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Contos do
Pequeno Vampiro
Turma 403/2012
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Caro leitor,
Estes contos são o resultado de um projeto de leitura de histórias da Coleção “O Pequeno Vampiro”. O mistério e a aventura presentes na coleção estimulam o desejo pela leitura.
Vários títulos circularam entre as turmas, e com o
troca-troca de livros os alunos puderam ter contato com todos eles, ampliando o fôlego de leitura.
Como produção textual do último bimestre, foi
proposto a cada aluno que criasse uma nova aventura do Pequeno Vampiro na qual ele também fosse um personagem.
A partir do retorno desse trabalho, uma segunda
versão do texto foi elaborada e compõe o livro de contos da turma.
Como tarefa final do projeto, apresentamos “Os
Contos do Pequeno Vampiro do 4º ano”.
Boa leitura,
Professoras do 4º ano/2012
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TURMA 403TURMA 403TURMA 403TURMA 403
Amadis Terra Loyer – O Parque de Diversões
Antonio Fernandes Alvarenga – O Acampamento
Bruno Amado Falcão – Minha Amizade com um Vampiro
Camila bosísio de aguiar – Uma Grande Aventura
Carolina Doria Gondinho – Uma Visita Inesperada
Carolina Pierotti Erlanger – Uma Noite no Caixão de Ana
Edgar William Allan – Um Inverno Inesquecível
Fabrício Kayat Hess – Aventuras Vampirescas
Helena Markun Martinez Mello – Pequena Menina
Isabel Passos Rodrigues Carreira – O Pequeno Vampiro e o Caçador
João Cottas Teixeira – O Pequeno Vampiro e Eu
João Guilherme Saraiva P. C. de Souza – Uma Aventura no Cemitério
Julia Mizutani Fernandez – Aventuras com o Pequeno Vampiro
Letícia Brazao Frontin de Luca – O Pequeno Vampiro em Londres
Luna Bretas C. M. Vieira – Uma Noite com os Vampiros
Marcos Rissin Fernandes – A Perseguição do Pequeno Vampiro
Maria Antonia Moura Bezerra de Miranda – O Grande Encontro
Maria Rio Branco De Biase – Eu, a Pequena Vampira
Mateus Brena Passos – Eu e os Vampiros
Nina Neves Rodrigues – Em Nova York com os Vampiros
Pedro Brena Sertâ – O Pequeno Vampiro
Pedro Jimenez Frejat – A Corrida
Pedro Luiz Barbosa V. Costa – Minha Aventura Com o Pequeno Vampiro
Rafael Gaspar Guedes – A Perseguição Veloz
Rosa Svartman Lourenço – Diamante
Tom da Silveira Mehedff – O Pequeno Vampiro em Londres
Victoria Stamato Monaco Machado – Aventuras na Cripta
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Numa bela noite, eu estava no parque de diversões com meu
amigo Rüdiger. Ele é um vampiro de dentes afiados, pele pálida e usa
uma capa toda rasgada. Apesar de ser um vampiro, Rüdiger é muito
amigável e companheiro. Ele tem uma irmã chamada Ana que é
engraçada e animada. Nós fomos ao parque de diversões à noite
porque Rüdiger e Ana não podem sair de dia. Lá tinha uma montanha
russa, uma roda gigante, um trem fantasma e muitos outros
brinquedos. Eu e Ana fomos pegar bebidas enquanto nosso amigo
ficou perto da roda gigante. De repente, ouvimos um enorme barulho.
Era a roda gigante que caiu e logo ficamos preocupados com Rüdiger.
Quando chegamos, ele estava tremendo e eu indaguei:
- Está tudo bem?!
Rüdiger respondeu:
- Não, nossa! Eu tomei um susto! Mas não se preocupe Amadis,
está tudo bem.
Então nós fomos ver se alguma criança estava ferida, mas ficamos
aliviados em ver que ninguém havia se machucado. Neste momento,
ouvimos uma voz atrás do brinquedo:
- Droga! Meu plano não deu certo.
- Quem está aí? – perguntei.
O Parque de Diversões
Amadis Terra Loyer
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- Eu, o senhor X, o homem que odeia crianças.
- Por que você odeia crianças? – questionei.
- Porque todas as crianças são umas pestinhas e bagunceiras. –
ele respondeu.
- Foi você que sabotou a roda gigante? – perguntei.
- Sim, foi.
Então Rüdiger deu um empurrão nele e disse:
- Nunca mais volte aqui!
O senhor X ficou com tanto medo do meu amigo, que começou a
correr desesperadamente. Por sorte, a polícia estava no local e eu
gritei:
- Peguem esse homem! Ele é o senhor X que sabotou a roda
gigante.
Os policiais conseguiram prender o vilão.
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Depois disso, a roda gigante foi interditada, mas os outros
brinquedos continuaram funcionando, o que nos deixou muito felizes.
Depois de um tempo, a roda gigante foi restaurada e tudo voltou ao
normal.
No final da noite, Rüdiger me deu um presente surpresa. Era uma
capa voadora. Eu agradeci muito, vesti a capa e fui voando para casa.
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Um dia os meus pais, meu irmão e eu fomos acampar em uma
floresta que ficava próxima ao nosso sítio. Essa floresta era muito
grande, tinha muitas montanhas, morros, árvores de vários tamanhos e
muito verde. Fomos acampar nessa floresta porque lá tem uma trilha
interessante e nós queríamos fazer uma caminhada nessa trilha à
noite. Quando chegamos à floresta, encontramos outra barraca de
acampamento, onde havia quatro pessoas: o meu amigo Jorge com
seus pais, e o amigo dele, Pedro. Eu perguntei:
- O que vocês estão fazendo aqui?
O pai do Jorge respondeu:
- Viemos fazer a trilha.
- Nós também viemos fazer essa trilha, à noite. Vocês já fizeram
alguma vez? – perguntei.
- Não, nunca fizemos. – respondeu Jorge.
Então eu os convidei para fazermos a trilha todos juntos. Eles
aceitaram e ao anoitecer fomos todos começar a caminhada. Ficamos
com um pouco de medo porque a trilha era muito escura e a gente
tinha poucos lampiões e lanternas. Mas depois nos acostumamos.
Quando estávamos no meio da trilha, ouvimos um barulho que parecia
os passos de uma pessoa e ficamos com medo, mas continuamos
caminhando.
O acampamento Antonio fernandes Alvarenga
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Um pouco depois, vimos uma sombra estranha e voltamos
andando para trás. E de repente, a sombra desapareceu e logo
apareceu na nossa frente uma figura pálida com dentes afiados, cabelo
ruivo, orelhas pontudas. Parecia um vampiro!
Ficamos todos com muito medo e começamos a gritar e correr
desesperadamente. Um tempo depois, vimos que a figura estranha
estava nos seguindo, voando pelas árvores e, na correria, acabamos
nos perdendo na floresta. De repente, a figura estranha desceu das
árvores e começou a se aproximas de nós. Ela disse:
- Oi! Eu sou o Rüdiger – E quem são vocês?
- Nós somos amigos que estamos acampando nessa floresta e
fazendo essa trilha. Você nos assustou e por isso, acabamos saindo da
trilha. Agora, estamos perdidos. Por acaso você é um vampiro? –
perguntei.
- Sim, mas fiquem tranquilos, pois eu já jantei. – e continuou -
Vocês querem ajuda para sair daqui?
Todos responderam que sim.
Rüdiger falou:
- Eu posso sobrevoar a floresta e procurar o acampamento de
vocês.
- Podemos confiar em você?- indaguei.
- Claro que sim! – ele respondeu.
Então Rüdiger começou a voar até encontrar a saída da trilha e o
local do acampamento. Ele morava na floresta e já conhecia todo o
lugar. Depois de voar e encontrar o caminho, ele voltou e disse:
- Sigam-me!
Nós seguimos o Rüdiger até chegar ao acampamento e durante a
volta, ele foi conversando com a gente e contando a sua história.
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Nós deixamos de sentir medo do vampiro e ficamos amigos dele,
pois vimos que ele era muito legal. Ele contou que viveu muito tempo
com os animais da floresta, pois ele também havia se perdido dos pais
quando fez a trilha, há muito tempo atrás.
Quando chegamos ao acampamento, resolvemos convidar o
Rüdiger para passar aquela noite conosco. Ele aceitou e ficamos todos
muito felizes. Nós resolvemos fazer uma fogueira para nos aquecermos
do frio e ficamos em volta contando histórias. O Pedro, amigo do Jorge,
era um garoto muito alegre e divertido e ficou contando muitas piadas e
todos riram muito, inclusive o Rüdiger.
No dia seguinte, quando acordamos, nos despedimos do Pedro,
do Jorge, de sua família e também do Rüdiger. Voltamos para casa e o
Rüdiger continuou morando na floresta e ficou muito feliz por ter feito
novos amigos. Nós também ficamos felizes de ter conhecido o vampiro
e combinamos de no feriado do próximo ano, voltarmos pra lá e
acampar novamente com o nosso novo amigo Rüdiger.
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Era uma noite de sábado. Meus pais tinham saído e eu fiquei
sozinho em casa com a minha irmã. Ela estava no quarto, em seu
computador e eu na sala vendo TV. Estava muito tarde e eu percebi
que a janela estava aberta. Eu achei estranho, pois tinha certeza de
que havia fechado. De qualquer maneira, fui fechá-la novamente, e
quando eu me virei, tinha um vampiro na minha frente. Como podia ser
possível um vampiro em 2012, no Rio de Janeiro? Tudo que eu sei
deles é que vivem na Europa, e só saem à noite. Foi aí que ele falou:
- Olá, meu nome é Rüdiger.
- Olá, meu nome é Bruno-no. - gaguejei.
- Não precisa ter medo, não vou te morder.
- Ah, tá – falei mais aliviado.
Depois ele me contou uma história incrível. Ele tinha um amigo
chamado Anton, e eles passaram por várias aventuras, mas Anton
envelheceu e parou de se encontrar com Rüdiger. A família dele se
mudou da Europa, porque o guarda do cemitério estava velho e
ninguém queria ser o novo guarda. Então tiveram que fechar o
cemitério, e o único lugar sem uma família de vampiros era aqui, no
Rio.
Minha amizade com um vampiro
Bruno Amado Falcão
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Eu achei o Rüdiger muito legal, por isso, o convidei para ir ao jogo
do Fluminense contra o Flamengo comigo, no dia seguinte, e ele
aceitou.
O jogo estava marcado para as 19:30 horas e ele chegou à minha
casa, meia hora antes.
No caminho para o estádio, minha mãe ficou fazendo várias
perguntas ao Rüdiger, e ele respondia um pouco confuso. Por sorte,
minha mãe não percebeu que ele era um vampiro.
Quando chegamos, o jogo ainda não tinha começado e minha mãe
ficava oferecendo comida a ele, mas é claro que ele não aceitou.
O jogo começou e o Fluminense abriu o placar: 1 a 0 com gol de
Fred. E o jogo terminou 8 a 0 para o Fluminense. Foi uma grande
partida, nós nos divertimos muito, até que Rüdiger falou:
- Agora eu sou Fluminense.
Depois do jogo, o vampiro foi para a sua casa e eu para a minha.
No dia seguinte, minha irmã estava na casa de uma amiga, e eu
fiquei ansioso para que Rüdiger viesse à minha casa, tanto que deixei
a janela do meu quarto aberta. Quando Rüdiger chegou, ele tinha outra
capa e me disse:
- Vista isso.
- Por quê? - eu perguntei.
- Para você poder voar, ué? – ele respondeu.
Achei um pouco estranho isso, mas ele me ensinou a usar a capa.
Depois de um tempo voando, chegamos aonde queríamos, no
cemitério, na cripta onde ele morava.
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Meu amigo me disse que todos de sua família tinham saído, então
entramos na cripta e eu vi um vampiro, mas Rüdiger disse que era a
irmã dele e não faria mal a mim.
Rüdiger me mostrou uns livros e me deu um deles. Ouvi um
barulho vindo da entrada da cripta, era um vampiro. Então eu me
escondi no caixão de Rüdiger. Um tempo depois, ele me tirou de lá e
voltamos à minha casa. Chegando lá, peguei um livro e falei:
- Esse livro é pra você sempre se lembrar de seu amigo Bruno.
Rüdiger ficou emocionado, me agradeceu e saiu voando pela
noite.
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Em um belo dia, eu estava fazendo o dever, o que é normal para
uma menina de 10 anos. Quando de repente ouvi um barulho. Naquela
hora percebi que uma coisa muito estranha estava na minha janela,
fiquei com muito medo, mas estufei o peito, tomei coragem, e abri a
janela. Lá, sentado no peitoril, tinha um vampiro!
