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CDIGO DE PRTICAS
No 01
ALVENARIA DE VEDAO EM
BLOCOS CERMICOS
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CDIGO DE PRTICAS N 01
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
FINEP Financiadora de Estudos e ProjetosHABITARE Programa de Tecnologia de Habitao
IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo S.A.EPUSP Escola Politcnica da Universidade de So Paulo
Ercio ThomazCludio Vicente Mitidieri Filho
Fabiana da Rocha CletoFrancisco Ferreira Cardoso
2009
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AgradecimentosAgradecemos a participao dos diversos representantes do setor da construo civil, relaciona-dos abaixo, na discusso e elaborao deste Cdigo de Prticas piloto para alvenaria de vedao em blocos cermicos:
ACERTAR Associao das Cermicas de Tatu e Regio (Vanderlei Lopes, Francisco G. Malavasi);
ACERVIR Associao das Cermicas Vermelhas de Itu e Regio (Cristhian Ysemburg);
ANICER Associao Nacional da Indstria Cermica (Carlos Andr F. Lanna; Luis Carlos Barbosa Lima);
ARCO Assessoria em Racionalizao Construtiva (Luis Srgio Franco, Cynthia Kamei);
AsBEA Associao Brasileira dos Escritrios de Arquitetura (Jos Edgar Pompeo);
CAIXA Caixa Econmica Federal (Luiz Guilherme de Mattos Zigmantas, Marcel Minami Borges, Orlando Silva Filho);
CDHU Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de So Paulo (Fabio Aquino Leme);
LGICA Engenharia (Richard Dantas Batista);
PAULA VIANNA Consultoria em Projetos S/C Ltda. (Paula Pinheiro de Toledo Vianna);
PETRA Arquitetura e Racionalizao Construtiva LTDA (Monserrat Dueas Pena);
SECOVI-SP Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locao e Administrao de Imveis Residenciais e Comerciais de SP (Ricardo Bunemer);
SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial na Construo Civil (Marcelo Duarte da Silva);
Sindicercon Sindicato da Indstria da Cermica para Construo do Estado de SP (Antnio Carlos Gomes Pereira, Walter Gimenez Flix);
Sinduscon-SP Sindicato da Indstria da Construo Civil de Grandes Estruturas no Estado de SP (Erika Urbanjos);
TECNOLOGYS (Valrio Paz Dornelles, rico Rodrigo Cassiano, Luciana Sciani);
UEL - Universidade Estadual de Londrina (Fernanda Saffaro).
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (Janaide Cavalcante Rocha);
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ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
1. INTRODUO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1. 1 DOS CDIGOS DE PRTICAS ................................................................................ 1
1.2 DAS ALVENARIAS DE VEDAO .............................................................................. 2
1.3 OBJETIVO ......................................................................................................... 3
1.4 CAMPO DE APLICAO ........................................................................................ 3
1.5 LIMITAES DE USO ........................................................................................... 4
1.6 TERMINOLOGIA .................................................................................................. 4
1.6.1 ALVENARIA DE VEDAO .................................................................................. 4
1.6.2 BISNAGA DE ASSENTAR .................................................................................... 4
1.6.3 BLOCO CERMICO DE VEDAO .......................................................................... 4
1.6.4 BLOCO CERMICO ESTRUTURAL .......................................................................... 4
1.6.5 BLOCO CERMICO VAZADO ................................................................................ 4
1.6.6 BLOCO COMPENSADOR ...................................................................................... 5
1.6.7 BLOCO DE AMARRAO ..................................................................................... 5
1.6.8 BONECA .................................................................................................... 5
1.6.9 CANALETA J .................................................................................................. 5
1.6.10 CANALETA U ............................................................................................... 5
1.6.11 CINTA DE AMARRAO ................................................................................... 5
1.6.12 COMPONENTES COMPLEMENTARES.................................................................... 5
1.6.13 CONTRAVERGA ............................................................................................. 5
1.6.14 ESCANTILHO .............................................................................................. 6
1.6.15 ESCANTILHO COM TRIP ............................................................................... 6
1.6.16 ESCANTILHO TELESCPICO ............................................................................ 6
1.6.17 ESTICADOR DE LINHA ..................................................................................... 6
1.6.18 FINCA-PINOS ............................................................................................... 6
1.6.19 FIO TRAANTE ............................................................................................. 6
1.6.20 GRAUTE ...................................................................................................... 7
1.6.21 JUNTA A PRUMO ........................................................................................... 7
1.6.22 JUNTA DE CONTROLE ..................................................................................... 7
1.6.23 JUNTA EM AMARRAO .................................................................................. 7
1.6.24 JUNTA SECA ................................................................................................ 7
1.6.25 MEIA-CANA ................................................................................................. 7
1.6.26 MDULO (M) .............................................................................................. 7
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1.6.27 PALETE ...................................................................................................... 8
1.6.28 PALHETA, MEIA-DESEMPENADEIRA OU RGUA DE ASSENTAR ............................... 8
1.6.29 TIJOLO CERMICO MACIO .............................................................................. 8
1.6.30 VO EM OSSO ........................................................................................... 8
1.6.31 VERGA ........................................................................................................ 8
1.6.32 VIDA TIL (VU) .......................................................................................... 8
1.6.33 VIDA TIL DE PROJETO (VUP) ....................................................................... 8
2. ETAPA DE SELEO DE MATERIAIS .......................................................... 9
2.1 BLOCOS CERMICOS .......................................................................................... 9
2.2 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO .......................................................................... 13
2.3 TELAS METLICAS ............................................................................................ 13
3. ETAPA DE PROJETO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3.1 REQUISITOS E CRITRIOS DE DESEMPENHO ............................................................ 14
3.2 EXIGNCIAS E RECOMENDAES TCNICAS DE PROJETO DE ALVENARIAS DE VEDAO .... 18
3.2.1 COORDENAO MODULAR HORIZONTAL E VERTICAL ............................................... 19
3.2.1.1 Disposio das paredes em relao aos pilares ........................................ 203.2.1.2 Disposio das paredes em relao com conjunto laje-piso ...................... 203.2.1.3 Coordenao dimensional com esquadrias ............................................... 203.2.2 ESTABILIDADE E RESISTNCIA DAS PAREDES DE VEDAO ...................................... 21
3.2.3 COMPATIBILIZAO COM PROJETOS DE ESTRUTURAS E DE FUNDAES ...................... 22
3.2.4 COMPATIBILIZAO COM PROJETOS DE SISTEMAS PREDIAIS .................................... 23
3.2.5 COMPATIBILIZAO COM PROJETO DE IMPERMEABILIZAO.................................... 23
3.2.6 JUNTAS DE ASSENTAMENTO E JUNTAS DE CONTROLE ............................................. 24
3.2.7 LIGAES ENTRE PAREDES ............................................................................. 26
3.2.8 LIGAES ENTRE ALVENARIAS E PILARES ........................................................... 27
3.2.9 FIXAES (ENCUNHAMENTOS) .................................................................... 31
3.2.10 REFOROS METLICOS, VERGAS, CONTRAVERGAS E CINTAS DE AMARRAO ............. 33
3.2.11 FIXAO DE MARCOS DE PORTAS E JANELAS ..................................................... 35
3.2.12 ALVENARIAS DO LTIMO PAVIMENTO ............................................................... 35
3.2.13 RECEBIMENTO / ACEITAO DO PROJETO DAS ALVENARIAS DE VEDAO .................. 37
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ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
4. ETAPA DE EXECUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1 ESTOCAGEM DOS MATERIAIS E COMPONENTES ........................................................ 39
4.1.1 BLOCOS CERMICOS ...................................................................................... 39
4.1.2 AO ........................................................................................................... 40
4.1.3 CIMENTO, CAL E ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA ................................................... 40
4.1.4 AREIA ........................................................................................................ 40
4.2 PREPARO DAS ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO E CHAPISCOS .................................... 40
4.3 FIADA DE MARCAO (1 FIADA) ........................................................................ 42
4.3.1 EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS ..................................................................... 44
4.4 ELEVAO DAS ALVENARIAS ............................................................................... 45
4.5 FIXAES (ENCUNHAMENTOS) ....................................................................... 49
4.6 COLOCAO DE ESQUADRIAS ............................................................................... 51
4.7 EMBUTIMENTO DE TUBULAES .......................................................................... 53
5. ETAPA DE CONTROLE DA QUALIDADE E RECEBIMENTO . . . 55
6. ETAPA DE USO E MANUTENO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
7. GARANTIAS E RESPONSABILIDADES ....................................................... 61
8. BIBLIOGRAFIAS DE REFERNCIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
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1INTRODUO
1. 1 DOS CDIGOS DE PRTICAS
Cdigos de Prticas so documentos tcnicos de referncia nacional, porm no normativos,
consensualizados entre os principais agentes envolvidos na cadeia produtiva, contribuindo para
a consolidao e disseminao do conhecimento relativo a elementos e sistemas construtivos
consagrados na construo civil. Os Cdigos de Prticas caracterizam-se por recomendar as boas
prticas para o processo de produo de edifcios, abrangendo aspectos tcnicos desde projeto,
execuo, controle at uso e manuteno, bem como aspectos contratuais, de garantias e respon-
sabilidades.
A unifi cao dos procedimentos num nico documento, considerando todas as etapas do pro-
cesso projetual e de produo de um edifcio, representa ganho considervel para todos os agen-
tes envolvidos, contribuindo para a maior competitividade do setor e para a obteno de produtos
de melhor desempenho. Tal fato comprovado pela experincia de vrios paises, como Austrlia,
Canad, Frana, Estados Unidos, Portugal e Reino Unido, que desenvolveram j h algum tempo
os seus respectivos Cdigos de Prticas (Building Codes), Cdigos Tcnicos, Documentos Tcnicos
Unifi cados (Documents Techniques Unifi s) ou Fichas de Construo.
Esse documento est inserido no mbito do Programa HABITARE, com fi nanciamento da Finep,
cuja pesquisa resultou uma proposta de funcionamento institucional e operacional do que pode vir
a ser o Sistema Nacional de Cdigos de Prticas - SiNCOP, alm de um modelo geral de documento,
que serve de base para diversos outros elementos da construo, desde os sistemas estruturais
at os materiais de acabamento.
O presente cdigo de prticas foi elaborado pelo IPT e pela EPUSP, e consensualizado junto
parcela considervel da cadeia produtiva do setor, com participao de representantes de asso-
ciaes e sindicatos como Anicer, Sindicercon, Acertar, Acervir, Secovi-SP, SindusCon-SP e AsBEA;
de organizaes pblicas como a CAIXA e a CDHU, empresas projetistas de alvenaria, empresas
que executam obras de alvenaria e instituies de ensino e pesquisa como IPT, EPUSP, UFSC, UEL
e Senai1.
