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Informativo do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz

Entrevista: Diretor deFarmanguinhos falasobre perspectivas daCooperação Internacional

Parceria cria mestradoem Sistemas de Saúdeem Moçambique

Câmara Técnica deCooperação Internacional realizasegunda reunião com debatesobre Agenda da Saúde Global

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março

2014

Nº13

Comissão internacionalpede fortalecimento deação global pela saúde

Danielle Monteiro – CCS

m documento (clique aquipara a versão original em in-glês ou aqui para uma versãoem português) recentemente

lançado pela Comissão Lancet sobreGovernança Global para a Saúde, pu-blicado na revista científica The Lan-cet, promete chamar aten-ção da comunidade interna-cional para os chamados de-terminantes políticos globaisda saúde. Intitulado As ori-gens políticas da iniquidadeem saúde: perspectivas demudança, o relatório, que foielaborado com a participaçãoda Fiocruz, por meio do Cris,analisa as disparidades e di-nâmicas de poder existentesem políticas que afetam asaúde, como crises econômi-cas, medidas de proprieda-de intelectual, segurança ali-

mentar, conflitos violentos, imigraçãoilegal e atividades empresariais trans-nacionais.

“Com este Informe, estamos pres-tando um excelente serviço às reflexõessobre as origens políticas das inequida-des em saúde e propondo mecanismosque podem ajudar na transformação dastamanhas injustiças vigentes”, destaca o

co-autor do documento e coordenadorgeral do Cris/Fiocruz, Paulo Buss.

A Comissão argumenta que osdeterminantes políticos globais que afe-tam negativamente a saúde de algunsgrupos, quando comparados a outros,são desiguais. Para solucionar parte dosdanos por eles causados, os autorespropõem a melhoria da governança

global. “É urgente que saibamoscomo melhor proteger e promo-ver a saúde pública no campoda governança global, que incluia distribuição de recursos eco-nômicos, intelectuais, normati-vos e políticos. Para avaliar o im-pacto dessa governança sobre asaúde, é necessária a realizaçãode uma análise de poder”, afir-ma trecho do documento.

O relatório indica cinco dis-funções do sistema de governan-ça global que colaboram para queos efeitos adversos dos determinan-tes políticos globais da saúde per-

Publicado na revista científica The Lancet, documento chama atençãopara o papel da governança global em políticas que afetam a saúde

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maneçam: o déficit democrático, os fra-cos mecanismos de responsabilização dosatores por suas ações, a imobilidade ins-titucional, o espaço político inadequadopara a saúde e a inexistência de institui-ções internacionais para a formulaçãode políticas. Como possíveis soluções,os autores propõem a criação de umaplataforma de governança para a saú-de, que funcione como um fórum dediscussão de políticas, e a elaboraçãode um Painel de Monitoramento Cientí-fico Independente, que analise os efei-tos das políticas sobre a saúde.

Ainda entre as propostas está aadoção de medidas que facilitem ocontrole dos determinantes políticos dasaúde, por meio do uso de instrumen-tos de direitos humanos, como a indi-cação de Relatores Especiais e a cria-ção de penalidades mais firmes con-tra violações cometidas por agentesnão estatais. “Esses relatores ajudari-am a acionar espaços de produção desanções. Ainda não há leis para essas

pessoas serem julgadas”, alerta Buss.Segundo ele, o documento será difun-dido para o apoio e crítica de países,associações médicas e outros setoresda sociedade. “Esperamos que o rela-tório seja encaminhado para o debatedas Nações Unidas e discutido ano quevem juntamente com a definição dosObjetivos de Desenvolvimento Susten-tável”, afirma.

ComissãoLancet/Oslo sobreGovernança Globalpara a Saúde

Promover um novo pensamentoque proporcione uma dimensão glo-bal para a saúde e supere o discursoconvencional cujo foco se concentramais na esfera da doença ou na “au-sência da doença”. Essa é a proposta

Danielle Monteiro – CCS

Câmara Técnica de Coopera-ção Internacional da Fiocruz,coordenada pelo Cris, promo-veu sua segunda reunião no

dia 18 de fevereiro. Na abertura do en-contro, o presidente da Fundação, PauloGadelha, destacou que o campo decooperação internacional está entre asprioridades da presidência e comentouque o Conselho Deliberativo, em par-ceria com todas as Câmaras, vai esta-belecer quais são os pontos centrais queservirão como insumos para políticas e

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Câmara Técnica de CooperaçãoInternacional debate Agendada Saúde GlobalCoordenado pelo Cris, o grupo também discutiu as propostas para o Plano Quadrienal da Fiocruz eapresentou novidades na gestão da informação em cooperação internacional

programas da instituição em cada umade suas áreas. “Esses temas mais ge-rais da cooperação internacional vãoservir de base para vocalizarmos e re-forçarmos o protagonismo da Fiocruzno cenário internacional”, afirmou.

Em seguida, o coordenador geraldo Cris, Paulo Buss, fez uma apresen-tação sobre a Agenda da Saúde Glo-bal, que reúne os temas prioritários emsaúde manejados pela OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS) e outrosagentes sociais globais. Uma das temá-ticas presentes nessa discussão diz res-peito ao 12° Plano Geral de Trabalho

da OMS, que será iniciado esse anocom o título “Não só a ausência de do-enças”. O plano é dividido em cincocategorias de trabalho que englobampropostas as quais, segundo Buss, têmenfoque somente nas enfermidades,deixando a ausência de doenças delado. “Mesmo quando o plano menci-ona a promoção da saúde, ele atentapara a questão da redução da morbi-dade e mortalidade, ou seja, foca so-mente na doença ou na ‘não saúde’”,advertiu.

Além disso, segundo o coordena-dor, apesar de o Plano de Trabalho cha-

da Comissão Lancet/Oslo sobre Go-vernança Global para a Saúde, quesurgiu em 2011, na capital da Norue-ga. Criado a pedido do ministro no-rueguês de Relações Exteriores, JonasGahr Store, o grupo é formado pordezoito pesquisadores e formuladoresde políticas selecionados e convida-dos pela Universidade de Oslo.