- Qual é o seu nome?- perguntei.
- Rüdiger. E o seu?
- Camila. - respondi aflita.
- Você é um vam- vampiro? – gaguejei.
- Sou, mas relaxa, não vou te morder. Anton, um amigo meu, falou
que você é muito solitária. – ele disse.
- Sou um pouco. – concordei.
- Quer voar comigo? – ele indagou.
- Como assim?
- Você vai ver. – Rüdiger afirmou.
Então Rüdiger me pegou pelo braço e saímos voando. Nessa
hora, vimos outro vampiro, mas aquele vampiro não era como Rüdiger.
Esse estava sugando o sangue de um garoto da minha idade.
- Camila, se esconda. - disse Rüdiger pousando. - O nome desse
vampiro é Lione, o vampiro mais malvado que você possa imaginar.
Venha, vamos segui-lo.
Uma grande aventura Camila bosisio de aguiar
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- Tá. – eu disse.
- Olhe, ele está falando com outro vampiro. - falou Rüdiger.
- Vai ser hoje à noite, o nosso próximo alvo se chama Camila. -
disse Lione, para seu comparsa.
- Sou eu! – gritei desesperada.
- Eu vou te proteger. – disse Rüdiger - Vamos fazer um plano.
Então eu e Rüdiger fomos para uma floresta, onde ninguém
poderia nos ver.
- Já sei. - disse Rüdiger. - A coisa que um vampiro mais teme é o
sol, então só temos que jogar luz nele. Quando Lione vier te atacar, ele
vai entrar pela porta, e quando ele entrar, é só você colocar o abajur na
frente dele.
Mas Rüdiger se lembrou de um detalhe importante.
- Só tem um problema, os vampiros tem uma coisa chamada
vampirostes, isso permite que eles possam ficar no sol, e é o que eu
estou usando agora. Nós vamos ter que ir até a gruta de Lione para
roubar a sua vampiroste.
-Tá. - concordei.
Então fomos até a gruta de Lione. Lá estava cheio de sangue no
chão e baratas pela parede.
- Eca! – reclamei.
- Venha, achei a vampiroste dele. – argumentou Rüdiger.
- Vamos embora. – falei.
Então saímos correndo e fomos para a minha casa. Deixei o
abajur em frente à porta, enquanto Rüdiger escondia a vampiroste.
Meus pais não estavam.
- Está tudo pronto. – falou Rüdiger - Agora é só esperar.
- Estou com medo. – eu disse.
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- Eu também. – ele comentou. - Mas vai dar tudo certo. Já liguei
para a polícia dos vampiros. Caso aconteça alguma coisa, gostaria que
você soubesse que eu te acho uma menina muito legal.
- Eu também! – falei
Neste momento, ouvimos um barulho terrível.
- Que barulho é esse?- perguntei.
- Ele chegou. – Rüdiger respondeu. - Silêncio!
Lione abriu a porta, e nesse instante, eu liguei o abajur e o
coloquei no rosto de Lione, que caiu desmaiado na frente de Rüdiger.
Os policiais estavam lá e levaram Lione para a cadeia, mas antes de
fazerem isso, disseram a mim e a Rüdiger:
- Nunca mais vocês poderão se ver, a menos que ela vire uma
vampira.
Aí pedi a Rüdiger:
- Me morda.
Rüdiger me mordeu e virei uma vampira.
- Estou me sentido esquisita. - eu disse.
- Venha conhecer minha família. – ele falou.
- Que estranho. - reclamei.
- Você se a costuma. – ele alegou.
- Virei vampira?- questionei.
- Sim!
Nesse momento, comecei a chorar.
- Por que você fez isso? - questionei arrependida.
- Porque você pediu! - ele falou.
- Mas eu não tinha certeza do que eu estava fazendo. - reclamei.
- Desculpe. - disse Rüdiger.
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Depois que Ana, a irmã de Rüdiger, me consolou, fomos almoçar.
E foi nessa hora que percebi que eu estava segura, pois ali, junto de
minha nova família, eu tinha amor e amigos, coisas que eu nunca tive
antes.
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Um dia, eu estava sentada na minha cama vendo filmes no
computador, quando bateram na porta. Abri e nada, então voltei para o
computador.
- Tum – bateram novamente - Tum.
- Quem é? - perguntei, apesar de achar que era o Pequeno
Vampiro, porém ele só vinha durante a semana e era sábado.
- Sou eu. - disse uma voz rouca vinda da janela - o Pequeno
Vampiro!
Então fui até a janela e a abri. Ele entrou no quarto, me
cumprimentou e me convidou para ir ao aniversário dele de 1527 anos.
Antes de aceitar o convite, perguntei:
- Quem vai estar lá?
- A tia Dorotéia, Olga, Lumpi, Ana, você e eu. - respondeu ele.
Depois ele me explicou tudo sobre esta festa e me disse que seria
no dia seguinte, à noite, das 22:30 horas até as 02:30 horas da
manhã.
Na manhã seguinte, tomei café e fui para o quarto ler o livro “O
Trono de Fogo” até cerca de 10 horas.
Uma visita inesperada Carolina Doria Gondinho
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- O Trono de Fogo? - escutei minha irmã dizer – eu já li este livro e
achei legal...
Depois de dizer isso, ela saiu do quarto. Eu continuei a ler e
pensar na visita inesperada do Pequeno Vampiro, até que sons
esquisitos me fizeram parar de ler. Saí do quarto e fui seguindo o
barulho.
- O que você está fazendo, Carol? - perguntou minha mãe.
- Que barulho é esse? Você ouviu esse barulho, mãe? Que horas
são agora? – perguntei a ela.
- Sim, esse barulho é da casa ao lado e são 12:46 horas da tarde,
e também é hora de se vestir para sairmos.
Então voltei para o quarto e me vesti. Saímos de casa e fomos
comer.
Na volta do almoço, fiquei o resto do dia no meu quarto. Depois de
um tempo perguntei:
- Que horas são?
- Agora são 20 horas e 30 minutos - respondeu meu pai - hora de
dormir.
Peguei a maquiagem e separei junto com a roupa de vampiro que
havia ganhado no natal do ano passado.
Meus pais vieram me dar boa noite e saíram. Eu fiquei acordada,
até que Rüdiger, o Pequeno Vampiro, bateu na janela. Abri e Rüdiger e
sua irmã, Ana, entraram no quarto. Ana e eu fomos nos maquiar e
vestir a roupa.
Quando saí, Rüdiger disse que amou a minha roupa e que
ninguém iria reparar que eu não era uma vampira. Então, fomos para a
festa de aniversário na cripta.
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Chegando lá, vi que a tia Dorotéia estava explicando que não iria
poder ficar para a festa, então fiquei mais tranquila.
Lumpi e Rüdiger pegaram de dentro de um caixão um jogo de
tabuleiro.
- Eu tenho este jogo! - falei.
Olga comentou:
- Que legal!
E começamos a jogar. Ficamos jogando por mais ou menos uma
hora, brincamos de pique vampiro e depois de pula baú. De repente, a
tia Dorotéia apareceu e falou para o Rüdiger:
- Já resolvi o meu problema e posso voltar para a festa.
Como não podia contrariá-la, o vampiro concordou com a cabeça.
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Voltamos a jogar pula baú. Rüdiger e Lumpi estavam brigando,
quando Lumpi socou o baú e eu, que estava em cima, caí dentro do
balde de água. Nesse instante a maquiagem borrou e a tia Dorotéia me
descobriu. Todos tentaram distraí-la, mas não conseguiram, ela era
muito rápida. Porém a Ana pegou uma garrafa de sangue que estava
em cima da mesa e deu para a sua tia.
Nesse momento, eu saí correndo, peguei a capa de vampiro e
levantei voo.
- Muito obrigada por tudo, esta foi a melhor festa de aniversário de
vampiro que eu já fui! – gritei do alto do céu.
Voltei para casa e caí na cama. Antes de pegar no sono, fiquei
lembrando da festa inesquecível do meu amigo Rüdiger.
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Foi surpreendente o que me aconteceu nas férias de 1954. Eu me
interesso muito por vampiros, por isso resolvi viajar para a Transilvânia,
a terra dos vampiros. E lá, aconteceram coisas tão esquisitas que nem
mesmo eu acreditava.
Numa bela noite, eu estava me preparando para dormir. Fui até o
quarto da minha mãe.
- Boa noite, mãe! – falei.
- Boa noite filha, sonhe com os anjinhos e não com vampirinhos. -
minha mãe respondeu.
Fui para o meu quarto para assistir a um seriado na tv sobre
vampiros, que era muito sangrento, do jeito que eu gosto. De repente,
ouvi uma batida na janela: “toc, toc”. Eu pensei: “que barulho estranho
é esse vindo da janela?”. Mas como estava começando a chover, achei
que devia ser a chuva mesmo.
Porém o barulho continuou e ouvi uma voz gritando:
- Sou eu, abra a janela antes que eu me molhe toda e não consiga
mais voar. Assim, terei que esperar a minha capa secar para poder
voar novamente.
- Ana, é você?- perguntei.
- Sou eu mesma, agora abra a janela. - respondeu Ana.
Uma noite no caixão de Uma noite no caixão de Uma noite no caixão de Uma noite no caixão de AnaAnaAnaAna Carolina Pierotti Erlanger
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- Ok, ok, já estou indo. – falei.
Ana é a minha melhor amiga, apesar de ser uma vampira, cheirar
a mofo e se alimentar de sangue.
- Você está com o Rüdiger aí? – indaguei.
- Sim, estou Carol. Por quê?
- Porque meus pais estão aqui e podem vê-lo. - falei.
- Então nós vamos para o cemitério e nos encontraremos lá. –
disse Ana.
- Ok, então vou inventar uma desculpa para os meus pais.
Só que eu não imaginava que os outros vampiros estariam lá.
- Mãe, posso estudar na casa da Antônia?- perguntei.
- Ela convidou você?
- Sim, ela me convidou. – respondi.
- Ok, então pode ir.
Então lá fui eu para o cemitério para conversar com Ana e
Rüdiger. Chegando lá, encontrei os dois e falei:
- Oi gente, está tudo bem?
- Não, Carol, os outros vampiros estão aqui também. E eles não
podem ver você aqui conosco, senão irão te morder.
- O que? – gritei.
- Desculpe Carol, não pude te avisar porque o Rüdiger não queria
voar tudo de novo e você sabe como ele é, né?
Então corri para a cripta e meus amigos me esconderam dentro do
caixão de Ana. Fiquei lá a noite toda e antes do sol nascer, saí do
caixão e dei o lugar para Ana.
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Rüdiger me emprestou a capa do tio Teodoro e saí voando para
minha casa. Quando cheguei, tirei os travesseiros cobertos pelo
edredom que estavam sobre a cama, para minha mãe pensar que eu
estava dormindo. Deitei delicadamente na cama e dormi um sono
profundo.
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.
Um dia, o meu avô Hélio, no alto de seus 94 anos, me convidou
para ir à Transilvânia, num país chamado Romênia. Eu aceitei, pois
queria há muito tempo visitar o país do Conde Vlad, do século XIV.
No aeroporto, pegamos um avião e, depois, já na Europa,
pegamos um trem e chegamos à Romênia. Este país é muito bonito,
cercado por montanhas e por grama bem verde. Só tem uma coisa que
eu não gostei muito. Os hotéis da Transilvânia estavam lotados e meu
avô teve uma ideia:
- Vamos dormir no castelo do Conde Vlad!
- Ah, não acho uma boa ideia, pode ser perigoso. – falei - além do
mais ninguém se hospeda neste hotel, pois dizem ser assombrado.
- Mas é melhor do que dormir na rua, ainda mais nesse frio. – meu
avô alegou.
Então lá fomos nós para o castelo do temível conde Vlad. Quando
chegamos, tocamos a campainha e um mordomo muito estranho abriu
a porta. Ele perguntou:
- Quem são vocês? O que fazem aqui?
- Nós viemos nos hospedar aqui, pois não há mais vagas nos
outros hotéis da cidade. - respondi.
– Tudo bem, mas tome cuidado garoto, o Conde Vlad ainda não
está morto. – falou o mordomo.
Um inverno inesquecível Edgar William Allan
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Antes que eu pudesse responder, o homem desapareceu.
Então, nós entramos no castelo e fomos para os nossos quartos e
quando eu vi no meu relógio, já era meia noite, então eu fui dormir.
Meu avô me deu um beijo e foi para o seu quarto dormir.
Quando eu estava dormindo tranquilamente, ouvi umas palavras
assim:
– Ei garoto, você está me ouvindo?
