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Convergência Midiática: a problematização do conceito no âmbito da comunicação digital
Media Convergence: the questioning the concept in the context of digital communication
Maria Clara AquinoJornalista, Mestre em Comunicação e Informação pelo Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutoranda pela mesma instituição. Atualmente é professora do curso de Comunicação Social/Jornalismo na Universidade Luterana do Brasil. E-mail: [email protected]
Resumo: Diante da proliferação de discursos em torno de um novo panorama da comunicação, o artigo propõe abordar o tema da convergência midiática, recuperando o debate acadêmico sobre o conceito. O artigo é motivado pela multiplicação de matérias, na imprensa, e de artigos acadêmicos que falam sobre convergência, e discute o conceito levantando questionamentos sobre o papel da Internet, da web e das tecnologias digitais no processo de convergência midiática. O conceito é problematizado através de uma observação sobre o comportamento de usuários do Twitter na noite de estreia da décima edição do reality show Big Brother Brasil.
Palavras-chave: convergência midiática; digital; fluxo midiático
Abstract: Given the proliferation of discourses around a new landscape of communication, the article proposes to address the issue of media convergence, restoring the academic discussion about the concept. The article is motivated by the proliferation of reports in the press and academic articles that talk about convergence and discusses the concept raising questions about the role of Internet, web and digital technologies in the process of media convergence. The concept is questioned by an observation about the behavior of Twitter users on the opening night of the tenth edition of the reality show Big Brother Brazil.
Keywords: media convergence, digital, media flow
IntroduçãoNa edição de fevereiro de 2007 a revista Superinteressante trouxe na capa a frase Lost
e o fim da TV1 (CORDEIRO, 2007). Em 2010, a revista Veja, edição de 20 de janeiro,
publicou uma matéria intitulada Big Brother no computador2 (MEIER, 2010). Ambas as
matérias recorreram à dois programas que ultrapassaram os limites de seu meio de
comunicação originário, a televisão, para mostrar como a Internet, a web e as tecnologias
digitais de comunicação têm se aproximado dos meios de comunicação de massa.
As matérias das duas revistas são mencionadas aqui a título de exemplificação, para
que se possa dar início à discussão do tema que se pretende abordar nesse texto: convergência
midiática; que hoje aparece com destaque em diversos veículos de comunicação que
estampam em seus suportes, sejam eles impressos, online, televisivos ou radiofônicos,
1 Lost: seriado americano da emissora ABC, criado por Jeffrey Lieber, Damon Lindelof e J.J. Abrams.2 Big Brother Brasil, da Rede Globo, é a versão brasileira do reality show Big Brother, criado por John de
Mool.
observações e, muitas vezes, até arriscam palpites sobre o futuro dos meios de comunicação
diante desse momento de convergência. No entanto, no campo acadêmico esse assunto não é
recente da forma como a mídia hoje insiste em destacar.
O termo “convergência”, segundo Corrêa & Corrêa (2007, online) possui definições
ambíguas entre si, tem sido usado de forma exaustiva e diversificada em múltiplos contextos e
“em toda a literatura que envolve o status das mídias contemporâneas, as tecnologias digitais
de informação e comunicação – TIC’s, a cibercultura, as linguagens e narrativas, apenas para
ficarmos no campo maior das Ciências da Comunicação”.
Em termos de mídia, desde as primeiras experimentações com a Internet e, depois com
a web e demais tecnologias digitais de comunicação, pode-se dizer que o panorama midiático
vem se alterando. Essa afirmação é encontrada em textos acadêmicos, dos mais ensaísticos
aos mais detalhados empiricamente, e em matérias jornalísticas, desde as escritas apenas para
seguir a avalanche de informações sobre o tema até às que buscam em fontes acadêmicas
justificativas de tais alterações no cenário midiático do século XXI. Diante dessa proliferação
de discursos em torno da possibilidade de um novo panorama da comunicação, como abordar
o tema da convergência midiática? Pode-se atribuir a ocorrência do processo apenas à
Internet, à web e às tecnologias digitais de comunicação? Se a opção for tomar essa afirmação
como verdadeira, talvez Henry Jenkins seja o principal responsável pela adoção dessa
posição. Jenkins tem sido apontado como “papa da convergência”, após a publicação de
Convergence Culture: Where Old and New Media Collide, em 2006. Publicado originalmente
nos Estados Unidos e traduzido para o português em 2008, sob o título de Cultura da
Convergência, o livro traz vários exemplos sobre o que o autor considera como convergência
midiática:
Por convergência refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam. Convergência é uma palavra que consegue definir transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais, dependendo de quem está falando e do que imaginam estar falando (JENKINS, 2008, p. 27).
