Download - Concreto Reforçado com Fibras de Aço
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Universidade Federal do Par Instituto de Tecnologia - ITEC
Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil Linha de Pesquisa: Estruturas e Construo Civil - nfase Estruturas
Karina da Silva Souza Matricula: 201512370026
RELATRIO DE CONCRETO REFORADO COM FRIBRAS DE AO
Belm 2015
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Karina da Silva Souza
RELATRIO DE CONCRETO REFORADO COM FIBRAS DE AO
Relatrio apresentado como pr-requisito para apresentao do Concreto Reforado com Fibras de Ao, como objetivo de nota para primeira avaliao na matria de Estruturas Especiais do Mestrado da Universidade Federal do Par.
Professor: Dr. Bernardo Neto
Belm 2015
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fibra de polipropileno............................................................................ 7 Figura 2 - Fibra de ao........................................................................................... 7 Figura 3 Fibra de coco........................................................................................ 7 Figura 4 Fibra de vidro......................................................................................... 7
Figura 5 Concentrao de tenses nas extremidades das microfibras............. 10
Figura 6 Distribuio de ao por tipo de aplicao no Brasil.............................. 11 Figura 7 Ligao viga-pilar com concreto reforado com fibra de ao............... 11 Figura 8 Exemplo de diferentes tipos de fibras de ao...................................... 13 Figura 9 Deformaes e comprimentos de fibras de ao................................... 14 Figura 10 Detalhe de fibras de ao.................................................................... 14 Figura 11 Fibras trabalham como ponte de transferncia de tenses............... 16 Figura 12 Processos de energia em concreto reforado com fibra de ao........ 17 Figura 13 Concreto reforado com fibras de ao com compatibilidade dimensional (A) e sem compatibilidade...................................................................................... 18
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Principais propriedades de diversas fibras.......................................... 8 Tabela 2 Razes para aplicao de CRFA nos diversos tipos de fibras.......... 12 Tabela 3 Nvel de resistncia mnima do ao e respectiva classe da fibra segundo ABNT NRB 15530 (2007)...................................................................... 15 Tabela 4 Mtodos de ensaio para determinao de tenacidade especificada para o concreto projetado com fibras de ao....................................................... 22
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SUMRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................... iii LISTA DE TABELAS.............................................................................................. iv 1 INTRODUO...................................................................................................... 6 2 CONCRETO COM FIBRAS.................................................................................. 7 2.1 Tipos de fibras.......................................................................................... 7 2.2 Vantagens e desvantagens da adio de fibras..................................... 10 3 CONCRETO REFORADO COM FIBRAS DE AO.......................................... 11 3.1Fibras de ao........................................................................................... 13 3.2 Interao fibra matriz.............................................................................. 17 4 PROPRIEDADES DO CRFA............................................................................... 20 4.1 Resistncia a compresso e compresso uniaxial................................. 20
4.2 Resistncias trao e trao uniaxial.................................................. 21 4.3 Resistncia ao impacto........................................................................... 21 4.4 Resistncia fadiga................................................................................ 22 4.5 Tenacidade.............................................................................................. 22
5 CONSIDERAES FINAIS.................................................................................. 24 6 REFERNCIAS..................................................................................................... 25
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1. INTRODUO
Desde a antiguidade, as fibras so utilizadas para reforar materiais
estruturais de alta resistncia, porm de comportamento extremamente frgil. Em
momentos histricos distintos, crinas de cavalo ou palha eram utilizadas como
reforo nos revestimentos das construes mais pobres para evitar fissuras de
retrao; e tranas de bambus utilizadas como reforo em forros de gesso armado.
Alguns estudos mais recentes sobre os benefcios da utilizao das fibras
datam do incio do sculo XX. A partir de 1910, algumas pesquisas e patentes foram
desenvolvidas, envolvendo a utilizao de elementos descontnuos de reforo em
ao, tais como pregos, segmentos de arame e aparas metlicas, para melhorar as
propriedades do concreto. Porm, foi s a partir dos anos de 1950 e 1960 que
surgiram as primeiras pesquisas relevantes na avaliao do potencial das fibras de
ao como reforo no concreto (MACCAFERRI, 2008).