Então eu acordei e fui seguindo o som que levava até o banheiro,
e quando eu vi, era um vampiro. Eu gritei bem alto para o meu avô
Hélio me escutar.
Rapidamente ele veio me socorrer.
– O que está acontecendo aqui? - indagou meu avô.
– Tem um vampiro no meu quarto! – respondi aflito.
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Meu avô estava chegando perto do vampiro para dar uns
cascudos quando ele falou:
- Meu nome é Rüdiger e sou sobrinho do Conde Vlad. Tenho 450
anos, mas fui mordido quando era criança. Vim para cá passar as
férias na cidade da minha família.
O vampiro era baixo, tinha a pele muito branca, os dentes afiados
e um cheiro de mofo insuportável. Mas pareceu simpático.
- Eu sou o Edgar, tenho dez anos e moro no Rio de Janeiro. Este é
meu avô Helio. – eu disse.
- Muito prazer. Vocês gostariam de conhecer o castelo do meu
tio?- perguntou Rüdiger.
- Claro, vamos conhecer. – respondi.
Então Rüdiger nos levou para dar um passeio pelas salas e
quartos do castelo. Tinha um quarto enorme com um caixão de ouro.
- Este é o quarto do meu tio. Ele está dormindo agora, pois está de
manhã, então nós teremos o dia todo para aproveitar. Quando
anoitecer, vocês terão que ir embora, senão meu tio vai morder vocês.
- Tudo bem. – falou meu avô.
Depois Rüdiger nos levou à cozinha do castelo e mostrou várias
garrafas de suco de sangue. Ele tomou um gole de suco e fomos para
outra sala.
Nesta sala havia várias lápides da família do Conde Vlad, com
corações desenhados. Rüdiger me explicou que eram lápides da
mulher e dos filhos do conde que foram mortos com uma estaca de
madeira no coração.
Quando estava quase anoitecendo, Rüdiger disse:
- Agora vocês precisam ir embora, pois meu tio já vai acordar e se
pegar você aqui, ele vai chupar todo o seu sangue.
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Então arrumamos nossa mala e disse:
- Rüdiger, obrigado por você ter mostrado o castelo do conde Vlad.
Nós adoramos conhecer você.
- De nada, voltem sempre. – disse Rüdiger.
Depois disso, eu e meu avô voltamos para o Brasil e recebemos
uma carta de Rüdiger informando que havia convencido seu tio Vlad a
transformar seu castelo num hotel mais legal, que passou a se chamar
“Hotel Transilvânia”. E no final, todos viveram felizes para sempre.
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Um dia, eu e minha família viajamos para a Transilvânia porque o
meu bisavô, que era muito rico, tinha morrido e havia deixado sua
herança para nós.
Quando chegamos lá, no dia 13 de dezembro de 2012, fomos para
a mansão do meu bisavô, o Conde Romolo. Ele era chamado por seus
amigos de Ray.
Na mesma hora em que meu pai ia tocar a campainha, a porta se
abriu misteriosamente. Entramos na casa e percebemos que cheirava
a mofo, os móveis eram desgastados, as cortinas arranhadas e teto
com pinturas como o de uma igreja.
- Uau, uma reformazinha não faria mal nenhum! - eu exclamei.
- É, e olha que ele era bem riquinho. - disse meu irmão Eric.
- É verdade, ele tinha muito dinheiro! - concordei.
- Que agora é nosso! - ele exclamou com um tom animado.
- Interesseiro. – eu disse.
- Psst, calado. - ele reclamou.
- Então vamos entrar?- meu pai perguntou.
- Vamos! - exclamou minha mãe.
Quando nós entramos na casa, a porta se fechou rapidamente.
Aventuras vampirescas Fabrício Kayat Hess
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Nós olhamos para trás e não havia ninguém, mas quando olhamos
para frente havia uma mulher com roupa preta, alta, com cerca de um
metro e 70 centímetros de altura. Ela disse:
- Olá, bem- vindos à mansão Rolonco. - disse a moça com um
sotaque estranho.
- Ah, olá, você deve ser a senhorita... - disse minha mãe
- Sou a senhorita Melana. Eu era a empregada, cozinheira e
secretária do senhor Romolo.
- Ah, ok. Então, você vai ficar aqui mesmo ou você só estava nos
esperando para depois ir embora? - indagou minha mãe.
- Não, agora eu devo servir vocês. - falou Melana.
- Ok, obrigado, mas acho que vou descansar, a viagem foi muito
longa. - falou meu pai.
- Está bem, mas tenho que falar uma coisa: não saiam à noite,
tranquem as porta e as janelas, fechem as cortinas e se quiserem usar
algum aparelho eletrônico, coloquem o brilho baixo! - a senhora
exclamou.
- Está bem. - eu disse.
Então a senhora Melana nos deu as chaves e fomos dormir.
No meio da noite, meu irmão saiu do seu quarto, foi para o meu e
disse:
- Eu ouvi um barulho muito estranho!
- Ahh, deve ser o vento, agora me deixe dormir. - eu falei com tom
sonolento.
- Não, é sério, eu ouvi uma coisa estranha! - ele exclamou com
mais dureza.
- Se eu for lá ver o que é, você me deixa dormir? - eu perguntei.
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- Ah, tá, mas se tiver alguma coisa, você me ajuda a tirar! - ele
falou decidido.
- Ok. – eu concordei.
Então eu desci as escadas com meu irmão, e quando chegamos à
sala, vimos aquela figura feia, mas simpática que chupava o sangue de
um esquilo ou guaxinim. Não dava para ver direito porque o vampiro
estava bem agachadinho e chupando o sangue com muito prazer!
Então eu gritei:
- Aaaahhhhhhh!
- Eu disse que tinha algo paranormal ou assustador aqui. Eu
avisei! - Eric exclamou.
Depois disso, eu saí correndo e ele foi atrás de mim. Quando nós
chegamos ao meu quarto, trancamos a porta, mas a janela estava
aberta. Neste momento, o vampiro entrou e disse:
- Não se preocupem, eu já jantei hoje. Mas eu queria saber o que
dois garotos estão fazendo na mansão do Sr. Romolo.
Eu estava gago de medo, mas meu irmão conseguiu falar:
- É que o Sr. Romolo morreu e nós somos as únicas pessoas para
ficar com a herança dele.
Neste mesmo instante, o vampiro olhou para frente e viu um
esquilo atrás de meu irmão e como o vampiro não ia chupar o nosso
sangue, ele voou por cima do meu irmão. Porém, o Eric se assustou e
fez um movimento que confundiu o vampiro. E por engano, o vampiro
acabou mordendo meu irmão.
Eu gritei:
- Nããããooooo! Olha o que você fez com meu irmão!
- Desculpa, mil desculpas. - disse ele arrependido.
-Tudo bem, mas você vai ter que consertar o que fez! - eu falei
meio triste.
33
- Está bem, está bem, vou fazer o máximo possível! - ele exclamou
arrependido.
- Qual é o seu nome? – perguntei.
- Rüdiger, meu nome é Rüdiger. – e continuou – Vou embora
agora e voltarei amanhã.
No dia seguinte, quando amanheceu, eu perguntei a Melana se ela
sabia algo sobre vampiros e ela disse:
- Sim, muito, por quê?
- Promete que não conta a meu pai nem a minha mãe?-
questionei.
- Prometo.
- Meu irmão virou vampiro e agora quero que ele volte ao normal.
– falei.
- Bom, o único jeito de um vampiro virar humano é bebendo
sangue de outro vampiro.
- É, sem ofensas, mas este país é bem estranho. Por acaso, vende
sangue de vampiro no mercado?- eu indaguei.
- Sim, claro que sim. - falou ela bem baixinho.
- Então o que estamos esperando? Vamos às compras! - eu gritei.
Neste momento, a Sra. Melana pegou a sacola e nós fomos ao
mercado. Ao chegar lá, compramos o sangue de vampiro e voltamos
para casa. Quando chegamos, meu irmão estava chupando sangue de
bichos mortos, e quando nos viu, ele parou e perguntou:
- Já estão com o sangue de vampiro?
- Já, agora beba! – mandei.
Quando bebeu o sangue de vampiro, ele votou ao normal.
De noite eu estava lendo um livro, quando o pequeno vampiro
entrou pela janela e disse:
34
- Eu vim dar esta capa de vampiro para você e para seu irmão,
para me redimir.
- Muito obrigado, amanhã eu dou a capa para ele. Ah, e vê se volta
amanhã para mais uma aventura. - eu disse
- Ok, adeus! - ele exclamou.
E o pequeno vampiro saiu voando pela noite adentro.
35
Uma noite, eu estava em casa e resolvi ligar para os meus pais,
que estavam no trabalho, mas o telefone não funcionou. De repente,
ouvi uma risada vinda da janela. Fui até lá e vi um olho vermelho, que
foi chegando mais perto e uma cara horripilante se formou. Era um
vampiro! Corri pra trás. E então ele disse:
- Oi, não precisa ter medo, e eu não vou te fazer mal.
- Vo-vo-vo-cê é u-u-um vampiro? – gaguejei.
- Sim! - ele respondeu.
- Você não vai fazer nada, né?
- Não, mas se você quiser, eu posso...
- Nãaaao!!! - gritei.
- Qual o seu nome? - perguntou o vampiro.
- Helena.- sussurrei - E qual é o seu?
- Rüdiger.
- Você me parece legal. - falei.
- Você também.
- Quer ser meu amigo? – perguntei.
- Sim. – ele respondeu.
E foi assim que nós viramos amigos. Um belo dia, eu estava na
escola e o pequeno vampiro foi até lá para me encontrar.
Pequena menina Helena Markun Martinez Mello
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O Rüdiger é um vampiro diferente dos outros, ele podia sair de
manhã porque tinha óculos especiais e usava uma roupa que não
deixava o sol atingir sua pele. Os meus amigos ficaram perguntando:
- Quem é ele? Por que tem dentes tão grandes e pontudos? Que
cheiro é esse?
Eu morri de vergonha.
Mas teve um dia que foi pior de todos. Eu estava jantando e ele
apareceu na janela. Fiz sinais para que ele saísse, mas não saiu, então
pedi aos meus pais que pegassem mais comida na cozinha. Nesse
momento, eu fui lá fora e o espantei.
Na noite seguinte, Rüdiger bateu na janela novamente e me
convidou para ir à cripta. Eu não recusei. Chegando lá encontrei Ana, a
irmã de Rüdiger, e Lumpi, o irmão dele. Mas como estava escuro, eu
não vi uma pedra e bati com o pé. Senti um molhadinho: era sangue!
Inventei uma desculpa para sair:
- Preciso de ar fresco.
Rüdiger foi junto e viu o sangue. Lambendo os beiços foi chegando
mais perto, eu sabia o que ele queria. No momento em que ia morder o
meu pé, Ana entrou no meio. Ela bebia leite.
Nesse momento, a tia Dorotéia chegou. Ela estava morrendo de
sono e nem viu a gente. Ana me levou ao hospital e lá os médicos
costuraram o meu pé. Fiquei três dias internada. Ao sair do hospital,
peguei uma bolsa de sangue e de leite para dar aos meus amigos
vampiros.
Quando cheguei em casa, deitei na cama e de repente, bateram
na janela. Era Ana e Rüdiger. Eles queriam saber como eu estava. Eu
me lembrei das coisas que peguei no hospital e dei para eles.
- O que é isso? - falou Rüdiger. - Sangue?
37
- Sim, eu trouxe para você. – aleguei.
Enquanto Rüdiger bebia o sangue loucamente, Ana me agradecia.
E antes de sair voando pela janela, disse:
- Obrigada por tudo e até a próxima aventura!
38
Um dia eu estava com minha amiga Ana passeando por Londres.
Ana era pálida cheia de olheiras bem profundas e tinha um forte cheiro
de mofo. Ela não falava muito, mas nesse dia ela estava falando até
demais:
- Bla bla bla... eu nunca comi arroz ... bla bla bla... eu já fui para
Paris, bla bla bla.
Só que sem querer, ela falou uma coisa muito estranha:
- Eu sou pálida porque sou uma vampira! Ops!
- Socorro, minha amiga é uma vampira e ela vai me machucar! –
gritei - Alguém me ajude!
- Não, Isabel, eu não vou te machucar, eu prometo. – ela alegou.
- Como posso confiar em você?- perguntei.
- Eu passei esses anos todos do seu lado fazendo tudo com você
e nunca te machuquei. Se você confiar em mim, eu até te mostro
minha cripta. – ela disse.
- Está bem, vou confiar em você. – falei.