Desse conceito é possível extrair três frentes que o compõem: o fluxo dos conteúdos, a
cooperação entre os mercados midiáticos e o comportamento dos públicos. Fragmentar o
conceito do autor torna-se útil para esclarecer os diferentes componentes de um processo que
não decorre apenas da mistura de suportes ou da possibilidade de comunicação desprovida das
limitações de tempo e espaço, possibilitada pela Internet. Com tal fragmentação, percebe-se
que a convergência midiática, de acordo com Jenkins (2008), pode ser analisada sob o ponto
de vista dos fluxos de conteúdo, dos mercados midiáticos e do público que consome os
conteúdos midiáticos. Obviamente que se poderia aqui propor discussões em torno de cada
um desses enfoques; no entanto, o objetivo desse estudo ainda não pretende abordar essa
esfera do debate, mas sim discutir e questionar o conceito em si.
A motivação para a elaboração desse texto, de caráter ensaístico, surge a partir da
observação acerca da proliferação de matérias como a da Superinteressante e a da Veja, bem
como a retomada do debate sobre o tema da convergência midiática dentro do meio
acadêmico. Assim, pretende-se problematizar a discussão sobre o conceito de convergência
midiática em relação à Internet, à web e às tecnologias digitais de comunicação. Tal relação,
no entanto, não vai ao encontro de postulados favoráveis à ideia de que a convergência
midiática resulta do agrupamento de diferentes mídias dentro do espaço online. Essa relação
feita hoje não só pela própria mídia, como também pela academia, é o que desperta as dúvidas
desse ensaio.
Recuperando o debate acadêmico sobre o conceito de convergência midiática, bem
como as origens do processo, o trabalho discute a relação entre o conceito e o cenário digital
atual, levantando questionamentos sobre o papel da Internet, da web e das tecnologias digitais
no processo de convergência midiática e problematizando o conceito diante do uso excessivo
da expressão, tanto na mídia como na academia. Para ilustrar a argumentação construída ao
longo do texto, apresenta-se no último item uma breve análise de dados3 coletados acerca da
relação entre o reality show Big Brother Brasil o serviço de microblog Twitter4.
2. As divergências da convergênciaUma rápida pesquisa pelo significado do termo convergência5 nos dicionários aponta
resultados como “ato ou efeito de convergir”, “direção comum para o mesmo ponto”; sendo
que convergir6 significa “dirigir-se, tender para um ponto comum”, ou então “concorrer, afluir
ao mesmo lugar”.
Em termos de mídia, Jenkins (2008) não foi o primeiro a pensar a mídia em termos de
convergência, muito menos sua obra mais conhecida, Cultura da Convergência, é o primeiro
trabalho sobre o tema. Por mais que venha sendo considerado “papa da convergência”, por
3 Tal análise de dados é meramente ilustrativa e foi realizada em caráter de observação, sem pretensões de aprofundamento empírico.
4 http://www.twitter.com5 Fonte:http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=converg%EAncia Acesso em 25/01/106 Fonte:http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-
portugues&palavra=convergir Acesso em: 25/01/10
Cultura da Convergência, Jenkins desde o início dos anos 90 já apresentava estudos sobre as
relações entre meios de comunicação e produtos midiáticos7. Assim como Jenkins, outros
autores (POOL, 1990; SANTAELLA, 2003; FRAGOSO, 2005, ONLINE, PELLANDA,
2003) também já trabalhavam o assunto bem antes desse boom da convergência midiática que
tem permeado a mídia e o campo acadêmico. Boom porque o que se percebe é uma espécie de
volta à meados da década de 90, quando havia um certo encantamento com as tecnologias
digitais de comunicação. É bem verdade que os avanços no campo digital atualmente são
rápidos e a cada dia uma nova tecnologia é criada para facilitar os processos comunicacionais.
Mas foi só com a digitalização que ocorreu a convergência midiática? Como a tecnologia
digital atua nesse processo de convergência? Apenas como suporte para a reunião de
diferentes mídias? E qual o papel dessa tecnologia nas relações entre produtores e
consumidores de conteúdo dentro de um cenário fortemente marcado pelo uso da Internet, da
web e de tecnologias digitais de comunicação?
