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ColeçãoEstudos e Documentos de Comércio Exterior
SérieComo Exportar
CEX: 252
ElaboraçãoMinistério das Relações Exteriores – MRE
Departamento de Promoção Comercial e Investimentos – DPRDivisão de Inteligência Comercial – DIC
Embaixada do Brasil em Lisboa Setor de Promoção Comercial – SECOM
CoordenaçãoDivisão de Inteligência Comercial - DIC
DistribuiçãoDivisão de Inteligência Comercial - DIC
Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - Apex-Brasil
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Os termos e apresentação de matérias contidas na presente publicação não traduzem expressão de opinião por parte do MRE sobre o “status” jurídico de quaisquer países, territórios, cidades ou áreas geográficas e de suas fronteiras ou limites. Os termos “desenvolvidos” e “em desenvolvimento”, empregados em relação a países ou áreas geográficas, não implicam tomada de posição oficial por parte do MRE.
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O DPR que é titular exclusivo dos direitos de autor (*) permite sua reprodução parcial, desde que a fonte seja devidamente citada.
(*) Este guia foi registrado no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional (ISBN 85-98712-62-0)
O texto do presente estudo foi concluído em maio de 2017.
B823c Brasil. Ministério das Relações Exteriores. Divisão de Inteligência Comercial. Como Exportar. Portugal. / Ministério das Relações Exteriores. – Brasília: MRE, 2017. 82 p. (Coleção estudos e documentos de comércio exterior;).
1. Brasil - comércio exterior. 2. Portugal – comércio exterior. I. Título. II. Série. CDU 339.5 (81:469)
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ÍNDICE INTRODUÇÃO 6
MAPA 8
DADOS BÁSICOS 9
I. ASPECTOS GERAIS 11
GEOGRAFIA 11
POPULAÇÃO, CENTROS URBANOS E INDICADORES 11
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA 18
PARTICIPAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES E ACORDOS INTERNACIONAIS 20
II. ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS 21
CONJUNTURA ECONÔMICA 21
PRINCIPAIS SETORES DE ATIVIDADE 24
MOEDA E FINANÇAS MOEDA E FINANÇAS 29
III. COMÉRCIO EXTERIOR 35
EVOLUÇÃO RECENTE 35
ORIGEM E DESTINO 37
COMPOSIÇÃO DA PAUTA 39
IV. RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL – PORTUGAL 41
INTERCÂMBIO COMERCIAL BILATERAL 41
INVESTIMENTOS BILATERAIS 47
PRINCIPAIS ACORDOS ECONÔMICOS ENTRE PORTUGAL / UE E O BRASIL 49
LINHAS DE CRÉDITO DE BANCOS BRASILEIROS 51
OPORTUNIDADES: PRINCIPAIS PRODUTOS IMPORTADOS POR PORTUGAL 54
V. ACESSO AO MERCADO 56
SISTEMA TARIFÁRIO 56
REGULAMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES DE COMÉRCIO EXTERIOR 59
DOCUMENTAÇÃO E FORMALIDADES 65
REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS 68
VI. INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES 70
INFRAESTRUTURA INTERNA PARA IMPORTAÇÃO/EXPORTAÇÃO 70
VII. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO 74
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 74
5
PROMOÇÃO DE VENDAS 77
PRÁTICAS COMERCIAIS 80
COMÉRCIO ELETRÔNICO 84
VIII. RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS 86
ANEXOS 90
I. ENDEREÇOS 90
II. FRETES E COMUNICACÕES COM O BRASIL 106
III. INFORMAÇÕES PRÁTICAS 107
BIBLIOGRAFIA 111
6
INTRODUÇÃOSituado na Península Ibérica, Portugal faz fronteira a leste com a Espanha e é limitado a oeste
pelo Oceano Atlântico. Sua superfície equivale à do Estado de Santa Catarina e sua população
é de cerca de dez milhões e trezentos mil habitantes. Desde 1986, sua economia tem sido
influenciada pela condição de membro da União Europeia (UE) e pela adoção do Euro (€) como
moeda comum, entrada em circulação em 2001.
Em decorrência da crise financeira internacional de 2007/2008, a economia portuguesa entrou
em recessão e o endividamento público atingiu nível excessivo, obrigando o país a recorrer,
em 2011, a programa de resgate proposto pela “troika” formada por FMI, Comissão Europeia
e Banco Central Europeu (BCE). A partir de 2014, passado o período de forte austeridade,
que obrigou a contenção na despesa pública e a restrições salariais e de consumo privado, a
economia portuguesa entrou em fase de lenta recuperação. Para 2016, o crescimento estimado
do PIB é de 1,2%, para 2017, de 1,4%, e a expectativa para os dois anos subsequentes é a
estabilização do crescimento em torno de 1,5% ao ano.
A evolução positiva da atividade econômica poderá vir acompanhada pela recuperação
gradual do mercado de trabalho: a continuação do crescimento do emprego, embora a ritmo
moderado, e também a manutenção da trajetória descendente da taxa de desemprego, que
poderá baixar dos 11% em 2016 para 10,1% em 2017 e 9,4% em 2018. A inflação, medida pelo
Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor (IHPC), que se manteve baixa em 2015/16 entre
0,5% e 0,7%, deverá aumentar para 1,4% em 2017 e 1,5% em 2018, mantendo-se ao nível da
média da zona euro.
De acordo com o Banco de Portugal (BdP), a capacidade de financiamento da economia,
medida pelo saldo conjunto das contas corrente e de capital, deverá manter-se, ainda que a
nível inferior ao de anos recentes, em torno de 1,1% do PIB até finais de 2018.
A economia de Portugal se apoia fortemente sobre o comércio exterior: estimativas para 2016
indicam que as exportações representam cerca de 41% do PIB, enquanto as importações,
39%. Segundo dados do BdP, as exportações e importações portuguesas do conjunto “bens e
serviços” cresceram nos últimos cinco anos, em médias anuais, 4,9% e 1,2% respectivamente.
Em consequência, o saldo da balança comercial de bens e serviços foi positivo entre 2012 e
2015, invertendo a posição negativa de anos anteriores.
7
No que se refere exclusivamente a bens, as exportações portuguesas aumentaram 1,0% em
2016 face ao ano anterior, enquanto as importações cresceram 1,2%, gerando o déficit de US$
11,9 bilhões da balança de bens.
O principal parceiro comercial de Portugal é a UE, zona de onde vieram cerca de 78% das
importações portuguesas e para onde foram cerca de 75% das exportações no ano de 2016.
Dentre os países do bloco, os principais fornecedores são: Espanha, Alemanha e França,
responsáveis por mais de 50% das importações. As importações provenientes do bloco
comunitário aumentaram 3% em relação a 2015, enquanto as do resto do mundo decresceram
em 4%.
Entre os principais grupos de produtos importados por Portugal, destacam-se: máquinas
e aparelhos, combustíveis minerais e veículos e outro material de transporte. Do lado das
exportações, destacam-se: máquinas e aparelhos e veículos e outro material de transporte.
Em 2016, as exportações brasileiras para Portugal atingiram US$ 654 milhões, apresentando
queda de -20,4% relativamente a 2015. As importações brasileiras originárias de Portugal
totalizaram US$ 640 milhões, apresentando decréscimo de -21,0% relativamente a 2015.
Assim, o saldo comercial continuou favorável ao Brasil, atingindo em 2016 um valor de US$ 15
milhões.
No período em apreço, o Brasil é o 10º principal fornecedor de Portugal, com uma quota de
1,7% do total importado, e o 13º cliente de Portugal, com a quota de 1,1% do total exportado.
9
DADOS BÁSICOSSuperfície: 92.212 km²
População: 10.341.330 habitantes (2015)
Densidade Demográfica: 112,1 habitantes/km2 (2015)
População ativa: 5.195 milhões (2015)
Principais cidades: Lisboa (capital), Porto, Braga, Coimbra, Setúbal, Guimarães, Aveiro e Faro.
Moeda: Euro (€)
Cotação: € 1,00 = US$ 1,107 (taxa média 2016)
Produto Interno Bruto: US$ 199.289 milhões (2015)
Produto Interno Bruto: US$ 204.216 milhões (previsão 2016)
2011 2012 2013 2014 2015 2016P
Crescimento real do PIB (%) - 1,8 - 4,0 - 1,1 0,9 1,6 1,2
PIB per capita 2012 2013 2014 2015
EU 16.015 16.282 16.641 17.333
US$ 20.579 21.623 22.116 19.240
Tabela 1
Crescimento real do PIB
Fonte: Eurostat (P) Preliminar (2017)
Tabela 2
PIB per capita
Fonte: GEE Gabinete de Estratégia e Estudos, BdP
10
Comércio Internacional
Português2015 2016 Variação 2016/2015 (%)
Comércio de bens e serviços
Exportações (fob)
milhões € 74.516 75.779 1,7
milhões US$ 82.713 83.887 ---
Importações (fob)
milhões € 71.218 71.714 0,7
milhões US$ 79.052 79.387 ---
Saldo (fob)milhões € 3.298 4.065 ---
milhões US$ 3.661 4.500 ---
% do PIB 0,8 1,2 ---
Fluxo
2015 2016
Milhões US $ Milhões US $Variação
2016-2015 (%)
Exportações (Brasil - Portugal) 822 654 -20,4%
Importações (Brasil - Portugal) 810 640 -21%
Saldo 12 15 ---
Tabela 3
Comércio Exterior
Fonte: AICEP/BdP 2017
Tabela 4
Evolução da balança comercial bilateral de mercadorias
Fonte: MDIC/SECEX/Aliceweb, Maio / 2017
11
I. ASPECTOS GERAIS1. Geografia
Portugal é constituído por dois territórios: o Continental, com o qual forma a Península Ibérica
em conjunto com a Espanha, e o das Regiões Autônomas da Madeira e dos Açores, arquipélagos
situados no Atlântico norte, a duas horas de voo de distância de Lisboa, a capital política,
econômica e administrativa do país.
A estabilidade das fronteiras continentais, praticamente inalteradas desde o século XIII, torna
Portugal um dos mais antigos países do mundo, com quase novecentos anos de história,
refletindo sua identidade e unidade interna.
Portugal Continental é dividido pelo rio Tejo em duas áreas distintas: a do centro-norte,
montanhosa, e a do centro-sul, plana. O ponto mais elevado situa-se na zona central, na Serra
da Estrela, com 1.991 metros de altitude. Nas Regiões Autônomas, a montanha do Pico, com
2.351 metros, é o ponto mais alto do arquipélago dos Açores, e o Pico Ruivo, com 1.862 metros,
o do arquipélago da Madeira.
O clima do País caracteriza-se por invernos suaves e verões amenos. Os meses mais chuvosos
são os de novembro e dezembro e os mais secos vão de abril a setembro.
2. População, centros urbanos - indicadores
População
Segundo o censo mais recente do Instituto Nacional de Estatística (INE), a população portuguesa
é de 10.341.330 habitantes. De acordo com projeções divulgadas pelo INE, a população residente
em Portugal até o ano de 2060 poderá decrescer cerca de 17% em relação aos números atuais,
situando-se nos 8.600.000 habitantes.
Em anos recentes, Portugal registra redução de sua população residente, embora em 2015 se
observe ligeiro abrandamento no total de perda, resultante, em particular, da redução do saldo
migratório negativo.
12
A densidade demográfica é de 112,1 hab/km2. Este indicador não é homogêneo, pois existem
regiões com densidade muito maior, como o caso de Lisboa, com 932,8 hab/km2, e outras com
densidade muito menor, como o caso da Região do Alentejo (22,9 hab/km2).
A maior parte da população (73%) é urbana, enquanto o meio rural acolhe apenas 13% dos
residentes em Portugal.
População %
Predominantemente Urbana Mediamente Urbana Predominantemente Rural
73 14 13
A população residente é majoritariamente feminina (53%). Em termos etários, confirma-se a
tendência ao envelhecimento da população portuguesa, iniciada há anos: a porcentagem de
residentes com idade igual ou superior a 65 anos passou de 19,4% em 2011, para 20,7% em
2015.
Em Portugal a taxa bruta de natalidade subiu em 2015 face aos anos imediatamente anteriores,
embora mantendo-se a nível inferior ao da taxa bruta de mortalidade.
Grande parte da população ativa portuguesa (50,29% do total) habita em grandes centros
urbanos como Lisboa e Porto, e cerca de 68% dela trabalha no setor de serviços, o qual continua
em expansão, ao contrário do que ocorre no setor da agricultura, que ocupa população ativa
menor.
Entre 2008 e 2014, a taxa de desemprego em Portugal manteve-se alta, atingindo o nível mais
elevado de 16,2% em 2013. A partir dali, passou a regredir, situando-se em 12,4% em 2015 e em
10,5% no 3º trimestre de 2016.
Tabela 5
População rural e urbana (%)
Fonte: INE/Pordata - Bases de dados Portugal Contemporâneo (2016)
13
2013
(milhares
indivíduos)
2013
(%)
2014
(milhares
indivíduos)
2014
(%)
2015
(milhares
indivíduos)
2015(%)
População ativa 5.284,6 5.225,6 5.195,2
População empregada 4.429,4 4.499,5 4.548,7
Agricultura, produção animal,
caça, floresta e pesca453,1 10,2 389,1 8,6 342,5 7,5
Indústria, construção, energia e
água1.049,7 23,7 1.073,5 23,9 1.107,6 24,3
Serviços 2.926,6 66,1 3.036,9 67,5 3.098,6 68,1
Centros urbanos
Portugal divide-se em 20 Distritos: 18 no Continente e 2 nas Regiões Autônomas, cujas capitais
são as cidades mais importantes. Lisboa é a cidade com a maior população (cerca de 506.892,
não incluídos municípios pertencentes à “grande Lisboa”), seguida das cidades do Porto, (250
mil habitantes) e Braga (190 mil habitantes). Os Distritos e as Regiões Autônomas subdividem-
se em 308 Concelhos/Municípios e em 3.092 Freguesias.
Principais indicadores socioeconômicos
Em 2015 o PIB português per capita atingiu US$ 19.240.
Em termos regionais, no final de 2014 (últimos dados disponíveis), Lisboa era a única cidade
portuguesa com PIB per capita superior à média europeia (106%, correspondendo a US$ 30.301).
O Algarve era a segunda região mais rica (78% da média europeia, US$ 22.061), seguindo-se
a Região Autônoma da Madeira (73%) e a dos Açores (71%), o Alentejo (70%) e a região Centro
(67%). O último lugar era ocupado pela região Norte (35% da média europeia, correspondendo
à renda per capita de US$ 18.473).
Tabela 6
População empregada: Total e distribuição por principais setores de atividade econômica
Fonte: INE/Pordata (2016)
14
PIB per capita 2012 2013 2014 2015
Milhares de € 16.015 16.282 16.641 17.333
Milhares de US$ 20.579 21.623 22.116 19.240
Em 2017, o salário mínimo nacional foi fixado em € 557 (cerca de US$ 587). Dados disponíveis
para o ano de 2014 indicam que a média do rendimento anual de 61,9% das famílias portuguesas
não ultrapassava o valor de € 13.500.
Contudo, em 2015/16 a despesa anual média por família situava-se nos € 20.916 (cerca de
US$ 23.185), 3% acima do valor verificado em 2010/11. No período 2015/16, as despesas de
habitação e de consumo doméstico assumiam o maior destaque (quase 32%).
Em termos regionais, Lisboa apresenta a despesa média anual mais elevada: € 23.966 por
família, em contraste com o valor de € 17.902 por família na Região do Alentejo e de € 17.166 na
Região Autônoma dos Açores.
Outros indicadores
As tecnologias da informação em Portugal
No final do terceiro trimestre de 2016, 8,4 de cada 10 famílias portuguesas utilizavam serviços
de telecomunicações, perfazendo o total de 3,44 milhões de subscritores de pacotes. O índice
de penetração de serviço telefônico fixo era de 46 em cada 100 habitantes (máximo histórico).
Em 2016, 74% dos lares portugueses dispunham de ligação à internet, em geral por meio de
banda larga (73% dos lares).
No conjunto de cidadãos com idade entre os 16 e os 74 anos, 70% eram usuais utilizadores
da internet por meio de equipamentos móveis: telefone celular ou smartphone (78%), ou
computador portátil (73%).
Tabela 7
PIB per capita
Fonte: GEE Gabinete de Estratégia e Estudos, BdP (2016)
15
Energia
O consumo médio de eletricidade em Portugal por habitante é de 4.440 kwh.
Consumo de energia elétrica (kwh/hab) 4.440
Mercado automóvel
Em 2014, Portugal apresentava o parque automobilístico total de 6,1 milhões de unidades, com
4,7 milhões de veículos ligeiros e 1,4 milhão de veículos pesados.
Em 2016, venda de automóveis aumentou 15,8% em relação ao ano anterior. De acordo com
dados da Associação do Comércio de Automóveis e Peças (ACAP), este crescimento, porém,
traduz desaceleração do ritmo de crescimento de vendas em relação aos dois anos anteriores
(36% em 2014 e 24% em 2015).
No total, em 2016 foram vendidos em Portugal 247.343 veículos automóveis, dos quais 207.345
(84%) ligeiros de passageiros.
Evolução do crescimento da produção interna de automóveis
Após 2011, quando a produção de automóveis em Portugal aumentou 21,1% em relação a
2010, a crise internacional afetou fortemente a indústria automobilística portuguesa, que
decresceu 14,9% em 2012 e 5,8% em 2013. Em 2014, apresentou ligeira retomada, mas nos
anos seguintes voltou a taxas negativas, com a queda de 8,6% em 2016 face a 2015.
Quanto às exportações, os dados referentes a 2016 indicam igualmente decréscimo de número
de veículos exportados em relação a 2015, de 9,2%: 136.369 contra 150.240.
A Europa continua como principal destino da exportação portuguesa de veículos, absorvendo
90,4% do total. Alemanha, com 23,1%, Espanha (15,4%) e Reino Unido (11,5%) são os maiores
compradores. Fora do contexto europeu, a Ásia absorveu 7,2% do total exportado, sendo a
China, com 6,2%, o principal cliente.
Tabela 8
Fonte: INE - Direção-Geral de Energia e Geologia (2016) Dado provisório
16
Educação
O nível educacional da população portuguesa tem aumentado de forma consistente ao longo
das últimas décadas, com significativo recuo do número de habitantes com pouca instrução.
Dados relativos a 2015 indicam que 17% da população portuguesa com idade igual ou superior
a 15 anos completou curso superior; 20% tem ensino secundário completo (atualmente
correspondendo ao ensino mínimo obrigatório), 20% completou o 3º ciclo, 11% o 2º ciclo e 23%
o 1º ciclo apenas. A população sem qualquer nível de ensino corresponde a 8,3% do universo
populacional.
Nível de escolaridade
Valores Absolutos
(milhares de
indivíduos)
Participação
(%)
Sem Nível de Escolaridade 738,9 8,3
Ensino Básico (1º ao 3º ciclo) 4.844,5 54,7
Ensino Secundário e pós-secundário 1.763,6 19,9
Superior 1.519,2 17,1
Total 8.866,2 100,0
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
De acordo com os resultados mais recentes, relativos ao ano de 2014, Portugal é o único país
lusófono posicionado entre os países com “desenvolvimento humano elevado”, ocupando o
43º lugar num total de 49, a mesma posição que ocupava em 2013.
Nos últimos anos, a expectativa de vida dos portugueses tem mantido tendência de crescimento,
situando-se em 2014 em 80,9 anos.
