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UFSC - Universidade Federal de Santa CatarinaPrograma de Ps-Graduao em
Engenharia de Produo
Luiz Roberto de Lima
DESIGN DE EMBALAGENS FLEXVEIS PARAIMPRESSO EM ROTOGRAVURA
Dissertao de Mestrado
Florianpolis2004
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Luiz Roberto de Lima
DESIGN DE EMBALAGENS FLEXVEIS PARAIMPRESSO EM ROTOGRAVURA
Dissertao apresentada ao
Programa de Ps-Graduao em
Engenharia de Produo da
Universidade Federal de Santa Catarina
como requisito parcial para obteno do
grau de Mestre em Engenharia de Produo
Orientadora: Prof. Alice Theresinha Cybis Pereira, Ph.D.
Florianpolis
2004
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Luiz Roberto de Lima
DESIGN DE EMBALAGENS FLEXVEIS PARAIMPRESSO EM ROTOGRAVURA
Esta dissertao foi julgada e aprovada para obteno do grau de Mestreem Engenharia de Produo no Programa de Ps-Graduao da
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianpolis, 28 de setembro de 2004.
__________________________________Prof. Edson Pacheco Paladini, Dr.
Coordenador do Curso
Banca Examinadora
___________________________________ ___________________________________
Prof. Paulo Cesar Machado Ferroli, Dr. Prof. Eugnio Andrs Daz Merino, Dr.Universidade Federal de Santa Catarina Universidade Federal de Santa Catarina
Orientadora
__________________________________
Prof. Alice Teresinha Cybis Pereira, Ph.D.Universidade Federal de Santa Catarina
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Agradecimento:
Agradeo a todos que, direta ou indiretamente,
colaboraram com a execusso deste trabalho,
minha orientadora, os professores do PPGEP,
meus amigos da UNIVALI, e os profissionais que
colaboraram com a pesquisa deste trabalho.
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Resumo
Lima, Luiz Roberto de. Design de embalagem flexveis para
impresso em rotogravura. 2004. 93f. Dissertao (Mestrado em
Engenharia de Produo) - Programa de Ps-Graduao em Engenharia
de Produo, UFSC, Florianpolis.
Este estudo tem por objetivo fornecer subsdios e informaes sobre
o desenvolvimento de embalagens flexveis para impresso emrotogravura. Foi desenvolvido a partir de informaes, dados e
situaes vivenciadas durante dez anos de trabalho (1987 / 1997),
na rea de desenvolvimento de embalagens flexveis para
impresso em rotogravura, e fundamentado em pesquisa cientfica
na rea do design grfico e rotogravura e pesquisa de campo junto
a empresas de embalagens flexveis e escritrios de Design quedesenvolvem estes tipos de embalagens. Aborda os parmetros
tcnicos e processos que influenciam no desenvolvimento e
produo destas embalagens, visando dar subsdios ao designerna
gesto do desenvolvimento do produto. Observa fatores limitadores
e direcionadores, que podem proporcionar a otimizao da
produo, tanto no aspecto prtico, quanto no aspecto econmico,
e na qualidade final da embalagem.
Palavras-chaves: Design; Embalagem; Produo.
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A b s t r a c t
Lima, Luiz Roberto de. De s i g n o f p a c k i n g f l e x i b l e f o r
i m p r e s s i o n i n r o t o g r a v u r e . 2004. 93f. Dissertao (Mestrado em
Engenharia de Produo) - Programa de Ps-Graduao em Engenharia
de Produo, UFSC, Florianpolis.
This study it has for objective to supply subsidies and information
on the development of flexible packings impression in rotogravure.
It was developed from information, data and situations lived deeply
during ten years of work (1987/1997), in the area of development
of flexible packings for impression in rotogravura and based on
scientific research in graphic design and rotogravura area and
research of together field to the companies of flexible packages and
design offices that develop these kinds of packings. It approachesthe parameters technician and processes that influence in the
development and production of these packings, aiming at to give
subsidies to designer in the management of products development.
It observes limiter factors and direcionadores, that can provide the
otimization of the production, as much in the practical aspect, how
much in the economic aspect, and the final quality of the packing.
Keywords: Design; Packing; Production.
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SUMRIO
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .01
1.1 Identificao do problema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
1.2 Questo da pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
1.3 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
1.4 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 05
1.5 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
2 A EMBALAGEM E A ROTOGRAVURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
2.1 Breve histrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
2.2 Embalagem no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3 A rotogravura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 DESIGN DA EMBALAGEM FLEXVEL E ASPECTOS TCNICOS DA
ROTOGRAVURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.1 Design da embalagem flexvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
3.2 Aspectos tcnicos da rotogravura . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2.1 Estruturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2.2 Dimensionamento e equipamentos de envase . . . . 32
3.2.3 Impresso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.2.4 Nmero de cores / padro. . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.2.5 Fundos e cores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39
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3.2.6 Traos, contornos, textos, espessuras e cores . . . . 41
4 PESQUISA DE CAMPO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.1 Desenvolvimento e procedimentos da pesquisa de campo. 44
4.2 Anlise da pesquisa de campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.3 Visita tcnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.3.1 Anlise da visita tcnica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4.4 Sntese da pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5 SISTEMATIZAO DA INFORMAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.1 Definio de layout . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68
5.2 Artefinalizao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.3 Recomendaes para desenvolvimento de embalagem . .73
6 CONCLUSO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
6.1 Recomendaes para futuros trabalhos . . . . . . . . . . . . . 78
7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Esquematizao da metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Figura 02: Marcas e rtulos gravados em pedras (litografia). . . . . . . . 09
Figura 03: Rtulos impressos em cromolitografia (Itlia 1890). . . . . 09
Figura 04: Pomada Minancora (1915) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Figura 05: Cartazes do Guaran Antrctica (1928) e creme dental
Kolynos (1939). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Figura 06: Cartazes do chocolate em p Toddy (1949) e Biotnico
Fontoura (1952) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Figura 07: Leite Condensado Moa em 1938 e atualmente. . . . . . . . . 15
Figura 08: Chocolat Diamante Negro (1938). . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Figura 09: Bombom Sonho de Valsa (1938) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Figura 10: Revista O Cruzeiro n 1 10/11/1928 . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 11: Retcula de rotogravura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 12: Segmento caf. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 13: Segmento laticneos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 14: Segmento pet foods . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 15: Segmento biscoitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 16: Fluxograma do processo de produo de uma indstria de
embalagem flexvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Figura 17: Estrutura de embalagem para caf tipo almofada . . . . . . . 30
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Figura 18: Estrutura de embalagem para caf vcuo. . . . . . . . . . . . 31
Figura 19: Estrutura para tampas de bandeja de iogurte . . . . . . . . . . 32
Figura 20: Bobinas impressas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 21: Bobinas e embalagens impressas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 22: Empacotadora flexflow vertical Fabrima . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 23: Planta de mquina Fabrima. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 24: Impressora rotativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 25: Desenho esquemtico de impressora de rotogravura . . . . 37
Figura 26: Sequncia de impresso das cores e cores de fundo . . . . 40
Figura 27: Textos, traos e tolerncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Figura 28: Embalagem Biscoito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Figura 29: Embalagem Snack . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 30: Dept de Arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 31: Pr-impresso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 32: Scanner cromo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 33: Gravadoras de cilndros eletromecnica . . . . . . . . . . . . . . 51
Figura 34: Detalhe gravao do cilndro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 35: Impressora 09 cores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 36: Impressora 09 cores Profama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 37: Laminadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 38: Metalizadora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
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Figura 39: Refiladeira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Figura 40: Laboratrio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Figura 41: Fbrica de tintas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Figura 42: Depsito de cilindros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Figura 43: Mapa conceitual da informao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Figura 44: Esquematizao para definio de layout . . . . . . . . . . . . . 68
Figura 45: Layout embalagem de caf. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Figura 46: Planificao (L J) para embalagem de caf . . . . . . . . . . . 70
Figura 47: Arte final de embalagem de caf . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Figura 48: Diagrama concluso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
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1. INTRODUO
A embalagem a vitrine de uma indstria. Representa um setor da
economia que envolve alta tecnologia em materiais, processos e
equipamentos e a participao de diversas empresas e profissionais
envolvidos em sua elaborao.