As primeiras investigaes sobre as fibras de ao foram realizadas nos
Estados Unidos no incio da dcada de 1960, com o objetivo de avaliar o potencial
dessas fibras no reforo para o concreto. Desde ento, ocorreu uma quantidade
substancial de pesquisas, desenvolvimentos, experimentaes e algumas
aplicaes industriais nas fibras de ao no concreto armado. As geometrias mais
complexas dessas fibras foram desenvolvidas, principalmente, para modificar a sua
ligao e a sua ancoragem mecnica na matriz cimentcia (AFAIR, 2014).
Alm do controle da fissurao, as fibras conferem ductilidade aos concretos,
ou seja, permitem que o mesmo possa sofrer deformaes inelsticas nas
vizinhanas de uma possvel ruptura, sem que ocorra a perda substancial de sua
capacidade resistente. Todavia, o acrscimo das mesmas influencia na
trabalhabilidade da mistura, sendo necessrios estudos de dosagem para possibilitar
o maior acrscimo possvel na ductilidade do concreto, sem comprometer sua
trabalhabilidade. Os concretos com fibras podem ser definidos como compsitos:
materiais constitudos de, pelo menos, duas fases distintas principais, denominado
matriz e as fibras, que podem ser produzidas a partir de diferentes materiais como
ao, vidro, polipropileno, nilon, carbono, entre outros. (PINTO, Jr. e MORAES
A.,2008)
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2. CONCRETO COM FIBRAS
Hoje em dia, h uma grande quantidade de mistura de diversos tipos de fibras
para reforo do concreto, onde cada uma proporciona aos materiais melhorias em
diferentes propriedades. So utilizadas desde fibras de ao para melhorar a
ductilidade, microfibras polimricas para aumentar a eficincia do concreto sob altas
temperaturas e uma variao na forma e superfcie para obteno de melhores
resultados. Implementar inovaes na fabricao, ou na reutilizao de concreto so
imprescindveis para evoluo do sistema convencional de construo que carece
de apropriao tecnolgica. A ideia principal na produo de qualquer concreto a
criao de um material com caractersticas prximas as rochas, mas com uma
propriedade em especial: a vantagem de ser moldvel. Portanto, idealizar a
concepo de estruturas esbeltas e arrojadas apenas de concreto sem a utilizao
do ao convencional, sem dvida o pice da eficincia do material (GUARNIERI,
G. e JACOSKI. C., 2014).
Neste intuito de buscar um concreto mais dctil, as fibras para concreto vm
aos poucos ocupando um espao significativo como material componente do
concreto, assim como os aditivos lquidos, e na concepo de Aoki (2010), tudo
indica que sua utilizao ser quase obrigatria em poucos anos. A adio deste
tipo de material melhora caractersticas estruturais e funcionais dos elementos de
concreto armado, podendo se tornar uma tendncia para o concreto industrializado.
2.1 Tipos de Fibras
Diversos tipos de fibras podem ser incorporados matriz cimentcia, a
depender das propriedades que se deseja melhorar: ductilidade, resistncia
trao, tenacidade, caractersticas de deformao, dentre outros. Dentre elas podem
ser citadas, as fibras polimricas (Figura 1- polipropileno, polietileno e polister); as
fibras metlicas (Figura 2); as fibras vegetais (Figura 3 - coco, piaava, sisal e
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celulose), normalmente empregadas na produo de componentes como tijolos,
telhas e cochos; e as fibras minerais (Figura 4 - carbono, amianto e vidro).
Figura 1 Fibra de Polipropileno. Figura 2 Fibra de Ao.
Fonte: Internet.
Figura 3 Fibra de coco. Figura 4 Fibra de Vidro.
Fonte: Internet.
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A Tabela 01 apresenta algumas propriedades de diversos tipos de fibras e da
matriz cimentcia para efeito de comparao.
Tabelo 01 Principais propriedades de diversas fibras (BENTUR e MINDESS, 1990)
O mdulo de elasticidade e a resistncia mecnica so as duas propriedades
mais importantes na definio da capacidade de reforo que a fibra pode
proporcionar ao concreto. As fibras polimricas, que possuem mdulo inferior ao do
concreto endurecido, so caracterizadas por serem fibras de baixo mdulo de
elasticidade, sendo destinadas basicamente no controle de fissurao por retrao
restringida que surge comumente durante a hidratao inicial do cimento. J as
fibras que possuem mdulo de elasticidade superior ao do concreto, como o caso
das fibras de ao, so classificadas como fibras de alto mdulo de elasticidade,
sendo destinadas ao reforo primrio do concreto, ou seja, no se destinam ao mero
controle de fissurao, podendo at, substituir a armadura em algumas aplicaes
(SANTANA, 2014).