Tabela 9
População com 15 e mais anos segundo o nível de escolaridade completa
Fonte: INE/Pordata - Bases de dados Portugal Contemporâneo (2016)
17
Portugal
Ranking
IDH
Índice de
Desenvolvimento
Humano IDH
(valor)
Esperança de
vida à nascença
(anos)
Média de
anos de
escolaridade
(anos)
Anos esperados
de escolaridade
(anos)
Rendimento
Nacional Bruto
RNB per capita
(ano ref. 2005
US$)
Classificação
segundo o RNB
per capita menos
a classificação
segundo o IDH
2014 2014 2014 2014 2014 2014
43 0,830 80,9 8,2 16,3 25,757 -2
Saúde
Em Portugal, existem 225 hospitais, dos quais 118 públicos e 107 privados. De acordo com
dados do INE, a lotação média instalada em hospitais no ano 2015 foi de 340 leitos por 100 mil
habitantes.
No ano 2015, registrou-se aumento em relação ao ano anterior do número de médicos e
enfermeiros. Em 2015, havia 48.487 médicos, correspondendo à estatística de 468 médicos por
100 mil habitantes, e 67.730 enfermeiros.
Indicadores 2014 2015
Nº de médicos 46.739 48.487
Nº de enfermeiros 66.340 67.730
Nº de médicos por 100 mil habitantes 449 468
Tabela 10
IDH – Índice de desenvolvimento humano: total e componentes
Fonte: Human Development Report (2015) http://hdr.undp.org/en/statistics/hdi/
Tabela 11
Fonte: Pordata. Base de dados Portugal Contemporâneo (2016)
18
3. Organização política e administrativa
Organização política
A República Portuguesa é um Estado de Direito baseado na soberania popular, no pluralismo
de expressão, na organização política democrática, no respeito e na garantia dos direitos e
liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes. Os órgãos de soberania
consagrados na Constituição são a Presidência da República, a Assembleia da República, o
Governo e os Tribunais.
O Presidente da República é o Chefe de Estado eleito por sufrágio direto e universal para um
mandato de cinco anos, não podendo ser reeleito para um terceiro mandato consecutivo. É
o representante supremo da República Portuguesa, garante a independência nacional, a
unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas. Por inerência, é o
Comandante Supremo das Forças Armadas.
O Governo é o órgão superior da Administração Pública, responsável pela condução da política
geral do país.
É constituído pelo Primeiro-Ministro, pelos Ministros e Secretários de Estado. O Primeiro-
Ministro, que preside o Conselho de Ministros, é nomeado pelo Presidente da República. Os
outros membros do Governo são nomeados pelo Presidente da República sob proposta do
Primeiro-Ministro.
A função do Governo é garantir o funcionamento da Administração Pública, promover a
satisfação das necessidades coletivas e garantir a adequada execução das leis.
O poder legislativo é da competência da Assembleia da República, órgão composto por 230
deputados, eleitos por sufrágio universal e direto para um mandato de quatro anos.
Os Tribunais são órgãos de soberania com competência para administrar a justiça. Trata-se de
órgãos independentes, apenas sujeitos à Lei.
O sistema judicial português é constituído por várias categorias ou ordens de tribunais,
independentes entre si, com estrutura e regime próprios.
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Tribunal Constitucional – Ocupa lugar especial, único e autônomo de ordenação constitucional
dos demais tribunais. Distingue-se pelo modo como se constitui e por suas funções
específicas. É o tribunal de recurso das decisões de todos os restantes tribunais em matéria de
constitucionalidade das leis.
Tribunal de Contas – Tem funções de fiscalização da legalidade de despesas públicas e de
julgamentos de contas públicas e, ainda, emite parecer sobre a Conta Geral do Estado, visando
habilitar a Assembleia da República a apreciá-la e aprová-la.
Tribunais Judicias – Compõem a primeira categoria de tribunais comuns e formam uma
estrutura hierárquica própria, com Tribunais judiciais de 1ª e 2ª instância, tendo como órgão
superior o Supremo Tribunal de Justiça.
Tribunais Administrativos e Fiscais – A estes tribunais compete o julgamento de ações e
recursos destinados a dirimir litígios emergentes de relações administrativas e fiscais. Formam
uma estrutura hierárquica própria sob jurisdição do Supremo Tribunal Administrativo.
Os principais ministérios são:
Ministério das Finanças;
Ministério dos Negócios Estrangeiros;
Ministério da Economia;
Ministério da Defesa Nacional;
Ministério da Administração Interna;
Ministério da Justiça;
Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares;
Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural;
Ministério da Saúde;
Ministério da Educação;
Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior;
Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social;
Ministério do Planejamento e Infraestruturas;
Ministério da Cultura;
Ministério do Mar;
Ministério do Ambiente
20
Organização administrativa
Com o objetivo de organizar o território nacional depois da adesão à UE, foram definidas
unidades territoriais administrativas para fins estatísticos - NUT, equivalentes a unidades
territoriais nos demais países da UE. Assim, Portugal representa a NUT I, e é dividido em 7 NUT
II correspondendo às regiões Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Autônoma da Madeira e
Autônoma dos Açores, divididas estas, por sua vez, em 30 NUT III, equivalentes a sub-regiões,
28 delas no Continente e 2 nas Regiões Autônomas.
4. Participação em organizações e acordos internacionais
Portugal tem participação nas seguintes organizações e acordos internacionais:
ALADI – Associação Latino Americana de Integração (com estatuto de observador)
BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e para a Agricultura
FMI – Fundo Monetário Internacional
OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico
OMC – Organização Mundial do Comércio
ONU – Organização das Nações Unidas
OSCE – Organização para a Segurança e Cooperação na Europa
OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte
UE – União Europeia
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II. ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS1. Conjuntura econômica
Em dezembro de 2016, os indicadores econômicos da Área Euro (AE) revelavam-se positivos,
ao mesmo tempo em que os preços de matérias-primas e petróleo apresentaram aumentos,
respectivamente, de 0,8% e 22,0% em relação a novembro.
Dados relativos a novembro indicam que, em Portugal, o indicador de atividade econômica
e o de clima econômico mantiveram-se estáveis. Também o índice de volume de negócios da
indústria acelerou, enquanto o de produção industrial manteve-se inalterado e o seu índice
de preços continuou desacelerando. O volume de negócios no setor de serviços manifestou
aceleração sensível, e o segmento da construção e obras públicas revelou ligeira redução.
Estimativa mensal do INE indica a taxa de desemprego de 10,5% em novembro, menos 1,8%
do que a de novembro de 2015, traduzindo a melhoria substancial no volume de emprego no
país. A estimativa de novembro para a população empregada (15 a 74 anos) aumentou 1,7% em
relação a novembro de 2015.
A inflação em 2016, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 0,6%. A variação
mensal do IPC em dezembro foi de 0,9%, refletindo, sobretudo, a aceleração do preço dos
combustíveis.
Gráfico 1
Indicadores de Síntese
Econômica
Fonte: INE.- Síntese
Económica de
Conjuntura (Dezembro
de 2016)
22
O PIB
As mais recentes projeções do BdP apontam o crescimento real médio do PIB de 1,2% para 2016
e de 1,4% para 2017, denotando incremento na dinâmica de crescimento.
Em relação ao peso relativo na estrutura produtiva no PIB, o setor que mais contribui é o de
serviços, com 75,4%. O da indústria (incluindo o energético) tem-se mantido em 22%, tanto em
2015 quanto em 2016. O setor primário representa 2,3% da produção nacional.
2011 2012 2013 2014 2015 2016P
PIB (milhões EU) 176.167 168.398 170.269 173.069 179.540 184.477
PIB (milhões US$) 245.225 216.391 226.117 230.009 199.289 204.216
Crescimento real do PIB -1,8 -4,0 -1,1 0,9 1,6 1,2
% 2011 2012 2013 2014 2015 2016P 2017P
Produto Interno Bruto(a) -1,8 - 4,0 - 1,1 0,9 1,6 1,2 1,4
Consumo privado(a) - 3,6 - 5,5 - 1,2 2,3 2,6 2,1 1,3
Consumo público(a) - 3,8 - 3,3 - 2,0 - 0,5 0,8 1,1 0
Exportações de bens e serviços(a) 7,0 3,4 7,0 4,3 6,1 3,7 4,8
Importações de bens e serviços(a) - 5,8 - 6,3 4,7 7,8 8,2 3,5 4,8
Taxa de desemprego 12,7 15,5 16,2 13,9 12,4 11,0 10,1
Taxa de inflação(b) 3,6 2,8 0,4 - 0,2 0,5 0,8 1,4
Tabela 12
Crescimento real do PIB
Fonte: INE/AICEP, Principais indicadores económicos, Dezembro 2016
Nota: (a) Previsões da CE
Tabela 13
Variação dos principais indicadores econômicos (em %)
Fonte: INE; Banco Portugal (2016)
(P) Previsão (a) Variação real (b) Índice Harmonizado de preços no consumidor
23
Emprego
Segundo o BdP, em 2016 houve aumento consistente do emprego, cuja taxa de crescimento
revelou-se superior à do PIB. No parecer do BdP, o emprego deverá manter ritmo de crescimento
em 2017-2019 da ordem de 1% a.a, que resultará sobretudo do emprego no setor privado, tendo
em vista a contenção da contratação no setor público. A evolução do emprego, conjugada com
a estabilização da população ativa, permite estimar o rebaixamento da taxa de desemprego de
11% em 2016 para 8,5% em 2019.
% 2013 2014 2015
Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 10,2 8,6 7,5
Indústria, construção, energia e água 23,7 23,9 24,4
Serviços 66,1 67,5 68,1
Inflação
Para 2017 a taxa de inflação estimada foi de 0,6% e, prevê-se a manutenção de sua trajetória
crescente, atingindo 1,4%, acompanhando a trajetória inflacionária da zona Euro.
% 2011 2012 2013 2014 2015
Portugal(a) 3,6 2,8 0,4 - 0,2 0,5
UE (UE28)(a) 2,7 2,5 1,3 0,4 0
Tabela 14
Evolução da população empregada por setor de atividade (em %)
Fonte: INE – Estatísticas do Emprego (2016)
Tabela 15
Taxa de inflação – variação do índice de preços no consumidor
Fonte: INE; Banco Portugal (2016)
Notas: (a) Índice Harmonizado de Preços no Consumidor
24
2. Principais setores de atividade
Em 2015, o setor primário (agricultura, silvicultura e pescas) representou 2,3% do PIB (24%,
em 1960) e 7,5% do emprego; o secundário, (indústria, construção, energia e água) 22,2% do
PIB e 23,9% do emprego, enquanto o setor terciário (serviços, comércio, transportes, turismo)
representou 75,4% do PIB e 68,1% do emprego.
Agricultura e pecuária
A agricultura em Portugal tem passado por ajustes estruturais ao longo do tempo, tais
como o aumento médio de área de unidades de cultivo, maior mecanização e aumento do
número de empresas agrícolas e concomitante maior profissionalização, especialização e
empreendedorismo, fatores que vêm contribuindo para o aumento da produtividade no setor.
Segundo estimativas do INE, em 2015 houve aumento de rendimento da atividade agrícola por
Unidade de Trabalho-Ano (UTA) de 3,1% em relação a 2014, que reflete o efeito conjugado do
aumento do Valor Acrescentado Bruto (VAB) em 4,5%, da diminuição de subsídios em 7,4% e da
queda na contratação de mão-de-obra agrícola em 3,7%.
A área agrícola total representa aproximadamente 50% do território nacional; cerca de 75% das
unidades de cultivo têm menos de 5 ha, enquanto apenas 10% têm mais de 20 ha.
As culturas predominantes são o vinhedo e o olival, que se concentram no interior de todo o
país, predominando nas regiões Norte e Alentejo. Nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do
Ribatejo, as produções de arroz e de hortaliças são as mais intensas, em particular a de tomate
destinado à indústria. Na região do Algarve destaca-se a produção de citrinos e, na do Alentejo,
cereais e forragem animal.
No âmbito da pecuária, à parte a produção leiteira particularmente importante no arquipélago
dos Açores e na região Norte do Continente, a produção nacional tem se mantido em crescimento
modesto, e atende sobretudo o mercado interno. A dimensão dos rebanhos (bovino, suíno
e ovino em especial) reflete a posição da indústria, ainda que dinâmica e importante aos
níveis local e regional, voltada principalmente ao mercado interno e ao mercado “gourmet”
internacional de crescente valor. O setor avícola, no entanto, vem assumindo importância em
decorrência do interesse revelado pelo mercado consumidor.
25
Pesca
Em Portugal, considera-se que a relevância social, regional e local do setor pesqueiro é sempre
maior do que sua expressão e dimensão econômica efetiva. Trata-se, no entanto, de atividade
de crescente importância, em particular em termos de exportação.
Dados de 2015 indicam a existência de 17.360 profissionais de pescado, mais 4,5% do que em
2014. No mesmo ano, a frota pesqueira era de 4.188 embarcações, menos 3,0% em relação a
2014. Os dados do setor, e a comparação entre o número de profissionais e o de embarcações,
refletem não apenas a importância econômica localizada da atividade, mas também, a
dimensão micro das empresas atuantes.
Em 2015, a produção bruta foi de 140.831 toneladas de pescado fresco ou refrigerado, no
valor de € 261,0 milhões. O pescado com maior produção são as espécies de nomes populares
“Cavala” e “Carapau”, presenças permanentes na dieta mediterrânica e ibérica.
Toneladas US$ (milhares)
140.831 289.692
Silvicultura – Indústria de Cortiça e Celulose
A produção florestal portuguesa é bastante importante: Portugal possui a 12º maior floresta da
UE. A área florestal ocupa 3,54 milhões de ha, equivalentes a 38% do território nacional, com
taxas de arborização diferenciadas segundo as regiões do país.
A floresta portuguesa é constituída principalmente pelas espécies sobreiro, eucalipto, e pinheiro
bravo que, em conjunto, ocupam 70% da área florestal. O sobreiro tem forte peso econômico,
pois sua exploração proporciona ao país condição de líder mundial na produção de cortiça. De
igual modo, a exploração de eucalipto e de pinho permite a produção de pasta de papel com
amplos excedentes exportáveis de elevado nível de qualidade.
Tabela 16
Capturas nominais de pescado em 2015
Fonte: INE (2016)
26
Em 2015, a balança comercial de produtos do setor florestal apresentou superávit de US$ 2,9
bilhões, resultado que reflete o aumento de 5,4% das exportações relativas ao ano de 2014.
Importações Exportações
t US$ (milhares) t US$ (milhares)
Produtos resinosos 68.668 110.217 80.558 179.787
Mobiliário, construções de madeira e diversos de vime 98.958 221.491 225.235 706.382
Madeira 3.469.154 691.402 2.319.710 734.056
Cortiça 69.534 157.264 177.385 998.431
Pastas de madeiras 148.732 83.912 1.553.816 705.052
Papel e Cartão 1.082.365 1.134.216 2.108.399 1.968.445
Indústria extrativa e mineração
Em 2015 a indústria extrativa portuguesa produziu o equivalente a US$ 1,1 bilhão,
correspondendo a 0,5% do PIB, e contava com 10.551 trabalhadores.
A produção de minérios metálicos correspondeu a 43% do total produzido naquele ano,
destacando-se se o cobre e o zinco. A produção de minerais para construção representou 34%
do total, destacando-se a extração de calcário, granito e mármore.
A região do Alentejo é o maior centro produtor de rochas ornamentais (mármore e granito), e
de cobre nas “Minas de Aljustrel” (NUT III, Baixo Alentejo).
Na região Centro, situa-se o segundo mais importante centro de produção extrativa mineral
do país, na “Mina da Panasqueira”, produtora de minérios de volfrâmio. Já as regiões Norte
e Centro-Norte detêm 74% dos recursos hidrominerais e de nascente, em virtude de suas
características geológicas.
Tabela 17
Importação e Exportação dos principais produtos florestais – 2015
Fonte: INE - Estatísticas Agrícolas (2016)
27
Indústria do calçado
Entre 2010 e 2015, o cluster português de calçados cresceu 49% nos mercados externos,
passando as exportações de US$ 1,33 bilhão para US$ 2,11 bilhões. No mesmo período, gerou
cerca de 9.200 postos de trabalho.
Cerca de 75% da produção nacional está concentrada em dois grandes polos, situados nos
municípios de Felgueiras e Guimarães na região Norte, e nos de Santa Maria da Feira, Oliveira
de Azeméis e São João da Madeira na região Centro.
O crescimento consistente da capacidade exportadora do setor calçadista português tem sido
atribuído em boa parte às vigorosas alterações no perfil dos recursos humanos, com ênfase
sobre a duplicação do número de trabalhadores qualificados e o crescimento do segmento de
“quadros médio e superior” no total de pessoal empregado de 3% para 9%.
Energia
Ao longo de anos recentes, Portugal apostou nas energias renováveis e na eficiência energética,
com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e de diminuir sua dependência energética
exterior.
No ano de 2014, as energias renováveis representavam 27% do consumo final bruto de energia
no país. No mesmo ano, sua dependência energética situava-se em 72,4%, contra 76,1%
verificados em 2010 e 85,7% no ano 2000.
No que diz respeito ao consumo per capita de energia, Portugal apresenta média inferior à
da UE: 1,52 tep/hab (toneladas equivalente em petróleo) no ano de 2014, enquanto na UE a
média era de 2,09 tep/hab.
28
Serviços
O setor de serviços tem crescido nas últimas décadas e assumido maior peso na economia
portuguesa. Em 2015 sua participação no PIB foi de 76,7% e de 68% no emprego. Seu avanço
resulta também da incorporação de progressos tecnológicos, em particular no âmbito das
telecomunicações (redes fixa e móvel, acesso à Internet, banda larga), das tecnologias de
informação e da energia.
Turismo
De acordo com dados do BdP, as receitas totais do setor de turismo em Portugal aumentaram
de forma sustentada no período de 2011 a 2015 a uma média anual de 8,9%, tendo crescido,
em 2015, 10,2%, quando as receitas atingiram US$ 12,8 bilhões. Este valor representou 15,4%
do total das exportações portuguesas de bens e serviços.
Em 2015, a hotelaria contabilizou 34,4 milhões de pernoites de turistas, número que traduz o
aumento de 7% em relação ao ano anterior e de 17% face a 2013. As regiões mais demandadas
foram Algarve (12,7 milhões de pernoites, 37% do total), Lisboa (9,4 milhões, 27%) e Arquipélago
da Madeira (6,0 milhões, 17%), valores que em conjunto, representam 81% do total de pernoites
de turistas no país. Os proveitos totais provenientes da atividade hoteleira em 2015 foram de
US$ 275,2 milhões, aumento de 13% em relação a 2014.
No ano de 2015, o número de pernoites de turistas brasileiros em Portugal atingiu 1,3 milhão,
correspondendo a 3,8% do total.
29
3. Moeda e finanças
Moeda
Desde 1 de janeiro de 2002, a moeda portuguesa é o euro (€). As taxas médias de conversão
com o real e o dólar dos EUA, nos anos de 2011 a 2016, são as seguintes:
2011 2012 2013 2014 2015 2016
BRL 2.397 2.508 2.869 3.121 3.700 3.856
US$ 1.392 1.285 1.328 1.329 1.110 1.107
Balanço de pagamentos e reservas internacionais
Em 2015, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital atingiu US$ 3,4 bilhões,
correspondentes a 1,7% do PIB, o que representou um crescimento de 11,5% em relação a 2014.
Para essa evolução, contribuíram todos os componentes da balança corrente, com exceção
do rendimento primário, influenciado pelo aumento do déficit na parte dos rendimentos de
investimento, e pela diminuição do fluxo de entrada de fundos comunitários. Este último
elemento contribuiu também na redução do saldo da balança de capital.
O saldo conjunto das balanças de bens e serviços de 2015 aumentou € 1,4 bilhão face ao de
2014, resultado do crescimento das exportações, de 4,7% (3,7% nos bens e 6,6% nos serviços),
superior ao das importações, de 3,2% (2,5% nos bens e 6,1% nos serviços).