O mercado estimado de embalagens movimenta no mundo mais de
US$ 500 bilhes de dolares e vem crescendo continuamente. No Brasil,
tambm no diferente, a indstria brasileira de embalagensmovimentou em 1997 US$ 12 bilhes devendo alcanar at 2005 a sifra
de US$ 18,5 bilhes, de acordo com projees feitas pelo Centro de
Tecnologia de Embalagens, Mller Associados e Datamark, e que do uma
amostra do mercado nacional de embalagens. (MESTRINER, 1999)
De acordo com a SPDESIGN (2003?), o nmero de fabricantes de
embalagens no Brasil varia conforme a fonte pesquisada. Segundo a
empresa de consultoria Datamark (nica empresa dedicada pesquisa
sobre demanda de materiais para embalagem no Brasil) o nmero de
indstrias do setor de embalagens no Brasil de aproximadamente 2 mil
empresas, sendo 200 de mdio e grande portes. A ABRE, Associao
Brasileira de Embalagens, estima este nmero em 3 mil, enquanto que o
Centro de Tecnologia de Embalagem de Alimentos (Cetea) trabalha com
um nmero prximo de 6 mil produtores.
Ainda segundo a SPDESIGN (2003?), o segmento de embalagens
flexveis considerado um dos mais modernos do setor e tem crescido no
mundo todo. No Brasil, representa atualmente cerca de R$ 2,25 bilhes,
segundo a Associao Brasileira das Indstrias de Embalagens Flexveis
(Abief). Vem acelerando o desenvolvimento da tecnologia de produo na
rea de filmes, onde vrias empresas esto concentrando seus
investimentos. Dotado de equipamentos sofisticados, esse segmentoatende principalmente indstria alimentcia e de higiene pessoal.
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Os principais materiais utilizados pela indstria na confeco das
embalagens flexveis so: filmes plsticos (como polipropileno,
polietileno, pvc, polister), alumnio e papel.
Alm dos aspectos econmico e industrial, a embalagem umaferramenta de marketing do produto, uma das melhores maneiras de
apresentao do produto no mercado, promovendo uma exposio
permanente at o seu consumo. Ela pode proporcionar ao produto um
diferencial em relao aos produtos similares no mercado, concorrentes
diretos e pode determinar, no caso de alguns produtos, a deciso de
compra no prprio local de venda. Portanto ela tem um grande poder de
comunicao junto ao consumidor.
Na formao de custo do produto, a embalagem tambm representa
um papel importante. Existem produtos em que a embalagem o
principal componente de custo, como a gua mineral, por exemplo.
Contudo, ela um fator determinante na competitividade entre as
empresas, pois o correto dimensionamento e manuseio das embalagens
na linha de produo implica diretamente na produtividade, estoques,
transporte, armazenamento e manuteno da qualidade do produto.
(CENTRO PORTUGUS DE DESIGN, 1997)
1.1 Identificao do problema
No segmento de embalagens flexiveis, produzidas a partir doprocesso de impresso em rotogravura, assim como outros processos, h
a necessidade de que se tenha conhecimento dos aspectos tcnicos de
produo e seus respectivos procedimentos.
A falta destes conhecimentos provocam, invariavelmente, um
retrabalho nos projetos j aprovados e finalizados pelos clientes,
por ocasio do incio do processo de produo das embalagens,
provocando atrasos nos cronogramas de desenvolvimento,
dificultando e onerando o custo do trabalho de produo ao
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provocar um tempo maior no acerto de mquina e controle da
qualidade, aumentando a margem de quebra na produo, podendo
prejudicar o beneficiamento das embalagens e a operacionalidade
de envase, enfim, podendo prejudica a qualidade final daembalagem e do processo.
Por isso, muito importante que os profissionais de design tenham
conhecimento das etapas do processo que envolvem a produo das
embalagens flexveis impressas em rotogravura para, assim, gerirem o
desenvolvimento das mesmas com a necessria fundamentao tcnica,
para se obter os melhores resultados possveis e garantir a integridade do
trabalho de criao e sua qualidade.
A bibliografia na rea em questo mostra-se insuficiente para suprir
a demanda por conhecimento de processo na gerao, desenvolvimento e
produo de design de embalagens para impresso em rotogravura. O
conhecimento tcnico do processo de rotogravura est localizado na
indstria e nos cursos de formao tcnica em artes grficas, como o
caso da escola Senai de Artes Grficas Theobaldo Denigris, em So Paulo.Compilar estes conhecimentos tcnicos e disponibiliz-los aos
profissionais de design e estudantes uma necessidade que pode ser
suprida utilizando-se cursos de extenso, edio de livro ou ainda a web.
1.2 Questo da pesquisa
Configura-se como questo desta pesquisa investigar e identificar os
problemas que envolvem o desenvolvimento do design de embalagens
flexveis impressas em rotogravura, que influenciam na sua produo
junto indstria de embalagens.
1.3 Objetivos
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Como objetivo geral, esta pesquisa busca sistematizar informaes
sobre as especificidades da rea de impresso de embalagens flexveis
em rotogravura, que influenciam no desenvolvimento do projeto dasmesmas, visando a disponibilizao destas informaes a profissionais e
estudantes de Design.
Os objetivos especficos so:
Demonstrar, atravs de pesquisa cientfica na rea do design,
a necessidade do designer trabalhar integrado com a indstria, conhecer
as peculiaridades que envolvem a produo e o beneficiamento das
embalagens flexveis, necessidades estas identificadas tambm, atravs
de pesquisa de campo junto grficas e escritrios de Design que
trabalhem com embalagem flexvel;
Identificar, atravs de entrevistas junto a grficas quais
problemas relativos ao design das embalagens que mais ocorrem e que
comprometem o trabalho de produo;
Sistematizar informaes sobre projeto de embalagens
flexveis impressas em rotogravura, obtidas atravs das entrevistas junto
a escritrios de design; saber com que freqncia projetos de
embalagens para impresso em rotogravura so executados. Como
adquiriu-se o conhecimento sobre o processo, e quais as dificuldades
encontradas;
Reunir informaes sobre os aspectos tcnicos que envolvem oprocesso de produo de embalagens impressas em rotogravura;
Oferecer uma viso do fluxo de trabalho em uma empresa
fabricante de embalagens flexveis;
Sistematizar e estruturar o conhecimento de forma que
possibilite disponibilizar as informaes reunidas neste trabalho, de
maneira que os designers, profissionais e estudantes, assim como,
pessoas interessadas no assunto possam compartilhar destes
conhecimentos;
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Contribuir para a otimizao no desenvolvimento de
embalagens, na rea em questo, principalmente no que se refere
produo, evitando contratempos, minimizando custos, e garantindo a
qualidade do produto final.