A Comissão, que conta com aparticipação da Fiocruz, por meio doCris, representado por seu coordena-dor geral Paulo Buss, defende um con-ceito horizontal e ampliado de umaagenda global para a saúde. Este con-ceito envolve uma visão ampla de se-tores como economia, trabalho, edu-cação, transporte e mobilidade, meioambiente e propriedade intelectual, fa-tores que exercem influências impor-tantes sobre a qualidade de vida daspopulações e dos sistemas de saúde,sendo, portanto, determinantes e in-fluenciadores de aspectos de vidasmais, ou menos, saudáveis.

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mar atenção para a importância dasDeterminantes Sociais da Saúde (DSS),ele não concede a elas o espaço quede fato merecem. “As DSS são o resí-duo, e não o centro do documento. Issovai impactar em uma série de decisõesque envolvem o financiamento e a ori-entação que a OMS dá aos países”,atentou. Outro alerta feito por Buss dizrespeito à visão da OMS sobre o con-ceito de sistemas de saúde. “A organi-zação enxerga os sistemas de saúdecomo cobertura universal com base emseguros. Essa mentalidade é oposta àda Constituição brasileira, que defen-de sistemas universais baseados no di-reito à saúde”, advertiu.

Propostaspara o PlanoQuadrienalda Fiocruz

A Câmara também discutiu a pro-posta do capítulo internacional do 7º Pla-no Quadrienal da Fundação (2014-2018).Segundo Buss, o conteúdo do documen-to, ainda em construção, será baseado

em uma agenda global para a saúde,cujas atividades intersetoriais deverão serlevadas em conta no planejamento, a fimde se evitar as inequidades em saúde.“Nós temos que fazer um plano mínimode cooperação internacional da Fiocruze as contribuições das unidades vão com-por esse planejamento”, afirmou.

Convêniosinternacionaise melhoriasna gestão dainformação

Na reunião também foram pon-tuados os convênios de cooperaçãoNorte-Sul e Sul-Sul, firmados por meiodo Cris, e algumas das visitas inter-nacionais recentes recebidas pelo Cen-tro, como a do Ministro de Ciência,Tecnologia e Inovação de Cuba, a docomissário de Saúde da União Euro-peia e de representantes de universi-dades como Glasgow, Bonn e Michi-gan. Segundo o assessor técnico do

Cris, José Roberto Ferreira, são 66 asinstituições com as quais a Fundaçãomantém convênio, incluindo univer-sidades, institutos de saúde e Minis-térios. Entre janeiro de 2013 e feve-reiro de 2014, foram firmados 25 acor-dos de cooperação Sul-Sul e 41 deNorte-Sul.

No encontro, foram tambémapresentadas algumas melhorias nagestão da informação em cooperaçãointernacional, que estão sendo desen-volvidas pelo Cris. Entre elas, o desen-volvimento de um cadastro online deestrangeiros, abrangendo seus diversosperfis, em parceria com a CGTI, e aconclusão do registro e digitalização dosconvênios internacionais que integramo acervo do Cris. “Também foram im-plantadas melhorias no Sistema deAfastamento de servidores que viajamao exterior, com o objetivo de aprimo-rar a visualização da motivação e osresultados de cooperações internacio-nais, assim como os procedimentos deexecução, controle e cumprimento deprazos e requisitos”, contou a assesso-ra de Gestão de Convênios Internacio-nais e Afastamentos do País, do Cris,Helena Distelfeld.

*Com a colaboração de Rebert Lima

A câmara Técnica discutiu a importância dainclusão dos determinantes sociais de formamais enfática nos documentos da OMS e opapel da Fiocruz nesta indução. Foto OMS

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specialistas em indicadores dejustiça, criminalidade e violên-cia dos países da América Lati-na e Caribe se reuniram na Fio-

cruz, nos dias 27 e 28 de janeiro, parao intercâmbio de experiências sobre ouso de informação estatística para aprevenção e redução da criminalidadee da violência na região, no âmbito daAgenda para o Desenvolvimento pós-2015. O debate, promovido em parce-ria com o Programa das Nações Uni-das para o Desenvolvimento (PNUD) ea Organização dos Estados Americanos

Fiocruz sedia debate sobreindicadores de violência e justiçaA discussão, realizada no âmbito da Agenda para o Desenvolvimento pós-2015, vai subsidiar trêsreuniões regionais da ONU

(OEA), deverá subsidiar três reuniõesregionais que serão realizadas pela ONUna América Latina e Caribe, África eÁsiaPacífico.

Na ocasião, o presidente da Fio-cruz, Paulo Gadelha, lembrou que, noBrasil, a violência é a principal respon-sável por mortes de adultos jovens. “Aviolência vai ainda além dessa dimen-são, apresentando-se também como umindicador fundamental de doenças, dequalidade de vida e de possibilidades decondições de construção para a cidada-nia”, disse. “A Fiocruz tem estado mui-to presente nesse debate sobre comotrazer a questão da saúde para a dis-

cussão sobre os Objetivos de Desenvol-vimento Sustentável”, complementou.

O representante do PNUD no Bra-sil, Jorge Chediek, enfatizou que as soci-edades que não têm paz, nem seguran-ça, pagam preços enormes em termosde desenvolvimento. “Temos pesquisasque mostram que países com níveis simi-lares de desenvolvimento, após confron-tar uma crise na segurança, podem per-der até dez anos em termos de progres-so e desenvolvimento”, alertou. “Preci-samos de um esforço metodológico mui-to rigoroso para oferecer à comunidadeinternacional instrumentos que possamgerar indicadores sólidos e um compro-

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misso maior”, reforçou.Para o diretor do Centro Mundial

para o Desenvolvimento Sustentável (Cen-tro Rio+), Rômulo Paes, aferir a violênciaé difícil, uma vez que ela está associada aquatro temas complexos: a urbanização;a produção e o consumo de drogas; oextremismo político; e a comercializaçãode armamentos. Segundo ele, o desafioé encontrar um terreno técnico e científi-co em que sejam produzidos indicadoresde consenso que permitam uma compa-rabilidade. “Alguns indicadores tradicio-nais já nos dão alguma medida, mas épreciso avançar mais para falarmos efeti-vamente de indicadores de justiça de umaforma que possa abranger a complexida-de do mundo atual”, defendeu.