Tabela 18
Importação e Exportação dos principais produtos florestais – 2015
Fonte: INE - Estatísticas Agrícolas (2016)
30
2011 2012 2013 2014 2015
(milhões €) (milhões €) (milhões €) (milhões €) (milhões €) (milhões US$)
Balança
corrente
Total -10.571,8 -3.201,5 2.478,0 211.8 812,9 902,3
Bens - 14.464,3 - 9.325,3 - 8.050,7 - 9.485,6 - 9.164,0 - 10.172,0
Serviços 8.012,0 9.494,0 11.182,9 11.450,9 12.278,0 13.628,6
Rendimento
primário- 4.694,8 - 4.378,5 - 2179,1 - 3.026,3 - 3.853,3 - 4.277,2
Rendimento
secundário575,3 1.008,3 1,524,9 1.272,7 1.552,2 1.722,9
Balança de capital 2.632,4 3.502,2 2.790,7 2.558,0 2.252,9 2.500,7
Balança
financeira
Total - 8.177,0 426,6 5.587,8 3.127,9 3.257,2 3.615,5
Investimento
direto4.620,9 - 13.289,8 - 3.551,0 - 2.642,3 1.926,2 2.138,1
Investimento
de carteira4.335,4 29.788,3 3.782,1 - 1.341,7 - 2.368,4 - 2.628,9
Derivados
financeiros- 450,7 - 64,7 1.017,1 1.945,9 309,7 343,8
Outro
investimento- 15.171,7 - 16.176,7 3.903,2 3.454,1 1.913,0 2.123,4
Ativos de
reserva- 1.201,9 169,5 436,4 1.711,8 1.476,8 1.639,2
Erros e omissões - 237,6 126,0 319,1 358,2 191,3 212,3
Tabela 19
Balança de Pagamentos
Fonte/Entidade: BdP /PORDATA (2016)
31
Finanças públicas
No terceiro trimestre de 2016, os dois principais indicadores da política orçamentária mostram
evolução positiva em relação a 2015: o déficit global da Administração Pública reduz-se de 3,4%
para 2,5% do PIB, enquanto o saldo primário sobe de 1,2% para 1,8%. Em termos nominais, essa
evolução representa redução das necessidades de financiamento da Administração Pública em
montante próximo de € 1,2 bilhão.
Esse resultado positivo resulta da conjugação do aumento da receita (em cerca de 0,8% em
relação ao período homólogo anterior, equivalendo a cerca € 450 milhões) e da redução da
despesa em mais de 1,1%.
Para o crescimento das receitas concorreram, em especial, os Impostos sobre a Produção e
sobre a Importação (um aumento de quase 6%) e as Contribuições Sociais, crescimento de 4%
em relação ao período anterior.
A despesa corrente denota crescimento de 0,7% decorrente da evolução do Consumo Intermédio
(mais de 4,5%), das Despesas com Pessoal (mais 2,7%) e dos juros da Dívida Pública (menos 5%).
O consumo público em percentagem do PIB se manteve estável em relação ao período anterior.
No que refere à Dívida Pública, os dados do final do 3.º trimestre de 2016 indicam que atingiu
133,4% do PIB, representando um aumento de 2,9 pontos em relação ao mesmo período do
ano anterior.
32
ValoresVar.
2015/
2014
Var.
(a)
2016/
2015
% do PIB
2014 2015jan-set
2015
jan-set
20162014 2015
jan-set
2015
jan-
set
2016
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de US$
milhões
de €
milhões
de €% % % % % %
Receitas
Correntes75.451 77.344 85.852 56.937 57.607 2,5 1,2 43,6 43,1 42,4 41,7
Impostos sobre
rendimento e
património
19.003 19.458 21.598 14.236 13.535 2,4 - 4,9 11,0
10,8 10,6 9,8
Impostos sobre
a produção e a
importação
24.561 26.072 28.940 19.305 20.377 6,2 5,6 14,2 14,5 14,4 14,8
Contribuições
de Segurança
Social
20.457 20.718 22.997 15.312 15.864 1,3 3,6 11,8 11,5 11,4 11,5
Outras receitas
correntes11.430 11.096 12.317 8.083 7.832 - 2,9 - 3,1 6,6 6,2 6,0 5,7
Receitas de
Capital1.744 1.327 1.473 1.031 817 - 23,9 - 20,7 1,0 0,7 0,8 0,6
Receita Total 77.196 78.671 87.325 57.968 58.424 1,9 0,8 44,6 43,8 43,1 42,3
Despesas
Correntes78.881 79.243 87.960 58.962 59.427 0,5 0,8 45,6 44,1 43,9 43,0
Despesas com
pessoal20.515 20.264 22.493 15.290 15.708 - 1,2 2,7 11,9 11,3 11,4 11,4
Consumo
intermédio9.847 10.601 11.767 7.304 7.630 7,6 4,5 5,7 5,9 5,4 5,5
Prestações
sociais34.088 34.517 38.314 26.174 26.419 1,3 0,9 19,7 19,2 19,5 19,1
Juros 8.483 8.192 9.093 6.152 5.832 - 3,4 - 5,2 4,9 4,6 4,6 4,2
Subsídios 1.230 1.172 1.301 703 643 - 4,7 - 8,5 0,7 0,7 0,5 0,5
Outras
despesas
correntes
4.718 4.497 4.992 3.339 3.193 - 4,7 - 4,4 2,7 2,5 2,5 2,3
Despesas de
Capital10.717 7.321 8.126 3.572 2.403 - 31,7 - 32,7 6,2 4,1 2,7 1,7
FBCF 3.446 3.857 4.281 2.505 1.884 11,9 - 24,8 2,0 2,1 1,9 1,4
Outras
despesas de
capital
7.271 3.464 3.845 1.067 519 - 52,4 - 51,3 4,2 1,9 0,8 0,4
Despesa Total 89.598 86.564 96.086 62.534 61.830 - 3,4 - 1,1 51,8 48,2 46,5 44,8
Saldo Global - 12.402 - 7.893 - 8.761 - 4.566 - 3.406 --- --- - 7,2 - 4,4 - 3,4 - 2,5
33
Receita fiscal e
contributiva59.140 61.703 68.490 45.389 46.230 4,3 1,9 34,2 34,4 33,8 33,5
Despesa
corrente
primária
70.398 71.051 78.867 52.810 53.594 0,9 0,5 40,7 39,6 39,3 38,8
Despesa total
primária81.115 78.372 86.993 56.382 55.998 - 3,4 - 0,7 46,9 43,7 42,0 40,6
Saldo Primário - 3.919 299 332 1.587 2.427 --- --- - 2,3 0,2 1,2 1,8
Segundo o World Gold Council (WGC), organização internacional de empresas do setor do ouro,
e com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), Portugal encontra-se em 13º
lugar no ranking das maiores reservas de ouro do mundo, com 382,5 toneladas, avaliadas em
US$ 14,6 bilhões (Dez. / 2016).
Discriminação Valor (milhões de US$) Participação %
Posição de reservas no FMI 642 2,5
Direitos Especiais de Saque (DES) 738 2,9
Ouro 14.594 56,6
Outras reservas:
Moeda e depósitos
Títulos
Derivados financeiros (net)
9.795
4.110
5.684
1
38,0
Total 25.769 100
Tabela 20
Receitas e despesas das administrações públicas
Fonte: Ministério das Finanças (2016); (a) Variação homóloga
Tabela 20
Composição das reservas internacionais (Dez. / 2016)
Fonte: BCE (2016)
34
Sistema financeiro
O sistema financeiro português abrange bancos comerciais, bancos de investimento, fundos de
investimentos e empresas seguradoras.
A estrutura bancária em Portugal sofreu fortes alterações em anos recentes, resultantes de
problemas com alguns bancos nacionais, em particular os bancos: Português de Negócios
(BPN), Privado Português (BPP), Espírito Santo (BES) e Internacional do Funchal (BANIF) que
acabaram desmembrados e liquidados, gerando grandes prejuízos para o setor público e para
os contribuintes em geral.
Os remanescentes bancos de maior dimensão, o Português de Investimento (BPI) e o Millenium,
tiveram outros destinos: o BPI foi comprado pelo banco espanhol CaixaBank. O Millennium,
até então o maior banco privado português e originariamente com capitais exclusivamente
portugueses, tem hoje como principais acionistas o grupo chinês Fosun, com 16,7% do capital,
e o grupo angolano Sonangol, com 14,9%, mantendo-se os remanescentes 53,3% na posse de
capitais portugueses.
Os demais bancos de capital exclusivamente português são Caixa Geral de Depósitos (banco
público), Montepio Geral, Crédito Agrícola e o Novo Banco (antigo BES). Outros bancos atuantes
no mercado são: Santander Totta, de Indústria e Comércio (BIC), Bilbao, Viscaya y Argentaria
(BBVA), do Brasil (BB), Bankinter/Barclays, de Investimento Global (BIG), CTT (Correios e
Telecomunicações), Invest, Popular e Deutsche Bank.
35
III. COMÉRCIO EXTERIOR1. Evolução recente
Tratando-se de uma pequena economia aberta inserida no espaço da UE, o comércio
internacional assume em Portugal especial relevância como motor de crescimento.
O peso do comércio internacional no PIB tem aumentado de forma consistente nos últimos
anos: segundo dados do INE, o grau de abertura1 passou de 72,9% em 2011, para 80,4% em
2015, atestando a vigorosa globalização da economia portuguesa.
Cerca de 75% de seu comércio internacional é realizado com a UE, preponderância associada à
integração do país no Mercado Europeu, que permite a livre circulação de mercadorias, pessoas,
serviços e capitais. No espaço comunitário europeu não existem barreiras alfandegárias.
De acordo com os dados do BdP, de 2012 a 2016, as exportações e importações de bens e serviços
cresceram em média 4,9% e 1,2% ao ano, respectivamente. O saldo da balança comercial de
bens e serviços foi positivo entre 2012 e 2016, invertendo a tendência negativa registrada
anteriormente.
No que se refere a bens, as exportações portuguesas aumentaram 1,0% em 2016 face ao ano
anterior, enquanto as importações avançaram 1,2%, resultando num déficit de € 10,8 bilhões /
US$ 11,9 bilhões, um pouco acima dos € 10,5 bilhões observados em 2015.
¹ grau de abertura = (exportações + importações)/PIB * 100
36
Comércio Internacional
Português2011 2012 2013 2014 2015 2016
Var.
2016/
2015
(%)
Comércio de bens e serviços
Exportações (fob)
milhões € 61.595 64.380 68.610 70.814 74.516 75.779 1,7
milhões
US$83.887
Importações (fob)
milhões € 68.048 64.151 65.414 68.849 71.218 71.714 0,7
milhões
US$79.387
Saldo (fob)
milhões € - 6.452 229 3.196 1.965 3.299 4.065
milhões
US$4.500
Taxa de cobertura % 90,5 100,4 104,9 102,9 104,6 105,7
% do PIB - 4,3 - 0,5 1,0 0,4 0,8 1,2
Comércio de bens
Exportações (fob)
milhões € 42.828 45.213 47.303 48.054 49.825 50.301 1,0
milhões
US$55.683
Importações (cif)
milhões € 59.551 56.374 57.013 59.032 60.310 61.063 1,2
milhões
US$67.597
Saldo (fob-cif)
milhões € - 16.723 - 11.161 - 9.710 - 10.978 - 10.485 -10.762
milhões
US$- 11.914
Taxa de cobertura % 71,9 80,2 83,0 81,4 82,6 82,4
% do PIB - 7,9 - 5,0 - 4,0 - 4,6 - 4,3 - 4,2
Tabela 21
Balança Comercial
Fonte: AICEP/BdP (Comércio de Bens e Serviços) – 2016
37
2. Origem e destino
Em 2016, o comércio exterior de Portugal com os países da UE representou 75% do total
exportado e 78% do total importado. E há tendência para o reforço da importância do
relacionamento comercial com os países da UE (+ 4% de exportações e + 3% de importações
face a 2015). A Espanha é o principal parceiro com a quota de 26% como país de destino das
exportações portuguesas e quota de 33% como país fornecedor.
Fora do contexto da UE, o Brasil é um dos principais parceiros comerciais de Portugal, sendo
destino de cerca de 1,1% das exportações portuguesas e sendo responsável por 1,7% daquilo
que Portugal importa. Em 2016, o Brasil importou de Portugal menos 5,3% face ao verificado
em 2015, mas, em contrapartida, registou um crescimento assinalável (+ 22,6%) no contexto
das exportações para Portugal.
Destino 2013 2014 2015 2016 Evolução
2016/
2015 (%)
Quota
2016 (%)(milhões
de €)
(milhões
de €)
(milhões
de €)
(milhões
de €)
(milhões de
US$)
Total 47.303 48.054 49.825 50.301 55.683 1,0 100,0
Total UE 33.268 34.045 36.257 37.842 41.891 4,4 75,2
Espanha 11.177 11.284 12.467 13.160 14.568 5,6 26,2
França 5.497 5.659 6.032 6.331 7.008 5,0 12,6
Alemanha 5.509 5.618 5.883 5.852 6.478 - 0,5 11,6
Reino Unido 2.613 2.944 3.359 3.540 3.919 5,4 7,0
Países Baixos 1.892 1.909 1.991 1.871 2.071 - 6,0 3,7
Itália 1.565 1.539 1.587 1.733 1.918 9,2 3,4
Bélgica 1.343 1.303 1.135 1.219 1.349 7,4 2,4
Polónia 440 473 553 575 637 4,0 1,1
Suécia 441 465 410 480 531 17,1 1,0
Outros UE 2.506 2.532 2.526 3.081 3.410 22,0 6,1
Total Extra UE 14.035 14.009 13.568 12.459 13.792 - 8,2 24,8
EUA 1.998 2.111 2.567 2.466 2.730 - 3,9 4,9
China 657 840 839 677 749 - 19,3 1,3
Brasil 739 639 569 539 597 - 5,3 1,1
Rússia 263 204 158 143 158 - 9,5 0,3
Japão 139 125 146 139 154 - 4,8 0,3
PALOP’s (excluindo Brasil) 3.770 3.839 2.810 2.119 2.346 - 24,6 4,2
Outros 6.469 6.251 6.479 6.376 7.058 - 1,6 12,7
Tabela 22
Exportações portuguesas de bens, segundo o país de destino
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional – 2017
38
Origem 2013 2014 2015 2016 Evolução
2016/
2015 (%)
Quota
2016 (%)(milhões
de €)
(milhões
de €)
(milhões
de €)
(milhões
de €)
(milhões
de US$)
Total 57.013 59.032 60.310 61.063 67.598 1,2 100,0
Total EU 41.061 44.143 46.152 47.456 52.534 2,8 77,7
Espanha 18.394 19.214 19.917 19.983 22.121 0,3 32,7
Alemanha 6.488 7.270 7.768 8.255 9.138 6,3 13,5
França 3.835 4.181 4.459 4.758 5.267 6,7 7,8
Itália 2.918 3.074 3.263 3.340 3.698 2,4 5,5
Países Baixos 2.850 3.052 3.080 3.115 3.448 1,1 5,1
Reino Unido 1.676 1.818 1.899 1.882 2.083 - 0,9 3,1
Bélgica 1.428 1.570 1.696 1.728 1.913 1,9 2,8
Polónia 435 537 586 730 808 24,6 1,2
Suécia 551 661 645 685 758 6,2 1,1
Irlanda 545 602 509 537 595 5,5 0,9
República Checa 317 408 471 470 520 - 0,2 0,8
Áustria 272 290 302 321 355 6,3 0,5
Outros UE 1.352 1.466 1.557 1.652 1.829 6,1 2,7
Total Extra
EU 15.952 14.889 14.158 13.607 15.063 - 3,9 22,3
China 1.370 1.599 1.778 1.819 2.014 2,3 3,0
Rússia 1.000 711 637 1.187 1.314 86,3 1,9
Brasil 832 865 860 1.054 1.167 22,6 1,7
EUA 843 930 966 878 972 - 9,1 1,4
Turquia 520 388 447 529 586 18,3 0,9
Japão 238 253 271 299 331 10,3 0,5
PALOP’s (excluindo Brasil) 2.707 1.653 1.193 858 950 - 28,1 1,4
Outros 8.442 8.490 8.006 6.983 7.730 - 12,8 11,4
Tabela 23
Importações portuguesas de bens, segundo o país de origem
Fonte:INE, Estatísticas do Comércio Internacional – 2017
39
3. Composição da pauta
Em 2015, as máquinas e aparelhos, os veículos e outro material de transporte e os
combustíveis minerais permanecem como os principais grupos de produtos exportados, mas
estes últimos contrariam, e de forma significativa, a tendência de crescimento evidenciado
pelo setor da exportação em geral ao longo dos últimos anos.
Comércio Internacional
Português
Exportações
2013 2014 2015 Variação
2015/2013
(%)Milhões
de €
Partic.
(%)
Milhões
de €
Partic.
(%)
Milhões
de €
Milhões
US$
Partic.
(%)
Total 47.303 100,0 48.054 100,0 49.825 55.306 100,0 5,3
Máquinas e aparelhos 6.948 14,7 7.005 14,6 7.282 8.083 14,6 4,8
Veículos e outro material de
transporte4.991 10,6 5.228 10,9 5.696 6.323 11,4 14,1
Combustíveis minerais 4.924 10,4 4.018 8,4 3.801 4.219 7,6 - 22,8
Metais comuns 3.694 7,8 3.860 8,0 3.785 4.201 7,6 2,5
Plásticos e borrachas 3.290 6,9 3.465 7,2 3.675 4.079 7,4 11,7
Agrícolas 2.590 5,5 2.883 6,0 3.194 3.545 6,4 23,3
Vestuário 2.549 5,4 2.780 5,8 2.873 3.189 5,8 12,7
Químicos 2.667 5,6 2.592 5,4 2.608 2.895 5,2 2,2
Pastas celulósicas e papel 2.306 4,9 2.286 4,8 2.460 2.731 4,9 6,7
Alimentares 2.536 5,4 2.552 5,3 2.451 2.721 4,9 - 3,4
Minerais e minérios 2.283 4,8 2.357 4,9 2.442 2.711 4,9 7,0
Matérias têxteis 1.739 3,7 1.837 3,8 1.942 2.156 3,9 11,7
Calçado 1.779 3,8 1.900 4,0 1.909 2.119 3,8 7,3
Madeira e cortiça 1.520 3,2 1.554 3,2 1.575 1.748 3,2 3,6
Ótica e precisão 661 1,4 725 1,5 786 872 1,6 18,9
Peles e couros 225 0,5 254 0,5 262 291 0,5 16,4
Outros 2.601 5,5 2.758 5,7 3.084 3.423 6,2 18,6
Tabela 24
Exportações portuguesas de bens, segundo a categoria de produtos
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional – 2016
40
Em 2015, as máquinas e aparelhos, os combustíveis minerais e os veículos e outro material de
transporte mantém-se como os principais grupos de produtos importados, mas também aqui
o contraste ao crescimento quase generalizado, inerente às diferentes categorias em presença,
surge sobre os combustíveis minerais, que reduzem significativamente o seu valor global de
importação, perdendo mesmo a liderança enquanto categoria mais importada.
Comércio Internacional
Português
Importações
2013 2014 2015 Variação
2015/2013
(%)Milhões
de €
Partic.
(%)
Milhões
de €
Partic.
(%)
Milhões
de €
Milhões
US$
Partic.