1.4 Metodologia
Pesquisa de natureza aplicada baseando-se em :
- reviso bibliogrfica na rea de design grfico, explorando os
conceitos, mtodos e processos na rea de rotogravura, explorandoos processos produtivos, tecnologia e particularidades do setor;
- pesquisa explorativa de sites na rea especfica de impresso
voltada para embalagens flexveis;
- pesquisa de campo, qualitativa, junto grficas e escritrios de
design que trabalhem com embalagens flexveis, visando explorar
e delimitar melhor as questes que envolvem os problemas com aproduo das embalagens;
- visita tcnica a grficas para documentar o processo produtivo em
rotogravura, objetivando identificar os problemas que ocorrem
durante a produo das mesmas;
- compilao das informaes como proposta de estruturao do
conhecimento em rotogravura, para disponibilizar aos profissionais
e estudantes de design, visando otimizar o processo de
desenvolvimento de embalagens flexveis impressas em
rotogravura, desde o desenvolvimento do projeto pelo designer e
sua integrao com o setor produtivo, envolvendo os diferentes
profissionais que participam do processo.
Na figura 1 a seguir, est exposto um quadro esquemtico
referente metodologia aplicada ao desenvolvimento do trabalho.
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Pesquisa Bibliogrfica Pesquisa Campo
Design Rotogravura
ConceitosMtodos
Processos
ProcessoTecnologia
Particularidades
Escritrios deDesign
Ind. Grfica
ConhecimentoIntegrao Ind.
Dificuldades
Informaes 1 Informaes 2
Anlise e Sntese
Procedimentos eRecomendaes
ProduoProcedimentos
Problemas
Figura 01: Esquematizao da metodologia
1.5 Estrutura do trabalho
O trabalho compem-se de 6 captulos, sendo o primeiro relativo ao
que tratamos acima.
O captulo 2 trata do contexto histrico do design de embalagens
situando a rotogravura neste contexto.
O captulo 3 trata do processo de gesto do design de embalagens
flexveis e os parmetros tcnicos que envolvem a rotogravura.
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O captulo 4 traz o delineamento da pesquisa de campo
desenvolvida junto grficas e escritrios de design sua anlise e
sntese.
O captulo 5 mostra a sistematizao e estruturao da informao,obtida atravs da pesquisa, em forma de recomendaes para os
procedimentos no desenvolvimento de embalagens, e disponibilizando o
conhecimento necessrio sobre rotogravura aos designers que trabalham
com o desenvolvimento de projetos de embalagens flexveis e aos
estudantes de design.
O captulo 6 conclui o trabalho fazendo uma anlise qualitativa de
seu desenvovimento, observando dificuldades e limitaes, e checando os
objetivos definidos pelo trabalho, assim como apresenta tambm algumas
recomendaes para futuros trabalhos.
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2. A EMBALAGEM E A ROTOGRAVURA
2.1 Breve histrico
A embalagem sempre fez parte de nossa vida desde os primrdios
da humanidade. Eram extradas da natureza, conchas, cabaas, crnios,
com o objetivo de proteo, transporte e armazenamento de alimentos. O
homem observou, aprendeu e copiou a natureza, criando utenslios de
barro, cacimbas, vasos. Suas nicas funes eram a de conter, proteger e
transportar.No sculo XV, com as grandes navegaes e a expanso do
comrcio surgiram as primeiras empresas dedicadas ao comrcio de
mercadorias em escala mundial. Cresce a necessidade de se identificar o
produto, pois, alm de discriminar, tambm era necessria a identificao
da origem do mesmo.
Com a Revoluo Industrial, surgem as grandes invenes de
mquinas e equipamentos que vo contribuir com a expanso da
indstria na europa e no mundo. Em 1798, a inveno da mquina de
fazer papel por Nicolas-Lois Robert e a descoberta do princpio da
litografia1 por Alois Senefelder, popularizaram os rtulos que, j em
1830, eram usados em grande escala em diversas formas e para os mais
variados produtos. Nesta poca tambm, foi inventada, por volta de 1784
por Thomas Bell, o processo de rotogravura, onde o grafsmo era gravadoem baixo relevo em uma superfcie plana ou cilndrica e esta recebia
entintamento e sobre o mesmo era precionado o papel que recebia a
imagem gravada. (CAMIN FILHO, 1998)
1Processo de impresso semelhante ao off-set (impresso com chapa de alumnio e rolode borracha) utilizado principalmente na impresso de embalagens de ao.
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Figura 02: Marcas e rtulos gravados em pedras(litografia)
Fonte: http://www.eba.ufmg.br/acontece/noticias/20040218no-litografia.html
Porm, ainda faltava a descoberta da um processo de impresso
em cores. E foi em 1850 que George Baxter descobriu a cromolitografia,
concretizando o que se considera a primeira soluo satisfatria de
impresso em cores. Essa tcnica possibilitou a incluso de imagens
chamativas e cenas que descreviam a utilizao do produto, agregando
mais funes ao rtulo.
Figura 03: rtulos impressos em cromolitografia ( Itlia 1890 )
Fonte: http://www.arengario.it/archivio/gastrono/eticliqu.htm - 16/09/2004
Durante este perodo acrescentou-se aos rtulos dos produtos a
utilizao de brases, medalhas, faixas, bordas e letras decorativas. As
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embalagens utilizavam o estilo orgnico e sinuoso do momento, o art
nouveau2, que persistiu at meados de 1915.
No Brasil, a histria segue os mesmos passos, influenciados pelos
europeus, principalmente os portugueses.
2.2 Embalagem no Brasil
Segundo a HISTRIA DA EVOLUO DA EMBALAGEM NO BRASIL,
EVOLUO DE SUCESSO (2003), em 1808, a Corte Portuguesa transfere-
se para o Brasil, num total de 12 mil pessoas. Portugal havia sidoinvadido por Napoleo no final de 1807 por ter rejeitado o bloqueio
continental decretado pela Frana contra o comrcio com a Inglaterra.
Chega em janeiro Bahia e depois segue para o Rio de Janeiro,
onde instala a sede do governo. Entre as primeiras decises tomadas por
Dom Joo VI est a abertura dos portos s naes amigas. Com isso, o
movimento de importao e exportao desviado de Portugal para o
Brasil. A medida favorece tantos os ingleses, que fazem de Portugal a
porta de entrada de seus produtos para a Amrica Espanhola, quanto os
produtores brasileiros de bens para mercado externo. Dom Joo VI
tambm concede permisso para o funcionamento de fbricas e
manufaturas no Brasil.
Durante o perodo colonial, o Brasil esteve proibido de praticar
qualquer atividade produtiva que competisse com Portugal ouprejudicasse os interesses da metrpole. Por isso, os primeiros esforos
importantes para a industrializao no pas ocorrem somente na segunda
2O Art Nouveau foi o primeiro movimento orientado exclusivamente para o design. Porisso, seu estilo marcado, algumas vezes, pela decorao elaborada e superficial epelas formas curvilneas ou sinuosas. O Art Nouveau importante para o artista grficopor causa do estilo que fixa a pgina impressa; por sua influncia na criao deformatos de letras e de marcas comerciais; por sua criao e primeiro desenvolvimento
dos modernos posters. O design grfico foi tambm influenciado pela contribuio do ArtNouveau, relacionando as reas da moda, de tecidos e moblias, da mesma forma que odesign de objetos populares, como vasos e lamparinas Tiffany, artigos de vidro Lalique eestampas Liberty. (ROCHO, 2003?)