Nós entramos no cemitério e Ana me mostrou sua cripta, eu até
conheci Rüdiger, seu irmão!
Quando saímos, Ana olhou para os lados, preocupada:
- O que foi Ana? - perguntei.
O pequeno vampiro e o caçador Isabel Passos Rodrigues Carreira
39
- É que frequentemente um caçador de vampiros vem visitar o
cemitério e ele já viu Rüdiger.
Nesse exato momento, Rüdiger saiu da cripta e veio em nossa
direção:
- Gente, agora que eu lembrei que a tia Dorotéia está vindo pra
cá!
- Então vamos fugir! - disse Ana.
- Fugir pra onde, Ana? Vocês são vampiros. – falei.
- Já sei! - exclamou Rüdiger - Para Disney! Lá vão achar que a
nossa roupa é fantasia.
- Boa! - concordamos.
Rüdiger me deu uma capa e nós voamos para Disney. Lá vimos o
castelo da Cinderela cheio de luzes à noite, andamos de montanha -
russa e de roda gigante! Estava o máximo, até a hora de ir embora.
Quando estávamos na fila para pagar o hotel, vimos o caçador de
vampiros atrás de nós. Ele veio em nossa direção.
- Gente, aquele cara que está vindo é o caçador de vampiros! -
falou Rüdiger, já puxando nossa mão e saindo correndo.
- Ei, parem de correr, vocês vão acabar quebrando algo! - falou o
cara da recepção.
Nós não paramos de correr e o caçador de vampiros também não.
O cara da recepção tinha razão, porque quando percebemos,
estávamos a ponto de derrubar o balcão! Por sorte, conseguimos
desviar. Neste momento, o caçador sacou sua estaca e todos na
recepção começaram a gritar. Os seguranças chegaram e prenderam o
caçador.
- Ufa, escapamos por pouco. – disse Rüdiger.
- Eu acho melhor voltarmos para casa. –falei.
40
- Deixa que nós levaremos você. – se ofereceu Ana
Então voamos para Londres, eles me deixaram em casa e eu
deitei em minha cama. Lá na minha casa, ninguém notou, pois meus
pais estavam vendo televisão. Eu fechei meus olhos e dormi pensando
na aventura que vivi com meus amigos vampiros.
41
Um dia eu ouvi falar de um vampiro que era aterrorizante e tentei
procurá-lo. Resolvi começar pelo cemitério, mas apenas encontrei
defuntos fedorentos! Depois fui para a casa abandonada que ficava no
final da rua, porém só encontrei teias de aranha por todo canto. Decidi
arriscar indo num castelo mal assombrado que ficava do outro lado da
cidade, só que a única coisa que encontrei foi um quadro com o retrato
do Conde Drácula. Fiquei arrasado e voltei pra casa.
Quando anoiteceu, deitei na cama emburrado e de repente escutei
um barulho vindo de fora. Levantei e fui ver o que era. Então eu vi um
vampiro no peitoril da janela.
Fiquei com medo, mas aguentei e ele perguntou:
- Qual é seu nome?
- João - respondi - e o seu?
- Rüdiger.
- Olá Rüdiger, meus amigos me disseram que há um vampiro
aterrorizante por aqui. Esse vampiro é você?- perguntei.
- Suponho que sim. Por falar nisso, qual é o tipo do seu sangue?
Quando eu escutei isto fiquei apavorado e saí correndo de lá!
Rüdiger deu uma risadinha e explicou:
O pequeno vampiro e eu João Cottas Teixeira
42
- Eu estava apenas brincando, não irei te morder. Sangue humano
tem muito colesterol. E eu só bebo “Sangue Diet” e “Sangue Zero".
- Ufa! - respirei aliviado.
Ficamos a noite conversando e percebi que tínhamos virado
grandes amigos.
Em um sábado à noite, quando os meus pais tinham saído, vi uma
sombra na janela:
- Oi Rüdiger, pode entrar. - falei.
- Obrigado. Posso aproveitar que seus pais saíram e te apresentar
a minha família?- ele indagou.
- Se ninguém me morder, tudo certo. – respondi.
- Não te prometo nada... Brincadeirinha! - ele disse.
Então eu e Rüdiger fomos para o cemitério visitá-los. Chegando lá,
Rüdiger foi para um pinheiro mais a frente. Naquele exato momento,
um homem estranho pulou em cima dele e disse orgulhosamente:
- Aleluia! Finalmente te peguei, seu verme! Agora vou mostrar para
todos que eu não sou louco!
- João, me ajude, por favor! Ele irá mmee mmaattaarr!! PPeeççaa aajjuuddaa aa AAnnaa,,
eellaa éé mmiinnhhaa iirrmmãã..
-- EEssttáá bbeemm.. -- ffaalleeii..
FFuuii ccoorrrreennddoo aattéé qquuee eennccoonnttrreeii uummaa vvaammppiirriinnhhaa uumm ttaannttoo bboonniittaa,, ee
iinnddaagguueeii::
-- VVooccêê éé aa AAnnaa??
-- SSiimm.. EE vvooccêê??
-- JJooããoo.. VVooccêê pprreecciissaa mmee aajjuuddaarr,, RRüüddiiggeerr eessttáá eemm ppeerriiggoo!!
-- EEllee ffooii ppeeggoo ppeelloo SSrr CCooeellhhoo!! -- eexxccllaammoouu AAnnaa ccoomm rraaiivvaa..
-- SSrr qquueemm??-- ppeerrgguunntteeii..
43
-- NNããoo hháá tteemmppoo ppaarraa iissssoo.. DDeeppooiiss eeuu ttee ccoonnttoo,, vvaammooss ssaallvvaarr oo
RRüüddiiggeerr..
QQuuaannddoo cchheeggaammooss nnoo eessccoonnddeerriijjoo ddoo SSrr CCooeellhhoo,, ddeemmooss uumm ssooccoo
nnaa ccaarraa ddeellee ee ppeeggaammooss oo RRüüddiiggeerr..
-- AAttéé qquuee ffooii ffáácciill.. -- ffaalleeii..
NNaa vvoollttaa ppaarraa ccaassaa,, RRüüddiiggeerr mmee aaggrraaddeecceeuu ee eeuu mmee ddeessppeeddii ddeellee ee
ddee AAnnaa,, mmaass aattéé hhoojjee,, mmeeuuss aammiiggooss vvaammppiirrooss ccoonnttiinnuuaamm mmee vviissiittaannddoo..
44
Um dia, nas férias viajei para a Transilvânia com minha família e
meu amigo Anton, e me hospedei num castelo antigo. A Transilvânia é
a terra dos vampiros e eu me interesso muito por essas criaturas.
Depois de um dia cansativo de passeio, fui dormir. No meio da
noite ouvi barulhos na janela do quarto. Cheguei perto e vi duas
sombras. Eu me aproximei um pouco mais e vi duas crianças pálidas,
com dentes afiados e olhos vermelhos. Além disso, usavam capa preta
e tinham cheiro de mofo. Só podia ser os vampiros Lumpi e Rüdiger!
Anton já tinha me falado desses vampiros, pois eles tinham se tornado
amigos. Então, eu já estava prevenido e não senti medo. Eu perguntei:
- Vocês são os amigos do Anton?
- Sim, somos. Eu sou o Rüdiger.
- E eu sou o Lumpi.
- Eu sou João Guilherme, muito prazer. – falei.
Anton estava dormindo no quarto ao lado e ouviu o barulho que
vinha da janela do meu quarto. Ele foi até o meu quarto e viu os amigos
dele. Lumpi e Rüdiger queriam que nós fôssemos ao cemitério com
eles e nós aceitamos, pois queríamos viver uma aventura.
Uma aventura no cemitérioUma aventura no cemitérioUma aventura no cemitérioUma aventura no cemitério João Guilherme Saraiva Porto Carreiro de Souza
45
Chegando ao cemitério, o Sr. Coelho, que era o coveiro e
guardião do local, não gostou da nossa visita e dos meus amigos
vampiros e tentou nos matar com uma estaca. Nós saímos correndo
sem olhar para trás. Então o dono do cemitério chegou e perguntou
para o Sr Coelho:
- O que está acontecendo?
Muito assustado, o homem contou que tinha visto dois
vampiros rondando o cemitério. O dono do cemitério, Sr. Morcego,
não acreditava em vampiros, por isso não acreditou na história do Sr.
Coelho e decidiu mandá-lo embora. Então o Sr. Morcego resolveu
recontratar o antigo coveiro, que também não acreditava em
vampiros.
46
O senhor Coelho ficou muito chateado, pois ninguém acreditou
nele e foi procurar emprego em outro cemitério. Ele jurou que ia se
vingar de todos que duvidaram dele.
Eu e meus amigos voltamos para o castelo. Quando entrei,
meus pais estavam na sala e minha mãe perguntou:
- Onde você estava?
- Eu fui conhecer a cidade com Anton. – respondi.
Meus pais ficaram um pouco desconfiados, mas não
comentaram mais nada.
Subi para o meu quarto e quando entrei, tive uma surpresa. O
Lumpi e Rüdiger estavam na janela do meu quarto. Rüdiger falou:
- Eu adorei conhecer você. Foi bem legal a nossa aventura no
cemitério
- Eu também adorei. Eu quero viver outras aventuras com
vocês. – falei.
Eles se despediram e saíram voando pela Transilvânia.
47
Eu moro no Rio de Janeiro, meu pai se chama João, minha mãe
se chama Joana, e eles são muito legais. Vivo em uma casa grande e
à noite, vários morcegos vêm nos visitar. Eles comem frutas do quintal
e ficam voando dentro de casa. Por falar em morcegos, vou falar como
conheci o Pequeno Vampiro.
Um dia, eu fui para a escola e quando voltei, fiz meu dever de
casa, jantei, conversei com os meus pais e fui deitar na cama. Fui ler
um livro que se chamava “Como conhecer um vampiro”. Uma parte do
livro me chamou a atenção. Ela dizia assim: para conhecer um vampiro
você só precisa comprar ou achar uma carne de boi ou de algum
animal, prender na sua janela e esperar escondido. O livro dizia
também que era preciso mostrar para o vampiro que você é amigo dele
e não um inimigo.
Lendo isso, no dia seguinte, com o dinheiro do meu lanche da
escola, comprei uma carne de boi com bastante sangue, guardei na
mochila e voltei para casa. Em casa fiz as mesmas coisas do dia
anterior: fiz o dever de casa, jantei e me deitei.
Nessa hora, peguei a carne de boi, prendi na janela e me escondi.
Meia hora depois, um vampiro apareceu e ficou tomando o sangue da
carne de boi na minha janela. Aos poucos, fui me aproximando dele e
falei:
Aventuras com o pequeno vampiro
Julia Mizutani Fernandez
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- Sou sua amiga, não vou te machucar. Não vou fazer mal a você.
E ele disse:
- Não quero confusão, só pensei que o sangue da carne fosse
para mim.
- Também não quero confusão. Só quero ser sua amiga. -
respondi.
- Então vamos ser amigos. Meu nome é Rüdiger. Qual é o seu?
- O meu é Julia. – eu disse.
- Me encontre amanhã à noite no parque da cidade para nos
conhecermos melhor. – respondeu o vampiro.
- Tá bem. Tchau! - gritei.
- Tchau. - falou ele.
Na noite seguinte, eu fui para o parque da cidade como
combinamos e lá estava ele escondido em uma árvore. Então, eu
chamei, ele desceu e ficamos conversando. De repente, Rüdiger gritou
assustado:
- Julia, está vendo aquele homem de casaco preto? – ele
perguntou.
- Sim, o que tem ele? – indaguei.
- Esse homem é um caçador de vampiros, o nome dele é
Guilherme. Precisamos nos esconder! - ele exclamou.
Nós nos escondemos em um arbusto e quando o Guilherme
estava se aproximando da gente, Rüdiger me pegou no colo e me
levou voando para cima. Mas eu estava com medo então eu gritei alto
e o caçador nos viu e veio atrás de nós. Aí ele pegou o Pequeno
Vampiro e o levou embora. Porém, Rüdiger havia me avisado que se o
caçador o pegasse, era para eu ir à cripta dele, no cemitério, pedir
ajuda para a irmã dele, Ana.
49
Então, fui correndo para o cemitério. Chegando lá, ela estava do
lado de fora da cripta. Então eu disse a ela:
- Eu sou amiga do Rüdiger e vim te pedir ajuda para salvar ele
porque Guilherme o sequestrou.
Ela respondeu:
- Sério? Tudo bem, vou te ajudar, venha comigo.
Então a Ana me pegou no colo e me levou voando até o
esconderijo do Guilherme. Chegando lá, nós bolamos um plano para
salvar Rüdiger.