Segundo a secretária nacional desegurança pública, Regina Miki, sãomuitos os dados sobre segurança pú-blica, porém, as informações ainda sãoescassas e os números existentes se re-ferem em sua maioria ao campo da saú-de. Entre os avanços conquistados pelasecretaria, segundo Regina, está a cria-ção da lei do Sistema Nacional de Se-gurança Pública (Sinesp), que prevê oarmazenamento e a integração de da-dos e informações. “O grande desafionessa discussão é transitarmos de uma

Danielle Monteiro – CCS

cooperação entre a Fiocruz eo Instituto Nacional de Saúde(INS), do Ministério da Saúdede Moçambique (MISAU),

está às vésperas de concretizar maisuma iniciativa. Em abril, as duas insti-tuições vão dar início a um mestrado emSistemas de Saúde, que será realizadoem Maputo, capital moçambicana. Ocurso, financiado pelo Centro de Pes-

Aquisa para o Desenvolvimento Interna-cional (IDRC, na sigla em inglês) “ agên-cia pública do governo canadense – vaiformar 14 profissionais que trabalhamno MISAU, no INS, em universidades eoutras instituições públicas do setor. Aproposta é que eles atuem diretamenteno sistema de saúde “ nos serviços, nagestão ou em pesquisa. O projeto inte-gra o Programa Estratégico de Coope-ração entre a Fiocruz e o INS, que foielaborado em conjunto sob a coordena-

cultura de esforço para indicadores daefetividade na política”, complementou.

Para a diretora do departamentode Segurança Pública da OEA, PaulinaDuarte, o debate acerca do tema éextremamente importante, pois vaipermitir a transposição de desafios noalcance da definição dos indicadores deviolência e justiça. “Durante muitosanos, tivemos rejeição da academia emestudar e manejar temas ligados à se-gurança pública, e rejeição da seguran-ça em se aproximar da academia. Isso,felizmente, vem mudando nos últimosanos. E a Fiocruz é uma das pioneirasnesse sentido”, finalizou.

Rumo àAgenda para oDesenvolvimentoPós-2015

O chefe de equipe do escritóriode Prevenção de Crises e de Recu-peração do PNUD, Samuel Doe, trou-xe ao debate as discussões que en-volvem a Agenda para o Desenvol-vimento Pós-2015. Uma delas, se-

gundo ele, diz respeito ao conceitode desenvolvimento, o qual, atual-mente, assume um significado maisamplo, deixando de ser visto comomero crescimento econômico, mastambém como crescimento social eque inclui o meio ambiente e os con-ceitos de sustentabilidade, solidarie-dade global, governança e parceriasglobais.

Para Doe, o debate mais impor-tante no âmbito da Agenda para oDesenvolvimento Pós-2015 diz respei-to à mensuração da paz e segurançapública e da governança. Alguns lí-deres, segundo ele, acreditam queconceitos como esses são impossíveisde ser medidos, alegando que não hácapacidade nacional para tal. “Acre-dito que podemos sim medi-los e oBrasil é exemplo disso, demonstran-do que, se a segurança pública formedida no contexto do desenvolvi-mento, os resultados serão extraordi-nários”, defendeu. “Os indicadoresaqui encontrados vão mostrar o linkentre desenvolvimento, segurançapública e sustentabilidade. Encontroscomo esse vão ajudar a convencer acomunidade internacional da impor-tância disso”, concluiu.

Parceria cria mestradoem Sistemas de Saúdeem MoçambiqueFruto de cooperação trilateral entre Brasil, Moçambique e Canadá,o curso será desenvolvido a partir de um modelo de cooperaçãoestruturante e vai formar profissionais para atuar no sistema desaúde moçambicano.

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Fiocruz e INS/Peru fazem planode trabalho em conjuntoA cooperação envolve a formação de tutores em saúde pública e a transferência detecnologia para a produção de medicamentos contra tuberculose e malária

Danielle Monteiro – CCS

o dia 10 de fevereiro, em reu-nião no Cris, a Fiocruz e oInstituto Nacional de Saúde(INS/Peru) elaboraram um

extenso plano de trabalho de coope-ração para a formação de RecursosHumanos em Saúde e TransferênciaInversa de Tecnologia para Produçãode Medicamentos.

A EPSJV/Fiocruz apresentou umaproposta de formação de tutores, com-posta das seguintes estratégias: um cur-so de Especialização em Saúde Ambi-ental e Controle de Vetores, para a for-mação de 30 técnicos, em Iquitos, noPeru; e um curso de Educação Profissi-onal em Saúde, que vai formar 60 tu-tores e será ministrado no INS/Peru enas Direções Regionais de Saúde prio-rizadas (DIRESAs). Outro curso propos-to foi a Formação de Técnicos em Saú-de Pública: uma vez concluído o cursode formação de tutores, o INS organi-zará e coordenará a execução de cur-sos de formação de técnicos priorizan-do regiões mais vulneráveis. A EPSJVgarantirá assistência técnica presencial(a cada três meses) e à distância.

NTambém se avançou na coo-

peração entre Farmanguinhos e oINS/Peru, na área de TransferênciaInversa de Tecnologia, para a pro-dução de antimaláricos e tubercu-lostáticos. O Plano de Trabalho seráoperacionalizado em duas etapas:primeiro, a gestão de registro sani-tário dos produtos antimaláricos, noPeru, depois, o desenvolvimento datransferência tecnológica. Ambosos planos de trabalho serão geren-ciados financeiramente pela Fiotec.

Para o responsável pela coo-peração entre os países da Améri-ca Latina e Caribe, Álvaro Matida,a cooperação atende os preceitose diretrizes da política externa bra-sileira em Cooperação Sul-Sul.“Trata-se de uma parceria, em úl-tima instância, que visa o desen-volvimento institucional das partesenvolvidas e, nesse sentido, umacooperação estruturante em saúde.No âmbito da região, da União dasNações Sul-Americanas (Unasul),trata-se de um caso modelo, a serpromovido com esse enfoque, tan-to por parte da Fiocruz quanto peloINS/Peru”, afirma.