1 ANICER Associao Nacional da Indstria Cermica; Sindicercon Sindicato da Indstria da Cermica para Construo do Estado de SP; ACERTAR Associao das Cermicas de Tatu e Regio; ACERVIR Associao das Cermicas Vermelhas de Itu e Regio; SECOVI-SP Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locao e Adm. de Imveis Residenciais e Comerciais de SP; CDHU Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de So Paulo; Sinduscon-SP Sindicato da Indstria da Construo Civil de Grandes Estruturas no Estado de SP; AsBEA Associao Brasileira dos Escritrios de Arquitetura; CAIXA Caixa Econmica Federal; IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo; EPUSP Escola Politcnica da Universidade de So Paulo; UFSC Universidade Federal de Santa Catarina; UEL Universidade Estadual de Londrina; SENAI Servio Nacional de Aprendizagem Industrial (Construo Civil).
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ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
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1.2 DAS ALVENARIAS DE VEDAO
Alvenarias de vedao so aquelas destinadas a compartimentar espaos, preenchendo os
vos de estruturas de concreto armado, ao ou outras estruturas (Figura 1). Assim sendo, devem
suportar to somente o peso prprio e cargas de utilizao, como armrios, rede de dormir e ou-
tros. Devem apresentar adequada resistncia s cargas laterais estticas e dinmicas, advindas,
por exemplo, da atuao do vento, impactos acidentais e outras.
Figura 1 - Alvenaria de vedao em blocos cermicos
As alvenarias tm sido empregadas desde a antiguidade, porm o conhecimento adquirido
ao longo dos anos tem hoje pouco valor relativo, em funo das transformaes sofridas pela
construo: os edifcios atuais atingem alturas de dezenas de metros, as estruturas foram fl exibi-
lizadas, com o surgimento das estruturas pilar-laje (lajes planas) eliminou-se grande parte das
vigas, em algumas obras os contrapisos vm sendo eliminados (laje zero), os sistemas prediais
tm sido muito implementados (controles remotos, instalaes de lgica, circuitos internos de
televiso, segurana, aspirao central e outras).
Os projetos de arquitetura, e at mesmo alguns projetos de alvenaria, tm se restringido
ao comportamento mecnico e coordenao dimensional das paredes com outros elementos
da obra, como caixilhos e vos estruturais. Na realidade, as alvenarias devem ser enfocadas
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3de forma mais ampla, considerando-se aspectos do desempenho termo-acstico, resistncia
ao do fogo, produtividade e outros. Sob o ponto de vista da isolao trmica ou da inrcia
trmica das fachadas, por exemplo, as paredes infl uenciam a necessidade ou no de condicio-
namento artifi cial dos ambientes internos, com repercusso no consumo de energia ao longo de
toda a vida til do edifcio.
Diante das novas opes arquitetnicas e estruturais, dos novos modelos de construo, dos
novos tipos de blocos vazados desenvolvidos pela indstria cermica e at mesmo das novas
exigncias econmicas e ambientais, justifi ca-se a elaborao do presente Cdigo de Prticas,
alicerado na efetiva experincia construtiva e na normalizao tcnica brasileira.
1.3 OBJETIVO
O objetivo desse documento recomendar e unifi car prticas construtivas bem sucedidas, e
consensualizadas junto ao setor produtivo, para alvenaria de vedao em blocos cermicos, com-
plementando a normalizao tcnica e balizando o uso dessa tcnica construtiva no Brasil, mesmo
considerando-se as especifi cidades regionais.
Com a aplicao desse documento, que consolida o estado-da-arte de elementos ou tcnicas
construtivas j consagradas pelo uso, pretende-se otimizar a produtividade e a qualidade das
edifi caes, alem de melhor balizar as relaes contratuais entre os diferentes agentes da ca-
deia produtiva, envolvendo empreendedores, fabricantes de materiais e componentes, projetistas,
construtoras, agentes promotores, agentes fi nanceiros e responsveis pela operao e manuten-
o dos edifcios.
1.4 CAMPO DE APLICAO
O presente Cdigo de Prticas aplica-se a alvenarias de vedao executadas com blocos ce-
rmicos vazados assentados com argamassa, preenchendo os reticulados de estruturas de con-
creto armado ou protendido, concreto pr-moldado, ao, madeira, estruturas mistas ao-concreto
e outras. Aplica-se ainda a estruturas pilar-laje e a paredes apoiadas sobre lajes macias, lajes
pr-moldadas, lajes alveolares e lajes mistas steel-deck, dentre outras.
As referidas alvenarias podem ser empregadas tanto nas fachadas das construes (paredes
externas) como nas paredes internas, alm de poderem integrar platibandas, muros de divisa e
outros elementos. Podem, ainda, constituir paredes com ou sem revestimento.
As prticas indicadas podem tambm ser empregadas em vedaes em tijolos cermicos ma-
cios, sendo que algumas das especifi cidades relativas ao emprego desses componentes encon-
tram-se indicadas no documento.
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ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
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1.5 LIMITAES DE USO
O presente documento no se aplica a obras ou a condies especiais, como por exemplo sau-
nas, piscinas, reservatrios, fornos, cmaras frigorfi cas, alvenarias submersas (abaixo do nvel
do lenol fretico) e outras do gnero.
Este documento tambm no se aplica a obras de alvenaria estrutural e no engloba servios
de revestimento nem de impermeabilizao ou pintura.
1.6 TERMINOLOGIA
1.6.1 ALVENARIA DE VEDAO
Parede constituda pelo assentamento de tijolos macios ou blocos vazados com argamassa,
com a funo de suportar apenas seu peso prprio e cargas de ocupao como armrios, prate-
leiras, redes de dormir, etc.
1.6.2 BISNAGA DE ASSENTAR
Bolsa de couro ou tecido resistente, com formato cnico, tendo no vrtice orifcio circular,
utilizada na execuo de alvenarias, para formar cordes para o assentamento ou o rejuntamento
dos blocos.
1.6.3 BLOCO CERMICO DE VEDAO
Componente vazado, com furos prismticos perpendiculares s faces que os contm, que inte-
gra alvenarias de vedao intercaladas nos vos de estruturas de concreto armado, ao ou outros
materiais. Normalmente so empregados com os furos dispostos horizontalmente, devendo resis-
tir somente ao peso prprio e a pequenas cargas de ocupao.
1.6.4 BLOCO CERMICO ESTRUTURAL
Componente vazado, com furos prismticos perpendiculares s faces que os contm, que inte-
gra alvenarias que constituem o arcabouo resistente da construo, sendo normalmente aplica-
dos com os furos dispostos verticalmente. Pode tambm ser aplicado em alvenarias de vedao.
1.6.5 BLOCO CERMICO VAZADO
Componente de alvenaria fabricado com material cermico, com furos posicionados vertical
ou horizontalmente, com rea til do material cermico no excedendo a 25% da correspondente
rea bruta da seo.
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51.6.6 BLOCO COMPENSADOR
Componente com medidas equivalentes a sub-mdulo do comprimento do bloco padro
(exemplo 1/4 M e 1/8 M), utilizado para complementar vos que no sejam mltiplos inteiros
do mdulo.
1.6.7 BLOCO DE AMARRAO
Bloco com dimenses que permitem a amarrao das paredes entre si, sem interferir na mo-
dulao.
1.6.8 BONECA
Pequeno trecho saliente de alvenaria destinado ao alojamento de tubulaes ou fi xao de
marcos de portas e janelas.
1.6.9 CANALETA J
Componente cermico com seo em forma de J, sem paredes transversais, que permite o
apoio de lajes sem que se quebre a modulao vertical das fi adas nas paredes de fachada.
1.6.10 CANALETA U
Componete cermico com seo em forma de U, sem paredes transversais, que permite a
construo de cintas de amarrao, vergas e contravergas. Aplicada no topo de paredes internas,
permite o apoio de laje sem que se quebre a modulao vertical das fi adas.
1.6.11 CINTA DE AMARRAO
Reforo de material resistente trao e ao cisalhamento, introduzida e solidarizada s alve-
narias para melhorar o desempenho das paredes frente a essas tenses.
1.6.12 COMPONENTES COMPLEMENTARES
Blocos ou outros componentes cermicos que integram as alvenarias com funo especfi ca.
1.6.13 CONTRAVERGA
Reforo de material resistente trao e ao cisalhamento, introduzida e solidarizada s al-
venarias, localizada na parte inferior de vos, como os de janelas, com a fi nalidade de absorver
essas tenses.
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ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
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1.6.14 ESCANTILHO
Rgua graduada, com subdiviso correspondente altura de cada fi ada, utilizada para obedi-
ncia modulao vertical da alvenaria e tambm para orientar o prumo das paredes.
1.6.15 ESCANTILHO COM TRIP
Escantilho suportado na vertical por trs hastes articuladas, fi xadas na base com pregos de
ao, parafusos com buchas ou outros recursos, com sistema de regulagem que possibilita mant-lo
no prumo e alinhar a primeira marca com a cota da primeira fi ada.
1.6.16 ESCANTILHO TELESCPICO
Escantilho constitudo por partes escamoteveis, com regulagem de altura e sistema de mo-
las que lhes confere capacidade de encaixar-se e manter-se preso nos reticulados da estrutura,
com possibilidade de manter-se aprumado e alinhado com a cota da primeira fi ada.
1.6.17 ESTICADOR DE LINHA
Ferramenta normalmente de madeira, com formato de U, com a linha de nilon enrolada
na base do U; encaixa-se a ferramenta nos blocos extremos da fi ada que se est executando,
com suas pernas enviesadas em relao ao eixo da parede, de forma que ao se esticar a linha a
ferramenta fi ca presa por atrito e permite manter a linha esticada.
1.6.18 FINCA-PINOS
Ferramenta semelhante a uma pistola, destinada a cravar pinos de ao no concreto, na
alvenaria ou em outros materiais, funcionando base de explosivos; a ferramenta deve ser
operada por profi ssionais habilitados, devendo apresentar regulagem de presso (diferentes
para os diferentes tipos de base) e sistema de comando que evite a defl agrao acidental do
projtil (pino de ao).
1.6.19 FIO TRAANTE
Barbante / fi o de algodo que impregnado com p colorido (vermelho ou equivalente),
destinado marcao de paredes, eixos de referncia, etc; na exata posio que se quer demarcar,
o fi o distendido e suportado nas extremidades, sendo em seguida esticado intermediariamente
para que forme uma catenria invertida; soltando-se repentinamente o fi o tencionado, grava na
base a linha desejada.
