CONCURSO PARA O ANEXO DA FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA 1
UMA CAIXA-FORTE PARA A NOSSA HISTÓRIAUMA CAIXA-FORTE PARA A NOSSA HISTÓRIA APROPRIAÇÃO DO LOTEUma caixa-forte é um recinto altamente seguro onde objetos de valor, registros e documentos são armazenados. A construção de uma caixa-forte tem como objetivo primordial salvaguardar o que há em seu interior de roubos, uso desautorizado, incêndios, desastres naturais e outras ameaças.
Um polímata refere-se a alguém que detém um grande conhecimento em áreas diversas. Rui Barbosa de Oliveira se destacou principalmente como jurista, político, diplomata, escritor, filólogo,
tradutor e orador. Um dos intelectuais mais brilhantes do seu tempo.
O Centro de Preservação de Bens Culturais da Casa Rui Barbosa foi concebido como uma edificação que deverá proteger o conhecimento diverso e a produção dos grandes escritores brasileiros – uma Caixa-Forte para a nossa História – mas que também está aberta à sociedade, permitindo que pesquisadores e estudiosos tenham acesso ao seu acervo de valor inestimável.
Desta forma partimos de uma caixa-forte arquetípica, um grande bloco completamente vedado ao exterior que mantém condições ideais de segurança e ambiente. Esta caixa se abre em torno de um eixo leste-oeste criando um pátio interno que permeia todos os espaços chegando até o exterior. A abertura da caixa, um gesto de grande força simbólica, demonstra a missão da Fundação de não apenas armazenar e catalogar, mas também difundir e expandir conhecimento.
Este pátio que abre a caixa-forte inicial não nega seu conceito de salvaguarda e segurança, mas sim agrega a possibilidade de controle ambiental passivo através de um espaço intermediário – aberto, protegido - e permite visuais controladas tanto para o exterior quanto da rua para o interior. Este espaço central possui papel importante neste projeto, é núcleo agregador de todo o edifício, cumpre papel de átrio garantindo uma fácil percepção de todos os espaços e fluxos, circulação vertical e horizontal, e auxilia no controle da iluminação, ventilação e umidade.
O partido toma posse de praticamente todo o perímetro do lote, deixando as áreas de iluminação e de permeabilidade do terreno voltadas predominantemente para o seu interior.
O fluxo de pessoas acessando a edificação será basicamente através do Edifício Sede existente. Desta forma esta conexão foi resolvida como uma barra que prolonga os corredores da edificação existente no térreo e 1º pavimento, seguindo este mesmo eixo em todos os pavi-mentos e concentrando ali as conexões de fluxos horizontal, vertical e
também visual da edificação como um todo.
O pragmatismo do programa e a necessidade de otimização dos espa-ços de circulação nos levou à solução em barras – tanto para os ambientes de trabalho/laboratórios como para o acervo. Da mesma forma outra barra conforma o Espaço de Exposições no pátio da pré-existência: ele é um volume que dialoga tanto com a edificação nova proposta como com o Edifício-Sede existente.
evo
luç
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rvo
abrindo a caixa ao meio, permitimos visuais para um local antes impermeável
o pátio interno controla iluminação e ventilaçãoo volume de circulação conecta os dois blocos
e permite permeabilidade visual
o edfício simboliza a missão da fundação:não apenas armazena documentos inestimáveis
mas compartilha conhecimentoo edifício é uma caixa-forte
hermético | fechado para o exterior | controlado
!
!
!