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2.2 Vantagens e Desvantagens da Adio de Fibras
Em resumo, dentre as vantagens referentes utilizao de fibras genricas para
reforo de matrizes cimentceas, em comparao ao concreto convencional, podem
ser citadas (WATANABE, 2008):
As fibras promovem um aumento nas resistncias compresso e trao
de solos artificialmente cimentados;
As fibras contribuem para uma mudana no comportamento tenso -
deformao de matrizes cimentceas, com o aumento da ductibilidade,
beneficiando o material no seu estado ps - fissurao;
As fibras inibem a amplitude das fissuras associadas ao material compsito,
acarretando um aumento na tenacidade;
As fibras controlam a propagao das fissuras dentro da matriz do
compsito;
O reforo com fibras provoca um aumento das resistncias fadiga, s
cargas de impacto e dinmicas.
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3. CONCRETO REFORADO COM FIBRAS DE AO
No concreto, um dos materiais mais versteis no domnio da construo civil,
o agregado, aglutinado atravs de um ligante hidrulico, como o cimento.
Normalmente, as microfissuras na zona de transio entre matriz e agregados
grados necessitam de menor energia para que ocorra a propagao destas fissuras
(JONHSTON, 2001). As tenses se encontram nas extremidades das microfissuras
quando o concreto est submetido trao ou flexo (Figura 5), apresentando
uma abertura incontrolada, fazendo com que a ruptura do material se apresente de
forma frgil. O mesmo princpio se aplica aqui para tornar o concreto resistente
trao, atravs da incorporao de diversos materiais metlicos, como barras de
ao, fios, malhas, cabos ou mesmo fibras, sejam elas metlicas ou de outra
natureza.
Figura 5 Concentrao de tenses nas extremidades das microfibras.
Fonte: Figueiredo (2000).
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No Brasil, o concreto reforado com fibras de ao tem sido largamente
utilizado em infraestruturas, nas quais podem ocorrer fissuras surgidas pelas
tenses internas e externas (Figura 6).
Figura 6 Distribuio de fibra de ao por tipo de aplicao no Brasil.
Fonte: Figueiredo (2011).
A introduo de fibras de ao na matriz de concreto pode substituir
parcialmente as telas soldadas e os estribos em elementos pr-moldados, ligao
viga-pilar (Figura 7).
Figura 7 Ligao viga-pilar com concreto reforado com fibra de ao.
Fonte: Oliveira Jr (2012).
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O concreto reforado com fibra tem sido utilizado em vrias aplicaes
(Tabela 2). O reforo da fibra para concreto armado pode ser um material de
construo econmico e eficiente.
Tabela 2 - Razes para aplicao de CRFA nos diversos tipos de estruturas.
Fonte: Ferreira (2008).
3.1 Fibras de Ao
As fibras de ao so as mais utilizadas em elementos estruturais de concreto,
pois devido ao seu alto mdulo de elasticidade melhoram caractersticas como
tenacidade, controle de fissuras, resistncia flexo, resistncia ao impacto e
fadiga (ACI 544.1R-96, 2006).
Nas publicaes do (ACI 544.1R-96), um fator muito importante a ser
esclarecido que as fibras adicionadas aos concretos no tm a finalidade de
substituir as armaduras convencionais, porm isso possvel em estruturas que
apresentem a possibilidade de redistribuio de esforos, como o caso dos pisos,
pavimentos e radiers apoiados sobre o solo, concreto projetado para revestimento
de taludes e tneis, tubos pr-fabricados, etc.
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De acordo com LUIS (2012), existem vrios processos de fabricao das
fibras de ao, sendo o mais comum o corte de arame trefilado, de ao de baixo teor
de carbono. Em sua maioria as fibras de ao so produzidas com ao-carbono
ordinrio, porm, as feitas de ligas metlicas so mais resistentes corroso, alm
disso, so as mais adequadas para aplicaes em concretos refratrios e em
estruturas martimas. Exemplos de diferentes tipos de fibras de ao na Figura 8.