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71.6.20 GRAUTE
Micro-concreto ou argamassa auto-adensvel, isto , material que se acomoda no interior
do molde sem a necessidade de ser socado ou vibrado, com a funo de solidarizar a armadura
alvenaria.
1.6.21 JUNTA A PRUMO
Assentamento de blocos ou tijolos onde os componentes da fiada superior projetam-se
exatamente sobre os componentes inferiores, isto , as juntas verticais de assentamento
resultam alinhadas.
1.6.22 JUNTA DE CONTROLE
Junta introduzida em parede muito longa, em seo com mudana abrupta de direo ou mu-
dana de espessura da parede, com a fi nalidade de evitar a fi ssurao da alvenaria.
1.6.23 JUNTA EM AMARRAO
Assentamento de blocos ou tijolos de forma defasada, isto , o componente superior projeta-
se simultaneamente sobre as duas metades dos componentes inferiores, aceitando-se sobreposi-
o mnima de um quarto do comprimento em trechos localizados das paredes.
1.6.24 JUNTA SECA
Encontro vertical entre dois blocos contguos, sem argamassa na junta vertical de assentamento.
1.6.25 MEIA-CANA
Ferramenta cncava destinada execuo de alvenarias, com pequena largura, com capacida-
de para recolher quantidade de argamassa compatvel com a dimenso do cordo que se pretende
constituir para o assentamento de blocos.
1.6.26 MDULO (M)
Unidade de medida padro que representa a distncia entre dois planos consecutivos do reti-
culado modular de referncia (em geral, assume-se para essa distncia o valor de um decmetro:
1M = 10cm).
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1.6.27 PALETE
Plataforma de madeira sobre a qual se empilham os blocos ou tijolos a fi m de transport-los
em maior quantidade e de forma segura, possibilitando ainda o iamento atravs de gruas ou
guinchos e facilitando o encaixe de garfos de carrinhos porta-paletes.
1.6.28 PALHETA, MEIA-DESEMPENADEIRA OU RGUA DE ASSENTAR
Rgua com largura em torno de 4 ou 5cm, ligeiramente mais comprida que os blocos, com a
qual se recolhe argamassa da masseira e a deposita sobre o bloco mediante pequenos movimen-
tos de translao e rotao (raspando a ferramenta na lateral do bloco e deixando a argamassa
depositada no seu topo).
1.6.29 TIJOLO CERMICO MACIO
Componente de alvenaria com forma de paraleleppedo, com todas as faces plenas de material
cermico, podendo apresentar rebaixos de fabricao em uma das faces de maior rea.
1.6.30 VO EM OSSO
Dimenses de uma parede ou de um vo de esquadria, ou ainda medida linear entre faces de
componentes estruturais ou de paredes, sem que tenha ocorrido aplicao de qualquer tipo de
acabamento na obra bruta (estrutura e alvenarias).
1.6.31 VERGA
Reforo de material resistente fl exo e ao cisalhamento, introduzida e solidarizada s alve-
narias sobre os vos como os de portas ou janelas, com a fi nalidade de absorver tenses que se
concentram no entorno dos vos.
1.6.32 VIDA TIL (VU)
Perodo de tempo durante o qual o edifcio ou seus sistemas mantm o desempenho esperado,
quando submetidos s atividades de manuteno pr-defi nidas no respectivo manual de operao,
uso e manuteno.
1.6.33 VIDA TIL DE PROJETO (VUP)
Perodo estimado de tempo em que um sistema projetado para atender aos requisitos de
desempenho estabelecidos na srie de normas NBR 15575, desde que cumprido o programa de
manuteno previsto no respectivo manual de operao, uso e manuteno.
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9ETAPA DE SELEO DE MATERIAIS
2.1 BLOCOS CERMICOS
Os blocos cermicos utilizados na execuo das alvenarias de vedao, com ou sem revesti-
mentos, devem atender norma NBR 15270-1, a qual, alm de defi nir termos, fi xa os requisitos
dimensionais, fsicos e mecnicos exigveis no recebimento. Consideram-se dois tipos de blocos
quanto ao direcionamento de seus furos prismticos, conforme ilustrado na Figura 2.
Figura 2 Representao dos blocos cermicos de vedao
As dimenses de fabricao (largura - L, altura - H e comprimento - C) devem ser corres-
pondentes a mltiplos e submltiplos do mdulo dimensional M = 10 cm menos 1 cm, conforme
dimenses padronizadas indicadas na Tabela 1.
2
Furos na vertical
H
C
L
Furos na horizontalL
C
H
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ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
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Tabela 1 Dimenses de fabricao de blocos cermicos de vedao
L x H x CLargura
(L)Altura (H)
Comprimento (C)
Bloco Bloco
(1) M x (1) M x (2) M
9
919 9
(1) M x (1) M x (5/2) M 24 11,5
(1) M x (3/2) M x (2) M
14
19 9
(1) M x (3/2) M x (5/2) M 24 11,5
(1) M x (3/2) M x (3) M 29 14
(1) M x (2) M x (2) M
19
19 9
(1) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5
(1) M x (2) M x (3) M 29 14
(1) M x (2) M x (4) M 39 19
(5/4) M x (5/4) M x (5/2) M
11,5
11,5 24 11,5
(5/4) M x (3/2) M x (5/2) M 14 24 11,5
(5/4) M x (2) M x (2) M
19
19 9
(5/4) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5
(5/4) M x (2) M x (3) M 29 14
(5/4) M x (2) M x (4) M
14 19
39 19
(3/2) M x (2) M x (2) M 19 9
(3/2) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5
(3/2) M x (2) M x (3) M 29 14
(3/2) M x (2) M x (4) M 39 19
(2) M x (2) M x (2) M
19 19
19 9
(2) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5
(2) M x (2) M x (3) M 29 14
(2) M x (2) M x (4) M 39 19
(5/2) M x (5/2) M x (5/2) M
24 24
24 11,5
(5/2) M x (5/2) M x (3) M 29 14
(5/2) M x (5/2) M x (4) M 39 19
-
11
Alm dos blocos e meios-blocos existem outros tipos de componentes cermicos complemen-
tares que integram as alvenarias de vedao, com funes especfi cas como a canaleta U, que
permite a construo de cintas de amarrao, vergas e contravergas, a canaleta J, os blocos de
amarrao, os compensadores e outros que podem ser especifi cados em projetos, desde que
atendam aos requisitos de desempenho exigidos.
As caractersticas que os blocos cermicos de vedao devem apresentar, de acordo com a
norma NBR 15270-1, so resumidas na Tabela 2.
Tabela 2 - Caractersticas exigidas para os blocos cermicos de vedao
Caractersticas visuaisNo apresentar quebras, superfcies
irregulares ou deformaes
Forma Prisma reto
Tolerncia dimensional individual relacionada
dimenso efetiva 5 mm (largura, altura ou comprimento)
Tolerncia dimensional relacionada mdia
das dimenses efetivas 3 mm (largura, altura ou comprimento)
Espessura das paredes internas dos blocos 6 mm
Espessura das paredes externas dos blocos 7 mm
Desvio em relao ao esquadro 3 mm
Planeza das faces Flecha 3 mm
Resistncia compresso (rea bruta) 1,5 MPa (para furos na horizontal)
3,0 MPa (para furos na vertical)
ndice de absoro de gua (AA) 8% AA 22%
As caractersticas apresentadas na Tabela 2 devem ser verifi cados para os blocos cermicos
conforme os procedimentos de ensaios defi nidos na norma NBR15270-3. Com a fi nalidade de ca-
racterizao e aceitao ou rejeio dos blocos cermicos, essa norma descreve os mtodos de
ensaios para a avaliao de conformidade dos mesmos, incluindo a determinao de suas carac-
tersticas geomtricas, fsicas e mecnicas.
Para avaliao da conformidade dos blocos, alm de uma inspeo geral (onde se verifi ca a
correta identifi cao dos blocos, incluindo a marca do fabricante em cada pea, e as caracters-
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
12
ticas visuais dos blocos), deve ser realizada inspeo por ensaios para determinao de suas ca-
ractersticas geomtricas (valores das dimenses das faces, espessura das nervuras que formam
os septos e das paredes externas do bloco, esquadro e planeza das faces), de sua caracterizao
fsica (ndice de absoro de gua) e sua caracterizao mecnica (resistncia compresso).
Para tanto, deve-se observar os lotes de fornecimento com no mximo 100.000 blocos ou frao,
de acordo com as amostragens e critrios de aceitao e rejeio apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 Amostragens e critrios de aceitao e rejeio
Inspees e
ensaios
realizados
N Blocos ensaiadosBlocos no-conforme
1o amostragem 2o amostragem
1a
amostra
2o
amostra
No
aceitao
No
rejeio
No
aceitao
No
rejeio
Identifi cao dos blocos 13 - 0 1 - -Caractersticas visuais 13 13 2 5 6 7Caractersticas geomtricas 13 - 2 3 - -Caracterizao fsica 6 - 1 2 - -Caracterizao mecnica 13 - 2 3 - -(-) no se aplica a dupla amostragem.
Anlises e ensaios peridicos so realizados em blocos cermicos de empresas que partici-
pam do Programa Setorial da Qualidade de Blocos Cermicos PSQ-BC2, em vigor no mbito do
PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat), vinculado ao Ministrio
das Cidades.
No PSQ-BC so realizadas, periodicamente, as seguintes anlises de acordo com a norma
NBR 15270:
a) Nvel 1: Inscrio (Identifi cao), Avaliao Visual e Verifi cao das Caractersticas Geo-
mtricas (Dimensional).
b) Nvel 2: Requisitos exigidos no Nvel 1 mais Absoro de gua e Resistncia Compresso.
c) Nvel 3: Avaliao de Conformidade do Produto no mbito do SBAC - Sistema Brasileiro de
Avaliao da Conformidade, INMETRO (Certifi cao).
2 O PSQ-BC, sob gesto da ANICER Associao Nacional da Indstria Cermica, regulamenta a avaliao da conformidade de blocos cermicos para alvenaria de vedao e estrutural das empresas participantes do Programa (maiores informaes no site: http://www.cidades.gov.br/pbqp-h).
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13
Para o caso da utilizao de tijolos macios cermicos para alvenaria deve-se verifi car as es-
pecifi caes constantes da norma NBR 7170 (caractersticas visuais, geomtricas e mecnicas),
considerando os respectivos critrios de aceitao e rejeio. A verifi cao da resistncia com-
presso do tijolo deve ser feita conforme mtodo de ensaio apresentado na norma NBR 6460.
2.2 ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO
Recomendam-se as argamassas mistas, compostas por cimento e cal hidratada, para o as-
sentamento. A argamassa utilizada para o assentamento dos blocos pode ser industrializada ou
preparada em obra e devem atender aos requisitos estabelecidos na norma NBR 13281.