01
02
01
02
01
02
a caixa-forte a abertura na caixa aproveitamento do terreno e conexão com anexo percurso de exposições
01 - pré existência anexo | 02 - jardins da casa de rui barbosa | 03 - circulações propostas | 04 - exposições
01
02
03 03
04
CONCURSO PARA O ANEXO DA FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA 2
+15,30
A
B
B
+12,24
A
B
B
+9,18
A
B
B
+6,12
A
B
B
32,00
7,05
5,12
3,83
16,40 2,35 1,20 6,52 5,32 20,60
5,42
6,19
7,53
3,15
5,05
±0,00
±0,00
±0,00
ROTA DE FUGA
ROTA DE FUGA
A
A
B
B
+3,06
+3,06
A
A
B
B
POSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DE LAYOUT
escala 1:200COBERTURA
4º PAVIMENTO
3º PAVIMENTO
2º PAVIMENTO
1º PAVIMENTO
TÉRREO
01
020304
12
38
11
13
4140
30
31
32 33
12
34
35
31
12
12
38
39
38
36
37
31
33
38
38
16
23 22
24
25
26
28
27
29
12
38
15 1418
19
2021
17
17
10
06
07
08 09
05
IMPLANTAÇÃOescala 1:750
térreotérreo01 - carga e descarga02 - recepção de documentos03 - guarda de material a ser eliminado04 - higienização e desinfecção05 - triagem e seleção06 - copa07 - vestiário08 - pátio serviço09 - pátio interno10- guarda acervo em trânsito11 - recepção12 - circulações13 - exposições14 - pátio exposições15 - conexão edifício-sede 16 - hall entrada17- saída emergência18 - subestação19 - ventilação subsolo20 - acesso terraço21 - acesso subsolo38 - área técnica climatização
373.89m²373.89m²26.29m² 9.66m²30.01m²
28.83m²28.83m² 14.45m²35.39m²25.97m²60.87m²80.25m² 21.27m² 71.47m²(existente)
126.61m²(existente)
(existente)
1º pavimento1º pavimento22 - núcleo preservação arquitetônica23 - lab. de microfilmagem e digitalização24- negativos, fotos, slides25 - reserva técnica mobiliário26 - recepção27 - sala de consulta28 - acesso sala de consulta 29 - cobertura verde transitável12 - circulações38 - área técnica climatização
353.56m²353.56m²37.17m²
72.78m²
68.91m²93.06m²21.28m²
(existente)
104.54m²59.93m²
2º pavimento2º pavimento30 - núcleo restauração e conservação31 - acervo bibliográfico32 - lab. conservação e restauração33 - sanitários12 - circulações38 - área técnica climatização
353.56m²353.56m²37.17m²
164.94m²93.06m²
10.63m²47.76m²
3º pavimento3º pavimento34 - reserva técnica vestuário, objetos35 - material digitalizado31 - acervo bibliográfico33 - sanitários12 - circulações38 - área técnica climatização
353.56m²353.56m²37.17m²
93.06m²164.94m²
10.63m²47.76m²
4º pavimento4º pavimento36 - obras raras37 - acervo arquivístico textual31 - acervo bibliográfico12 - circulações38 - área técnica climatização
353.56m²353.56m²37.17m²
114,90m²164.94m²33.06m²
coberturacobertura38 - área técnica climatização39 - placas fotovoltaicas
área total anexo 1788.13m²área total anexo 1788.13m²
área esposições área esposições 181.88m² 181.88m²40 - exposições 104.03m²41 - área aberta coberta 77.85m²
0,00
6,12
9,18
12,24
15,30
16,30
RECEPÇÃO/ADM
RECEPÇÃO
ACERVO ARQUIV.TEXTUAL
CIRCULAÇÃO
CIRCULAÇÃO
3,06
CONCURSO PARA O ANEXO DA FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA 3
VISTA EXTERNA DO OBSERVADORVISTA INTERNA
corte BB fachada principal
6,12
9,18
12,24
15,30
16,30
3,06
PÁTIO INTERNO
ACESSOSUBSOLO
MATERIALIDADEA escolha do aço corten para revestir a fachada segue o conceito de uma CAIXA-FORTE para abrigar a coleção de uma fundação que ainda irá se consolidar e expandir. É um material natural utilizado há séculos e que não requer nehuma manutenção - simboliza a resistência, segurança e invulnerabilidade inerentes a uma edificação que deve proteger e minimizar riscos. Muito utilizado na indústria naval, é ideal para resistir às intempéries litorâneas.
O aço corten se caracteriza por desenvolver ao longo do tempo uma camada em sua superfície que naturalmente o protege da corrosão. Não será necessário nenhum tipo de manutenção para a fachada, e esta tem uma vida útil estimada em centenas de anos. Sendo pré-patinado, as chapas chegam à obra já cortadas e perfuradas, minimizando desperdício e agilizando o processo construtivo.