(%)
Total 57.013 100,0 59.032 100,0 60.310 66.944 100,0 5,8
Máquinas e aparelhos 8.424 14,8 9.070 15,4 9.535 10.584 15,8 13,2
Combustíveis minerais 11.152 19,6 10.194 17,3 7.970 8.847 13,2 - 28,5
Veículos e outro material de
transporte5.067 8,9 6.233 10,6 7.298 8.101 12,1 44,0
Agrícolas 6.236 10,9 6.154 10,4 6.549 7.269 10,9 5,0
Químicos 5.880 10,3 6.071 10,3 6.432 7.139 10,7 9,4
Metais comuns 4.326 7,6 4.485 7,6 4.701 5.218 7,8 8,7
Plásticos e borrachas 3.279 5,8 3.439 5,8 3.674 4.078 6,1 12,0
Alimentares 2.606 4,6 2.501 4,2 2.496 2.771 4,1 - 4,2
Vestuário 1.618 2,8 1.809 3,1 1.952 2.167 3,2 20,6
Matérias têxteis 1.725 3,0 1.806 3,1 1.882 2.089 3,1 9,1
Ótica e precisão 1.260 2,2 1.288 2,2 1.457 1.617 2,4 15,6
Pastas celulósicas e papel 1.159 2,0 1.206 2,0 1.242 1.379 2,1 7,2
Peles e couros 736 1,3 825 1,4 843 936 1,4 14,5
Minerais e minérios 679 1,2 768 1,3 816 906 1,4 20,2
Madeira e cortiça 684 1,2 750 1,3 770 855 1,3 12,6
Calçado 550 1,0 655 1,1 692 768 1,1 25,8
Outros 1.631 2,9 1.778 3,0 2.001 2.221 3,3 22,7
Tabela 25
Importações portuguesas de bens, segundo a categoria de produtos
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional – 2016
41
IV. RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL – PORTUGAL1. Intercâmbio comercial bilateral
Em 2016, o Brasil foi o destino de 1,1% das exportações portuguesas, num total de US$ 640
milhões, menos US$ 170 milhões do que em 2015. Enquanto país de origem das importações
portuguesas, em 2016 o Brasil foi responsável por 1,7%, no total de US$ 654 milhões, menos
US$ 168 milhões do que em 2015.
Destino
2011 2012 2013 2014 2015 2016
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
US$
Total 42.828 45.213 47.303 48.054 49.825 55.683
EU 31.873 32.108 33.268 34.045 36.257 41.891
Fora da UE 10.955 13.105 14.035 14.009 13.568 13.792
Brasil 583 681 739 639 569 640
Origem
2011 2012 2013 2014 2015 2016
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
US$
Total 59.551 56.374 57.013 59.032 60.310 67.598
UE 43.669 40.288 41.061 44.143 46.152 52.534
Fora da UE 15.882 16.086 15.952 14.889 14.158 15.063
Brasil 1.462 1.369 832 865 860 654
Tabela 26
Exportações portuguesas de mercadorias
Fonte: INE – Estatísticas do Comércio Internacional - 2017
Tabela 27
Importações portuguesas de mercadorias
Fonte: INE – Estatísticas do Comércio Internacional – 2017
42
Fluxo Portugal - Brasil
No período de 2011 a 2016, as importações brasileiras de Portugal atingiram a média anual de
€ 625,0 milhões / US$ 786,9 milhões. De 2011 a 2014, houve crescimento desse fluxo, mas a
partir de 2014, verifica-se tendência inversa, que se tem mantido até ao presente.
Em 2016, a venda de mercadorias portuguesas para o Brasil representou 0,5% do total das
importações brasileiras, situando-se Portugal no 37º lugar no ranking dos fornecedores do
Brasil.
Fluxo Brasil - Portugal
Do lado das exportações brasileiras para Portugal, entre 2011 e 2016, a média anual foi de €
1,1 bilhão / US$ 1,4 bilhão, verificando-se uma tendência de redução até 2014, que surgiu
invertida a partir de 2015 e até o presente.
Em 2016, o fluxo de mercadorias brasileiras para Portugal representou 0,35% do total das
exportações de mercadorias do Brasil, situando Portugal como o 42º parceiro do Brasil.
Evolução recente
Entre 2011 e 2014, o Brasil manteve-se entre 10º e 11º cliente de Portugal, mas a partir daí
baixou a sua posição relativa, ocupando em 2016 o 13º lugar, correspondente a 1,1% do volume
total das exportações portuguesas de mercadorias (1,4% em 2011). Fora do espaço da UE, o
Brasil posicionou-se como o quinto maior mercado de destino das exportações portuguesas (3º
em 2011), num ranking liderado pelos EUA.
Como fornecedor de Portugal, o Brasil recuperou em 2016 a 10ª posição observada em 2011,
representando 1,7% do total importado, ficando como 4º maior fornecedor fora da UE (3º em
2011), num ranking liderado pela China.
43
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Como Cliente Posição 10.ª 11.ª 10.ª 11.ª 12.ª 13.ª
Como Fornecedor Posição 10.ª 10.ª 12.ª 11.ª 11.ª 10.ª
Fluxo 2012 2013 2014 2015 2016
milhões de € milhões de € milhões de € milhões de €milhões de
US$
Exportações (Portugal - Brasil) 681 739 639 569 640
Importações (Brasil → Portugal) 1.369 832 865 860 654
Saldo - 688 - 93 - 226 - 291 15
Coeficiente de cobertura 50% 89% 74% 66% --
Composição do intercâmbio comercial bilateral
Importações brasileiras de Portugal por grupo de produtos
Em 2016, os produtos agrícolas representaram 45,6% das importações brasileiras de Portugal
e, em conjunto com os grupos veículos e outro material de transporte e máquinas e aparelhos,
totalizaram 75,9%.
Os principais produtos portugueses exportados: azeite de oliva (26,1% do total), partes e peças
de aeronaves (19,6%), maçãs, peras e marmelos, frescos (7,4%), vinhos de uvas frescas (5,4%),
peixe congelado (5,1%) e peixes secos, salgados ou em salmoura (3,0%).
Tabela 28
Importância do Brasil nos fluxos comerciais de Portugal (Mercadorias)
Fonte: INE; AICEP (2017)
Tabela 29
Evolução da balança comercial bilateral de mercadorias
Fonte: AICEP/INE – Estatísticas do Comércio Internacional - 2017
44
Dados de 2015 indicam que eram 1.520 as empresas portuguesas com atividade exportadora
para o Brasil.
Grupos de Produtos
2015 2016% Total
(2016)milhões
de €
milhões
de €
milhões de
US$
Produtos agrícolas 251,1 245,8 272,1 42,5
Veículos e outro material de transporte 90,4 114,2 126,4 19,7
Máquinas e aparelhos 72,5 49,2 54,5 8,5
Produtos alimentares 39,0 37,8 41,8 6,3
Metais comuns 31,7 20,1 22,3 3,5
Combustíveis minerais 2,7 13,3 14,7 2,3
Minerais e minérios 32,7 12,2 13,5 2,1
Matérias têxteis 9,7 10,9 12,1 2,0
Plásticos e borrachas 11,2 10,3 11,4 1,9
Produtos químicos 6,1 6,9 7,6 1,3
Pastas celulósicas e papel 5,0 6,3 7,0 1,2
Madeira e cortiça 4,6 4,3 4,8 0,8
Vestuário 2,1 2,0 2,2 0,4
Instrumentos de óptica e precisão 3,9 1,8 2,0 0,3
Peles e couros 0,9 0,3 0,3 0,05
Calçado 0,2 0,2 0,2 0,03
Outros produtos 4,9 3,5 47,1 7,4
Total 568,8 538,8 640,0 100,0
Exportações brasileiras para Portugal, por grupo de produtos
Em relação às importações portuguesas do Brasil em 2016, destacam-se os “veículos e outro
material de transporte” (45,6% do total) e, numa segunda instância, os grupos de produtos
agrícolas (19,0%), metais comuns (9,1%) e combustíveis minerais (8,0%).
Tabela 30
Importações brasileiras de Portugal por grupos de produtos
Fonte:AICEP/INE – Estatísticas do Comércio Internacional – 2017 / MDIC/SECEX-Aliceweb
45
Os principais produtos exportados foram: outros veículos aéreos, veículos espaciais e seus
veículos de lançamento (43,8% do total); óleos brutos de petróleo (8,0%), soja (7,7%), produtos
laminados planos de ferro e aço (7,3%) e milho (3,5%).
Entre 2015 e 2016, salienta-se o forte aumento verificado na importação portuguesa de veículos
e outro material de transporte (+768,2%) e de produtos alimentares (+ 70,1%) e, por outro lado,
a queda na importação de combustíveis minerais (- 59,5%).
Grupos de Produtos
2015 2016% Total
(2016)milhões
de €
milhões
de €
milhões de
US$
Veículos e outro material de transporte 55,4 481,0 298,22 45,6
Produtos agrícolas 286,1 200,0 124,26 19,0
Metais comuns 97,4 96,1 59,51 9,1
Combustíveis minerais 209,6 84,8 52,32 8,0
Máquinas e aparelhos 39,5 37,5 23,54 3,6
Plásticos e borrachas 37,3 31,8 19,62 3,0
Madeira e cortiça 29,3 27,4 17,00 2,6
Produtos alimentares 12,7 21,6 13,08 2,0
Produtos químicos 11,5 16,0 9,81 1,5
Matérias têxteis 14,5 11,6 7,19 1,1
Peles e couros 15,9 11,5 7,19 1,1
Pastas celulósicas e papel 7,9 10,2 6,54 1,0
Calçado 6,7 7,2 4,58 0,7
Vestuário 3,1 3,4 1,96 0,3
Instrumentos de óptica e precisão 4,4 3,0 1,96 0,3
Minerais e minérios 2,1 1,6 1,31 0,2
Outros produtos 26,7 9,6 5,87 0,9
Total 860,0 1.054,4 654,0 100,0
Tabela 31
Exportações brasileiras para Portugal por grupos de produtos
Fonte:AICEP/INE – Estatísticas do Comércio Internacional – 2017 / MDIC/SECEX-Aliceweb
46
Serviços
No âmbito dos serviços, e segundo dados do BdP, em 2016, o Brasil absorveu 3,8% do total da
exportação portuguesa, e forneceu 3,0% da importação.
O total da exportação em 2016 foi de € 1 bilhão / US$ 1,11 bilhão, representando um acréscimo
de 3,7% relativamente a 2015. O total da importação foi de € 389,6 milhões / US$ 431,3
milhões, um decréscimo de 5,5% em relação a 2015.
Em anos recentes, a Balança de Serviços tem sido sempre favorável a Portugal, tendo atingido
em 2016 o superávit de € 614,8 milhões / US$ 680,6 milhões e uma taxa de cobertura das
importações pelas exportações de 257,8%.
Segundo o BdP, os serviços de transportes (47,3% do total exportado em 2016) e viagens e
turismo (39,8%) são os principais na pauta de exportações portuguesas de serviços para o Brasil.
Em relação às importações portuguesas de serviços do Brasil, os mais importantes são,
igualmente, transportes (35,8% do total) e viagens e turismo (30,5%), mas tendo os primeiros
registrado um importante decréscimo em relação ao ano anterior (- 24,9%).
Fluxo
2012 2013 2014 2015 2016 Variação
2016/15
(%)milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de US$
Exportações (Portugal - Brasil) 1.099,9 1.121,1 1.109,8 968,6 1.004,4 1.111,9 3,7
Importações (Brasil → Portugal) 476,6 395,3 407,7 412,1 389,6 431,3 - 5,5
Saldo 623,3 725,8 702,1 556,5 614,8 680,6 ---
Coeficiente de cobertura 230,8 283,6 272,2 235,0 257,8 --- ---
Tabela 32
Evolução da balança comercial bilateral de serviços
Fonte: AICEP/BdP (2017)
47
2. Investimentos bilaterais
Segundo dados do BdP para 2016, o fluxo de investimento direto do Brasil em Portugal
apresentou movimento positivo de € 250,3 milhões / US$ 277,1 milhões, invertendo a
realidade observada em 2015 (movimento negativo de € 864,3 milhões).
No mesmo ano, o fluxo de investimento direto de Portugal no Brasil também evoluiu em €
371,4 milhões / US$ 411,1 milhões, recuperando-se do resultado negativo de 2015 (€ - 230,4
milhões).
Fluxo
2012 2013 2014 2015 2016Variação
2016/15
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de US$
milhões
de €
IDPE - 598,4 - 583,1 2.159,5 - 230,4 371,4 411,1 261,2
IDE - 620,9 121,2 1.308,7 - 864,3 250,3 277,1 129,0
Saldo 22,5 - 704,3 850,8 633,9 121,1 ---
Em termos de estoque, o Investimento do Brasil em Portugal no final de dezembro de 2016
atingia € 2,8 bilhões / US$ 3,1 bilhões, referenciando uma quota de 2,3% do estoque total.
No mesmo ano e em sentido oposto, o estoque de investimento português no Brasil totalizava
€ 2,8 bilhões / US$ 3 bilhões, reproduzindo uma quota de 5,2% do total no último ano.
Tabela 33
Fluxos de investimento direto entre Portugal e o Brasil – Princípio Direcional (valores líquidos)
Fonte: BdP
Nota: Princípio Direcional: reflete a direção ou influência do investimento, isto é, o Investimento Direto de Portugal no Exterior
(IDPE) e o Investimento Direto do Exterior em Portugal (IDE).
48
Fluxo
2012 dez.2013
dez.
2014
dez.
2015
dez.2016 dez
Variação(a)
2016/15
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de US$milhões de €
IDPE 3.761,6 2.865,4 3.317,1 2.366,7 2.738,5 3.031,5 15,7
% no total de Portugal 8,7 6,5 7,4 4,5 5,2 --- --
IDE 1.947,8 1.636,1 3.262,2 2.581,3 2.834,3 3.137,6 9,8
% no total de Portugal 2,2 1,8 3,3 2,4 2,5 ---- --
Saldo 1.813,8 1.229,3 54,9 -214,7 -95,8 ---- --
O Brasil desperta forte interesse entre empresas portuguesas, hoje presentes em diferentes
áreas de negócio no Brasil, em particular nos setores de turismo, construção e obras públicas,
energia, ambiente, agroalimentar e bebidas, equipamentos industriais, componentes para a
indústria automobilística, tecnologias de informação e comunicação, serviços e distribuição.
Tabela 34
Posição (stock) de investimento direto entre Portugal e Brasil – Princípio Direcional
Fonte: BdP (a)Taxa de variação homóloga
49
3. Principais acordos econômicos entre Portugal / UE e o Brasil
No que se refere ao relacionamento com a UE, o quadro legal está contido, basicamente, no
Acordo–Quadro Inter-Regional de Cooperação MERCOSUL/UE, assinado em 15 de Dezembro
de 1995 e em vigor desde 1 de Julho de 1999, e no Acordo–Quadro de Cooperação Brasil/UE
assinado em Junho de 1992 e em vigor desde 1 de Novembro de 1995.
Os principais objetivos deste Acordo-Quadro Brasil/UE, mesmo não estabelecendo concessões
tarifárias preferenciais, são a diversificação de trocas comerciais entre as partes e a intensificação
da cooperação econômica, industrial, científica, tecnológica e financeira.
Para informação mais pormenorizada sobre o relacionamento bilateral entre a UE e o Brasil,
pode ser consultado o Portal da UE no site http://eeas.europa.eu/brazil/index_pt.htm, ou no
http://ec.europa.eu/trade/creating-opportunities/bilateral-relations/countries/brazil, site da
Comissão Europeia, no tema Trade/Bilateralrelations (Brazil)
Acordos Relevantes entre Brasil e Portugal:
Acordo sobre Cooperação Econômica e Industrial
Link ao Texto Legal no DR: http://dre.pt/pdf1s/1981/04/07900/08550856.pdf
Acordo para a Promoção e a Proteção Recíprocas de Investimentos
Link ao Texto Legal no DR: http://dre.pt/pdf1s/1994/08/184A00/45584561.pdf
Acordo Quadro de Cooperação
Link ao Texto Legal no DR: http://dre.pt/pdf1s/1993/05/102A00/22272230.pdf
Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta (assim como o Acordo para Retificação do
artigo 9º do Tratado)
Link ao Texto Legal no DR: http://dre.pt/pdf1s/2000/12/287A00/71727187.pdf
Convenção Destinada a Evitar a Dupla Tributação e a Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de
Impostos sobre o Rendimento e Protocolo Anexo
Link ao Texto Legal no DR: http://dre.pt/pdf1s/2001/04/098A00/24042413.pdf
50
Acordo sobre a Contratação Recíproca de Nacionais
Link ao Texto Legal no DR: http://dre.pt/pdf1s/2003/09/217A00/60846086.pdf
Acordo sobre a Facilitação de Circulação de Pessoas
Link ao Texto Legal no DR: http://dre.pt/pdf1s/2003/09/221A00/61846186.pdf
Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo
Link ao texto Legal no DR: (http://dre.pt/pdf1sdip/2006/06/122A00/45364538.pdf)
Acordo de Segurança Social ou Seguridade Social
Link ao Texto Legal no DR: http://dre.pt/pdf1s/1994/08/198A00/49834991.pdf
51
4. Linhas de crédito de bancos brasileiros
O sistema de apoio oficial às exportações brasileiras disponibiliza, atualmente, os seguintes
mecanismos de financiamento e de garantia:
ACC/ACE
Descrição
Antecipação de recursos ao exportador (em moeda nacional - R$), disponível em duas
modalidades:
• ACC – “Adiantamento sobre Contrato de Câmbio”: por conta de uma exportação a ser
realizada no futuro;
• ACE – “Adiantamento sobre Cambiais Entregues”: mediante a transferência para o
Banco do Brasil dos direitos sobre a venda a prazo. Disponibilização após o embarque da
mercadoria para o exterior.
Destinatários
Exportadores ou produtores rurais cujos negócios no exterior precisem de capital de giro
e/ou recursos para financiamento das fases de produção (ACC) ou de comercialização
(ACE).
Vantagens
• Adiantamento: até 100% do valor da exportação;
• Taxas de juro internacionais;
• Prazo de pagamento: até 750 dias nas fases pré-embarque (ACC) e pós-embarque (ACE);
• Capital de giro: até 360 dias antes do embarque do bem exportado (ACC);
• Possibilidade de venda ao exterior a prazo com recebimento à vista;
• Isenção do Imposto sobre Operações Financeiras – IOF;
• Possibilidade de contratação via Internet – ACC/ACE Automático
BNDES – Exim
DescriçãoFinanciamento, através do BNDES, à exportação (pós-embarque) e à produção para
exportação (pré-embarque).
Destinatários Exportadores de bens/serviços e importadores de produtos brasileiros.
Vantagens
• Para o exportador: participação de 100% do valor da exportação;
• Prazo: até 12 anos para pagamento na modalidade pós-embarque; até 36 meses no pré-
embarque, de acordo com a mercadoria/serviço;
• Para o importador: possibilidade de realizar suas importações sem pagamento imediato;
além das taxas de juros bastante atrativas;
• Possibilidade de venda a prazo com recebimento à vista.
52
ROEX
Finalização
Descrição
É o instrumento público mais importante de apoio às exportações brasileiras de
bens/serviço, cujo objetivo é conceder às exportações condições equivalentes
às do mercado internacional. Disponível em duas modalidades operacionais:
financiamento e equalização.
DescriçãoFinanciamento direto ao exportador brasileiro ou importador. Fonte de
financiamento: Tesouro Nacional.
Destinatários
Vocacionado para as micro, pequenas e médias empresas brasileiras
exportadoras de bens e serviços (com faturamento bruto anual até R$ 600
milhões).
Vantagens
• Financiamento: até 100% do valor da exportação para os financiamentos com
prazo até dois anos; até 85% do valor da exportação nos restantes casos;
• Taxas de juros internacionais;
• Prazo: 60 dias a 10 anos, em função do valor da mercadoria ou complexidade
do serviço prestado; Pagamentos semestrais, iguais e consecutivos;
• Não há limite mínimo de valor ou de quantidade de mercadoria por operação
ou embarque;
• Garantias: aval, carta de crédito de instituição financeira de primeira linha,
fiança ou seguro de crédito à exportação.
Equalização
Descrição
Financiamento à exportação brasileira por instituições financeiras estabelecidas,
quer no Brasil quer no exterior. Os encargos financeiros são parcialmente
assumidos pelo PROEX, tornando as taxas de juros equivalentes às praticadas
internacionalmente.