Figura 8: Exemplo de diferentes tipos de fibras de ao.
Fonte: Revista Concreto IBRACON 2008
Em geral, as fibras de ao podem ser encontradas no mercado com
comprimentos que variam de 25mm a 60mm e dimetros entre 0,55mm a 1,0mm. As
fibras podem apresentar deformaes ao longo de todo o seu comprimento ou
somente nas suas extremidades, formando ganchos (Figura 9). Tais ancoragens
possuem a finalidade de melhorar o comportamento da fibra com relao
aderncia dentro da matriz de concreto, detalhamento (Figura 10). Basicamente, a
fibra de ao caracterizada geometricamente pelo comprimento (L), pela sua forma
e pelo seu dimetro ou dimetro equivalente (De). Da relao entre o comprimento
(L) e o dimetro ou dimetro equivalente (De), obtida a relao de esbeltez, ou o
fator de forma (=L/De). A eficincia do composto reforado com fibras est
diretamente relacionada com a resistncia trao do arame e o fator de forma da
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fibra (=L/De), pois quanto maior o fator de forma, maior ser a quantidade de
fibras presentes no elemento, aumentando assim seu desempenho (PINTO Jr. e
MORAES, A., 1996).
Figura 9: Deformaes e comprimentos de fibras de ao.
Fonte: Revista Concreto IBRACON 2008
Figura 10: Detalhe da fibra de ao.
Fonte: Revista Concreto IBRACON 2008
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Devido s pequenas dimenses das fibras de ao, encontra-se grande
dificuldade para normalizar a sua resistncia trao. Assim, a norma surgiu para
determinar sua resistncia na matria-prima das fibras (FIGUEIREDO, 2011). A
ABNT NBR 15530 (2007) regulou dois fatores principais que definem a fibra de ao:
a resistncia trao do ao utilizado na produo da fibra e a geometria. A
resistncia trao do ao que deu origem fibra mais significativa para concreto
com maior resistncia mecnica. A definio da resistncia mnima de ao se
apresenta em funo da classe da fibra analisada como mostra na Tabela 3.
Tabela 3 - Nvel de resistncia mnima do ao e respectiva classe da fibra segundo ABNT NBR 15530 (2007)
Fonte: Figueiredo 2011.
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3.2 Interao fibra matriz
A vantagem real da adio de fibras que, aps a fissurao da matriz, elas
trabalham como ponte de transferncia de tenses na fissura e tentam restringi-la,
por isso, necessitam-se foras e energia adicionais para retirar ou romper a fibra
(Figura 11). Essa atribuio a capacidade de as fibras atuarem como prendedores
ou fixadores das fissuras (ARIF, 2014). A interao da fibra matriz no CRFA
influenciada por uma srie de fatores, tais como: resistncia da matriz, orientao,
comprimento, seo transversal e volume crtico das fibras (PASA, 2007).
Figura 11- Fibras trabalham como ponte de transferncia de tenses.
Fonte: Figueiredo (2000).
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No processo do comportamento ps-fissurao dos compsitos reforados
com fibras esto os processos de interao fibra matriz, responsveis pela
contribuio para a considervel capacidade em absorver energia, ductilidade e
resistncia (SINGH; SHUKL; BROWN, 2004). Esses processos podem ser definidos
como (Figura 12):
Fibra atuando como ponte de transferncia de tenses (Fibreb ridging);
Desligamento da fibra matriz (Fibre debonding);
Arrancamento da fibra ou deslizamento (Fibre pullout);
Ruptura da fibra (Fiber failure)
Figura 12 - Processos de absoro de energia em concreto reforado com fibras.
Fonte: Singh, Shukl e Brown (2004).
Segundo Figueiredo (2000, 2011), para obter bom desempenho de
compsito, o CRF deve apresentar uma compatibilidade dimensional entre agregado
e fibra. Portanto, recomenda-se que o comprimento da fibra seja igual ou superior ao
dobro da dimenso mxima do agregado utilizado no concreto. A eficincia da fibra
como ponte de transferncia de tenses em relao ao plano de ruptura diminui
devido ao aumento da dimenso mxima de agregado grado em relao fibra.
