Como o cervo anseia pelas correntes das águas,
assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!
(Sl 42:1)
Lucinda Alves
ÍNDICE
Prefácio
Introdução
Oração Cristã
A mente
A alma e o espírito do homem
Santificar a mente
Restaurar a alma
Oração vocal e oração mental
Oração mental, Oração centrante e meditação cristã
Oração Centrante
Meditação Cristã
A Meditação Esotérica
Os mantras e a oração mental
Oração mental na História do Cristianismo
A oração mental na Bíblia
Preparação para a oração mental
Combatendo a distração
A imaginação
Persistência na oração
Precauções na oração mental
Prática de Oração mental
Exercícios espírituais sugeridos por Foster
Exercícios espirituais de S. Inácio de Loyola
Conhecendo o meu espírito
Ouvindo o Espírito Santo
A oração mental e a contemplação
Da oração mental para a oração contínua
O silêncio
A noite escura da alma
Bibliografia
Websites
PREFÁCIO
Desde a minha conversão, ouço falar do poder que existe na palavra falada, de
modo que não concebia a ideia de orar de outra forma que não fosse em voz audível.
Embora muitas vezes inconscientemente explorasse outros caminhos, como permanecer
em silêncio para ouvir a Voz do Espírito, repetir versículos mentalmente relativos a
circunstâncias que estava a viver, adorar o Pai até atingir o gozo indiscritível do seu
abraço... No entanto, estas experiências pareciam prometer algo ainda mais profundo...
Mesmo na adoração onde sempre passei muito tempo, tinha ocasiões em que era
perturbada por pensamentos e ansiedades.
Neste momento, estou numa etapa da minha vida em que o tempo é escasso e
muito precioso. A vida de oração que cultivei durante anos parece ter regredido devido às
obrigações e responsabilidades da minha vida actual. Já não tenho horas “infinitas” para
orar, estudar a Bíblia, escrever, interceder, jejuar e esquecer-me do tempo adorando a
Deus... Preciso aproveitar todos os momentos ... Sei que Ele está sempre comigo, mas
parece não ser suficiente para saciar a minha alma: “Como o cervo anseia pelas correntes
das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!”(Sl 42:1).
Perante o vazio aparente que me parecia querer devorar, desesperadamente
procurei de Deus o que fazer para manter a intimidade que tinha com Ele. Se conseguisse
permanecer em oração continuamente, mesmo quando estou a trabalhar, poderia ter algo
ainda superior ao que tive no passado!... Tentei esforçar-me para manter a minha mente
concentrada em Deus, enquanto trabalhava. A mente fugiu-me tal qual uma criança
pequena e indisciplinada... Por mais que tentasse segurá-la, ela perdia-se em
pensamentos fúteis e terrenos.
Estava vivendo esta tentativa frustrada quando me deparei, numa livraria, com um
livro que falava de “Oração mental”! Pensei: ”Que coisa tão pouco evangélica!”. Ao folhear
vi que falava da oração contínua! Do treinamento e sujeição da mente. Aquilo que parecia
tão difícil e quase impossível, parecia, segundo o autor, apenas uma questão de
persistência e determinação. Este é o livro “Caminhos de Oração” do Padre católico Jean
Simonart. Apesar de não aceitar alguns pormenores da sua crença, nomeadamente a
transubstanciação, maravilhei-me com a profundidade do amor do autor para com o nosso
Deus. O dia que comprei o pequeno livro, saí inundada por um gozo incompreensível,
como se transportasse o maior tesouro da terra.
Isto foi o início de algo que ainda não sei a dimensão, mas é o princípio de uma
transformação... Novas peças do puzzle têm chegado até mim, desde então. A aventura
começou... Começo a entrar nas águas, é um caminho sem retorno! Uma Luz maravilhosa
chama-me para Si...
Para outras pessoas, talvez a oração e adoração vocais sejam suficientes para
manterem constantes a presença de Deus na sua vida. O que escrevo de seguida serve
apenas para ajudar através da minha experiências aqueles que estão insatisfeitos com a
sua vida de oração, o seu tempo devocional, a sua sensibilidade em ouvir Deus e a
orientação do seu próprio espírito. Serve, sobretudo, para eu aprofundar o tema e
organizar as minhas ideias sobre o assunto. Este é um caminho, mas poderão existir
outros, na criatividade e dinamismo do Espírito.
Nenhum método, em si mesmo, traz aproximação de Deus e maior intimidade com
ele, nem há fórmulas para transformar o ser humano, restaurando-o e aperfeiçoando-o.
Este caminho foi aberto por Yahushua através do seu sacrifício e é efectivado em cada
homem pela acção do Espírito Santo. Dependemos sempre do Espírito que nos conduz e
ensina. É necessário, porém, amar a Deus acima de tudo: “Buscar-me-eis, e me achareis,
quando me buscardes de todo o vosso coração.”(Jr 29:13).
INTRODUÇÃO
O homem é um ser espiritual. Independentemente do facto de ser religioso ou não, a
sua essência espiritual atrai-o. O espírito humano é a porta para o mundo espiritual. Todo
aquele que quiser entrar pode fazê-lo. Têm surgido diversas iniciativas para tal, entre elas,
o culto religioso, a oração, a meditação, o uso de drogas, psicanálise, etc...
Existe uma grande diversidade de seres que não vemos com os olhos físicos: Deus,
satanás, anjos de Deus, anjos de satanás, demónios e outros seres celestiais. O homem
quando passa para o seu estado desencarnado integra-se neste mundo de acordo com as
leis divinas. No entanto, enquanto está na carne, tem dificuldade em transpor a barreira
do natural.
É possível desenvolver a sensibilidade espiritual, á margem de Deus. Isso tem
acontecido em diversas filosofias e religiões. Anjos de luz enganadores têm iludido a
muitos... Os anjos de satanás, caídos desde os primeiros tempos, têm revelado os
mistérios da criação àqueles que têm desejado novamente a árvore da ciência do bem e
do mal. O desejo de conhecimento tem, repetidamente, afastado o homem de Deus,
através da comunhão com as trevas mascaradas de luz. Contudo o conhecimento não está
desassociado do Criador. Existem tesouros de sabedoria que vão além da imaginação
humana, escondidos e reservados para aqueles que amam a Deus (I Co 2:9), como Paulo
disse:
Pois quero que saibais quão grande luta tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram a minha pessoa; para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus-Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. Digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas. (Cl 2:1-4) Na verdade, entre os perfeitos falamos sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão sendo reduzidos a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, que esteve oculta, a qual Deus preordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo compreendeu; porque se a tivessem compreendido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas
espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. (I Co 2:6-16)
O Espírito Santo é Deus na terra para conduzir o homem a Deus no céu. Por outras
palavras, o Espírito guia-nos para entrarmos no mundo espiritual e termos comunhão com
o Pai, protegendo-nos de outras entidades espirituais adversas. Sem ele, somos presas
fáceis do enganador e seus mensageiros. Porém, afastarmo-nos do espírito por medo
destes seres faz-nos permanecer na estagnação da religião carnal. Existem “profundezas
de Deus” a conhecer na intimidade, tesouros escondidos reservados especialmente para
nós, se tão somente, ansiarmos por eles..., e se tão somente amarmos a Deus... mais que
tudo!
O mundo espiritual é a verdadeira realidade, pois não está sujeita a limitações
espaço-temporais. Nele tocamos a eternidade, as nossas origens e o nosso destino. O
mundo físico é apenas uma pequena passagem, até que se funda com o espiritual nos
novos céus e nova terra (Ap 21:1;22:3). Então não haverá mais separação. Deus estará
entre os homens e conhecê-lo-emos como somos conhecidos (I Co 13:12)!
ORAÇÃO CRISTÃ
Esta não constitui o brado desesperado do homem que quer tomar o céu de assalto; a oração cristã não é mais que a sua humilde resposta à palavra que o próprio Deus lhe dirigiu. Portanto, ela ocupa sempre o segundo lugar em relação à palavra fundadora, à palavra da fonte, recebida gratuitamente de Cristo.1 O verdadeiro e único mestre de oração é o Espírito Santo. Ele e só Ele pode introduzir, conduzir e firmar o crente numa relação pessoalmente vivida de Deus com ele. Todos os conselhos e mesmo o itinerário descrito nestas páginas devem ser submetidos ao sopro do Espírito. Porque, neste mistério do Amor, ninguém entra de assalto ou pela força: Deus não se conquista! Pelo contrário: só é possível acolhê-l’O na abertura do coração e na docilidade do Espírito.2
1 SIMONART, Jean, “Caminhos de Oração”, pág. 7 2 SIMONART, Jean, “Caminhos de Oração”, pág. 11
A MENTE
A alma e o espírito do homem
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hb 4:12) E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (I Ts 5:23)
Além dos versículos acima, outras passagens referem o homem como espírito, alma
e corpo, distinguindo alma de espírito, o qual é referido como coração ou homem interior.