O cimento exerce papel importante na aderncia, na resistncia mecnica da parede e na es-
tanqueidade gua das juntas. Na preparao da argamassa, sempre que possvel, deve-se evitar
a utilizao de cimentos de alto forno (CP III) ou pozolnico (CP IV), pois, devido importante
presena de escria de alto forno e de material pozolnico respectivamente, a argamassa poder
ter elevada retrao caso no haja adequada hidratao do aglomerante; esses tipos de cimento,
entretanto, podem ser utilizados em situaes em que se tenta prevenir reaes de compostos do
cimento com sulfatos presentes na cermica.
A cal, em funo de seu poder de reteno de gua, propicia menor mdulo de deformao s
paredes, com maior potencial de acomodar movimentaes resultantes de deformaes impostas.
Relativamente cal hidratada, pode-se utilizar qualquer um dos tipos de cal que atenda norma
NBR 7175.
As areias devem ser lavadas e bem granuladas, recomendando-se para a argamassa de as-
sentamento areias mdias (mdulo de fi nura em torno de 2 a 3). No se recomenda o emprego de
areias com porcentagens elevadas de material silto-argiloso (conhecidas no Brasil com diversos
nomes: saibro, caulim, arenoso, areia de estrada, areia de barranco etc), sendo que a
areia deve atender s especifi caes da norma NBR 7211.
Os ensaios recomendados para as argamassas de assentamento, conforme a NBR 13281, so
os seguintes: resistncia compresso, densidade de massa aparente nos estados fresco e endu-
recido, resistncia trao na fl exo, coefi ciente de capilaridade, reteno de gua e resistncia
de aderncia trao.
2.3 TELAS METLICAS
Recomenda-se que as telas utilizadas na ligao alvenaria pilar sejam telas metlicas eletro-
soldadas, galvanizadas, e dotadas de fi os com dimetro em torno de 1 mm e malha quadrada de
15 mm. As telas devem atender s especifi caes da norma NBR 10119.
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
14
3 ETAPA DE PROJETO3.1 REQUISITOS E CRITRIOS DE DESEMPENHO
As dimenses dos blocos, a forma da seo transversal, a presena de revestimento, a relao
altura / espessura da parede, as caractersticas da argamassa de assentamento, as caractersti-
cas de rigidez da estrutura e a presena de vos de portas e janelas infl uenciam signifi cativamente
o desempenho das alvenarias.
No caso de paredes, a resistncia compresso dos blocos, alm de ser um indicador geral
da sua qualidade, ter infl uncia direta na resistncia ao cisalhamento e compresso de paredes
solicitadas por deformaes impostas da estrutura, devendo ser empregados blocos que atendam
s exigncias relacionadas no item 2.1. Blocos com resistncia mnima compresso de 1,5 MPa
podem ser utilizados em paredes de vedao com as alturas indicadas na Tabela 7 apresentada
no item 3.2.2; caso as paredes venham a ser submetidas a deformaes impostas ou a cargas
de ocupao mais signifi cativas pode-se optar pelos blocos com resistncia mnima de 3 MPa. A
deformabilidade das alvenarias de vedao em blocos cermicos vazados pode ser avaliada com
base nos valores de seu mdulo de deformao, indicados na Tabela 4.
Em situaes especiais, como nos edifcios com mais de 20 pavimentos, nas paredes mais lon-
gas e naquelas com altura considervel (superior a 3 m), as alvenarias devem apresentar adequa-
da resistncia s cargas laterais, particularmente aquelas devidas ao do vento. Nesse caso, o
momento fl etor que atua na parede deve ser calculado com base na carga atuante, nas dimenses
da parede e nas suas condies de vinculao, sendo que a tenso atuante no deve exceder a
tenso admissvel da alvenaria solicitada trao na fl exo. Para alvenarias com juntas em amar-
rao totalmente preenchidas (juntas horizontais e juntas verticais), assentadas com argamassas
de resistncia compresso maior ou igual a 5 MPa pode-se considerar para as alvenarias os
valores admissveis e resistncia trao na fl exo indicados na Tabela 4.
-
15
Tabela 4 - Mdulo de deformao e resistncia exo de alvenarias de vedao
em blocos cermicos
Tipo de bloco
Mdulo de
deformao
compresso
axial (GPa)
Resist. admissvel - trao na exo (MPa)
direo x
(comprimento
da parede)
direo y (altura da
parede)
1,8 0,05 0,10
2,5 0,10 0,15
OBS: Argamassa de assentamento: resistncia compresso 5 MPa.
Relativamente a cargas dinmicas, para blocos que atendam exigncias do item 2.1, alve-
narias assentadas com juntas em amarrao e argamassas de assentamento com resistncia
compresso 5 MPa, para impactos de corpo mole (realizados conforme NBR 11675) podem ser admitidos os valores de resistncia indicados na Tabela 5 (alvenarias com ou sem revestimento em
argamassa). Para paredes com essas mesmas condies construtivas, para a capacidade de fi xa-
o de peas suspensas (ensaio realizado conforme NBR 11678) podem ser admitidos os valores
igualmente indicados na Tabela 5.
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ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
16
Tabela 5 - Resistncia a impactos de corpo mole e capacidade de xao de peas sus-
pensas de alvenarias de vedao em blocos cermicos
Tipo de blocoLargura
do bloco
(cm)
Caractersticas das paredes
Revesti-
mento
Massa
(kg/m2)
Resistncia a
impactos de
corpo mole
(J)
Mxima carga
suspensa em cada
mo-francesa (kgf)
9sem 90 ** **
* 140 ** **
11,5sem ** ** **
* ** ** **
14sem 130 ** **
* 180 ** **
19sem ** ** **
* ** ** **
9sem ** ** **
* ** ** **
11,5sem ** ** **
* ** ** **
14sem 120 ** **
* 170 ** **
19sem ** ** **
* ** ** **(*) alvenaria revestida nas duas faces, camada de 1,5cm de argamassa no trao 1 : 2 : 9 (cimento, cal hidratada e areia mdia lavada, em volume).
OBS: Argamassa de assentamento dos blocos com resistncia compresso 5 MPa, mos-francesas de sustentao de peas suspensas
fi xadas com buchas de nilon e parafusos com dimetro de 8mm.
NOTA: Os valores no indicados (**) devem ser objeto de investigao tcnica. A Tabela 5 ser completada em verso futura do presente docu-
mento.
-
17
A aplicao de revestimentos em argamassa ou gesso pode melhorar substancialmente o de-
sempenho das alvenarias frente ao do fogo, aumentando ainda a isolao trmica e acstica.
Valores mdios dessas caractersticas, obtidas com a realizao de ensaios de laboratrio, so
indicados na Tabela 6.
Tabela 6 - Resistncia trmica, isolao acstica e resistncia ao fogo de alvenarias de
vedao em blocos cermicos
Tipo de blocoLargura
do bloco
(cm)
Caractersticas das paredes
Revesti-
mento
Resistncia
trmica
(m2.oC / W)
Isolao
acstica
(dB)
Resistncia
ao fogo
(minutos)
9sem ** ** 90
* 0,22 42 150
11,5sem ** ** **
* ** ** **
14sem ** ** **
* 0,30 ** **
19sem ** ** **
* ** ** **
9sem ** ** **
* ** ** **
11,5sem ** ** **
* ** ** **
14sem 0,31 36 120
* ** 40 190
19sem ** ** **
* ** ** **(*) Alvenaria revestida nas duas faces, camada de 1,5cm de argamassa no trao 1 : 2 : 9 (cimento, cal hidratada e areia mdia lavada, em volume).
Argamassa de assentamento dos blocos com resistncia compresso 5 MPa, mos-francesas de sustentao de peas suspensas fi xadas.
NOTA: Os valores no indicados (**) devem ser objeto de investigao tcnica. A Tabela 6 ser completada em verso futura do presente documento.
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ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
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3.2 EXIGNCIAS E RECOMENDAES TCNICAS DE PROJETO DE ALVENARIAS DE VEDAO
O projeto das alvenarias de vedao deve levar em conta, alm do prprio desempenho me-
cnico, exigncias relacionadas estanqueidade gua, isolao trmica, isolao acstica,
resistncia ao fogo e a outras caractersticas. Assim sendo, na seleo do sistema de blocos
deve-se considerar:
a) dimenses modulares / peso dos blocos (aspectos ergonmicos e de produtividade);
b) disponibilidade de blocos especiais (para coordenao modular nos encontros entre paredes);
c) disponibilidade de peas complementares (meio-blocos, canaletas, blocos compensado-
res, etc);
d) regularidade geomtrica e integridade das arestas;
e) embalagem / paletizao;
f) facilidade de embutimento de dutos / fi xao de esquadrias;
g) capacidade de sustentao de peas suspensas;
h) absoro de gua / expanso higroscpica / risco de efl orescncias;
i) rugosidade superfi cial / capacidade de aderncia de revestimentos;
j) resistncia compresso;
k) isolao trmica;
l) isolao acstica;
m) resistncia ao fogo.
O projeto de arquitetura tem grande infl uencia no desempenho das paredes de vedao. Com
vistas estanqueidade gua e prpria durabilidade das paredes externas e dos revestimentos
das fachadas, desejvel que as lminas de gua sejam descoladas o mais rapidamente possvel
das fachadas, o que se pode conseguir com diferentes recursos arquitetnicos, como molduras,
cornijas, capitis, peitoris, pingadeiras e outros.
A pintura das fachadas em cores escuras deve ser evitada, quando possvel, pois favorece a
absoro de calor, redundando em maiores movimentaes trmicas das paredes, aumentando a
possibilidade de ocorrncia de fi ssuras e destacamentos; a combinao alternada de faixas cla-
ras e escuras numa mesma fachada pode aumentar essa potencialidade. No caso de alvenarias
aparentes, cuidados especiais devem ser observados a fi m de evitar efl orescncias: seleo dos
componentes de alvenaria (isentos ou com teores mnimos de sas solveis), argamassa de assen-
tamento sem a presena de cal, aplicao de hidrofugante, etc.
O desempenho das alvenarias est diretamente associado perfeita coordenao dimensional, com-
patibilidade com outros projetos e adoo de detalhes construtivos apropriados. Em razo da pequena
-
19
resistncia a solicitaes de trao, toro e cisalhamento, as alvenarias devem ser convenientemente
reforadas com telas, ferros corridos, vergas e outros dispositivos. No topo de muros de divisa, guarda-
corpos de terraos e platibandas devem obrigatoriamente ser construdas cintas de amarrao.