Para autores como Pellanda (2003) – e aqui compartilha-se desse posicionamento – o
fenômeno da convergência de mídias ainda não tem definição totalmente amadurecida. Pode-
se dizer que há uma espécie de disparidade entre a velocidade com que novas tecnologias e
dispositivos são criados e a velocidade com que os indivíduos usam e se apropriam dessas
possibilidades; e é essa disparidade que atrasa o amadurecimento do conceito. Mesmo assim,
Pellanda (2003, p. 3) diz que “a convergência de mídias se dá quando em um mesmo
ambiente estão presentes elementos da linguagem de duas ou mais mídias interligados pelo
conteúdo”. Trata-se de uma definição tecnicista, com base no fato de que apenas a reunião de
diferentes linguagens num único ambiente criaria uma nova linguagem ou, até mesmo, uma
nova mídia. Pellanda (2003, p. 8) chega a afirmar que não há mais “vinculação
linguagem/suporte, o que possibilita o entendimento da comunicação de forma mais natural e
global para os usuários”, de forma que o foco estaria agora na mensagem “e não mais no
meio, pois este está constituído em forma de um ambiente midiático transparente que suporta
as diversas linguagens”. Sua argumentação evolui para a premissa de uma “mídia 'invisível'”,
que está em todas as partes, passando despercebida como mídia e podendo criar um novo
ambiente de comunicação; tudo em função das possibilidades atuais de união de diversas
funções num único aparelho constantemente conectado a Internet.
O conceito de convergência de mídias proposto por Pellanda (2003) é absolutamente
condizente com suas afirmações sobre a união de diferentes linguagens dentro de um
7 Em 1992 o autor publicou trabalhos sobre a cultura participativa, como, por exemplo, JENKINS, Henry (1992). Textual Poachers: Television Fans & Participatory Culture. Studies in culture and communication. New York: Routledge.
ambiente digital potencializado hoje pelo uso de tecnologias móveis, que permitem que os
indivíduos estejam sempre conectados. No entanto, é uma definição marcada por
possibilidades técnicas e que pouco considera o impacto das relações entre produtores e
consumidores sobre o fluxo de conteúdos midiáticos, através de todas essas tecnologias
usadas em conexão.
Que a convergência entre linguagens não é novidade trazida pelas tecnologias digitais,
há muito já se sabe. Como lembra Fragoso (2005, online), “a combinação de diferentes
linguagens compondo meios essencialmente intersemióticos é muito anterior à digitalização”
e, “a rigor, todas as mídias, desde o jornal até as mídias mais recentes, são formas híbridas de
linguagem, isto é, nascem na conjugação simultânea de diversas linguagens.” A autora afirma
que as mídias nunca existiram isoladas umas das outras e que, por fazerem parte de um
sistema complexo, afetam-se mutuamente desde sempre e, assim, cada uma se torna
referência para qualquer tecnologia com pretensões midiáticas.
Fragoso (2005, online) difere a convergência dos modos de codificação da
convergência dos tipos de suporte e da convergência dos modos de distribuição dos produtos
midiáticos. À qual delas Jenkins (2008) se refere? Certamente que não à convergência dos
modos de codificação, nem mesmo a confluência dos processos de distribuição que
determinam a visibilidade de uma mensagem são os principais motivos de estudos desses
autores em torno da convergência midiática. Não que tais “convergências” não tenham seus
impactos, mas a pista que ainda desperta maior atenção refere-se ao fluxo dos conteúdos
midiáticos num ambiente de convergência entre meios, tecnologias e pessoas, que tanto
produzem quanto recebem conteúdo.
Partilha-se aqui do consenso entre esses autores de que se trata de um equívoco
considerar que a convergência midiática seja a mera transposição de diferentes linguagens
para dentro de um único ambiente ou suporte. Enquanto Fragoso (2005, online) acredita que
“a migração das estratégias e finalidades comunicativas que hoje identificamos com o rádio, a
televisão e os meios impressos para as redes digitais de comunicação (não raro, ainda mais
restritivamente, para a World Wide Web)” pareça demonstrar a intenção de extinguir as
diferenças entre tais mídias e, consequentemente, diminuir cada vez mais as especificidades
de cada uma delas, Jenkins (2008) identifica como “falácia da caixa preta” a idéia de que num
futuro próximo um único aparelho será materializado como o agregador exclusivo e
veiculador de diversos conteúdos midiáticos.
Sendo assim, não se trata da convergência de modos de codificação, nem de suportes,
nem de modos de distribuição, mas do fluxo midiático, de como os conteúdos perpassam
diferentes mídias e, principalmente, de como se dá a relação entre o público desses conteúdos,
diante da diversidade de mídias e do uso de diferentes canais e ferramentas de comunicação, e
os produtores de conteúdo que atuam nesse múltiplo ambiente midiático. Logo, será que ao
invés da fragmentação do conceito de Jenkins (2008) em fluxo de conteúdos, cooperação
entre mercados e comportamento dos públicos, não seria mais adequado fragmentar o
conceito em fluxo de conteúdos e comportamentos de produtores e consumidores de
conteúdos? A cooperação entre os mercados não seria consequência de um fluxo fortemente
influenciado pelo comportamento de produtores e consumidores? E o que há com o
comportamento desses atores que está provocando alterações no fluxo de conteúdos
midiáticos atual?