Eis algumas selecções de versículos que se poderão consultar: Dt 6:4-5; Sl 16:9; 24:4;
26:2; 84:2; Pv 3:5.
Consideramos o ser humano como um espírito, que reside num corpo e possui uma
alma. A alma inclui a mente, as emoções e a vontade. Se alguém não der a este conjunto
o nome de alma, chamando de alma o que chamamos de espírito, é apenas uma questão
de designação, não invalidando o conteúdo. Não pretendo também utilizar os termos
técnicos da Psicologia, área que não domino. Retiro os conceitos da Bíblia, segundo o
entendimento que tenho dela, seguindo a corrente que vê o homem como um ser trino.
O espírito é eterno, o corpo será transformado ou destruído e a alma liga o espírito
ao corpo. O corpo não foi redimido, ele é vivificado pelo espírito, mas permanece
corruptível. Não herdará a eternidade. Apesar da redenção ter tomado as enfermidades
físicas, a morte será o último inimigo a ser derrotado (I Co 15). Quanto à sua eternidade
da alma, não é o assunto que abordamos neste momento, pois implicaria questões
escatológicas e doutrinárias.
Ao nascermos de novo, passamos a ter um novo espírito, plenamente santificado e
restaurado. No entanto, rapidamente detectámos que permaneceu muita imperfeição na
nossa alma. Paulo exorta-nos a tomar a iniciativa de nos transformarmos: “E não vos
conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”(Rm 12:2).
O renascer do espírito é iniciativa de Deus e realizado exclusivamente por ele de
forma instantânea. A renovação da alma é progressiva e exige trabalho árduo por parte do
homem. Devemos transformarmos, para não nos tornarmos semelhantes ao mundo. A
vontade de Deus, perfeita, boa e agradável é que nos tornemos semelhantes ao seu Filho
(Ef 4:13). Paulo aponta-nos o caminho para atingir o alvo: renovar a mente. Mas, o que
significa renovar a mente? Significa deixar que a mente de Cristo reine sobre a nossa
alma, como está escrito: “Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que
possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.”(I Co 2:16). Porque o Espírito de
Cristo habita em nós, a sua mente está em nós. A vontade do Pai é que cada filho tenha a
mente do Mashiach.
Santificar a mente
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. (Fp 4:8)
Renovação da mente equivale à sua santificação, ou seja, afastá-la de tudo o que
seja pecado ou conforme o sistema do mundo. Para sabermos se um pensamento é bom
ou não, este deverá passar pela “peneira” de Filipenses 4:8. Será que o meu pensamento
é verdadeiro? É honesto? É justo? Haverá nele alguma impureza? Será amável e de boa
fama para o meu próximo? Haverá nele alguma virtude? Traz louvor a Deus? Se preenche
todos estes requisitos, então Paulo exorta: “Nisso pensai”. Porém se contraria algum
destes pontos, deve ser rejeitado.
O apóstolo Paulo exorta “ ... a despojar-vos, quanto ao procedimento anterior, do
velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; a vos renovar no
espírito da vossa mente; e a vos revestir do novo homem, que segundo Deus foi criado
em verdadeira justiça e santidade.” (Ef 4:22-24).
Restaurar a alma
Além da mente, a alma integra as emoções e a vontade. A capacidade de sentir, de
reagir às diversas circunstâncias está associada directamente às memórias armazenadas
na mente. A alma não pode, portanto, analisar-se em separado. A renovação e
santificação da mente é o primeiro passo para a restauração da alma humana.
Ao sairmos do mundo natural, através da oração, acedemos ao mundo espiritual com
todas as suas características especificas. O tempo e o espaço deixam de obedecer às
mesmas leis que regem o mundo natural. Na perspectiva divina ontem, hoje e amanhã,
são um eterno presente. Ele pode, tanto actuar no futuro como no passado. Este é um
mistério para nós! Pode Deus alterar o nosso passado? Ou será que esta questão é mera
loucura filosófica?
Está escrito: "Ao homem lhe é ordenado viver uma só vez e depois disso, o juízo" ().
Assim, não posso estar fisicamente presente no passado para corrigir os meus erros,
baseando-me em informações do presente. No entanto, posso reviver em espírito, lado a
lado com o Senhor, a minha vida já decorrida. Nele, no mundo do espírito, partilhando a
sua atemporalidade, posso mudar a forma como a minha alma reagiu perante
circunstâncias específicas. Muitas situações traumáticas, vividas antes da conversão, onde
a angústia e a solidão destruíram emocionalmente e provocaram feridas e marcas que
ainda afectam as atitudes presentes, podem ter um novo significado. O objectivo não é
apagar as memórias, mas mudar a atitude perante as situações. As memórias
permanecerão, mas não mais trarão a mesma angústia, nem influenciarão o
relacionamento com o próximo.
As feridas emocionais têm repercussões diversas, tanto no relacionamento com as outras
pessoas como na própria auto-imagem e bem-estar pessoal. Muitas feridas da alma
originam dores mais difíceis de suportar que as dores do corpo. Além das influências sobre
o mundo natural, o estado da lama afecta acentuadamente a vida espiritual e o
relacionamento com Deus.
Pensemos em algum exemplos… O conceito de pai afectará a forma como a pessoa
se relaciona com o Pai celestial. Se sempre conheceu um pai duro e exigente, terá
dificuldade em compreender a graça e a misericórdia divina. O conceito de fidelidade
afectará o conceito que se tem da fidelidade divina. Como compreender um Deus fiel,
quando só se conheceu infidelidade?!
Nos períodos de oração separe um tempo para trabalhar na restauração das suas
emoções. Pode utilizar de forma muito útil a oração mental, mas também o pode fazer
através da oração audível.
Sugestão de um exercício espiritual para restauração da alma:
Procure algum isolamento de forma a não haver interrupções. Pode optar por agir em
problemas específicos ou simplesmente reviver o passado juntamente como Senhor e ver-
se numa nova perspectiva, como filho do Todo Poderoso, sempre como Espírito Santo
envolvendo-o e consolando-o no seu amor.
Para problemas existentes, acerca dos quis é conhecida a causa, procure uma passagem
bíblica que se aplique à situação e medite na passagem visualizando simultaneamente a
circunstância. Veja-se vivendo a situação nos braços do Senhor, em paz, sem que nada
possa o possa magoar. Agradeça ao Senhor pela sua presença no seu passado e peça-lhe
para restaurar a sua alma. Poderá reviver a mesma experiência utilizando diversas
passagens bíblicas. Cada pessoa poderá alterar este exercício fazendo experiências e
seguindo o que der um melhor resultado.
Podemos estar certos de que o Senhor está especialmente interessado na
restauração da nossa alma, assim como o está na cura do nosso corpo. A obra da
redenção inclui também a restauração da alma. Como está escrito:
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.(IS 53.4-5)
O Messias Yahushua pagou o preço da nossa paz.
ORAÇÃO VOCAL E ORAÇÃO MENTAL
A oração vocal implica a emissão de palavras audíveis. Embora tenham origem na
mente, muitas vezes poder-se-á falar sem que a mente precise de concentrar toda a
atenção no que está a dizer. Isto pode acontecer facilmente na oração, uma vez que,
ainda que inconscientemente, acabamos frequentemente por repetir a mesmas frases.
A oração mental não emite palavras audíveis. As palavras permanecem na mente e
são dirigidas directamente para Deus. A mente é obrigada a concentrar-se na oração. Isto
não significa que não haverá distracções, mas que é um caminho para treinar a mente a
aquietar-se e concentrar-se. A oração mental tem ainda a vantagem de em qualquer lugar
poder colocá-la em prática, de forma privada e íntima.
A oração mental não é substituta da oração vocal. É uma extensão desta. Não ocupe
todo o tempo livre exclusivamente com a oração mental. Se precisa orar por questões
materiais, fazer intercessão ou guerra espiritual, use activamente a oração vocal. As suas
palavras farão a diferença se a sua língua é disciplinada e se crê ser possuidor de
autoridade do Filho de Deus nesta Terra. No entanto, se além das coisas terrenas, anela
pelas coisas celestiais, a oração mental pode ser um grande auxilio.