ção do Cris/Fiocruz.O mestrado terá duração de dois

anos e a titulação dos alunos será pelaFiocruz. A iniciativa conta ainda comparcerias horizontais em ambos os pa-íses: no Brasil, entre os Programas dePós-Graduação em Saúde Pública daEnsp/Fiocruz e do CPqAM/Fiocruz Per-nambuco. Em Moçambique, entre oINS/MISAU e a Faculdade de Medici-na da Universidade Eduardo Mondla-ne (UEM), a maior e mais antiga uni-versidade pública do país.

A coordenadora do projeto noBrasil, Célia Almeida, da Ensp/Fio-cruz, conta que o programa do cursofoi elaborado com base em orienta-ções compartilhadas entre os parcei-

ros, levando-se em consideração asprioridades do MISAU e a realidadepolítica, econômica, sociocultural esanitária do país africano. “A coorde-nação é compartilhada e as aulas se-rão ministradas em Moçambique, porprofessores brasileiros e moçambica-nos, assim como as orientações dasdissertações. Os alunos vão passar umtempo na Fiocruz, trabalhando nassuas investigações, e os trabalhos decampo serão realizados em Moçam-bique”, explica.

Com aulas expositivas, seminári-os, trabalhos de grupo, discussões emsala e tarefas individuais, o conteúdoprogramático foi organizado em seismódulos temáticos, cada um contendo

duas ou mais disciplinas. A proposta éprovocar nos alunos uma reflexão críti-ca sobre o funcionamento e os resulta-dos alcançados pelo sistema de saúdede Moçambique. “Esperamos que elessejam capazes de sugerir possíveis so-luções para problemas e para o alcan-ce de melhores níveis de equidade equalidade nos cuidados de saúde àpopulação”, explica a coordenadora.

Para o responsável pela coope-ração com a África no Cris/Fiocruz, LuizEduardo Fonseca, o mestrado seráuma importante atividade. “Esta inici-ativa terá um papel relevante no re-forço da Rede de Institutos Nacionaisde Saúde Pública da Comunidade(RINSP-CPLP)”, conclui.

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fortalecimento da capacida-de de Moçambique na res-posta à epidemia de Aidsserá foco de uma coopera-

ção prevista entre a Fiocruz e a UniãoEuropeia. Em visita à Fundação nodia 24 de janeiro, o comissário deSaúde do bloco regional, Tonio Borg,declarou ter interesse na parceria quea instituição mantém com o país afri-cano. A ideia é ajudar a financiar ini-ciativas no campo, tendo como mo-delo o projeto de instalação da fá-brica de medicamentos em Moçam-bique, que contou com apoio de Far-manguinhos/Fiocruz.

Segundo Borg, o HIV/Aids é umadas principais preocupações da Comis-são de Saúde da União Europeia, par-ticularmente por uma razão: o perigode a doença futuramente não ocuparampla posição entre as prioridades po-líticas, uma vez que já há medicamen-tos desenvolvidos para seu controle.“Vamos lançar um segundo Plano deAção em Saúde contra o HIV/Aids, pois,

Oem algumas regiões da União Europeia,temos observado um sutil aumento nonúmero de casos”, disse. Ele comen-tou que a cooperação poderia contri-buir para a mudança de atitude de al-guns países que investem somente naajuda financeira externa, mas não re-servam parte de seu orçamento nacio-nal para de fato combater a enfermi-dade. “Há cooperações internacionaisque mostram que não é possível lutarcontra a Aids somente dependendo daajuda de outros países. Ela é importan-te, mas deve ser acompanhada de umprojeto e plano nacionais, principal-mente em nações severamente afeta-das pela doença”, advertiu.

Na ocasião, Borg ainda listou al-guns dos principais desafios no setorsaúde enfrentados pelo bloco regional.Entre eles, o envelhecimento da po-pulação, que tem provocado o aumen-to da incidência de doenças crônicascomo câncer e diabetes, demandan-do maior custo em saúde. “O grandedesafio é como gastar menos sem per-der padrões de excelência. Temos pro-curado solucionar esse problema com

o uso de tecnologias modernas, comoo E-Health (práticas de saúde com osuporte de comunicação e processoseletrônicos)”, disse.

Um grupo formado por integran-tes do Cris e da vice-presidência de Pro-dução e Inovação em Saúde (VPPIS),em conjunto com pesquisadores doIOC, Ipec e Ensp/Fiocruz, está elabo-rando a proposta de cooperação, quevai se articular nos seguintes eixos es-tratégicos institucionais: pesquisas es-tratégicas conjuntas nas áreas biomé-dicas, clínicas e em saúde pública; ca-pacidade de produção de medicamen-tos e de infraestrutura laboratorial parapesquisa, desenvolvimento e inovação;capacitação de Recursos Humanos; ecomunicação e informação. “Acrescen-tamos também uma sugestão de orça-mentação em torno de 4 milhões deeuros, para dois anos. Após finalizada,a proposta será apresentada à presidên-cia da Fundação e, em seguida, enca-minhada à Comissão de Saúde daUnião Europeia”, disse o responsávelpela cooperação com a África no Cris/Fiocruz, Luiz Eduardo Fonseca.

Fiocruz e UE estudam parceriapara combate à Aids na ÁfricaProjeto de instalação da fábrica de medicamentos em Moçambique, que contou com apoiode Farmanguinhos/Fiocruz, servirá de modelo para a cooperação com a União Europeia

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Fiocruz promove eventode acolhimento de alunos

Leonardo Azevedo - CCS

studantes de pós-graduação doscampi do Rio de Janeiro oriun-dos de outros estados e paísesse reuniram, no dia 13 de mar-

ço, na primeira edição do Fiocruz Aco-lhe, evento realizado no auditório do Mu-seu da Vida, no Campus de Manguinhos.Os alunos conheceram um pouco maisda história, estrutura e organização daFiocruz, as áreas de atuação, parceriasinternacionais, assim como informaçõesde mobilidade, lazer, cultura e entrete-nimento na cidade do Rio de Janeiro.Organizado pelo Grupo de AcolhimentoFiocruz, o evento é promovido pela Vice-presidência de Ensino, Informação e Co-municação (VPEIC) e conta com apoiodo Cris, da Ensp e do IOC/Fiocruz.