3.2.1 COORDENAO MODULAR HORIZONTAL E VERTICAL
Recomenda-se a coordenao modular para qualquer projeto de arquitetura, em funo da
disponibilidade local dos componentes cermicos.
Em relao coordenao modular dos componentes cermicos da alvenaria, foram elabo-
radas h tempo algumas normas brasileiras como a NBR 5718/1982: Alvenaria Modular Proce-
dimento, a NBR 5708/1982: Vos modulares e seus fechamentos, e outras que tambm datam de
1982 e que, portanto, no consideram avanos mais recentes nessa rea. A partir da reviso e
complementao de tais normas, as mesmas devem ser consideradas nos estudos de modulao,
alm das consideraes estabelecidas no presente documento.
Recomenda-se que o posicionamento dos componentes da construo (blocos, esquadrias,
etc), das juntas e dos acabamentos seja feito conforme o reticulado modular de referncia; nesse
caso, a medida dos componentes, vos ou distncia entre partes da construo deve ser igual a
um mdulo ou a um mltiplo inteiro do mdulo (Figura 3).
Figura 3 Reticulado modular e medida modular
Z
X
Medida modular
Medida de projeto(do componente)
Junta modular Ajuste modular
Y
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
20
3.2.1.1 Disposio das paredes em relao aos pilares
Na coordenao modular horizontal, as paredes de vedao podem ser projetadas de forma a
concorrerem de diferentes maneiras com os pilares: eixos coincidentes com os eixos dos pilares,
alinhadas por uma das faces dos pilares, passando fora dos pilares, na parte mais externa da cons-
truo. Nesta ltima disposio, evitam-se problemas de destacamentos entre as alvenarias e os
pilares; em contrapartida, as fl echas desenvolvidas nas extremidades dos balanos podem afetar
as paredes e algumas alvenarias podem resultar muito extensas, exigindo a insero de juntas de
controle. Em funo da disposio das paredes em relao aos pilares, ocorrer maior ou menor
incidncia de recortes nos pisos e nos forros, maior ou menor proteo s esquadrias e maior ou
menor difi culdade na execuo e na manuteno das fachadas.
3.2.1.2 Disposio das paredes em relao com conjunto laje-piso
O projeto de coordenao modular vertical considera a altura de projeto das vigas de borda,
a espessura das lajes, a folga prevista para a fi xao (encunhamento) da alvenaria no encontro
com a laje ou com a viga e, quando for o caso, as espessuras de nivelamento da laje (ou contrapiso)
e de revestimento do piso. Consideram-se, ainda, as tolerncias de regularidade na concretagem
de lajes e vigas, bem como as fl echas e tores desses componentes estruturais, levando-se em
conta os efeitos da retrao e da deformao lenta do concreto, da fl uncia do ao (particularmen-
te no caso de peas em concreto protendido) e outras.
Os esquemas de escoramento e de cimbramento de lajes e vigas, bem como a previso de
fl echas devem ser indicados no projeto estrutural e a estrutura deve ser executada em obedincia
norma NBR 14931.
3.2.1.3 Coordenao dimensional com esquadrias
As dimenses dos vos de portas e janelas so determinadas com base no tipo de janela ou
porta que ser instalada (de abrir, de correr, etc.), nas necessidades de ventilao e iluminao
do ambiente, em exigncias funcionais (passagem de cadeira de rodas, por exemplo) e outras. Os
vos nas alvenarias so estabelecidos em funo do tamanho da esquadria, do eventual emprego
de contramarcos e vergas ou contravergas pr-moldadas, da manuteno de folga para assenta-
mento de peitoris e, fi nalmente, do tipo de fi xao da esquadria, conforme hipteses tratadas no
item 4.6.
No caso da no utilizao de contramarcos, peitoris e outros elementos semelhantes, as folgas
usualmente observadas entre o contorno externo do marco da porta ou da janela e o contorno
interno do vo so:
-
21
a) fi xao com espuma de poliuretano: 1 a 1,5 cm em relao alvenaria;
b) fi xao com argamassa aplicada na cavidade de chapa dobrada constituinte do marco: 1
a 1,5 cm em relao alvenaria;
c) fi xao com grapas: 2 a 3 cm em relao alvenaria (para posterior requadramento do
vo com argamassa);
d) fi xao com tacos de madeira: 2 a 3 cm em relao alvenaria (para posterior requadra-
mento do vo com argamassa);
e) fi xao com buchas de nilon e parafusos: 1,5 a 2 cm em relao alvenaria, 1 a 2 mm em
relao ao vo requadrado com argamassa.
3.2.2 ESTABILIDADE E RESISTNCIA DAS PAREDES DE VEDAO
As alvenarias de vedao podem, eventualmente, ser submetidas ao de carregamentos
provenientes de recalques, fl exo de lajes e vigas, movimentaes trmicas diferenciadas entre
alvenarias e estrutura, etc. Nesse caso, o projeto deve considerar a capacidade de deformao
compatvel com as solicitaes que atuam na edifi cao.
A fi m de garantir-se razovel nvel de segurana contra as aludidas deformaes impostas,
cargas laterais provenientes da ao do vento e cargas de ocupao (impactos acidentais, peas
suspensas, etc), as dimenses das paredes devem ser limitadas tanto na direo do seu compri-
mento como na direo da sua altura.
Essa limitao imposta por elementos ditos contraventantes, ou seja:
a) na direo do comprimento da parede: pilares e paredes transversais, sendo as ligaes
com paredes transversais executadas juntas em amarrao;
b) na direo da altura da parede: vigas e lajes.
Em funo da largura do bloco cermico e da localizao da parede no edifcio (paredes inter-
nas ou paredes de fachada), respeitadas as tenses limites de trao na fl exo indicadas na Tabela
4, no devem ser superados os valores indicados na Tabela 7.
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
22
Tabela 7 - Alturas e distncias mximas entre elementos contraventantes de paredes
de vedao em blocos cermicos
Largurado
bloco
(cm)
Paredes internas Paredes de fachada
Altura mxima
(cm)
Comprimento
mximo (cm)
Altura mxima
(cm)
Comprimento
mximo (cm)
9 260 400 * *
11,5 340 500 300 400
14 400 600 340 480
19 460 700 380 560(*) No se recomenda o uso de blocos de 9 cm em paredes de fachadas.
OBS 1: Em nenhuma hiptese as paredes de vedao, sem revestimento, devem apresentar esbeltez (altura / espessura) maior do que 30 (deve-
se ter h/t 30).
OBS 2: As paredes com as alturas da Tabela 7 devem compreender no mnimo uma cinta de amarrao a meia altura, armada com dois ferros de
8mm ou quatro de 6,3 mm, ou de acordo com o clculo do projeto de vedao. Acima dos correspondentes limites de altura, com e sem cintas de
amarrao, as paredes devem ser dimensionadas como alvenarias estruturais. Comprimentos maiores podem ser adotados desde que o projetis-
ta indique as adequadas disposies construtivas (telas ou trelias metlicas embutidas nas juntas de assentamento, cinta de amarrao, etc).
3.2.3 COMPATIBILIZAO COM PROJETOS DE ESTRUTURAS E DE FUNDAES
Em funo de recalques diferenciados das fundaes e esforos das estruturas como toro
de vigas de suporte, fl exo de vigas ou de lajes, etc., as alvenarias de vedao de blocos cermi-
cos, a exemplo de outros tipos de alvenaria, so susceptveis fi ssurao.
Portanto, alguns problemas podem surgir na alvenaria de vedao ocasionados pelas
estruturas e fundaes, como a ocorrncia de destacamentos entre alvenarias e estrutura,
ocorrncias de fissuras, esmagamentos ou mesmo ruptura de paredes solicitadas pelas de-
formaes estruturais.
Assim, deve-se recomendar aos projetistas de estruturas e de fundaes que sejam observa-
dos no desenvolvimento dos seus respectivos projetos os seguintes limites:
a) no caso de recalques das fundaes, o limite das distores angulares deve ser de L / 400,
sendo L a distncia entre elementos de fundao ou o comprimento da parede no caso de
fundaes contnuas;
b) o limite das fl echas fi nais das vigas e lajes, incluindo vigas de fundao, deve ser igual a
L/400 (L = vo terico do componente estrutural), considerando-se no clculo das fl echas
dos elementos fl etidos os efeitos da fi ssurao e da deformao lenta do concreto;
-
23
c) o limite da parcela de fl echa que ir ocorrer aps a elevao da alvenaria deve ser de
L/600 (L = vo terico do componente estrutural), considerando-se no clculo das fl echas
dos elementos fl etidos os efeitos da fi ssurao e da deformao lenta do concreto;
d) o limite da toro de vigas ou lajes que se prestam ao apoio das alvenarias de vedao,
deve ser tal que o ngulo de giro do suporte, na direo normal parede, no ultrapasse
0,1 (0,017 rad).
Caso qualquer um desses limites venha a ser ultrapassado, cuidados especiais devem ser
observados no projeto e na execuo das paredes de vedao, bem como na sua vinculao com
a estrutura, conforme considerado nas alneas 3.2.8, 3.2.9 e 3.2.10.
H necessidade tambm de limitarem-se as fl echas de vigas de fundao e vigas de transi-
o, j que, sob ao dos deslocamentos, h tendncia das paredes trabalharem solidariamente,
comportando-se como vigas altas.
3.2.4 COMPATIBILIZAO COM PROJETOS DE SISTEMAS PREDIAIS
Os projetos dos sistemas prediais devem preceder o projeto executivo da alvenaria, ou se-
rem desenvolvidos concomitantemente com a paginao das paredes. Tal paginao deve indicar
o posicionamento de tubos e eletrodutos, caixas de luz ou telefone, pontos de tomada, cintas de
amarrao, necessidade de blocos compensadores e outros detalhes. De preferncia, as caixas
de pequenas dimenses devem ser previamente embutidas e, quando for o caso, chumbadas nos
blocos, o que deve estar previsto no projeto.
Deve-se evitar ao mximo o corte dos componentes de alvenaria, utilizando-se os furos dos
blocos para caminhamento vertical de tubos e eletrodutos. Podem tambm ser utilizados blocos
mais estreitos para caminhamento de dutos de pequena bitola no corpo da parede, shafts para
alojamento de nmero considervel de prumadas, enchimentos ou carenagens sob tampos de pia
para alojamento dos tubos, caminhamento atravs do plenum de forros ou de pisos elevados e
outros recursos.