Se, pois, fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra. (Cl 3:1-2)
Quando nos referimos a oração, quer vocal ou mental, consideramos que esta tem
uma duração de algum tempo. Não é somente pequenos “desabafos” que temos com
Deus. O tempo considerado mínimo é subjectivo. Á medida que se vai crescendo em
ambos os tipos de oração a exigência e o desafio é cada vez maior. Na verdade, o lugar
da paixão espiritual atrai-nos cada vez mais, até que aqueles momentos se tornem o
máximo anseio na nossa vida.
ORAÇÃO MENTAL, ORAÇÃO CENTRANTE E MEDITAÇÃO CRISTÃ
Oração Mental é uma expressão muito geral, que pode englobar muitos tipos de
oração. Pode-se cantar em pensamento, orar em línguas espirituais ou humanas, pode-se
simplesmente ficar meditando na pessoa de Deus ou nas Escrituras Sagradas. O objectivo
é sempre a comunhão entre o nosso espírito e o Espírito de Deus, sem distracções
mentais ou outras.
A oração centrante e a meditação cristã são formas de oração mental. Haverá outras
que cada um poderá descobrir na sua aventura nos braços do Espírito Santo.
Oração Centrante
Meditação Cristã
Que a meditação seja palavra tão estranha aos ouvidos do Cristianismo moderno é um lamentável comentário sobre o seu estado espiritual. A meditação sempre permaneceu como uma parte clássica e central da devoção cristã, uma preparação decisiva para a obra de oração, e adjunto dessa obra. Sem dúvida, parte do surto de interesse pela meditação Oriental se deve ao fato de as igrejas terem abandonado o campo. Quão deprimente é, para um estudante universitário que busca conhecer o ensino cristão sobre a meditação, descobrir que há tão poucos mestres vivos da oração contemplativa e que quase todos os escritos sérios sobre o assunto têm sete séculos ou mais de idade. Não é de admirar que tal estudante se volte para o zen, para o ioga ou para a meditação transcendental.3 A meditação cristã vai muito além da noção de separação. Há necessidade de separação -“sabat de contemplação”, como diz Pedro de Celles, do século XII. Mas devemos prosseguir buscando a união. O afastamento da confusão toda que nos cerca é para que tenhamos uma união mais rica com Deus e com os demais seres humanos. A meditação cristã leva-nos à inteireza interior necessária para que nos entreguemos livremente a Deus, e para atacar os males sociais. Neste sentido, é a mais prática de todas as Disciplinas.4 Em realidade a meditação é a única coisa que pode suficientemente reorientar nossas vidas de sorte que possamos lidar exitosamente com a vida humana... Com frequência a meditação produzirá discernimentos profundamente práticos, quase mundanos. Advirá instrução sobre como relacionar-se com a esposa ou com o marido, sobre como lidar com este problemas delicado ou com aquela situação de negócio.5
3 FOSTER, Richard J., “Celebração da Disciplina, pág. 26 4 FOSTER, Richard J., “Celebração da Disciplina”, pág. 28 5 FOSTER, Richard J., “Celebração da Disciplina”, pág. 30
Talvez a mais comum de todas as concepções errôneas é considerar a meditação como uma forma religiosa de manipulação psicológica. Ela pode ter valor em fazer baixar nossa pressão sanguínea ou em aliviar a tensão. Ela pode até proporcionar-nos instrospecções significativas ajudando-nos a entrar em contato com nossa mente subconsciente. Mas a idéia de contato e comunhão reais com uma esfera espiritual de existência parece anticiêntifica e fantasiosamente irracional. Se você acha que vivemos em um universo puramente físico, considerará a meditação como um bom meio de obter um consistente padrão de onda cerebral alfa (a meditação transcendental tenta projetar exactamente esta imagem, o que a torna altamente apelativa para homens e mulheres seculares modernos.) Se, porém, você acredita que vivemos em um universo criado pelo Deus pessoal infinito que tem prazer em nossa comunhão com ele, você verá a meditação como comunicação entre o amante e o amado.6
6 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina”, pág. 31, 32
A MEDITAÇÃO ESOTÉRICA
Há, também, os que acham que a ideia cristã da meditação é sinónima do conceito de meditação centrada na religião Oriental. Em realidade, trata-se de mundos separados. A meditação oriental é uma tentativa para esvaziar a mente; a meditação cristã é uma tentativa para esvaziar a mente a fim de enchê-la. As duas ideias são radicalmente diferentes. Todas as formas orientais de meditação acentuam a necessidade de afastamento do mundo. Há ênfase sobre perder a personalidade e a individualidade e fundir-se com a Mente Cósmica. Há um anseio por libertar-se dos fardos e sofrimentos desta vida e ser-se colhido na felicidade que não requer esforço, suspensa, do Nirvana. A identidade pessoal perde-se numa fusão de consciência cósmica. A separação, o desligamento, é a meta final da religião Oriental. é um escape da roda miserável da existência.7
A meditação esotérica tem origem no Oriente.8 Consiste no esvaziar da mente para
contactar o Eu Superior dentro do homem. Isto nada mais é do que o contacto do homem
com o seu próprio espírito. O relaxamento e o silêncio trazem benefícios físicos e
psíquicos, e tudo seria óptimo se, em muitos casos, paralelamente à meditação, não
fossem introduzidos subtilmente mantras em sânscrito (indiano antigo) invocando deuses
hindus. Por outro lado, a meditação abre o indivíduo para o mundo espiritual. Sem a
protecção do Espírito Santo fica-se à mercê dos espíritos demoníacos e todas as entidades
espirituais malignas. Aquilo que poderia ser um benefício, torna-se uma maldição.
A forma de meditação mais popular é o Yoga. Em sânscrito, esta palavra significa
literalmente “união com Brâman”. Brâman é o deus hindu caracterizado pela força
energética que habita em todas as criaturas vivas. O Yoga tem por objectivo levar o
praticante a tomar conhecimento e fazer contacto com a divindade dentro de si.
Ao conduzir a mente ao vazio, o praticante permite que outras entidades tomem o
controlo da sua mente. Existem testemunhos de casos em que se chegou à loucura e
internamento em instituições mentais. Algumas técnicas, como a meditação dinâmica, que
está ligada à hiperventilação9 do organismo conduzem a um descontrole mental total,
semelhante à lavagem cerebral. Os praticantes alheiam-se da realidade para esquecerem
os problemas ao invés de procurar resolvê-los.
Ao contrário da meditação esotérica, a meditação cristã é um meio de resolver
problemas e não apenas de os esquecer ou ignorar. Deus é a única solução dos problemas
e só ele pode dar-nos a solução. O Espírito de Deus, habitando no nosso espírito pode
7 FOSTER, Richard J., “Celebração da Disciplina”, pág. 28 8 http://www.apaz.com.br/mensagens/meditacao.shtml 9 respiração propositadamente forte e acelerada
transmitir-nos a forma de curarmos traumas e feridas emocionais, assim como resolver as
situações mais triviais da nossa vida.
A meditação cristã envolve a invocação do único Deus criador e do seu Espírito
Santo, através do único caminho que a Ele conduz: Yahushua, o verdadeiro Messias e o
Senhor que veio em carne e ressurgiu. Ele é o único caminho e não um caminho, como
ensinam as religiões orientais, procurando dar outros meios de chegar ao Deus criador.
Yahushua não foi um dos corpos onde o Messias encarnou, além de outros como Buda.
Buda foi um homem sábio. Yahushua foi a encarnação, única e não repetida, do Filho de
Deus, morto uma só vez, mas ressuscitado para a eternidade, como está escrito:
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem...(I Tm 2:5) ... todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós também.(I Co 8:6)
Porque, se pela ofensa de um só, a morte veio a reinar por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. (Rm 5:17) Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.(Jo 14:6)
A oração mental nas suas diversas formas, pretende controlar a mente e não
esvazia-la de tudo. Os pensamentos que não se enquadram no contexto de Fp 4:8 devem
ser rejeitados. A meditação pode ser um auxílio para direccionar a mente para aquilo que
se considera importante. A mente é o meio que satanás usa para tentar o homem. Desta
forma não está interessado que tenhamos domínio sobre a nossa mente. Isto significa
resistência às suas setas inflamadas de medo, dúvida, depressão e todo o tipo de
tentação.