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metade do sculo XIX, no Imprio, como por exemplo a fbrica do
portugus Francisco Igncio da Siqueira Nobre, na Bahia, em 1810, que
produzia vidros lisos, de cristal branco, frascos, garrafes e garrafas.
Durante o Segundo Reinado, empreendedores brasileiros comoIrineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mau, e grupos estrangeiros,
principalmente ingleses, investem em estradas de ferro, estaleiros,
empresas de transporte urbano e gs, bancos e seguradoras. No final do
sculo XIX e ncio do sculo XX surgem as primeiras indstrias no pas.
Por utilizarem uma tecnologia mais simples e exigirem menos
capital, em geral, elas eram voltadas para a produo de bens de
consumo. Segundo recenseamento realizado em 1907, o Brasil estava
com 3.120 estabelecimentos industriais, sendo que 662 delas instaladas
no Rio de Janeiro.
Ainda segundo a HISTRIA DA EVOLUO DA EMBALAGEM NO
BRASIL, EVOLUO DE SUCESSO (2003), com a evoluo do mercado e
o aparecimento de mais empresas, cresce tambm a competitividade
entre os produtos, tornando a embalagem um fator de influncia nadeciso de compra dos consumidores, isto faz aumentar ainda mais a
preocupao com o visual, pois mais do que simplesmente informar, a
embalagem tinha que atrair e agradar.
Figura 04: pomada Minancora (1915)Fonte: http://www.furg.br/portaldeembalagens/dez/historia.html
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Ao fim da Primeira Guerra Mundial, inmeras marcas j haviam se
consolidado no mercado e seu visual caracterstico comeava a se
transformar em cones de marca e consumo. Aos elementos visuais que
j eram utilizados juntaram-se as imagens que, graas aos avanos
tcnicos de impresso, j podiam ser reproduzidas com maior fidelidade.
Nos anos 20 comeou a aparecer um novo estilo de embalagem
com desenhos mais limpos e claros, influenciados pelas cores vivas e
linhas angulares do movimento art dco3. E j por volta de 1930, a arte
grfica se tornou notavelmente mais ousada e simples, atraindo de forma
mais imediata.
3Movimento das artes decorativas cultivado pela sociedade de massa que influencia asartes plsticas e a arquitetura. Surge na dcada de 20 e ganha fora nos anos 30 naEuropa e nas Amricas. Mistura os princpios do cubismo com elementos clssicos.Edifcios, esculturas, jias, luminrias e mveis so geometrizados. O movimento deveseu nome Exposio Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas,realizada em Paris em 1925. Na mostra, obras de nus femininos, animais e folhagensso apresentadas em cores discretas, traos sintticos, formas estilizadas ougeomtricas. Muitas peas exibem marcas de civilizaes antigas. o caso de umaescrivaninha de madeira laqueada, marfim e metal que reproduz um templo asteca. Ao
lado de objetos industrializados, existem peas produzidas artesanalmente com umnmero limitado de cpias. Ao contrrio do design criado pela Bauhaus no art dco nose exige funcionalidade. O estilo pode ser visto como uma tentativa de modernizar o artnouveau. (ENCICLOPDIA DE ARTES VISUAIS, 2000?)
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Figura 05: Cartazes do Guaran Antarctica (1928) e creme dental Kolynos(1939).
Fonte: http://www.furg.br/portaldeembalagens/dez/historia.html
Porm, o grande salto ocorreu com o surgimento dos
supermercados, logo aps a Segunda Guerra Mundial. Como no haviamais intermedirios entre os produtos e os consumidores, ou seja, o
vendedor no est mais presente durante a compra para explicar as
caractersticas do produto, ento, a embalagem teve que assumir novas
funes: ser auto-explicativa, conter todas as informaes necessrias e
despertar o desejo de compra do consumidor, ou seja, se vender. A
embalagem estava se transformando num instrumento de publicidade,
estabelecendo um conjunto de valores na mente do consumidor atravsdas imagens, e construindo uma linguagem visual prpria e carac-
terstica para cada categoria de produto.
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Figura 06: Cartazes do chocolate em p Toddy (1949) e Biotnico Fontoura(1952).
Fonte: http://www.furg.br/portaldeembalagens/dez/historia.html
Com o marketing, o potencial das embalagens e sua importncia na
comunicao passaram a ser percebidos pelas empresas, firmando que o
design da embalagem fundamental para o sucesso de um produto.
Porm, para que haja o sucesso esperado, necessrio que osprofissionais de marketing e propaganda conheam o funcionamento do
design de embalagem, para poder aplic-lo eficientemente em seus
produtos. Perceber mais claramente eventuais deficincias que possam
conter importante para que a embalagem no prejudique seu
desempenho no ponto-de-venda. (HISTRIA DA EVOLUO DA
EMBALAGEM NO BRASIL, EVOLUO DE SUCESSO, 2003).
Hoje, existe grande variedade de produtos oferecidos ao
consumidor, em um mercado altamente competitivo e exigente. Nota-se
que um grande nmero de produtos datam do perodo ps Segunda
Guerra Mundial, e at anterior. So produtos que se consolidaram no
mercado, atravs das estratgias de marketing e de suas embalagens
inconfundveis.
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Figura 07: Leite Condensado Moa em 1938 e atualmente.
Fonte: http://www.furg.br/portaldeembalagens/dez/historia.html
No Brasil, quando o leite condensado foi importado em 1890,
adotou-se, por falta de um equivalente adequado em portugus, o nome
ingls Milkmaid. A dificuldade dos brasileiros para pronunciar o nome
transformou o produto em esse leite da moa, referindo-se ilustrao
da camponesa. Assim, quando a Nestl iniciou a produo do leite
condensado no pas, em 1921, optou pela utilizao da designao criada
espontaneamente pelos consumidores. Foi assim que surgiu a tradicional
marca Leite Moa.
Figura 08: Chocolat Diamante Negro (1938).
Fonte: http://www.furg.br/portaldeembalagens/dez/historia.html
O primeiro chocolate com crocante da Lacta foi lanado em 1938 e
batizado simplesmente de Chocolate Lacta. Era ano da Copa do Mundo, e
Lenidas da Silva, famoso jogador da Seleo Brasileira, pertencente ao
So Paulo Futebol Clube, foi apelidado pela imprensa paulista de
Diamante Negro por seu excelente desempenho. Inspirando-se neste
episdio, a Lacta colocou o nome de Diamante Negro no recm lanado
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chocolate. Porm, para diferenci-lo do jogador, adotou o smbolo do
diamante estilizado em sua embalagem.
Figura 09: Bombom Sonho de Valsa (1938).Fonte: http://www.furg.br/portaldeembalagens/dez/historia.html
Os bombons Sonho de Valsa foram lanados no Brasil em 1938, pela
Lacta, hoje Kraft Foods. De 1942 para c, a embalagem do Sonho de
Valsa permaneceu praticamente inalterada, apenas com sutis mudanas
no formato das letras, no selo e na roupa dos danarinos, e a introduo
de outros instrumentos musicais.
Estes produtos, hoje so marcas lder em seus segmentos.
2.3 A rotogravura
A rotogravura um sistema de impresso cujo nome deriva dasformas cilndricas e do princpio rotativo de suas impressoras. Utiliza
tintas lquidas base de solventes volteis (xileno, lcool ou thinner, so
os mais usados) de secagem rpida. O grafismo, gravao do cilndro,
feito em baixo relevo. Foi inventada por volta de 1784 por Thomas Bell.
Muito utilizada em revistas de grandes tiragens e na indstria de
embalagens flexveis.