3. As origens da convergência e sua potencialização pela digitalizaçãoAntes de tentar responder tais perguntas, é preciso resgatar um pouco da história da
dinâmica das mídias. Fragoso (2005, online) afirma que todas as mídias resultam de formatos
híbridos de linguagens e Santaella (2003) lembra que, no início dos anos 80, percebe-se uma
intensificação das misturas entre linguagens e meios, misturas que ela afirma terem
funcionado como um multiplicador de mídias. Tal multiplicação gerou a produção de
mensagens híbridas, bem como de equipamentos e dispositivos que caracterizaram o que ela
chamou de cultura do disponível e do transitório, em função de fotocopiadoras,
videocassetes, videogames e TV a cabo, entre outras tecnologias. A escolha e o consumo
individualizados foram propiciados por equipamentos e linguagens criados para circularem
nessas tecnologias, constituindo o que ela chamou de cultura das mídias. A partir daí,
Santaella (2003) diz que o comportamento dos indivíduos se alterou em termos de busca de
informação e entretenimento; através dessas tecnologias os indivíduos começaram a
abandonar a “inércia da recepção”, tornando-se consumidores ativos na busca por conteúdo.
Nessa mudança de comportamento Santaella (2003, p. 27) visualizou a preparação da
sensibilidade dos indivíduos para a chegada dos meios digitais, cuja “marca principal está na
busca dispersa, alinear, fragmentada, mas certamente uma busca individualizada da
mensagem e da informação”. A autora formaliza tal pensamento no início dos anos 2000,
porém, Pool (1990), no fim dos anos 80 já falava sobre a evolução da comunicação em termos
de personalização e individualização, tanto em termos de produção quanto de recepção dos
conteúdos midiáticos.
O autor falava em uma inversão da revolução dos meios de difusão ao dizer que o que
começava a acontecer era que, ao invés de se difundirem as mesmas mensagens para milhões
de pessoas, a tecnologia começava a permitir a adaptação de mensagens à necessidades
específicas e singulares de cada indivíduo. Para ele, o avanço da tecnologia ampliou as
possibilidades de adequação do conteúdo dos meios aos interesses dos pequenos públicos,
mais específicos, e essa adequação era consequência direta da flexibilidade de produção
através do computador.
Las tecnologías de las comunicaciones que evolucionan hoy están menos congeladas en la producción uniforme de un medio de masas, que las tecnologías de las comunicaciones del pasado; contienen la promesa de estar modeladas para las necesidades de los auditorios pequeños o de usuarios individuales. La recepción de la comunicación de masas es pasiva en alto grado; las nuevas tecnologías de las comunicaciones están adaptadas a la búsqueda más activa de información (POOL, 1990. P. 250)8
Visionário ou não, Pool (1990) acertou. Hoje os indivíduos tem inúmeras fontes de
informação e aproveitam essa diversidade buscando conteúdos diversos, via diferentes
suportes e canais. Mas isso, definitivamente, não começou com a digitalização.
Em um texto intitulado O que aconteceu antes do YouTube, Jenkins (2009, p. 144)
afirma que muito do que já foi escrito sobre o YouTube9 sugere que tecnologias da Web 2.0
possibilitaram o surgimento de 'culturas participativas', porém, acredita mesmo é no contrário:
“o surgimento das culturas participativas de todas as espécies ao longo das últimas décadas
estabeleceu o caminho para a assimilação pioneira, rápida adoção e usos diversos dessas
plataformas.” O que Jenkins (2009, p. 145) na verdade tenta mostrar é que antes da
digitalização da comunicação já havia um “longo histórico de produção de mídia” e que
plataformas como o YouTube não foram o ponto de partida dessas produções. Ainda que
mesmo sem a mistura de linguagens, os indivíduos sempre produziram e buscaram conteúdo,
de uma forma ou de outra. O que de novo surgiu não foram as práticas, mas sim as maneiras,
os suportes através dos quais passaram a ser realizadas. O caso do YouTube serve como
ilustração desse raciocínio:
Se o YouTube parece ter aparecido da noite para o dia, é porque já havia uma miríade de grupos esperando por algo como o YouTube; eles já tinham suas comunidades de prática que incentivavam a produção de mídia DIY, já haviam criado seus gêneros de vídeos e construído redes sociais por meio das quais tais vídeos podiam trafegar. O YouTube pode representar o epicentro da cultura
8Tradução da autora: As tecnologias de comunicação que evoluem hoje estão menos congeladas na produção uniforme de um meio de massa, que as tecnologias de comunicação do passado; contém a promessa de estar moldadas para as necessidades de audiências pequenas ou de usuários individuais. A recepção da comunicação de massa é passiva em alto grau; as novas tecnologias de comunicação estão adaptadas a busca mais ativa de informação. 9 http://www.youtube.com
participativa atual, mas não representa o ponto de origem para qualquer das práticas culturais associadas a ele (JENKINS, 2009, P. 145).