OS MANTRAS E A ORAÇÃO MENTAL
As religiões e filosofias orientais que praticam meditação, incentivam a repetição de
“mantras”, para auxilio na concentração. A palavra “mantra” significa “libertação da
mente” em sânscrito10. Muitos mantras são invocações de deuses. Na realidade um
mantra não é mais que uma oração repetida. Na Bíblia, Deus dá-nos um mandamento:
louvá-lo e bendizê-lo em todo o tempo (Sl 34:1).
Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir. E, sempre que os seres viventes davam glória e honra e acções de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam ao que vive pelos séculos dos séculos; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas. (Ap 4:8-11)
Os seres viventes não descansam de repetir a mesma expressão de adoração a Deus. Da
mesma forma os vinte e quatro anciãos respondem com outra expressão continuamente.
Isto nada é mais que um mantra: uma invocação contínua, sem interrupções. No entanto,
para não ferir susceptibilidades, chamar-lhe-emos de “oração repetida” no contexto da
oração mental.
Isto nada tem a ver com a orientação que o Senhor nos deu: “E, orando, não useis
de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão
ouvidos.” (Mt 6:7). Quando está comunicando com o Pai, não precisa de repetir um
pedido muitas vezes, porque ele ouve a primeira vez. No entanto, por exemplo, quanto ao
louvor, pode repetir-lhe louvores o quanto desejar e pode repetir que o ama vezes sem
fim.
Se eu desejo aquietar-me para ouvi-lo, mas a mente “foge”, então obedecer ao
mandamento de louvá-lo continuamente pode servir também de treino para a mente no
concentrar-se em Deus. Se alguém optar por uma oração repetida audivelmente, terá
mais dificuldades em aquietar a mente, porque embora a boca fale, a mente pode pensar
em outra coisa. Logo prefiro repetir apenas em pensamento. Desta forma a mente será
domada com menos dificuldades. As dificuldades permanecerão, mas serão atenuadas.
10 http://www.apaz.com.br/mensagens/meditacao.shtml
Continuará sendo necessária muita perseverança e dedicação, mas principalmente grande
anseio pela presença de Deus.
ORAÇÃO MENTAL NA HISTÓRIA DO CRISTIANISMO
A Igreja, corpo místico do Messias tem crescido ao longo dos séculos, não apenas
em número, mas também na sua maturidade espiritual. O Espírito Santo é como a ama
dedicada e persistente que prepara a noiva até chegar o grande momento, a união ao
noivo esperado. Desta forma, o Espírito tem levado a Igreja a experimentar diversas
mudanças ao longo da História. Nenhuma revelação antiga é de desprezar, apenas por
conter imperfeições. Diversos autores cristãos viveram vidas consagradas e dedicadas
exclusivamente ao Senhor. Doutrinariamente, muitos tinham imperfeições, mas foram
exemplos de vida e de intimidade com Deus. Tinham erros na cabeça, mas estavam certos
no coração, para onde o Senhor olha...
Os escritores cristãos através dos séculos têm falado de um modo de ouvir Deus, de comunicar-se com o Criador do céu e da terra, de experimentar o Amado Eterno do mundo. Pensadores tão excelentes como Agostinho, Francisco de Assis, François Fénelon, Madame Guyon, Bernardo de Clairvaux, Francisco de Sales, Juliana de Norwich, Irmão Laurence, George Fox, John Woolman, Evelyn Underhill, Thomas Merton, Frank Laubach, Thomas Kelly e muitos outros falam deste caminho mais excelente.11
AUTORES A ESTUDAR:
João Cassiano
Teresa D’Ávila
Santa Teresa de Lisieux
S. João da Cruz
Catarina de Sena
S. Boaventura
Francisco de Assis (e Sto António)
S. Basílio (sec. IV – Igreja Ortodoxa)
11 FOSTER, Richard J., “Celebração da Disciplina”, pág. 27
A ORAÇÃO MENTAL NA BÍBLIA
Certamente que a meditação não era coisa estranha aos autores das Escrituras. “Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde” (Gênesis 24:63). “No meu leito, quando de ti me recordo, e em ti medito, durante a vigília da noite” (Salmo 63:6). Essas eram pessoas chegadas ao coração de Deus. Deus lhes falava, não porque elas tivessem capacidades especiais, mas porque estavam dispostas a ouvir. Os Salmos, praticamente cantam das meditações do povo de Deus sobre a lei do Senhor: ”Os meus olhos antecipam as vigílias noturnas para que eu medite nas tuas palavras” (Salmo 119:148). O salmo introdutório do Saltério inteiro chama o povo todo a imitar o homem “bem-aventurado”, cujo “prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmo 1:2).12
Gn 24:63 (a palavra no hebraico é diferente)
Js 1:8 (Falar, meditar e fazer a Lei)
Sl 1:2
Sl 19:14
39:3
48:9
49:3
104:34
119:23,27,48,78,97,99
145:5
Pv15:28
Pv 24:2
Ec 12:9
- Ana
- Orar sem cessar; orando em todo o tempo
- Salmos
NOTA: ESTE CAPÍTULO É PARA ABORDAR A ORAÇÃO MENTAL E NÃO A ORAÇÃO CONTÍNUA, ESTA SERÁ
ABORDADA MAIS À FRENTE...
12 FOSTER, Richard J., “Celebração da Disciplina”, pág. 27
PREPARAÇÃO PARA A ORAÇÃO MENTAL
Sempre que possível deve haver um tempo de preparação para a oração mental. A
duração depende da disponibilidade, mas pode ser um tempo normal de estudo da Bíblia,
oração vocal, seguido de louvor e adoração. Cada um tem a sua forma própria de ocupar
o seu tempo devocional. O ideal é começar a prática da oração mental no final do tempo
de oração que já é habitual. Se alguém não tem esse hábito ou disciplina de um tempo
devocional diário, é urgente que comece, pois a sua vida espiritual está condenada ao
deserto árido sem a oração, seja ela de que tipo for.
No que diz respeito à oração mental, embora se possa começar com dez minutos
nas primeiras vezes, o ideal serão períodos de vinte minutos no mínimo.
Deverá procurar-se uma posição confortável, que não canse o corpo, mas que não
o faça adormecer. Não existem regras rígidas. Nas religiões orientais é muito utilizada a
posição de lótus. A posição que der o máximo conforto, de forma a distrair-se o mesmo
possível, será a melhor. Qualquer posição que impeça a circulação do sangue em alguma
parte do corpo provocará incómodo passado pouco tempo. Faça experiências e escolha a
posição mais adequada.
Normalmente é conveniente fechar os olhos, mas, se tiver acesso a algum lugar
próximo da natureza, onde consiga isolar-se, ao contemplar a criação sentir-se-á muito
perto do Criador.
COMBATENDO A DISTRAÇÃO
Há três grupos de distracções frequentes: 1) aquilo que o preocupa; 2) aquilo que
deseja ter ou ser; 3) aquilo que precisa fazer. Mentalmente, decida não ser incomodado
por nenhum destes pensamentos e entregue-os ao Senhor. Nunca se esqueça de pedir o
auxílio do Espírito Santo, antes de iniciar a oração mental! Depois poderá optar por
diversas formas de concentrar a sua mente exclusivamente em Deus. Por exemplo poderá
orar mentalmente em línguas espirituais, repetir um louvor com poucas palavras ou outra
expressão como Maranatha... Gosto especialmente de cantar em pensamento um coro
que diz somente Aleluia! Mas também simplesmente invocar o Nome Sagrado na sua
pronúncia: YaHu.
Escolha uma forma diferente nas primeiras experiências e fique algum tempo com a
mesma. Aquele que melhor mantiver a sua mente aquietada será a indicada. Procure
elevar o seu coração para o Pai, colocando-se sem medo na mão do Espírito. Sempre que
a mente pensar em coisas que não a pessoa de Deus, utilize a oração repetida que
escolheu para se concentrar.
A IMAGINAÇÃO
A imaginação funciona continuamente na mente humana. Se tomarmos atenção,
grande parte do que pensamos vem associado a imagens. Visualizamos acções passadas e
criamos cenas que nunca existiram. Imaginamos constantemente algo... Tal como os
pensamentos, as imagens surgem-nos como vindas dos nada, no entanto elas vêm com
um motivo. Estão ligadas àquilo que está armazenado na mente e no espírito.
Se soubermos controlar as imagens, paralelamente aos pensamentos, fluiremos
melhor na oração mental. Richard Foster diz mesmo que imaginar e sonhar é já dar os
primeiros passos na meditação: “Qualquer pessoa capaz de abrir o poder da imaginação
pode aprender a meditar. Se formos capazes de dar ouvidos aos nossos sonhos, já
estaremos dando os primeiros passos.”13.