No Brasil, a rotogravura comeou a ser explorada pelas editoras de
revistas, mais precisamente pela revista O Cruzeiro, com seu
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O principal mercado da rotogravura o segmento de embalagens
flexveis em geral e tambm semi-rgida, como as caixas de sabo em
p, por exemplo. A rotogravura ainda imprime padres em papel para
frmica e padres para heat transferem tecidos.
As principais caractersticas do processo de rotogravura so:
tintas lquidas e de secagem rpida;
matriz metlica e cilndrica, com a gravao em baixo relevo;
todas as imagens, (inclusive textos e chapados) so reticulados
no cilindro; e
imprime sobre diversos tipos de materiais flexveis (papis,
carto, alumnio e plsticos em geral).
Para se identificar um impresso feito pelo processo de rotogravura,
observe, atravs de lente de aumento ou conta-fios, as bordas de traos
finos e letras. Devido sua caracterstica de gravao, a rotogravura
apresenta imagens reticuladas, conforme ilustra a figura 11.
Figura 11: retcula de rotogravura.Fonte: http://www.abflexo-fta.com.br/faq_roto.htm.
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A rotogravura um processo caro, se comparado flexografia5ou
offset6, porm sua viabilidade econmica est vinculado s grandes
tiragens, ou seja, quanto maioir a quantidade feita com esse processo,
menor fica o custo unitrio. Os cilndros alcanam tiragens de at
10.000.000 de cpias e ainda podem ser regravados.
Na rea de embalagens flexveis, a rotogravura comeou a se
desenvolver na dcada de 70, nomercado brasileiro, com o crescimento
do mercado consumidor e a exigncia da indstria alimentcia por
embalagens de melhor qualidade. Nesta poca foram impressas as
primeiras embalagens do drops Dulcora, do lanchinho Mirabel, chocolate
Prestgio, entre outros, pelo processo de rotogravura. A matria-primautilizada era o papel celofane e o alumnio. (SANTA ROSA EMBALAGENS,
2003).
5Segundo o ABC da ADG, Glossrio de termos e verbetes utilizados em design grfico,flexografia o processo de impresso cilndrica ou rotativa que emprega, como matriz,chapas de borraha ou plstico macio, fotogravadas em relevo, e utiliza tintas volteis,de secagem rpida. Considerado simples e econmico, esse processo produz superficiesimpressas com brilho, oferecendo vast agama de cores, sendo mais adequado parareproduo de originais com chapados, linhas e retcula grossa.
6Offset, de acordo com o ABC da ADG, Glossrio de termos e verbetes utilizados emdesign grfico, a forma comercial da impresso litogrfica. Mtodo de impressoplanogrfico, no qual as reas de imagens e no-imagens esto no mesmo plano nachapa de impresso. Uma chapa granulada de metal, alumnio ou zinco, recebe uma
gravao da imagem a ser impressa pelo processo fotoqumico (fotolitografia). A chapa,matriz, instalada em um dos cilindros da impressora, ao imvs de imprimirdiretamente sobre o papel, transfere a imagem para um outro cilindro revestido deborracha que finalmente imprimi na folha de papel.
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Figura 12: Segmento caf.
Fonte: http://www.santarosaembalagens.com.br/?id=16&ProductID=127&key.
Figura 13: Segmento laticneos.
Fonte: http://www.santarosaembalagens.com.br/?id=16&ProductID=127&key.
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3. DESIGN DA EMBALAGEM FLEXVEL E ASPECTOS TCNICOS DA
ROTOGRAVURA
3.1 Design da embalagem flexvel
Para o ICSID (International Conscil of Societies of Industrial
Design), o designer aquele que se qualifica por sua formao,
conhecimentos tcnicos, experincia e sensibilidade em determinar
materiais, estruturas, mecanismos, formas, tratamento de superfcie edecorao dos produtos fabricados em srie, por meios de procedimentos
industriais. (MAGALHES, 1997).
O processo de design, hoje um dos principais diferenciais de
qualidade que produtos e empresas podem ter, ele gera vantagens
competitivas, agregando valor e melhorando posicionamento de produtos
e marcas em relao aos seus competidores no mercado. (SANTOS,
2000).
Segundo CARMIM FILHO (1998), o designer, em decorrncia de
sua formao multidisciplinar com habilidades especficas, deve ser
encarado como elemento indispensvel na equipe de projetos de novos
produtos. Para se concluir com exito o desenvolvimento de um projeto, o
designer deve ter viso empresarial e mercadolgica, pois estar
desenvolvendo um produto de conscientizao abrangente, envolvendono somente o consumidor final, como tambm outros elementos do
processo, como os comerciantes, fornecedores e a logistica de
distribuio. Significa tambm determinar o papel daquele produto dentro
do portiflio dos produtos da empresa fabricante e de seus processos
produtivos, assim como, do processo produtivo da prpria embalagem,
interao com os profissionais envolvidos na produo destas, para que
se possa ter conscincia dos parmetros tcnicos que podem delimitar o
processo projetual do produto.
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Ainda, segundo CARMIM FILHO (1998), o design, o diferencial
estratgico e competitivo nas empresas para comercializao de seus
produtos. Transmite benefcios de carter emocional atravs das formas,
cores, concepo esttica e funcional e atravs das relaes ergonmicas,
ou seja, a forma adequada funo.
Para Melo (2000, p. 49), [] um projeto de embalagem , na
verdade, um projeto de identidade de um produto, to complexo quanto
a identidade de uma empresa.
O design, a programao visual, a cor e outros elementos
envolvidos na criao de uma embalagem, devem refletir a identidade da
marca do produto, seduzir o consumidor e impulsion-lo no ato da
compra. Alm de condicionar, transportar e conservar o produto (suas
funes primrias) a embalagem, fruto do planejamento estratgico,
deve identificar, exibir e vender nas gondolas dos super mercados,
exercendo a tarefa do vendedor.
Ainda segundo Melo (2000, p. 49), [] apesar da forte presena
de elementos de marketing em uma embalagem, h uma caractersticafundamental que a torna uma pea de design: parte intrnseca do
produto.
Analisando os conceitos e procedimentos exigidos do designer,
conclui-se que de extrema importncia que o profissional de design
tenha o conhecimento de todo o processo produtivo das embalagens e
mantenha contato com os profissionais envolvidos no processo, para
garantir a integridade e fidelidade do projeto desenvolvido, assim como,
otimizar a produtividade em todo o processo.
Segundo MUNARI (1997), um mtodo bsico para fazer projetos,
partir da identificao de constantes utilizadas em diversos outros
mtodos de projeto de design, consiste em: enunciar do problema,
identificar aspectos e funes; limites; disponibilidades tecnolgicas;
criatividade; e modelos. No que se refere disponibilidade tecnolgica,
ele diz: [] deve-se ter em conta que o projeto dever ser realizado
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mantenha-se informado sobre as novas tecnologias e processos, para que
ao desenvolver seus projetos, possa otimiz-los ao mximo, obtendo um
produto de qualidade e que contemple as necessidades e pr-requisitos
determinados seus objetivos.
3.2 Aspectos tcnicos da rotogravura.
Antes da abordagem dos aspectos tcnicos interessante que se
tenha uma viso do fluxo de trabalho desenvolvido em uma empresa
fabricante de embalagens flexveis. Nela, o trabalho pode chegar docliente, atravs do escritrio de Design, que desenvolveu a embalagem,
em forma de arquivo eletrnico, com o projeto todo desenvolvido e
aprovado, pronto para a produo. Este arquivo enviado ao
departamento de desenvolvimento da empresa, para que seja analisado e
homologado para a produo. Outra maneira, o trabalho chegar atravs
do Cliente, em forma de briefing7, para que seja desenvolvida a
embalagem no departamento de design da prpria empresa, este recurso utilizado frequentemente por empresas de pequeno e at mdio porte,
que no tm acesso aos grandes escritrios de design.