Os valores institucionais foramlembrados pela vice-presidente de En-sino, Informação e Comunicação, NísiaTrindade Lima. “A Fiocruz espera queseus estudantes sejam embaixadoresdos valores e da missão da instituição,pois o conhecimento cientifico é maisrico quando está associado a princípiosdemocráticos”, disse. Já o diretor deRecursos Humanos, Juliano Lima, abor-dou as atividades realizadas nas unida-des e escritórios da Fundação, caracte-rísticas que explicam a importância dainstituição para o país. “Tudo que faze-mos, em todas as áreas e unidades, estávoltado para o fortalecimento do Siste-ma Único de Saúde”, ressaltou.

EDificuldadesna CidadeMaravilhosa

Um dos entraves para quem vemde fora, além da língua e o clima, éo preço do aluguel dos imóveis. Parase ter uma ideia, o aluguel mensalde um apartamento de 85 metrosquadrados mobiliado em uma áreanobre da cidade custa R$ 5.341, deacordo com estudo realizado pelo siteExpantistan. Outro obstáculo é a bu-rocracia. “Para abrir uma conta ban-cária, é necessário um comprovantede residência, mas para alugar umimóvel, preciso de um fiador, o quetornar a tarefa mais difícil, uma vezque venho de outro lugar e não co-nheço ninguém aqui”, lembrou o co-lombiano Juan Camilo Sánchez, alu-no de doutorado do IOC/Fiocruz.

Editora FiocruzOs estudantes que participaram

do evento receberam um kit com omapa do campus, o Guia do Estudan-te e um da cidade do Rio e um vale-livros no valor de R$ 90, oferecido pelaEditora Fiocruz. O vale pode ser utili-zado para a aquisição de livros nasede da Editora, no prédio da Expan-são, até o dia 14/4. “Nosso objetivo

é facilitar o acesso e promover a lei-tura entre os alunos e a sociedade,contribuindo na formação acadêmi-ca dos estudantes de pós-graduação,que muitas vezes têm dificuldadespara adquirir livros e material deapoio”, afirmou o editor executivo daEditora, João Canossa.

CooperaçãoInternacional

O coordenador do Cris/Fiocruz,Paulo Buss, fez uma apresentação so-bre a Fundação e sua atuação no cam-po de cooperação internacional, espe-cialmente com instituições públicas daAmérica Latina e Caribe. Buss criticoua elaboração e execução de projetosisolados em outros países e destacouque a Fiocruz fornece apoio estruturanteaos sistemas e instituições públicas desaúde para garantir a sustentabilidadee continuidade das ações. Ele tambémreforçou a importância do fortalecimen-to da formação de recursos humanospara as instituições públicas de saúde.“Não queremos que vocês sejam clíni-cos especializados em clínicas privadas.Queremos que vocês tenham coloca-ção na instituição pública e que pos-sam colaborar em saúde nos seus paí-ses”, afirmou.

Com a colaboração de Rebert Lima - Cris

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curtas

Artigo analisaPesquisa Nacionalpara os Sistemasde Saúde naAmérica Latina

Foi publicado na revista Health Re-search Policy and Systems (Sistemas ePolítica de Pesquisa em Saúde) o artigoNational Research for Health Systems inLatin America and the Caribbean: mo-ving towards the right direction (PesquisaNacional para os Sistemas de Saúde naAmérica Latina e Caribe: movendo rumoà direção correta), de co-autoria da coor-denadora do projeto EU LAC Health,Miryam Minayo, do Cris, e da pesquisa-dora Cristiane Quental, da Ensp.

A partir de entrevistas realizadascom gestores de saúde dos países daAmérica Latina e Caribe que integrama Rede Ministerial Ibero-americana paraPesquisa e Educação em Saúde (Ri-mais), o artigo traz informações sobreas estruturas de governança e gestãodos Sistemas Nacionais de Pesquisa emSaúde (SNPS), a atual situação políti-ca e jurídica dos Sistemas, as priorida-des de pesquisa em saúde, os esque-mas de financiamento existentes e osprincipais atores institucionais.

Ao comparar os dados obtidos comuma revisão realizada em 2008, o arti-go comprova os avanços na pesquisapara o desenvolvimento dos SNPS naregião, principalmente através do esta-belecimento de estruturas de governan-ça, coordenação, políticas e regulamen-tos, fundamental para a melhor funcio-nalidade da pesquisa para os sistemasde saúde. No entanto, conclui que aconsolidação e o crescimento da pes-quisa para os sistemas de saúde na re-gião continuam ainda muito desiguais.Acesse aqui o artigo completo.

Fernanda Marques – Editora Fiocruz

A Editora Fiocruz começou o anode 2014 com quatro títulos estrangei-ros em processo de tradução: um origi-nal em italiano – La Linea Curva, deErnesto Venturini; e três em inglês –Launching Global Health, de StevenPalmer, The Economics of Health Equi-ty, de Di McIntyre e Gavin Mooney(orgs.), e The Global Eradication ofSmallpox, de Sanjoy Bhattacharya eSharon Messenger (orgs.). “Se esseslivros estão hoje em processo de tradu-ção, é porque o nosso trabalho come-çou bem antes, com a escolha dos títu-los estrangeiros de interesse nas nos-sas áreas de atuação e a negociaçãodos direitos autorais”, explica o editorexecutivo da Editora, João Canossa.

Na escolha de livros a serem tra-duzidos para o português, são conside-radas prioritárias obras de referência, queapresentam o estado da arte de umdeterminado campo do conhecimento,bem como obras inovadoras, que inau-guram novas perspectivas de pesquisa.Muitas vezes, os projetos de traduçãosurgem por demanda de grupos de pes-quisa brasileiros, da Fiocruz ou de ou-tras instituições, que participam de re-des internacionais de colaboração.

