Download - Copa do mundo no brasil
“Nossas vidas começam a morrer
no dia em que calamos coisas que são
verdadeiramente importantes.”
Martin Luther King
Por quanto tempo ainda haveremos
de tolerar o descaso dos
políticos e governantes para com a Educação?
Por quanto tempo ainda haveremos de tolerar políticos e
governantes e suas distorcidas e
doentias prioridades, investindo no ‘circo’,
em detrimento da cultura e educação?
Na última Copa do Mundo, em 2010, na África do Sul, o torneio foi realizado
em oito cidades-sede.Oito cidades se mostraram mais do que
suficientes para um torneio que dura um mês.
Para a Copa de 2014, a FIFA esperava que o Brasil indicasse no máximo oito
cidades-sede para os jogos;afinal, o mundo vem atravessando
tempos de crise econômica e austeridade.
Mas, para a surpresa da entidade, o governo brasileiro apresentou
um projeto contemplando não oito, mas doze cidades-sede;
– o que inclui gastos astronômicos com a logística do evento e a construção de doze modernos estádios.
Mais uma vez, o dinheiro público sendo tratado como dinheiro de ninguém,
desperdiçado em conluios obscuros destinados a agradar
aliados políticos e empreiteiras,– a politicagem rasteira do toma lá dá cá.
Estádios (ou melhor, ‘arenas’) de última geração, fadados a virar em breve
‘elefantes-brancos’ erguidos a preço de ouro.
Agrados e favores políticos, escusos conluios, mais uma vez realizados com o seu,
com o nosso dinheiro.
E vejamos o que diz o igualmente competente
cientista social e comentarista esportivo
Juca Kfouri:...
Em resumo:
bilhões de reais são gastos para erguer estádios
ultramodernos,
absolutamente desnecessários,
destinados a abrigar meia dúzia de jogos, e virar em breve
dispendiosos ‘elefantes brancos’, que consumirão outros milhões
de reais em manutenção.
Caso a população do Distrito Federal, de Cuiabá, Manaus, Recife e Natal fosse ouvida,
será que não iria preferir destinar estes bilhões de reais para a construção de creches,
melhorias do sistema de ensino e transporte público, hospitais
e pronto-socorros?
‘Estádio Nacional da Vergonha’,– obra faraônica que está sendo erguida em Brasília,
ao custo de um bilhão e quatrocentos milhões de reais.
Em breve, após os sete jogos da Copa:
um vergonhoso monumento, símbolo do desperdício e do descaso com o dinheiro público.
Uma cidade sem nenhuma tradição futebolística, e que já contava com um estádio mais do que
suficiente para suas necessidades.
O ‘Estádio Nacional da Vergonha’ tem capacidade prevista para 72 mil pessoas.
O público do Candangão 2012, torneio local, foi de apenas 33.209 pagantes durante o ano todo.
Diversos jogos do Candangão 2012 receberam menos de cem testemunhas.
O que será deste ‘elefante-branco’ erguido a um custo bilionário após os sete jogos da Copa?
Se queremos que algum dia haja justiça social no nosso país, é preciso questionar
a má gestão do dinheiro público.
Tão grave e tão cruel quanto a corrupção descarada é o uso irresponsável, manipulador
e eleitoreiro dos recursos públicos.
Que o ‘Estádio Nacional da Vergonha’ em Brasília, e os demais elefantes-brancos erguidos com
o nosso suado dinheiro, sirvam ao menos para nos alertar para as graves consequências
da nossa alienação política e indiferença social.
Beira o indecente o largo sorriso na face de políticos que fazem da inauguração de arenas ‘elefantes-brancos’ uma jogada de
marketing político-eleitoral.
Aonde haverá de nos conduzir este absoluto descaso com as reais
necessidades da sociedade brasileira?
Pra que investir em transporte público de qualidade, se a
classe política goza de imorais mordomias, como carrões do ano e motorista particular?
Pra que se preocupar com o ensino público, se filhos, netos e sobrinhos da corja política
estudam nas melhores escolas particulares que há?
Recentemente, a Organização das Nações Unidas divulgou o IDH 2013, – uma medida
comparativa do bem-estar da população dos diversos países
do mundo, especialmente o bem-estar infantil.
O Brasil, a 6ª maior economia do mundo, ficou na vergonhosa
85ª posição,– atrás de Chile, Argentina, Uruguai, Venezuela, Peru e de tantos outros países.
Ao se comparar apenas os aspectos do
IDH 2013 relacionados ao quesito Educação,
o Brasil despenca para a 172ª posição, lado a lado
com Zimbábue.
Numa lista de 186 países, ocupamos a 172ª posição
quando se trata da educação das nossas crianças;
Cada um que tire suas próprias conclusões.
No Brasil, alunos de escola pública têm que partilhar uma mesma cadeira, pois não há cadeiras para todos.
E onde a Educação é desprezada, as cracolândias se disseminam
feito epidemia, enquanto o governo segue com sua
desumana política de ‘pão e circo’.
Diante do deplorávelensino público no país,
o governo peca por comissão;E nós, sociedade civil,
por omissão.
Se não acordarmos agora para as graves mazelas que corroem a nossa sociedade,
pode ser que amanhã seja tarde demais.
Mais do que nunca, é preciso
discutir e refletir sobre o que significa ser brasileiro,
– ser parte integrante de um país que almeja um dia tornar-se nação.
“O descontentamento é o primeiro passo
na evolução de um homem
ou de uma nação.” Oscar Wilde
É hora de refletir sobre o nosso déficit de
solidariedade cívica.
Como repolitizar a sociedade civil, salvando-a
do ceticismo e da apatia que predominam?
“O descontentamento é o primeiro passo
na evolução de um homem
ou de uma nação.” Oscar Wilde
Todos nós ombreamos responsabilidades e obrigações sociais;
Quais são elas?
“O descontentamento é o primeiro passo
na evolução de um homem
ou de uma nação.” Oscar Wilde
Mais do que nunca, é preciso acolher as palavras de Betinho, e
refletir sobre como podemos colocá-las em prática.
Participação cidadã é lutar pelos direitos de cada criança, jovem e adolescente,
como se fôssemos membros de uma mesma família.
Aqueles dotados da capacidade de enxergar com os olhos do coração,
para além da heresia da separatividade,
sabem que, de fato, somos todos membros de uma única família.
“Sem mudar a sociedade não adianta mudar o governo.
A mudança é aparente, é uma armadilha, uma mentira...”
Que possamos nos esforçar por manter vivo o seu legado, fazendo do
nosso país um lugar continuamente melhor.