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Revista da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas - AICCOPN
CONCRETOn.º 232 » março / junho 2012 » Bimestral » 5 euros
Foi o palco do Iº Encontro Nacional da
Construção e Imobiliário
Promover o Crescimento, Defender o Setor
EDITORIAL
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Estou convicto que todos os que tiveram a oportunidade de participar no 1ª Encontro Nacional da Construção e do
Imobiliário saíram com a certeza de que o nosso setor está, mais do que nunca, unido em torno de um objetivo que
é comum. Evidenciámos a nossa força e demonstrámos que, apesar das contrariedades, não nos deixaremos abater.
Gritámos bem alto o papel que tem de ser reconhecido à Construção e aos nossos empresários, enquanto fatores
impulsionadores do desenvolvimento sustentado da economia nacional.
Sempre o foram e, estou certo, representando quase um quinto do PIB e cerca de 720 mil trabalhadores, não poderão
deixar de o ser. É esta realidade que os nossos Governantes não podem esquecer e o nosso encontro, a mobilização
massiva que nos permitiu encher a Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, teve o mérito de os recordar da importância que,
inevitavelmente, nos tem de ser reconhecida.
Discutimos os problemas que os empresários enfrentam e apresentámos estratégias para ultrapassar dificuldades que
são comuns, mas, de igual modo, demonstrámos que existem soluções para dinamizar uma atividade que, ao longo
dos anos, tem sido essencial para a promoção da economia portuguesa. Escrevo estas linhas num momento em que
já sei que a Assembleia da República irá deba-
ter um Programa de Emergência para a Cons-
trução e para o Imobiliário, em que o Ministro
da Economia e do Emprego foi potestivamente
convocado para uma audição na Comissão
Parlamentar de Economia e Obras Públicas e
em que o Governo se prepara para apresentar as primeiras medidas para um setor que até agora foi ignorado.
Os políticos e, em particular, o Governo, começam finalmente a prestar a devida atenção ao setor da construção e do
imobiliário. É de lamentar, no entanto, que tivéssemos de chegar a um ponto de rutura, para que algo fosse feito.
Tal como tenho afirmado, o risco de colapso do sistema financeiro, as falências e desemprego, são os três ingre-
dientes de uma catástrofe anunciada. E, é certo, se a situação não for invertida, estará em causa toda a economia
nacional. Por isso, o pagamento das dívidas do Estado, a Reabilitação Urbana e o Arrendamento, a estabilização do
mercado imobiliário, a liquidez necessária ao funcionamento das empresas e o reconhecimento do processo de in-
ternacionalização do setor, são matérias estratégicas para o setor e para o País, que continuaremos a apontar como
essenciais para a sobrevivência das empresas.
Termino, saudando os nossos Associados e a todos quero agradecer pelo empenhamento que colocaram na concre-
tização desta iniciativa. Uma vez mais, demonstrámos a força da Associação e, estou certo, seremos capazes de, à
semelhança do que aconteceu noutras ocasiões, vencer mais este desafio.
1º Encontro Nacional da Construção
e do Imobiliário
Uma manifestação de força de
um setor que não se deixa abater
Reis Campos,
Presidente da Direção
da AICCOPN
“Os políticos e, em particular, o Governo, começam finalmen-
te a prestar a devida atenção ao setor da construção e do imo-
biliário. É de lamentar, no entanto, que tivéssemos de chegar a
um ponto de rutura, para que algo fosse feito..“
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NESTA EDIÇÃO...
N.º 232 - março / junho 2012
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A CONCRETO está aberta à colaboração e opinião procedentes do sector
Atividades da Direção - Pág 6
Destaque - Pág 12
Tomadas de Posição - Pág 20
Formação AICCOPN - Pág 26
Direito - Pág 31
Economia - Pág 36
Engenharia - Pág 44
Segurança - Pág 51
Regalias - Pág 56
Pág. 6
Pág. 10
Pág. 12
Pág. 48
6 •
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
Em Audição Parlamentar Reis Campos lembra que empresas não aguentam mais
Reis Campos afirmou, que as empresas da construção não
aguentam um Estado que não paga as suas dívidas e uma
banca que não lhes concede crédito
Na audiência parlamentar convocada pela Comissão de
Economia e Obras Públicas, Reis Campos alertou os De-
putados para as consequências daquela que considera ser
a pior crise de que há memória, salientando que as em-
presas da construção e do imobiliário se encontram numa
situação limite e sem qualquer tipo de perspetiva futura.
A juntar à falta generalizada de obras, à indefinição do
investimento, à falta de planeamento e ao adiamento da
reabilitação urbana, Reis Campos referiu como principais
problemas que afetam o funcionamento das empresas, os
atrasos nos pagamentos por parte do Estado, as crescentes
dificuldades no acesso ao crédito, a exigência abusiva
de garantias por parte da banca, as práticas reiteradas de
preços anormalmente baixos e um Código dos Contratos
Públicos desadequado em face das necessidades do mer-
cado, que para além de impor a manutenção das cauções
prestadas por prazos exagerados, permite o recurso gene-
ralizado ao ajuste direto e consente a adoção de critérios
abusivos no âmbito de concursos limitados.
Considerando indispensável o aproveitamento do QREN,
pois estão em causa cerca de 13 mil milhões de euros de
verbas comunitárias por executar, Reis Campos concluiu
que esta é uma oportunidade única para o setor, pois para
além de possibilitar a conclusão de projetos que são es-
senciais para o País, permitiria apoiar a reabilitação urba-
na que, inexplicavelmente, continua adiada.
Reis Campos, na qualidade de Presidente da CPCI,
participou no passado dia 28 de junho, no 50º ani-
versário da COBA – Consultores de Engenharia e
Ambiente, cuja cerimónia contou com a presença
da Senhora Ministra da Agricultura, do Mar, do Am-
biente e da Administração do Território.
Cerimónia Comemorativa do 50º Aniversário da COBA
Reunião do Conselho Geral da AICCOPN
Tendo presente a situação de crise que o setor atravessa,
reuniu no passado dia 26 de abril o Conselho Geral da
AICCOPN. Pelo Presidente da Direção foram apresenta-
das aos Senhores Conselheiros, as medidas de urgência a
serem adotadas, em sintonia com a falta de iniciativa do
Poder Político.
7
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
Subordinado ao tema “um novo mo-
delo para o setor da construção e do
imobiliário – um desafio para o futu-
ro” e no âmbito do 15º Congresso da
APCMC, teve lugar uma sessão, na
qual o Presidente da CPCI participou
numa mesa redonda, moderada pelo
Jornalista Económico, Camilo Louren-
ço e que contou com as participações
do Professor do ISEG, Manuel Avelino
de Jesus, com o Diretor de Financia-
mento Imobiliário da Caixa Geral de
Depósitos, Paulo Sousa, com a Verea-
dora da Câmara Municipal de Lisboa,
Helena Roseta e com o Presidente da
CCP, João Vieira Lopes. Esta sessão re-
15º Congresso da APCMC - “Um novo modelo para o setor da construção e do imobiliário - Um desafio para o futuro”
No passado dia 29 de maio a AIC-
COPN recebeu na sua sede uma
Delegação Angolana da CONICLE
- Comissão Nacional de Inscrição e
Classificação de Empreiteiros que,
para além de outros elementos, con-
tou com a participação dos Presiden-
tes das duas organizações.
alizou-se no dia 25 de maio, no Hotel
Altis, em Lisboa.
AICCOPN Recebe Delegação do Conicle
8 •
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
De 8 a 10 de maio teve lugar a 3ª
edição do Portugal Constrói 2012,
cuja organização da responsabilida-
de da AICEP e da AIP, contou com o
apoio da Confederação Portuguesa
da Construção e do Imobiliário. Este
evento, com uma forte componente
no processo de internacionalização
das empresas do setor, contou este
ano com 10 Países convidados.
Na abertura solene desta edição, Reis
Campos, na sua intervenção, referiu
a importância desta iniciativa como
forma de discutir desafios e identi-
ficar oportunidades nos mercados
externos.
Sem deixar de falar na situação de
emergência que o setor atravessa em
Portugal, enfatizou a sua intervenção
para o empreendedorismo, para a
resistência e capacidade de diversi-
ficação e de internacionalização dos
nossos empresários não obstante os
inúmeros obstáculos e falta de apoios
com que se enfrentam. Relembrou
que somos o segundo País europeu,
com maior presença no Continente
Africano, representando 19% de todo
o negócio das empresas europeias de
construção neste Continente.
As valências técnicas e humanas que
caracterizam a qualidade do nosso
tecido empresarial e a larga experi-
ência internacional, têm-se revelado
fatores críticos de sucesso, essenciais
para o estreitamento das relações
económicas entre Portugal e os mer-
cados externos.
São condições imprescindíveis, que
nos têm permitido corresponder, de
forma eficaz, aos desafios da inova-
ção.
As nossas empresas têm assumido
estratégias de médio e longo prazo,
assentes em parcerias locais, na for-
mação de recursos humanos e no
estabelecimento de estruturas perma-
nentes junto das diferentes comuni-
dades.
A natureza duradoura das suas in-
tervenções, eleva a Construção e o
Imobiliário ao estatuto de veículo
privilegiado para alavancar a interna-
cionalização de muitas atividades.
Não há qualquer dúvida que, as em-
presas do setor estão preparadas para
dar resposta aos desafios da interna-
cionalização.
No entanto, importa que o País saiba
desenvolver uma política capaz de
auxiliar o esforço do tecido empre-
sarial.
No mundo globalizado em que vive-
mos, o conceito de bens transacioná-
veis está em permanente transforma-
ção, pelo que é fundamental o seu
alargamento ao nosso setor.
A atividade desenvolvida pelas em-
presas da construção e do imobiliário
no exterior deve ser apoiada adequa-
damente.
A diplomacia económica assume,
igualmente, uma importância funda-
mental.
Estão em causa aspetos de natureza
burocrática e fiscal.A exemplo do
que se passa na generalidade dos
países, a Construção e o Imobiliá-
rio está no centro das estratégias de
promoção do crescimento e do em-
prego.
3ª Edição do Portugal Constroi
9
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
É o que se passa em Inglaterra e nos
Estados Unidos, na nossa vizinha
Espanha e também terá de ser assim
em Portugal.
Para isso, é fundamental que o poder
político reconheça que, sem as nos-
sas empresas, sem preservar o tecido
empresarial e sem políticas de cresci-
mento ambiciosas, o País continuará
sem perspetivas.
Exige-se uma visão estratégica, capaz
de reconhecer a verdadeira importân-
cia de uma atividade que vale quase
um quinto do PIB e que representa
16,8% do emprego nacional.
Esta fileira é uma verdadeira indústria
de futuro, capaz de se afirmar nos
mercados externos, de gerar riqueza
e emprego e, assim, contribuir para o
desenvolvimento consolidado do País
que não pode ignorar as suas vanta-
gens competitivas e as mais-valias de
que dispõe. É tempo de reconhecer o
lugar de destaque que compete a este
setor, como motor da economia.
Reis Campos, terminou referindo que
mais do que uma questão empresa-
rial ou setorial, está em causa a pró-
pria sustentabilidade de Portugal.
“Os Desafios da Fileira da Construção”
A convite da AIP e no âmbito da re-
alidade adversa que o setor da cons-
trução e obras públicas atravessa,
Reis Campos participou como orador
na Sessão de Abertura do Seminário,
realizado no passado dia 18 de Abril,
subordinado ao tema “Os desafios da
Fileira da Construção – as oportuni-
dades no Mercado Externo”
Reis Campos, iniciou a sua interven-
ção referindo que a discussão dos
desafios que se colocam à fileira da
construção e do imobiliário, tanto a
nível interno como externo, é discutir
o futuro de Portugal, sendo a interna-
cionalização da economia uma das
principais apostas que temos pela
frente, tendo a nossa fileira apre-
sentado, ao longo dos últimos anos,
um crescimento sustentado dos seus
negócios externos, sendo já uma das
atividades económicas mais relevan-
tes. O volume anual de faturação
externa supera os 8,7 mil milhões de
euros, equivalendo a 16,9% de toda
a faturação das empresas portuguesas
no exterior.
Realçou que o setor está implemen-
tado em quase todo o Mundo, des-
tacando, contudo, a inegável impor-
tância e peso do mercado africano,
tendo, ainda, referido que os fatores
essenciais para o estreitamento das
relações económicas entre Portugal e
os mercados internacionais, se deve
à competência técnica e humana que
caracterizam os nossos empresários.
Para Reis Campos o mercado interno
assume importância fundamental,
constituindo uma alavanca impres-
cindível para explorar oportunidades
nos mercados externos, pelo que a
atual situação do mercado português
da construção e do imobiliário não
pode continuar a ser um obstáculo
ao desenvolvimento das empresas da
fileira, as quais registaram na última
década uma quebra acumulada na
produção de 41% e uma perda de
283 mil trabalhadores. Se esta situa-
ção de mantiver, poderemos perder
este ano mais 12 mil empresas e mais
140 mil postos de trabalho, situação
que conduzirá a taxa de desempre-
go nacional para os 20%. E não é
desta forma que iremos resolver os
problemas que enfrentamos. Temos
que criar condições para que o ar-
rendamento e a reabilitação urbana
se tornem uma realidade, os apoios
dados à banca sejam repercutidos na
economia real, os pagamentos das
dívidas do Estado às empresas sejam
efetuados, em suma, impõe-se um
verdadeiro compromisso com o fu-
turo do País. O setor precisa de uma
visão estratégica capaz de reconhe-
cer a sua verdadeira importância e de
um planeamento consensualizado a
médio e longo prazo.
Está em causa uma atividade que
vale quase um quinto do PIB e que
representa 16,8% do emprego nacio-
nal, pelo que, Reis Campos terminou,
afirmando que esta fileira tem de
estar no centro da estratégia de cres-
cimento económico de Portugal.
10 •
ATIVIDADES DA DIREÇÃO
Num seminário promovido em parce-
ria com o Departamento de Engenha-
ria Civil do ISEP e com a participação
do Presidente da AICCOPN, como
orador convidado, realizou-se no pas-
sado dia 21 de março, no auditório do
ISEP, o seminário “A Construção em
Portugal: Passado, Presente e Futuro”.
Perante uma vasta plateia constituída
por alunos e docentes desta insti-
tuição, Reis Campos traçou o diag-
nóstico do setor e a sua evolução ao
longo dos últimos anos, destacando
o papel fundamental da construção
e do imobiliário na economia e no
emprego e apontou os principais
desafios estratégicos com que esta
atividade se depara.
Apresentando alguns números revela-
dores do peso do setor na economia,
bem como um quadro comparativo
com as restantes economias euro-
peias, o Presidente da Associação
apontou o défice de investimento em
Portugal como uma das principais
causas para a crise económica que
estamos a atravessar. Com efeito, não
obstante a evolução negativa das
contas públicas nacionais, Portugal
surge como um dos países onde, ao
longo da última década, se verificou
um menor investimento em constru-
ção e, em consequência, onde me-
nos se cresceu.
Reis Campos descreveu ainda a evo-
lução da atividade, que atravessa a
pior crise de sempre, acumulando
desde 2002 uma redução de pro-
dução de 41% e uma perda de 283
mil postos de trabalho e abordou as
questões que, neste momento, estão
a afetar de forma mais gravosa as
empresas, como é o caso da asfixia
financeira resultante da falta de cré-
dito e dos atrasos nos pagamentos
do Estado, ou a falta de obras e de
planeamento.
Relativamente ao futuro, o Presidente
da AICCOPN traçou dois cenários
distintos. Um, de continuidade, em
que se nada for feito, o País enfrenta
um risco de colapso do setor, que
acarreta sérias implicações para toda
a economia, uma vez que estão em
causa, a curto prazo, 140 mil postos
de trabalho, bem como a própria
estabilidade do sistema financeiro
nacional e das contas públicas. Co-
locando um cenário alternativo, Reis
Campos apontou caminhos para que,
a exemplo do que se passa lá fora, a
Construção e Imobiliário possa dar o
seu contributo para vencer o desafio
do crescimento e do emprego. “Ape-
sar da escassez de recursos, há muito
que pode ser feito”, disse, referindo
o aproveitamento do QREN, a dina-
mização da reabilitação urbana e do
arrendamento e o apoio à internacio-
nalização, como exemplos.
Questionando se o País quer gastar
mais dinheiro em subsídios de de-
semprego, comprometendo, assim, a
sua capacidade de crescimento, ou
se vai tentar ultrapassar a crise, me-
lhorar a competitividade territorial,
criar emprego, recuperar as nossas
cidades, promover o património
histórico e cultural, melhorar a efi-
ciência energética dos nossos edifí-
cios e promover a sustentabilidade
ambiental, concluiu desejando os
maiores sucessos para a carreira dos
jovem que iniciam agora o seu per-
curso profissional e afirmando que “o
setor conta com todos para continuar
a afirmar-se como uma referência,
tanto a nível nacional, como a nível
internacional”.