A Internet, a web e as tecnologias digitais de comunicação foram responsáveis por
potencializar práticas anteriormente existentes, facilitando atividades e contribuindo para
alterações nos comportamentos dos indivíduos, mas não foram pioneiras em misturar
elementos e linguagens de comunicação. Tais misturas iniciaram antes da configuração desse
presente cenário digital, e o que mudou, e vem mudando, são os comportamentos em torno da
produção e da recepção de conteúdo. Trata-se também, inegavelmente, de evolução técnica,
criação de novos suportes e ferramentas que impulsionam práticas já consolidadas mas, por
enquanto, nada novo a ponto de justificar o conceito de convergência midiática.
Quando Santaella (2003) afirma que, nos idos dos anos 80, os indivíduos começaram
a abandonar a “inércia da recepção”, questiona-se: como se deu esse abandono? Os indivíduos
perceberam a oferta de mais opções e usaram o controle remoto para fazerem suas escolhas,
compraram pacotes de TV a cabo, videocassetes, personalizaram fitas cassete para escutarem
em seus walkmans?
A diferenciação que Jenkins (2008) faz entre os termos participação e interatividade é
útil para se entender como se deu esse abandono, essa evolução de uma postura passiva para
outra mais ativa, pois gera um raciocínio sobre as mudanças ocorridas desde as primeiras
misturas entre linguagens até o contexto atual, dito convergente.
Jenkins (2008, p. 182) coloca a interatividade como o “modo como as novas
tecnologias foram planejadas para responder ao feedback do consumidor”, assim que, podem
existir diferentes níveis de interatividade em função de cada tecnologia de comunicação. Já a
participação é, segundo Jenkins (2008, p. 183), “moldada pelos protocolos culturais e
sociais”, é mais ilimitada que a interatividade e controlada mais pelos consumidores dos
produtos midiáticos que por seus produtores. Diante dessa diferenciação, poder-se-ia dizer
que desde as primeiras misturas entre linguagens, que, como aponta Santaella (2003),
iniciaram em meados da década de 80, o abandono da inércia da recepção foi abrindo o
caminho para um cenário midiático mais interativo, em diferentes níveis, para, a partir do fim
dos anos 90, além de interativo tornar-se mais participativo10.
A popularização da web teve um papel de destaque nessa evolução. Como afirma
Jenkins (2008, p. 183), “inicialmente, o computador ofereceu amplas oportunidades de
interação com o conteúdo das mídias e, enquanto operou nesse nível, foi relativamente fácil
10A diferenciação entre interatividade e participação apresentada por Jenkins (2008) mostra a recorrente incidência de equívocos quanto ao uso dos termos interatividade/interativo(a).
para as empresas midiáticas controlar o que ocorria”, porém observa que “cada vez mais,
entretanto, a web tem se tornado um local de participação do consumidor, que inclui muitas
maneiras não autorizadas e não previstas de relação com o conteúdo midiático.” O que
aconteceu foi que, com o desenvolvimento da web e ferramentas que oferecem mais liberdade
de produção, edição e publicação de conteúdo online ao indivíduos, a interatividade começou
a dividir espaço com a participação.
Os exemplos dessa divisão de espaço entre interatividade e participação aparecem em
vários setores da comunicação digital, como no caso do Youtube; dos blogs, que no início dos
anos 2000 foi sinônimo de liberdade de emissão de conteúdo por qualquer internauta; e até
mesmo no caso do jornalismo na web que, por exemplo, de acordo com Mielniczuk (2001,
online) passou por três fases que iniciaram com a mera transposição do conteúdo impresso
para o ambiente online até o jornalismo digital que é produzido hoje, com práticas bem mais
definidas e até mesmo a incorporação dos leitores na produção de notícias através do que
alguns chamam de webjornalismo participativo.