Quando um livro traduzido chegaàs mãos do leitor, ele já percorreu umlongo caminho. A conversão de uma

língua para outra é apenas um dos de-safios – especialmente no caso de umlivro científico. Este, após a traduçãopropriamente dita, deve passar por umarevisão técnica, na qual um especialis-ta no assunto abordado na obra verifi-ca se o conteúdo traduzido é fiel aosconceitos originais. Depois de todo essepercurso, faltam ainda as etapas ‘tra-dicionais’, pelas quais qualquer origi-nal passa, seja ou não traduzido. Sãoelas: a revisão do texto em português– o que inclui não apenas correçõesortográficas e gramaticais, mas tam-bém outros ajustes para garantir umaleitura mais fluente e agradável; e oprojeto gráfico, a editoração eletrônicae a capa. Dos cerca de 380 livros docatálogo da Editora Fiocruz, pelo me-nos um décimo envolve outras línguas,além do português.

Fundação éredesignadaCentroColaborador daOpas/OMS emSaúde Pública eAmbiente

A Fiocruz foi redesignada CentroColaborador da Organização Pan-Ame-ricana de Saúde (OPAS/OMS) em Saú-de Pública e Ambiente por mais quatroanos. Em fevereiro, após alinhamentoscom o organismo internacional, a Fun-dação teve seu Plano de Trabalho apro-vado e continuará, até 2018, a parce-ria iniciada em 2010, quando inaugu-rou uma nova modalidade de CentroColaborador. Até então, todos os cen-tros colaboradores - inclusive quatrodentro da própria Fiocruz - atuavam emuma área específica e delimitada deconhecimento. Como Centro Colabo-rador em Saúde Pública e Ambiente, aFiocruz disponibiliza à OPAS/OMS, demaneira mais ampla, toda a sua exper-tise e excelência técnica-científica nocampo de saúde e ambiente. Saibamais (www.fiocruz.br/omsambiental)

Fonte: VPAAPS

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De olho no leitorde línguaportuguesa

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Fiocruz integradiretoria deFundação paraDiagnósticosInovadores

Danielle Monteiro - CCS

O diretor do CDTS/Fiocruz, Car-los Morel, vai integrar o Conselho deDiretores da Fundação para Novos Di-agnósticos Inovadores (FIND, na siglaem inglês), organização sem fins lucra-tivos que desenvolve testes para diag-nosticar doenças negligenciadas. Parao diretor, sua participação no Conselhode Diretores poderá representar novaspossibilidades de colaborações entre aFundação e a FIND e seus parceiros emtodo o mundo, já que a Fiocruz temunidades e setores que desenvolvematividades de pesquisa, desenvolvimen-to e inovação em áreas de trabalhomuito próximas às da organização.“Tendo em vista a necessidade de de-senvolvimento de novos testes diagnós-ticos, rápidos, precisos e de baixo cus-to para doenças de importância sanitá-ria no país, espero que nossa participa-ção possa contribuir para um papelmaior daquela organização em proje-tos prioritários de P&D&I relevantes parao Brasil”, afirma.

Juntamente com Morel, foramconvidados a integrar o Conselho deDiretores da FIND o diretor geral da Fe-deração Nacional de Energia Solar daÍndia, Deepak Gupta, e o líder da equi-pe responsável pela Política e Defesa daImunização Global no instituto francêsSanofi Pasteur, Michael Watson.

Cooperaçãorende tese sobreAids e tuberculose

Priscila Sarmento - Ipec

A parceria entre a Fiocruz e oInstituto Nacional de Saúde (INS/Mo-çambique) rendeu mais um fruto: atese de doutorado com o tema HIV eTuberculose: interações farmacológi-cas entre Nevirapina e Rifampicina/Isoniazida em indivíduos infectadospelo HIV e com tuberculose ativa. De-fendida no Ipec/Fiocruz pelo médicoe coordenador do Centro de Investi-gação em Saúde Polana Caniço, doINS/Moçambique, Nilesh Bhatt, o es-tudo compara a eficácia e tolerânciada terapia antirretroviral com base emNevirapina ou Efavirenz quando coa-dministrado com a terapia padrãopara a tuberculose.

Moçambique é um dos países daÁfrica que apresenta as maiores pre-valências de HIV/AIDS: 11,5% da po-pulação. No entanto, o número demortes no país tem apresentado redu-ção devido ao maior acesso ao trata-mento e aos melhores esquemas tera-pêuticos antirretrovirais. Clique aqui paraler a tese.

Fórum deestudantes deRelaçõesInternacionais

Criado para promover a integra-ção entre estudantes e graduados dediversos países da América do Sul, oEncontro de Estudantes e Graduados emRelações Internacionais do Cone Sul serárealizado esse ano no Brasil, entre 25 e29 de março. Mais conhecido comoCONOSUR, o evento é promovido peloInstituto Universitário de Pesquisas do Riode Janeiro (IUPERJ) e Conselho Institu-cional de Estudantes de Relações Inter-nacionais do Diretório Acadêmico deHerbert de Souza (CIERI D.A.H.S.). Emsua 15° edição, o fórum, que a cadaano acontece em um país da Américado Sul, será realizado no IUPERJ e naAssociação Comercial do Rio de Janeiro(ACRJ). A Fiocruz é uma das instituiçõesque prestaram apoio ao evento, com adoação de blocos, canetas, certificados,crachás, entre outros materiais.

O fórum, que esse ano deve con-tar com mil participantes, é voltado aestudantes e profissionais envolvidoscom a área de Relações Internacionais,Comunicação Social, Direito, Economia,Defesa e Estratégia Internacional, His-tória e Geografia. Mais informações nosite do evento.

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Palestra sobrecooperação Sul-Sul

O próximo Ciclo de Debates so-bre Bioética, Diplomacia e Saúde Pú-blica, do Núcleo de Estudos sobre Bio-ética e Diplomacia em Saúde (Nethis/Fiocruz Brasília), será realizado na Ensp/Fiocruz. Com o tema Cooperação Sul-Sul: desafios para a Fiocruz, o eventoterá como palestrante o coordenadorgeral do Cris/Fiocruz, Paulo Buss. Oencontro acontecerá de 9h às 12h, noSalão Internacional da unidade.

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Cooperaçãocom Paraguaivira exemplopara as Américas

A experiência de sucesso da coo-peração bilateral Brasil - Paraguai ga-nhou uma publicação da OrganizaçãoPan-Americana de Saúde (Opas/OMS)na série Boas Práticas da Gestão de Ter-mos de Cooperação. A iniciativa teveorigem em 2008, quando a Ensp/Fiocruzpassou a apoiar o Paraguai no processode reordenamento de seu sistema desaúde, por meio de uma assessoria téc-nica para a implementação da Estraté-gia de Saúde da Família (ESF) no país.

