristos.

  • 30 31Em Em

    NA PAZ DO SENHORPE. VICTORIANO BAQUERO MIGUELPor Pe. Carlos Henrique Mller e Pe. Jos Carlos Brandi Aleixo

    O padre Victoriano Baquero Miguel nasceu em 13 de ju-nho de 1923, em Noceda del Bierzo, Len (Espanha). Foi batizado

    no dia 18 de junho do mesmo ano, em San Justo de Cabanillas. Seus primei-

    ros estudos aconteceram em Valbue-

    na de Pisuarga, Palencia.

    No dia 16 de junho de 1942, in-gressou na Companhia de Jesus, em

    Salamanca (Espanha), onde emitiu os

    primeiros votos no dia 16 de junho de 1944. Estudou Filosofia na universi-dade espanhola de Comillas, de 1947 a 1950. Depois do Magistrio em Vigo, na Espanha, no Colgio del Apstol

    Santiago, de 1950 a 1953, veio para o Brasil. Em So Leopoldo, no Rio Gran-

    de do Sul, fez os estudos de Teologia

    no Colgio Cristo Rei, de 1954 a 1957.Foi ordenado presbtero, em So

    Leopoldo, no dia 12 de dezembro de 1956, por dom Vicente Scherer. Sua Terceira Provao aconteceu em Trs

    Poos, Volta Redonda (RJ), no ano de

    1959, sendo instrutor o padre Csar Dainese. Emitiu os ltimos votos em

    Goinia (GO), no dia 2 de fevereiro de 1961, onde os recebeu do padre Jos Maria Correa.

    O padre Jos Carlos Brandi Aleixo,

    colega de trabalho e companheiro de

    comunidade no Centro Cultural de Bra-

    slia (CCB), d o seguinte testemunho:

    Em 1952, houve importante mu-dana na Provncia Jesuta do Brasil

    Central. Os estados de Minas Gerais,

    Gois e Esprito Santo passaram a cons-

    tituir a Vice-provncia Goiano Mineira,

    PADRE BAQUERO

    VIVEU CONFORME

    A MXIMA INACIANA:

    EM TUDO AMAR E SERVIR

    vinculada florescente Provncia espa-

    nhola de Len. Esta, com a exitosa ex-

    perincia de muitos anos de trabalho

    nas Antilhas, passou a destinar ao Bra-

    sil zelosos missionrios.

    Victoriano Baquero, com ardor

    apostlico mpar, trabalhou no Col-

    gio dos Jesutas de Juiz de Fora (MG),

    na Universidade Catlica de Goinia,

    na Pontifcia Universidade Catlica do

    Rio de Janeiro e no Centro Cultural de

    Braslia (CCB). Nos seus ltimos quatro

    anos, viveu na Belo-horizontina Resi-

    dncia Luciano Brando e nela faleceu

    em 24 de janeiro de 2018. Tive o privil-gio de conviver com ele, na capital bra-

    sileira, de 1995 a 2012.

    Victoriano Baquero conjugou, dina-

    micamente, seus estudos de Humani-

    dades, Filosofia, Teologia e Psicologia.

    Na rea acadmica, merece particular

    relevo seu labor no lanamento e con-

    solidao do curso de Psicologia, na

    Universidade Catlica de Gois.

    Na leitura de catlogos anuais dos

    Jesutas no Brasil, verificamos que

    Pe. Baquero exerceu seu apostolado

    em funes variadas e valiosas, como

    orientador de Exerccios Espirituais;

    fomentador de Comunidades Espiri-

    tuais; assistente da Associao de An-

    tigos Alunos da Companhia de Jesus

    (ASIA); pregador; confessor; escritor

    da Histria da Casa em que residia; e

    membro do Centro de Teologia Espiri-

    tual (CINTESP).

    Padre Victoriano Baquero publicou

    as seguintes obras: Otimismo vida, pessi-

    mismo morte; Autobiografia; Processo de

    Integrao; Afetividade integrada liber-

    tadora; Psicoterapia centrada no corpo;

    Aldeia Juvenil; Discernimento Vocacional.

    Pessoas que o conheceram testemu-

    nham sobre seus predicados: zelo apos-

    tlico, desprendimento; disponibilida-

    de; capacidade de consolar os aflitos.

    Padre Baquero viveu conforme a mxi-

    ma inaciana: Em tudo amar e servir.

  • 30 31Em Em

    AGENDA

    Centro Loyola de F, Cultura e Espiritualidade de GoiniaTema Descobrindo e cultivando o SER na tica crist psicoespiritual Local Goinia (GO)Professora Ir. Teresinha Del Acqua, OSFSite centroloyola.com.brTel.: (62) 3251-8403

    Casa de Retiros Padre Anchieta CARPALocal Rio de Janeiro (RJ) Orientador Pe. Raniri de Arajo Gonalves, SJSite www.casaderetiros.org.brTel.: (21) 3322-3069

    Casa MAGIS ManresaLocal Cascavel (PR)Site www.casamanresa.wix.com/siteTel.: (45) 3323-3648

    Centro de Espiritualidade Cristo Rei CECREI Local So Leopoldo (RS)Orientador Pe. Miguel Schroeder, SJSite cecrei.org.brTel.: (51) 3081-4200

    Centro MAGIS BurnierLocal Braslia (DF)Local Goinia (GO)Facebook www.facebook.com/CentroMagisBurnierTel.: (61) 3426-0400


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