Na figura 16, pode-se observar o fluxograma do processo de
produo, bsico, de uma indstria de embalagem flexvel, onde aparece
toda a seqncia de trabalho utilizada na confeco da embalagem,
desde a entrada do trabalho, passando por diversos setores da empresa,
onde so providenciadas: matria-prima; programao de produo;
insumos; beneficiamento e expedio. Este fluxograma foi baseado no
processo produtivo utilizado em uma empresa de embalagens, localizada
no estado de So Paulo, a partir de experincia ao longo de 10 anos de
trabalho no setor de desenvolvimento de embalagens, podendo este,
7Briefing um resumo; srie de referncias fornecidas contendo informaes sobre o
produto ou objeto a ser trabalhado, seu mercado e objetivos. O briefing sintetiza osobjetivos a serem levados em conta para o desenvolvimento do trabalho. Muitas vezes,o designer auxilia em sua delimitao. Segundo o ABC da ADG, Glossrio de termos everbetes utilizados em design grfico.
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variar em alguns aspectos, com relao a outras empresas do mesmo
seguimento, porm no geral, o procedimento muito semelhante.
Pode-se notar que, o processo de produo de uma embalagem
envolve uma gama consideravel de profissionais, e aes coordenadas,para que se tenha um fluxo de produo continuo, e no menor espao de
tempo possvel.
beneficiamento
fluxogramadesign
comercialdesign industrial
pcplayoutInsumosmat. primacilindrosprogr. mq.logstica
aprov.
OK
preparao
filmes
preparao
gravao
gravao
impressomquinaprovas
aprov.cliente
sim
nolaminao metalizao
cortadeira
financeiro
briefing
expedio
acabamento
fotoqumico eletromecnico
Indstria de embalagens
cliente
foto rafia
Figura 16: Fluxograma do processo de produo de uma indstria de
embalagem flexvel.
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No fluxo de trabalho de um indstria de embalagem, o projeto da
embalagem pode chegar de duas formas; a partir do cliente, em forma de
briefingdiretamente para o departamento de design da empresa; ou do
cliente atravs de um escritrio de design para o departamento
comercial. Este ltimo o mais frequente.
Do departamento comercial, o trabalho segue para o departamento
de design da empresa para as devidas checagens dos arquivos digitais8,
cromos9, fontes10, etc.. Ao mesmo tempo, o pedido vai para o
departamento financeiro, para aprovao de crdito e para o industrial,
que envia ao PCP (Programao e Controle da Produo) onde sero
alocados os insumos, matria prima, cilindros, programao de mquinae logstica. Enquanto isto, a arte da embalagem segue do departamento
de design para o departamento de fotografia para a separao das cores
e preparao da gravao dos cilindros. Com os cilindros gravados, estes
vo para a mquina de provas, afim de se imprimir os padres de cores
da embalagem conforme solicitado pelo cliente.
Da mquina de provas, o trabalho segue para aprovao pelo
cliente ou escritrio de design, se no aprovado, este volta para a
mquina de provas para execuo de novos padres de cores; se
aprovado, segue para a impressora para execuo do trabalho. Da
impressora as bobinas mestras, que contm vrias embalagens impressas
em sua largura, seguem para o beneficiamento, laminao e/ou
metalizao e finalmente para o acabamento nas cortadeiras. Aqui a
bobina mestra refilada separando-se em bobinas unitrias por
embalagem. Depois, embaladas e enviadas ao cliente atravs da
expedio.
8Arquivo digital, segundo o ABC da ADG, glossrio de termos e verbetes utilizados emdesign grfico (1998), arquivo de informaes (texto e/ou imagem) gerado emcomputador; tambm arquivo eletrnico.9 Cromo, ainda segundo o ABC da ADG, a fotografia colorida em positivo, reveladasobre uma pelcula transparente de celulide.10Fonte, 1. conjunto de caracteres de um mesdma famlia tipogrfica, ou seja , cujo o
desenho siga um padro bsico de construo. 2. Arquivo de fonte digital, consiste emum conjunto de instrues para reproduzir uma srie de imagens (letras, nmeros esmbolos), com combinaes particulares de propriedades dimensionais, em umaimpressora e/ou tela de computador. (ABC da ADG, 1998)
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3.2.1 Estruturas
Algumas estruturas se compem por vrias camadas de diferentes
materiais, cada um com sua funo especfica. Como exemplo podemoscitar a estrutura de uma embalagem para caf torrado e modo, tipo
almofada.
Sua estrutura : um filme de BOPP ( Polipropileno bi-orientado) o
qual recebe a impresso pela sua face interna; aps a impresso, a
superfcie interna recebe uma metalizao, que tem a funo de proteger
o produto contra a ao da luz, e barreira parcial contra o oxignio e
umidade; e finalmente uma camada de celopoli (Polietileno), que serve
como material termo-soldvel para o fechamento da embalagem e
tambm isolar o produto do contato com a metalizao e as tintas e
solventes de impresso, conforme mostra a figura 17.
BOPPMetal.
Celopoli
Figura 17: Estrutura de embalagem para caf tipo almofada
Este tipo de impresso no pode receber qualquer tipo de janelapara a visualizao do produto, pelo fato de que a metalizao feita
sobre toda a superfcie do filme, sem a possibilidade de interrupo.
Outra estrutura utilizada para este mesmo produto, o caf torrado e
modo, so as de embalagens vcuo, que tem sua composio da
seguinte forma: filme de polister (PET), que recebe a impresso, por
dentro ou por fora; filme de alumnio, para barreira contra luz e umidade;
mais um filme de polister para reforar a barreira contra o oxignio; e
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um filme de celopoli (Polietileno), para a termocelagem, conforme mostra
a figura 18.
Figura 18: Estrutura de embalagem para caf vcuo.
PolisterAlumnioPolisterCelopoli
Neste tipo de embalagem, que fornecido na forma de saco, na
hora do envase do produto, o equipamento coloca o p de caf na
embalagem, compacta, e ao mesmo tempo retira todo o ar da
embalagem e sela imediatamente. Com este tipo de embalagem, e este
processo de envase, o produto tem o seu self-life11maior, ou seja, a vida
til do produto se estende por mais de um ano, em detrimento da
embalagem anterior que mantem a validade do produto por 60 90 dias.
Outro tipo de estrutura que pode-se citar a utilizada nas tampas
das bandejas de iogurtes com polpa, flans e pudins, compostas de: um
filme de alumnio, que recebe a impresso pelo lado externo; e um filme
de celopoli para a selagem da tampa. Tambm nestes produtos podem
ser utilizadas estruturas compostas por: Polister com impresso internaou externa, metalizao; e filme de celopoli para selagem, conforme
ilustra a figura 19.
11Self-life o termo utilizado para designar o tempo de vida til do produto, determina
seu tempo de validade.
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cores, conforme definidos no layout, respeitando as reas de selagem,
pista de leitura da fotoclula, que vai determinar o passo do equipamento
e acionar a selagem e corte da embalagem, ou seja, o tamanho e o
fechamento da embalagem, o bobinamento e demais parmetros
especificados na planificao, como mostrado a seguir:
Figura 22: Empacotadoraflexflowvertical Fabrima.