DestinatáriosEmpresas brasileiras exportadoras de bens e serviços, de qualquer dimensão. O
beneficiário do mecanismo de equalização é a instituição financeira financiadora.
Vantagens
• Equalização: até 85% do valor da exportação;
• As características do financiamento (prazo, percentual equalizáveis, taxa de
juro e garantias) podem ser livremente acordadas entre as partes. Podem ser
diferentes das condições de equalização;
• Prazo: 60 dias a 10 anos, em função do valor da mercadoria ou complexidade
do serviço prestado;
• O pagamento ao financiador ocorre por intermédio da emissão de Notas do
Tesouro Nacional, da Série I (NTN-I).
53
Proger
Exportação
DescriçãoFinanciamento à produção de bens vocacionados para exportação e despesas diretamente
ligadas à promoção (participação em feiras no Brasil e no exterior).
Destinatários Micro e pequenas empresas exportadoras brasileiras, clientes do Banco do Brasil.
Vantagens
• Financiamento (em moeda nacional - R$): até R$ 250 mil por operação;
• Prazo: até 12 meses antes do embarque dos bens (carência até 6 meses);
• Ausência de risco cambial;
• Possibilidade de acesso aos principais eventos em todo o mundo;
• Tarifas e custos reduzidos.
Seguro de
Crédito à
Exportação
Descrição
Tem a finalidade de garantir as operações de crédito à exportação que possam afetar:
• a produção de bens para a exportação brasileira (e a prestação de serviços associados);
• as exportações brasileiras de bens e serviços.
Destinatários
Exportadores e instituições financeiras que financiarem ou refinanciarem:
• a produção de bens para a exportação brasileira (e a prestação de serviços associados);
• as exportações brasileiras de bens e serviços.
Vantagens Garantia contra riscos comerciais, políticos e extraordinários.
54
5. Oportunidades: principais produtos importados por Portugal
As melhores oportunidades para a penetração dos produtos brasileiros no mercado português
concentram-se no âmbito das principais importações portuguesas de mercadorias provenientes
de países de fora da UE. Por sua vez, os produtos importados da UE não estão sujeitos a taxas
alfandegárias, nem a autorizações de comercialização ou a outro tipo de barreira, e que em
geral implicam aumento de custos para o exportador.
Ao contrário, os produtos importados do Brasil estão sujeitos a tarifas alfandegárias definidas
pela UE, assim como a eventuais processos de licenciamento, autorização e/ou certificação
definidos pela Comissão Europeia (CE), salvo se existir acordo específico entre a UE e o Brasil.
Origem
2013 2014 20152015 jan–
nov
2016 jan-
nov
milhões
de €
milhões
de €
milhões
de €
milhões de
US$
milhões
de €
milhões
de €
Fora da UE 15.952 14.889 14.158 15.175 13.102 12.232
Tabela 35
Importações portuguesas de mercadorias fora da EU
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional – 2016
55
Grupo Produto
2014 2015
Total (milhões
de €)
Quota Brasil no
total importado
extra UE
Total (milhões
de €)
Total (milhões de
US$)
Quota Brasil no
total importado
extra UE
Combustíveis
minerais7.404 4,8% 5.880 6.527 3,6%
Agrícolas 1.378 16,2% 1.575 1.748 20,8%
Máquinas e
aparelhos1.427 2,5% 1.522 1.689 2,6%
Químicos 700 2,0% 771 856 1,5%
Metais comuns 591 5,8% 758 841 12,8%
Veículos e outro
material de
transporte
709 10,9% 729 809 7,8%
Matérias têxteis 593 1,9% 630 699 2,3%
Plásticos e
borrachas540 3,5% 608 675 6,1%
Alimentares 307 7,2% 271 301 4,7%
Madeira e cortiça 162 9,1% 209 232 14,0%
Tabela 36
Importações portuguesas de mercadorias fora da UE – TOP 10
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional – 2016
56
V. ACESSO AO MERCADO1. Sistema tarifário
Estrutura tarifária
Sendo a UE uma união aduaneira, o regime tarifário de importação adotado pelos estados-
membros obedece mesma legislação unificada, aplicando imposições alfandegárias iguais
para produtos provenientes de países terceiros, consolidadas na Pauta Exterior Comum (PEC).
O mesmo regime prevê a concessão por parte da UE de vantagens aduaneiras às mercadorias
originárias de países em desenvolvimento, por intermédio do Sistema Geral de Preferências
(SGP), e a países com os quais a UE mantem acordos preferenciais estabelecidos no âmbito da
Organização Mundial Comércio (OMC).
O importador interessado poderá se beneficiar deste regime mediante a comprovação da
origem das mercadorias, através do “Certificado de Origem FORM A”, ou através do “Certificado
de Circulação de Mercadorias EUR1”.
Mercadorias provenientes de países fora da UE estarão sujeitas ao pagamento de direitos
aduaneiros, na forma de imposto de importação. As taxas do imposto variam segundo o tipo de
mercadoria. O valor para o cálculo do imposto é designado “valor aduaneiro”; que é o somatório
do preço declarado na fatura, e efetivamente pago na aquisição do produto, com os custos
de transporte e de seguro, conjunto denominado preço CIF, custo, seguro e frete. Ademais do
imposto de importação, a mercadoria importada está sujeita, como as demais em circulação
na UE, ao Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA), cuja taxa mais alta em Portugal é 23%. O
valor tributável para efeitos do cálculo do IVA é constituído pelo “valor aduaneiro” acrescido o
montante apurado dos direitos aduaneiros e de outros tributos eventualmente cobrados.
Os direitos aduaneiros previstos são, em sua maior parte, estabelecidos na base “ad valorem”.
Direitos específicos expressos em valores predeterminados por unidades de volume aplicam-
se sobre alguns produtos agrícolas, bebidas alcoólicas e carvão. Em alguns casos, além do
direito de importação “ad valorem” e dos direitos específicos existem direitos compensatórios,
aplicáveis a produtos cujo preço de entrada no mercado comunitário seja inferior ao praticado
na UE. Para produtos contendo farinha ou açúcar, são aplicados direitos adicionais específicos,
consoante a quantidade neles contida.
57
As mercadorias postas em livre circulação2 na UE estão isentas de controle alfandegário no
espaço comunitário, embora sujeitas à fiscalização de qualidade e características técnicas.
Quando em circulação no espaço da UE, as mercadorias devem estar acompanhadas por
documentos exigidos pelas autoridades nacionais, tais como: guia de transporte; fatura
comercial e certificados de conformidade, qualidade, sanitários e fitossanitários.
Na ilha da Madeira funciona uma Zona Franca: as mercadorias podem ser depositadas livres de
direitos aduaneiros, restrições quantitativas ou de medidas de efeito equivalente. As empresas
que se instalam na Zona Franca têm benefícios fiscais e financeiros.
Com o objetivo de proteção dos consumidores, a UE tem vindo a harmonizar as regras de
rotulagem, apresentação e publicidade de vários produtos, como alimentares e brinquedos,
para assim minimizar os entraves à livre circulação de mercadorias no território comunitário.
Para efeitos de importação, a UE utiliza a Pauta Integrada das Comunidades Europeias-TARIC,
nomenclatura com desdobramento adicional de 2 dígitos e estruturada com base na NC;
contém as taxas dos direitos aduaneiros, regimes aduaneiros, as tabelas de Imposto sobre Valor
Acrescentado (IVA), as regras da UE aplicáveis ao seu comércio externo, as taxas preferenciais do
SGP e, além de outras informações, notas explicativas sobre a aplicação de normas específicas,
técnicas ou fitossanitárias. O endereço para consulta é:
http://pauta.dgaiec.min-financas.pt/partespauta/partes/partespauta.htm
Na condição de responsável pela gestão da TARIC, a CE atualiza-a diariamente em seu site oficial
TARIC. Em Portugal, as informações sobre as nomenclaturas estão disponíveis no Portal das
Finanças através do endereço na Internet:
http://pauta.dgaiec.min-financas.pt/homepage.aspx
² Mercadorias em livre circulação são as introduzidas nos países da UE após o cumprimento de formalidades de importação
(pagamento de direitos aduaneiros e outras taxas) podendo circular livremente por todo o espaço comunitário sem necessidade
de cumprimento de formalidades adicionais.
58
Outras taxas e gravames à importação
Os produtos importados também estão sujeitos ao pagamento do imposto sobre o valor
acrescentado (IVA). As taxas para produtos alimentares e outros são de 13% ou 6%. Nas Regiões
Autônomas da Madeira e dos Açores, as taxas são diferenciadas: na Madeira, normal 22%,
intermédia 12%, reduzida 5%; nos Açores, 18%, 9% e 4% respectivamente. As tabelas do IVA
estão disponíveis para consulta em:
http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios/civa_rep/.
Mercadorias como o tabaco, bebidas e óleos minerais (combustíveis) estão sujeitas ao
pagamento dos impostos especiais sobre o consumo (IEC).
- IABA – Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas;
- ISP – Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos;
- IT – Imposto sobre o Tabaco.
Para conhecer as respectivas alíquotas, é indispensável a consulta às tabelas, disponíveis em:
http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/codigos_tributarios/iuc/.
59
2. Regulamentação das atividades de comércio exterior
Regulamentação geral
A política comercial comunitária tem 3 principais vertentes:
- Política de defesa comercial (medidas antidumping, medidas compensatórias e de salvaguarda),
com objetivo principal da defesa do mercado interno europeu contra práticas consideradas
desleais de terceiros países;
- Aprofundamento das regras multilaterais de comércio no âmbito da OMC;
- Nova estratégia de acesso a mercados de terceiros países com o objetivo de fortalecer a
capacidade da UE de remover barreiras em mercados externos para produtos europeus.
Medidas de defesa comercial
Medidas antidumping
O Regulamento (CE) n. 1036/2016 do Conselho e do Parlamento, de 8 de junho de 2016, tem
como objetivo, a defesa contra as importações europeias objeto de dumping por parte de países
não membros da Comunidade Europeia.
http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32016R1036&from=PT
Uma medida antidumping apenas permanece em vigor enquanto for necessária para combater
o dumping que estiver causando prejuízo a empresas europeias. A vigência da aplicabilidade
dos direitos antidumping é de cinco anos, findos os quais há lugar ao reexame das condições,
feito por iniciativa da Comissão ou a pedido dos produtores da UE. Os direitos mantêm-se em
vigor durante o reexame.
60
Contudo, a aplicação dessas medidas só é possível se estiverem reunidas três condições:
1 - O produto ser vendido a preço de exportação inferior a seu valor normal, isto é, a preço
inferior ao preço comparável praticado no mercado do país exportador relativamente a um
produto similar;
2 - As importações objeto de dumping causarem ou ameaçarem causar prejuízo importante no
ramo de produção nacional do país importador;
3 - A existência claramente verificada de nexo de causalidade entre as importações objeto de
dumping e o prejuízo importante causado ao ramo de produção em questão.
Existem alguns produtos brasileiros aos quais se aplica essa medida, tais como “produtos
laminados a quente, de ferro, aço” (consultar texto da medida europeia antidumping no
seguinte endereço):
http://pauta.dgaiec.min-financas.pt/pautaonline/templates/Pagina.aspx?FRAM
ELESS=false&NRNODEGUID=%7b991FE4A0-9A1E-42B0-8D05-971831A5515A%7d&N
RORIGINALURL=%2fNR%2fexeres%2f991FE4A0-9A1E-42B0-8D05-971831A5515A%2e-
htm&NRCACHEHINT=Guest#N12012017
Subvenções e medidas de compensação
O Regulamento (CE) n.º 597/2009, que transpõe as disposições do Acordo intracomunitário
sobre Subvenções e Medidas de Compensação, enuncia os critérios que permitem determinar se
uma subvenção pode ser concedida especificamente a uma empresa, a um ramo de produção,
a um grupo de empresas ou a ramos de produção, e classifica as subvenções em três categorias:
subvenções proibidas, subvenções passíveis de recurso e subvenções não passíveis de recurso.
O acordo prevê medidas corretivas diferentes para cada categoria de subvenções.
O Acordo contém, igualmente, disposições no que respeita à utilização das medidas de
compensação, isto é, os direitos instituídos pelo país importador para compensar o efeito da
subvenção. Trata-se de regras similares às aplicáveis no caso das ações antidumping.
61
Medidas de salvaguarda
O Acordo sobre as Medidas de Salvaguarda estabelece as regras para a aplicação das medidas de
salvaguarda previstas no artigo XIX do GATT de 1994. Com efeito, o referido artigo permite que os
membros da OMC possam adotar uma medida de salvaguarda, numa base não discriminatória,
para limitar as importações, quando estejam reunidas determinadas condições, e para proteger
um ramo de produção nacional de um prejuízo grave ou de uma ameaça de prejuízo grave
causado por um aumento de importações de produtos daquele ramo.
O Acordo proíbe medidas denominadas da “zona cinzenta”, tais como as de limitação voluntária
de exportações ou acordos de repartição do mercado. Estabelece, ademais, uma cláusula de
extinção de todas as medidas de proteção existentes, determinando os processos e fixando as
regras a seguir quanto à adoção de medidas de salvaguarda.
Regulamentação específica
Normas sanitárias, embalagens e rótulos:
1) Medidas fitossanitárias A Diretiva 2000/29/CE do Conselho da Europa, estabelece a
legislação, que assenta nos princípios da Convenção Fitossanitária Internacional (CFI) e do
Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da Organização Mundial do
Comércio. Para conhecer o normativo completo, consultar o site: http://eur-ex.europa.eu/
LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:32000L0029:PT:HTML
As medidas fitossanitárias aplicam-se em particular sobre produtos de origem animal e vegetal,
nacionais ou importados. O objetivo destas medidas é evitar a propagação de organismos
nocivos para o consumo humano, assim como para animais e plantas ou produtos vegetais em
toda a UE.
As restrições técnicas de modo geral abrangem o cumprimento de normas relativas à segurança
e à qualidade dos produtos. São impostas com o objetivo de garantir homogeneidade entre
produtos introduzidos no mercado da UE e os produzidos internamente, de modo a que todos
cumpram os mesmos requisitos técnicos e de qualidade segurança, em função do consumidor.
62
No caso específico de exportações de carne bovina e de frango para a UE, as empresas brasileiras
interessadas estarão sujeitas a inspeções sanitárias por técnicos da UE, durante as quais são
examinadas as condições higiênicas e a qualidade do produto final de estabelecimentos de
abate e de processamento. Caso aprovado, o estabelecimento é incluído na lista de empresas
habilitadas a exportar para a UE elaborada pelo DIPOA- Departamento de Inspeção de Produtos
de Origem Animal, do MAPA.
2) Embalagem e rotulagem: O regulamento (EU) nº 1169/2011 do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 25 de outubro de 2011, é a norma básica relativa à rotulagem de gêneros
alimentícios na UE. Tem como principal objetivo informar os consumidores sobre a composição
dos alimentos, permitindo-lhes melhores escolhas e mais informação acerca de eventuais
relações do produto com a ordem econômica ou social, o ambiente, a ética ou a saúde.
Principais determinações:
- Declaração nutricional – é obrigatória a informação sobre valor energético, quantidades de
ácidos gordos saturados, hidratos de carbono, açúcares, proteínas e sal. A declaração nutricional
dever ser expressa por 100 g/ml.
- País de origem – obrigatória a identificação, em todos os rótulos de produtos alimentares ou
alimentícios, do país de origem do produto. Identificação do estabelecimento produtor e do
importador ou distribuidor da carne de bovino e de produtos à base de carne de bovino, mel,
frutas, produtos hortícolas e peixe.
- Datas de produção ou fabricação, de validade ou de limite preferencial de consumo após
abertura de embalagem.
- Legibilidade – as menções obrigatórias terão de obedecer a uma altura mínima que dependerá
da área de superfície maior da embalagem ou recipiente.
- Alergênicos – a informação deverá se constar em rótulos e embalagens de todos os gêneros
alimentícios (pré-embalados ou a granel). Na lista de ingredientes, os nomes alergênicos
deverão aparecer destacados dos ingredientes restantes.
- Bebidas com alto teor de cafeína: as embalagens ou rótulos deverão mencionar sua existência,
referindo o respectivo teor e, ainda, que seu consumo não é recomendado a crianças, grávidas,
ou lactantes.
63
- Produtos contendo glúten e lactose – suas embalagens e rótulos deverão mencionar sua
existência.
- Óleos vegetais – identificação dos óleos vegetais utilizados no produto alimentício final, bem
como indicação de utilização de óleo de palma.
- Produtos têxteis e de vestuário devem apresentar etiqueta com indicação do país de origem.
Têxteis produzidos com diferentes fibras devem indicar na etiqueta a porcentagem de cada uma
na composição do tecido.
- Produtos químicos de uso ou aplicação específicos deverão apresentar símbolos e dizeres
adequados às respectivas características, por exemplo, “inflamável” ou “tóxico”, etc.
- Produtos cosméticos ou medicamentosos seguem normativa própria que deve ser consultada
junto ao Instituto da Farmácia e do Medicamento (INFARMED) (www.infarmed.pt), a respectiva
autoridade reguladora.
O texto integral do Regulamento1169/2011 está disponível em:
http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2011:304:0018:0063:PT:PDF.
Segurança alimentar e a fiscalização econômica
Em Portugal, a fiscalização da segurança alimentar e econômica é realizada pela Autoridade
de Segurança Alimentar e Econômica (ASAE). Esta autoridade é a responsável pela avaliação
de riscos na cadeia alimentar e pela comunicação pública de perigos ou de proibição de
comercialização de produtos alimentícios e alimentares. Disciplina também o exercício das
atividades econômicas nos setores alimentares e não alimentares, mediante fiscalização e
prevenção do cumprimento da legislação reguladora das mesmas.
64
Marcas e Patentes
No que diz respeito às marcas comerciais, as empresas estrangeiras e portuguesas devem
registrar as suas marcas comerciais no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Ao
abrigo da lei portuguesa, este registro tem a duração de 10 anos, sendo sempre renovável por
períodos de igual tempo. O pagamento das taxas pode ser efetuado online.
As patentes de empresas estrangeiras também têm de ser registradas no INPI, pelo agente
local, que precisa fornecer todas as especificações. A validade é de 20 anos, também estando as
patentes sujeitas ao pagamento de taxas.
Regime cambial - taxa de câmbio
A taxa de câmbio no desembaraço aduaneiro de mercadorias é indispensável para determinação
do valor aduaneiro. É estabelecida para vigorar durante 30 dias a cada penúltima quarta-feira
do mês. Na eventualidade de não ser definida numa daquelas quartas-feiras, a taxa a considerar
será a que tiver sido estabelecida e publicada antes dessa quarta-feira.
As taxas de câmbio definidas para efeitos de comércio exterior são indicadas pelo BdP, e dividem-
se em:
Taxas de Câmbio de Referência: relativa às principais moedas e cuja paridade é fixada
regularmente pelo Banco Central Europeu (BCE), consultar http://www.bportugal.pt, e
Outras Taxas de Câmbio: relativas a outras moedas, sendo, neste caso, as paridades indicativas.
Ambas são aplicáveis ao câmbio de venda, para a importação, e ao câmbio de compra, para a
exportação.
65
3. Documentação e formalidades
Embarques no Brasil
Antes do desembaraço alfandegário, o importador deve ter em sua posse todos os documentos
essenciais para concretizar a operação:
- Fatura comercial;
- Conhecimento de embarque (bill of lading);
- Certificado de origem;
- Certificado sanitário ou fitossanitário (quando aplicável);
- Romaneio de embarque (packing list).
A fatura comercial é um documento base de qualquer transação comercial, devendo conter os
seguintes elementos: nome e endereço do exportador/importador, data de emissão, local de
embarque, meio de transporte, descrição detalhada da mercadoria, peso bruto e líquido, preço
unitário e total de fábrica acrescido de custos de transporte, seguro e outros, país de origem e
assinatura do representante da empresa exportadora.