12 •
DESTAQUE
Numa iniciativa inédita no panorama associativo nacional, a CPCI concentrou
toda a fileira da construção e do imobiliário de Portugal, numa manifestação
de união do maior empregador nacional, no passado dia 5 de junho, no Pavi-
lhão Atlântico, em Lisboa.
O Presidente da Confederação, Reis Campos, começou por realçar na sua
intervenção, a noção que existia que este encontro correspondia aos anseios
do setor, mas esta mobilização demonstrou que a construção e o imobiliário
não se deixará destruir e que será sempre o grande motor do desenvolvimento
económico.
A inexistência de perspetivas quanto ao futuro das empresas e dos seus traba-
lhadores, levaram os empresários ao seu limite. Salientando que austeridade
não é solução e que o futuro não se constrói destruindo todo este vasto setor,
determinante para a dinamização da economia portuguesa, relembrou que
as atividades concentradas nesta fileira representam 18,2% do PIB, ou seja,
quase um quinto do Produto Nacional e que somos o maior empregador, as-
segurando 720 mil postos de trabalho.
Sem investimento não há crescimento e, consequentemente, Portugal foi um
dos países que menos cresceu na primeira década do século XXI. Todos os
Iº Encontro Nacional da Construção e do Imobiliário
13
DESTAQUE
dias desaparecem cerca de 23 empresas e são eliminados 426 postos de
trabalho, pelo que o momento que enfrentamos é de emergência.
O setor está sem rumo, pelo que, em devido tempo, o Governo e os Parti-
dos Políticos foram alertados, pela Confederação, para esta situação.
Reunimos com o Presidente da República, com o Primeiro-ministro, com
o Ministro da Economia e do Emprego, com a Ministra da Agricultura, do
Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território e com o Secretário de
Estado das Obras Públicas. Fomos ouvidos em Comissões Parlamentares.
Apresentámos propostas.
Defendemos medidas de exceção equilibradas e ajustadas ao momento
que o País atravessa.
Porém, de concreto, nada foi feito.
O Governo conhece a realidade, mas parece ignorar a profundidade das
suas consequências, mantendo uma total indefinição quanto aos projetos
de investimento necessários; congela as verbas do QREN, em vez de as
colocar ao serviço do crescimento económico e do emprego; não avan-
14 •
DESTAQUE
ça com a reabilitação urbana, com
a alteração da lei das rendas e com
a implementação da taxa liberatória
para o arrendamento; não assegura
a estabilidade do mercado imobi-
liário; não paga as suas dívidas ao
setor; não regula a forma de traba-
lhar da Banca com as empresas; não
apoia a nossa internacionalização;
não altera o Código dos Contratos
Públicos, adequando-o à realida-
de do mercado; não combate efi-
cazmente os preços anormalmente
baixos; não permite a liberação das
cauções.
Por tudo isto a resposta é evidente: a
intenção do Governo é deliberada.
O País está sob uma intervenção ex-
terna, que impõe limites. Mas há al-
ternativas e ao contrário do que nos
querem fazer acreditar, o colapso
do setor não é uma inevitabilidade,
é uma decisão política, que poderá
ter custos insustentáveis e conse-
quências irreversíveis para Portugal.
Há quase 190 mil desempregados
da construção e imobiliário.
As nossas estimativas indicam que,
neste momento, existem 140 mil
postos de trabalho em risco.
São 1,7 mil milhões de euros em
subsídios de desemprego e perda de
receitas fiscais diretas.
Se considerarmos o efeito multipli-
cador do Setor, isto significa que, em
poucos meses, iremos atingir uma
taxa de desemprego nacional de 20%.
A ruína da construção e do imobiliário será a ruína da Banca e do País.Onde irá o Governo buscar o dinheiro para pagar a fatura da destruição do setor?
Para nós não há qualquer dúvida! Se nada for feito pelas nossas empresas, pelo emprego que asseguramos, em menos de um ano, Portugal será novamente obrigado a recorrer a ajuda externa, pondo em causa todos os sacrifícios que nos têm sido impostos.
15
DESTAQUE
O Presidente da CPCI terminou esta in-
tervenção, garantindo que o movimento
que agora começou, não irá parar, e que
saberemos estar à altura para ultrapassar
os desafios que, deliberadamente, nos
impuseram, para o bem das nossas em-
presas e para o bem de Portugal.
16 •
DESTAQUE
Principais Conclusões do Encontro: Programa de Emergência para a Construção e Imobiliário
A construção e imobiliário representa
18,2% do PIB e é o maior emprega-
dor nacional, assegurando cerca de
720 mil postos de trabalho. A exem-
plo do que se passa na generalidade
das economias, é uma atividade
essencial para o crescimento e o
emprego e ocupa um lugar central
nas estratégias de combate à crise,
promovidas na maioria dos países
europeus.
O setor pode contribuir para gerar
emprego, produção, riqueza, cresci-
mento e impostos por via da absor-
ção dos fundos comunitários.
Um setor em estado de emergência
Nos últimos dez anos, assistiu-se à
mais profunda e prolongada crise da
história do setor. Entre 2002 e 2011,
o recuo da produção atingiu, em ter-
mos reais, os 41% e perderam-se 283
mil postos de trabalho. No primeiro
trimestre do ano, foram destruídos 38
mil empregos, valor que representa
mais de metade do emprego perdido
neste período. Na última década,
Portugal foi o país europeu onde se
registou a pior evolução do investi-
mento em construção.
Atualmente, as empresas enfrentam
uma situação de emergência e o teci-
do empresarial está à beira do colap-
so. Diariamente são eliminados 426
postos de trabalho e desaparecem 23
empresas.
Os empresários do setor enfrentam
graves constrangimentos à sua ativi-
dade, como uma banca que asfixia as
empresas e um Estado que não paga
as suas dívidas, uma total indefinição
em torno de matérias estruturantes,
como o investimento público e a
aplicação dos fundos comunitários
do QREN, a ausência de incentivos
ao investimento privado e à interna-
cionalização, a não implementação
das medidas de dinamização da rea-
bilitação urbana e do arrendamento,
que aguardam leis que foram há mui-
to consensualizadas, bem como o
excesso de burocracia e de impostos.
A situação atual não é uma inevitabi-
lidade, é fruto de uma opção política
deliberada
É certo que Portugal está sujeito a
um programa de assistência externa,
cujos termos tem de cumprir, pelo
que a capacidade de atuação é limi-
tada. No entanto, existem escolhas
que podem inverter o presente rumo
de destruição do tecido empresarial e
que são compatíveis com os objetivos
assumidos pelo País. A austeridade é
necessária, mas não é a solução, nem
pode ser o único vetor de interven-
ção dos poderes políticos. A falta de
rumo a que o setor foi votado, a sus-
pensão quase total do investimento
A Construção e Imobiliário é imprescindível para o Crescimento e o Emprego
Cantinhos, Soc. de Construções Soc. de Construções Almerindo CarneiroConstruções Gabriel A.S. Couto
José Sá Machado Carlos Couto Artur Carneiro
17
DESTAQUE
financeiro nacional, pois há que ter
presente que o crédito à construção
e imobiliário é de cerca de 38 mil
milhões de euros, pelo que o risco de
falência das empresas representa a
possibilidade de falência da própria
Banca. O crescimento galopante do
desemprego e as consequências de
uma queda de um setor que repre-
senta cerca de um quinto do PIB,
cujo volume anual de faturação
ultrapassa os 60 mil milhões de eu-
ros e que é responsável por mais de
33 mil milhões de euros de crédito,
não deixam margem para quaisquer
dúvidas. O colapso do setor será um
custo insustentável para o País. Estão
em causa todos os sacrifícios feitos
pelos portugueses, para cumprir o
acordo com a Troika e fica em risco
a sustentabilidade económica de Por-
tugal. Sem construção e imobiliário
não existe futuro, pelo que o custo da
reposição da capacidade produtiva
do setor é incomportável e representa
um encargo incomparavelmente su-
público, o incompreensível adiamen-
to de medidas que estão enquadradas
no Memorando de Entendimento ou
que não implicam despesa pública,
ilustram uma indiferença perante a
Construção e Imobiliário, que está a
levar as empresas a uma situação de
verdadeiro desespero.
A ruína do Setor será a ruína do País.
É necessário intervir imediatamente
Se nada for feito para alterar a atual
trajetória de destruição do tecido
empresarial da Construção e do Imo-
biliário, estão em causa, no futuro
imediato, 140 mil postos de trabalho
diretos e cerca de 13 mil empresas.
O impacto direto para as contas pú-
blicas, resultante do acréscimo de
subsídios de desemprego e da perda
de receitas fiscais causado por esta
redução do volume de emprego,
cifra-se em 1,7 mil milhões de eu-
ros. Por outro lado, está em causa a
própria sustentabilidade do sistema
perior ao da sua preservação.
Programa de Emergência para a
Construção e Imobiliário: Medidas
para impedir o colapso do setor, pro-
mover o crescimento e o emprego
É imprescindível que o Governo atue
de imediato, demonstrando o seu
comprometimento com o futuro do
setor. Exige-se a implementação de
medidas capazes de salvar o tecido
empresarial e preservar o emprego
e impedir a destruição do setor,
que, abrangendo transversalmente
toda a fileira, seja orientado
para a promoção do emprego,
do crescimento económico e da
competitividade da economia.
Desta forma, são identificadas sete
medidas que, pela sua urgência,
pelo seu impacto potencial, pela
sua exequibilidade e pelo seu efeito
imediato no setor, constituem um
Programa de Emergência para a
Construção e Imobiliário.
Soc. de Construções Almerindo Carneiro
18 •
DESTAQUE
Pagar de imediato os 1,4 mil milhões de euros que o Estado deve ao setor, para assegurar a liquidez e impedir o colapso, em cadeia, das em-presas, garantindo a célere libertação dos fundos constantes da linha da crédito para as Autarquias objeto de protocolo entre o Governo e a ANMP, necessários para o pagamento das verbas em atraso.
Medidas Propostas:
Incentivar a Reabilitação Urbana e o mercado do Arrendamento, com o objetivo de gerar 130 mil empregos, disponibilizar as 60 mil habitações para arrendar de que o mercado ne-cessita, dinamizar a atividade económica em setores como o comércio e o turismo, captar investimento privado e preservar o património imobiliário nacional, para o que se exige a agilização dos processos de despejo e a imediata criação de uma taxa liberatória para os rendimentos do arrendamento. Devem ser previstos incentivos fiscais, designadamente o alargamento do atual âmbito de aplicação da taxa reduzida do IVA na construção a todas as obras de reabilitação e de melhoria da eficiência energética dos edifícios.
Um setor sem rumo, empresas sem perspetivas quanto à sua ativi-dade futura, desemprego a atingir máximos históricos, foi este o con-texto das intervenções proferidas por todos os Presidentes das Asso-
ciações que constituem a CPCI e, também, por diversos empresários que quiseram deixar o seu teste-munho. A unanimidade em torno da defesa de medidas de exceção para fazer face ao atual estado do
setor, foi uma evidência. São estas as medidas, que a Confederação considera prioritárias para evitar o colapso, exigindo do Governo a sua aplicação efetiva.
-I
II-
19
DESTAQUE
Reprogramar as verbas do QREN, garantindo, no mínimo, uma alocação de 5 mil milhões de euros a projetos de investimento em domínio estratégicos para o setor e o País, valor que corresponde a cerca de 40% dos fundos comunitários por executar, visando a manu-tenção do emprego e evitar custos acrescidos para o erário público decorrentes do paga-mento de subsídios de desemprego e a devolução expressiva de fundos não utilizados à Comunidade Europeia. Tal deverá passar pela sua afetação a intervenções de reabilitação urbana e pela criação de um Plano de Investimento Público, devidamente calendarizado, orientado para a valorização do território, para o acréscimo do potencial produtivo do País, para promoção da “marca” Portugal e do Património Imobiliário Português, como uma oportunidade única para o Investimento privado nacional e estrangeiro e para a me-lhoria da qualidade de vida dos cidadãos, priorizando obras de proximidade com grande impacto local e a manutenção preventiva de infraestruturas e equipamentos sociais, capa-zes de mobilizar uma diversidade de empresas de várias dimensões e especialidades e de estimular a procura privada e a produção nacional.
Regular o mercado imobiliário, impedindo a desvalorização do património e afastando práticas concorrenciais censuráveis, levadas a cabo pela Banca e pelo Estado. Os bancos asfixiam o mercado, ao comercializar os seus imóveis em condições de crédito incom-paravelmente mais vantajosas, e o próprio Estado coloca em causa a sustentabilidade do mercado, ao beneficiar, por um lado, da significativa valorização dos imóveis em sede de IMI e ao permitir, por outro, a sua colocação na praça a preços irrisórios, quando se trata de penhorar e executar os contribuintes. É, de igual modo, fundamental assegurar equida-de social no regime de tributação em IMI, cujo agravamento, que será muito superior ao estabelecido no Memorando de Entendimento, ocorre num momento em que a generali-dade das famílias perde rendimentos.
Evitar o estrangulamento financeiro das empresas, garantindo um acesso equilibrado ao cré-dito e a liquidez necessária ao seu funcionamento. A falta de crédito e os custos financeiros desproporcionados exigem uma intervenção no sentido de salvaguardar que a Banca cumpra, de forma justa e equilibrada, o seu importante papel na economia. Por outro lado, é essen-cial assegurar a libertação de recursos atualmente presos no sistema financeiro, em sede de garantias prestadas, para o que se exige a criação de um regime excecional de liberação das cauções prestadas, a exemplo do que já existe nos Açores e na Madeira, permitindo libertar uma parte significativa dos 4,5 mil milhões de euros que se encontram retidos. Na verdade, quanto maior for a parcela deste montante libertada na sequência do regime excecional de liberação de cauções, mais recursos poderão ser injetados na economia, permitindo dinami-zar a atividade económica e fomentar o nível de emprego global.
Reconhecer como prioritária a Internacionalização da Construção e do Imobiliário, o que passa por uma atuação em domínios como a diplomacia económica, a política fiscal, no âmbito da criação de instrumentos financeiros de apoio à internacionalização e pelo alar-gamento do conceito de bens transacionáveis ao setor, medidas que serão potenciadoras da criação de redes de empresas, capazes de partilhar recursos e desenvolver parcerias estratégicas com vista à internacionalização.
Criar um adequado “ambiente” de negócios, mediante: A imediata revisão do Código dos Contratos Públicos, de forma a garantir um regular funcionamento do mercado, exi-gindo-se, entre outros aspetos, a previsão de um regime eficaz de combate à prática de preços anormalmente baixos ou o regime de erros e omissões a cargo dos interessados.
-III
IV-
-V
VI--VII
20 •
TOMADAS DE POSIÇÃO
AICCOPN denúncia ilegalidades nos Concursos Públicos
A AICCOPN, em sede da Federação
da Construção (FEPICOP), remeteu
ao Secretário de Estado das Obras
Públicas, Transportes e Comunica-
ções, com conhecimento ao Instituto
da Construção e do Imobiliário (InCI,
I.P.) e ao Centro de Gestão da Rede
Informática do Governo (CEGER),
uma exposição que alerta para várias
situações no âmbito dos procedi-
mentos contratuais públicos, com
as quais as empresas do Setor têm
vindo a ser confrontadas e que, além
de violadoras de vários preceitos do
Código dos Contratos Públicos (CCP),
põem em causa os princípios basila-
res da contratação pública e desvirtu-
am gravemente a concorrência.
Na referida exposição, a Associação
denuncia diversos casos em que o
modelo de avaliação das propostas se
encontra aparentemente em cumpri-
mento das regras definidas no CCP,
mas, quando aplicado na prática às
propostas avaliadas, se traduz numa
deturpação dos princípios gerais da
contratação pública, uma vez que,
para a densificação do fator “preço”,
estabelecem-se escalas de pontuação
através de expressões matemáticas
que permitem calcular, previamen-
te, o valor exato do preço ao qual a
entidade adjudicante atribuirá a pon-
tuação mais elevada, o que implica
que a totalidade dos concorrentes
apresentem legitimamente as suas
propostas com um preço de valor
igual ou próximo àquele montante
(predeterminável), neutralizando-se
totalmente, desta forma, o fator “pre-
ço”.