Além disso, ao longo de sua vida útil o aço irá se transformar desenvolvendo diferentes tonalidades. A cor alaranjada dos primeiros anos evoluirá lentamente para tons de marrom escuro. Desta forma a fachada não é apenas um elemento estático, congelada na data de sua concepção. Mas sim uma personagem atuante na história da fundação demonstrando o passar do tempo e a consolidação do acervo que abriga e protege.
SUSTENTABILIDADE1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
iluminação e ventilação naturais no pátio interno e nas áreas de circulação
iluminação artificial com sensores de presença nas áreas comuns e de circulação com predominância de lâmpadas led
sistema de revestimento da fachada pré-fabricado diminuindo resíduos na obra
fachada em aço corten pré-patinado que não necessita manutenção
difusor e controlador da iluminação natural nas áreas de acervo e forro recuado da fachada para aumentar a área de iluminação natural
ventilação cruzada nos ambiente de trabalho e áreas de circulação
pátio interno permite a integração dos funcionários e o controle visual dos ambientes
cobertura em laje de concreto impermeabilizada, com isolamento térmico e preechimento em argila expandida aumentando a inércia térmica
fachada ventilada criada como uma segunda pele em aço corten perfurado gerando sombreamento e ventilação constantes
bandejas em concreto para isolamento de risco entre pavimentos com esquadrias piso-teto e vegetação para controle da insolação (sistema de irrigação com armazenamento de águas pluviais)
revestimento em gesso acartonado resistente ao fogo
isolamento com lã de rocha
alvenaria de tijolos maciços aumentando a inércia térmica e segurança do acervo (furtos e incêndio)
emboço sobre chapisco
estrutura em aço corten presa à alvenaria para fixação dos painéis da fachada
painéis de aço corten perfurados e pré-patinados fixados à estrutura com parafusos de aço inoxidável
algeroz em aço corten
forro de gesso acartonado resistente ao fogo
duto climatização central com segmentação de setores
impermeabilização e regularização
argila expandida
1
3
8
4
9
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
2
2
5
610
7
corte AA
+15.30 COBERTURA
+12.24 4º PAVIMENTO
+9.18 3º PAVIMENTO
+6.12 2º PAVIMENTO
+3.06 1ºPAVIMENTO
0.00 TÉRREO
+15.30 COBERTURA
+12.24 4º PAVIMENTO
+9.18 3º PAVIMENTO
+6.12 2º PAVIMENTO
+3.06 1ºPAVIMENTO
0.00 TÉRREO
Por necessidade de segurança contra incêndio e isolamento de risco, uma escada protegida com portas corta-fogo se faz necessária, bem como o isolamento de risco entre todos os pavimentos.
As salas de trabalho que necessitam de iluminação e ventilação naturais se voltam para o pátio interno através de áreas envidraçadas na fachada norte. Esta fachada interna possui floreiras de concreto que se projetam sobre o pátio garantindo o isolamento de risco entre os pavimentos e criando proteção contra a insolação direta. Também possui aberturas na fachada sul permitindo ventilação cruzada e melhor qualidade ambiental nos ambientes de trabalho que requerem maior permanência.
As salas de guarda de acervo se voltam para a fachada norte, protegida de qualquer incidência solar direta devido à torre residencial vizinha. Estes espaços contam com difusores e controladores que permitem a entrada de luz natural caso necessário. Ao mesmo tempo possuem um sistema de controle de temperatura e umidade com
sensores em todos os ambientes garantindo a manutenção do rígido ambiente necessário para a guarda do acervo da fundação. Todas as paredes são concebidas com um sistema de várias camadas assegurando a inércia térmica e isolamento da edificação. As paredes são compostas por alvenaria de tijolos maciços com resistência de 4h ao fogo e regularização externa com chapisco e emboço, isolamento com manta de lã de rocha e acabamento interno em gesso acartonado resistente ao fogo. As fachadas externas são envoltas com um sistema de fachada ventilada de aço corten perfurado. Deste modo a fachada absorve as variações ambientais e protege da incidência solar direta. Também fica garantida a segurança da edificação já que todo acesso é feito através do edifício-sede da fundação - acesso que receberá um sistema de compartimentação automatizado para emergências.
SEGURANÇASEGURANÇA
CONCURSO PARA O ANEXO DA FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA 4