O certificado de origem é emitido pelas entidades de classe do setor a que pertence o produto a
ser exportado. Os certificados de natureza sanitária são emitidos pelas respectivas autoridades
sanitárias, como sejam o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Ministério
da Saúde. O romaneio é o documento de embarque que discrimina todas as mercadorias
embarcadas, seus componentes e em quantas partes está fracionada a carga. O objetivo é dar a
conhecer detalhadamente a mercadoria para assim ser mais fácil sua identificação e localização
por parte da fiscalização, tanto no embarque como no desembarque.
66
Desembaraço alfandegário em Portugal
Todos os envios feitos para Portugal a partir do exterior da UE estão sujeitos a controle aduaneiro.
Assim como no embarque, no processo de desembaraço alfandegário em Portugal devem ser
apresentados os seguintes documentos:
- Fatura comercial – contendo nome, endereço de exportador/importador, descrição da
mercadoria, peso, quantidade e outros;
- Conhecimentos de embarque – com dados idênticos aos da fatura comercial;
- Certificado de Origem – documento que atesta a proveniência da mercadoria. A apresentação
é obrigatória no caso de importações de mercadorias com preferências pautais (EUR1 e FORM
A).
- Outros documentos: na UE são cada vez mais as mercadorias sujeitas à apresentação de
certificados sanitários, fitossanitários, de qualidade ou de conformidade.
Porto Seco – Terminais de Retaguarda
São terminais intermodais terrestres diretamente ligados a ferrovia, rodovia ou via área,
destinados a operações de importação, reexportação e distribuição de mercadorias. Seus
serviços abrangem transbordo de carga, zonas de armazenagem, tratamento e consolidação de
cargas e outros serviços aduaneiros. A utilização dos portos secos permite que as mercadorias
exportadas/importadas cheguem aos portos preparadas para o embarque/desembarque de
forma mais eficiente. Funcionam como plataforma logística.
Quanto aos procedimentos aduaneiros, são prestados os seguintes serviços no Porto Seco:
- Gestão das mercadorias relativamente a seu estatuto aduaneiro;
- Apresentação das mercadorias de importação/exportação à Alfândega;
- Gestão de documentação aduaneira.
67
Em Portugal, existem as seguintes plataformas logísticas:
CP-Carga-Bobadela – atende clientes nacionais e internacionais. Dispõe de armazéns, depósito
temporário e entreposto.
Plataforma de Cacia – Localizada junto à principal ligação ferroviária com a Espanha, confina
com a ferrovia do Norte. É uma das portas de entrada para a Europa.
Plataforma Logística Portuária de Leixões – é uma plataforma com 60ha de área, estruturada
em dois polos distintos, ligados entre si e ao porto de Leixões por uma via exclusiva. Inclui um
terminal intermodal com serviços de apoio logístico a veículos leves e de carga pesada. É o
centro de distribuição multimodal da zona Norte de Portugal.
Plataforma Logística de Sines – plataforma multimodal de apoio ao porto de Sines; tem por
objetivo aumentar o hinterland do porto de Sines, desenvolvendo o corredor logístico em
direção a Madri.
68
4. Regimes aduaneiros especiais
Zona Franca
Na ilha da Madeira existe uma Zona Franca. Os benefícios fiscais, na Zona Franca, traduzem-se
na redução das taxas de IVA, IRS e IRC.
Importação temporária
A importação temporária permite a entrada das mercadorias na UE com isenção de direitos,
desde que se destinem a ser reexportadas sem sofrer por qualquer alteração. O período máximo
de permanência das mercadorias ao abrigo deste regime é de um ano.
Carnet ATA
Portugal é signatário da Convenção do Carnê ATA (Admission Temporaire/Temporary Admission)
documento alfandegário internacional ao abrigo do qual mercadorias, material ou equipamento
profissional destinado a feiras e exposições e espetáculos são admitidos sem pagamento de
tributos aduaneiros em mais de cem países para uma permanência de até um ano no país.
O Carnê ATA opera sob convenções alfandegárias internacionais administradas pela Organização
Mundial das Alfândegas (WCO).
O sistema é dirigido pelo Conselho Mundial do Carnet ATA em cooperação com a WCO. O
Conselho estabeleceu grupos de trabalho regionais para promover o Carnê ATA em países da
África, Ásia e do Pacífico, da América Latina, Europa de Leste e do Médio Oriente.
69
Mediante o Carnê ATA, o seu utilizador pode:
• Desalfandegar bens e produtos a um custo fixo predeterminado
• Transitar com as mercadorias por mais de um país
• Usar o mesmo documento para várias viagens durante o seu período de validade
• Retornar ao seu país de origem sem problemas ou atrasos
• Promover o trânsito das mercadorias dentro do território aduaneiro, sem necessidade de
controles específicos.
Cada país aderente ao sistema ATA tem uma única entidade responsável, aprovada pelas
autoridades alfandegárias nacionais e pela Federação Mundial das Câmaras de Comércio (WCF),
e habilitada a emitir e a autorizar outras Câmaras de Comércio no território nacional a emitir
Carnês sob a sua supervisão. Em Portugal é a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.
Aperfeiçoamento ativo e Drawback
O aperfeiçoamento ativo suspensivo é um regime através do qual as mercadorias destinadas
a transformação ou processamento na UE podem ser introduzidas num país membro da
União com suspensão dos direitos de importação e de outras taxas, para futura exportação
do produto final. A introdução de mercadoria está sujeita à apresentação de garantia bancária
para cobertura das taxas suspensas.
A importação sob o regime de aperfeiçoamento ativo suspensivo pode ter origem em armazéns
alfandegários da UE ou em terceiros países. No sistema Drawback, os direitos aduaneiros e
demais taxas são pagos à entrada da mercadoria e reembolsados quando da saída da mesma,
depois de efetuadas as transformações.
70
VI. INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTESInfraestrutura interna para importação/exportação
Portugal se encontra em posição geográfica periférica relativamente ao centro da Europa, mas
privilegiada por estar na confluência de rotas internacionais. Neste contexto, pode ser uma
“porta de entrada” e de “saída” para a ligação entre a Europa e outros continentes.
Modal rodoviário
Por rodovia, foram transportadas, no ano de 2014, 145,99 milhões de toneladas de mercadorias,
82% das quais de tráfego nacional e 18% internacional. O transporte rodoviário continua a ser
dominante no país, devido às vantagens que apresenta em relação a outros meios de transporte,
em especial o menor tempo de entrega, a maior flexibilidade de rotas e a manutenção de
regularidade de serviços.
Portugal dispõe atualmente de uma das mais sofisticadas redes rodoviárias da Europa,
composta por autoestradas (AE), itinerários principais (IP), itinerários complementares (IC),
estradas nacionais (EN) e estradas regionais.
No continente, existem cerca de 14.310 km de rodovias, 25% das quais (cerca de 3.600 km),
abrangidas na rede de autoestradas nacionais.
Modal ferroviário
No ano 2014, as linhas e os ramais da rede ferroviária nacional se estendiam por 3.621 km, 70%
dos quais em bitola larga.
71
Atendendo à classificação ferroviária nacional, a Rede Principal constitui cerca de 46,2% do
total da rede explorada (1.175,5 km). A Rede Complementar representa 35,0% do total (890,9
km) e a Rede Secundária representa cerca de 18,8% (479,5 km) do total.
No ano 2014, encontravam-se ativas 570 estações, das quais 245 dispondo de serviços de
passageiros e mercadorias (43% do total) e 12 assegurando apenas serviço de mercadorias.
A rede ferroviária está conectada aos quatro principais portos portugueses (Leixões, Lisboa,
Setúbal e Sines).
Em 2014, o investimento da rede ferroviária nacional (RFN) em construção, manutenção e
renovação atingiu € 120 milhões, 83% dos quais a cargo do Estado português.
Os operadores com atividade em Portugal são:
CP – Comboios de Portugal – é o único operador de transporte de passageiros de média e
longa distância, bem como de transporte internacional.
Fertagus- Ferrovias do Tejo – de capital majoritariamente estatal, explora a ligação ferroviária
suburbana Norte – Sul do rio Tejo, em regime de concessão.
No transporte de mercadorias operam a CP Carga e também um operador privado, a Takargo.
No ano de 2014, foram transportadas 10,3 milhões de toneladas de mercadorias e 128,3
milhões de passageiros.
Modal hidroviário
Em Portugal não existem estruturas portuárias fluviais preparadas para o tráfego de mercadorias.
Deste modo, utilização ativa da hidrovia tem sido destinada essencialmente ao transporte de
passageiros, em particular a travessia do rio Tejo, ligando Lisboa a 5 localidades na margem
contrária do rio: em 2014, envolveu um tráfego total de 15,3 milhões de passageiros (83% do
trafego fluvial total de Portugal).
72
Portugal dispõe de nove portos marítimos principais: Viana do Castelo e Leixões na região
Norte, Aveiro e Figueira da Foz na região Centro, Lisboa e Setúbal na região de Lisboa, Sines na
região do Alentejo, Faro e Portimão na região do Algarve. Estas infraestruturas portuárias são
utilizadas para o transporte de mercadorias, salvo os portos de Lisboa e Leixões, que também
são utilizadas para o transporte de passageiros. A região Autônoma dos Açores dispõe de oito
portos e a região Autônoma da Madeira de três.
No ano de 2014, 87% do total de cargas e descargas feitas em Portugal concentrou-se em quatro
portos; Sines, 43,4% do total; Leixões, 20,6%; Lisboa 13,3% e Setúbal, 9,7%.
O porto de Lisboa permite efetuar o tráfego de todo o tipo de mercadorias. Os segmentos com
mais peso são os granéis sólidos e os contêineres, que representam, respectivamente, cerca de
46% e 37% do tráfego total.
O porto de Sines é o principal porto nacional no tráfego comercial. Sua infraestrutura permite-
lhe efetuar o tráfego de todo o tipo de mercadorias. Os granéis líquidos constituem o principal
fluxo, devido, essencialmente, ao transporte de produtos petrolíferos, em bruto e refinados.
Não dispõe de terminal de passageiros.
O porto de Leixões é o segundo principal porto do país em tráfego de carga, com a quota de
mercado de 21%. Apesar de estar preparado para receber todo o tipo de mercadorias (e também
passageiros), os granéis líquidos (47%) e os contêineres (31%) são as atividades de maior peso.
O porto de Setúbal labora essencialmente no âmbito dos granéis sólidos (41%) e da carga geral
(41%).
73
Modal AÉREO
Em Portugal existem quinze aeroportos. Os mais importantes são os de Lisboa e do Porto,
situados na orla litoral do Continente. A região Autônoma dos Açores dispõe de nove aeroportos
e a região Autônoma da Madeira dois, grande parte deles de serviço regional.
A maioria das companhias áreas internacionais utiliza os dois principais aeroportos do país. A
TAP – Air Portugal é a principal companhia aérea portuguesa.
O aeroporto de Lisboa é responsável por 51% do tráfego de passageiros e de 69% do tráfego de
carga.
No ano 2014, o trânsito total nos aeroportos portugueses foi de 35,7 milhões de passageiros
(+ 9,4% face ao ano anterior) e 136,3 mil toneladas de carga (+ 6,4% por comparação a 2013).
74
VII. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO1. Canais de distribuição Considerações gerais
O comércio, a indústria transformadora, a administração pública e o setor empresarial do
Estado são os principais canais de importação em Portugal.
Canais do comércio
Em 2015, o faturamento total da atividade de comércio alcançou US$ 135.520 milhões, o que
representou 37,3% do total do volume de vendas das empresas portuguesas não financeiras.
As empresas deste setor concentraram 80,7% das vendas de mercadorias e 81,1% do valor de
custo das mercadorias.
Mais de metade (55,8%) do volume de negócios total do comércio teve origem no setor
atacadista, cabendo ao comércio varejista 40,4% e o restante ao comércio, manutenção e
reparação automóvel.
- Varejistas (retalhistas): Composto por micro, pequenas, médias e grandes empresas que,
dependendo da sua dimensão, podem importar as mercadorias diretamente do exterior,
através das suas centrais de compras e vendem, em alguns casos, sob marcas próprias. Alguns
operadores podem estar presentes, simultaneamente, no comércio varejista e atacadista.
- Em 2015, os produtos de alimentação, bebidas e tabaco registraram em conjunto a maior
parcela de volume de negócios do conjunto do setor varejista (34%), correspondendo-lhes um
montante de US$ 17.362 milhões seguindo-se os ‘combustíveis para veículos e outros produtos
novos n.e.3 (23%).
³ n.e. não especificado
75
Os bens de uso pessoal, tais como vestuário, produtos médicos e farmacêuticos, artigos de
higiene, entre outros, foram o segundo grupo de produtos mais relevante, cabendo-lhes uma
quota de 22%, ou seja, um total de vendas de US$ 11.464 milhões.
- Atacadistas (grossistas): Composto por micro, pequenas, médias e grandes empresas
especializadas e não especializadas. Dependendo da sua dimensão, podem importar as
mercadorias diretamente do exterior através das suas centrais de compras e podem vender
exclusivamente ao comércio varejista, a profissionais e/ou também, ao público.
- Nos atacadistas incluem-se as atividades dos agentes de comércio, também denominados de
comissionistas, que realizam prestação de serviços conjuntamente com vendas de mercadorias
sendo que, em 2015 o seu volume de negócios correspondeu a 2,3% do total do comércio por
atacado.
Indústria transformadora
A indústria transformadora é a responsável por grande parte das importações de matérias-
primas, bens intermediários e bens de capital. Segundo sua dimensão, as empresas importam
diretamente ou através de agentes e representantes no país.
Em termos de mercados, o setor da indústria alimentar apresentou o maior volume de vendas
no mercado nacional (21,9% de mercado) seguido do setor petrolífero (12,3%) e da produção
de eletricidade, gás e água (10,7%). A produção de veículos automóveis representou 18,3%
do total da produção exportada para a UE, enquanto as maiores parcelas de exportação
para países extra-UE foram de produtos petrolíferos e de produtos metálicos, (15,2% e 8,3%
respetivamente).
Gráfico 2
INE/IAPI – Estatísticas
da Produção Industrial
2015
Indústrias alimentares (Div. 10)Coque, prod. petrolíferos refinadose agl. de combustíveis (Div. 19)Eletricidade, gás, vapor, água quente efria e ar frio (Div. 35)Outras divisões
18,3%21,9%
12,3%
10,7%
55%
15,2%
8,3%
7,0%
68,5%
7,2%
7,1%
67,4%
MercadoNacional Intra-UE Extra-UE
Veículos automóveis, reboquessemi-reboques e componentes (Div. 29)Fabricação de produtos metálicos, excetomáquinas e equipamentos (Div. 25)Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas (Div. 22)Outras divisões
Coque, prod. petrolíferos refinadose agl. de combustíveis (Div. 19)Fabricação de produtos metálicos,exc.Outros produtos minerais não metálicos (Div. 23)Outras divisões
76
Administração pública e setor empresarial do Estado
As compras da administração pública portuguesa tendem a ser centralizadas em agências
do Estado, que utilizam plataformas eletrônicas onde é possível aceder aos vários concursos
públicos e aos respectivos cadernos de encargos, e disponíveis para consulta em: (http://www.
comprasdoestado.pt/comprasdoestado/).
Durante o período em que Portugal esteve sob assistência financeira, observou-se forte
contenção do investimento e da despesa públicos, tendência esta que poderá manter-se nos
próximos anos, ou enquanto o nível de endividamento público permanecer elevado (atualmente
é superior a 130% do PIB).
Canais recomendados
O contrato de agenciamento ou de representação, em especial em setores-alvo fragmentados,
poderá constituir o canal indicado: agentes e representantes costumam deter bom
conhecimento do mercado comprador e de suas características, e estão em permanente
contato com potenciais compradores, desenvolvendo junto deles valiosa ação de prospecção
e promoção.
A contratação de agentes é recomendável para bens de capital, bens de consumo durável
ou bens intermediários, em virtude da necessidade de estocagem de pequenas quantidades
também para fins de demonstração.
A venda direta poderá ser a melhor via indicada no caso de setores com concentração de
operadores para insumos básicos e bens intermediários (ambos constituindo a maior parte das
atuais exportações brasileiras para Portugal).
O contrato de representação é o instrumento recomendado para empresas envolvidas no
comércio internacional, e deve ser formulado em termos claros e objetivos, contendo cláusulas
específicas de exclusividade e de solução de controvérsias.
77
2. Promoção de vendas Considerações gerais
As condições para a cobertura de custos promocionais pelas empresas exportadoras
e importadoras são de modo geral estabelecidas em contrato de representação ou
de agenciamento e dependem de fatores tais como: nível de comprometimento da
representação, prazo estabelecido no contrato, cláusula de valores mínimos de investimento
promocional por períodos de tempo e objetivos a atingir com as ações.
Principais Feiras e exposições
Em Lisboa, a Associação Industrial Portuguesa (AIP) http://www.aip.pt é a entidade que se
encarrega da promoção e realização de feiras internacionais e nacionais. Fazem parte desta
associação (grupo AIP) a FIL (Feira Internacional de Lisboa) com uma área coberta de cerca de
43.000m2 e uma superfície total de 100.000m2.
A Associação Empresarial de Portugal (AEP) http://www.aeportugal.pt/ conta com o
complexo Exponor http://www.exponor.pt/, um espaço de exposição com cerca de 60.000m2
de área coberta, localizado nos arredores da cidade do Porto, que realiza mais de trinta feiras
anuais de diferentes setores de atividade.
Estes dois espaços – a FIL e a Exponor –, onde têm lugar as principais feiras de âmbito
internacional, surgem como um dos meios eficazes de promoção de produtos com
possibilidades de penetração no mercado. No entanto, existem outras feiras de âmbito
regional ou mais especializadas em alguns setores de atividade econômica, como:
- Expobeja, localizada na Cidade de Beja (http://www.expobeja.com/);
- Ovibeja, em Beja (agrícola) (http://www.ovibeja.pt/);
- AveiroExpo, em Aveiro (http://aveiroexpo.com/);
- ExpoSalão, na Batalha (automóvel) (http://www.exposalao.pt/);
- Parque de Exposições de Braga (http://www.investbraga.com/peb/).
78
Nos últimos anos, o Brasil tem participado na Feira BTL (Bolsa de Turismo de Lisboa) http://
btl.fil.pt/, a maior plataforma de negócios para o setor do turismo em Portugal, por
intermédio da Embratur e de algumas representações Estaduais.
O regime alfandegário das mercadorias a serem exibidas em feiras é o da admissão
temporária, sendo o prazo limite de permanência de seis meses. A Associação Industrial
Portuguesa (AIP) e a Associação Empresarial de Portugal (AEP) contam com um departamento
habilitado para o tratamento de mercadorias destinadas a exposições em trânsito no país.
Veículos publicitários
Um dos principais meios de promoção utilizados é a televisão. Em anos recentes, com o
aumento significativo de audiência, as empresas recorrem crescentemente a ela para a
promoção de seus produtos. Ainda que dispendioso, é um meio promocional considerado
eficiente. Portugal conta com quarenta e seis canais de televisão.
A imprensa constitui veículo promocional relevante, em particular publicações comerciais
e técnicas e, em menor grau, os jornais; esses são mais utilizados por seguradoras,
bancos, entidades oficiais e empresas produtoras de bens de consumo geral (refrigerantes,
eletrodomésticos, computadores, livros...); as publicações especializadas são utilizadas por
produtores em segmentos mais específicos do mercado.
A rádio é recurso amplamente utilizado, em virtude da existência de grande número de
emissoras no mercado, barateando o custo publicitário. É o meio promocional preferido por
PME’s e empresas de forte implantação regional.
Outros veículos publicitários, como outdoors e o cinema têm conquistado espaço no
panorama publicitário português. As malas-diretas são utilizadas particularmente para a
promoção de serviços ou de produtos de consumo durável em fase de lançamento, enquanto
a distribuição de folhetos é aplicada com frequência por grandes distribuidores.