Entra-se com muito maior facilidade no mundo interior da meditação pela porta da imaginação... Alguns raros indivíduos talvez possam exercer a contemplação num vazio sem imagens, mas a maior parte de nós sentimos necessidade de estar mais profundamente arraigados nos sentidos. Jesus ensinou assim, fazendo constante apelo para a imaginação e para os sentidos. 14
Quando estiver adorando a Deus e quando estiver em meditação experimente
visualizar as passagens que descrevem o Trono como as seguintes:
No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o templo. Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas cobria os pés e com duas voava. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória. (Is 6:1-3) Imediatamente fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono; e aquele que estava assentado era, na aparência, semelhante a uma pedra de jaspe e sárdio; e havia ao redor do trono um arco-íris semelhante, na aparência, à esmeralda. Havia também ao redor do trono vinte e quatro tronos; e sobre os tronos vi assentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco, que tinham nas suas cabeças coroas de ouro. E do trono saíam relâmpagos, e vozes, e trovões; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete espíritos de Deus; também havia diante do trono como que um mar de vidro, semelhante ao cristal; e ao redor do trono, um ao meio de cada lado, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás; e o primeiro ser
13 FOSTER, Richard L., “Celebração da Disciplina”, pág. 29 14 FOSTER, Richard L., “Celebração da Disciplina”, pág. 37
era semelhante a um leão; o segundo ser, semelhante a um touro; tinha o terceiro ser o rosto como de homem; e o quarto ser era semelhante a uma águia voando. Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir. E, sempre que os seres viventes davam glória e honra e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam ao que vive pelos séculos dos séculos; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas. (Ap 5:2-11)
Deixe envolver-se pela atmosfera celestial e participe na adoração dos vinte e quatro
anciãos e dos seres viventes.
A PERSISTÊNCIA
Ninguém deveria empreender a meditação meramente por derivativo ou porque outros a estejam praticando. Os que nela entram com tibieza, certamente vão falhar. P. T. Rorhbach escreveu: “ A melhor preparação geral para a meditação bem-sucedida é uma convicção pessoal de sua importância e uma firme determinação de perseverar na sua prática” Como qualquer trabalho sério, ela é mais difícil nas fases de aprendizado; uma vez que nos tornamos peritos- artífices- ela passa a fazer parte de nossos padrões de hábitos estabelecidos.15 Não desanime se no princípio suas meditações não tiverem significado. Você está aprendendo uma arte para a qual não recebeu preparo algum. Nem a nossa cultura nos incentiva a desenvolver essa habilidades. Você estará indo contra a maré, mas tenha ânimo; sua tarefa é de valor imenso... Contudo, a meditação não é um ato simples, nem pode ser completada da forma como se completa a construção de uma cadeira. É um modo de vida. Você estará constantemente aprendendo e crescendo à medida que penetra as profundezas interiores.16
Muitas vezes, quando parecia cair continuamente nos mesmos erros, cantei:
Não vou desistir de chegar a Ti ... Não vou desistir de chegar a Ti ...
O Justo cai sete vezes e se levanta,
se peca pede perdão... Não vou desistir
Não vou desistir de chegar a Ti ... Não vou desistir de chegar a Ti ...
É necessário possuirmos uma certa teimosia que nos faz insistir em mudar. Deus nunca
desiste dos seus queridos. Quem pode desistir somos nós... Mas “não vou desistir...”.
15 FOSTER, Richard L., “Celebração da Disciplina”, pág. 30 16 FOSTER, Richard L., “Celebração da Disciplina”, pág. 46
PRECAUÇÕES NA PRÁTICA DA ORAÇÃO MENTAL
Este é uma tema de extrema importância. Quem não tiver um profundo
conhecimento da Bíblia, uma sã doutrina e uma alma com suficiente domínio próprio,
poderá não saber controlar-se na área das experiências espirituais. A emotividade, onde
existe a carência afectiva consegue produzir uma infinidade de experiências que ao invés
de aproximarem a pessoa de Deus, cegam-na e viciam-na num espiritualismo enganoso.
Conhecer a Palavra de Deus é essencial.
A meditação não é um caso isolado para estas situações. Qualquer método de
aprofundamento espiritual torna-se perigoso se houver pecado ou ausência do Espírito.
Mesmo um nascido de novo deve ter cuidado, se tiver portas de pecado abertas. O diabo
entrará se houver abertura. Retiros espirituais envolvendo oração e jejum intensos
poderão fazer maravilhas na comunhão com Deus, mas se não houver protecção, poderão
por em perigo aquele que os pratica. Por isso, jejuns prolongados, isto é, superiores a três
dias, só deverão ser realizados por orientação divina e nunca se houver uma situação de
pecado consciente. Assim também quanto à meditação em níveis profundos, não deverá
haver uma consciência clara de pecado ou conhecimento de alguma outra porta aberta.
Se durante a prática de Oração Mental sentir mau estar deverá interromper e
procurar ajuda. Talvez simplesmente precise de ser acompanhado no inicio ou poderá ser
um problema espiritual mais grave até aí encoberto. Procure um cristão com maturidade,
de preferência que tenha experiência na área de oração mental. Assim poderá
compreender melhor a sua situação.
PRÁTICA DE ORAÇÃO MENTAL
É impossível aprender, através de um livro, a arte de meditar. Aprendemos a meditar, meditando.17
17 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina”, pág. 34
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
SUGERIDOS POR FOSTER18
A meditação inicia-se com um período diário de cinco a dez minutos para aprender a
acalmar-se e a concentrar-se:
• Exercício 1: palmas para baixo (entregando todos os medos e ansiedades), palmas
para cima (recebendo de Deus a solução para alguma necessidade), passando o restante
tempo em silêncio, sem pedir nada, apenas recebendo o amor divino.
• Exercício 2: numa posição confortável, toma-se consciência da respiração, expira-se
profundamente, com a cabeça para trás, entregando medos e preocupações, inspira-se
profundamente, com a cabeça pendendo para a frente, recebendo a paz e vida de Deus,
permanecendo depois em silêncio.
Encerrar cada meditação com acções de graças. Após alguns dias, acrescentar aos
exercícios anteriores cinco ou dez minutos uma meditação acerca de um aspecto da
criação, como árvores, pássaros, nuvens ou outro. Deve-se fazê-lo em espírito de oração.
• Exercício 3: após algumas semanas, adicionar-se-á a meditação nas Escrituras.
A meditatio Scripturarum é considerada por todos os mestres como o fundamento normal da vida interior. Ao passo que o estudo das Escrituras se concentra na exegese, a meditação das Escrituras concentra-se em internar e personalizar a passagem. A Palavra escrita torna-se uma palavra viva endereçada a você.19
Escolha uma passagem e passe dias com a mesma. Aplique todos os sentidos, procurando
viver a experiência bíblica. Sinta os cheiros, ouça todos os sons, sinta o vento,... Coloque-
se como uma personagem vivendo a mesma situação dos personagens bíblicos. Não
analise as palavras, receba apenas o amor que lhe é dirigido e desfrute esse amor
incomparável. Foster dá uma explicação maravilhosa acerca da importância da imaginação
na meditação das Escrituras:
18 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina”, pág. 40 a 46 19 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina”, pág. 42
Ao entrar na história, não como um observador passivo, mas como um participante ativo, lembre-se de que uma vez que Jesus vive no Agora eterno e não é limitado pelo tempo, o acontecimento do passado é uma experiência viva no tempo presente para ele. Daí, você pode realmente encontrar o Cristo vivo no acontecimento, ser alcançado por sua voz e ser tocado por seu poder curador. Isto pode ser mais do que um exercício da imaginação; pode um autêntico confronto. Jesus Cristo realmente virá a você.
• Exercício 4: outra forma de meditação com objectivo de conduzir o praticante a uma
comunhão intima com o Pai.