Assim, a adjudicação que, nos ter-
mos do modelo de avaliação, deveria
basear-se fundamentalmente no pre-
a qualidade em que se assina um
determinado documento eletrónico
em representação da empresa con-
corrente.
Ainda relativamente à contratação
eletrónica, a Associação denuncia a
circunstância das plataformas eletró-
nicas não disponibilizarem, a título
gratuito, determinadas “funcionalida-
des” básicas e essenciais para a apre-
sentação de propostas. Com efeito,
as empresas vêem-se na obrigação
de subscrever determinados “paco-
tes de funcionalidades”, mediante
o pagamento de um preço, para
poderem, por exemplo, efetuar uma
operação de transferência/importa-
ção de preços através de ficheiros
excel, ou para poderem tramitar os
procedimentos por mais do que um
utilizador e através de vários postos
de trabalho.
Por último, a AICCOPN contesta o
pagamento de selos temporais, o
facto de serem comercializados ex-
clusivamente em pacotes, com uma
validade limitada e não poderem ser
usados senão na plataforma que os
vendeu.
As situações relatadas colocam em
causa normativos expressos do qua-
dro legal, e/ou desvirtuam os princí-
pios basilares da contratação públi-
ca, pelo que se exigiu ao Secretário
das Obras Públicas e, bem assim,
ao InCI, I.P. e ao CEGER, a tomada
urgente das medidas adequadas à
moralização dos procedimentos
contratuais públicos e da salvaguar-
da dos princípios da transparência,
igualdade e concorrência.
ço – fator claramente objetivo – com
um peso elevado, passa, na prática, a
basear-se exclusivamente nos restan-
tes fatores subjetivos que, de acordo
com o modelo aprovado, teriam uma
relevância diminuta.
Alerta-se igualmente para a existên-
cia de inúmeros Concursos Limitados
por Prévia Qualificação que con-
templam exigências manifestamente
desproporcionadas ao nível dos
requisitos de avaliação da capaci-
dade económica e financeira dos
candidatos, impondo o cumprimento
de rácios económicos elevadíssimos,
sem qualquer correspondência com
a natureza das prestações objeto do
contrato a celebrar e, bem assim, dos
interesses que se pretendem salva-
guardar, limitando-se de forma ilegíti-
ma a concorrência.
Outro aspeto que tem impedido o
normal desenvolvimento dos proce-
dimentos contratuais públicos e que
também foi denunciado refere-se à
contratação eletrónica. É que na es-
magadora maioria dos procedimentos
contratuais públicos que são lança-
dos, têm vindo a ocorrer exclusões,
totalmente infundadas, por questões
relativas à contratação eletrónica,
em concreto, situações de problemas
técnicos das plataformas eletrónicas
e de questões relacionadas com as
assinaturas digitais qualificadas, ex-
cluindo-se, inclusivamente, propos-
tas, com fundamento na falta, quer
de assinatura manuscrita, quer de
poderes de representação do assinan-
te, quando este é detentor de certifi-
cado digital qualificado com poderes
de representação, emitido por uma
das entidades legalmente certificadas
para o efeito, que permite autenticar
22 •
TOMADAS DE POSIÇÃO
AICCOPN apresenta soluções ao governo sobre a criação de um regime excecional de liberação de cauções
Tendo a AICCOPN - Associação
dos Industriais da Construção Civil
e Obras Públicas, sido consultada
pelo Governo sobre um projeto de
diploma que cria um regime excecio-
nal relativo à liberação das cauções
prestadas no âmbito das empreitadas
de obras públicas, solução que há
muito reivindica junto das mais varia-
das instâncias como medida impre-
scindível para adequar à atual reali-
dade as exigências legais em matéria
de cauções e garantias bancárias que
as empresas estão obrigadas a prestar,
não pôde deixar de expressar, con-
certadamente com a AECOPS – As-
sociação de Empresas de Construção
e Obras Públicas e Serviços, frontal
discordância perante a proposta leg-
islativa inicial que lhe foi apresentada
pelo Executivo, por considerar que a
mesma refletia um total alheamento
da dramática situação que as empre-
sas do setor enfrentam.
Mais recentemente, o Governo solici-
tou à AICCOPN que se pronunciasse
novamente sobre um “segundo” pro-
jeto de diploma sobre a matéria, al-
terando diversas soluções constantes
da versão inicial, indo, deste modo,
ao encontro de algumas das preten-
sões das Associações.
Nesta conformidade, e apesar de
o mesmo não consagrar a posição
de fundo da AICCOPN neste âm-
bito – instituição de dispositivo legal
semelhante ao adotado nas Regiões
Autónomas dos Açores e da Ma-
deira, que prevê a liberação integral
da caução um ano após a receção
provisória da obra –, revela-se agora,
mesmo assim, mais adequado à re-
alidade atual do Setor e poderá ser
suscetível de aliviar as dificuldades
de liquidez das empresas, muito
pressionadas na presente conjuntura
económica.
23
TOMADAS DE POSIÇÃO
Na sequência de exposição dirigida
ao Presidente da Câmara Municipal
de Anadia, em que a AICCOPN de-
nunciou a existência de uma ilegali-
dade em concurso público lançado
pela autarquia, esta procedeu à cor-
reção de tal procedimento, através de
publicitação imediata na plataforma
eletrónica por si utilizada.
Estava em causa a solicitação efetua-
da aos concorrentes de apresentação,
como documentos da proposta, da
lista de obras executadas da mesma
natureza da obra posta a concurso,
imposição que, em face do quadro
legal vigente, nos merece as maiores
reservas.
Na aludida exposição, a Associação
repudia esta exigência em sede de
concurso público, uma vez que o
Código dos Contratos Públicos aboliu
a fase de qualificação neste tipo de
procedimento. Assim, sempre que as
entidades adjudicantes pretendam
proceder a uma avaliação da capa-
cidade económica e financeira ou
técnica dos concorrentes, terão de
se socorrer do concurso limitado por
prévia qualificação ou do procedi-
mento por negociação.
Ora, no concurso público em causa,
a entidade adjudicante, não obstante
ter escolhido esta modalidade de
procedimento sem fase de qualifica-
ção (avaliação da capacidade técni-
ca), “pretendia” realizá-la de forma
indireta, ao exigir aos concorrentes a
apresentação de documentos desti-
nados a avaliar a capacidade técnica
das empresas, isto é, a sua experiên-
cia curricular através da lista de obras
executadas da mesma natureza da
obra posta a concurso, subvertendo
totalmente o regime consagrado no
Código.
Porém, certo é que, em face da in-
tervenção da AICCOPN, a Câmara
Municipal retificou o mencionado
concurso público, adequando-o às
exigências legais e permitindo, des-
ta forma, que um maior número de
empresas devidamente habilitadas à
realização da obra em questão pu-
dessem apresentar as suas propostas.
Intervenção da AICCOPN origina retificação de concurso público
Conjuntamente com outras Asso-
ciações representativas do Setor
da Construção e do Imobiliário, a
AICCOPN, em exposição dirigida
à Ministra da Agricultura, do Mar,
do Ambiente e do Ordenamento do
Território, alertou para a profunda
depressão que o mercado da habi-
tação está a viver, advertindo que a
situação será substancialmente agra-
vada com o fim do regime excecional
de extensão de alguns dos prazos de
validade das licenças, nomeadamen-
te os de requerimento e autorização
para realização de obras, requeri-
mento de alvará, suspensão e de exe-
cução de obra (art. 3º do Decreto-Lei
nº 26/2010, de 30 de março), afetan-
do diretamente o valor dos terrenos,
muitas vezes dados em garantia de
empréstimos bancários. Foi, pois,
neste contexto que a AICCOPN, a
AECOPS, a AICE, a APFIPP e a APPII,
solicitaram à tutela a publicação de
um novo regime de extensão dos
prazos de validade das referidas li-
cenças, porquanto o regime fixado
pelo aludido Decreto-Lei, limitou a
sua aplicação aos prazos em curso à
data da sua publicação ou iniciados
até 28 de junho de 2010.
Ora, quase dois anos volvidos e aten-
dendo à atual conjuntura económica
e financeira, as Associações signatá-
rias manifestaram ser indispensável
a instituição de um novo regime de
extensão, por elevação para o dobro
dos mencionados prazos, aplicável
às operações urbanísticas com prazos
em curso ou cuja contagem se inicie
durante o ano de 2012 e, pelo me-
nos, até um ano após a publicação
do novo diploma.
Na verdade, segundo as Associações
puderam expressar na exposição
dirigida à Ministra da Agricultura,
do Mar, do Ambiente e do Ordena-
mento do Território, a concretização
da medida em causa, para além de
não implicar qualquer custo ao nível
do erário público, será decisiva para
a atenuação dos efeitos da crise que
se vive no Setor da construção, per-
mitindo dessa forma obstar a futuras
insolvências e ao consequente de-
semprego que as mesmas necessaria-
mente envolvem.
AICCOPN reclama novo regime de extensão de prazos aplicáveis às operações urbanísticas
26 •
FORMAÇÃO AICCOPN
“Reabilitação de Edifícios e Estruturas” - 2ª Edição
Dado o sucesso alcançado, em 2011,
com a realização do 1º curso de
especialização em “Reabilitação de
Edifícios e Estruturas”, e consideran-
do a crescente importância que a
reabilitação urbana, tem para o setor
da construção, a AICCOPN decidiu
promover em 2012 a realização da 2ª
edição deste curso de reabilitação.
Tal como na edição anterior, o curso,
dirigido especialmente aos técnicos
do setor, é composto por oito módu-
los que abrangem as principais áreas
de especialidade na reabilitação e
conservação de edifícios e estruturas
e decorre de 27 de abril a 20 de ju-
lho de 2012.
O primeiro módulo, dedicado ao
tema “Práticas de reabilitação na
arquitetura”, realizou-se no passado
dia 27 de abril e contou com a cola-
boração do Arqt.º Nuno Valentim, do-
cente na Faculdade de Arquitetura do
Porto, que abordou questões relacio-
nadas com as metodologias utilizadas
na intervenção no património arqui-
tetónico, e com as especificidades da
coordenação de um projeto de reabi-
litação, nas suas diferentes fases.
O segundo módulo, “Reabilitação
de fundações e mecânica de solos”,
decorreu no dia 11 de maio e teve
como formador o Prof. Doutor Antó-
nio Topa, Professor da Faculdade de
Engenharia da Universidade do Por-
to. Neste módulo foram apresentadas
soluções construtivas para a reabili-
tação de fundações com a apresenta-
ção de exemplos práticos.
O terceiro módulo, realizou-se no dia
25 de maio e teve como tema “Prá-
ticas de reabilitação de estruturas de
betão armado e de alvenaria de pe-
dra”. Esta sessão teve a colaboração
conjunta do Prof. Doutor António
Arêde e do Prof. Doutor Nelson Vila-
-Pouca, ambos Professores da Facul-
dade de Engenharia da Universidade
do Porto, que apresentaram alguns
casos práticos de métodos e técnicas
de inspeção e de reabilitação de es-
truturas de betão armado e de cons-
truções tradicionais de alvenaria.
Módulo 1 - Prática de Reabilitação na Arquitetura Arq.º Nuno Valentim
Módulo 2 - Reabilitação de Fundações e Mecânica de Solos Doutor António Topa
Módulo 3 - Práticas de Reabilitação de Estruturas de Betão Armado e de Alvenaria de Pedra Prof. Doutor António Arede e Prof. Doutor Nelson Vila Pouca
27
FORMAÇÃO AICCOPN
O quarto módulo, dedicado ao tema
“Avaliação da segurança e do re-
Os restantes módulos deste curso de especialização, que
se realizam em julho de 2012, são subordinados aos se-
guintes temas:
7º - “Reabilitação acústica de edifícios”, a 13 de julho
de 2012
8º - “Reabilitação térmica de edifícios”, a 20 de julho
de 2012.
forço sísmico de edifícios de betão
armado”, realizou-se no passado dia
01 de junho e contou com a cola-
boração do Prof. Doutor Humberto
Varum, docente no Departamento de
Engenharia Civil da Universidade de
Aveiro, que abordou questões rela-
cionadas com o comportamento dos
edifícios sujeitos a sismos e soluções
para o reforço sísmico.
No dia 15 de junho, decorreu o quin-
to módulo, “Reabilitação de estrutu-
ras de madeira e teve como formador
o Prof. Doutor José Manuel Amorim
Faria, Professor Auxiliar da Faculdade
de Engenharia da Universidade do
Porto. Neste módulo foram apresen-
tados os princípios gerais da reabilita-
ção de estruturas em madeira, desig-
nadamente a inspeção e diagnóstico,
as principais anomalias e respetiva
perigosidade e, ainda, estudados e
debatidos casos reais.
O sexto módulo, realizou-se no dia
29 de junho e teve como tema “Re-
abilitação de revestimentos em arga-
massas e azulejos”. Esta sessão teve
a colaboração da Prof.ª Doutora Ana
Luísa Velosa, Professora Auxiliar no
Departamento de Engenharia Civil da
Universidade de Aveiro, que apresen-
tou alguns casos práticos de métodos
e técnicas de reabilitação de facha-
das azulejadas.
As sessões tiverem uma elevada
participação e terminaram com um
debate, onde os participantes tive-
ram oportunidade de expor variadas
questões subordinadas aos temas
abordados.
Módulo 4 - Avaliação da Segurança e do Reforço Sísmico de Edifíciosde Betão Armado Prof. Doutor Humberto Varum
Módulo 5 - Reabilitação de Estruturas de Madeira Prof. Doutor José Manuel Amorim Faria
Módulo 6 - Reabilitação de Revestimentos em Argamassas e Azulejos Prof.ª Doutora Ana Luísa Velosa
28 •
FORMAÇÃO AICCOPN
Com o objetivo de esclarecer os Senhores Associados sobre alguns dos aspetos mais relevantes do Có�digo dos Contratos Públicos (CCP), a AICCOPN promoveu, no passado dia 17 de abril, na sua Sede, no Porto, mais uma sessão t�cnica so� t�cnica so� so�bre o CCP, subordinada ao tema “A Importância do Planeamento como Instrumento de Gestão Contratual e de Execução de Obra no Código dos Contratos Públicos – Perspetiva Prática”. A sessão contou com a intervenção de t�cnicos dos Servi�ços Jurídicos e Laborais e de um consultor na área da engenharia e construção, com grande experiência no acompanhamento e execução
“O Código dos Contratos Públicos”
Isabel Rodrigues, AICCOPN e Rui Magalhães, Consultor
de empreitadas de obras públicas. Com um cariz eminentemente práti�co, a sessão centrou�se na análise dos aspetos t�cnicos e legais do incumprimento do contrato por facto imputável ao dono da obra, da con�signação da obra e da execução do
contrato, com enfoque no plano de trabalhos e nas regras para a sua elaboração. A sessão proporcionou aos participantes a oportunidade de apresentar e esclarecer muitas das dúvidas que a aplicação do CCP ainda suscita junto dos seus desti�natários.
Com o objetivo de esclarecer os seus
associados sobre os aspetos mais
relevantes para o preenchimento do
Mapa Integrado de Registo de Resí-
duos (MIRR), relativo a 2011, a AIC-
COPN realizou no passado dia 10 de
Sessão Técnica sobre “Resíduos da Construção e Demolição - Preenchimento do MIRR ”
abril, na sua Sede, uma sessão subor-
dinada ao tema “Resíduos da Cons-
trução e Demolição – Preenchimento
do MIRR”.Nesta sessão fez-se uma
abordagem relativa ao enquadramen-
to legal da obrigação da submissão
dos referidos mapas e uma análise
pormenorizada ao seu conteúdo.
Foram, igualmente, apresentados
exemplos práticos do preenchimento
dos formulários.
29
FORMAÇÃO AICCOPN
Oradores da PLMJ - Sociedade de Advogados
Procurando esclarecer os Senho-
res Associados sobre a matéria, a
AICCOPN realizou na sua sede, no
passado dia 15 de maio de 2012,
uma sessão de trabalho abordando a
temática do “Preenchimento do Re-
latório Único da Empresa”, referente
a 2011.Nesta iniciativa, os técnicos
dos Serviços Jurídicos e Laborais e
de Engenharia e Segurança da As-
sociação, expuseram em detalhe
a informação que as empresas são
obrigadas a enviar para o Gabinete
de Estratégia e Planeamento (GEP) do
Ministério do Trabalho sob a forma
do Relatório Único e, bem assim,
procederam à simulação, em tempo
real, da elaboração e envio de todos
“O Preenchimento do Relatório Único”
Renata Rodrigues e Vitor Laranjeira, AICCOPN
os Anexos do Relatório Único na
plataforma eletrónica do GEP.