- Eu vou tocar a campainha para distrair o Guilherme e enquanto
isso, você vai entrar pela janela e salvar o Rüdiger. – eu disse.
- Combinado! – exclamou Ana.
E então lá fomos nós. A Ana ficou escondida enquanto eu tocava a
campainha. Quando o Guilherme foi abrir a porta, a Ana entrou pela
janela, salvou Rüdiger e passou voando para me pegar. Nós saímos
bem rápido.
- Muito obrigado por me salvarem. Não achei que vocês
conseguiriam. Ana, essa é a minha amiga Julia. – falou Rüdiger.
- Já nos conhecemos. – disse Ana.
- Que bom! – disse Rüdiger.
Depois dessa aventura, Guilherme ficou de olho na gente o resto
do ano. Tanto que uma vez, ele me raptou na escola, pois sabia que
meus amigos vampiros iriam me salvar. Assim, ele capturaria Ana e
Rüdiger.
Guilherme me levou para seu esconderijo, e quando Rüdiger e
Ana ficaram sabendo do sequestro, foram atrás do caçador para me
salvar. Quando chegaram lá, os vampiros tentaram enganar Guilherme
da mesma forma, mas desta vez, ele não caiu.
50
O caçador prendeu meus amigos em uma gaiola, assim como fez
comigo. Não havia como sair, então Ana disse:
- Vamos virar morcego e sair pela janela!
- Mas eu não sou vampira! Não posso me transformar em
morcego! – eu disse.
- Podemos te transformar em vampira! O que você acha?
- Tudo bem, mas não contem para ninguém.
Então balancei minha gaiola para que o Rüdiger pudesse me
morder. Aí ele me mordeu e nós três saímos voando pela janela.
Hoje em dia eu moro com Ana e Rüdiger no cemitério e sempre
vivemos aventuras incríveis juntos.
51
Eu sou a Letícia e vou contar a maior aventura da minha vida!
Numa bela noite, eu estava andando num parque, em Londres,
quando vi uma criatura muito sombria!
- Oi, sou o Rüdiger, o Pequeno Vampiro. Qual é o seu nome? –
perguntou ele calmamente.
- Eu... Meu nome é... – falei nervosa – Letícia! Sempre quis
conhecer um vampiro! Mas, você não vai me morder, né?
- Não, eu já jantei. Aliás, só bebo sangue de animal. – afirmou
ele.
- Que bom! Eu adoraria conhecer uma cripta de vampiros. Você
me levaria para conhecer a sua? – indaguei.
- Acho melhor não. É que o senhor Coelho, o guarda do
cemitério, detesta vampiros e ele está sempre nos caçando. Na
verdade, eu te vi queria pedir a sua ajuda. – ele falou nervoso.
- Em que posso ajudar? – perguntei.
- Vamos até sua casa pegar suco de laranja! – ele respondeu.
- Suco de laranja? Por quê? –indaguei confusa. – E pior! Minha
mãe está em casa!
- Ah, não tem problema. É só a gente ir voando, eu te deixo na
janela, você entra e pega o suco na cozinha! – disse ele animado.
- Está bem. – falei.
O pequeno vampiro em Londres Letícia Brazao Frontin de Luca
52
Rüdiger tirou de sua capa uma outra capa com cheiro de mofo,
que foi de seu tio Teodoro, e me deu. Eu coloquei e fomos voando pra
minha casa.
Assim que chegamos lá, Rüdiger disse:
- Vá lá pegar o suco!
- Estou indo! – respondi.
Quando cheguei ao meu quarto, minha mãe estranhou:
- Onde você estava? – ela questionou.
- Eu? Ahh... Eu estava na casa da Victoria! – improvisei.
- Mas já voltou? – indagou ela confusa.
- Só vim pegar um suco de laranja! – disse.
- Mas para que você quer o suco de laranja? – ela perguntou.
- Para fazer sorvete de laranja na casa da Victoria.
- Ah, tá. – respondeu minha mãe.
Eu peguei o suco na cozinha e fui encontrar o Rüdiger.
- Já pegou? – perguntou o vampiro.
- Peguei! Vamos! – gritei.
- Quando você encontrar o senhor Coelho, você fará com que ele
beba um gole do suco, certo? – perguntou o vampiro.
- Tudo bem. – respondi.
Quando chegamos ao cemitério, eu e Rüdiger pulamos o muro.
- Aqui, Rüdiger, a capa do tio Teodoro – eu disse.
- Obrigado. – respondeu ele.
Estava andando e dei de cara com o senhor Coelho, e falei:
- Olá, senhor Coelho! Olha! Um vampiro!
- Onde? Onde? – questionou ele.
53
Mas já era tarde demais! Quando o Senhor Coelho virou, eu
enfiei a garrafa de suco de laranja em sua boca e ele tomou um gole.
De repente, ele desmaiou! Eu não entendi nada!
- Rüdiger, como isso aconteceu? – perguntei.
- É que ele é alérgico a suco de laranja e quando ele toma, ele
desmaia! – respondeu ele aliviado.
- Que estranho! – disse confusa. – Bom, preciso ir para casa.
- Obrigado Letícia! Você me ajudou muito! - respondeu ele
agradecido.
Voltei para casa e minha mãe não desconfiou de nada!
54
Em um sábado, acordei e fui tomar café, e acabei fazendo uma
pergunta que eu nunca tinha feito aos meus pais:
- O que vocês acham de vampiros?
- Vampiros? Simplesmente não existem! - disse minha mãe.
- Olha filha, até que às vezes você pode acreditar em algumas
coisas estranhas, mas vampiros? - reclamou meu pai.
- Sim, vampiros! E se querem que eu mude minha opinião, isso vai
demorar um pouco. - falei irritada.
Houve um silêncio depois daquilo. Eu tinha ficado triste porque eu
sempre gostei de vampiros e não era porque meus pais não
acreditavam, que eu iria mudar minha opinião.
Após o café, fui pro meu quarto sem dar uma palavra, entrei no
computador e comecei a pesquisar “contos sobre vampiros”. Achei
muitos e li cada um deles. Aprendi muita coisa e gostei de tudo aquilo
que eu tinha acabado de ver. Depois de ler tudo, eu já me considerava
uma fã de vampiros.
Meia hora depois, ouvi minha mãe batendo na porta:
- Filha! Está tudo bem? Você está triste ainda?
Uma Noite com os Vampiros Luna Bretas Cassinelli Machado Vieira
55
- Um pouquinho... entre... - falei desanimada.
Eu e minha mãe conversamos e decidimos que no final das
contas, ela realmente não gostava de vampiros, mas ela ia respeitar a
minha opinião. Para me animar, ela me convidou pra tomar um sorvete.
Eu topei, pois apesar de ter ficado triste com a briga, a mágoa já tinha
diminuído.
Depois do sorvete, nós chegamos em casa e eu fui pro quarto ler
um livro novo. Eu fiquei lendo, saí novamente e fiz outras coisas até
chegar a hora de dormir.
Eu deitei e quando eu estava quase pegando no sono, ouvi um
barulho na janela. Aquilo me despertou completamente, mas eu pensei
que só poderia ser o vento, então eu virei e tentei dormir. Ouvi um
barulho novamente, e parecia o barulho da minha janela abrindo. Eu
lembrei que eu havia fechado antes de deitar, mas quando eu olhei
para a janela, percebi que tinha algo de errado. Eu me levantei e
peguei a lanterna, morta de medo e disse:
- A-a-alguém?
- Sim. - disse uma figura que eu ainda não conseguia identificar.
- Q-q-quem é v-v-você? – gaguejei.
- Rüdiger, Rüdiger Von Schlotterstein, em carne e osso. E você,
quem é? – ele questionou.
- Eu sou a Luna. – respondi.
- Eu acho melhor você se afastar porque eu estou com fome e
seria ótimo fazer uma boquinha agora!
- O que você está querendo dizer com isso?- indaguei.
- Ah, qual é! Essa lanterna não é boa não? Eu sou um vampiro não
está vendo? – ele zombou.
- Vampiro? Mas vocês realmente existem?
56
- Que ofensa! Como assim, vampiros existem? Agora você
provocou demais! – ele gritou.
- Não, por favor, sr. Pudiger Lon Sbarterstein!
- Rüdiger Von Schlotterstein! – ele corrigiu.
- É, é isso ai que eu queria dizer...Bom, não me mata, por favor! –
implorei.
- Tá, você me convenceu...eu não irei te matar.- ele afirmou.
- Bom, já que você não vai me matar, você quer conversar? -
perguntei.
- Está bem, mas já vou avisando que não sou muito amigável.
Eu e Rüdiger conversamos e ficamos amigos. Eu contei o que eu
sabia sobre vampiros e ele sobre humanos. Quando o relógio marcou
onze horas, ele se despediu e ele falou que ia voltar em alguns dias.
No dia seguinte eu estava louca para receber o Rüdiger, então
comecei a desenhar vampiros, morcegos, e fui botando os desenhos
na parede.
Depois de arrumar tudo, minha mãe entrou no quarto e perguntou
o que era aquilo. Eu disse a verdade sobre ter conhecido um vampiro e
ela exclamou:
- Olha, filha, você já começou a exagerar, vampiros não existem e
eles com certeza nunca apareceram aqui e nem aparecerão.
Depois daquilo eu fiquei triste, mas mesmo assim não tirei os
desenhos do meu quarto. Dias se passaram, e finalmente, numa terça -
feira, um pouco depois do por do sol, eu ouvi batidas na janela.
- Q-q-quem está aí fora? – eu disse com um pouco de medo.
- Abra e você verá. - respondeu uma voz rouca, mas um pouco
conhecida.
57
Eu abri a janela e era Rüdiger, e ao seu lado estava uma vampira
que eu nunca tinha visto. Rüdiger entrou no quarto sem nem dizer oi,
enquanto aquela vampira foi um pouco mais educada...
-Olá Luna- disse ela.
- Olá. Espere, você me conhece?- perguntei.
- Rüdiger tem me contado bastante sobre você! A propósito, eu
sou Ana.
- Bom, vamos logo ao assunto, queríamos te convidar para uma
festa de vampiros. Mas não precisa se preocupar, pois vamos te
emprestar uma capa e te maquiar - disse Rüdiger.
Eu concordei, eles me maquiaram e apesar de ter me achado
muito feia, fui à festa com meus amigos. Rüdiger teve que me ensinar a
voar, eu fiquei com muito medo, mas depois eu peguei o jeito. Eu
também estava morrendo de medo de me reconhecerem, mas ninguém
notou nada.
Depois da festa eu, Rüdiger e Ana decidimos ir à cripta e então
Rüdiger disse:
- Hahaha, realmente você devia ser a vampira mais feia da festa!
- Cale a boca, Rüdiger! – disse Ana – homens são todos iguais!
Depois do que Rüdiger disse eu comecei a achar ele bem chato,
mas depois que Ana ma defendeu eu me senti melhor.
Ficamos um tempo brincando na cripta e depois os dois me
levaram para casa.
- Tchau Luna. – disse Rüdiger.
- Você não está esquecendo de dizer alguma coisa, Rüdiger? –
perguntou Ana.
- Ah, desculpa. Até que você estava bonitinha de vampira.
- Tudo bem. Até a próxima! – falei.
58
E os dois foram embora e eu fui dormir pensando na incrível noite
que passei com os vampiros.
59
Era uma sexta-feira, dia 13 de outubro de 2012 no Rio de Janeiro.
Os meus pais tinham saído para ir ao cinema. Ouvi uma rajada de
vento entrar pela janela e de repente, eu vi uma figura estranha
aparecer. Eu corri para a cama e ala me perseguiu. A figura abriu sua
boca e eu vi seus caninos grandes e afiados. Eu corri até a cozinha
para me esconder, mas não achei nenhum lugar. A figura me achou e
perguntou:
- Você ficou assustado? Eu estava mesmo querendo te assustar
para melhorar minha fama de vampiro.
- Quem é você?- perguntei.
- Eu sou Rüdiger, o Pequeno Vampiro. – a criatura respondeu.
- Se você é um vampiro, você vai querer me morder! – gritei.
- Está tudo bem, eu já jantei. E quem é você? – ele indagou.
- Eu sou Marcos. – respondi.
- Quer conhecer meus dois irmãos?
- Está bem. - falei desconfiado.
Então Rüdiger tirou de sua capa, outra capa dobrada e a deu para
mim.
- Vista esta capa e bata os braços que você vai voar. - explicou
Rüdiger.
A perseguição do pequeno vampiro
Marcos Rissin Fernandes
60
Eu a vesti acreditando no vampiro e bati os braços.