Toda a metodologia utilizada noprocesso foi detalhada na publicaçãoe, segundo o documento, é possível queela seja aplicada em outras iniciativasde cooperação Sul-Sul, levando-se emconsideração os sistemas de saúde e ahistória de cada sociedade.

Fonte: Informe Ensp

As ministras e os ministros de Saú-de dos Países da Comunidade de Lín-gua Portuguesa (CPLP) estiveram reuni-dos em Maputo, Moçambique, de 10 a12 de fevereiro, para sua III ReuniãoOrdinária. O objetivo foi discutir o ba-lanço, a sustentabilidade e a continui-dade do Plano Estratégico de Coopera-ção em Saúde da CPLP (PECS/CPLP).Também participou da reunião, José LuizTelles, representante da Fiocruz na Áfri-ca, em Maputo. Tendo sido, portanto,acordado, entre eles, em dar continui-

Fiocruz obtémselo de BoasPráticas da OMS

O INCQS obteve o reconheci-mento da adequação aos requisitos dasBoas Práticas da Organização Mundi-al da Saúde (OMS) para Laboratóriosde Controle de Qualidade de Produ-tos Farmacêuticos. Trata-se da confir-mação da expertise do Instituto naanálise desses produtos. Há algunsanos, o mesmo reconhecimento foiobtido pelo setor de imunobiológicos.Com isso, o INCQS se mantém na ca-tegoria dos laboratórios em todo omundo que participam do programade pré-qualificação da OMS.

Fonte: INCQS

Estão abertas as inscrições para oIV Simpósio Brasil Noruega – SBN, queacontecerá de 08 a 11 de abril, no Riode Janeiro. Nos dois primeiros dias, ha-verá um curso de Cuidados Centradosna Pessoa com Demência. O objetivoé trabalhar o método VIPS, modelo prá-tico para cuidado centrado na pessoa.

Ministros da CPLP avaliam cooperação eelaboram novos planos

dade ao PECS, agora para o quadriênio2014-2017. Após a reunião, eles fize-ram uma visita à fábrica de medicamen-tos de Moçambique, dando um pesooficial nesta iniciativa que vem sendoimplementada com o apoio da Fiocruz.

Fonte: CPLP

SAIBA MAIS:

http://www.cplp.org/id-316.aspx?Action=1&NewsId=3120&M=NewsV2&PID=304)

Simpósio Internacional Brasil-Noruega

Nos dias 10 e 11, as mesas abor-darão os temas: Identificação e trata-mento de depressão e demência nasaúde primária e Demência em jovense demência tardia - quais são as dife-renças?, respectivamente.

Para mais informações: http://www.simposiobrasilnoruega.org/

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Representantedo Ministérioda Saúde falasobre ações emcooperaçãointernacional

O diretor do Departamento deCiência e Tecnologia da Secretária deCiência, Tecnologia e Insumos Estraté-gicos do Ministério da Saúde (DECIT/SCTIE/MS), Antônio Carlos Campos deCarvalho, falou, em visita à Fiocruz,sobre suas próximas ações. Segundoele, a prioridade é fazer cooperaçõesinternacionais que visam financiar pro-jetos, bem como o intercâmbio de alu-nos de mestrado e doutorado. Assistaao vídeo da conversa aqui.(www.ioc.fiocruz.br)

Doutorado noReino Unido

A Coordenação de Aperfeiçoa-mento de Pessoal de Nível Superior(Capes) está com o edital aberto paraseleção de bolsistas para todas as áre-as do conhecimento existentes nas uni-versidades de destino e também paraas prioritárias do Programa Ciência semFronteiras, abrangendo especialmenteas áreas de ciências biomédicas e dasaúde. O objetivo do programa é apoi-ar estudantes a realizar o doutoradopleno nas Universidades de Nottighamou na Universidade de Birmingham, vi-sando à formação de docentes e pes-quisadores de alto nível e à consolida-ção da cooperação científica entre oBrasil e o Reino Unido.

PERÍODODE INSCRIÇÕES:

Até 02 de abril na Capes

E-MAIL PARACONTATO:

[email protected]

Pesquisa emVigilância Sanitária

Estão abertas, até 10 de abril,as inscrições em Pesquisas em Vigi-lância Sanitária. O objetivo é desen-volver pesquisas na área que venhama suprir lacunas do conhecimento so-bre temática específica: Políticas, or-ganização e gestão do Sistema Naci-onal de Vigilância Sanitária, Objetosde intervenção nas áreas de medica-mentos, alimentos, serviços de inte-resse à saúde, laboratórios de SaúdePública, sangue, tecidos, células, ór-gãos e Nanotecnologia em produtosde interesse à saúde.

As propostas devem ser acom-panhadas de arquivo contendo o pro-jeto e a declaração de potenciais con-flitos de interesse e ser encaminha-das ao CNPq exclusivamente via In-ternet, por intermédio do Formuláriode Propostas Online, disponível naPlataforma Carlos Chagas (http://carloschagas.cnpq.br/).

Programa Brasil –Estados Unidos

A Coordenação de Aperfeiçoa-mento de Pessoal de Nível Superior(Capes) e a Comissão Fulbright lança-ram o edital do Programa Brasil-Esta-dos Unidos Fulbright-NEXUS de RedesRegionais de Pesquisa Aplicada 2014-2016. As inscrições vão até dia 9 deabril. A ideia é aprofundar a coopera-ção acadêmica e científica entre gru-pos de pesquisas do Brasil, dos EUA, edos demais países das Américas e doCaribe, por meio do incentivo à for-mação de redes de pesquisadores.Serão selecionados cinco cientistas. Osinteressados devem ter nacionalidadebrasileira, ter concluído o doutoradoantes de 31 de dezembro de 2004,possuir atuação acadêmica qualifica-da e residir no Brasil no momento dacandidatura e durante todo o proces-so de seleção.

Para mais informações acesse aíntegra do edital.