Pelas suas especificidades, a matéria
em causa suscitou grande interesse
nos Associados presentes, que enri-
queceram a fase de debate, colocan-
do as mais variadas dúvidas sobre
o tema, que foram dissipadas pelos
técnicos da Associação.
“Requisitos de Participação e Qualificação /Gestão do Contrato de Empreitada de Obra Pública”
De forma a prestar às empresas as-
sociadas os esclarecimentos neces-
sários e fornecer o enquadramento
geral das principais soluções legais
que o Código dos Contratos Públicos
(CCP) consagra, a AICCOPN, em
colaboração com a Sociedade de
Advogados PLMJ, promoveu, no pas-
sado dia 9 de Março, na sua Sede,
uma sessão técnica subordinada aos
temas “Contratação Pública – Requi-
sitos de Participação e Qualificação”
e “Gestão do Contrato de Empreitada
de Obra Pública”. A primeira parte
da sessão centrou-se na análise dos
impedimentos previstos à contrata-
ção, dos requisitos de qualificação
(capacidade técnica e económica e
financeira) exigidos aos candidatos
e questões relativas aos certificados
e alvarás. Foram também abordados
alguns dos aspetos mais relevantes
da fase de execução de obra, desig-
nadamente os mecanismos de salva-
guarda do empreiteiro, como sejam
as garantias administrativas relativa-
mente a eventos que devam ser for-
malizados em auto e o reequilíbrio
financeiro do contrato. De salientar
o espírito interventivo de todos os
Associados presentes nesta sessão,
que enriqueceu o debate e permitiu
dissipar muitas das dúvidas que têm
surgido neste domínio.
30 •
FORMAÇÃO AICCOPN
Com o objetivo de esclarecer os seus
associados sobre o âmbito de aplica-
ção e cálculo da “Revisão de Preços”,
fixada no Decreto-Lei n.º 6/2004, de
6 de janeiro, a AICCOPN promoveu,
no dia 4 de maio, um workshop sobre
esta temática.
Neste workshop foram apresentados
exemplos práticos de aplicação da
Revisão de Preços, para um melhor
esclarecimento das dúvidas que se
podem levantar sobre esta matéria,
sendo, igualmente, abordados aspe-
tos importantes como as cláusulas
“Revisão de Preços”
contratuais de revisão, os métodos
de cálculo, os desvios de prazo, os
adiantamentos na revisão de preços
por fórmula, a caducidade, as fórmu-
las-tipo e os indicadores económicos.
“Regime Jurídico da Urbanização e Edificação - RJUE”
Procurando privilegiar uma aborda-
gem prática da temática, a AICCOPN
promoveu, no passado dia 3 de abril,
uma sessão técnica sobre os aspetos
mais pertinentes do Regime Jurídico
da Urbanização e Edificação.
Contando com a intervenção de téc-
nicos dos Serviços de Engenharia e
Segurança e dos Serviços Jurídicos e
Laborais, procedeu-se a uma análise
dos diferentes procedimentos de con-
trolo prévio (licença, comunicação
prévia e utilização dos edifícios e
suas frações), obras isentas de licença
e sem necessidade de controlo prévio
e, bem assim, das regras comuns aos
Cristina Cardoso, AICCOPN
diversos procedimentos e a sua arti-
culação com os deveres e obrigações
impostos aos técnicos intervenientes.
Nesta sessão foi
também aborda-
da a questão da
simplificação dos
procedimentos em
caso de reabilitação
urbana, de acordo
com as alterações
legislativas que se
perspetivam.
31
DIREITO
Os Critérios de liquidez geral e de
autonomia financeira exigidos num
Concurso Limitado com Prévia Qua-
lificação foram considerados despro-
porcionados pelo Tribunal Adminis-
trativoe Fiscal de Braga.
Constituindo uma decisão que aco-
lhe os argumentos que a AICCOPN
tem, há muito, vindo a defender e
uma vez que a mesma poderá au-
xiliar as empresas nossas Associada
que se vejam confrontadas com estas
situações, optamos por divulgar nesta
sede o teor de um Acórdão proferido
pelo Tribunal Administrativo e Fiscal
de Braga, no âmbito de um processo
de contencioso pré-contratual, inter-
posto por duas empresas de constru-
ção.
Tratando-se de um Concurso Limita-
do por Prévia Qualificação lançado
pelo Município de Guimarães, desti-
nado à construção do Centro Escolar
de Moreira de Cónegos e Centro
Escolar de Ronfe, cujo preço base era
de 2.850.000,00€ e de 3.620.000,00
€, respetivamente, verificava-se que
o Programa do Procedimento deter-
minava:
Que os candidatos individuais, ou o
chefe de consórcio (no caso de um
agrupamento) deveria demonstrar um
volume de negócios médio nos anos
de 2007, 2008 e 2009) superior a
10.000.000,00 € (dez milhões de eu-
ros) + IVA, com um volume de negó-
cios mínimo, para cada um daqueles
anos, superior a 7.500.000,00 € (sete
milhões e quinhentos mil euros) ;
No que concerne à capacidade fi-
nanceira exigia que os candidatos
tivessem os seguintes rácios financei-
ros, para se poderem qualificar:
Liquidez média geral (média dos
últimos três exercícios, 2007,
2008 e 2009) igual ou superior a
150%;
Autonomia financeira (média dos
últimos três exercícios, 2007,
2008 e 2009) igual ou superior
a 25%;
Solvabilidade (média dos últimos
três exercícios, 2007, 2008 e
2009) igual ou superior a 35%;
Abstraindo-nos de todas as demais
considerações tecidas pelo Tribunal,
reproduzimos alguns extratos do
Acórdão, os quais se nos afiguram,
suficientemente esclarecedores:
“Ora, se é verdade que a entidade
adjudicante pode - ou deve, nos
casos previstos no nº 4 do art. 165º
do Código dos Contratos Públicos -
elevar - em função das exigência de
execução do contrato a celebrar - os
requisitos de capacidade financeira,
não estando subordinada aos que
regem a permanência e acesso na
actividade, constitui convicção do
Tribunal que a exigência de uma au-
tonomia financeira de 25% - 5 vezes
superior relativamente ao valor exi-
gido pela Portaria nº 274/2011 - bem
No sentido de esclarecer as dúvidas
mais frequentes dos nossos Associa-
dos em matéria laboral, na rubrica
“Consultório Jurídico-Laboral”, pro-
curaremos dar resposta às questões
que entendam formular, através do
seguinte endereço de correio electró-
nico: [email protected]
32 •
DIREITO
como a exigência de uma liquidez
geral de 150% - um terço superior
ao fixado pelo referido diploma - se
revelam desproporcionais relativa-
mente à execução do contrato posto
a concurso.”
Por outro lado, acrescenta que:
“Com efeito, tendo presente que a
obra posta a concurso pode ser divi-
dida em lotes – tendo o primeiro o
valor base de 2.850.000,00 € e outro
no valor base de 3.620.000 €, e não
se demonstrando que os edifícios
a executar – escolas públicas - têm
alguma especificidade, especificida-
de essa que também não é conferida
pelo facto alegado pelo R. de o finan-
ciamento da obra provir, em grande
parte, de fundos comunitários - o que
sucede com muitas obras lançadas
a concurso em Portugal - não se vis-
lumbra qualquer especial característi-
ca da obra que justifique a exigência
dos aludidos requisitos mínimos de
capacidade financeira e liquidez,
violando a fixação dos mesmos os
princípios da proporcionalidade e da
adequação.
Refira-se ainda que, conforme per-
passa pela contestação, foi intenção
do R. evitar situações de incumpri-
mentos contratuais com os quais tem
sido, alegadamente confrontado nou-
tras empreitadas - cfr. item 160º da
aludida peça - circunstância que não
pode, contudo, servir de justificação
para subir, de forma desproporciona-
da os requisitos relativos à capacida-
de económica e financeira (autono-
mia financeira e liquidez geral).”
Posto isto, os Juízes decidiram:
“Termos em que, se julga procedente
o presente processo de contencioso
pré-contratual, declarando-se a inva-
lidade do programa de procedimento
no que diz respeito à fixação dos cri-
térios de liquidez geral e autonomia
financeira, relativos à capacidade
financeira, anulando-se o procedi-
mento concursal em causa.”
34 •
DIREITO
Na sequência da questão que reite-
radamente nos tem sido colocada
por diversas empresas Associadas e
que se prende com o facto de saber
se nos procedimentos contratuais
públicos será legítima a exclusão
de concorrentes com fundamento
na falta de assinatura manuscrita ou
autógrafa na declaração do anexo I
do Código dos Contratos Públicos
(CCP), a qual foi assinada com certifi-
cado digital qualificado com poderes
de representação, e no sentido de
melhor esclarecer a questão, a qual,
inexplicavelmente, tem sido alvo de
interpretações diversas por parte das
entidades adjudicantes, propomo-
-nos, nesta sede, transmitir ao leitor
qual o nosso entendimento sobre a
matéria.
Desde logo, cumpre-nos referir que,
tal como a assinatura tradicional (ma-
nuscrita ou autógrafa) é utilizada em
documentos em papel, as assinaturas
digitais são utilizadas para a identi-
ficação de autoria de documentos
eletrónicos com o mesmo significado
e grau de importância.
Com efeito, a assinatura digital tem o
valor legal conferido pela lei, nome-
adamente pelo Decreto-Lei n.º 290-
D/99, de 2 de agosto, republicado
pelo Decreto-Lei n.º 62/2003, de 3
de abril, e alterado pelos Decretos-
-Lei n.ºs 165/2004, de 6 de julho, e
116-A/2006, de 16 de junho.
Assim, “para assinar digitalmente
qualquer tipo de documento ele-
trónico a fim de comprovar inequi-
vocamente a autoria do mesmo, o
utilizador deverá possuir um certi-
ficado digital, único e pessoal, que
comprove indubitavelmente a sua
identidade no mundo eletrónico
e que tenha sido emitido por uma
entidade certificadora, devidamente
fiscalizada e credenciada nos termos
do Decreto-Lei nº 290-D/99, de 2 de
Agosto, garantia de confiança” (como
é o caso das assinaturas digitais qua-
lificadas emitidas pela “Digitalsign” e
pela “Multicert”).
“Atendendo ao regime legal aplicá-
vel, o valor jurídico da assinatura
eletrónica qualificada aposta num
documento eletrónico e, nos ter-
mos do artigo 7º do Decreto-Lei nº
290/99, é o da equiparação à assina-
tura autógrafa tradicional, criando a
presunção legal, de que estão reuni-
das as seguintes funções:
Função identificadora: a assinatura
identifica inequivocamente a autoria
do documento;
Função finalizadora: comprova o
assentimento do signatário às de-
clarações de vontade constantes do
documento;
Função de inalterabilidade: compro-
va que o documento não foi alterado
após a aposição da assinatura até à
sua recepção pelo destinatário.” (Ma-
nuel Lopes Rocha, Jorge Cruz Macara
e Filipe Viana Lousa, in A contratação
Pública Electrónica e o Guia do Có-
digo dos Contratos Públicos – Diário
Económico/ Semanário Económico/
Academia Vortal, pag.65).
Ora, tendo o Código dos Contratos
Públicos consagrado a desmateria-
lização total dos procedimentos pré
contratuais públicos (com exceção
do procedimento de ajuste direto, cf.
nº 1 do art. 62º e alínea g) do nº 1 do
art. 115º) e consequente utilização
de meios eletrónicos na formação
dos contratos, após o término do pe-
ríodo transitório legalmente fixado,
abandonou-se, definitivamente, a via
tradicional de contratação, o papel.
Assim, os documentos que consti-
tuem a proposta são apresentados na
plataforma eletrónica utilizada pela
entidade adjudicante, sendo que os
termos a que deve obedecer a res-
petiva apresentação e receção são
definidos em diploma próprio, isto é,
no Decreto-Lei nº 143-A/2008, de 25
de julho.
Determina o artigo 11º do já citado
Decreto-Lei nº 143-A/2008, que “ as
propostas, candidaturas e soluções
devem ser autenticadas através de
assinaturas electrónicas cujo nível
de segurança exigido, salvo razão
justificada, deve corresponder ao
nível mais elevado que, em termos
tecnológicos, se encontre generali-
zadamente disponível à data da sua
imposição.” Acrescentando-se ainda,
no seu nº 2, que “o nível de seguran-
ça exigido corresponde àquele que
se encontra definido na portaria a
Assinatura da Declaração do Anexo I do Código dos Contratos Públicos - CCP
35
DIREITO
que se referem os nºs 2 e 3 do artigo
4º (Diploma Preambular) do Decre-
to-Lei nº 18/2008, de 29 de janeiro”,
ou seja, a Portaria nº 701-G/2008, a
qual impõe a utilização de certifica-
dos de assinatura eletrónica qualifi-
cada (nº 1 do art. 27º), que constitui
uma modalidade de assinatura ele-
trónica avançada, que satisfaz todas
as exigências de segurança baseada
num certificado e qualificada através
de um dispositivo seguro de criação
de assinatura e emitidos por entida-
des certificadoras.
Desta forma, conforme resulta ex-
pressamente do mencionado artigo
27º da Portaria nº 701-G/2008, de
29 de julho, todos os documentos
carregados na plataforma eletrónica
deverão ser assinados eletronicamen-
te mediante a utilização de tais certi-
ficados. É que os certificados digitais
qualificados são a única opção legal,
sempre que exista a necessidade de
assinar com valor probatório docu-
mentos eletrónicos, permitindo em
alguns casos autenticar a qualidade
em que assina um determinado do-
cumento, seja a de membro de uma
organização tais como presidente,
gerente, diretor, etc, representante da
organização, ou como profissional:
advogado, médico, economista, etc.
Em face do exposto, afigura-se-nos
ilegítima e desprovida de qualquer
suporte, quer legal, quer lógico, a
exclusão de um concorrente com
fundamento na falta de assinatura
manuscrita na declaração prevista na
alínea a) do nº 1 do artigo 57º, a qual
foi assinada com certificado digital
qualificado com poderes de repre-
sentação.
Na verdade, de acordo com o quadro
legal, a assinatura digital tem o mes-
mo valor jurídico que a assinatura
manuscrita, substituindo-a na utiliza-
ção de documentos eletrónicos, pelo
que não encontramos fundamento
lógico para o entendimento de que
um mesmo documento deva conter
duas assinaturas, extrapolando-se
de forma incoerente a previsão do
preceito legal (nº 4 do art. 57º) que
apenas exige, evidentemente, que o
documento seja assinado.
Trata-se de uma duplicação absurda
que nada acrescenta em termos de
garantia de segurança e fiabilidade,
não colhendo, na nossa perspetiva,
o argumento de que “a assinatura
eletrónica é geralmente utilizada
pelos operadores da empresa que
têm por função a colocação das pro-
postas na plataforma, os quais não
têm necessariamente, poderes para
representar os concorrentes”, uma
vez que o certificado digital qualifi-
cado com poderes de representação
e tal como o próprio nome indica,
relaciona diretamente o assinante
com o poder da assinatura ou repre-
sentação e quando tal não acontece,
isto é, nos casos em que o certificado
digital não possa relacionar direta-
mente o assinante com a sua função
e poder de assinatura, como é o caso
da assinatura digital do cartão de
cidadão, deve a entidade interessada
submeter à plataforma um docu-
mento oficial indicando o poder de
representação e assinatura do assi-
nante (cf. nº 3, do art. 27º da Portaria
nº 701-G/2008), salvaguardando-se
inquestionavelmente, desta forma, os
poderes legais de representação do
assinante.
Nesta conformidade, entendemos
que a exclusão de tais empresas
constitui uma grave ilegalidade, colo-
cando em causa de forma irreparável
a concorrência, porquanto se veda o
acesso a empresas legalmente habili-
tadas para a realização das obras em
causa, por aplicação, sem qualquer
justificação, de regras sem qualquer
fundamento lógico, estranhas às re-
gras do mercado e da concorrência.
A este propósito e perfilhando cabal-
mente o nosso entendimento, pode
ler-se, designadamente, o Acórdão
de 25/11/2011, do Tribunal Central
Administrativo do Norte, 02389/10.4
BELSB, 1ª Secção – Contencioso Ad-
ministrativo, TAF de Penafiel, entre
outros.
Face ao exposto e em nome da cer-
teza e segurança na aplicação da
lei, consideramos essencial que esta
questão seja devidamente entendida
por todas as entidades adjudicantes,
tendo sido já formalmente denuncia-
da pela nossa Associação ao Tribunal
de Contas, para que sejam tomadas
as medidas adequadas no sentido
da moralização dos procedimentos
contratuais públicos e da salvaguar-
da dos princípios da transparência,
igualdade e concorrência.