3.2.5 COMPATIBILIZAO COM PROJETO DE IMPERMEABILIZAO
Nos ambientes lavveis cujos pisos recebero impermeabilizao com manta asfltica con-
veniente utilizar nas bases das paredes (duas primeiras fi adas) blocos mais estreitos que aqueles
integrantes do restante da parede para realizar a dobra da manta, ou seja, blocos de 9 cm quando
a parede for constituda por blocos de 11,5 cm; blocos de 11,5 cm quando a parede estiver com-
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
24
posta por blocos de 14 cm; e assim por diante. No caso da instalao de banheiras, os blocos mais
estreitos podem chegar at a quarta ou mesmo a quinta fi ada, chegando at a oitava ou nona fi ada
no caso dos box de chuveiro. Tal providncia pode ser adotada ou no, em funo do sistema de
impermeabilizao que venha a ser adotado, conforme projeto especfi co. No caso da impermea-
bilizao com manta asfltica, no encontro da manta com a alvenaria, recomenda-se reforar com
tela metlica o revestimento da parede.
Ainda nas reas molhveis, deve-se projetar os vos de portas com largura sufi ciente para que
o sistema de impermeabilizao possa envolver a espaleta da alvenaria na sua base, interpondo-
se entre a parede e o marco. Nessa circunstncia, pode-se deixar pequenos dentes na base do vo,
recorrendo-se ao estreitamento das juntas verticais de assentamento nas duas primeiras fi adas
da alvenaria.
3.2.6 JUNTAS DE ASSENTAMENTO E JUNTAS DE CONTROLE
As juntas em amarrao promovem a redistribuio de tenses provenientes de cargas ver-
ticais ou introduzidas por deformaes estruturais e movimentaes higrotrmicas; as juntas a
prumo no propiciam a distribuio das tenses, tendendo as paredes a trabalharem como uma
sucesso de pilaretes. Embora desejvel a defasagem de meio bloco entre fi adas sucessivas,
sobreposies no inferiores a um quarto do bloco so aceitveis em regies localizadas das
paredes. Sempre que se executar alvenarias com juntas a prumo recomendvel a introduo de
cintas de amarrao na parede, ou pelo menos a introduo de barras de ferro ou telas metlicas
em algumas juntas de assentamento.
As juntas podem ser tomadas (raspagem da argamassa expulsa para fora da parede pela
presso do assentamento) ou frisadas, situao caracterstica das alvenarias aparentes, reco-
mendadas apenas para ambientes internos.
Recomenda-se o preenchimento das juntas verticais das alvenarias a fi m de otimizar a resis-
tncia ao cisalhamento, resistncia ao fogo, desempenho termoacstico, resistncia a cargas late-
rais e capacidade de redistribuio das tenses decorrentes de deformaes impostas. Tal cuidado
deve ser especialmente observado em paredes muito longas ou muito altas, ou naquelas sujeitas a
considerveis deformaes do suporte ou intensas movimentaes higrotrmicas.
A fi m de evitar-se a ocorrncia de fi ssuras e destacamentos provocados por movimentaes
higrotrmicas dos materiais, recomenda-se a insero de juntas de controle sempre que houver
mudanas na direo ou na espessura das alvenarias, ou sempre que as paredes forem muito
longas; neste caso, sugere-se que no sejam ultrapassados os distanciamentos entre juntas indi-
cados na Tabela 8.
-
25
Tabela 8 - Distncias mximas entre juntas de controle em alvenarias de vedao em
blocos cermicos
Largurado
bloco(cm)
Paredes internas Fachadas / muros de divisa
sem aberturas
de portas ou
janelas (cm)
com aberturas
de portas ou
janelas (cm)
sem aberturas
de portas ou
janelas (cm)
com aberturas
de portas ou
janelas (cm)
9 600 500 * *
11,5 750 600 500 400
14 900 700 700 600
19 1200 900 1000 800(*) No se recomenda o uso de blocos de 9 cm em paredes de fachadas.OBS: se as paredes forem dotadas de telas ou armaduras contnuas, em todas as juntas de assentamento, as distncias acima podem ser acrescidas em 50%.
tambm recomendvel a introduo de juntas de controle nas paredes muito enfraquecidas
pela presena de vos de portas ou janelas. Para obter-se ancoragem mecnica entre os trechos
de parede contguos podem ser empregados ganchos de ferro 5mm a cada duas fi adas, confor-
me Figura 4. As juntas podem ainda ser calafetadas com material deformvel (cortia, poliestireno
ou poliuretano expan dido, etc.), recebendo externamente mata-junta ou cordo com altura de 10 a
15 mm de selante fl exvel a base de silicone ou poliuretano.
Sempre que existir junta de movimentao na estrutura deve haver na parede uma junta cor-
respondente, com mesma localizao e mesma largura, independentemente do comprimento da
parede. No havendo junta de movimentao, a junta de controle inserida na parede deve ser
executada com largura de aproximadamente 1,5 a 2,0 cm.
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
26
Figura 4 - Junta de controle: a) ligao com ferro a cada duas fi adas;b) acabamento com material deformvel e selante fl exvel
3.2.7 LIGAES ENTRE PAREDES
Nos encontros entre paredes (L, T ou cruz) sempre desejvel as juntas em amarrao;
recomenda-se o emprego de blocos com comprimentos ou formas adaptados para essas ligaes.
Quando optar-se por encontros entre paredes com juntas a prumo, uma srie de cuidados deve
ser prevista: maior rigidez dos apoios, disposio de ferros ou telas metlicas nas juntas de assen-
tamento, embutimento de tela no revestimento, cuidados redobrados na compactao da argamassa
das juntas horizontais e verticais, etc. Nesse caso a junta deve resultar sempre interna edifi cao,
desaconselhando-se, fortemente, juntas aparentes nas fachadas conforme ilustrado na Figura 5.
Figura 5 - Juntas a prumo no recomendadas para as paredes de fachada
5 mm c/ 40
1,5 a 2 cm
Selante
Materialdeformvel
Ferro com pontaengraxada ourevestida commangueira
Blocos com furos na horizontalBlocos com furos na vertical
Furosgrauteados
1,5 a 2 cm
-
27
Pode-se, tambm, optar por encontro entre paredes com juntas a prumo no caso de plantas
com ambientes reversveis, com a opo da retirada de paredes. Nesse caso, a junta a prumo fa-
cilita a retirada da alvenaria, sem causar danos s paredes remanescentes.
3.2.8 LIGAES ENTRE ALVENARIAS E PILARES
Nas ligaes das alvenarias com a estrutura devem ser considerados os gradientes trmi-
cos nas fachadas, as dimenses dos panos e a fl exibilidade da estrutura; para estruturas muito
fl exveis (por exemplo, estruturas pr-moldadas isostticas, estruturas reticuladas de grandes
vos, etc), deve-se adotar detalhes construtivos especiais, como por exemplo os apresentados
na Figura 8.
No caso de ligaes convencionais, com materiais rgidos e estruturas de concreto armado,
independentemente do dispositivo de fi xao a ser utilizado, deve-se proceder inicialmente vigo-
rosa limpeza das faces do pilar, com completa remoo do desmoldante. Aps a limpeza, as faces
de arranque das alvenarias devem receber camada de chapisco rolado ou com chapisco industria-
lizado. No assentamento, os blocos devem ser fortemente pressionados contra o pilar, resultando
refl uxo de argamassa e total compacidade da junta.
O projeto da alvenaria deve defi nir a forma de ligao das paredes com pilares, a fi m de
prevenir futuros destacamentos. Como regra geral, as ligaes com os pilares podem ser execu-
tadas com telas metlicas especifi cadas de acordo com o item 2.3, aplicadas a cada duas fi adas
e fi xadas no concreto com pinos metlicos (tiros aplicados com fi nca-pinos). Neste caso a tela
deve ser dobrada exatamente a 90, conforme ilustrado na Figura 6, aplicando-se os pinos e as
respectivas arruelas o mais prximo possvel da dobra da tela. Pode-se aplicar apenas um tiro
nas paredes com espessura de 9 cm, recomendando-se dois tiros em cada uma das telas no
caso de paredes mais espessas, estruturas mais deformveis, etc. As ligaes com telas podem
ser reforadas mediante emprego de cantoneira metlica entre a tela e a arruela/cabea do
pino. Para evitar-se risco de corroso, as telas devem ser recortadas com largura 1 ou 2 cm
menor que a largura dos blocos.
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
28
Figura 6 - Fixao entre alvenarias e pilares com o emprego de tela metlica galvanizada.
Ligaes mais fortes podem ser obtidas com armaes de espera introduzidas na armadura do
pilar (ferros dobrados, faceando a frma internamente), ou com ferros-cabelo posteriormente
colados em furos executados com brocas de vdea 8mm (colagem com resina epxi); nos casos
correntes recomenda-se introduzir um ferro de 6mm a cada 40 ou 50 cm, com transpasse em
torno de 50cm para o interior da alvenaria e com penetrao no pilar de 6 a 8 cm.
Canaletas assentadas na posio dos ferros-cabelo, posteriormente preenchidas com grau-
te, produzem ligaes ainda mais fortes e absorvem diferenas no posicionamento das armaes
em relao s fi adas. A ligao pode ainda ser executada com gancho / estribo de dois ramos,
situaes ilustradas na Figura 7.
Tela galvanizada#15 X 15 1,2 mm
Pino de aoArruela
> 40
>7
90
-
29
Figura 7 - Ligaes entre alvenarias e pilares com gancho de ao de dois ramos ou com auxlio de blocos tipo canaleta.
No caso de estruturas muito fl exveis ou paredes muito longas, para limitar as solicitaes na
alvenaria pelas deformaes da estrutura ou evitar destacamentos em funo de movimentaes
higrotrmicas do material, podem ser adotadas juntas fl exveis nos encontros com pilares. Nesse
caso, a ancoragem das paredes deve ser executada com cantoneiras metlicas, telas ou ferros-
cabelo, procedendo-se ao acabamento com selante fl exvel; a Figura 8 ilustra algumas solues
construtivas para essas juntas.
Figura 8 - Ligaes entre alvenarias e pilares, recomendadas para estruturas fl exveis.
Pilar revestido comtijolos cermicos
Junta aparenteno corpo da parede
Junta aparentena borda do pilar
Junta encaixadano pilar
Mata-juntas fixadosnos pilares
Cantoneira fixadano pilar
Selante
Material deformvel
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
30
No caso de ligao com estruturas metlicas, as ancoragens podem ser executadas com inser-
tos de ao soldados nos pilares e chumbados nas juntas horizontais de assentamento, seguindo-se
os mesmos preceitos estabelecidos nas alneas anteriores (bitolas, espaamentos, transpasses,
emprego de meio-blocos, canaletas, telas de reforo no revestimento, etc.). A Figura 9 e a Figura
10 ilustram algumas possibilidades de ligaes entre alvenarias e pilares metlicos.