A interatividade não perdeu seu lugar, pelo contrário, tem sido incorporada como
característica dos meios de comunicação, ainda que em diferentes graus. E a participação vem
seguindo o mesmo caminho, porém, um caminho ainda marcado por obstáculos.
Proporcionar mecanismos interativos que permitam às audiências a escolha e a personalização
do conteúdo trata-se de atitude referente à interatividade, enquanto que observar a reação dos
públicos, monitorar o seu comportamento e incorporar os consumidores de informação no
processo de produção de conteúdo refere-se à participação. Porém, a afirmação de Jenkins
(2008, p. 182) de que “na cultura da convergência, todos são participantes – embora os
participantes possam ter diferentes graus de status e influência” demonstra claramente o
equívoco em se considerar determinados produtos, conteúdos e comportamentos como
caracterizadores de um processo de convergência midiática. Conteúdos potencialmente
interativos e participativos nem sempre configuram um fluxo convergente e esse é o principal
alerta que esse trabalho se propõe a fazer.
Nota-se que a convergência entre linguagens sempre existiu, a interatividade foi sendo
aperfeiçoada e utilizada em diferentes níveis e, no momento atual, a participação vem sendo
exaltada como uma das principais características do atual fluxo de conteúdos midiáticos. O
maior equívoco ou incerteza do momento no entanto surge quando é preciso definir como
ocorre esse processo de convergência midiática. Como ressalta Jenkins (2008, p. 183),
“permitir aos consumidores interagir com as mídias sob circunstâncias controladas é uma
coisa; permitir que participem na produção e distribuição de bens culturais – seguindo as
próprias regras – é totalmente outra.” Sendo assim, a convergência midiática não ocorre pelo
simples ato de povoar um site com diversas mídias e formatos potencialmente interativos e
participativos, nem de criar uma história e veiculá-la em diversos formatos como cinema,
DVD, revistas em quadrinhos, games, etc. A mistura de linguagens e meios desempenha um
importante papel no conceito de convergência midiática, mas como já foi mencionado, o
centro desse conceito parece estar no fluxo dos conteúdos midiáticos, fluxo que hoje se
movimenta sob o impacto do comportamento de produtores e consumidores de conteúdo que
se relacionam através de diferentes tecnologias e suportes de comunicação digital.
4. Problematizando a convergência midiáticaAs considerações de Jenkins (2008) sobre a convergência são absolutamente
pertinentes diante da configuração midiática atual, mas devem ser questionadas. Logo no
início de Cultura da Convergência o autor parece afirmar com ampla certeza o que é essa
convergência, porém, através de exemplos detalhados, pouco esclarece como ocorre o
processo. Ao fim da obra chega-se a conclusão de que o autor mais afirma o que não é do que
o que realmente é tal convergência.
Para ele “a convergência representa uma transformação cultural, à medida que
consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões em meio a
conteúdos midiáticos dispersos (JENKINS, P. 27 e 28).” Pode-se relacionar tal afirmação
diretamente com a noção de hipertexto e, consequentemente, de web. O que fazem hoje os
internautas? Procuram informações e fazem conexões entre os dados que encontram. E isso
não é novidade, já que desde o fim dos anos 90 a proliferação de ferramentas que permitem a
qualquer internauta inserir conteúdo online permitem que se façam tais conexões. O próprio
hipertexto não é novo, oriundo apenas da web, e se levado ao extremo poderia ser considerado
intrinsecamente convergente, já que tem o poder de interligar mídias diferentes, ainda que
dentro de um mesmo suporte. O ponto a que se quer chegar é de que se os processos de busca
e conexão de conteúdos midiáticos dispersos caracteriza o processo de convergência, então tal
processo é inerente ao desenvolvimento da web e não tão recente como tem sido propagado
por aí.
Sobre o que chama de 'novas mídias', Manovich (2005, p. 24) lembra que “embora a
geração e a manipulação de mídias em tempo não real por meio de computadores digitais
possam ser consideradas como aceleração de técnicas artísticas previamente existentes, a
interligação e o controle em tempo real parecem constituir fenômenos qualitativamente
novos”. A afirmação de Manovich (2005) enfatiza dois aspectos das tecnologias digitais que
podem representar o diferencial trazido pela digitalização da comunicação ao fluxo midiático
atual: a interligação e o controle em tempo real.
Se as diversas convergências aqui mencionadas, como a de linguagens, de suportes, de
modos de distribuição já existiam antes mesmo da Internet e das tecnologias digitais e se a
participação e o comportamento de produtores e consumidores de conteúdo resulta em
alterações na relações entre esses dois atores, é visível então que a interligação e o controle
em tempo real são características de destaque do que então se poderia chamar de convergência
midiática nos termos aqui analisados. Tais características são percebidas nas linhas a seguir, a
partir de uma observação de postagens no Twitter realizadas nos dias 12 e 21 de janeiro e 02
de fevereiro de 2010.
