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Page 1: CONTROLE QUÍMICO DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA E SUA RELAÇÃO COM PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA

INTRODUÇÃO

CONCLUSÃO

LITERATURA CITADA

A soja (Glicine max L. Merrill. - Fabaceae) tem um importante papel no

agronegócio brasileiro. O Brasil foi o segundo maior produtor mundial do grão

na safra 2014/15, com uma produção de 85,656 milhões de ton, e a produção

nacional na safra 2015/16 totalizou mais de 95 milhões de ton, um aumento

de 10,5 % em relação a 2014, segundo dados da Companhia Nacional de

Abastecimento (CONAB, 2016).

A ferrugem-asiática-da-soja (Phakopsora pachyrhizi H. Sydow & Sydow)

é amplamente disseminada em todas as regiões produtoras de soja do país,

provocando expressivas perdas de rendimento nos cultivos comerciais. O

controle químico da doença tem sido de grande importância para a viabilidade

da cultura (CUNHA e PERES, 2010). Na ausência de controle químico

eficiente, a ferrugem pode causar prejuízos que variam entre 10 e 75 % da

produtividade esperada (NAVARINI et al., 2007).

Visando melhorar a eficiência das aplicações, é comum a adição de

adjuvantes e óleos à calda. Os adjuvantes atuam de maneira diferente entre

si, promovendo melhorias no molhamento, na aderência, no espalhamento,

na redução de espuma e na dispersão da calda de pulverização (CUNHA e

PERES, 2010).

Nesse contexto, objetivo deste trabalho foi relacionar a eficiência dos

principais fungicidas misturados a adjuvantes e óleo mineral no controle da

ferrugem-asiática na cultura da soja

RESULTADOS E DISCUSSÃO

CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). Acompanhamento da safra brasileira de grãos - Safra

2015/16. Sexto Levantamento, v. 2, n. 6, mar. 2016.

CUNHA, J. P. A. R.; PERES, T. C. M. Influência de pontas de pulverização e adjuvante no controle químico da

ferrugem asiática da soja. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v. 32, n. 4, p. 597-602, 2010.

EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) SOJA. 2015. Soja em números: Safra 2013/14.

Disponível em: < https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-economicos>. Acesso em 16 jun. 2016.

GODOY, C.V. et al. Diagrammatic scale for assessment of soybean rust severity. Fitopatologia Brasileira, v.31,

p.63-68, 2006.

MILES, M.R.; FREDERICK, R.D.; HARTMAN, G.L. Evaluation of the soybean germplasm for resistance to

Phakopsora pachyrhizi. Plant Health Progress. 2006.

NAVARINI, L.; DALLAGNOL, L. J.; BALARDIN, R. S.; MOREIRA, M. T.; MENEGHETTI, R. C.; MADALOSSO, M.G.

Controle químico da ferrugem asiática (Phakopsora pachyrhizi Sidow) na cultura da soja. Summa

Phytopathologica, v. 33, n. 2, p. 182-186, 2007.

CONTROLE QUÍMICO DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA E

SUA RELAÇÃO COM PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA Jakelinny M. Silva1; Rodrigo O. Freitas1; Paula R. Neves1; Natanael M. Lemes1; Lucinete M.B. Estrela1; Roberto V. Inácio2; Sara A.C. Teixeira2; Anderson R. Rietjens1;

Milton L. Paz-Lima1

1IFGoiano Urutaí, CEP 75790-000, Urutaí, GO; 2RC Consultoria, CEP 73850-000, Cristalina, GO. E-mail: [email protected]

A intensidade de esporulação nos tratamentos com fungicidas foi RB1

a RB3, e na testemunha TAN a RB1.

Estatisticamente o tratamento Azoxistrobina + benzovindiflupir, óleo

mineral e mancozeb apontou as menores médias de severidade, número

de urédias/cm2 e número de urediniósporos/urédia, sendo o tratamento

que foi mais eficiente para o controle da ferrugem-asiática.

Ao final do ciclo quando analisou-se através de parâmetros de

resistência a ferrugem asiática, verificou-se que houve diferença

significativa entre os diferentes tratamentos.

Com relação aos parâmetros de rendimento o número de vagens

por planta, número de grãos por planta e produtividade, não

apresentaram diferenças significativas.

Merece destaque o tratamento azoxistrobina+benzovindiflupir + óleo

mineral + mancozeb por apresentar estatisticamente a menor média de

severidade (folha amostrada e avaliada em laboratório) (Tab. 1);

Para o número de urédias por cm2 e número de urediniósporos por

urédia, além do tratamento azoxistrobina+benzovindiflupir + óleo mineral

+ mancozeb, estatisticamente promoveu menores médias foi

trifloxistrobina + protioconazole + adjuvante + mancozeb (Tab. 1);

A severidade medida em laboratório nas folhas de ferrugem-

asiática-da-soja foi maior no tratamento Trifloxistrobina + protioconazole,

adjuvante e mancozeb e na testemunha (sem fungicida). A menor

severidade foi observada no tratamento Azoxistrobina + benzovindiflupir,

óleo mineral e mancozeb (Tab. 1).