Fonte: Jornal da Ciência

oportunidades de treinamento

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HAYNE FELIPE DA SILVAentrevista

Diretor de Farmanguinhos fala sobreas novidades e perspectivas no campode cooperação internacional

Quais são as ações de desta-ques de Farmanguinhos no cam-po de cooperação internacional?

Hayne: Em termos gerais,pode-se dizer que as ações quemerecem destaque são a iniciativade instalação da fábrica de antirre-trovirais e outros medicamentos deMoçambique; o Projeto de Trans-ferência de Tecnologia para a Pro-dução de Insulina Humana Recom-binante, por parte de Farmangui-nhos, e a mais recente articulaçãocom o Instituto Nacional de Saúdedo Peru, visando a disponibilizaçãode medicamento antimaláricos noâmbito de uma transferência detecnologia para a produção de an-timaláricos e tuberculostáticos.Quanto a essa última ação com ogoverno do Peru, há um quadro decooperação mais ampliado quetambém inclui ações com a EscolaPolitécnica de Saúde Joaquim Ve-nâncio (EPSJV) e o Instituto Nacio-nal do Câncer (Inca).

Danielle Monteiro - CCS

Com o intuito de ampli-ar as ações da Fiocruz em co-operação internacional, o Cri-sinforma, a partir desta edi-ção, vai dar início a um ciclode entrevistas com os direto-res de cada uma das unidadesda Fundação que atuam naárea. Neste bate-papo, elesvão revelar quais são suasperspectivas e as novidadesno campo. O entrevistadodeste número do boletim é odiretor de Farmanguinhos,Hayne Felipe da Silva.

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A maior parte das ações colabo-rativas internacionais da Funda-ção ocorrem com países do nor-te. O que tem sido feito nesta áreapela unidade?

Hayne: As demandas de ações dire-tas governo a governo que mais che-gam em Farmanguinhos têm sido for-muladas pelos países do sul, porém,já se verifica o crescimento do inte-resse no estabelecimento de “iniciati-vas trianguladas”, ou seja, ações ten-do um país do norte (como financia-dor), um país do sul (como fornecedorda expertise) e outro do sul (como re-ceptor da expertise). Quando se tratade ações norte-sul, as demandas usu-almente têm sido no campo do desen-volvimento de novos medicamentos oupesquisas em segmentos muito espe-cíficos da saúde, a exemplo de recen-te contato feito pela Universidade deGeorgetown com diversas unidades daFiocruz, inclusive Farmanguinhos.

Quais são os principais desafiosno campo?

Hayne: Um dos principais desafios naprática da cooperação internacionalpara Farmanguinhos é superar a la-cuna do arcabouço legal necessárioà melhor execução das atividades decooperação internacional (situaçãoverificada não apenas na área de saú-de, mas em várias outras). A comple-xidade dos objetos de cooperação emsaúde é enorme, pois, ultimamente,temos nos deparado não apenas comdemandas que geraram iniciativas fo-cadas em formação e capacitação derecursos humanos em e de outros pa-

íses, mas também demandas muitosingulares em termos de transferên-cia de tecnologia, apoio para a ela-boração de políticas em saúde de for-ma integrada, intercâmbio de conhe-cimentos sobre processos e pesquisasque possuem arcabouços jurídicoscomplexos, entre outros. A prática dacooperação requer dos profissionaisuma elevada capacidade de análisedas realidades dos outros países, bemcomo a compreensão sobre como sãoos processos políticos e técnicos queenvolvem cada demanda a ser avali-ada no âmbito de atuação da Fiocruz.

Quais são as perspectivas/ações futuras de Farmanguinhospara os próximos anos na área?

Hayne: A oportunidade de exe-cutar as atuais atividades de coope-ração internacional já apresenta umconjunto de resultados significativos emtermos de melhoria da capacidade in-terna quanto à análise, discussão e re-finamento das demandas estrangeiras,bem como a própria proposição de al-ternativas às demandas que estejammais alinhadas às capacidades da uni-dade e até mesmo para os própriosdemandantes. A inserção de Farman-guinhos no contexto das relações in-ternacionais possibilitou a identificaçãode oportunidades até mesmo para adisponibilização de medicamentos agovernos de outros países e organis-mos internacionais, a exemplo dospaíses da América Latina que vem de-mandando medicamentos antimalári-cos, tuberculostáticos e para o trata-mento da AIDS e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). Essas pos-

sibilidades compõem parte do quadrode perspectivas a serem buscadas pelaunidade produtora de medicamentosda Fiocruz.

A Fiocruz recentemente instaurouuma Câmara Técnica de Coopera-ção Internacional, que visa, entreoutros objetivos, articular asações conduzidas pelas unidadestécnicas no campo. Que perspec-tivas teria Farmanguinhos en-quanto a participação na Câmara?

Hayne: Um dos elementos degrande importância relacionado aofuncionamento da Câmara Técnica éa possibilidade de se criar um espaçointerno para a troca de informações,resultados, demandas, desafios eoportunidades em termos da práticada cooperação internacional em saú-de, de tal modo que todos os repre-sentantes das unidades da Fiocruz,que compõem a Câmara, possam, pri-meiramente, conhecer o que é feitopela Fundação na esfera da diploma-cia em saúde e, em segundo lugar,saber da existência e disponibilidadede uma rede colaborativa, que pode-rá conectar a(s) demanda(s)estrangeira(s) com a(s) unidade(s) quemelhor terão condições de trabalharcom essa demanda apresentada. Nes-se contexto, a participação de Far-manguinhos nessa instância possibili-tará conhecer outras realidades, opor-tunidades e desafios presentes emoutras unidades, além de gerar um“centro” de apresentação das “solu-ções” para as diversas situações decooperação internacional em saúde,que podem ser muito singulares.

HAYNE FELIPE DA SILVAentrevista

CRIS INFORMA #13 | MARÇO DE 2014 - ExpedienteCoordenadoria de Comunicação Social (CCS) | Edição e redação: Danielle Monteiro comapoio da Coordenação de Informação e Comunicação do Cris/Fiocruz | Projeto gráfico e

edição de arte: Guto Mesquita e Rodrigo Carvalho | Fotografia: Peter Ilicciev e Arquivo CCS |Contato: Danielle Monteiro - Tel: (21) 3885-1065 - E-mail: [email protected]


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