- Viu? Agora vamos sair pela janela e ir até a minha cripta no
cemitério.
Quando nós chegamos lá, o vampiro tirou uma pedra da terra e fez
um sinal para eu entrar em um buraco estreito. Quando eu cheguei lá
embaixo, vi duas pessoas em pé na minha frente.
- Esses são meus irmãos, Ana, a banguela e Lumpi, o forte.
- Boa noite- eu disse.
- Você é bem gentil. - disse Ana.
- Quer jogar “Bancando o Vampiro”?- convidou Lumpi.
- Não, obrigado. Meus pais já vão chegar, e eu tenho que estar lá
em casa dormindo. Me leve lá, Rüdiger. - pedi.
- Não vai dar, estou cansado. – ele argumentou.
- Leva ele até lá, seu egoísta! - gritou Ana empurrando o irmão.
O Rüdiger caiu em cima de mim e nos arranhamos no chão.
Depois saímos da cripta e fomos para a minha casa. Lumpi viu duas
pocinhas de sangue no chão. Uma mais escura e outra mais clara.
Uma poça era do Rüdiger e outra era com meu sangue. O Lumpi
provou as duas e achou tão gostoso que esqueceu que Rüdiger era
vampiro. Ele saiu da cripta e foi atrás da gente. Nós o vimos e
corremos para qualquer lugar na frente. O Rüdiger se escondeu atrás
de uma árvore e eu em outra árvore depois da dele. O Lumpi viu o
Rüdiger e foi para a árvore. Quando Lumpi estava a dois metros da
árvore, o Rüdiger pegou um galho com espinho e arranhou o braço do
Lumpi. Como ele estava obcecado por sangue, mordeu seu próprio
braço e doeu tanto que parou de perseguir a gente. Depois ele se
desculpou e voltou para a cripta. Eu e Rüdiger fomos para minha casa
e eu fui tirar a capa.
61
- Rápido! - disse ele.
- Já vai, seu apressado. Meus pais anda não chegaram! –
exclamei.
Rüdiger foi para a janela e disse:
- Até a próxima sexta-feira, Marcos.
Quando ele saiu, eu ouvi a porta abrindo, e rapidamente troquei de
roupa e deitei na cama. Enquanto eu estava ali deitado, eu fiquei
pensando como seria a próxima sexta-feira.
62
Numa bela noite, eu estava em minha cama lendo o livro do
Pequeno Vampiro, quando escutei um barulhinho em minha janela. Eu
levantei e fui ver o que era. Quando cheguei bem perto, vi uma figura
pálida, de olhos vermelhos, com olheiras profundas e dentes afiados.
- Qual é o seu nome? - perguntei.
- Rüdiger, e o seu?
- Maria Antonia. Você é o Pequeno Vampiro do livro?
- Sim, sou eu. – ele respondeu.
- Legal, adoro sua coleção! – exclamei.
- Que bom! – ele disse.
- Você quer beber ou comer alguma coisa? – indaguei.
- Não obrigado. Minha irmã Ana está aprendendo a voar lá fora e
eu quero assistir.
- Eu a conheço. Ela está no seu livro. Eu sei até o seu nome
completo: Rüdiger Von Schlotterstein. Você mora no cemitério da
cidade?
- Sim, você quer conhecê-lo? – Rüdiger questionou.
- Eu adoraria! – exclamei.
Então Rüdiger e Ana me levaram até o cemitério onde ficava sua
cripta. Chegando lá, vimos o guarda do cemitério e Rüdiger falou:
- Tome cuidado! Esse guarda é perigoso e quer nos pegar.
O grande encontro Maria Antonia Moura Bezerra de Miranda
63
- Ele gosta de caçar vampiros e já matou vários de nós. – disse
Ana.
- Então vamos correndo nos esconder em sua cripta. – falei.
Quando entramos na cripta, Rüdiger e Ana me mostraram seus
caixões e apresentaram seus parentes. A tia de Rüdiger, Doroteia, foi
muito simpática e me ofereceu bolinhos de barata. Eu não aceitei, mas
agradeci.
Depois ficamos brincando de pique esconde dentro da cripta. Nós
nos divertimos tanto que nem vi a hora passar. Quando estava
amanhecendo, Rüdiger falou:
- É melhor você ir para casa, senão seus pais vão ficar
preocupados.
- Mas eu não sei o caminho de casa. – falei.
- Quer que eu te leve? – ele perguntou.
- Como? – questionei.
- Eu posso te emprestar uma capa e nós iremos voando. – Rüdiger
alegou.
64
- Eu adoraria. – disse animada.
Então saímos voando em direção a minha casa e foi muito
emocionante ver a cidade toda de cima.
Chegando à minha casa, Rüdiger falou:
- Tchau! Amanhã passarei aqui para te levar ao Vale das
Lamentações.
- Legal! – exclamei.
Depois que Rüdiger foi embora, fui para o meu quarto. Deitei na
minha cama e adormeci pensando na aventura do dia seguinte.
65
A história que vou contar agora aconteceu de verdade, há algum
tempo atrás. Eu me chamo Maria, moro com a minha tia Lumbrigoide,
que tem 67 anos e a minha irmã, Isabel, que é dois anos mais velha do
que eu. Eu tinha 10 anos e Isabel 12 quando isso aconteceu. Nossos
pais nos abandonaram quando eu tinha três anos de idade, e nossa
única parente era a tia Lumbrigoide. Ela é velha, rabugenta, chata,
cega etc.
Numa noite, eu estava no meu quarto e já eram dez horas. Eu ia
receber a visita de meu primo de segundo grau, Anton.
- Maria! – falou a tia Lumbrigoide – Anton chegou! Venha falar com
ele!
Anton tinha algumas maneiras estranhas, ele usava uma capa
velha, furada e com cheiro de mofo, e trazia dois amigos com ele.
- Oi Maria. Oi Isabel. Esses são meus dois amigos: Rüdiger e Ana.
– disse Anton.
- Podem entrar! Vamos para o meu quarto. – Isabel falou.
Ficamos jogando verdade ou consequência, quando Isabel
perguntou:
- Maria, o que você mais quer na sua vida?
- Eu queria que uma pessoa bem legal adotasse a gente. A tia
Lumbrigoide é tão má. – falei.
Eu, a pequena vampiraEu, a pequena vampiraEu, a pequena vampiraEu, a pequena vampira Maria Rio Branco De Biase
66
- Eu também. – falou Isabel. – ela é tão... tão... rabugenta.
Um tempo depois, Anton disse:
- Bom, eu tenho que ir, já está tarde.
- Nós também precisamos ir. - disse Rüdiger.
Depois que eles saíram, eu estava muito cansada e decidi dormir.
No meio da noite, acordei com uma grande luz no peitoril da minha
janela. E quando olhei, era Rüdiger.
- Você está louco, Rüdiger? Você poderia ter morrido! Devia ter
entrado pela porta!
- Maria, preciso que te contar uma coisa! Eu sou... – e Ana
apareceu atrás da minha cama!
- Ana! – eu berrei assustada.
67
De repente, ouvi passos no corredor.
- Escondam-se debaixo da cama! Rápido! – gritei assustada.
- Maria! – gritou de repente a tia Lumbrigoide – São duas horas da
manhã, e você vive berrando! Silêncio!
E a porta se fechou.
- Vocês... Apareceram no meu quarto no meio do nada! Que louco!
– eu disse para eles.
- É que nós somos... – falou Rüdiger.
- Vampiros! – Ana completou.
- Ahhh! - berrei.
- Não grite! Assim você vai acordar sua tia! – alertou Rüdiger.
- Desculpa! Fiquei chocada! – argumentei.
- Todos ficam. – falou Ana.
- Vocês vão me morder agora? – indaguei.
- Não! Só bebemos sangue de animais. – falou Ana – Não precisa
se preocupar!
- Ai, que alívio. – eu disse.
- Bom, Maria, já está tarde, nós precisamos voltar ao cemitério. –
falou Ana.
- Tudo bem. Voltem amanhã, ok? – eu disse.
- Está bem. Até amanhã! – disse Rüdiger.
Eles foram embora e eu voltei a dormir. No dia seguinte, quando a
tia Lumbrigoide foi trabalhar, contei tudo para a Isabel. Algumas horas
depois, o telefone tocou. Eu atendi.
- Alô!
- Maria! - berrou tia Lumbrigoide ao telefone.
- O quê? – eu perguntei assustada.
68
- Já que você não me deixou dormir, eu acabei esquecendo da
minha reunião com o presidente da empresa, às seis da manhã, e fui
demitida! Você está de castigo por tempo indeterminado! – falou a tia.
- Mas... – e o telefone desligou.
Depois disso, fui para o meu quarto e dormi.
À noite, antes do Rüdiger e a Ana chegarem, o telefone tocou. Já
estava estranhando, pois minha Tia não tinha chegado:
- Alô?
- Aqui é o Sargento Bob Lery. É a Maria Bondenbargdy? Sobrinha
de Mariane Lumbrigoide Shistyc Von Bondenbargdy?
-Sim. – respondi.
- Sinto lhe informar que ela faleceu por causa de um acidente de
carro. Câmbio, desligo. – falou o sargento.
Nesse momento, eu percebi que amava ela mais que tudo. E
nessa hora Rüdiger e Ana chegaram.
- Me mordam! Rápido!- implorei,
- Tem certeza? – perguntou Rüdiger.
- Sim! – afirmei.
Quando me morderam, percebi que minha vida estava acabada,
e... desmaiei! E acordei de manhã, na cama! Tinha sido um sonho? Um
pesadelo? Eu já ia descobrir. Fui para a sala e vi a tia Lumbrigoide!
- Tia! – falei. E a abracei – desculpe!
- Por quê? – ela questionou.
- Por tudo! Você é a única pessoa que eu tenho! Obrigada! – eu
disse.
- Não tem o que agradecer, Maria. Eu amava sua mãe, seu pai...
Ai, ai! Eu sofri tanto com a morte deles que fiquei amarga e tratei todo
mundo mal. Desculpe! Eu amo vocês!
69
E nos abraçamos! Ainda bem que só tinha sonhado que Rüdiger e
Ana eram vampiros... Ou será que não?
Meu nome é Mateus, moro no Rio de Janeiro com meus pais,
tenho 10 anos, gosto de ver novela, filmes e coisas na televisão.
Certo dia, eu estava me preparando pra dormir e ouvi uma voz na
janela:
- Não!
- Quem está aí? – perguntei.
Ninguém respondeu. Então eu abri a janela e vi um menino e uma
menina. Eles eram muito estranhos, pois usavam roupas pretas, eram
pálidos, tinham olheiras profundas e os caninos afiados. Eu perguntei
assustado:
- Oi, quem são vocês?
Novamente não responderam nada. Então fingi que fui embora do
quarto e fiquei escondido atrás da porta. De repente os dois entraram
voando no quarto. Achei meio estranho eles voarem então perguntei:
- Vocês são vampiros?
- Sim. - respondeu a menina.
- Como vocês se chamam?
Eu e os vampirosEu e os vampirosEu e os vampirosEu e os vampiros Mateus Brena Passos
70
- Eu sou o Rüdiger.
- Eu me chamo Ana. E você? – ela indagou.
- Eu me chamo Mateus. – respondi.
Depois de conversar um pouco com eles, fiquei até feliz de
encontrar amigos diferentes. Eles me contaram que moravam em uma
gruta no cemitério do centro. A família deles é toda de vampiros.
Um dia Rüdiger e Ana me convidaram para ir à casa deles, eu não
podia recusar o convite, então fomos voando para o cemitério. A casa
deles era pequena e apertada.
No dia seguinte, Ana veio para a minha casa com uma caixa e
falou:
- Eu peguei isso no armário de Rüdiger e eu trouxe pra você.
- O que é? - perguntei.
- Abra. – ela disse.
Então abri e achei uma capa preta velha mofada e indaguei:
- Pra que serve isso?
- Para você voar comigo e com o Rüdiger. - respondeu Ana.
- No início parece que você vai cair, mas depois você se sente
seguro. – falou Rüdiger.
- Preparado? – perguntou Ana.
- Claro! – respondi.
Então levantei voo e saímos voando pela cidade. Depois de um
tempo, Rüdiger falou:
- Ali está o cemitério onde moramos. Quer conhecer nossa cripta?
- Eu adoraria. Mas não é perigoso? – perguntei.
- Claro que não! Minha família é legal. – Ana disse.
Então entramos no cemitério e fomos para a cripta da família
Schloterstein. Entrei e conheci Lumpi, o irmão de Ana e Rüdiger.
71
Também conheci a tia Doroteia e o tio Teodoro. Todos eram muito
feios, mas legais.