Figura 9 - Ligaes entre alvenarias e pilares de ao estrutura aparente.
Figura 10 - Ligaes entre alvenarias e pilares de ao estrutura embutida.
Em funo de acentuadas diferenas entre as propriedades fsicas dos aos e dos materiais
constituintes das alvenarias (mdulo de deformao, coefi ciente de dilatao trmica), e princi-
palmente em funo da difi culdade de conseguir-se boa aderncia entre um material ptreo e um
metal, particularmente nas paredes de fachada mais segura a adoo de juntas fl exveis nos
encontros entre pilares e paredes, com detalhes idnticos queles apresentados na Figura 8.
-
31
As alvenarias de vedao podem ainda ser posicionadas externamente estrutura de ao,
apoiando-se em pequenos balanos das lajes de piso ou, no caso de sobrados, sendo elevadas
desde as fundaes; nessa ltima hiptese, deve-se cuidar para que os blocos cermicos apresen-
tem resistncia sufi ciente para suportar o peso prprio da parede com p-direito mais elevado.
3.2.9 FIXAES (ENCUNHAMENTOS)
Nas fi xaes (encunhamentos) com lajes ou vigas superiores, aps limpeza e aplicao de
chapisco no componente estrutural, recomenda-se o assentamento inclinado de tijolos de barro
cozido, empregando-se argamassa relativamente fraca (massa podre). Cria-se assim uma esp-
cie de colcho deformvel, amortecedor das deformaes estruturais que seriam transmitidas
parede.
Nos projetos modulados, onde a ltima fi ada de blocos praticamente faceia a face inferior do
componente estrutural, deve-se com muito mais razo empregar argamassa fraca em cimento.
Nessa situao, tratando-se de blocos vazados, a ltima fi ada pode ser composta por meio-blocos
assentados com furos na horizontal (Figura 11), facilitando-se sobremaneira a execuo da fi xao
(encunhamento).
Figura 11 - Fixao (encunhamento) de parede com o emprego de tijolos de barro cozido ou meio blocos
No caso de estruturas muito deformveis, paredes muito extensas ou muito enfraquecidas
pela presena de aberturas, recomenda-se a adoo de ligaes ainda mais fl exveis, por exemplo
com o emprego de poliuretano expandido ou massa podre composta com esferas de EPS (po-
liestireno expandido). Nesse caso, adequaes de materiais e de detalhes construtivos devem ser
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
32
estudadas para garantir a integridade do revestimento das paredes.
Para que no ocorra transmisso de carregamentos entre os sucessivos pavimentos, em qual-
quer situao, recomenda-se o mximo retardamento entre a elevao das alvenarias e a fi xao
(encunhamento) das paredes. Transcorrido certo prazo aps a elevao, pode-se adotar a fi xa-
o em pavimentos alternados; nessa hiptese, para abrir frentes para trabalhos internos (reves-
timentos, etc.), encunham-se dois pavimentos e pula-se o prximo, e assim sucessivamente.
Sempre que as estruturas forem intencionalmente fl exveis, com deformaes que sabida-
mente superam a capacidade de acomodao das alvenarias, detalhes construtivos apropriados
devem ser adotados nos encontros das alvenarias com as vigas ou lajes, conforme Figura 12.
A ancoragem superior das paredes, nesse caso, pode ser feita com insertos de ao (ferro de
6mm, espaamento em torno de 2m), fi xados nas vigas ou lajes mediante furao (broca
8mm, profundidade do furo 5 a 6cm), limpeza e colagem com resina epoxy. O acabamento da
junta pode ser executado com selante fl exvel, podendo-se optar pelo emprego de moldura de
gesso (roda-teto).
Figura 12 - Detalhes de ligao das alvenarias com viga ou laje muito deformvel.
2cm
Selanteflexvel
Materialdeformvel
Moldurade gesso
Gancho de ao 5 ou 6 mm
Laje flexvel Laje flexvel
-
33
Para as ligaes com vigas de ao ou lajes mistas steel deck valem as mesmas recomendaes
anteriores, ressaltando-se mais uma vez que as alvenarias de fachada podem ser posicionadas
externamente estrutura, conforme detalhe ilustrado na Figura 13.
Figura 13 - Alvenarias posicionadas externamente estrutura metlica.
3.2.10 REFOROS METLICOS, VERGAS, CONTRAVERGAS E CINTAS DE AMARRAO
A introduo de uma taxa mnima de armadura na alvenaria (0,2% por exemplo) no chega
a aumentar signifi cativamente a resistncia compresso da parede; entretanto, tal armadu-
ra melhora substancialmente o comportamento da alvenaria quanto fi ssurao, normalmente
provocada por fl exo ou toro da estrutura de apoio, ocorrncias de recalques diferenciados ou
qualquer outra espcie de ao. Tais armaduras podem ser integrantes de cintas de amarrao ou
pilaretes grauteados, ou serem constitudas por ferros corridos ou trelias planas embutidas nas
juntas de assentamento.
Com a fi nalidade de absorver tenses que se concentram nos contornos dos vos, oriundas de
deformaes impostas, devem ser previstas vergas e contra-vergas com transpasse em torno de
20% da largura do vo, avanando no mnimo 20 cm para cada lado do vo, conforme Figura 14.
Revestimentoexterno
Conector(cantoneira)
Cintamento
Alvenaria
Revestimentointerno
Perfil H
Placa de EPS
Laje
Perfil I
Elevao
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
34
Figura 14 - Vergas e contravergas no contorno de vos de janelas
No caso de vos sucessivos, as vergas e contravergas devem ser contnuas (Figura 15); em
casos especiais (janelas ou portas de grandes dimenses, paredes muito altas), vergas e contra-
vergas devem ser dimensionadas como vigas.
Figura 15 - Vergas e contravergas contnuas em alvenaria com aberturas sucessivas
No caso de paredes com alturas relativamente elevadas, respeitados os limites da Tabela 6,
devem ser previstas cintas de amarrao intermedirias, introduzidas sobretudo para minimizar
o risco de formao de fi ssuras e tambm para absorver a ao de cargas laterais. Acima dos
limites de altura especifi cados na Tabela 6, as paredes devem ser dimensionadas como alvena-
rias estruturais.
L> L/5* > L/5*
*com mnimode 20 cm
-
35
Vergas, contravergas e cintas de amarrao devem ser convenientemente armadas, recomen-
dando-se pelo menos dois ferros com dimetro de 6 mm; podem ser construdas com concreto
normal, ou com graute no caso do preenchimento de canaletas.
A prtica de adotar-se coxins pr-moldados de distribuio nas laterais dos vos, ao invs de
contravergas contnuas, deve ser cuidadosamente estudada, j que tais elementos no tm poder
de redistribuir tenses provocadas por movimentaes trmicas ou distores dos panos no plano
das paredes.
3.2.11 FIXAO DE MARCOS DE PORTAS E JANELAS
A paginao das paredes deve indicar com preciso posicionamentos e dimenses dos vos
em osso (e no dos vos acabados ou dos caixilhos) a serem inseridos na alvenaria. Com base
nessas dimenses, devem ser previstos gabaritos metlicos indeformveis para garantia das di-
menses lineares e dos ngulos. No caso do emprego de contramarcos, estes devem ser fi xados
durante a prpria elevao da parede, dispensando-se os gabaritos.
O projeto da alvenaria deve indicar dimenses e detalhes construtivos de posio de vergas
e contravergas contemplando no caso de vos muito grandes ou esquadrias muito pesadas a in-
troduo de pilaretes laterais aos vos, construdos em concreto amado ou mediante armao e
grauteamento dos furos dos blocos imediatamente vizinhos aos vos. Caso as esquadrias venham
a ser fi xadas com parafusos e buchas, os furos dos blocos laterais ao correspondente vo sempre
devem ser grauteados.
Em funo do sistema de fi xao da esquadria, a folga em cada face do contorno do vo pode
variar desde 10 mm (fi xao com poliuretano expandido), passando por 20 mm (fi xao com pa-
rafusos e buchas, prevendo-se 20 mm para a espessura da argamassa de requadramento do vo)
e chegando at cerca de 30 ou 40 mm (fi xao com grapas). No caso da colocao de peitoris
pr-moldados ou constitudos por placas de rocha o correspondente espao deve ser reservado
na altura do vo.
3.2.12 ALVENARIAS DO LTIMO PAVIMENTO
As alvenarias do ltimo pavimento so em geral muito solicitadas pelas movimentaes trmi-
cas das lajes de cobertura; neste aspecto, cuidados como sombreamento, ventilao dos ticos e
isolao trmica da laje de cobertura podem minimizar a ocorrncia de problemas. Solues mais
efi cazes exigem a insero de juntas de dilatao na laje de cobertura, adoo de apoios deslizan-
tes (neoprene, tefl on, camada dupla de manta de PVC), fi xaes (encunhamentos) deformveis,
reforos mais cuidadosos nos vrtices das aberturas etc.
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
36
Pode-se tambm recorrer ao seccionamento das paredes do ltimo pavimento, mediante intro-
duo de juntas de controle ou adoo de portas com bandeiras (parede naturalmente seccionada
pelo vo), conforme ilustrado na Figura 16. Outros aspectos que podem ser contemplados, tam-
bm como solues alternativas, so a adoo de pintura branca ou refl exiva na face superior das
telhas, de subcoberturas que diminuam sensivelmente a reirradiao das telhas para as lajes, de
armaduras nas juntas de assentamento das ltimas fi adas e insero de tela metlica no revesti-
mento, no encontro alvenaria / estrutura.
Figura 16 - Solues alternativas para o ltimo pavimento: detalhes construtivos para minimizar risco de ocorrncia de fi ssuras e destacamentos nas paredes.
-
37
3.2.13 RECEBIMENTO / ACEITAO DO PROJETO DAS ALVENARIAS DE VEDAO
O projeto das alvenarias de vedao deve ser compatvel com os projetos de fundaes, es-
truturas, impermeabilizaes e outros (previso dos recalques diferenciados e dos deslocamentos
de vigas e lajes, rigidez e prazos de retirada de cimbramentos e escoramentos residuais, plano /
sequncia de elevao das alvenarias); sempre que necessrio, devem ser previstas ligaes fl ex-
veis ou outros detalhes construtivos que assegurem comportamento harmnico entre as partes.