Fonte: http://www.fabrima.com.br/frame/home.html
O equipamento acima, figura 22, uma mquina de embalalar
caf, vertical, automtica, onde acoplada a bobina com o filmeimpresso da embalagem, o equipamento processa o filme de forma a
dosar a quantidade exata de caf em p, estipulado pelo operador da
mquina, faz as selagens inferior, posterior e superior, e o corte da
mesma.
Para que o equipamento opere corretamente o embalamento do
produto, se faz necessrio, ao desenvolver a embalagem, utilizar como
parmetros a planificao mostrada na figura 23:
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Uma impressora de rotogravura se compem de vrias estaes,
onde cada uma delas corresponde a uma cor a ser impressa, no caso do
diagrama abaixo, so 5 (cinco) as estaes, porm existem impressoras
de 10 e at 12 estaes, cada estao possui uma banheira de tinta (3),
um cilindro gravado em baixo relevo que recebe a tinta (1), uma faca de
raspagem (2), que retira toda a tinta da superfcie do cilindro deixando
somente a que est depositada nas reas de baixo relevo do cilindro, e
um rolo de borracha (4), que serve para pressionar o filme sobre o
cilindro gravado.
Figura 25: Desenho esquemtico de uma impressora de rotogravura.
Fonte: www.expromper.com.br
A bobina mestra, sem impresso (5), com at 1m de largura,
colocada na mquina onde receber a impresso das embalagens,
distribuidas, tanto no seu comprimento quanto na sua largura, e que
depois de impressa (7), ser fatiada e refilada, em equipamento
apropriado, as rebobinadeiras / refiladeiras, conforme o nmero deembalagens distribuidas na sua largura.
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Outro recurso muito importante, e utilizado em larga escala, so os
fundos em degrads, meios tons, que manipulados a partir dos
computadores, possibilitam inmeras combinaes de cores,
proporcionando efeitos visuais excelentes no monitor, mas no momento
da impresso podem ser desastrosos. O mais coerente se trabalhar com
duas ou no mximo trs cores nos degrads de fundo, sendo estas cores
sempre derivadas, por exemplo: ocre, amarelo e branco ou vermelho e
amarelo. Evite-se usar o preto ou cores que tenham muito preto em sua
composio, para o degrad, pois isso resultar em uma impresso com
aspecto sujo, conforme mostra a figura 26.
Impresso
interna
+ clara
+ escura
Impresso
externa
+ clara
+ escura
aspecto sujoboa combinao boa combinao
cores slidas cores transparentes
Figura 26: Sequncia de impresso das cores e cores de fundo.
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Outra questo muito importante no desenvolvimento da criao da
embalagem a utilizao de traos e contornos, por exemplo: no se
deve utilizar traos muito finos, ou mesmo textos, que tenham mais de
uma cor na sua composio, isto provocar fatalmente problemas de
registro principalmente no sentido de impresso do material. Isso ocorre,
porque, no processo de impresso a estrutura recebe a tinta, em seguida
passa pela estufa, onde recebe muito calor, 150 a 200C, para a secagem
da tinta, provocando uma dilatao em sua superfcie, quando ela chega
prxima estao para receber a outra cor, o seu registro fica crtico.
Por isso, se tem uma tolerncia de uma cor clara sob uma cor escura, de
at 0,3mm, que chamado de trapping,para se obter uma margem de
segurana no registro exato das cores, visando a qualidade de impresso,
conforme figura 27.
Um dos fatores que geram a maior demanda de tempo na hora da
impresso justamente o acerto de mquina, que est diretamente
ligado complexidade de combinaes de cores e traos do design
grfico da embalagem. Este acerto pode demandar at mais de um dia
de trabalho de uma equipe de impressores, e provocar um gasto de 200kg ou mais de matria-prima, at que se obtenha o acerto do registro da
impresso, e se possa mant-lo durante a impresso de todo o material,
que no caso, por exemplo, de se imprimir 5 toneladas de embalagens,
no demandaria mais que 2 3 horas de operao da impressora.
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4. PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo teve como objetivo obter informaes, junto
grficas e escritrios de design, sobre as peculiaridades pertinentes ao
processo de desenvolvimento das embalagens flexveis nos dois setores,
procurando identificar conflitos, problemas, processos, dificuldades e
conhecimentos.
Mais especificamente nas grficas, objetivou-se identificar os
problemas mais freqentes encontrados durante o processo de produoque tm relao com o design da embalagem; quais os parmetros
tcnicos que podem limitar e/ou orientar o processo de design; como a
empresa v o conhecimento dos profissionais de design sobre o processo
de rotogravura e quais os principais conflitos entre a empresa e o
designer.
As questes utilizadas para a pesquisa nas grficas foram:
- Qual o processo ou procedimento de trabalho utilizado na
empresa?
- Quais os problemas mais frequentes na produo relacionado com
o design da embalagem, que comprometem o trabalho?
- Quais os problemas mais frequentes na produo relacionado com
o design da embalagem, que comprometem o trabalho?
- Quais os parmetros tcnicos que podem limitar e/ou orientar o
processo de desgn?
- Como a empresa v o conhecimento do designer sobre o processo
de roto?
- Quais os principais conflitos entre designer x empresa ou vice-
versa?
- Como o designer da empresa obteve o conhecimento tecnico
sobre o processo de roto?
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4.2 Anlise da pesquisa de campo
Analisando as questes abordadas junto aos escritrios de Design
observou-se que eles, principalmente na regio sul, desenvolvem poucasembalagens flexveis para impresso em rotogravura, devido ao fato das
empresas da regio serem pequenas e no terem o costume de contratar
os servios especficos de design, utilizando as prprias grficas para
desenvolv-los, e neste caso, so embalagens impressas no processo de
flexografia, que compreendem uma tiragem e um custo bem menor, isto
por que, segundo os profissionais da rea de design, a impresso em
rotogravura demanda um investimento inicial muito alto, por viabilizar
grandes tiragens. J os escritrios especializados em embalagens,
localizados em So Paulo, desenvolvem muitas embalagens, dentre elas,
vrias flexveis para impresso em rotogravura, para grandes empresas.
Figura 28: Embalagem Biscoito
Fonte: Packing Design SP
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Figura 29: Embalagem SnackFonte: Otres Consult. Design - SC
Os designers, em geral, utilizam como mtodo: briefing, anlise do
problema, gerao de alternativas, consolidao da alternativa escolhida
e implantao ou ainda, segundo Fbio Mestriner, designer e proprietrio
da Packing Design, escritrio especializado em embalagens instalado em
So Paulo, fundamental, conhecer profundamente o produto,
consumidor, mercado, concorrncia e tcnicamente a embalagem, para
poder estabelecer uma estratgia de design para o produto e em seguida
gerar alternativas.
Quanto s dificuldades ou conflitos entre designers e grfica, uns
acreditam que eles existem pelo fato de o cliente contratar a grfica e o
designer perder o controle sobre o processo; no entanto, existem os que
afirmam no haver conflitos entre designer e indstria, mas sim
desconhecimento do trabalho entre as duas partes.
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Figura 32: Scanner de cromoFonte: http://www.embdiadema.com.br/
Figura 33: gravadoras de cilndros eletromecnicaFonte: http://www.cni.org.br/links/links-at-design-embalagem.htm#top
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Aps a impresso feito o beneficiamento da bobina mestra,
laminao, figura 37, metalizao, figura 38, etc., em seguida faz-se o
refile, dividindo-se a bobina mestra em bobinas unitrias, figura 38, que
so embaladas e enviadas expedio de onde seguem, por
transportadora, para o cliente.