Passei um bom tempo na cripta e quando estava amanhecendo,
eu falei:
- Preciso ir, pois daqui a pouco meus pais vão acordar e ver que
eu não estou em casa.
- Então até a próxima, Mateus! – disse Rüdiger.
- Tchau! Volte logo! – exclamou Ana.
- Pode deixar! Voltarei sempre! – eu disse.
Então, coloquei a capa e voei para casa. Entrei no meu quarto pela
janela, deitei na minha cama e dormi profundamente.
72
Era uma tarde fria e nublada. Eu viajava com meus pais para Nova
York para passar o Natal. Quando chegamos, perguntei aos meus pais
se eu podia passear no Central Park. Minha mãe disse:
- Tudo bem, mas volte antes das 18 horas.
- Pode deixar. - falei.
Então coloquei meu casaco e luvas e fui para o parque. Eu patinei
no gelo, fiz bonecos de neve, e quando percebi, já estava anoitecendo.
Resolvi voltar para casa, mas acabei me perdendo no parque. De
repente apareceu uma figura estranha. Eu me aproximei e pude ver
que a criatura era pálida, de cabelos ruivos até os ombros e usava uma
capa preta bem gasta. Quando ele abriu a boca para falar, pude ver
seus caninos pontudos.
- Você é um vampiro? – perguntei assustada.
- Sou, mas não se preocupe, eu não vou te machucar. Meu nome
é Rüdiger. E o seu? – indagou ele.
Em Nova York com os vampiros Nina Neves Rodrigues
73
- Meu nome é Nina, eu moro no Rio de Janeiro e vim passar o
Natal aqui em Nova York. – respondi.
- Você quer dar uma volta comigo para conhecer a cidade? –
questionou Rüdiger.
- Sim, claro. – falei.
Então Rüdiger me emprestou uma capa igual a sua, mas um
pouco mais fedida e disse que era de seu tio Teodoro. Ele disse:
- Abra os braços e voe! – ordenou ele.
Fiz o que Rüdiger mandou e saí voando. Depois de um tempo, ele,
me levou de volta ao meu hotel. Quando entrei no quarto, minha mãe
falou assustada:
- Onde você se meteu? Por acaso sabe que horas são? Já são 21
horas!
74
- É que eu fiquei passeando e perdi a noção do tempo. Até
encontrei um novo amigo. – aleguei.
- Tudo bem, mas que isso não se repita! – exclamou ela.
Então deitei na minha cama, vi televisão e dormi.
No dia seguinte, fui novamente ao Central Park e Rüdiger estava
lá me esperando. Ele disse:
- Você quer conhecer minha irmã?
- Pode ser. – respondi.
Então saímos voando novamente até o cemitério de Nova York. Lá
entramos em silêncio para não chamar a atenção do guarda do
cemitério. Fomos para a cripta de Rüdiger e ele me apresentou sua
irmã.
- Esta é a Ana. – ele falou.
- Oi Ana. – falei – eu sou a Nina.
- Oi Nina. Muito prazer. – Ana disse.
- Nina, você gostaria de ir ao Museu de História Natural agora? Ele
está fechado, mas nós podemos entrar pela janela. – Rüdiger falou.
- Claro! – respondi.
Então fomos voando e entramos no museu pela janela. Nós vimos
os ossos de dinossauro, os animais empalhados e as esculturas
antigas. Nós nos divertimos muito. Depois fomos ao Central Park e
brincamos de guerra de bola de neve. Depois de um tempo, eu disse:
- Preciso ir, senão minha mãe vai brigar comigo.
- Tudo bem. – disse Ana.
- Será que nós podemos te visitar no Rio de Janeiro? – perguntou
Rüdiger.
- Ótima ideia! – exclamei – Vou te dar meu endereço.
75
Eu escrevi num papel meu endereço e telefone e entreguei para
eles. Nós nos despedimos e fui para o hotel descansar. Depois do
Natal, voltamos para o Rio e torci para que meus novos amigos fossem
me visitar.
Um dia minha família resolveu viajar para o Havaí. Todos nós
estávamos muito ansiosos, pois meus pais tinham, desde crianças, o
sonho de viajar para lá.
Pegamos um voo às sete horas e trinta minutos da noite, no dia
vinte e seis de dezembro de 2012. O voo foi excelente e chegamos
muito dispostos.
Quando chegamos ao hotel, descobrimos que estava um clima
muito agradável.
- Vamos aproveitar as praias! –propôs meu pai.
- Com certeza! –respondeu minha mãe.
No primeiro dia, eu fui surfar com meu pai. À noite, estava
programado de irmos acampar em uma caverna. Infelizmente, eu
estava com muito medo, então tivemos que voltar para o hotel.
No dia seguinte, nós fomos novamente acampar, porque desta vez
eu não estava com medo. Quando chegamos à caverna, eu não sei
como, mas acabei me perdendo e caí duro no chão, de tanto sono.
O pequeno vampiro Pedro Brena Sertâ
76
Às três horas da manhã, eu fui acordado por um barulho estranho
e gritei:
- O que foi isso?!
E uma sombra, com uma assustadora aparência, respondeu:
- É o jacaré que mora nesta caverna! Venha, vou lhe mostrar um
caminho para nós sairmos daqui.
- Qual é seu nome? –perguntei.
- Rüdiger, o Pequeno Vampiro. E o seu? – disse ele.
- Pedro. –respondi.
No início, fiquei com medo dessa figura estranha, pois ele era
muito pálido, com olheiras profundas e caninos afiadíssimos. Porém,
logo depois, percebi que apesar de ser um vampiro, ele era muito
simpático. Rüdiger me ajudou a sair da caverna por uma passagem
secreta. Meus pais estavam me esperando na entrada da caverna,
extremamente preocupados, e voltamos para o hotel.
77
Na noite do dia seguinte, Rüdiger estava no peitoril da janela do
meu quarto.
- Oi Pedro! – disse ele.
- Olá Rüdiger – respondi.
- Vou te levar para minha casa para você conhecer minha família –
disse Rüdiger.
- Está bem – concordei – mas teremos que estar aqui antes das
onze horas.
Fomos até o cemitério onde ele morava. Chegando lá, Rüdiger me
apresentou para a sua família, que era enorme. Eles não gostaram de
mim já que tentaram me atacar, mas Rüdiger não deixou, ajudando-me
a fugir e me levando de volta para o hotel.
No dia seguinte, eu e minha família voltamos para casa. No avião
eu fiquei pensando na amizade que fiz com Rüdiger, desejando que
continuássemos amigos.
Na minha casa ouvi um barulho sair da minha mala.
- Me ajude a sair? – disse a voz.
Cheguei bem perto e reconheci a voz de Rüdiger. Fiquei surpreso,
mas muito feliz em ver meu amigo novamente ao meu lado. Eu o levei
para conhecer a minha cidade e no final do dia, nos despedimos e
combinamos de nos reencontrarmos em breve.
78
Numa bela noite, eu estava sozinho em casa, pois meus pais
tinham saído. De repente eu vi uma sombra na janela e fui ver o que
era. Quando cheguei perto, vi que tinha um garoto pálido, com os
caninos afiados, uma capa preta e um forte cheiro de mofo. Eu
perguntei:
- Quem é você?
- Eu sou Rüdiger e sou um vampiro.
Quando ele disse isso, saí correndo de medo e me escondi dentro
do armário.
Ele foi atrás de mim e disse:
- Calma, eu não vou fazer nada com você. Eu só chupo sangue de
animais, não gosto de sangue de humanos.
Fiquei mais calmo e disse:
- Vamos passear pela cidade? Posso te mostrar os lugares que eu
gosto.
A corrida Pedro Jimenez Frejat
79
- Claro! Então vamos voando. – Rüdiger falou.
- Mas como? Eu não sei voar! – argumentei.
- Vou te emprestar uma capa e você voará comigo! – ele
exclamou.
Então fomos sobrevoando a cidade.
Depois de um tempo, avistamos um cartaz enorme em uma
parede, escrito: CORRIDA DE DUPLAS, dia 17/09, ÀS DUAS HORAS
DA TARDE. Prêmio para a dupla vencedora: um computador.
Participem!
Então falei para Rüdiger:
- Você quer participar da corrida comigo?
80
- Sim, mas terei que me proteger, pois não posso pegar sol. –
ele disse.
- Você pode usar meu casaco preto, óculos escuro e passar filtro
solar! – aleguei.
- Ótima ideia. Agora temos que treinar.
Então eu e Rüdiger começamos a treinar no parque. Todo dia,
nos encontrávamos às 20:00 horas e corríamos por uma hora.
No dia da corrida, emprestei meu casaco para Rüdiger e ele se
protegeu com filtro solar e óculos escuros. Quando chegamos lá, nós
encontramos nossos maiores rivais, Lucas e Alex. Eles eram irmãos e
eram bons em todos os esportes. Ninguém nunca havia ganhado
deles.
Quando começou a corrida, os irmãos saíram na frente, mas logo
Rüdiger, que era muito forte, me jogou para longe e nós ganhamos a
corrida e o prêmio. Lucas e Alex chegaram para a gente e falaram:
- A corrida foi roubada.
- Não foi não. - respondi.
- Então vamos perguntar ao juiz! - gritou Alex.
O juiz falou que a havíamos vencido a corrida e os dois irmãos
ficaram bravos.
Na saída, eu e Rüdiger fomos surpreendidos por Lucas e Alex.
Eles falaram:
- Agora vocês vão ter uma lição por terem roubado a corrida.
Neste momento, Rüdiger tirou o casaco e os óculos e mostrou
seus caninos afiados e os olhos vermelhos.
Os dois meninos saíram correndo e nunca mais implicaram com a
gente.
81
Rüdiger foi até minha casa comigo e eu me despedi dele. Nós
combinamos que no ano seguinte competiríamos novamente. E desde
esse dia, nos tornamos grandes amigos.
Um dia eu estava caminhando numa estrada, quando vi um
imenso castelo na minha frente. Fiquei curioso e decidi entrar. Quando
os portões se abriram, senti um cheiro de meia suja com ovo podre. De
repente, eu vi alguma coisa sair da escuridão e quando se aproximou,
consegui ver que era um vampiro, ou melhor, um pequeno vampiro.
Mas até que ele parecia ser muito bonzinho. Ele disse:
- Não se preocupe, não vou te machucar.
- Ufa! – suspirei aliviado.
- Qual é o seu nome? - ele perguntou.
- Meu nome é Pedro. E o seu? – perguntei.
- Meu nome é Rüdiger. – ele respondeu.
- Você quer conhecer o castelo? - ele indagou.
- Claro! – respondi.
- Mas tome cuidado, pois aqui há muitos perigos. – ele alegou.
Minha aventura com o pequeno vampiro Pedro Luiz Barbosa Vieira Costa
82
- Tudo bem. – falei.
Eu e Rüdiger fomos andando por um corredor muito escuro até
que demos de cara com um bando de zumbis verdes. Rüdiger e eu
saímos correndo, mas notamos que não iria dar certo, pois eles eram
muito mais velozes do que nós. Então deixamos todos eles no chão
com nossos punhos.
De repente, entramos num salão. Os portões se fecharam e uma
névoa assombrosa passou pelos ares e de repente, apareceu uma
bruxa gorda e horripilante. Fiquei trêmulo, mas segurei o meu medo.
Eu e Rüdiger começamos a lutar contra a bruxa, mas ela continuava a
resistir. A bruxa ficou irritada e começou a utilizar magia com sua
varinha.
83
Ela estava apontando a varinha para mim, quando Rüdiger voou
em cima dela e a derrubou no chão. Neste momento, peguei a varinha
que tinha caído no chão, apontei para a bruxa e a transformei num
sapo. Eu e Rüdiger começamos a rir e continuamos o passeio pelo
castelo. Ele me levou até a parte onde ficava a sua família. Era uma
caverna que cheirava a mofo. Lá estavam o pai e a mãe de Rüdiger.
Eles pareceram um pouco surpresos ao me verem.
Eu contei como conheci o vampiro e o que encontramos pelo
caminho.
A mãe de Rüdiger foi fazer bolinhos de salamandra e trouxe para o
lanche. Eu comi tudo de uma vez para não fazer desfeita. Ela também
me ofereceu um suco de olhos de aranha. Eu tampei o nariz, fechei os
olhos e tomei tudo de um gole só.
Depois de algumas horas, me despedi da família de Rüdiger e fui
embora.
Eu e Rüdiger continuamos a nos ver por um tempo, até que um
dia, ele desapareceu e até hoje sinto falta do meu velho amigo.