5. Convergindo meios, pessoas e conteúdosNa noite de 12 de janeiro de 2010, estreia da décima edição do Big Brother Brasil,
veiculado pela Rede Globo, percebeu-se o impacto do programa no Twitter Uma busca pela
hashtag11 #bbb mostrava que até 20 minutos antes do início do programa os usuários do
sistema já teciam comentários sobre o que aconteceria no primeiro episódio do reality show.
Além da grande quantidade de postagens expressando ansiedade pelo início do programa, o
que chamou a atenção foi também o nível de rejeição ao programa. Vários usuários postavam
mensagens demonstrando repúdio ao reality show, além de diversas outras mensagens que
criticavam o fato de o Twitter estar, naquela noite, tomado por postagens a respeito do
programa.
@biahtavora Não adianta, até quem não gosta acaba falando do #BBB aqui no twitter. - 21h39; @gabr_x vai começar essa merda de #BBB –' - 21h42; @fe_oneda hje tem #BBB vai ser um lixo, mais eu vou assistir - 21h43; @vibrito Ainda bem que as pessoas que eu sigo não twittam nada sobre #BBB - 21h45 ; @lucaslrocha Daqui a pouco começa #BBB quem quiser dar #unfollow sinta-se a vontade ;D – 21h57; @xkruts @RT@dulcetti: não bastadeixar a tv desligada pra não acompanhar o #bbb tem que ficar off do twitter – 22h21(TWITTER – HASHTAG #BBB - 12/01/10)
As mensagens acima demonstram o poder de interligação não só entre dois meios de
comunicação – televisão e Internet – como também o poder de interligação entre os
telespectadores que, ao mesmo tempo em que assistiam (ou não) ao programa na televisão,
teciam comentários, em tempo real, no Twitter.
@Pattywypych Total investimento em web no #bbb - 22h13
11 Uma hashtag é uma espécie de etiqueta, uma palavra ou conjunto de letras acompanhada do símbolo #. A hashtag facilita a pesquisa de assuntos no Twitter.
@gurtat A maior novidade no #BBB é o twitter na casa!! @boninho acreditou na ferramenta mais popular da web - 22h37 (TWITTER – HASHTAG #BBB - 12/01/10)
Desde os primeiros comentários acerca dos participantes do grupo que iria compor o
programa, havia boatos de que José Bonifácio Oliveira, conhecido como Boninho, o diretor
do programa, iria colocar na casa pessoas já “conhecidas” na Internet. E foi o que realmente
aconteceu. Dos 17 participantes, cinco tinham alguma visibilidade online. Além disso, antes
da estreia, Boninho afirmou que os brothers, como são chamados os participantes do reality
show, teriam permissão para publicar mensagens no Twitter, de dentro da casa. Não foi
exatamente o que aconteceu, pois os participantes postam mensagens em um serviço de
microblog criado exclusivamente para rodar dentro da página do programa, no portal da
Globo. Ainda assim, Boninho, que possui um perfil no Twitter, vem interagindo com a
audência do Big Brother e, muitas vezes, acatando sugestões do público, como mostra a
matéria da Veja citada no início desse texto:
Encerrado o episódio de estreia da décima temporada de Big Brother Brasil, na última terça-feira, o diretor do programa, Boninho, correu para o computador. Queria monitorar o que os espectadores comentavam no Twitter […] Naquela altura, os competidores do reality show passavam por uma prova de resistência para disputar a imunidade à eliminação: tinham de se equilibrar sobre cilindros rolantes enquanto se esguichava água sobre eles. A disputa se estendeu pela madrugada – e os twitteiros ajudaram a incrementar sua dificuldade. Um deles pediu que aumentassem a velocidade de rotação dos cilindros, e lá foi Boninho ligar para a produção para satisfazer o pedido. Outro sugeriu mais água, e também foi atendido. O mais sádico deles sugeriu que a prova fosse embalada com um funk carioca tocado a todo o volume. “Infernizei o pessoal até as 4 e meia da manhã”, diz Boninho. Esse é o BBB da Internet. (MEIER, 2010, P. 126, 127)
Segundo a própria revista (MEIER, 2010), o uso do Twitter pela emissora “não se trata
de um investimento isolado na Internet. Entre os executivos da emissora, corre um debate
sobre como fazer da rede um complemento, e não um competidor, da televisão aberta” .