Isabel Rodrigues
36 •
ECONOMIA
Média dos Prazos de recebi-mento aumenta para 7,9 meses (238 dias)
Montante Total das dívidas em atraso da Administração Local às empresas de construção e imobiliário ascende aos 930 milhões de euros
Síntese dos Principais Resultados
De acordo com os dados apurados
no Inquérito, a média dos prazos
de recebimento declarados pelas
empresas do sector da Construção e
Imobiliário, relativamente às facturas
emitidas a Autarquias e empresas
municipais, fixou-se em cerca de 7,9
meses, ou seja 238 dias. Este prazo
corresponde ao registo mais elevado
verificado nos últimos 3 anos, sendo
apenas superado em 5 dias pelo má-
ximo histórico deste inquérito, obtido
no segundo semestre de 2008.
Desta forma, e tendo em conta os re-
sultados obtidos, verifica-se que, em
média, as Autarquias ultrapassam em
178 dias o prazo máximo legalmente
Inquérito Semestral aos Prazos de Recebimento Declarados pelas Empresas de Construção e do Imobiliário
estabelecido para o pagamento das
obras públicas, que é de 60 dias.
Considerando a totalidade da Admi-
nistração Local, que inclui os 308
Municípios e restantes entidades,
como empresas municipais, estima-
-se que o valor total das dívidas em
atraso ao sector da Construção e
Imobiliário atinge os 930 milhões de
euros.
Resultados do Inquérito por Autar-
quia
As empresas que operam no mercado
das obras públicas indicaram prazos
de recebimento de facturas referentes
a 163 Autarquias (53% do total), o
que permite a divulgação, em termos
individualizados e de acordo com a
metodologia estabelecida, da média
dos prazos de recebimento de 106
Autarquias (34% do total).
Neste inquérito e em comparação
com o inquérito anterior, verifica-se
a entrada de 28 Autarquias para o
ranking e a saída de 71. Das 78 para
as quais se mantém a divulgação do
prazo, 47 mantiveram, 17 diminuí-
ram e 10 subiram para um escalão de
prazo superior.
37
ECONOMIA
De acordo com o presente inquéri-
to, cerca de 53,8% das Autarquias
cumpre os compromissos financeiros
assumidos, num prazo inferior a três
meses. Por outro lado, verifica-se que
31,1% das Autarquias liquida as suas
dívidas num prazo superior a 6 me-
ses. De salientar ainda que 12,3% do
total das Autarquias liquida, em mé-
dia, as suas dívidas às empresas de
construção e imobiliário num prazo
superior a um ano.
Tendo em conta que o setor enfrenta
a mais profunda e prolongada crise
de que há registo e que, por outro
lado, as empresas também não en-
contram na banca soluções que lhes
permitam gerir a sua situação finan-
ceira, dadas as atuais dificuldades no
acesso ao financiamento, os atrasos
nos pagamentos do Estado assumem,
atualmente, uma dimensão crítica.
O Estado não só se tem revelado
incapaz no cumprimento do pouco
ambicioso objetivo de não agrava-
mento do stock de dívidas a forne-
cedores previsto no Memorando de
Entendimento assinado com a Troika
como, recentemente, optou por pri-
vilegiar o pagamento das dívidas em
atraso do setor da saúde, discrimi-
nando os restantes fornecedores e,
em especial, o setor da construção,
que, pelo exposto, é um dos mais
afetados.
Verifica-se ainda que, para além do
reiterado incumprimento dos prazos
legalmente estabelecidos, também
não está a ser respeitada a obrigação
de pagamento automático dos juros
de mora por parte das entidades pú-
blicas e estabelecida na Lei 3/2010.
Inquiridas acerca desta matéria, 79%
das empresas referem não ter recebi-
do os juros de mora devidos e 21%
declaram ter recebido, mas apenas
após interpelação do devedor.
Nota Metodológica:
O Inquérito Semestral aos Prazos de Recebi-
mento Declarados pelas Empresas de Obras
Públicas é uma iniciativa que visa acompa-
nhar numa cadência semestral os prazos de
recebimento por parte das empresas do sector
da construção e imobiliário sendo, para tal,
inquiridos de forma sistemática as empresas
filiadas na AICCOPN. Os dados obtidos para
cada autarquia também englobam os pra-
zos de recebimento das empresas de capital
maioritariamente municipal. O resultado
apurado coincide com a média simples dos
prazos declarados, em número de meses, pelas
empresas.A amostra obtida, em cada período,
é sujeita a três tipos de validação: número
de respostas, desvio padrão e congruência
temporal da resposta. A totalidade das respos-
tas válidas é contabilizada para o cálculo da
média nacional. O apuramento do prazo mé-
dio por Autarquia implica a obtenção de um
conjunto significativo de respostas validadas
e, complementarmente, a congruência com a
informação disponível nos sites da Inspecção
Geral de Finanças e das entidades públicas
sobre as dívidas a fornecedores, em particular
a publicitação obrigatória nos termos do nº 7
do artigo nº 183º da Lei nº 55-A/2010, de 30
de Dezembro. Salienta-se que, o facto de uma
determinada autarquia não constar nem na
lista de bons pagadores nem na lista de maus
pagadores apenas revela que a AICCOPN não
conseguiu estimar, salvaguardando as regras
de segredo estatístico, o referido prazo médio
de pagamento. Assim, a definição da lista de
autarquias objecto de difusão não depende de
uma decisão política desta Associação, mas
sim da própria distribuição geográfica das
respostas obtidas no inquérito em apreço.
Ressalve-se que, os prazos de recebimento
referidos não contemplam as facturas que este-
jam em processo de contencioso. O prazo de
recebimento conta-se a partir da data de emis-
são das facturas até à data de liquidação ou de
resposta ao inquérito (nos casos em que ainda
não foi liquidada), só sendo consideradas
válidas as respostas referentes a facturas por
liquidar e as referentes a facturas que tenham
sido pagas nos últimos 6 meses.
38 •
ECONOMIA
Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso - Pagamentos do Estado só com número de ordem de compromisso
Enquadramento
O controlo da execução orçamental
e, em particular, da despesa pública
é um elemento crítico para garantir o
cumprimento das metas orçamentais
do Programa de Assistência Econó-
mica e Financeira (PAEF), celebrado
com a União Europeia (UE), o Fundo
Monetário Internacional (FMI) e o
Banco Central Europeu (BCE). Neste
âmbito, o controlo dos pagamentos
em atraso assume uma relevância
particular, sendo a não acumulação
de dívidas vencidas um critério quan-
titativo permanente de avaliação do
PAEF.
Atualmente, o enfoque do controlo
da despesa é colocado nos pagamen-
tos, no entanto, opera-se agora uma
mudança de procedimentos que esta-
belece que este seja antecipado para
o momento da assunção do compro-
misso, momento a partir do qual a
despesa é incorrida.
Neste sentido, foi publicada a Lei
nº 8/2012, de 21 de Fevereiro (Lei
dos Compromissos e Pagamentos
em Atraso), que aprovou as regras
aplicáveis à assunção de compromis-
sos e aos pagamentos em atraso das
entidades públicas, e que entrou em
vigor no dia 22 de fevereiro.
Desta forma, trata-se de um diploma
que cria novas exigências para a for-
malização do fornecimento de bens e
serviços ao Estado, respetiva validade
e legitimidade de reclamação dos
pagamentos às entidades públicas
envolvidas, pelo que se reveste da
maior relevância para as empresas
de construção, uma vez que pode
condicionar o recebimento dos pa-
gamentos que lhe são devidos pelo
Estado na sequência dos contratos de
empreitada que celebram.
De entre as principais novidades da
referida Lei, destacam-se as seguin-
tes:
Âmbito de Aplicação
A presente lei aplica-se às seguintes
entidades:
- As entidades da Administração Cen-
tral (serviços integrados e serviços e
fundos autónomos, os quais incluem
as entidades públicas reclassificadas
(EPR)) e Segurança Social.
- As entidades do Serviço Nacional
de Saúde, incluindo os hospitais EPE;
- Com as devidas adaptações, a todas
as entidades da Administração Regio-
nal e Administração Local, incluindo
as respetivas entidades públicas re-
classificadas (EPR) (cf. art. 2º).
Definição de “Compromissos” e “Pa-
gamentos em Atraso”
Para efeitos da aplicação do diploma,
entende-se por:
- compromissos “são as obrigações
de efetuar pagamentos a terceiros em
contrapartida do fornecimento de
bens e serviços ou da satisfação de
outras condições. Os compromissos
consideram-se assumidos quando
é executada uma ação formal pela
entidade, como sejam a emissão de
ordem de compra, nota de encomen-
da ou documento equivalente, ou a
assinatura de um contrato, acordo ou
protocolo, podendo também ter ca-
39
ECONOMIA
ráter permanente e estar associados
a pagamentos durante um período
indeterminado de tempo, nomeada-
mente salários, rendas, eletricidade
ou pagamentos de prestações diver-
sas” (cf. alínea a) do art. 3º);
- pagamentos em atraso “as contas a
pagar que permaneçam nessa situa-
ção mais de 90 dias posteriormente
à data de vencimento acordada ou
especificada na fatura, contrato, ou
documentos equivalentes” (cf. alínea
e) do art. 3º).
Assunção de Compromissos
As entidades abrangidas pelo novo
diploma têm obrigatoriamente de
dispor de sistemas informáticos que
registam os fundos disponíveis, os
compromissos, os passivos, as contas
a pagar e os pagamentos em atraso,
especificados pelas respetiva data de
vencimento (cf. nº 2 do art. 5º).
Os sistemas de contabilidade de
suporte à execução do orçamento
emitem um número de compromisso
válido e sequencial que é refletido na
ordem de compra, nota de encomen-
da ou documento equivalente, e sem
o qual o contrato ou a obrigação sub-
jacente em causa são nulos. Porém,
esta nulidade poderá ser afastada por
decisão judicial ou arbitral quando,
ponderados os interesses públicos e
privados em presença e a gravidade
da ofensa geradora do vício do ato
procedimental em causa, a anulação
do contrato ou da obrigação se reve-
le desproporcionada ou contrária à
boa fé (cf. nºs 3 e 4 do art. 5º).
Pagamentos
- Os pagamentos só podem ser re-
alizados quando os compromissos
foram assumidos em conformidade
com as regras e procedimentos ago-
ra previstos, em cumprimento dos
demais requisitos legais de execu-
ção de despesa e após fornecimento
de bens e serviços ou da satisfação
de outras condições (cf. nº 1, do art.
9º);
- As empresas que forneçam bens
ou prestem serviços sem que o do-
cumento de compromisso, ordem
de compra, nota de encomenda ou
documento equivalente, designada-
mente o contrato, contenha a clara
identificação do emitente e o cor-
respondente número de compromis-
so válido e sequencial não poderão
reclamar das entidades públicas
envolvidas o respetivo pagamento
ou quaisquer direitos ao ressarci-
mento, sob qualquer forma (cf. nº 2
do art. 9º).
Assim, só será possível efectuar os
pagamentos se os compromissos
forem assumidos em conformidade
com a presente Lei e os agentes
económicos estejam na posse de
documento com o número de com-
promisso.
Refira-se, ainda, que os responsá-
veis pela assunção de compromis-
sos em desconformidade com as
regras e procedimentos previstos no
diploma em apreço respondem pesso-
al e solidariamente perante os agentes
económicos quanto aos danos por
estes incorridos (cf. nº 3 do art. 9º).
Declarações e Plano de Pagamentos
Prevêem-se regras e estabelecem-
-se prazos para que os dirigentes das
entidades abrangidas pelo diploma
em referência declarem que todos os
compromissos plurianuais existentes
a 31 de dezembro do ano anterior se
encontram devidamente registados e
identifiquem todos os pagamentos e
recebimentos em atraso existentes a 31
de dezembro do ano anterior (cf. art.
15º). As entidades com pagamentos
em atraso a 31 de dezembro de 2011
têm ainda de apresentar um plano
anual de liquidação de pagamentos
até ao próximo dia 22 de maio (cf. art.
16º).
Para implementar em pleno esta legis-
lação será necessário que seja publica-
da a regulamentação que concretize e
densifique os procedimentos necessá-
rios à sua aplicação, o que, até à data
da elaboração do presente artigo ainda
não aconteceu, pelo que se recomen-
da às empresas de construção a con-
sulta do site da Associação, por forma
a obter informação atualizada sobre a
questão.
João Afonso
40 •
ECONOMIA
Programas Informáticos de Faturação Certificados - Questões Práticas
Quais as principais mudanças opera-
das relativamente a sujeitos passivos
que estão obrigados a emitir faturas
ou documentos equivalentes?
De acordo com o artigo 2.º da Por-
taria n.º 363/2010, de 23 de junho,
com a redação dada pela Portaria n.º
22-A/2012, de 24 de janeiro, todos
os sujeitos passivos de IRS ou IRC,
com as exceções constantes do n.º
2 do artigo 2.º passam a estar obri-
gados a utilizar, exclusivamente, um
programa de faturação certificado.
Deixa, portanto, de ser possível, após
1 de abril de 2012, o uso de máquina
registadora ou a faturação manual
emitida em documentos impressos
por tipografias autorizadas, passando
a sistema universal de faturação, a
utilização de programa certificado.
Isto é, com esta nova portaria, a
lei passou a impor a utilização de
programa certificado como forma,
exclusiva, de emissão de faturas ou
documentos equivalentes e talões de
venda.
Esta obrigatoriedade de utilização de
programa certificado vigora a partir
de 1 de abril de 2012 para sujeitos
passivos com volume de negócios
superior a € 125 000 e a partir de 1
de janeiro, para os sujeitos passivos
com volume de negócios superior a €
100 000.
Os sujeitos passivos que utilizem pro-
gramas multiempresa ou que optem
pela utilização de programa informá-
tico de faturação estão, em qualquer
caso, obrigados a utilizar programa
certificado, exceto se, diretamente ou
através de empresa do mesmo grupo
económico, forem titulares dos direi-
tos de autor do programa utilizado.
Quais são os sujeitos passivos que
não estão obrigados a utilizar pro-
grama certificado?
De acordo com o disposto no nº 2 do
artigo 2º da Portaria nº 363/2010, de
23 de junho, excluem-se da obriga-
toriedade de utilização de programas
de faturação certificados, os sujeitos
passivos que reúnam algum dos se-
guintes requisitos:
a) Utilizem software produ-
zido internamente ou por
empresa integrada no mesmo
grupo económico, do qual
sejam detentores dos respeti-
vos direitos de autor;
b) Tenham tido, no período
de tributação anterior, um
volume de negócios inferior a
€100.000,00, sendo que, este
limite é de € 125.000,00 até
ao final do ano de 2012;;
c) Tenham emitido, no perío-
do de tributação anterior, um
número de faturas, documen-
tos equivalentes ou talões de
venda inferior a 1000 unida-
des;
d) Efetuem transmissões de
41
ECONOMIA
bens através de aparelhos de
distribuição automática ou
prestações de serviços em
que seja habitual a emissão
de talão, bilhete de ingresso
ou de transporte, senha ou
outro documento pré-impres-
so e ao portador comprovati-
vo do pagamento
Bastará que apenas uma destas con-
dições se verifique para que o utiliza-
dor esteja dispensado
Caso uma empresa fature apenas
a entidades que não sejam clientes
finais, isto é entidades que exerçam
atividades de produção, comércio ou
de prestação de serviços, está exclu-
ída dessa obrigatoriedade indepen-
dente do valor volume de negócios?
Não, essa exclusão que constava da
versão inicial da alínea b) do n.º 2
do artigo 2º da Portaria 363/2010, de
23 de junho, foi revogada pela Porta-
ria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro,
pelo que atualmente nessas situações
existe igualmente a obrigatoriedade
de utilizar Programa de Faturação
Certificado.
Posso continuar a usar faturas ou do-
cumentos equivalentes manuais (im-
pressos em tipografias autorizadas)?
Se não está obrigado a utilizar pro-
grama certificado pode continuar a
usar faturas ou documentos equiva-
lentes manuais (impressos em tipo-
grafias autorizadas).
Porém, os sujeitos passivos que não
reúnam nenhum dos requisitos de
exclusão, só podem emitir faturas ou
documentos equivalentes impressos
em tipografias autorizadas em caso
de inoperacionalidade do progra-
ma de faturação (situações em que
o acesso ao programa de mostre
inviável), devendo ser integrados
no programa imediatamente após a
cessação da sua inoperacionalidade,
utilizando uma numeração sequen-
cial própria e uma série específica,
anual ou plurianual, por tipo de do-
cumento.