Imagine-se numa floresta, caminhando devagar. Pare para apreciar o que o rodeia,
utilizando os cinco sentidos. Comece como se fosse alguém observando-o a si na
caminhada e depois assuma a perspectiva de quem está a andar. Quando conseguir viver
a experiência com todos os sentidos, chegará a uma bela colina cheia de relva. Caminhe
observando o local e depois deite-se olhando para o céu. Deleite-se, agradecendo ao
Criador. De seguida siga as instruções seguintes de Foster:
Pouco depois há um anelo de entrar nas regiões superiores além das nuvens. Na imaginação, deixe que seu corpo espiritual, brilhante de luz, saia do corpo físico. Olhe para trás a fim de ver-se deitado na grama; acalme o corpo dizendo-lhe que você voltará em breve. Imagine o eu espiritual, vivo e vibrante, subindo pelas nuvens e entrando na atmosfera. Observe o corpo físico, a colina, e a floresta distante à medida que você deixa a terra. entre mais e mais no espaço exterior até que nada haja, exceto a cálida presença do Criador eterno. Descanse em sua presença. ouça silenciosamente , prevendo o imprevisto. Observe cuidadosamente qualquer instrução dada. Com o tempo e experiência você poderá distinguir prontamente entre o mero pensamento humano que pode aflorar à mente consciente e o Verdadeiro Espírito que interiormente se move sobre o coração.20
Pode não haver palavras, a troca de amor na presença do amado é o mais importante.
Agradeça ao Senhor e regresse suavemente ao seu corpo físico. De seguida percorra de
novo caminho, regressando do passeio revigorado física e espiritualmente.
20 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina”, pág. 44,45
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
DE S. INÁCIO DE LOYOLA
CONHECENDO O MEU ESPÍRITO
A oração mental permite aproximar a mente do espírito afastando-a dos desejos da
carne. Ao aproximar-se do meu espírito, estou a conhecer-me a mim própria.
Qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus.(I co 2:11)
O nosso espírito registou toda a informação desde a nossa concepção. Nele estão
guardados todos o acontecimentos agradáveis e desagradáveis, mesmo os que julgámos
ter esquecido.
Sendo Jesus interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Ei-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós. (Lc 17:20-21)
O conhecimento do espírito desempenha um papel preponderante na árdua tarefa
que é a restauração da alma.
OUVINDO O ESPÍRITO SANTO
Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra.(Sl 46:10)
Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças.(Dt 6:4-5)
O primeiro de todos os mandamentos começa com “Ouve ó Israel”. Antes de amarmos a Deus precisamos aprender a ouvi-lo. Depois, que ele seja o único Senhor na nossa Vida. Ouvir a Deus implica que eu me abandone à sua presença, ao seu querer, ao seu amor... “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus...”(Sl 46:1) repete o convite: sossegar a alma para ouvi-lo, conhecê-lo e reconhecê-lo como Deus e Senhor. Aquietar-se e ouvir implica tempo. Não me posso aquietar e ouvir sem tempo... Preciso tempo para ouvir, para conhecer, para amar...
Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão! e o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e deleitai-vos com a gordura. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei um pacto perpétuo, dando-vos as firmes beneficências prometidas a Davi. (Is 55:1-3)
“Todos os que tendes sede, vinde às águas... Inclinais os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi e a vossa alma, viverá...” É necessário ter sede... Só quem tem sede pode responde ao “Vinde” divino, ao convite a ouvir a sua voz... Só quem tem sede encontra tempo para se aquietar, para inclinar os ouvidos e abandonar-se nele...
Parece tão difícil levar as pessoas a crer que elas podem ouvir a voz de Deus. Membros da igreja do Salvador, em Washington, D. C., vêm fazendo experiências neste campo por algum tempo. Concluem ele: “Pensamos que somos gente do século vinte e do século vinte e um; não obstante, temos insinuações de que é possível receber instruções tão claras quanto aquela dada a Ananias,... ‘Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita’ .” Porque não? Se Deus está vivo e ativo nos negócios humanos, por que não pode sua voz ser ouvida e obedecida hoje? Ela pode ser e é ouvida por todos quantos o conhecem como presente Mestre e Profeta.21
Pelo que, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto,... ( Hb 3:7-8)
21 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina”, pág. 34
A ORAÇÃO MENTAL E A CONTEMPLAÇÃO
A contemplação é o auge da meditação e oração. Há uma abstracção do ambiente e
do próprio “eu”. Tudo se volta para Deus e espiritualmente podemos contemplá-lo. Pode
seguir-se de um êxtase.
Constantemente o Senhor nos exorta a buscarmos a sua Face.
Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei. (Sl 27:8)
A contemplação também pode ser atingida através da oração e adoração vocais.
Porém, uma vez que a oração mental visa, em parte, calar os sentidos, conduz por si à
abstracção do meio ambiente e da própria pessoa que a pratica.
DA ORAÇÃO MENTAL PARA A ORAÇÃO CONTÍNUA
Uma vez convencidos de que necessitamos separar momentos específicos para a contemplação, devemos prevenir-nos contra a noção de que praticar certos atos religiosos em determinadas horas significa que estamos finalmente meditando. Esta é uma obra para a vida toda. É um trabalho de vinte e quatro horas por dia. A oração contemplativa é um modo de vida. “Orai sem cessar”, exortou Paulo (I Tessalonicenses 5:17).22
...com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos...(Ef 6:18)
Ef 6:18 exorta-me a orar em todo o tempo. Parece algo impossível! Ou será que a
minha mente precisa ser renovada e treinada para eu o poder fazer?
A Oração Mental em períodos estabelecidos pela disciplina pessoal, conduzirão a uma
mente mais controlada, de forma que, mesmo nas tarefas do dia a dia, no emprego ou na
rua, será possível conseguir tempos crescentes de oração, tendo como objectivo máximo a
oração contínua.
Bendirei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca. (Sl 34:1) Confiai nele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio. (Sl 62:8) Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente. (I Cr 16:11)
Davi, pois, deixou ali, diante da arca do pacto do Senhor, Asafe e seus irmãos, para ministrarem continuamente perante a arca, segundo a exigência de cada dia.(I Cr 16:37)
A oração contínua começa com o desejo de permanecer continuamente na presença
do Pai, acompanhado da atitude de dependência do Espírito. O melhor amigo da oração
permanente é o silêncio. Não apenas o silêncio à minha volta, mas o silêncio da minha
alma: o silêncio da minha mente, das minhas emoções, da minha boca... Muitas vezes
conseguimos o silêncio exterior, mas não o interior!
A oração contínua só é conseguida por quem tem uma mente controlada, sujeita e
santificada. Devemos começar pela oração mental em períodos pequenos e ir
aumentando, em direcção à oração contínua. É um desafio grande, mas um alvo possível!
Deus não nos impõe objectivos impossíveis, mas ainda que assim fosse, para o Espírito
em nós, não há impossíveis. A oração contínua é um objectivo de maturidade, como a
22 FOSTER, Richard L., “Celebração da Disciplina” pág. 35
santidade, o amor, a sensibilidade ao Espírito,... Se achar que não vai conseguir, não vai
mesmo! No entanto, se crer que aquele que ressuscitou Yahushua dos mortos habita em
si e pode aperfeiçoa-lo até á estatura perfeita do Mashiach, seja bem-aventurado! Esta é
uma guerra maior que todas as guerras! Vencermos a nós próprios é o maior desafio para
os homens...
ANDANDO NO ESPÍRITO
Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. (Gl 5:25) Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça da carne. (Gl 5:16)
"Andando no Espírito" é uma expressão muito bonita e à qual qualquer nascido de
novo gostaria de ser associado. Mas é muito mais que isso, e a renúncia que implica faz
muitos ficarem pelo "rótulo" sem que o "conteúdo" lhe corresponda. Aparentar "andar
pelo Espírito" é bastante diferente de andar verdadeiramente no Espírito. Muitas vezes
aproximar-se-á até do oposto. Quantas vezes para obedecermos a Deus teremos que
desagradar aos homens!… Aquele que decide andar pelo Espírito, é quase sempre
incompreendido e considerado estranho.
Andar no Espírito implica ser guiado pelo Espírito ( ). Quando conduzimos um
automóvel, ele dirige-se para onde nós queremos, não é autónomo, nunca se move a não
ser que o condutor assim o decida. Era isto que acontecia com Israel no deserto. Quando
a nuvem parava sobre o Tabernáculo, o povo permanecia no mesmo lugar o tempo que
fosse necessário, até que a nuvem se erguesse de novo. Então levantavam as tendas e
seguiam a nuvem para onde ela os levava ( ). Foi isto que o Senhor disse a Nicodemos
acerca do nascido de novo: "…assim …"( ). Isto é ser guiado pelo Espírito. Podemos ser
instruídos acerca da nossa vida pessoal, em como resolver problemas específicos, acerca
da forma como ajudar alguém, ou ter um entendimento revelado acerca das Escrituras.