Para todos os tratamentos com fungicidas, a intensidade de

esporulação seguiu o mesmo padrão, sendo de RB1 à RB3. Na

testemunha (sem fungicida), a intensidade de esporulação foi TAN a

RB1.

A eficiência dos tratamentos nos parâmetros de rendimento NVP,

NGP e produtividades variou de efeitos negativos de -2,62 (Padrão

fazenda) a incrementos de até 10,5 (Azoxistrobina+benzovindiflupir +

óleo mineral + Mancozeb).

Tabela 1. Médias de severidade (%), número de urédias/cm2 e

urediniósporos/urédia de Phakopsora pachyrhizi diante da aplicação dos

principais fungicidas do mercado no controle da ferrugem-asiática na cultura da

soja com adjuvantes e óleo mineral.

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si.

Transformação de dados: √(x+10)

MATERIAIS E MÉTODOS

Cultivar: soja

Bônus

Variáveis submetidas a

ANOVA , médias

comparadas no teste Tukey

a 5% de probabilidade

DBC, 5 tratamentos,

5 blocos

Ord. Tratamentos Severidade Uredias/cm² Urediniósporos/ urédia

1 Trifloxistrobina + Protioconazole (FOX®), adjuvante (Áureo®) e Mancozeb (Manzate®)

19,56 ab 14,31 bc 8,64 bc

2 Azoxistrobina + Benzovindiflupir (Elatus®), óleo mineral (Nimbus®) e Mancozeb (Manzate®)

11,72 c 7,61 c 1,40 c

3 Fluxapiroxade + Piraclostrobina (Orkestra®), óleo mineral (Assist®) e Mancozeb (Manzate®)

19,12 bc 16,31 b 5,82 bc

4 Padrão Fazenda 17,16 bc 15,61 b 14,93 ab

5 Testemunha Absoluta 16,2 a 29,06 a 23,61 a

CV% (Transf.) 16,03 23,13 24,4

Trat. Ingredientes ativos e misturas de fungicidas comerciais

Dosagens Vazão da calda

T1 Trifloxistrobina + Protioconazole (FOX®), adjuvante (Aureo®) e Mancozeb (Manzate®)

0.3 L/ha, 0.5 L/ha e 1,5

kg/ha

200 L/ha

T2 Azoxistrobina + Benzovindiflupir (Elatus), óleo mineral (Nimbus) e Mancozeb (Manzate®)

0.2 L/ha, 0.6 L/ha e 1.5

kg/ha

200 L/ha

T3 Fluxapiroxade + Piraclostrobina (Orkestra), óleo mineral (Assist) e Mancozeb (Manzate®)

0.5 L/ha, e 1,5 kg/ha

200 L/ha

T4 Padrão Fazenda 0.4 L/ha, 0.3 L/ha, 0.5 L/ha

e 1,5 kg/ha

200 L/ha

T5 Testemunha Absoluta nd nd

25

UE36 m2

Padrão Fazenda:

1ª. Trifloxistrobina + protioconazole (Fox®),

adjuvante (Áureo®) e mancozeb (Manzate®) - 0,4,

1,5 e 0,5 L/ha, respectivamente aos 47 DAP,

2ª. Trifloxistrobina + Ciproconazol (Sphere Max®),

(Porteiro®) e adjuvante (Áureo®) nas dosagens de

0,2, 1 e 0,5 L/ha, aos 78 DAP,

3ª. Tebuconazol + Picoxistrobina (Horos®) e óleo

(Natur’óleo®) na dosagem de 0,5 e 0,5 L/ha, aos

XX DAP.

Avaliação: Durante o ciclo

Parâmetros sanitários e de

rendimento ao final.

Parâmetros avaliados:

Severidade (%),

Intensidade de esporulação,

número de urédias/cm2 e

urediniósporos/urédia

Avaliação: 100 DAP foi avaliado

cinco folhas por blocos, dois

discos por folha totalizando 10

unidades/bloco

Não houve diferença significativa da severidade entre os diferentes dias

de avaliação durante o ciclo da cultura, tal como, a área abaixo da curva de

progresso da doença e taxa de crescimento da doença.

As doenças responsáveis pela severidade nas folhas afetaram

principalmente o terço inferior da soja cv. Brasmax Bônus Ipro.

As principais doenças detectadas nas folhas foram: míldio (Peronospora

manshurica), mancha alvo (Corynespora cassiicola), ferrugem asiática

(Phakopsora pachyrhizii), cercosporiose (Cercospora sojina), antracnose

(Colletotrichum gloeosporioides), oídio (Erysiphe diffusa) e “fumagina”.

Um complexo de doenças foi responsável por lesões foliares durante o

ciclo da cultura;

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