Caso uma empresa tenha faturado,
por exemplo, 500.000,00€, e tenha
emitido um número de documentos
de venda inferior a 1000 unidades,
está excluída da obrigatoriedade de
ter software certificado?
Sim, nesse caso está excluída da
obrigatoriedade de utilizar Programa
de Faturação Certificado, porque
basta reunir uma das condições de
exclusão do n.º 2 do artigo 2º da Por-
taria 363/2010, de 23 de junho, para
que fique dispensado.
Uma empresa tem duas atividades
distintas, correspondentes a diferen-
tes CAEs, em que numa das ativida-
des o volume de negócios é superior
a €125.000,00 e emite mais de 1000
faturas por ano, enquanto que na
outra não chega aos €100.000,00. A
primeira atividade precisa de softwa-
re certificado, e a segunda não?
A obrigatoriedade de utilização de
software certificado aplica-se aos
sujeitos passivos e não às atividades.
Assim, o volume de negócios, bem
como o número de faturas emitidas
a considerar para efeitos de possível
exclusão é o da entidade.
A exigência de programa de fatura-
ção certificado aplica-se a todas as
atividades exercidas, independente-
mente do seu local de prestação, po-
dendo utilizar programas diferentes,
desde que sejam todos certificados.
Tenho um programa certificado,
quais as situações em que posso uti-
lizar faturas emitidas manualmente
em documentos impressos por tipo-
grafias autorizadas?
As faturas ou documentos equivalen-
tes só podem ser emitidas de forma
manual em caso de inoperaciona-
lidade do programa (nos termos do
artigo 8.º da Portaria 363/2010). Po-
dem também ser considerados casos
de inoperacionalidade do programa,
as situações em que o acesso ao pro-
grama se mostre inviável.
Os documentos assim emitidos de-
vem ser integrados no programa ime-
diatamente após a cessação da sua
inoperacionalidade, utilizando uma
numeração sequencial própria e uma
série específica, anual ou plurianual,
por tipo de documento.
Se já tiver um programa certificado
será necessário adquirir um novo
programa, em consequência das al-
terações introduzidas na Portaria n.º
363/2010, de 23 de junho?
Para além da obrigatoriedade de uti-
lização de programas certificados,
foram ainda introduzidas alterações
de ordem técnica, que se encontram
referidas no ofício circulado n.º 50
000/2012, pelo que os produtores de
software podem ter de atualizar os
seus programas. De um modo geral,
a introdução de tais alterações cons-
titui uma obrigação dos produtores
de software nos termos do contrato
de utilização/manutenção.
Quais os documentos que devem ser
assinados com a chave privada do
produtor do programa?
Nos termos dos artigos 6º e 7º. da
42 •
ECONOMIA
Portaria 363/2010, de 23 de junho,
são assinados os seguintes documen-
tos:
· As faturas ou documentos
equivalentes e os talões de
venda;
· As guias de transporte, guias
de remessa e quaisquer ou-
tros documentos que sirvam
de documento de transporte,
nos termos do Decreto-Lei
n.º 147/2003, de 11 de ju-
lho.
· Quaisquer outros documen-
tos, independentemente da
sua designação, suscetíveis
de apresentação ao cliente
para conferência de entrega
de mercadorias ou da pres-
tação de serviços, nomeada-
mente as designadas consul-
tas de mesa.
Os documentos do tipo faturas pro
forma ou orçamentos devem ser as-
sinados?
Não. No entanto, as faturas “pro for-
ma”, orçamentos, bem como quais-
quer outros documentos com eficácia
externa eventualmente emitidos
por um programa de faturação, não
sujeitos a assinatura, devem conter
de forma evidente a sua natureza e,
conter a expressão “Este documento
não serve de fatura”, competindo ao
produtor de software criar condições
que não permitam tais alterações de
layouts, de modo a impedir qualquer
confusão com uma fatura.
Um sujeito passivo utiliza um pro-
grama informático de faturação não
certificado. Poderá continuar essa
utilização até quando?
Poderá fazê-lo, enquanto reunir os
requisitos de exclusão anteriormente
mencionados, nomeadamente os
relativos ao volume de negócios e
número de documentos emitidos.
Se um contribuinte tiver um progra-
ma de faturação desenvolvido pela
própria empresa, ou por empresa
integrada no grupo económico a que
pertence e do qual dispõe do respeti-
vo código-fonte, precisa de certificar
o programa?
Não. Só precisará de ser certificado
se for utilizado por sujeitos passivos
não pertencentes ao grupo económi-
co, como no caso dos franchisados,
da autofaturação ou da utilização no
modo multiempresa, em empresas
fora do grupo.
Para o efeito considera-se grupo eco-
nómico a empresa mãe e subsidiárias
que ficam abrangidas pelo dispos-
to no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º
158/2009, de 13 de julho.
O programa deve possuir a funciona-
lidade de gerar ele próprio, o ficheiro
XML de SAF-T (PT) (de acordo com
o estabelecido na atual redação da
Portaria n.º 1192/2009, de 08 de ou-
tubro) e cumprir os requisitos enun-
ciados no atual artigo 5.º do Decreto-
-Lei n.º198/90, de 19 de junho.
Quais são as sanções previstas para
a não utilização de software certifi-
cado?
A aquisição ou utilização de progra-
mas ou equipamentos informáticos
de faturação, que não estejam certi-
ficados nos termos do n.º 9 do artigo
123.º do Código do IRC, é punida
com coima variável entre 375,00€ e
18.750,00€. Estas sanções são eleva-
das para o dobro, quando aplicadas a
pessoas coletivas, nos termos do n.º 4
do Artigo 26.º do RGIT.
Existem benefícios fiscais previstos
para aquisição ou substituição de
programas de faturação?
Sim, a Lei n.º 64-B/2011, de 30/12,
que aprova o Orçamento do Estado
para 2012, prevê incentivos para o
efeito, nomeadamente:
· As desvalorizações excecio-
nais decorrentes do abate,
no período de tributação de
2012, de programas e equi-
pamentos informáticos de
faturação que sejam substi-
tuídos em consequência da
exigência, de certificação do
software, nos termos do arti-
go 123.º do Código do IRC,
são consideradas perdas por
imparidade, ficando o sujeito
passivo dispensado de obter
a aceitação, por parte da
Direção-Geral dos Impostos,
prevista no n.º 2 do artigo
38.º do Código do IRC.
· As despesas com a aquisição
de programas e equipamen-
tos informáticos de faturação
certificados, adquiridos no
ano de 2012, podem ser
consideradas como gasto fis-
cal no período de tributação
em que sejam suportadas”.
Um sujeito passivo tem um progra-
ma certificado. Tem de adquirir ou-
tro a partir de abril?
Não. Todavia, com a nova redação
dada à Portaria n.º 363/2010, de 23
de junho, foram introduzidas algu-
mas regras técnicas a observar pelos
programas de faturação, incluindo os
já certificados, que devem ser feitas
pela empresa produtora de software.
Um sujeito passivo de IRS tem ren-
43
ENGENHARIA
dimentos da categoria B do IRS, tem
contabilidade organizada e emite
recibo de modelo oficial. Terá de
passar a utilizar um programa de
faturação certificado?
Os titulares de rendimentos da cate-
goria B são obrigados a passar reci-
bo, em modelo oficial, ou, em alter-
nativa, a emitir fatura ou documento
equivalente e a emitir documento de
quitação das importâncias recebidas.
Por outro lado, os sujeitos passivos de
IRS, com contabilidade organizada,
por força do disposto no artigo 117.º
do Código do IRS, são obrigados a
observar as disposições do artigo
123.º do Código do IRC.
No âmbito destas obrigações conta-
bilísticas encontra-se a obrigação de
utilização de programas de faturação
certificados.
Tal significa que, desde que os su-
jeitos passivos de IRS tenham con-
tabilidade organizada, emitam mais
de 1000 documentos e tenham um
volume de negócios superior a €
125.000, estão obrigados a utilizar
programa certificado a partir de 1 de
abril, não podendo utilizar os recibos
de modelo oficial.
Emiti faturas impressas em tipografia
autorizada devido quer à inoperacio-
nalidade do programa, quer à invia-
bilidade da sua utilização. Essas fatu-
ras deverão conter alguma menção
de que não são válidas como faturas
porque irão, à posteriori, ser recupe-
radas para o sistema de faturação?
Não é necessária qualquer men-
ção porque essas faturas manuais
consideram-se emitidas em forma
legal. A sua recuperação obrigatória,
à posteriori, para o sistema de fatu-
ração é apenas por uma questão de
integração na mesma base de dados
de toda a faturação emitida, não sen-
do necessário imprimi-las e enviá-las
aos clientes.
Nota: artigo retirado das FAQ’s
da portaria de certificação de sof-
tware na ótica do utilizador ela-
borado pela Autoridade Tributária.
As quotizações liquidadas à
AICCOPN usufruem de algum
benefício fiscal em sede de IRC?
Sim, uma vez que se encontram
enquadradas no disposto no artigo
44.º do Código do IRC. Desta for-
ma, é considerado gasto do pe-
ríodo de tributação, para efeitos da
determinação do lucro tributável, o
No sentido de esclarecer as dúvidas
mais frequentes dos nossos Asso-
ciados em matéria fiscal, na rubrica
“Consultório Fiscal”, procuraremos
dar resposta às questões que enten-
dam formular, através do seguinte
endereço de correio electrónico:
valor correspondente a 150% das
quotizações pagas pelos associa-
dos a favor das associações empre-
sariais, valor que está sujeito a um
limite correspondente a 2‰ do vo-
lume de negócios respetivo.
44 •
ENGENHARIA
Revisão de Preços - “Alguns Aspetos Legais”
O regime de revisão de preços das
empreitadas de obras públicas, das
empreitadas de obras particulares e
dos contratos de aquisição de ser-
viços, das obras postas a concurso
a partir de 1 de fevereiro de 2004,
encontra-se estabelecido no Decreto-
-Lei n.º 6/2004, de 6 de janeiro.
Este diploma revogou o Decreto-Lei
n.º 348-A/86, de 16 de outubro - re-
visão de preços de empreitadas e
fornecimentos de obras públicas e
o Decreto-Lei n.º 474/77, de 12 de
novembro - revisão de preços em
empreitadas e subempreitadas de
obras particulares e fornecimentos de
equipamentos.
No âmbito de aplicação deste diplo-
ma, nas empreitadas de obras públi-
cas a revisão de preços é obrigatória,
devendo ser elaborada em observân-
cia com o referido diploma legal e
as cláusulas específicas insertas nos
contratos, enquanto que nos contra-
tos de empreitadas de obras particu-
lares e nos de aquisição de bens e
serviços o direito à revisão deve ser
estipulado nos respetivos contratos,
regendo-se pelo referido Decreto-Lei
n.º 6/2004 em tudo o que no contra-
to não for estipulado.
No que respeita às empreitadas de
obras públicas estão previstas, neste
regime, cláusulas específicas de revi-
são, designadamente: a possibilidade
dos concorrentes proporem, em alter-
nativa às cláusulas de revisão de pre-
ços do caderno de encargos, outras,
devidamente justificadas; de propo-
rem a fórmula de revisão de preços,
no caso de omissão no caderno de
encargos e, ainda, de proporem para
materiais significativos e para os
quais não existam indicadores eco-
nómicos preços garantidos.
Existem três métodos para o cálculo
da revisão de preços, “Fórmula”,
“Garantia de Custos” e “Fórmula e
Garantia de Custos”, sendo o mais
usual o método de cálculo por fór-
mula.
Neste método, a revisão de preços
é calculada através da adaptação da
fórmula geral - Ct = a*St/So + b*Mt/
Mo +b`Mt`/Mo + … + c*Et/Eo +
d - à estrutura de custos e à natureza
e volume de trabalhos, estando con-
templados os pesos relativos à mão-
-de-obra, aos materiais mais signifi-
45
ENGENHARIA
cativos (que representem pelo menos
1% do valor total do contrato), aos
equipamentos de apoio e à “parte
não revisível da adjudicação”, cujo
peso é obrigatoriamente de 10%. No
entanto, só haverá lugar à revisão de
preços quando a variação para mais
(valor devido ao empreiteiro) ou para
menos (valor a devolver ao Dono de
Obra) do coeficiente de atualização
(Ct) for igual ou superior a 1% em
relação à unidade.
No método garantia de custos, a revi-
são processa-se mediante a garantia
de custos de determinados tipos de
mão-de-obra e materiais mais signi-
ficativos, isto é, os que representam
pelo menos 3% do valor da adju-
dicação, contudo só haverá lugar à
revisão de preços quando a variação
for superior a 2%, para mais ou para
menos.
Em todas estas metodologias, o plano
de pagamentos – previsão mensal do
valor dos trabalhos a realizar pelo
empreiteiro – deverá servir de refe-
rência ao respetivo cálculo. Por este
motivo os seus ajustes (a propor pelo
empreiteiro e sujeitos a aprovação
do Dono de Obra) associados aos
mecanismos que permitem as prorro-
gações legais (trabalhos a mais, sus-
pensões de trabalho, etc.) são muito
importantes, uma vez que permitem
que o valor final de revisão se aproxi-
me da “execução real” da obra.
As revisões de preços, sem prejuízo
do que estiver contratualmente esta-
belecido, devem ser calculadas pelo
dono de obra e processadas periodi-
camente em correspondência com as
respectivas situações de trabalhos, no
entanto, o empreiteiro poderá apre-
sentar por sua iniciativa os cálculos
relativos à revisão de preços, que
deverão ser elaborados nos termos
dos fixados para o dono de obra.
No que respeita aos prazos para
pagamento, está previsto um prazo
máximo de 44 dias, que deverão
ser contados: das datas dos autos
de medição, no caso das revisões
provisórias; das datas de publicação
dos índices no Diário da República,
tratando-se de acertos; ou das datas
de apresentação dos cálculos pelo
empreiteiro, quando tal esteja previs-
to no contrato.
Salienta-se, porém, que o direito à re-
visão de preços caduca com a conta
da empreitada, salvo nas situações de
reclamações ou acertos pendentes,
de não estarem disponíveis os indi-
cadores económicos necessários para
o cálculo definitivo da revisão de
preços e quando o cálculo da revisão
de preços for da obrigação do dono
de obra e a conta final da empreitada
não contemple a mesma. No caso
em que o dono de obra não proceda
à elaboração da conta da empreitada
o direito à revisão de preços só cadu-
ca com a receção definitiva da obra.
Como nota final não podemos deixar
de salientar que a revisão de preços
constitui uma garantia essencial de
confiança entre as partes do contrato,
permitindo-lhes formular e analisar
propostas baseadas nas condições
existentes à data do concurso e re-
metendo para a figura da “revisão”
a compensação a que houver lugar
em função da variação dos custos
inerentes à concretização do objecto
do contrato.
Assim, o preço das empreitadas fica
sujeito a revisão em função das varia-
ções, para mais ou para menos, dos
custos de mão-de-obra, dos materiais
e dos equipamentos de apoio, relati-
vamente aos correspondentes valores
no mês anterior ao da data limite
fixada para a entrega das propostas.
Recorde-se que, através dos seus
Serviços de Engenharia/Segurança a
AICCOPN, procede de forma inteira-
mente gratuita, aos cálculos de revi-
são de preços das empreitadas das
empresas suas associadas, bastando
para isso que nos enviem de forma
compilada a informação relativa à
data e valor dos autos de medição,
ao último plano de pagamentos apro-
vado pelo Dono de Obra, à fórmula
de revisão de preços prevista no
contrato, à data da consignação da
obra e à data limite para a entrega da
proposta.
Cristina Cardoso
48 •
ENGENHARIA
O Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de
setembro, com as alterações introdu-
zidas pelo Decreto-Lei n.º 73/2011,
de 17 de junho, estabeleceu o Regi-
me Geral aplicável à Prevenção, Pro-
dução e Gestão de Resíduos, trans-
pondo para a ordem jurídica interna
a Diretiva n.º 2008/98/CE.
Este regime é aplicável às operações
de gestão de resíduos destinadas a
prevenir ou reduzir a produção de
resíduos, o seu carácter nocivo e os
impactes adversos decorrentes da
sua produção de gestão, bem como a
diminuição dos impactes associados
à utilização dos recursos, por forma a
melhorar a eficiência da sua utiliza-
ção e a proteção do meio ambiente e
da saúde humana.