A utilização das redes sociais também pode ser veículo útil à concretização de alguns dos
objetivos de marketing digital das empresas, em particular os relacionados com o branding,
o reforço da sua visibilidade, angariação de novos clientes e fidelização. Em Portugal são
aproximadamente 5 milhões os utilizadores de redes sociais como o Facebook.
79
Consultoria de marketing
Uma empresa que decide atuar no mercado externo não pode deixar de realizar estudos de
mercado aprofundados, que deverão incluir a análise do contexto legislativo, econômico e
social do espaço de implantação do negócio, bem como a análise quantitativa e qualitativa
dos consumidores e da concorrência.
Na impossibilidade de enviar especialistas para o campo de trabalho, a empresa brasileira
poderá recorrer a empresas de consultoria de marketing, habilitadas a elaborar estudos de
mercado e a formular estratégias de inserção do produto/serviço brasileiro no mercado.
Principais associações do setor
- Apodemo – Associação Portuguesa das Empresas de Estudos de Mercado e Opinião http://
www.apodemo.pt/
- APPM – Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing https://www.appm.pt/
- AMD – Associação de Marketing Direto https://www.amd.pt/
- APAN – Associação Portuguesa de Anunciantes http://www.apan.pt/
- APAP – Associação Portuguesa das empresas de publicidade, comunicação e marketing
http://www.apap.co.pt/ .
80
3. Práticas comerciais Negociações e contratos de importação
O idioma utilizado no relacionamento comercial Brasil-Portugal é o português. Geralmente,
as comunicações entre empresas são realizadas via correio eletrônico ou eventualmente fax,
mas também através de processos convencionais, como correspondência postal e telefone.
Os compromissos assumidos através dessas vias se resumem, muitas vezes, à consulta ou
pedido de oferta por parte do importador potencial, cuja resposta poderá indicar as condições
de venda do comerciante interessado em exportar, assumindo, então, força de contrato, caso
seja escrito.
Os importadores portugueses preferem cotações CIF (custos, seguro e frete) ou C&F (custos e
frete), apresentadas, em geral, em dólares norte-americanos ou euros (utilizados, sobretudo
para transações no território europeu). No que respeita aos portos, os de Lisboa, Sines ou
Leixões são os preferidos dos importadores. Quanto às condições de pagamento, a carta de
crédito e as ordens de pagamento à vista ou a prazo são as formas mais comuns.
O cumprimento de prazos de entrega constitui fator importante para o êxito de negócios
com os agentes econômicos portugueses; de igual modo, valorizam-se a pronta resposta à
correspondência e o estrito cumprimento do preceituado em contratos.
Designação dos agentes
O Agente é um dos intermediários mais comuns no mercado de exportação; a propriedade do
produto não lhe é transmitida, pois atua apenas como representante da empresa no mercado
escolhido. O agente vende, promove e assegura vários serviços, como seja o controle de créditos
em nome do exportador no mercado.
A designação de agentes é recomendável, em especial, para bens de capital, de consumo
durável ou produtos intermediários. Sua contratação poderá ser de grande valia, já que poderá
facilitar a análise do mercado. Agências especializadas, meramente a título de exemplo:
https://www.informadb.pt/idbweb/ / https://www.racius.com/ / http://www.coface.pt/
https://www.einforma.pt/
81
Abertura de escritório de representação comercial e de empresa
A abertura de escritório de representação comercial é recomendada a empresas que pretendam
distribuir seus produtos em diversos países da UE. O recurso a essa alternativa não tem sido
usual por parte de empresas brasileiras, que em geral preferem manter representantes do
próprio país ou agentes exclusivos.
De qualquer forma, a instalação de escritório de representação é regulamentada pela legislação
do investimento estrangeiro (http://www.portugalglobal.pt/PT/Paginas/Index.aspx ou
www.iapmei.pt). O investidor estrangeiro pode estabelecer-se livremente em qualquer setor
econômico, exceto em atividades relacionadas com saúde, segurança pública ou com indústria
de armamento, casos em que é indispensável aprovação prévia das entidades competentes.
O Portal da Empresa (www.portaldaempresa.pt) é um serviço eletrônico através do qual se
pode encontrar:
- A “Empresa Online”, iniciativa promovida da Agência para a Modernização Administrativa
(AMA) em colaboração com outros organismos públicos, destinada a criar empresas, registrar
marcas e obter certidões;
- O “Balcão do Empreendedor”, para tratar do licenciamento industrial ou para obtenção de
informação sobre serviços necessários para o exercício de uma atividade econômica;
- A “Loja das Empresas”, espaços de atendimento integrado, concentrando num único
local delegações ou extensões dos serviços e entidades ou órgãos da administração pública
intervenientes no processo de constituição, alteração ou extinção de empresas.
Na modalidade de criação de “Empresa na hora”, é necessário optar por um nome de firma a
partir de lista de nomes pré-aprovadas, disponível no site www.empresanahora.mj.pt.
Nos balcões de atendimento disseminados em todo território português, é possível constituir
sociedades dos tipos “por quotas”, “unipessoais” (micro empresas) ou sociedades anônimas.
Após sua constituição em Portugal, a empresa será de direito português independentemente
da origem do capital, e sujeita às obrigações e gozando dos direitos idênticos aos de todas
as empresas portuguesas, incluindo a possibilidade de candidatar-se a programas de apoio e
incentivo ao investimento https://www.portugal2020.pt/Portal2020.
82
Seguros de transportes
Não há, em Portugal, obrigatoriedade de efetuar um seguro de mercadoria importada. A
decisão dos agentes econômicos pelo seguro de transporte é tomada conforme a conveniência
e a disponibilidade financeira. Assim, a contratação de seguro dependerá, sobretudo, do tipo
de produto, de seu meio de transporte e de sua perecibilidade.
Em geral, os importadores locais preferem comprar a mercadoria com transporte segurado,
mesmo que isto represente aumento do custo final (poucas são as situações em que o seguro
será dispensado).
Supervisão de embarques
Não existe, em Portugal, instrumento legal que obrigue a supervisão de embarque ou de
desembarque. No entanto, de acordo com o tipo de mercadoria, ou segundo as normas de
contratos de exportação eventualmente firmados com empresa estrangeira, o importador
poderá requerer a supervisão de embarque, que ficará a cargo do exportador.
Financiamento das importações
Atualmente, vigoram em Portugal diversos sistemas de incentivos públicos que podem
contemplar o financiamento de importações para empresas sediadas em Portugal.
O programa Portugal2020 https://www.portugal2020.pt/Portal2020 enquadrado no Fundo
Europeu de Desenvolvimento Regional, constitui o enquadramento para a aplicação da política
comunitária de coesão econômica e social em Portugal no período de 2014 a 2020. Está
estruturado através de: Programas Operacionais Temáticos; Programas Operacionais Regionais
para as regiões do Continente e para as duas Regiões Autônomas.
Os bancos portugueses também oferecem crédito à importação, mas apenas a empresas com
estrutura econômico-financeira sólida e em geral a custos bastante elevados, motivo porque
este canal de financiamento não é muito utilizado pelos operadores.
83
Litígios e arbitragem comercial
É muito importante a existência de contratos escritos, redigidos por juristas competentes com
base na legislação brasileira ou portuguesa, incluindo cláusulas de resolução de litígios, e
referência ao respectivo foro e à preferência quanto à emissão de garantias bancárias (first
demand) ou de outro mecanismo de salvaguarda do interesse das empresas.
A gestão diplomática consiste na mediação, por parte do Setor de Promoção Comercial
(SECOM) da Embaixada do Brasil em Lisboa, junto da(s) empresa(s) faltosa(s), em nome do
queixoso, brasileiro ou português. A questão poderá submeter-se, igualmente, à decisão de um
ou mais árbitros nomeados por entidade de arbitragem (que poderá ser a Câmara de Comércio
Internacional).
84
4. Comércio Eletrônico Panorama
A revolução das tecnologias da informação e a profunda disseminação da Internet permitiram
desenvolvimento sem precedentes do comércio eletrônico em Portugal, tornando-o num dos
pilares da sociedade da informação.
Em Portugal, a Anacom (Autoridade Nacional de Comunicações) é a entidade de supervisão
central, com atribuições em todas as áreas reguladas, função que acumula com a de
autoridade reguladora nacional dos setores das comunicações eletrônicas e dos serviços
postais. Tem funções de regulamentação, supervisão, contenciosa e de informação.
No mercado do comércio eletrônico português existem três estágios de desenvolvimento
diferentes:
- A Administração Pública, em Portugal considerada a maior organização;
- As grandes organizações;
- As PME’s, que constituem a maior parte do tecido empresarial.
Direitos do consumidor
A legislação portuguesa sobre o direito do consumidor é ampla e diversificada. Além da
supervisão da Anacom, existem diversas Autoridades de controle e de supervisão das
atividades comerciais ao nível nacional, bem como associações privadas, dentre as quais
a mais importante é a “Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO)”. O
Centro Europeu do Consumidor trata em especial de questões do comércio online, direitos;
precauções, meios de pagamento, condições de entrega e garantia após venda.
85
Deveres do fornecedor
A legislação regulamenta o comércio eletrônico em Portugal, impondo um conjunto de
obrigações aos prestadores de serviços, obrigando-os também a manter em condições de
acesso fácil e direto elementos completos de identificação tais como: Nome ou denominação
social; Endereço postal e e-mail; Número de Inscrição do prestador em registros públicos; e NIF.
Devoluções: obrigações e prazos
O consumidor dispõe de um prazo mínimo de 7 dias (14 dias, se o vendedor for português)
para devolver o produto e ser reembolsado sem penalização ou necessidade de justificação. No
entanto, terá que suportar o custo do transporte. O prazo poderá ir até 3 meses, caso o vendedor
apresente os elementos essenciais do contrato (nome e endereço do vendedor; características
e preço do produto; meios de pagamento; informação direitos do consumidor e condições de
cancelamento do contrato).
86
VIII. RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS Regulamentação
Os empresários brasileiros poderão obter informações sobre tarifas e regulamentação e sobre
mercadorias que se beneficiam da isenção ou redução de direitos aduaneiros, através do
Setor de Promoção Comercial (SECOM), da Embaixada do Brasil em Lisboa, e da Divisão de
Inteligência Comercial (DIC) do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.
As informações sobre o regime tarifário e a regulamentação de importação em Portugal são
prestadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira portuguesa (AT), e podem ser consultados
no site: https://www.e-financas.gov.pt/de/jsp-dgaiec/main.jsp. É importante o exportador
brasileiro conhecer e manter atualizada informação sobre os direitos aplicáveis aos produtos,
para assim poder melhor fixar o preço final de seu produto.
As amostras sem valor comercial, catálogos e publicações destinadas a orientar pedidos de
compra são livres de direitos alfandegários.
Importações em Portugal
A maior parte das importações portuguesas processa-se através dos canais do comércio,
indústria transformadora e aquisições da Administração Pública.
Transações que envolvam grandes quantidades ou montantes elevados ou que impliquem
o escalonamento de embarques e transportes são feitas com base em contratos formais,
celebrados após troca de correspondência tendente ao fechamento de um acordo de
agenciamento, de representação ou de execução de negócio específico.
87
Lisboa, Sines ou Leixões são os portos preferidos dos importadores. A carta de crédito e as
ordens de pagamento, à vista ou a prazo, são as formas mais comuns de pagamento em
Portugal.
Não existe, em Portugal, instrumento legal que obrigue a supervisão de embarque ou de
desembarque. No entanto, de acordo com o tipo de mercadoria, ou segundo as normas de
contratos de exportação eventualmente firmados com empresa estrangeira, o importador
poderá requerer a supervisão de embarque, que ficará a cargo do exportador.
Canais privilegiados de distribuição e promoção
O comércio atacadista pode importar diretamente do exterior, ou através das centrais de
compras, e vender para o comércio varejista. Para a introdução de novos produtos de grande
consumo, o canal de distribuição mais vantajoso também é o comércio atacadista, como os
supermercados ou as centrais de compras.
Em Portugal, são dois os principais espaços privilegiados para realização de feiras
internacionais: em Lisboa, na Feira Internacional de Lisboa, FIL e no Porto, no Centro de
Exposições do Norte (Exponor). A participação em feiras tem sido o meio mais eficaz para a
promoção e a introdução de produtos.
Para auxiliar no plano de marketing e na prospecção do mercado português, as empresas
exportadoras brasileiras poderão encontrar no país amplo conjunto de profissionais de
marketing e de assessoria. De modo geral, recomenda-se a elaboração de estudo de mercado,
visando a conhecer por antecipação o mercado, suas características, concorrentes, esquema
tarifário, hábitos sociais entre outros.
88
Representação comercial
A abertura de escritório de representação comercial é recomendada a empresas que
pretendam distribuir seus produtos a diversos países da UE.
O Portal do Cidadão (Balcão do Empreendedor) www.portaldocidadao.pt é um serviço
eletrônico integrado, onde é possível encontrar serviços úteis para a abertura, alteração ou
extinção de empresas.
Um dos canais mais indicados para uma parte das mercadorias exportáveis para Portugal é o
contrato de agenciamento ou de representação.
Especificidades socioculturais
Visto que os empresários portugueses se deslocam muito ao Brasil, as empresas brasileiras
devem inserir, na correspondência, convites para estes visitarem as empresas brasileiras
exportadoras.
- O período menos recomendável para viagens de negócios a Portugal é o compreendido entre
julho e meados de setembro, visto coincidirem com as férias de verão.
- Os principais feriados portugueses são: 1 de janeiro, 25 de abril, 1 de maio, 10 de junho, 15
de agosto, 1 de Novembro, 1, 8 e 25 de dezembro.
É aconselhável a marcação prévia de hotel, através das agências de viagens ou das
companhias de transporte.
89
Assistência profissional, no país, aos empresários brasileiros
A assistência profissional a empresários brasileiros em Portugal é proporcionada pelo Setor de
Promoção Comercial (SECOM) da Embaixada do Brasil. O SECOM atua no âmbito da captação
e divulgação de informações sobre demandas de importação de produtos brasileiros em
Portugal, e da promoção do Brasil como alvo do investimento produtivo português. Apoia
ainda as empresas brasileiras na procura de novos mercados e negócios.
Os empresários brasileiros também podem recorrer ao Banco do Brasil, que dispõe de
agências em Lisboa e no Porto, onde podem encontrar alternativas para financiamento de
operações de comércio internacional entre Brasil e Portugal.
90
ANEXOSI. ENDEREÇOS
1. ÓRGÃOS OFICIAIS
Em Portugal:
Representação diplomática e consular brasileira
Embaixada do Brasil em Lisboa
Estrada das Laranjeiras, 144
1649-021 - Lisboa
Tel.: (+351) 217 248 510
E-mail: [email protected]
http://lisboa.itamaraty.gov.br
Setor de Promoção Comercial (SECOM)
Tel.: (+351) 217 248 510
E-mail: [email protected]
Consulado-Geral do Brasil em Lisboa
Rua António Maria Cardoso, 39
1200-026 - Lisboa
Tel.: (+351) 211 358 587
E-mail: [email protected]
http://cglisboa.itamaraty.gov.br/pt-br/
Atendimento: 2ª a 6ª, das 9h às 12h horas
Consulado-Geral do Brasil no Porto
Tel.: (+351) 226 084 070
E-mail: [email protected]
http://porto.itamaraty.gov.br/pt-br/
Atendimento presencial: 2ª a 6ª, das 9h às 13h horas
91
Consulado Geral do Brasil em Faro
Tel.: (+351) 289 096 211
http://faro.itamaraty.gov.br
Atendimento: 2ª a 6ª, das 9h às 12h
Missão do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
Avenida da Liberdade, 180 A - 10º andar
1250-146 - Lisboa
Tel.: (+351) 213 568 360/70
E-mail: [email protected] / [email protected]
http://delbrascplp.itamaraty.gov.br/pt-br/
Órgãos oficiais portugueses de interesse para empresários brasileiros
BdP (Banco de Portugal)
Tel.: (+351) 213 130 000
http://www.bportugal.pt
Ministério das Finanças
Tel.: (+351) 218 846 695
www.portaldasfinancas.gov.pt
SGMF - Secretaria-Geral do Ministério das Finanças
E-mail: [email protected]
http://www.sgmf.pt
Direção-Geral do Tesouro e Finanças
E-mail: [email protected]
http://www.dgtf.pt
Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR)
E-mail: [email protected]
http://www.dgadr.pt
92
Secretaria-Geral da Economia
E-mail: [email protected]
http://www.sg.min-economia.pt
Direcção-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo
E-mail: [email protected]
www.dgaiec.min-financas.pt
IAPMEI - Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação
E-mail: [email protected]
http://www.iapmei.pt
Aicep Portugal Global – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal
Avenida 5 de Outubro, 101
1050-051 - Lisboa
http://www.portugalglobal.pt
INPI - Instituto Nacional da Propriedade Industrial
Tel.: (+351) 218 818 100
http://www.inpi.pt
Instituto Português da Qualidade
E-mail: [email protected]
http://www.ipq.pt
Direção-Geral de Alimentação e Veterinária
E-mail: [email protected]
http://www.dgav.pt/
93
No Brasil:
Representação diplomática e consular de Portugal no Brasil
Embaixada de Portugal
SES - Avenida das Nações - Quadra 801 - Lote 2
70402-900 - Brasília / DF
Tel.: (+55 61) 3032 9600
Celular (Emergência): (+55 61) 99823 4983
E-mail: (Geral): [email protected]
E-mail: (Informações Consulares): [email protected]
E-mail: (Secção Consular): [email protected]
http://www.embaixadadeportugal.org.br
Atendimento: 2ª a 6ª, das 9h às 13h e das 14h às 17h30
Atendimento ao público Secção Consular (presencial): 2ª a 6ª, das 9h às 13h
Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro
E-mail: [email protected]
http://www.consuladoportugalrj.org.br
Atendimento: 2ª a 6ª, 8h às 16h
Consulado Geral de Portugal em São Paulo
E-mail: [email protected]
http://consuladoportugalsp.org.br/
Atendimento com hora marcada: 2º a 6º, 8h às 17h30
Consulado de Portugal em Belo Horizonte
E-mail: [email protected] / [email protected]
http://www.consuladoportugalbh.org.br
Atendimento: 2ª a 6ª, 8h às 13h
Consulado Geral de Portugal em Salvador/BA
E-mail: [email protected]
Atendimento: 2ª a 6ª, 8h às 13h - mediante agendamento online através do Site: https://www.
portaldascomunidades.mne.pt
94
Vice-Consulado de Portugal em Belém
E-mail: [email protected]
http://www.vcportugalbelem.org.br
Atendimento: 2ª a 6ª, 8h às 12h
Vice-Consulado de Portugal em Curitiba
Tel.: (+55 41) 3233 4211
E-mail: [email protected]
Atendimento: 2ª a 6ª, 8h30 às 13h
Vice-Consulado de Portugal em Fortaleza
Tels.: (+55 85) 3261 7420 / (Emergência): (+55 85) 8867 9850
E-mail: [email protected]
Atendimento: 2ª a 6ª, 8h30 às 12h30
Vice-Consulado de Portugal em Porto Alegre
E-mail: [email protected]
https://www.consuladoportugalportoalegre.com
Atendimento (presencial - informações): 2ª a 6ª, 9h às 13h
Vice-Consulado de Portugal em Recife
Tels.: (+55 81) 3327 2073 / Tel.: (+55 81) 3327 1514 / (Emergência): (+55 81) 9974 6894
E-mail: [email protected]
Atendimento: 2ª a 6ª, 9h às 12h
Órgãos oficiais brasileiros
Divisão de Inteligência Comercial (DIC)
Ministério das Relações Exteriores
Esplanada dos Ministérios, Bloco H, Anexo I, sala 514
70170-900 - Brasília - DF
Tel.: (+55 61) 2030 8932
E-mail: [email protected]
Divisão de Operações de Promoção Comercial (DOC)
Ministério das Relações Exteriores
Esplanada dos Ministérios, Bloco H, Anexo I, Sala 426
70170-900 Brasília – DF
95
Tel.: (+55 61) 2030 8531
E-mail: [email protected]
Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX)
Esplanada dos Ministérios, Bloco J – Sala 918
70053-900 - Brasília – DF
Tel.: (+55 61) 2027 7000
E-mail: [email protected]
http://www.desenvolvimento.gov.br
2. CÂMARAS DE COMÉRCIO
Em Portugal:
Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira em Portugal
E-mail: [email protected]
http://www.ccilb.net/
Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa
E-mail: [email protected]
http://www.ccip.pt
No Brasil:
Câmara Portuguesa de Comércio e Indústria no Rio de Janeiro
E-mail: [email protected]
http://www.camaraportuguesa-rj.com.br/
Câmara Portuguesa de Comércio em São Paulo
E-mail: [email protected]
www.camaraportuguesa.com.br
AICEP - Delegação em São Paulo
E-mail: [email protected]
www.portugalglobal.pt/
96
Câmara Portuguesa do Rio Grande do Sul
E-mail: [email protected]
http://www.brasilportugal.org.br/rs/
3. PRINCIPAIS ENTIDADES DE CLASSE LOCAIS
Principais Associações de Classe
APED, Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição
E-mail: [email protected]
http://www.aped.pt
Associação Industrial Portuguesa
E-mail: [email protected]
http://www.aip.pt
AEP - Associação Empresarial de Portugal
E-mail: [email protected]
www.aeportugal.pt
Associação Nacional de Jovens Empresários
E-mail: [email protected]
http://www.anje.pt/
ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal
E-mail: [email protected]
www.atp.pt
ANCIPA – Associação Nacional de Comerciantes de Industriais de Produtos Alimentares
E-mail: [email protected]
Site: http://www.ancipa.pt/
AIMMP - Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal
E-mail: [email protected]
http://www.aimmp.pt
97
APICCAPS - Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele
e seus Sucedâneos
E-mail: [email protected]
http://www.apiccaps.pt
Confederações e Federações
Confederação do Comércio e Serviços de Portugal
E-mail: [email protected]
http://www.ccp.pt
FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares
E-mail: [email protected]
www.fipa.pt
4. PRINCIPAIS EMPRESAS DE E-COMMERCE
FNAC Portugal - ACDLDMPT, Lda.