Figura 37: Laminadora
Fonte: http://www.uteco.com/
- Laminadora, utilizada para a aplicao de filmes adesivo,
vernizes e laminao de estruturas compostas.
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Figura 38: metalizadora
Fonte: http://www.plasticom.com.br/Pag010.htm
- Metalizadora, utilizada para a aplicao de alumnio vaporizado
estrutura da embalagem, que vai proporcionar a aparncia
metlica, este beneficiamento proporciona tambm uma melhor
proteo aos produtos embalados, melhorando a barreira contraluz, umidade e oxignio. Este processo tambm se utiliza nas
estruturas perolizadas.
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Figura 39: refiladeira
Fonte: http://www.plasticom.com.br/Pag008.htm
- Acabamento, feito nas refiladeiras onde a bobina mestra, com a
impresso de vrias embalagens juntas, so cortadas e
separadas em bobinas unitrias.
Outras etapas do processo utilizadas na produo so:
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- Fbrica de tintas, produz as tintas que vo ser utilizadas na
impresso a partir de pigmentos em p, obtidos no mercadointerno e externo, atravs dos seus fornecedores, com isto
possivel ter um melhor controle e manuteno do padro de
cores utilizados nos trabalhos, gerando um controle mais
apurado da qualidade da impresso das embalagens, pois a tinta
de fundamental importncia no processo.
Figura 42: Depsito de cilndros
Fonte: http://www.plasticom.com.br
- Depsito de cilindros, onde so estocados os cilndros gravados
dos clientes que rodam servios mensalmente, estes cilndros
que podem ser regravados, de acordo com a convenincia da
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Os problemas citados acima, ainda segundo o supervisor do
departamento de Arte, provocam um certo desconforto entre a indstria
grfica e o designer, a partir do momento em que se tem que alterar ou
corrigir um trabalho que j foi aprovado pelo cliente, e normalmente est
com seu prazo de entrega contratado, provocando uma srie de
contratempos e retrabalhos.
4.4 Sntese da pesquisa
Na figura 43, mapa conceitual das informaes, foram
esquematizadas as informaes obtidas com a pesquisa de campo, juntoaos escritrios de design e as indstrias de embalagens flexveis
pesquisados, esquematizou-se estas informaes atravs do diagrama a
seguir, observando os processos utilizados pelos escritrios de design
pesquisados e os problemas, mais comuns, identificados nas indstrias de
embalagem.
O que pode-se afirmar, com referncia aos escritrios de design
pesquisados, que estes, quando so especializados no design de
embalagens, desenvolvem metodologia de trabalho que contempla a
integrao com a indstria, tanto a que confecciona a embalagem, como
tambm a que fabricam os equipamentos de envase, possibilitando um
melhor fluxo de informao e conhecimento sobre os processos utilizados
na confeco e manipulao das embalagens.
J os escritrios de design no especializados, utilizam metodologiamais convencional. Por terem como clientes, pequenas empresas,
dificilmente desenvolvem trabalhos para impresso em rotogravura, que
exige grandes tiragens, eles quase no mantm contato com a indstria,
alegando que este contato feito pelo prprio cliente, que contratante
dos servios da indstria de embalagens. Isto provoca um distanciamento
entre quem desenvolve a embalagem e quem vai produz-la.
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Mapa conceitual da informao.
Problemas
Indstria
Embalagem
Metodologia
BriefingAnlise problemaGerao AlternativaEscolha AlternativaImplantao
Desenvolve poucas
embalagens / ano.Clientes (pequenos)Baixa tiragemCusto alto.
Sem contato comindstria.
Design Geral
Anlise:ProdutoConsumidorMercado
ConcorrnciaTcnica
Estratgia deDesign
Gerao deAlternativasImplantao
Desenvolve muitasembalagens / ano.
Clientes (Grandes
empresas)Altas tiragensBaixo custo
Mantm integraocom a indstria deembalagensFlexveis.
Conhecimento doprocesso de roto.
Especializado
Embala em
EscritrioDesign
Dificuldade namanuteno de
registrode coresCores
compostas
Excesso de cores
trao / textofinos
Modificao em
Projeto aprovado
No conformidadePlanta tcnica
Retrabalho
Desconhecimentoprocesso
Figura 43: Mapa conceitual das informaes de pesquisa.
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Na indstria de embalagens, o desenvolvimento dos trabalhos,
originrios dos escritrios especializados, no tem maiores problemas,
desde que exista esta integrao com a indstria, por parte do escritrio.
J os que chegam atravs dos clientes, desenvolvidos por escritrios
menores, invariavelmente, tem sempre algum problema a ser resolvido
que envolvem dimensionamento, nmero excessivo de cores,
diagramao da embalagem incompativel com planta de mquina, entre
outras questes, isto ocorre pela falta de informaes destes escritrios a
respeito do processo de produo.
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Exemplo: P r o d u t o Ca fem p 5 0 0 g
- Qual estrutura ser utilizada na confeco da embalagem ?
Embalagem tipo almofada, BOPP, metalizada.
- Qual o equipamento de envase utilizado?
Mquina L J, largura da bobina 350mm.
- Qual o nmero limite de cores para impresso?
Limite de 8 cores.
Layout:
Figura 45: Layout embalagem de caf
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- Adequao de layout planta de mquina.
Figura 46: Planificao (L J) para embalagem de caf
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- A rea de selagem tambm pode receber impresso, desde que,
a pista de fotoclula tenha contraste com a mesma.
- Procurar no utilizar textos menores que corpo 04.
- Evite utilizar listas com cores compostas, no sentido horizontal,
isto provoca dificuldade na manuteno de registro.
- Quando aplicar cdigo de barras nas embalagens, posicion-lo
sempre com as barras paralelas ao sentido de impresso, isto
proporcionar melhor legibilidade para sua leitura.
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6. CONCLUSO
A gesto da qualidade nas empresas, hoje, um dos fatores mais
importantes na busca de reduo de custos, produtividade, cumprimento
de prazos e qualidade dos produtos fabricados. Uma questo de
sobrevivncia, em um mercado altamente competitivo. Com as empresas
de embalagens no diferente, esto sempre investindo em tecnologia,
treinamento e capacitao de funcionrios, procurando parcerias com
fornecedores e clientes, visando garantir a qualidade dos produtos e
servios, a maior produtividade e o cumprimento dos prazos
estabelecidos.
O setor de embalagens um universo extremamente amplo,
complexo e diversificado. O segmento de embalagens flexveis,
especificamente, as produzidas pelo processo de rotogravura, abrangem
uma gama enorme de produtos, de vrios segmentos de mercado, tais
como o alimentcio, farmacutico, higiene pessoal, automotivo,petfoods,agropecurio entre outros. As empresas que produzem estas embalagens
esto distribuidas por vrios estados do Pas, a maioria em So Paulo,
Paran, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco. O
mercado de embalagens flexveis representa atualmente cerca de R$ 2,25
bilhes, segundo a Associao Brasileira das Indstrias de Embalagens
Flexveis (Abief).
O design de embalagem flexvel, para impresso em rotogravura,
considerando-se a importncia deste mercado, e a grande variedade de
produtos, uma atividade muito exigida. Porm, o designer no tem o
conhecimento abrangente sobre as informaes dos aspectos tcnicos de
produo e processos, que so necessrias quando se vai desenvolver
embalagens para este setor. A bibliografia na rea insuficiente para
suprir a necessidade de conhecimento, e estas informaes so
conseguidas quase que exclusivamente junto indstria do setor.
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