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Isso ocorre porque a fissura se propaga na regio de interface entre o agregado
grado e a pasta (Figura13).
Figura 13 - Concreto reforado com fibras com compatibilidade dimensional (A) e sem compatibilidade (B).
Fonte: Figueiredo (2000, 2011).
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4. PROPRIEDADES DO CRFA
O mecanismo bsico do reforo por fibras de ao no concreto faz a diferena
na capacidade de deformao das fibras e da matriz. Num primeiro instante, ambas
se deformam conjuntamente, at que a matriz sofra ruptura, sendo a fora resistida
pela matriz transmitida s fibras. Assim, alm das propriedades da fibra, a aderncia
na interface fibra matriz importante para eficcia do reforo (ARIF, 2014).
4.1 Resistncia a compresso e compresso uniaxial
Hannant (1978), Bentur e Mindess (1990) e Johnston (2001) destacam que a
resistncia compresso da matriz pouco influenciada pela incorporao de fibras
e a adio das fibras para concreto com teor de 1% aumenta a resistncia
compresso em cerca de 0 a 25%. A utilizao de teores elevados e fibras longas
aumentam levemente a resistncia compresso, pois a restrio deformao
transversal provocada pela presena das fibras impede que o concreto rompa
prematuramente por perda de monoliticidade (GARCEZ, 2005).
Para Mehta e Monteiro (2008) e Figueiredo (2000), o aumento do
comprimento das fibras aumenta tambm a resistncia. A adio das fibras e leva a
transferncia de tenses pelas fissuras e influencia a absoro de energia,
aumentando a ductilidade do concreto na resistncia compresso.
A resistncia compresso uniaxial a resistncia compresso a
propriedade mecnica mais importante do concreto e , basicamente, definida pelas
resistncias da pasta do agregado e da interface. Estes apresentam
comportamentos distintos na comparao. De forma geral, o fator que mais interfere
na resistncia compresso do concreto a sua porosidade, a qual est
relacionada com sua densidade e resistncia de uma forma bastante intuitiva, isto ,
concretos pouco porosos so tambm mais densos e mais resistentes. (LUIS, 2012)
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4.2 Resistncia trao e trao uniaxial
A resistncia trao aumenta com percentagem e capacidade de fixao da
fibra matiz. Todavia, para quantidades de fibras de ao inferior a 2% a resistncia
trao no aumenta significativamente, exceto quando se utiliza microslica, pois,
nesse caso, a resistncia da interface fibra matriz aumenta. Nos ensaios de trao
por compresso diametral, a adio de fibras de ao e microslica em concreto leve
aumentaram at 200% (BARROS, 1995).
A resistncia trao uniaxial o concreto sem fibras apresenta uma baixa
resistncia trao, o que se deve a baixa resistncia da interface pasta-agregado e
a quantidade de vazios na matriz embora outros fatores tambm interfiram, mas com
menor intensidade. A adio de fibras ao concreto proporcionar aumento de sua
resistncia trao, pois as fibras inibem a formao e a propagao das fissuras
na matriz. (LUIS, 2012).
4.3 Resistncia ao impacto
Segundo Garcez (2005), as fibras incorporadas no concreto influenciam
significativamente o desempenho dos compsitos no estado endurecido em relao
s solicitaes de impacto. O emprego de fibras de ao para incremento da
resistncia ao impacto vivel e eficiente. A resistncia ao impacto de concreto
reforado com fibras est relacionada absoro de energia e tambm aumenta
consideravelmente (MEHTA; MONTEIRO, 2008). A resistncia ao impacto do CRFA
incrementada de forma significativa com o aumento do teor de fibras e do seu fator
de aspecto, so necessrias cerca de 100.000 fibras longas ou 400.000 fibras curtas
por metro cbico para provocar mudanas mais significativas nesse tipo de
comportamento (GARCEZ, 2005)
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6.4 Resistncia fadiga
Segundo Mehta e Monteiro (2008), a adio de fibras a vigas com armaduras
convencionais diminui a abertura das fissuras sob carregamento em fadiga. Quando
o CRF bem projetado, a resistncia fadiga aumenta em cerca de 90% da
resistncia esttica. Para Bentur e Mindess (1990), na zona de ps-fissurao, o
mdulo de elasticidade do CRF (cE) submetido ao esforo cclico influenciado pela
deformao mxima do corpo de prova e pelo tamanho da fissura na ruptura da
matriz. No incio de esforo cclico, o mdulo de elasticidade do CRF diminui com
aumento de deslizamento da fibra na matriz do concreto.