Tel.: (+351) 219 404 700
http://www.fnac.pt
Worten – Equipamentos para o Lar, S.A.
E-mail: [email protected]
http://www.worten.pt/
Pingo Doce (Grupo Jerónimo Martins)
Tel.: (+351) 217 532 000
www.pingodoce.pt
El Corte Inglés, Grandes Armazéns, SA.
E-mail: [email protected]
www.elcorteingles.pt
98
Priceline Booking.com (Portugal) Viagens Online, Unipessoal Lda.
Tel.: (+351) 218 947 197
http://www.booking.com/
Continente Online (Grupo Sonae)
E-mail: [email protected]
http://www.continente.pt/
Defesa do consumidor
DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor
E-mail: [email protected]
http://www.deco.proteste.pt/
Direção Geral do Consumidor - Portal do Consumidor
http://www.consumidor.pt/
5. PRINCIPAIS BANCOS
Bancos brasileiros em Portugal
Banco do Brasil S.A.
Praça Marquês de Pombal, 16
1269-134 Lisboa
Tel.: (+351) 213 34 247
E-mail: [email protected]
Banco Itaú BBA International, SA
Tel.: (+351) 21 381 1000
E-mail: [email protected]
www.itau.eu
99
Bancos a operar em Portugal não Brasileiros
Caixa Geral de Depósitos
Tel.: (+351) 217 905 000
http://www.cgd.pt
Millenium bcp
Tel.: (+351) 211 138 740
http://www.millenniumbcp.pt
Banco Totta - Grupo Santander
Tel.: (+351) 213 256 040
http://www.santandertotta.pt
Novo Banco
E-mail: [email protected]
http://www.novobanco.pt
Banco Português de Investimento-BPI SA
Tel.: (+351) 222 075 000
www.bancobpi.pt
CA Crédito Agrícola
Tel.: (+351) 213 136 900
http://www.creditoagricola.pt
Montepio Geral – Associação Mutualista
Tel.: (+351) 213 476 361
www.montepio.pt
BBVA - Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (Portugal) SA
Tel.: (+351) 21 311 72 00
https://www.bbva.pt
Banco Popular Portugal, S.A.
Tel.: (+351) 210 071 000
http://www.bancopopular.pt
100
Bankiter Private Banking
Tel.: (+351) 707 50 50 50
https://www.bankinter.pt
Deutsche Bank
Tel.: (+351) 213 111 225
http://www.deutsche-bank.pt
Banco BIC
Tel.: (+351) 21 359 80 00
https://www.bancobic.pt/
6. MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Principais Jornais
Correio da Manhã – Lisboa
Diário de Notícias – Lisboa
Jornal de Notícias – Porto
Jornal Público – Lisboa
Expresso – Lisboa
Jornal de Negócios – Lisboa
Diário Económico - Lisboa
Jornal Sol – Lisboa
Principais revistas
Econômicas: Exame, Fortuna, Valor
Gerais: Grande Reportagem, Visão, Focus
Sociedade: Caras, Olá, Nova Gente
Femininas: Cosmopolitan, Elle, Máxima, Mulher Moderna
Automóveis: Motor, Turbo, Auto Hoje
Canais de TV
Rádio Televisão Portuguesa, S.A. - RTP (canais 1 e 2)
Sociedade Independente de Comunicação, S.A. - SIC (canal 3)
Televisão Independente, S.A. - TVI (canal 4)
101
Estações de rádio (nacionais)
Rádio Renascença
Rádio Comercial
TSF Rádio Jornal, S.A.
Rádio Difusão Portuguesa (Antena 1, 2 e 3)
Agências de publicidade
MSTF Partners – Agência de Publicidade, SA
Tel.: (+351) 213 703 070
http://www.partners.pt
Executive Media – Serviços Publicitários, SA
Tel.: (+351) 213 916 700
http://www.executive-media.pt
The Creative Shop, Lda.
Tel.: (+351) 213 930 584/48
http://www.nove.pt
Activooh
Tel.: (+351) 211 300 096
http://www.activooh.com
Cupido, Comunicação Beyond-The-Line, SA
Tel.: (+351) 213 933 490
http://www.cupido.pt.
Grafe Publicidade, Lda.
Tel.: (+351) 218 613 400
http://www.grafe.pt
Pepper
Tel.: (+351) 214 239 695
http://www.pepper.pt
102
Young & Rubicam Portugal - Publicidade, SA
Tels.: (+351) 213 127 300 / 213 816 300
http://www.yrgroup.pt/
Leo Burnett
Tel.: (+351) 213 260 800
http://www.leoburnett.pt/giveaway
7. CONSULTORIAS
CEMASE
E-mail: [email protected]
www.cemase.pt
KPMG PORTUGAL – S.G.P.S. SA
Tel.: (+351) 210 110 000
https://home.kpmg.com
Deloitte Portugal
Tel.: (+351) 210 422 500
https://www2.deloitte.com/pt/
Everis Consulting
Tel.: (+351) 213 301 020
http://www.everis.com/portugal/
Roland Berger & Partner – Consultores Internacionais de Estratégia Empresarial
E-mail: [email protected]
http://www.rolandberger.com
GFK / Metris - Métodos de Recolha e Investigação Social Lda.
E-mail: [email protected]
www.gfk.pt
103
TNS / Euroteste-Marketing e Opinião SA
E-mail: [email protected]
www.tns-global.com
A C Nielsen Quantum Portugal-Estudos de Mercado Lda.
E-mail: [email protected]
http://www.pt.nielsen.com
8. AQUISIÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO
Imprensa Nacional - Casa da Moeda
E-mail: [email protected]
http://www.incm.pt
Instituto Nacional de Estatística - INE
E-mail: [email protected]
http://www.ine.pt
9. COMPANHIAS DE TRANSPORTE PARA O BRASIL
MARÍTIMAS
Brasileiras
Aliança Navegação e Logística Ltda.
E-mail: [email protected]
http://www.alianca.com.br
Portuguesas / Internacionais
HAMBURG SUD
Tel.: (+351) 213 211 320
E-mail: [email protected]
Navex - Empresa Portuguesa de Navegação, S.A.
E-mail: [email protected]
http://www.navex.pt
104
Pinto Basto Navegação SA
E-mail: [email protected]
http://www.pintobasto.com
AGL Logistics
E-mail: [email protected]
http://www.agl-logistics.com
Maersk Portugal-Transportes Internacionais Lda.
E-mail: [email protected]
http://www.maersksealand.com/portugal
CMA CGM PORTUGAL – Agentes de navegação, S.A.
Tel.: (+351) 213 256 220
E-mail: [email protected]
Compañia Sud Americana de Vapores Agencia Marítima S.L (Lisboa)
E-mail: [email protected]
www.csav.com
MSC - Mediterranean Shipping Company (Portugal), S.A.
E-mail: [email protected]
www.mscportugal.com
AÉREAS
Brasileiras
TAM Viagens
www.tamviagens.com.br
Estrangeiras
TAP - PORTUGAL
Tel.: (+351) 707 205 700
http://www.flytap.com / http://www.ana.pt/pt/lis/home
https://www.aeroportoporto.pt/pt/opo/home
https://www.aeroportofaro.pt/
105
TAP – no Brasil
Brasília
Tel.: (+55 61) 3223-7138
E-mail: [email protected]
SATA
Tel.: (+351) 213 553 110
www.sata.pt
E-mail: [email protected]
British Airways
www.britishairways.pt
IBERIA
http://www.iberia.com/
10. SUPERVISÃO DE EMBARQUES
Portugal
SGS Portugal – Sociedade Geral de Superintendência, S.A.
Tel.: (+351) 707 200 747
Fax: (+351) 707 200 329
Brasil
SGS Academy
Tels.: (+55 11) 3254-7830 / (+55 11) 3254-7831
Fax: (+55 11) 3254-7835
SGS do Brasil Ltda.
Telefax: (+55 21) 3150-2006
Carmac - Representações e Tramitação Aduaneira, Lda.
Despachantes Oficiais
Tel.: (+351) 218 686 831
Fax: (+351) 218 687 104
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II. FRETES E COMUNICAÇÕES COM O BRASIL
1. INFORMAÇÕES SOBRE FRETES
Marítimos
Para obtenção de informações atualizadas sobre fretes marítimos, os empresários deverão
consultar diretamente as empresas listadas no Anexo.
Aéreos
De igual modo para obtenção de informações atualizadas relacionadas com a secção de cargas
das companhias aéreas, as companhias aéreas de carga listadas no Anexo.
2. COMUNICAÇÕES: TARIFAS
Telefone
Conforme o operador de telecomunicações e o tipo de tarifário contratado, a tarifa telefônica
para o Brasil, poderá variar entre um mínimo de € 0,55 / minuto e um máximo de € 0,85 /
minuto.
Correspondência postal
Correio normal internacional
A Encomenda Internacional é um serviço de transporte de mercadorias, com ou sem valor
comercial, que utiliza prioritariamente a via aérea para todo o mundo até 7 dias úteis.
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III. INFORMAÇÕES PRÁTICAS
1. MOEDA
A moeda em circulação em Portugal é o Euro (€), com subdivisão em cêntimos.
A moeda divisionária em curso legal é composta por moedas de € 2; € 1; € 0,50, € 0,20, € 0,10,
€ 0,05, € 0,02 e € 0,01 cêntimos.
A moeda em papel em curso legal é constituída por notas de € 500, € 200, € 100, € 50, € 20, €
10 e € 5. As notas de € 500 e € 200 circulam em menor quantidade.
A cotação média do Euro em relação ao Dólar foi de € 1= US$ 1.107.
2. PESOS E MEDIDAS
Portugal utiliza o sistema métrico decimal.
3. COMUNICAÇÕES
Telefone
A liberalização das redes fixa e móvel, ocorrida há anos no país, proporcionou aumento de
concorrência, promoveu qualidade dos serviços e contribuiu para a redução do tarifário.
Principais operadores: Portugal Telecom, MEO, Vodafone, NOS, Nowo e UZO. Podem ser obtidas
informações sobre tarifários diretamente nos operadores ou no site da ANACOM - Autoridade
Nacional de comunicações - http://www.anacom-consumidor.com
4. FERIADOS
Em Portugal, existem os seguintes feriados: 1 de janeiro – Dia de Ano Novo; Sexta-feira Santa;
- 25 de Abril; – Dia da Liberdade; 1 de maio - Dia do Trabalhador; 10 de junho - Dia de Portugal
de Camões e das Comunidade Portuguesas; Corpo de Deus; 15 de agosto – Dia da Assunção de
Nossa Senhora; 5 de outubro – Implantação da República; 1 de novembro – Dia de Todos os
Santos; 1 de dezembro – Restauração da Independência; 8 de dezembro – Dia da Imaculada
Conceição; 25 de dezembro – Dia de Natal, para além destes há os feriados municipais: 13 de
junho – Dia de Santo António, em Lisboa, e 24 de junho – Dia de São João, no Porto.
5. FUSO HORÁRIO
A diferença horária de Brasília / Rio de Janeiro / São Paulo para Portugal, na época de inverno
(outubro a março), é de mais 2 horas; na época de verão (março a outubro), é de mais 4 horas.
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6. HORÁRIO COMERCIAL
Repartições Finanças/Tribunais – Horário: 2ª a 6ª feira, exceto em feriados portugueses, 9h às
16h (encerrando para almoço 12h30 às 14h).
Serviço de Estrangeiro e Fronteiras (SEF) – Horário: 2ª a 6ª feira, exceto em feriados
portugueses, 8h30 às 16h30.
Consulado do Brasil – Horário: 2ª a 6ª feira, exceto em feriados brasileiros e portugueses, 9h
às 15h (para vistos: 9h às 12h).
Loja do Cidadão – entidade pública que abriga sucursais de vários serviços públicos, tais como
Serviços de Finanças, Instituto da Segurança social e Instituto de Registos e do Notariado, e de
empresas privadas produtoras ou distribuidores de bens públicos tais como eletricidade, gás,
água telefones e outras. Horário: 2ª a 6ª feira, exceto em feriados portugueses, 8h30 às 19h30;
sábados e feriados: 9h30 às 15h.
Bancos – Horário: 2ª a 6ª feira, exceto em feriados portugueses, 8h30 às 15h.
Comércio – Horário: 2ª a 6ª feira, exceto feriados portugueses, 9h30 às 19h; aos sábados e
feriados, 9h30 às 13h, e muitas lojas durante todo o dia de sábado.
Centros Comerciais – Horário: 9h às 00h
7. CORRENTE ELÉTRICA
A corrente elétrica em todo o país é de 220 volts e 50 ciclos.
8. PERÍODOS RECOMENDADOS PARA VIAGEM
O melhor período para realizar viagens é de outubro a junho. Os meses entre julho e setembro
correspondem às férias de verão, sendo por isto período menos favorável para a realização de
negócios.
É aconselhável a marcação prévia de hotel, através das agências de viagens ou das companhias
de transporte.
9. VISTO DE ENTRADA
Nos termos da legislação em vigor, os cidadãos brasileiros não necessitam de visto para entrar
em Portugal, por um período de 90 dias, nos casos de: turismo, negócios, cobertura jornalística
ou missão cultural.
Este prazo poderá ser prorrogado em Portugal, mediante autorização do SEF (www.sef.pt), não
podendo a prorrogação ultrapassar 90 dias.
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Documentos necessários para entrada em Portugal
A isenção de visto não desobriga os beneficiários do cumprimento de formalidades legais de
entrada no país (Decreto-Lei n° 34/2003, de 25 de Fevereiro, e Documento do Conselho da UE
n° 10479/02, de 17 de Julho), tais como a apresentação de documentos à entrada no país:
- passaporte, com validade superior à duração da estada prevista de, pelo menos, 3 meses;
- bilhete de viagem aérea (ida e volta);
- comprovante de alojamento;
- comprovante de vínculo laboral ou atividade profissional no Brasil (devidamente reconhecido
em cartório e autenticado no consulado na área de residência);
- comprovante de meios financeiros para suportar a estada, equivalente a € 75 por cada entrada
em território nacional, acrescidos de € 40 por cada dia de permanência.
Endereços de consulados portugueses no Brasil:
Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro
E-mail: [email protected]
www.consuladoportugalrj.org.br
Consulado Geral de Portugal em Salvador
Tel.: (+55 71) 3341-0636/ 3341-1499
E-mail: [email protected]
Consulado de Portugal em Belo Horizonte
Tel.: (+55 31) 3291-8192
www.consuladoportugalmg.org.br
10. VACINAS
Para brasileiros, não há exigência de qualquer tipo de vacina.
11. ALFÂNDEGA E CÂMBIO
Não existem restrições cambiais nem restrições aos portadores de visto temporário em Portugal.
O câmbio pode ser realizado livremente nos bancos e em casas autorizadas.
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12. HOTÉIS DE CATEGORIA MÉDIA E SUPERIOR EM LISBOA
Olissippo Lapa Palace
E-mail: [email protected]
http://www.olissippohotels.com
Hotel Lisboa Plaza
E-mail: [email protected]
http://www.lisbonplazahotel.com
Tiara Park Atlantic Lisboa
Reservas - [email protected]
http://www.tiara-hotels.com
HF Fénix Lisboa
Reservas: [email protected] / [email protected]
http://www.hfhotels.com
VIP Inn Veneza
E-mail: [email protected]
http://www.viphotels.com
Hotel Dom Carlos Park
E-mail: [email protected]
Reservas: [email protected]
http://www.domcarloshoteis.com
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BIBLIOGRAFIAPara a elaboração deste estudo, recorreu-se a informações fornecidas por diversos
organismos, através das suas respetivas páginas oficiais na Internet, entre as quais estão:
ANA – www.ana.pt
ANACOM – www.anacom.pt
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE EMPRESAS DE DISTRIBUIÇÃO- www.aped.pt
ACAP – ASSOCIAÇÃO AUTOMÓVEL DE PORTUGAL - www.acap.pt
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS PROFISSIONAIS DE MARKETING – www.appm.pt
AICEP - www.portugalglobal.pt/
AUTORIDADE TRIBUTÁRIA ADUANEIRA – www.portaldasfinancas.gov.pt
BANCO CENTRAL EUROPEU – www.ecb.europa.org
BdP – www.bportugal.pt
BANCO MUNDIAL – www.worldbank.org
CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA – www.aeportugal.pt
CAMINHOS DE FERRO PORTUGUESES – www.cp.pt
DIREÇÃO GERAL DE ENERGIA E GEOLOGIA - www.dgeg.pt
EUROSAT – www.eurosat.com
EXPONOR – www.exponor.pt
FEIRA INTERNACIONAL DE LISBOA – www.fil.pt
FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL – www.imf.org
GPEARI – GABINETE DE PLANEAMENTO, ESTRATÉGIA, AVALIAÇÃO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS -
www.gpeari.min-financas.pt
INE – www.ine.pt
INSTITUTO DA MOBILIDADE E DOS TRANSPORTES – www.imtt.pt
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS – www.portugal.gov.pt
PÁGINAS AMARELAS – www.pai.pt
PORDATA – www.pordata.pt
PORTO DE LISBOA – www.portodelisboa.com
PRB-POPULATION REFERENCE BUREAU - www.prb.org
QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICO NACIONAL – www.qren.pt
RADIO TELEVISÃO PORTUGUESA – www.rtp.pt
REDE FERROVIÁRIA NACIONAL – www.refer.pt
SIC – www.sic.sapo.pt
TURISMO DE PORTUGAL - www.turismodeportugal.pt
UE – www.europa.eu