Foram definidos princípios gerais
de gestão de resíduos que deverão
ser cumpridos pelos produtores de
resíduos e regulados pela Autori-
dade Nacional de Resíduos (ANR),
designadamente: Princípio da auto-
-suficiência e da proximidade – as
operações de tratamento devem
decorrer em instalações adequadas
e, preferencialmente, ser feitas em
território nacional, obedecendo a cri-
térios de proximidade; Principio da
responsabilidade pela gestão - cabe
ao produtor inicial; Principio da pro-
teção da saúde humana e do ambien-
te - todo o processo associado à ges-
tão de resíduos não deve gerar efeitos
nocivos sobre o ambiente; Princípio
da hierarquia do resíduo – deve ser
respeitada hierarquicamente esta
ordem: Prevenção e redução, Prepa-
ração para reutilização, Reciclagem,
Outros tipos de valorização e por
A Gestão de Resíduos no Setor da Construção
último a Eliminação; Princípio da res-
ponsabilidade do cidadão; Princípio
da regulação da gestão de resíduos;
Princípio da equivalência – custos do
produtor vs. benefícios facultados;
Principio da responsabilidade alarga-
da do produtor – o produtor é física
e financeiramente responsável pelos
impactes ambientais, pela produção
do resíduo, pela posterior utilização
dos produtos, bem como por todo
o processo de gestão, quando o seu
produto atinge o final de vida.
O registo desta informação e o respe-
tivo acompanhamento do processo
de gestão de resíduos, é efetuado
eletronicamente através do Sistema
Integrado de Registo da Agência
Portuguesa do Ambiente (SIRAPA),
disponível em www.apambiente.pt,
permitindo o registo e o armazena-
mento de dados relativos à produção
e gestão de resíduos e a produtos
colocados no mercado abrangidos
por legislação relativa a fluxos espe-
cíficos de resíduos.
A obrigatoriedade de inscrição e re-
gisto no SIRAPA abrange empresas,
entidades responsáveis pela gestão de
resíduos, operadores, transportadores
e produtores de residuos, designada-
mente:
· As pessoas singulares ou co-
letivas responsáveis por esta-
belecimento que empreguem
mais de 10 trabalhadores e
que produzam resíduos não
urbanos (incluindo os resídu-
os da construção e demoli-
ção – RCD);
· As pessoas singulares ou
colectivas responsáveis por
estabelecimentos que produ-
zam resíduos perigosos;
· As pessoas singulares ou
colectivas que procedam
ao tratamento de resíduos a
título profissional;
· As pessoas singulares ou
colectivas que procedam à
recolha ou ao transporte de
resíduos a título profissional;
· As entidades responsáveis
pelos sistemas de gestão de
resíduos urbanos;
· As entidades responsáveis
pela gestão de sistemas indi-
viduais ou integrados de flu-
xos específicos de resíduos;
· Os operadores que actuam
no mercado de resíduos,
designadamente, como cor-
retores ou comerciantes;
· Os produtores de produtos
sujeitos à obrigação de regis-
to nos termos da legislação
49
ENGENHARIA
relativa a fluxos específicos.
Estão ainda sujeitos a inscrição no
SIRAPA os produtores de resíduos
que não se enquadrem no núme-
ro anterior mas que se encontrem
obrigados ao registo electrónico das
guias de acompanhamento do trans-
porte rodoviário de resíduos (e-GAR).
No entanto, esta obrigação apenas se
concretizará quando for publicada a
legislação relativa à regulamentação
das e-GAR’s.
A inscrição no SIRAPA deve ser efe-
tuada no prazo de um mês após o
inicio da atividade ou do funciona-
mento da instalação/estabelecimento
e está sujeita ao pagamento de uma
taxa anual de registo, no valor apro-
ximado de 27 €, que é atualizado
anualmente.
As entidades acima referidas, no
âmbito do registo no SIRAPA, de-
vem prestar informações relativas à
origem discriminada do resíduo, à
quantidade, classificação e destino
dos resíduos, à identificação das ope-
rações efetuadas e à identificação dos
transportadores. Estes dados devem
ser mantidos por um período mínimo
de três anos.
Este registo no SIRAPA, implica, ain-
da, o preenchimento do Mapa Inte-
grado de Registo de Resíduos (MIRR)
que deve ser submetido anualmente,
até ao dia 31 de março do ano se-
guinte ao do ano a reportar.
Este mapa é constituído por vários
formulários, nomeadamente: For-
mulário A – Ficha sobre produção/
importação de produtos ou serviços;
Formulário B – Ficha sobre produção
de resíduos; Formulário C1 – Ficha
sobre resíduos recebidos; Formulário
C2 – Ficha sobre resíduos proces-
sados; Formulário D1 – Ficha sobre
resíduos transportados; Formulário
D2 – Ficha sobre resíduos transacio-
nados; Formulário E – Ficha sobre
movimentos transfronteiriços de re-
síduos.
No que respeita ao setor da constru-
ção, as empresas são classificadas,
na sua maioria, com o perfil MIRR
“Produtor de Resíduos”, pelo que
os formulários de preenchimento
obrigatório são o A e o B. No caso
da empresa efetuar transferências de
resíduos provenientes de e para o
território nacional deverá ainda pre-
encher o formulário E.
No âmbito do preenchimento destes
formulários as empresas terão que
ter contabilizados todos os resíduos
produzidos durante o ano em apre-
ço, separados por código LER (Lista
Europeia de Resíduos – publicada
pela Portaria n.º 209/2004, de 3 de
março), isto é, as empresas deverão
verificar para cada resíduo produzi-
do qual o código LER respetivo, de
acordo com o seguinte procedimen-
to: pesquiza do capítulo em que se
enquadram (ex: Capítulo 17 – Resí-
duos da Construção e demolição);
verificação do subcapítulo associado
à família do resíduo e, por último,
verificação do código, de seis dígitos,
do resíduo em questão (ex: 17 01 01
– Betão).
Assim, por forma a simplificar o
preenchimento anual deste mapa as
empresas deverão ter devidamente
organizadas as Guias de Acompanha-
mento de RCD`s, que acompanharam
o transporte de todos os resíduos de
construção e demolição produzidos.
Deverão, ainda, no que respeita às
obras públicas, compilar toda a in-
formação relativa aos planos de pre-
venção e gestão de RCD, de acordo
com o previsto no n.º 3, do art.º 10.º,
do Decreto-lei n.º 46/2008, de 12 de
março e, no âmbito das obras parti-
cular, organizar os dados dos RCD
de acordo com o modelo do Anexo
II - Modelo de registo de dados de
RCD -, previsto no Decreto-Lei n.º
46/2008, de 12 de março.
Como nota final, importa referir que
as entidades com competências para
a fiscalização desta regulamentação
são as ARR – Autoridades Regionais
dos Resíduos, a Inspeção-Geral do
Ambiente e do Ordenamento do
Território, os municípios e as auto-
ridades policiais, estando previstas
contra-ordenações ambientais pelo
50 •
ENGENHARIA
incumprimento do previsto na refe-
rida legislação que poderão atingir
valores muito elevados (por exemplo:
o abandono e a descarga de resí-
duos em local não autorizado nem
licenciado para o efeito, classificado
como uma contra-ordenação am-
biental “muito grave”, poderá atingir
valores entre os 20.000 € e os 2 500
000 €; a queima a céu aberto, que
constitui uma contra-ordenação “gra-
ve”, pode atingir valores entre os 500
€ e os 44 800 €; a inexistência de
guias de acompanhamento no trans-
porte de RCD, bem como, a falta de
registo no SIRAPA e a consequente
falta de preenchimento do MIRR,
são consideradas contra-ordenações
ambientais “graves” e cujos valores
variam entre os 2 000 € e os 48 000
€ e ainda, a falta do Anexo II que é
considerada uma contra-ordenação
ambiental “leve”, atinge valores entre
os 200 € e os 22 500 €).
Renata Rodrigues
55
NOVOS ASSOCIADOS
100LACUNAS, UNIPESSOAL, LDA. - VILA NOVA DE GAIAADELINO MANDIM SILVA - BARCELOSADERENTIFICA, LDA. - VILA NOVA DE GAIAAGOSTINHO & EMILIA OLIVEIRA-S.GEST.IM.,L - MURTOSAALBANO CORREIA SILVA - SANTA MARIA DA FEIRAALBERTO HENRIQUE MARTINS CATURNA - VILA NOVA DE GAIAALLDOMUS-EMPREENDIMENTOS, LDA. - BRAGANCAALPVERTICAL,TEC.ALPINISMO SER.IN.,S.U.,L - AVEIROAMPF-IMPERMEABILIZACOES, LDA. - BARCELOSANDRE LIMA CONST.S, SOC., UNIP., LDA. - PONTE DE LIMAANTONIO JOAQUIM NUNES SANTOS - VILA REALANTONIO LUCAS CALDEIRA, UNIP., LDA. - MATOSINHOSANTONIO RAMOS MENDES, UNIP.,LDA. - PORTOANTONIO SILVA CAMPOS-IND.SER.,LDA. - VILA DO CONDEARISTIDES RIBEIRO & SANTOS-COM.CIVIL,LDA - LAMEGOARMINORTE-CONST.S, UNIPESSOAL, LDA. - TAROUCAATOMO MATRIZ-CONST.COORDENACAO, LDA. - MATOSINHOSAZFIL, SA. – AMARANTE - VILA NOVA DE CERVEIRABESSA ARAUJO-SERV.TOPOGRAFICOS,UN.,LDA. - PACOS DE FERREIRACAPERU-CONST.S URBANIZACOES, LDA. - BRAGACARLOS FERNANDO VILACA PINTO - GUIMARAESCARPINTARIA SALFER, LDA. - VILA NOVA DE GAIACASALAB-INVESTIMENTOS IMOBILIARIOS,UN.,L - VILA DO CONDECINCO.S CONST.S, LDA. - PORTOCOKERN, LDA. - CELORICO DA BEIRACONST.S PINA MONTEIRO, UNIPESSOAL,LDA. - VILA NOVA DE GAIACONST.S VILA MAIOR 2, LDA. - TROFACOSTA FERREIRA & SOUSA, LDA. - GUIMARAESCOUNTRYSLICE-CONST.S, UNIPESSOAL, LDA. - SANTA MARIA DA FEIRACPCMS-CONST., MANUTENCAO SERVICOS, SA. - VILA NOVA DE FAMALICAOCULMINAR SUCESSOS, LDA. - BRAGAD.F.BLOCK, LDA. - AMARESDANIEL ANTONIO COSTA - POVOA DE VARZIMDEFINEFACHADA-CONST.S, UNIP., LDA.DESTAQUE TOPO-CONST.S, UNIPESSOAL, LDA. - CABECEIRAS DE BASTODOURO INVICTO-ENGENHARIA CONST., LDA. - MATOSINHOSDOUROPOLIS, LDA. - PESO DA REGUADRAGADO Y MANTENIMIENTO PUERTOS,S.L.UNIP - VIANA DO CASTELOE.Q.S.-SERV.ENG.,QUALIDADE SEGURANCA,LDA - VILA NOVA DE GAIAE.T.-ELECTRICIDADE TELECOMUNICACOES, LDA - COVILHAEFECTIVA & SUSTENTAVEL, LDA. - VILA REALELECTRO PROFISSIONAL MADEIRA, LDA. - SANTA CRUZELECTROSONHOS, LDA. - MATOSINHOSENC POWER, LDA. - VILA NOVA DE GAIAEQUIPBAND-EQUIPAMENTOS ASSISTENCIA,LDA. - MEALHADAESCALA OBLIQUA-INVEST.IMOBILIARIOS,UN.,L - BARCELOSESPACO & ALTURA, UNIPESSOAL, LDA. - BARCELOSF.A.M.SILVA-SERRALHARIA, UNIP., LDA. - GUIMARAESFERNANDO FERNANDES DIAS CONST.S O.P.,LDA - RIBEIRA DE PENAFERNANDO MANUEL CORREIA GOMES - MATOSINHOSFERNANDO TEIXEIRA MOTA - MESAO FRIOFERRCOLET, UNIPESSOAL, LDA. - VILA NOVA DE GAIAFLORICULTURA SANTA FILOMENA, LDA. – BAIAOFORTUNATO SANTOS RODRIGUES - BRAGANCAFWD, LDA. - PORTOGALMASA-CONST.CIVIL OB.PUBLICAS,LDA. - LISBOAGENTIL FERREIRA PAIVA - SAO PEDRO DO SULGONCALVES CAMPOS, LDA. - PORTOGRENASSIST-ASSIST.TECNICA,CLIMATIZ.GAS,L - PENAFIELHALF PAST SEVEN-CONST.ENG.CIVIL, SA. - PENAFIELHUGO COSTA & OLGA ARAUJO, LDA. - VILA NOVA DE GAIA
IDADE EXPERIENCIA, UNIPESSOAL, LDA. - GONDOMARIDEIAS COM ASAS, UNIPESSOAL, LDA. - GUARDAINNOVATION STONES-TRANSF.PEDRAS ORNAM.,L - PORTO DE MOSINTENSAO-INSTALACOES ELECTRICAS, LDA. - VILA NOVA DE GAIAIRMAOS ALVES MARTINS, LDA. - BRAGAIVO RIBEIRO, UNIPESSOAL, LDA. - MAIAJOSE & JOAQUIM VIEIRA, LDA. - GONDOMARJOSE MANUEL COSTA RODRIGUES-CON.,UN.,LDA - VILA REALJOSE MANUEL MONTEIRO SILVA - VALONGOJOSE MANUEL PAIVA SILVA - MANTEIGASJOSE NOVAIS VIEIRA-CONST., UNIP., LDA.- CELORICO DE BASTOLANCAR ESPERANCA CONST.S, LDA. - BARCELOSLEITAO & SILVA, CONST.S, LDA. - MARCO DE CANAVESESM MEDICAL-DESIGN.ARQ.DESIGN INTERIORES,L - MATOSINHOSM.C.O.CONST.S, UNIPESSOAL, LDA. - VILA NOVA DE FAMALICAOMANUEL FILIPE CARVALHO,CONSTR.A,UN.,LDA. - VILA REALMARIA FERNANDA MARTINS S.CASTRO SILVA - GONDOMARMARIA SILVA MOREIRA, UNIP., LDA. - MAIAMARIO CARVALHO BARROS - SABROSAMARIO JOSE SILVA DOURADO - VILA DO CONDEMATELVIS-INST.SEGURANCA TELECOMUNIC.,LDA - VISEUMAURO REY, UNIPESSOAL, LDA. - OVARMENTEPA, LDA. - ESPINHOMOSTREFICACIA-MADEIRAS CONST.S, LDA. - PAREDESMUROPLACO-MATERIAIS GESSO, LDA. - TROFANEW BEAM-ENGENHARIA CONST., LDA. - AMARANTENORTECH WORLD CONST.S, SA. - VALONGONUNO MIGUEL INACIO, UNIPESSOAL, LDA. – RESENDEOSORINFER, LDA. - BRAGAPAISIFIL-IMOBILIARIA, SA. - VILA NOVA DE FAMALICAOPAULO JOSE SOUSA FERREIRA - PAREDESPAULO PEREIRA SANTOS - TORRES NOVASPICHELARIA JAIME SOARES GOMES, UNIP., LD - BRAGAPONTECANO-CONST.CIVIL, LDA. - MAIAPORFIRIO BARRETO, UNIPESSOAL, LDA. – BARCELOSPRISMASOLIDO-SOC.CONST.S, LDA. - VILA DO CONDEPROJECAO ABSOLUTA-GESSOS PROJ., UNIP.,LD - VIZELAQUADRINERGY-INSTALACOES TECNICAS, LDA. - MATOSINHOSRODRIBASTO, LDA. - MONDIM DE BASTOROGERIO FRANCISCO LOPES, LDA. - SEIAROLLMAN GIRO, LDA. – VALONGOSANTOS DUARTE & DIAS, LDA. - AROUCASILVERIO & ROLO-CONT.CIVIL OB.PUB.,LDA. - CARREGAL DO SALSIMOQEL-MONT.ELECTRICAS QUADROS,UN.,LDA. - PORTOSOLINDIGOS, LDA. - VILA NOVA DE GAIASOMA ENGENHARIA CONST., SA. - RIBEIRA DE PENASOSIA-S.C.IBERO-ANGOLANA,SA-SUC.PORTUGALSTONEREST-SOC., UNIPESSOAL, LDA. - MAIATECTODIVISOUSA CLASSE, LDA. - GONDOMARTONS SOLARES, LDA. - BRAGATORRES & AMORIM, LDA. - VILA NOVA DE GAIATWL, CONST., UNIPESSOAL, LDA. - ARCOS DE VALDEVEZVALDEMAR MANUEL BATISTA ANTUNES - PORTOVECTORBETA CONST.S, LDA. - COIMBRAVENAFIL-CLEANING AND GARDENS, LDA. - VILA NOVA DE FAMALICAOVERDE ENGENHO, LDA. - VILA NOVA DE CERVEIRAVIAMAPA-SERV.TOPOGRAFIA, SA. - LOUSADAWIDEPURPOSE, LDA. - PÓVOA DE VARZIMWOODJOB, SOC.UINIPESSOAL, LDA. - COIMBRAXL-ENGENHARIA EFICIENCIA ENERGETICA, LDA - MATOSINHOSY4-CONST.& IMOBILIARIA, LDA. – PORTO
56 •
REGALIAS PARA ASSOCIADOS
Regalias
AICCOPN
Fo r m a ç ã o \ E n s i n oCICCOPN - Centro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte EGP-UPBS - University of Oporto Business School - Desconto de 12% a 15% em Pós Graduações Universidade Fernando Pesssoa - Descontos de 10% a 30%
S a ú d e \ C l í n i c a sHPP - SAUDE
Desconto de 10% em consulta externaDesconto de 15% em cirurgia\internamento
HOSPITAL DA TRINDADEDesconto de 15% sobre a tabela geral
FARMÁCIA DA TRINDADEDesconto de 10% sobre a tabela geral
CLIPÓVOA - HOSPITAL PRIVADODesconto de 7% em todos os serviços
HOSPITAL PRIVADO DA TROFADesconto de 15% sobre a tabela geral
FARMÁCIA DE COSTA CABRALDescontos de 10 a 30% em Medicamentos
CLÍNICA DENTÁRIA - SOS DENTEORMASA, LDA.CDJC - CENTRO DE DIAGNÓSTICO JOÃO CARVALHO
Descontos de 10% na tabela de Particulares
To d a s a s D e s p e s a s c o m Q u o t i z a ç õ e s a f avo r d a A I C C O P N s ã o D e d u t í ve i s e m 1 5 0 % d o s e u va l o r a t é 2 % º d o vo l u m e d e n e g ó c i o s d a e m p r e s a , p a r a e f e i t o s d e I R C ( a r t . º 4 4 d o C I R C ) .