O Espírito Santo poderá guiá-lo para o "deserto" para ser tentado pelo diabo, como
aconteceu com o Messias (Mt 4:1-11). Ele não prova ninguém com enfermidades, nem
com a morte de familiares, nem outras atrocidades diabólicas23. "O ladrão veio para
matar, roubar e destruir, mas Yahushua veio para que tenhamos vida e vida com
abundância" ( ). Yahushua veio à Terra para libertar o homem do pecado e da
enfermidade. No entanto, podemos ser provados acerca da forma como usamos o poder
de Deus em nós derramado.
Yahushua foi conduzido pelo Espírito ao deserto e em jejum prolongado foi
confrontado pelo diabo que vencera o primeiro homem e conseguira a queda de anjos.
"Transformar pedras em pães" foi a primeira tentação. Após quarenta dias de jejum, o 23 Para quem pensa que Job é um exemplo de uma provação por enfermidade, tenho apenas a dizer que Job não era redimido pelo sangue do Messias nem tinha autoridade sobre satanás como tem o homem redimido. Quem não se considera redimido da enfermidade nem possuidor da autoridade do Espírito, realmente está na mesma posição de Job. Desenvolvo este tema num estudo intitulado "O Síndrome de Job".
limite que o homem pode suportar, o Senhor teve fome. Esta fome não é uma fome
comum, mas é a fome verdadeira da carne, quando todas as reservas do organismo se
esgotaram e as células vivas começas a ser destruídas. Para alguns indivíduos pode
acontecer antes dos quarenta dias, normalmente será a partir dos 21 dias. Esta fome
envolve dor física e todo o corpo clama por alimento! Foi aqui que satanás entrou em
acção e a tentação foi a utilização do poder do Espírito para antecipar a satisfação da
carne.
Poderíamos pensar: “Não seria legítimo, após quarenta dias de jejum, usar o poder
para se alimentar?”. Foi o Espírito que conduziu Yahushua ao deserto e ao jejum, então
seria o Espírito a guiá-lo a alimentar-se, não o diabo ou a força do desejo da carne. Mais
tarde teria de deixar morrer a sua carne... Se cedesse aqui, significaria que cederia
depois. Precisava vencer, ainda que até à morte!
Em vez de deixar-se vencer pela carne, Yahushua, responde “Nem só de pão vive o
homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Aquele que já vivia, antes de se
ter tornado homem, podia dizer que “a vida do homem não se resume à vida da carne”. O
pão traz vida à carne, mas a Palavra vivifica o espírito. A carne não vive para sempre, mas
o espírito permanece, porque foi gerado pela Palavra criativa de Deus.
Satanás tentou-o novamente. Se caísse do pináculo do templo, nada lhe sucederia, e
citou o Salmo 91. Desta vez a tentação foi a utilização do poder para trazer fama e
reconhecimento entre o seu povo. Agora o ataque foi ao nível da alma. O Messias veio
para ser rejeitado e desprezado, no entanto como homem, as suas emoções reagiam
como qualquer outro homem. O desejo de ser aceite e amado fez das palavras do diabo
uma verdadeira tentação: bastaria “cair do céu” e todos o receberiam como o rei de
Israel.
O Senhor recusou utilizar o poder para obter fama. Os seus discípulos seriam aqueles
que o Pai lhe traria.
Por fim, satanás agiu na esfera espiritual. Yahushua permanecia divino em seu
espírito, na sua essência. “Se prostrado me adorares” terás a adoração de todos os
homens. O diabo como príncipe deste mundo podia prometer-lhe isso. O Pai enviou-o para
morrer... Assim, não seria mais necessário ir à cruz, passando pelo sofrimento da morte. O
Filho de Deus, sujeito a satanás e satanás seria deus sobre Deus!...
A resposta foi “ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás”. Parafraseando:
“Não te devo adoração, vou vencer-te e serás tu a adorar-me”.
Não se pode ser guiado pelo Espírito sem ouvir a voz do Espírito.
Não se pode ouvir o Espírito sem ter comunhão com Espírito.
Quem anda no Espírito pode ser canal do poder do Espírito. Andar no Espírito é
muito distinto de ser apenas habitação de Deus. Pode-se ter a presença, mas não ter a
manifestação. Embora exista uma experiência de salvação, se não houver a manifestação
da presença, a vida prática do próprio e do próximo não será muito afectada.
Em Isaías 61, está escrito:" ". O Messias identificou-se com esta passagem na
sinagoga (). Depois disse "Aquele que crê em mim fará as mesmas obras que eu faço e as
f…." e ainda "…Espírito".
O homem, que é canal da unção divina, é uma cooperador de Deus ().
Quando se tem comunhão com o Espírito, aprende-se a ouvir o Espírito de forma a
ser-se guiado por ele. Então podemos andar no Espírito e operar no poder do Espírito,
quando o Espírito nos possui e não nós ao Espírito.
A IMPORTÂNCIA DO SILÊNCIO
Ali entrou numa caverna, onde passou a noite. E eis que lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: Que fazes aqui, Elias? Respondeu ele: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor Deus dos exércitos; porque os filhos de Israel deixaram o teu pacto, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu, somente eu, fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem. Ao que Deus lhe disse: Vem cá fora, e põe-te no monte perante o Senhor: E eis que o Senhor passou; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto, porém o Senhor não estava no terremoto; e depois do terremoto um fogo, porém o Senhor não estava no fogo; e ainda depois do fogo uma voz mansa e delicada. E ao ouvi-la, Elias cobriu o rosto com a capa e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. E eis que lhe veio uma voz, que dizia: Que fazes aqui, Elias?(I Rs 19:9-13)
Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. (Mt 6:6) Se estivermos constantemente entusiasmados com a atividade frenética, não poderemos estar atentos nos instantes de silêncio interior. Uma mente perseguida e fragmentada por assuntos externos dificilmente está preparada para a meditação. Os Pais da igreja frequentemente falavam do Otium Sanctum: “ócio santo”. Isso quer dizer um senso de equilíbrio na vida, uma capacidade de estar em paz durante as atividades do dia, uma capacidade de descansar e separar tempo para desfrutas da beleza, uma capacidade de regular nosso próprio passo.24 Devemos entender a ligação que há entre solitude interior e silêncio interior. Os dois são inseparáveis. Todos os mestres da vida interior falam dos dois de um só fôlego... Diz um antigo provérbio: ”O homem que abre a boca, fecha os olhos!”. A finalidade do silêncio e da solitude é poder ver e ouvir. O controle, e não a ausência de ruído, é a chave do silêncio. Tiago compreendeu claramente que a pessoa capaz de controlar a língua é perfeita (Tg 3:1-12). Sob a Disciplina do silêncio e da solitude aprendemos quando falar e quando refrear-nos de falar. A pessoa que considera as Disciplinas como leis, sempre transformará o silêncio em algo absurdo: “Não falarei durante os próximos quarenta dias!” Esta é sempre uma grave tentação para o verdadeiro discípulo que deseja viver em silêncio e solitude. Thomas de Kempis escreveu: “É mais fácil estar totalmente em silêncio do que falar com moderação.” O sábio pregador de Eclesiastes disse que há “ tempo de estar calado, e tempo de falar” (Eclesiastes 3:7). O controle é a chave.25 Do mesmo modo, uma pessoa que está sob a disciplina do silêncio é a que pode dizer o que necessita ser dito no momento em que precisa ser dito. “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Provérbios 25.11). Se ficamos calados quando deveríamos falar, não estamos vivendo na Disciplina do silêncio. Se falamos quando deveríamos estar calados, novamente erramos o alvo.26 A língua é nossa mais poderosa arma de manipulação. Uma frenética torrente de palavras flui de nós porque estamos num constante processo de ajustar nossa imagem pública.
24 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina” pág.35 25 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina” pág. 122 26 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina” pág. 123
Tememos muito o que pensamos que as outras pessoas vêem em nós, de modo que falamos a fim de corrigir o entendimento delas. Se fiz alguma coisa errada e descubro que você sabe disso, serei muito tentado a ajudá-lo a entender minha ação! O silêncio é uma das mais profundas Disciplinas do Espírito simplesmente porque ela põe um paradeiro nisso. Um dos frutos do silêncio é a liberdade de deixar que nossa justificação fique inteiramente com Deus. Não temos necessidade de corrigir os outros.27
Devemos tirar partido dos pequenos momentos a sós, por exemplo aquele tempo na
cama antes que a família acorde, a caminhada para o trabalho, o tempo que se passa no
trânsito, ou quando no final do dia de trabalho de dirige à escola dos seus filhos, para os
trazer para casa. Aproveite pequenos tempos, procure-os e achá-los-á, eles existem, mas
muitas vezes ignoramo-los, como acontece com a banal ida a um WC, que pode ser um
momento de pausa, se tiver as condições necessárias para lá permanecer uns minutos.