Observando as chamadas feitas na televisão ao longo da programação diária, percebe-
se que os textos dessas chamadas convidam as pessoas a assistirem o programa para que
descubram o que aconteceu durante o intervalo de tempo entre um episódio e outro,
transmitido sempre após a novela das 21h. No entanto, hoje em dia, existem outros canais por
onde flui um programa como o Big Brother Brasil. A web e os canais pay per view permitem
que se saiba o que está acontecendo no programa em tempo real e é devido a esses canais que
fluem as conversas no Twitter e em outros espaços da rede, o que permite que a produção
monitore o comportamento dos públicos e possa então interferir no andamento do programa e
até mesmo incorporar sugestões distribuídas em diversos espaços da rede.
Outro exemplo que mostra a interligação entre os produtores do programa e o público,
foi a prova do líder realizada em 21 de janeiro, na qual os brothers tinham que acertar
respostas de perguntas previamente disponibilizadas ao público no site do programa. Vencia a
prova aquele que respondesse as perguntas com as mesmas respostas dadas pela maioria do
público. No dia 02 de fevereiro, num momento de eliminação, onde o público deveria
escolher, por votação através de telefone ou através do site do programa, um entre três
participantes para ser eliminado do programa, o apresentador Pedro Bial, em seu discurso
final no qual elimina um participante, afirmou ter elaborado seu texto com a ajuda de
internautas. Enquanto lia seu discurso, Bial citava frases colhidas na Internet e ainda citava a
autoria das frases, porém não dizia nome e sobrenome, referia-se a codinomes, ou no caso,
nicknames, identidades criadas para uso na Internet.
Esses são exemplos de como a Globo vem integrando a Internet, a web e as
tecnologias digitais de comunicação, como o Twitter e o próprio site do programa, ao Big
Brother Brasil não só como uma forma de divulgar o programa e chamar o público a assistir a
programação na televisão aberta ou através de canais pay per view, mas também como uma
forma de aumentar a interatividade do programa, ampliando possibilidades de participação do
público. Se em outras edições do Big Brother Brasil o público ficava limitado a apenas fazer
uma ligação ou votar no site para eliminar um candidato, hoje o público pode emitir suas
sugestões pelo Twitter, pode ligar em noite de votação e dizer quem votou em quem e assim
alterar posições de imunidade e eliminação, além de ter um canal direto com o diretor do
programa que tem utilizado a ferramenta Twitter como canal de comunicação com seu público
não apenas para divulgar o programa, mas para efetivamente interagir e acatar sugestões do
público, muitas vezes em tempo real, como se viu no caso da prova dos cilindros.
Essas interligações entre produtores e receptores de conteúdo, que como se pode
perceber no caso do uso do Twitter no Big Brother, e que podem acontecer até mesmo em
tempo real, possibilitam alterações no conteúdo midiático em função da reação das
audiências. A interligação entre produtores e consumidores através de ferramentas de
comunicação digitais permitem mudanças de conteúdo veiculado em meios como a televisão,
como no exemplo aqui apresentado. No entanto, há que se salientar que o tempo real não é,
obviamente, fator essencial para a configuração de um processo de convergência midiática. A
ocorrência, em tempo real, de uma alteração de fluxo midiático em função da interligação
entre produtores e consumidores de conteúdo, apenas destaca o potencial das tecnologias
digitais de comunicação, porém, não é determinante dessa convergência midiática.
Cada suporte hoje apresenta suas funcionalidades e peculiaridades que permitem cada
vez mais a aproximação entre os produtores e os públicos. A intensificação dessa aproximação
mexe com níveis de interatividade e participação que tornam-se os elementos principais de
um conceito de convergência midiática regido pelo comportamento de produtores e
consumidores de conteúdo que comandam o fluxo midiático atual através das relações que
estabelecem através do uso de diferentes ferramentas, plataformas, instrumentos e canais de
comunicação.
Esse conceito de convergência midiática aqui proposto e colocado em discussão não é
definitivo, nem único. Também não se apresentam aqui respostas definitivas para os
questionamentos levantados. O conceito, assim como o cenário midiático atual marcado pela
digitalização, é dinâmico e passível de reflexão por diversos ângulos. O objetivo foi
problematizar a discussão do conceito, apresentando questões complexificar o tema e avançar
na busca por definições mais claras, ainda que nunca definitivas, mas sempre orientadas de
forma a destacar o relacionamento entre produtores e consumidores de conteúdos midiáticos.
O próximo passo é evoluir tal ponto de vista, observando comportamentos, participando do
fluxo e convergindo, de uma forma ou de outra, com o resto da academia na investigação
sobre o tema.
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