84
Um dia eu estava em casa quando vi uma coisa se mexendo na
janela. Eu me aproximei e vi que a coisa era feia, muito pálida e tinha
os dentes afiados. Percebi que era um vampiro. Ele falou:
- Olá, meu nome é Rüdiger. Eu sou um vampiro, mas sou do bem.
Eu não mordo pessoas, me alimento de sangue de animais.
- Oi, meu nome é Rafael, tenho nove anos e nunca tinha visto um
vampiro antes. – falei.
- Eu vim aqui para te chamar para ir ao Jardim Botânico amanhã, à
noite para brincarmos de pique esconde. É muito emocionante. – ele
alegou.
- Tudo bem. – eu disse.
Mas como eu ia falar para minha mãe que eu ia ao Jardim
Botânico com um amigo sozinho? E ainda por cima, à noite? Ela ia ficar
desconfiada. Então perguntei ao vampiro:
A perseguição veloz Rafael Gaspar Guedes
85
- Será que você teria uma capa para me emprestar? Pois minha
mãe não vai me deixar sair à noite com um amigo desconhecido. Se
você me emprestar uma capa, posso sair pela janela voando.
- Eu tenho uma capa sobrando, posso te emprestar. – respondeu
Rüdiger.
- Ótimo, então até amanhã. – eu falei.
No dia seguinte, Rüdiger apareceu na janela do meu quarto e meu
deu a capa. Então, nós pulamos da janela e minha mãe nem
desconfiou de nada. Quando chegamos ao Jardim Botânico, nós
corremos e brincamos de pique esconde e pique pega. Ficamos muito
cansados e morrendo de fome e sede.
86
Depois de um tempo, resolvemos voltar para casa, quando demos
de cara com tia Dorotéia, que é a tia de Rüdiger. Meu amigo me contou
que a tia Dorotéia é totalmente do mal e adora morder e fazer crianças
de lanchinho. Ela era forte e aterrorizante. Nós saímos correndo e ela
foi atrás de nós.
Eu falei:
- A tia Dorotéia parece bem forte e ela é muito feia! Tão feia que
dá medo! Vamos embora!
O Rüdiger respondeu:
-Tá bom. Vamos embora antes que ela pegue a gente!
Então, como eu era muito rápido, peguei a capa e coloquei o
Rüdiger nas minhas costas, voamos e conseguimos despistar a tia
Dorotéia. Achamos que estávamos livres dela e acabamos nos
distraindo, pois eu sou meio desatento e fiquei no mundo da lua
apreciando as plantas daquele parque. A tia Dorotéia acabou achando
a gente e já ia me dando uma cotovelada, quando Rüdiger me
defendeu do golpe e me puxou. Ele tinha bons reflexos. Começamos a
voar bem rápido e nos livramos dela definitivamente.
Pousamos na minha casa e me despedi do meu amigo. Fui direto
para minha cama. Minha mãe ouviu um barulho e foi até meu quarto e
eu fingi que estava dormindo. Tudo ficou bem, menos a tia Dorotéia
que ficou perdida procurando por nós no parque a noite toda.
87
Meu nome é Rosa, tenho nove anos e minha diversão preferida é
andar pelo cemitério vendo as lápides e as cruzes. Apesar disso, morro
de medo de vampiros.
Um dia eu estava no cemitério e andei por uma parte que eu
nunca andava. No meio do nada, eu vi umas lápides em forma de
coração eu achei estranho, por isso fui para casa correndo para
pesquisar sobre isso.
Chegando lá, peguei meus livros que falam de cemitérios e
procurei sobre as tais lapides de coração, mas não encontrei nenhuma
informação.
diamante Rosa Svartman Lourenço
88
Depois fiquei no quarto vendo televisão. De repente ouvi um
barulho vindo do meu armário. Cheguei perto e o abri vagarosamente.
Foi aí que eu vi um menino pálido, magro e de caninos afiados.
- Q-quem é v-você?- gaguejei.
- Sou Rüdiger, e você? - perguntou ele, tranquilamente.
- Rosa. Sem querer ofender, mas você é tipo... Um vampiro?-
perguntei com um pouco de medo.
- Sim, por quê? Você tem algum problema com isso?-perguntou
Rüdiger debochando. - Ah, já sei, você está com medo! Calma, eu já
jantei!
- Ufa, que alívio. – falei.
- Eu sei que você não me conhece, porém estou correndo grande
perigo e preciso da sua ajuda. – ele disse.
- Como? – indaguei.
E Rüdiger começou a falar:
- Vou dizer, mas antes vou te contar a história de como isso tudo
começou. Minha bisavó deixou de herança para minha família um
diamante que tem o poder de nos dar força.
- Mas isso não é bom? – interrompi.
- Não, pois se não tivermos esse diamante, nós perderemos toda a
nossa força e morreremos. – Rüdiger explicou. - Acontece que a minha
tia saiu com ele, e no mesmo momento, o guarda do cemitério, o Sr.
Ratazana, o roubou e quase enfiou uma estaca de madeira na tia
Doroteia. A sorte é que ela saiu correndo e escapou dele. A gente
precisa pegar o diamante!
- Vou te ajudar! - eu falei - Agora a gente vai lá e eu o enganarei
tirando - o de casa. Nesse momento, você entrará e procurará o
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diamante. Depois, para eu saber que você saiu da casa dele, voe em
cima de mim com um lenço vermelho. Entendeu?
- Sim, vamos?- perguntou Rüdiger todo animado.
- Vamos! - exclamei.
Chegando lá, chamei o Sr. Ratazana.
- Eu estava andando lá fora e vi um vampiro. Ele conseguiu fugir,
mas eu vi para onde ele foi. - eu falei.
- Me leve até ele já! - falou o Sr. Ratazana.
E o levei para longe e ficamos procurando.
Enquanto isso, Rüdiger entrou na casa, procurou o diamante e
encontrou. A pedra estava atrás de um dobermann que estava
dormindo. Ele teve o maior cuidado e conseguiu pegar o diamante,
mas na mesma hora o cachorro acordou e correu atrás dele. Rüdiger
correu muito e conseguiu fugir.
O vampiro começou a voar com o lenço vermelho e eu percebi que
ele havia conseguido. Então despistei o Sr. Ratazana dizendo que o
vampiro havia fugido para o outro lado. Ele saiu atrás de Rüdiger e eu
aproveitei para fugir.
Eu fui encontrar Rüdiger na cripta e perguntei:
- Afinal, o que são as lápides de coração?
- Outro dia eu te digo. - falou Rüdiger
Eu me despedi do meu amigo e fui para casa dormir.
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Um dia acordei com vontade de ir para Búzios e fui perguntar para
os meus pais:
- Pai, mãe, podemos ir a Búzios?
- Vamos pensar no seu caso. – disse meu pai.
Rapidamente meus pais decidiram viajar, e eu liguei para o meu
amigo Rüdiger, o Pequeno Vampiro, para convidá-lo:
- Rüdiger, quer viajar para Búzios amanhã comigo?
- Eu adoraria, porém não posso pegar sol. – ele falou.
O Pequeno Vampiro em Búzios Tom da Silveira Mehedff
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- Eu posso te emprestar meu filtro solar fator 100 e óculos escuros.
– aleguei.
- Ótimo. Então, que horas eu preciso chegar à sua casa? – ele
perguntou.
- Chegue ao meio-dia. – falei.
O problema é que meus pais não sabiam que Rüdiger era um
vampiro, então eu teria que disfarçar o rosto dele. Fiquei tão feliz, que
arrumei minhas coisas correndo.
No dia seguinte, na hora marcada, Rüdiger chegou e eu coloquei
uma maquiagem em seu rosto para meus pais não descobrirem sua
verdadeira identidade. Guardamos as malas no carro, ele sentou ao
meu lado e seguimos nossa viagem.
Na estrada tudo estava tranquilo, mas meu amigo que não estava
acostumado com estradas estreitas acabou vomitando.
Finalmente, chegamos à Búzios. Rüdiger já recuperado estava
brincalhão e esperto como sempre. Logo quando descemos do carro,
vimos que alguns garotos implicantes da minha escola estavam por lá.
Eu fiquei ainda mais tímido, porque eles são espertos e poderiam
desconfiar de tudo.
Decidi jogar bola na praia com Rüdiger, e não ligar para os
meninos, mas não deu, porque eles roubaram a minha bola. Então
fomos dar um mergulho no mar e nos esquecemos da maquiagem do
Rüdiger. Por sorte, a maquiagem não saiu e os meninos não
desconfiaram de nada. Eles chegaram perto de nós e ficaram
debochando porque nós estávamos de sunga, e ainda jogaram nossa
toalha no mar.
Continuei feliz, mas queria dar o troco neles. Rüdiger me
perguntou:
- Vamos dar um susto nos meninos à noite?
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- Boa ideia! Vamos assustar eles com os seus caninos. - falei.
Logo escureceu e vimos que eles foram dormir, então era a hora
de fazer a pegadinha. Pulamos a janela que dava para o quarto
deles, e vimos que eles estavam vendo “O Drácula”. Rüdiger, que
estava vestido como um verdadeiro vampiro, foi logo abrindo sua
boca e mostrando seus caninos longos e realistas. Eu estava atrás
de uma cama, vigiando tudo e rindo da cara deles com tanto medo
do Pequeno Vampiro.
Saímos de lá morrendo de rir e felizes com a nossa vingança.
No dia seguinte, os meninos estavam quietinhos e tranquilos, até
chamaram a gente para brincar. E nunca mais implicaram conosco.
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Era uma noite fria em Nova York. Meus pais foram trabalhar e eu
fiquei sozinha em casa e comecei a ouvir barulhos. Fui até a janela
para ver o que estava acontecendo. Vi uma criatura na mureta da
janela do meu quarto. Ela tinha dentes grandes e afiados, a pele muito
pálida e usava uma capa preta. Como eu gosto e vejo muitos filmes de
vampiro, percebi que ele era um deles. Ele bateu na janela e falou:
- Hei, me deixe entrar, eu não sou mau.
Aventuras na cripta Victoria Stamato Monaco Machado
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Eu o deixei entrar e perguntei:
- Qual é o seu nome? Você é um vampiro?
- O meu nome e Rüdiger. E sim, eu sou um vampiro. – ele
respondeu.
- Onde você mora? – indaguei.
- Eu moro em uma cripta que fica no cemitério.
- Que legal! Você me leva lá um dia?
- Sim, mas tem que ser à noite porque os vampiros ficam em casa
de manhã e à noite saem para caçar. – ele falou.
- Você me levaria para conhecer a sua cripta?- perguntei.
- Sim, no próximo sábado eu te levo lá. – ele respondeu.
Durante a semana, esperei ansiosamente o sábado chegar. Não
via a hora de conhecer a cripta do Rüdiger.
Na sexta fui até dormir mais cedo para o tempo passar mais
rápido. E quando chegou o dia, só queria que meus pais saíssem logo
para eu ir para a minha aventura.
Ouvi batidas na janela e fui correndo para lá. Vi o Rüdiger com
mais alguém. Quem seria? Rüdiger entrou e perguntei:
- Quem é esta?
- Ana, a banguela, minha irmã. - respondeu Rüdiger – ela queria te
conhecer.
- Que legal! Agora tenho dois amigos vampiros, também queria ser
uma. Vamos para a cripta? Como chegamos lá?
- Vamos voando, trouxemos uma capa para que você possa voar
também. - disse Ana.
Rüdiger falou:
- Vamos logo, antes que os outros vampiros adultos cheguem na
cripta!
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E eu perguntei:
- Que vampiros?
- O resto da minha família: meu pai, minha mãe e a tia Dorotéia,
que é a mais perigosa de todas. Se ela souber que tem um humano por
perto, vai logo querer beber o seu sangue...
- Então vamos! Coragem não me falta! – eu exclamei.
Chegando à cripta, Rüdiger me mostrou o seu caixão, que era
muito moderno, com uma tv de plasma na tampa.
- Nossa, que moderno, nos livros que leio não é assim!
- Claro que não, estamos no ano 3000, você queria que o meu
caixão fosse igual aos de 1800? – disse Rüdiger ofendido.
Ouvimos passos na escada e a Ana me falou que era a tia
Dorotéia. Ela disse para eu me esconder em seu caixão. tia Dorotéia foi
logo dizendo:
- Que cheiro de humano!
Ela foi abrindo os caixões e me encontrou lá, mas Ana conseguiu
convencê-la a não me morder.
- Tudo bem, você pode escolher quem vai te morder. Eu ou a Ana?
– ela falou.
Escolhi ser mordida por Ana. A partir deste momento, me tornei
uma vampira e passei a viver várias aventuras com meus amigos
vampiros.
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