Usufrua de cada pausa e relaxe-se... Tenha uma palavra de louvor a Deus e deleite-se na
sua paz...
Há uns anos atrás, quando jamais imaginaria que um dia estaria escrevendo acerca de
oração mental, do meu tempo devocional surgiu um cântico novo cuja letra é a seguinte:
Na paz do silêncio, ouve-se a Tua voz. Na paz do silêncio, moves-Te em nós.
Na paz do silêncio...
A voz da verdade, a voz da rectidão... A voz do amor, a voz do perdão...
Na paz do silêncio...
Quando me calo, Tu falas. Quando me aquieto, tu andas e transformas.
Na paz do silêncio...
Note seu senso de temor de que as pessoas entendam mal por que você fez o que fez. Tente deixar que Deus seja seu justificador. Discipline-se, de modo que as suas palavras sejam poucas mas digam muito. Torne-se conhecido como uma pessoas que, quando fala, sempre tem algo a dizer. Mantenha clara sua linguagem. Faça o que diz que fará. “Melhor é que não votess do que votes e não cumpras” (Eclesiastes 5:5). Quando a língua se encontra sob a nossa autoridade, as palavras de Bonhoeffer se tornam verdadeiras com relação a nós: “Muita coisa desnecessária fica por dizer. Mas a coisa essencial e útil pode ser dita em poucas palavras”.28
27 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina” pág. 125 28 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina” pág. 132
Não sente você um toque, um anseio de aprofundar-se no silêncio e solitude de Deus? Não deseja um exposição mais profunda, mais completa à Presença de Deus? A Disciplina da solitude é que abrirá a porta. Você está convidado a vir e “ouvir a voz de Deus em seu silêncio todo-abrangente, maravilhoso, terrível, suave e amoroso.”29
29 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina” pág. 134
A NOITE ESCURA DA ALMA Em algum momento da sua busca, o faminto de Deus sente a solidão que consome
todo o ser. Aquele que deixou tudo, pelo seu grande Amor, lutando de todas as formas
por alcançar o seu desejo, passa algures na sua caminhada pela “noite escura da alma”.
As emoções que tantas vezes aqueceram a oração, como fogo caindo do céu,
dissolveram-se e nada mais significam. A dependência excessiva à vida emocional é aquilo
que faz o homem sofrer nestes tempos. Quanto mais gostamos de sentir o calor no peito,
o tremor do corpo, a emoção fervilhando e irrompendo na alma..., tanto mais fria será a
“noite”. Quanto maior for o desejo pela operação dos dons espirituais, nobres profecias e
manifestações deslumbrantes..., mais escura será a “noite”. Na “noite escura da alma”,
estará o Senhor “oculto em trevas”(Sl 18:11), mas nada mais, apenas a sua presença,
sem tremor, nem calor...
Não se confunda este tempo sagrado com o resultado do pecado que separa o
homem da presença de Deus. O sentimento poderá ter alguma semelhança, mas
espiritualmente são diferentes como o fogo e a água, como o caminho que conduz à vida
e aquele que conduz à morte. Este não é um tempo de rebelião ou desobediência, não é o
tempo em que o cristão rompeu com a sua congregação e se isola de todos, “lambendo
suas feridas”. Não é um tempo em que se abriga pecado no coração. É o tempo dos
sinceros, dos menores entre os homens, que deixam tudo, para buscar um tesouro sem
preço...
A “noite escura” para a qual ele nos chama não é algo mau ou destrutivo. Pelo contrário, é uma experiência a ser recebida com agrado do mesmo modo que uma pessoa enferma receberia com agrado uma cirurgia que promete saúde e bem-estar. A finalidade da escuridão não é castigar-nos ou afligir-nos. É libertar-nos.30 A noite escura é um meio pelo qual Deus nos conduz à verdadeira espiritualidade,
que não depende de estados de alma, mas esta torna-se um mero acessório na comunhão
com o Eterno. Na árdua tarefa de calar os sentidos há uma ambição que move o homem:
no final estará uma presença divina extraordinária. No entanto, na noite da alma, o calar
dos sentidos não é seguido pela manifestação de Deus à semelhança do Sinai. Tudo
parece vazio, os sermões, a oração, ... Como a anestesia antes da cirurgia, há que esperar
e permanecer fiel, continuar buscando “de todo o coração”...
30 FOSTER, Richard L. “Celebração da Disciplina” pág. 126
Este não é o momento para procurar outra congregação ou um profeta que nos faça
sentir “arrepios” de unção. Não fuja do deserto se Deus o colocou lá. Deus manifestou-se
no deserto e não no aplauso das multidões. Se o quiser a ele de todo o coração
permaneça no deserto... Deus no seu amor infinito vai conduzi-lo pelo deserto até que
toda distracção seja removida e assim possamos vê-lo...
Na noite escura, teremos a certeza que ele continua em nós?... “Ainda que eu ande
pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo...” (Sl
23:4) disse o rei pastor. David sabia que o Senhor estaria sempre lá. Mesmo quando
clamava, faminto de Deus:
Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus? (Sl 42:1-2)
O profeta Amós fala de uma fome não de pão e uma sede não de água, mas de Deus (Am
8:11). Esta é a fome e a sede da noite escura da alma, onde todos são tentados a
transformar pedras em pão (Mt 4:3).
UMA VISÃO SOB A FORMA DE PALAVRAS:
O Tabernáculo no deserto...
O véu do Lugar Santo flutua ao soprar do vento...
No ermo o Senhor revela-se,
no secreto e no íntimo!
Na escuridão do Lugar Santíssimo,
o Espírito move-se como vento soprando o véu…
No calor ardente do deserto
a minha sede é saciada;
na solidão revelou-se a Sua Presença,
no lugar secreto…
O vento sopra e na brisa uma voz doce e suave…
Revela a Sua Glória
na intimidade do deserto…
A minha fome é saciada,
minha sede sacia-se eternamente…
No fogo quente do deserto
a minha alma purifica-se!
No silêncio onde todas as vozes se foram,
apenas permanece a voz doce e suave…
Posso finalmente escutar a voz da verdade!…
Sopra o vento…
Não sei de onde vem nem para onde vai!
Sopra o vento sobre o Tabernáculo do Senhor…
No ermo, no lugar deserto está o Lugar Santíssimo!
Sopra o vento e o lugar do Senhor move-se…
Na escuridão, solidão e silêncio,
move-se o Santíssimo…
No Tabernáculo do Senhor tudo é santo,
separado no deserto…
No Santíssimo do meu coração,
na escuridão, solidão e silêncio,
sopra o vento…
BIBLIOGRAFIA
“Intimidade com o Todo Poderoso”
FOSTER, Richard J., “Celebração da Disciplina – O Caminho do Crescimento Espiritual”, Traduzido por Luíz Aparecido Caruso, Editora Vida, 1983, São Paulo
SIMONART, Jean , “Caminhos de Oração”, (Tradução Leonor Ameal), Editora Civilização,
Porto
TOZER, A. W., “O melhor de Tozer”, (Tradução de Neyd Siqueira), Editora Mundo Cristão,
1984, São Paulo
WEBSITES
COSTA, Samuel, “Seduzidos pela Meditação” http://www.apaz.com.br/mensagens/meditacao.shtml por (Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa) (consulta em 21/06/2003) LOYOLA, Inácio, “Exercícios Espirituais” http://www.analitica.com/bitblioteca/loyola/ejercicios.asp - Biblioteca Electrónica - Caracas, Venezuela, Director: Roberto Hernández Montoya, (Consulta em 04/10/2003)
A EDUCAÇÃO SEGUNDO A FILOSOFIA PERENE, Capítulo X - Perspectiva Teológica : http://www.terravista.pt/Nazare/1946/efp10-0.htm
http://www.worldchristians.org/portugues/p-26.htm
GRUPO DE MEDITAÇÃO CRISTÃ no Sapiens - Centro de Estudos Filosóficos e Autoconhecimento, Candelária, Natal – Brasil – Ficha de inscrição Online http://www.planetajota.jor.br/meditac.htm
http://www.interreligo.com/public_html/crista/catolicismo/meditacao_crista.htm