C a r t ã o A zu l BPEste é um cartão direcionado para os Associados da AICCOPN, e frotas de veículos, sendo um cartão de desconto e não de pagamento. O desconto é de 0,06€ (6 cêntimos) por litro.
S aú d e P r im eA Saúde Prime disponibiliza aos Associados e sua Família, um conjunto de Serviços Médicos e Seguro de Saúde que lhe proporcionam o máximo da qualidade e economia. Descontos desde 7,5% a 15% em:Seguro de Saúde Plano de Saúde PrimePlano de Saúde Oral
C a r t r ackEmpresa líder nas tecnologias de localização de viaturas e máquinas, a Cartrack oferece uma ampla solução de gestão de frotas por GPS. Descontos de 10% para Associados na Aquisição de produtos.
I n C IA AICCOPN e o InCI, cele-
braram um protocolo, que
intensifica e reforça as com-
petências desta associação no
âmbito dos Alvarás e Títulos
de Registo. Este protocolo per-
mite à AICCOPN uma ligação
direta ao InCI, dar resposta
aos processos para concessão,
reclassificação de alvarás e tí-
tulos de registo de uma forma
mais simples e célere. Este é
um serviço assegurado de for-
ma gratuíta, permanente e des-
centralizada.
I S QAcesso com condições muito vantajosas à prestação de Serviços pelo ISQ nas diversas áreas de especialidade, nomeadamente nas inspeções técnicas, ensaios laboratoriais, consultoria, formação e investigação e desenvolvimento.
As melhores Regalias para os Associados
D i g i t a l s i g nNo âmbito do processo de
Contratação Eletrónica, re-
sultante do CCP - Código dos
Contratos Públicos, bem como
o envio das comunicaçoes
obrigatórias ao InCI e das obri-
gações estabelecidas pelo Re-
gime Jurídico da Urbanização
e da Edificação, a AICCOPN
celebrou um protocolo no
qual os Associados usufruem
de um desconto, na nova fun-
cionalidade de “Certificação
Digital”.
P r e ve n s i sEmpresa especializada em Serviços de Higiene e Segurança no Trabalho (SHST), que trabalha na área da prevenção e controlo de riscos laborais, colocando à disposição das empresas, uma série invadora de serviços, a preços competitivos. Certificada pelo ACT. Descontos nos, “Serviços Base” e “Serviço Adicional” - Estaleiro ou Empresa.
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REGALIAS PARA ASSOCIADOS
A l o j a m e n t oG r u p o s Po u s a d a s d e Po r t u g a lCentral de Reservas Pousadas de Portugal - Tel. 282 240 [email protected]
G r u p o C o n t i n e n t a lChoice Hotels Europe Central comercial Tel. 210 046 320 [email protected]
G r u p o A l t i s H o t e l swww.altishotels.com10% de desconto sobre tarifa no site
S a n a H o t e l swww.sanahotels.com
Tivo l i H o t e l s & R e s o r t swww.tivolihotels.com
M o n t e b e l o H o t e l s & R e s o r t sVisabeira TurismoTel. 232 420 000 [email protected]
V I P H o t e l sTel. 800 500 006 [email protected] Vi l a G a l é H o t e i sCentral de reservasFax. 21 790 76 40 5% de desconto sobre tarifa no sitew w w. v i l a g a l e . p t
A x i s H o t e i s Tel. 252 298 90415% de desconto sobre tarifa de balcãow w w. a x i s h o t e i s . c o m
A l g a r ve
B o a Vi s t a H o t e l & S p a * * * *Rua Samora Barros, 20 8200-178 AlbufeiraTel. 289 589 175Fax. 289 589 [email protected]% de desconto
A l g a r ve C a s i n o * * * * *Praia da Rocha 8500-802 PortimãoTel. 282 400 [email protected]
H o t e l d a A l d e i a * * * *Av. Dr. Francisco Sá Carneiro 8200-280 AlbufeiraTel. 289 588 861/2/3Fax. 289 588 [email protected]% de desconto
Po r t o D o n a M a r i a G o l f & R e s o r t * * * * *Sítio dos Montinhos da Luz Apartado 58 - Praia da Luz8601-901 Luz-LagosTel. 282 690 300Fax. 282 697 [email protected]% de desconto
G a r ve t u r A l o j a m e n t o s Tu r í s t i c o sVilamoura JardimRua Melvin Jones, Volta do Gaio8125-502 VilamouraTel. 289 381 551/0Fax. 289 301 [email protected]% sobre o valor da estadia (época baixa)
5% sobre o valor da estadia (em períodos de Promoções e épocas especiais)
Ave i r o
H o t e l A f o n s o VRua Dr. Manuel das Neves, 65 3810-101 AveiroTel. 234 425 191/2/3Fax. 234 381 111
H o t e l A p a r t . º S o l ve r d e * * * * *Rua 21, 85 4500-267 EspinhoTel. 22 731 31 44Fax. 22 731 31 [email protected]
P r a i a G o l f e H o t e l * * * *Rua 6 - 4500-357 EspinhoTel. 22 733 10 00Fax. 22 733 10 [email protected]% desconto sobre tarifas balcão ou 10% sobre a Best Available Rate
G ra n d e H o t e l d a C u r i a G o l f & S p a * * * *Avenida dos Plátanos - Curia 3780-541 Tamengos - AnadiaTel. 231 515 720Fax. 231 515 [email protected]% de desconto
C u r i a C l u b eApartamentos Turísticos Apartado 18 - 3780 - CuriaTel. 231 504 197Fax. 231 515 [email protected]% de desconto
H o t e l M é l i a R i a * * * *Cais da Fonte Nova, Lote 5 3810-200 AveiroTel. 234 401 000Fax. 234 401 [email protected]% de desconto
É vo ra
H o t e l R u ra l M o n t e d o C a r m oApartado 7 7006-901 AzarujaTel. 266 970 050Fax. 266 978 [email protected]% de desconto
L i s b o a
H F F é n i x L i s b o a * * * *Praça Marquês de Pombal, 8 1269-133 LisboaTel. 21 386 21 21Fax. 21 386 01 [email protected]
Ti a r a Pa r k A t l a n t i c L i s b o a * * * * *Rua Castilho n.º 149 1099-034 LisboaTel. 21 381 87 00Fax. 21 389 05 [email protected]
H o t e l A l i f * * *Campo Pequeno, 511000-304 LisboaTel. 21 782 62 10Fax. 21 795 41 [email protected]
H o t e l B r i t â n i a * * * *Rua Rodrigues Sampaio, 17 1100 LisboaTel. 21 315 50 16Fax. 21 315 50 2120% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
H F F é n i x G a r d e n * * * *Rua Joaquim António de Aguiar, 3 1050-010 LisboaTel. 21 384 56 50Fax. 21 385 56 [email protected]
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REGALIAS PARA ASSOCIADOS
H F F é n i x U r b a n * * * *Av. António Augusto de Aguiar, 3 1069 LisboaTel. 21 357 50 00Fax. 21 357 99 [email protected]
H o t e l L i s b o a P l a z a * * * *Travessa Salitre, 7 1296-066 LisboaTel. 21 321 82 18Fax. 21 347 16 3020% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
A s j a n e l a s Ve r d e sRua das Janelas Verdes, 47 1200-670 LisboaTel. 21 396 81 43Fax. 21 396 81 [email protected]% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
S o l a r d o C a s t e l oRua das Cozinhas, 2 (ao castelo) 1100-081 LisboaTel. 21 887 09 09Fax. 21 887 09 [email protected]% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
H o t e l P r í n c i p e R e a l * * * *Rua da Alegria, 53 1250-006 LisboaTel. 21 340 73 50Fax. 21 342 21 [email protected]% de desconto
H o t e l S . M a m e d e E s t o r i l Av. Marginal, 7105 2765-248 EstorilTel. 21 465 91 10Fax. 21 467 14 [email protected]
H e r i t a g e Ave n i d a d a L i b e r d a -d e H o t e l * * * *Av. da Liberdade, 28 1250-145 LisboaTel. 21 340 40 40Fax. 21 340 40 [email protected]% desconto sobre tarifa de balcão5% de desconto sobre tarifa no site
E u r o s t a r s H o t e l d a s L e t r a s * * * * *Rua do Castilho, 6-12 1250-069 LisboaTel. 21 357 30 94Fax. 21 316 12 [email protected]
Po r t o
Ti a r a Pa r k A t l a n t i c Po r t o * * * * *Avenida da Boavista, 1466 4100-114 PortoTel. 22 607 25 00Fax. 22 600 32 [email protected]
S h e ra t o n Po r t o H o t e l & S p a * * * * *Rua Tenete Valadim, 146 4100-476 PortoTel. 22 040 04 41Fax. 22 040 41 [email protected]% de desconto
H o t e l S o l ve r d e S p a & We l n e s s C e n t e r * * * * *Avenida da Liberdade 4405-362 S. Félix da MarinhaTel. 22 733 80 30Fax. 22 731 31 [email protected]
H F F é n i x Po r t o * * * *Rua Gonçalo Sampaio, 282 4450-365 PortoTel. 22 607 18 00Fax. 22 607 18 [email protected]
H o t e l D. H e n r i q u e * * * *Rua Guedes de Azevedo,179 4049-009 PortoTel. 22 340 16 16Fax. 22 340 16 [email protected]
H F I p a n e m a Po r t o * * * *Rua do Campo Alegre, 156 4150-169 PortoTel. 22 607 50 59Fax. 22 606 33 [email protected]
H F I p a n e m a Pa r k * * * * *Rua de Serralves, 124 4150-702 PortoTel. 22 532 21 00Fax. 22 610 28 [email protected]
H F Tu e l a Po r t o * * *Rua Arq. Marques da Silva, 200 4150 [email protected]. 22 600 47 47 Fax. 22 600 37 09
E s t a l a g e m d a Vi a N o r t e * * * *Via Norte - Leça do Balio, 124 4465-764 Leça do BalioTel. 22 944 82 94/5Fax. 22 944 83 22
B e t a Po r t o H o t e l & H e l t h C l u b * * * *Rua do Amial, 601 a 607 4200-062 PortoTel. 22 834 86 60Fax. 22 834 86 [email protected]% de desconto
H o t e l E u r o s t a r s d a s A r t e s * * * *Rua do Rosário, 160 4050-521 PortoTel. 22 207 12 50Fax. 22 207 12 [email protected]
H o t e l E u r o s t a r s O p o r t o * * * *Rua do Mestre Guilherme Camari-nha, n.º 212 4200-537 PortoTel. 22 507 20 90Fax. 22 507 20 [email protected]
H o t e l B e s s a H o t e l * * * *Rua Dr. Marques Carvalho, 1114100-325 PortoTel. 22 60 50 000Fax. 22 60 50 [email protected]
H o t e l To r r e M a r * *Rua Gomes Amorim, 2121A Ver-o-mar4490-091 Póvoa do VarzimTel. 252 298 670Fax. 252 298 [email protected]% de desconto(Exceto de 15 de julho a 31 agosto)
H o t e l C i d n ay * * * *Praça do Municipio 4789-909 Santo TirsoTel. 252 859 300Fax. 252 859 [email protected]% de desconto
Po r t o Pa l á c i o C o n g r e s s H o t e l & S p a * * * * *Avenida da Boavista, 12694100-130 PortoTel. 22 608 66 00Fax. 22 609 14 [email protected]
H o t e l D o u r o Rua da Meditação, n.º 71 4150-487 PortoTel. 22 600 11 22Fax. 22 600 10 [email protected]
59
REGALIAS PARA ASSOCIADOS
Vi a n a d o C a s t e l o
H o t e l M o n t e P r a d o * * * * *Monte Prado Melgaço 4960-320 PradoTel. 251 400 130Fax. 251 400 [email protected]
C a s a d o A n q u i ã oTurismo de Habitação, Fornelos EN 2014990 - 620 Ponte de LimaTel. 253 989 800Fax. 258 900 [email protected]% de desconto (Exc. Agosto)
Vi l a R e a l
H o t e l Pe t r u s * * *Rua Família de Camões, 20 Junto às Termas 5400-239 ChavesTel. 276 351 409 / 500Fax. 276 348 [email protected]
H o t e l C a s i n o d e C h ave sLugar do Extremo - Chaves 5400-239 ChavesTel. 276 309 600Fax. 276 348 [email protected]% de desconto(Exceto de 15 de julho a 31 agosto)
C o n s u l t o r i a N o r w i nRecuperação de Empresas e ParticularesAv. Dr. Germano Vieira, 614 - 1º TGueifões - MaiaTel. 22 960 21 61 / 968 26 [email protected]
DW - D a r w i n & Wa r h o lMarketing e ComunicaçãoRua Arquiteto Cassiano Barbosa, 6F - Sala 24 - 4100-009 PortoTel. 22 616 01 23 / 912 269 [email protected]% de desconto
H e a l t h - C l u b s
G a i a S p o r t C e n t e rRua Gen.Torres, 1162 D - Ed. Douro4600-164 Vila Nova de GaiaTel. 223 714 375Fax. 223 708 [email protected]
Te t r a H e a l t h C l u bRua Domingos Sequeira, 224 C 4050-230 Portowww.tetra.pt
A g ê n c i a s d e Vi a g e n s
D - Vi a g e mGrupo Orizonia Praça da Alegria, 654050-496 PortoTel. 22 207 13 30Fax. 22 208 58 [email protected]
Pa m To u r sLargo Ferreira da Lapa, 48 - Bom Sucesso Tel. 22 600 79 72Fax. 22 600 80 [email protected]% de desconto em viagens (Paco-tes Turísticos)
O u t r o s S e r v i ç o s E x p o f o r m a , S . A . Rua Tomás Ribeiro, 132 - 1º4450-293 MatosinhosTel. 229 373 982 / 229 370 755Fax. 229 372 392Montagem de stands, lojas e showrooms10% de desconto
A l va r s o l - L ava n d a r i a Tel. 289 322 242Fax. 289 322 885www.alvarsol.ptDescontos diversos de 1,5% a 3%
A l i n e - D e c o ra ç ã o e I m o b i l i -á r i o Tel. 289 328 981Fax. 289 316 [email protected] de 10% do total da factu-ra, excluíndo montagem
A r t a D e s i g n - M a n u t e n ç ã o e S e r v i ç o s Tel. 289 315 078Fax. 289 301 [email protected] de 5% sobre o valor da 1ª factura (Mão de obra e Design)
L e n d á r i o - R e s t a u r a n t e Tel./ Fax: 289 308 [email protected] de 5% sobre o valor da factura, na angariação de grupo com mais de 15 pessoas
A p o i o & C o m p a n h i a Apoio DomiciliárioRua do Campo Alegre, 11624415-173 PortoTel. 220 967 385 [email protected]% de desconto
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