4.5 Tenacidade
Para Singh, Shukl e Brown (2004), o desempenho das fibras em um
compsito pode ser avaliado por meio de sua tenacidade, pois a maior parte da
energia at a ruptura provm da aderncia entre a fibra e a matriz. Um dos principais
motivos para a incorporao de fibras ao concreto o acrscimo, na capacidade de
absoro, de energia pela matriz.
Os fatores que influenciam a medida da tenacidade do concreto reforado
com fibras so: tipo da mquina de ensaio (open loop ou closed loop), tamanho e
geometria do corpo de prova, resistncia das fibras, resistncia da matriz e teor,
espaamento das fibras, configurao de teste, taxa de carregamento, produo dos
corpos de prova (moldagem ou serragem), configurao de carga (concentrada ou
linear), temperatura durante o ensaio, tipo de controle de carga (fora, deflexo,
abertura de fissura), tipo de equipamento de medio (LVDT, Clip Gage) e
localizao de dispositivo de medio da deflexo (ARIF, 2014).
H uma srie de tcnicas disponveis para a medio da tenacidade do
concreto reforado com fibras. A maioria dessas tcnicas adotam corpos de prova
prismticos como base para avaliar a medida da tenacidade, a partir de ensaio de
flexo. O mtodo de ensaios disponveis para a medio da resistncia de CRF
encontra- se resumido na tabela 4 (ARIF, 2014).
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Tabela 4 - Mtodos de ensaio para determinao da tenacidade especificada para o concreto projetado reforado com fibras de ao.
Fonte: Arif (2014)
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5. CONSIDERAES FINAIS
O uso das fibras para reforo no concreto vem crescendo cada vez mais no
mercado da construo civil, pois so compsitos que contribuem no material
fazendo o mesmo se tornar mais resistente.
O tipo da fibra influncia de forma positiva ou negativa na matriz do concreto,
portanto de extrema importncia saber usar a fibra correta, para no gerar
problemas futuros na matriz.
O concreto reforado com fibra de ao um estudo antigo que vem
crescendo com fora cada dia mais, pois apresenta vantagens na resistncia de
fissuras na matriz e rapidez na substituio de corte e dobra de aos, pode ser
utilizados em vrias obras como rodovias, tneis, pisos, etc. Atravs da interao
fibra matriz possvel verificar a utilizao do concreto.
As propriedades do CRFA dependem do tipo de laboratrio e estudo
abordado, pois h variaes de resultados. No relatrio apresentado encontra-se o
aumento da resistncia a compresso que ocorre atravs do elevado teor de fibras
longas (GARCEZ, 2005), a resistncia trao aumenta a capacidade da fixao
fibra matriz (BARROS, 1995), a resistncia ao impacto est ligada ao aumento de
teor fibras e do fator de aspecto (GARCEZ, 2005), quando bem projetado o CRFA a
resistncia a fadiga aumenta em cerca de 90% a resistncia esttica (Mehta e
Monteiro, 2008) e a tenacidade depende de todos as propriedades fibra matriz, pois
a maior parte de energia at a ruptura promovem a interao dos mesmos.
A adio de fibras de ao aos concretos minimiza o comportamento frgil
caracterstico do concreto. O concreto passa a ser um material pseudo-dctil, ou
seja, continua apresentando uma resistncia residual a esforos nele aplicados
mesmo aps sua fissurao. A alterao do comportamento funo das
caractersticas das fibras e da matriz de concreto e da sua interao. Com isto o
material passa a ter exigncias especficas para seu controle da qualidade, dosagem
e mesmo aplicao, diferentes do concreto convencional. (FIGUEREDO, 2000)
Com os aspectos apresentados percebe-se que os estudos sobre CRFA
muito amplo e variado, dependendo do tipo de pesquisa.
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8. REFERNCIAS
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