Em linhas gerais, o projeto deve apresentar especifi cao de todos os materiais de construo
necessrios (incluindo traos indicativos das argamassas de assentamento e fi xao / encunha-
mento), memorial descritivo da construo (forma de locao das paredes, execuo dos cantos,
escoramentos provisrios frente ao do vento, prazos entre execuo da estrutura / elevao
das paredes / encunhamentos, forma de fi xao de marcos e contramarcos) e todos os elemen-
tos grfi cos necessrios, ou seja:
a) planta da 1a e 2a fi adas, coordenao dimensional com a estrutura; coordenao dimensional
com esquadrias, caixas de ar condicionado, caixas de entrada de energia eltrica e outros;
b) coordenao / estudos das interferncias com os projetos de estruturas, sistemas pre-
diais, impermeabilizao e outros;
c) necessidade de cintas ou pilaretes de reforo (paredes altas ou longas);
d) paginao das paredes, indicando forma e espessura das juntas de assentamento, posi-
es e dimenses dos vos, instalaes, juntas de controle;
e) detalhes construtivos em geral (ligaes com pilares, encontros entre paredes, fi xaes
(encunhamentos), vergas, contravergas, cintas de amarrao, presena de peitoris, fi -
xao de esquadrias, embutimento de tubulaes).
No recebimento do projeto das alvenarias de vedao todos os aspectos anteriores devem
ser analisados, adotando-se lista de verificao conforme modelo apresentado na Tabela 9,
por exemplo.
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
38
Tabela 9 - Modelo de cha para controle do projeto de alvenaria de vedao
do pavimento tipo
Ficha P 12 Recebimento do projeto de alvenaria de vedao Verso: Data: Aprovao:
OBRA:______________________________LOCAL:______________________________ DEPENDNCIA:_______________________
PROJETISTA: ___________
N DO PROJETO:_________
Pranchas N: ___________
A. Anlise formal do projetoAtendimento
ObservaesSIM NO
1. Foram apresentadas todas as pranchas necessrias, paginao das paredes, cortes e detalhes construtivos?2. Foram apresentados memoriais, especifi caes e quantifi cao de todos materiais e equipamentos especiais necessrios?3. So adequadas as escalas dos desenhos? Todas as posies e cotas dos caixilhos foram representadas?4. A referncia de nvel e as cotas correspondem quelas dos demais projetos?5. Correta numerao, carimbos, assinaturas nas pranchas?
B. Anlise tcnica do projetoAtendimento
ObservaesSIM NO
1. Projeto adequado do ponto de vista da coordenao dimensional?2. Correta locao de paredes em relao a pilares e vigas ?3. Projeto compatvel com fl echas previstas de vigas e lajes?4. Coordenao dimensional com vos estruturais, caixilhos, equipamentos, pisos e forros satisfatria?5. Detalhes de amarrao entre as paredes esto corretos?6. Seo, transpasse e armao de vergas, contravergas e cintas foram corretamente projetados?7. Detalhes de ligao com pilares esto corretos?8. Fixaes (encunhamentos) foram corretamente especifi cados?9. Juntas de controle foram corretamente especifi cadas?10. Detalhes do ltimo pavimento (isolao, juntas) so corretos?11. Previsto embutimento de impermeabilizao nos ps das paredes?12. Posio de dutos e pontos compatvel com projeto de hidrulica?13. Posio de dutos e pontos compatvel com projeto de eltrica?14. Posio de dutos e pontos compatvel com projeto de gs?15. Detalhes de fi xao de caixilhos esto corretos?16. Argamassa de assentamento foi corretamente especifi cada?Data e local:_________________________________ ___________________________ assinatura do responsvel pelo recebimento visto do coordenador de projetos
-
39
ETAPA DE EXECUO
4.1 ESTOCAGEM DOS MATERIAIS E COMPONENTES
4.1.1 BLOCOS CERMICOS
Os blocos cermicos devem ser estocados em pilhas com altura mxima de 1,80 m, apoiadas
sobre superfcie plana, limpa e livre de umidade ou materiais que possam impregnar a super fcie
dos blocos. As pilhas no devem ser apoiadas diretamente sobre o terreno, sugerindo-se o apiloa-
mento do terreno e a execuo de colcho de brita ou o apoio sobre paletes.
Quando a estocagem for feita a cu aberto, deve-se proteger as pilhas de blocos contra as
chuvas por meio de uma cobertura impermevel, de maneira a impedir que os blocos sejam assen-
tados com excessiva umidade. Na formao da pilha, os blocos devem ser sobrepostos aos blocos
inferiores, com juntas em amarrao conforme ilustrado na Figura 17 a seguir.
Figura 17 - Empilhamento de blocos cermicos com amarrao entre eles.
4
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
40
recomendvel que os blocos sejam fornecidos em paletes, sendo os mesmos embalados
com o auxlio de fi tas met licas ou de plstico; dessa maneira os paletes podem ser transporta-
dos em carrinhos porta-paletes at o local de aplicao dos blocos, com considervel reduo na
mo-de-obra e risco de quebra ou danos. recomendvel que o fornecedor tambm disponha de
plataformas acoplveis estrutura dos pavimentos, facilitando o transporte dos paletes por meio
de gruas. Qualquer que seja o sistema de transporte dos blocos cermicos, deve-se evitar que os
mesmos sofram impactos que venham a provocar lascamentos, fi ssuras, etc.
4.1.2 AO
O ao deve ser armazenado em local coberto, protegido de intempries e afastado do solo,
para que no fi que em contato com umidade. O armazenamento deve ser feito em feixes separa-
dos para cada bitola, facilitando o uso.
4.1.3 CIMENTO, CAL E ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA
O cimento, a cal hidratada e eventuais argamassas industrializadas, materiais fornecidos em
sacos, devem ser armazenados em locais protegidos da ao das intempries e da umidade do
solo, devendo as pilhas fi carem afastadas de paredes ou do teto do depsito. No se recomenda
a formao de pilhas com mais de 15 sacos. No caso do emprego de cal virgem, recomenda-se
sua extino imediatamente aps chegada na obra, podendo ser armazenada em tonis ou no
prprio queimador.
4.1.4 AREIA
A estocagem da areia deve ser feita em local limpo, de fcil drenagem e sem possibilidade
de contaminao por materiais estranhos que possam prejudicar sua qualidade. As pilhas de-
vem ser convenientemente cobertas ou contidas lateralmente, de forma que a areia no seja
arrastada por enxurrada.
4.2 PREPARO DAS ARGAMASSAS DE ASSENTAMENTO E CHAPISCOS
As especifi caes e recomendaes a respeito da argamassa de assentamento e seus mate-
riais constituintes (cimento, cal e areia) devem ser consideradas de acordo com o apresentado no
item 2.2, relativo etapa de seleo dos materiais.
O trao da argamassa deve ser estabelecido em funo das diferentes exigncias de ade-
rncia, impermeabilidade da junta, poder de reteno de gua, plasticidade requerida para o as-
sentamento e mdulo de deformao (propriedade muito importante nas alvenarias de vedao,
-
41
frente ao risco de sobrecarga pelas deformaes impostas). Tambm devem ser consideradas
as caractersticas dos materiais a serem empregados em cada obra, incluindo-se a os prprios
blocos (com diferentes rugosidades, absoro de gua, etc.), e dos processos executivos a serem
adotados (assentamento com colher de pedreiro, meia desempenadeira (palheta), bisnaga, meia
cana ou outras ferramentas, chapisco aplicado com colher, rolo, desempenadeira de ao denteada,
projetor ou outras ferramentas).
Em funo das caractersticas dos materiais disponveis no local da obra, o trao da argamassa
de assentamento deve ser estabelecido por meio de estudo de dosagem e ensaios laboratoriais.
Para os processos tradicionais de construo, considerando-se para a areia mdulo de fi nura em
torno de 3, apresentam-se traos indicativos na Tabela 10. Outros traos podem ser especifi cados
pelos projetistas desde que atendam aos requisitos estabelecidos na norma NBR 13281. Traos
alternativos podem ser previstos pelo projetista tambm para as argamassas de fi xao (encu-
nhamento), utilizando-se quando for o caso materiais resilientes, adesivos e outros aditivos.
Tabela 10 - Traos indicativos de argamassas recomendados para execuo de
alvenarias de vedao
MaterialComposio em volume materiais na umidade natural
cimento cal hidratada areia pedrisco
Argamassa de
assentamento*1 2 9 a 12 -
Argamassa de fi xao
(encunhamento)1 3 12 a 15 -
Graute / micro-concreto 1 0,1 2,5 2(*) para alvenarias aparentes, recomenda-se o trao de 1:1: 6 a 8
Para argamassas de assentamento industrializadas ou pr-dosadas, fornecidas a granel, so
vlidas todas as indicaes anteriores. Algumas argamassas so dosadas sem a introduo de cal
hidratada, compensando-se essa ausncia com a introduo de aditivos plastifi cante, incorporado-
res de ar e retentores de gua. O resultado fi nal, em temos de aderncia, mdulo de deformao
e outros requisitos, deve ser o mesmo.
O assentamento dos blocos pode ser feto com colher de pedreiro, meia-cana, bisnaga, rgua
de assentar ou palheta. Optando-se por assentamento com bisnaga (tipo bisnaga de confeitei-
-
ALVENARIA DE VEDAO EM BLOCOS CERMICOS
42
ro), a argamassa de assentamento deve ser constituda por areia um pouco mais fi na, com ligeiro
enriquecimento do trao.
Para o chapisco da estrutura, nas posies de ligao com alvenarias de vedao, recomenda-
se a utilizao de produtos industrializados ou mesmo de argamassa preparada na obra. Nesse
caso, recomenda-se o emprego de areia lavada, de granulometria mdia / grossa, e de cimentos
tipo I ou II, com trao indicativo de 1:3 (cimento:areia, em volume). No caso de chapisco rolado, o
trao pode variar de 1:2 at 1:3 (cimento:areia, em volume), sendo esta argamassa preparada com
um volume de resina acrlica ou PVA e seis volumes de gua.
4.3 FIADA DE MARCAO (1 FIADA)
O projeto de estrutura deve defi nir a poca e a seqncia de execuo das vedaes em
cada pavimento. No caso de estruturas convencionais de concreto armado, recomenda-se ini-
ciar os servios de alvenaria no mnimo aps 28 dias da concretagem do respectivo pavimento,
aps completa retirada das escoras desse pavimento e sem que sobre ele estejam atuando
cargas do pavimento superior. No caso de edifcios com estrutura de ao no h necessidade
dessa espera.
O assentamento da primeira fi ada deve ser executado aps rigorosa locao das alvenarias,
feita com base na transferncia de cota e dos eixos de referncia para o andar onde esto
sendo realizados os servios (Figura 18); relativamente cota, deve ser observada aquela pre-
vista para o piso acabado de cada pavimento, valendo em geral para os edifcios multipisos a
cota das soleiras das portas dos elevadores, com tolerncia menor ou igual a 5mm. A posio
de cada parede deve ser delimitada independentemente dos eventuais desvios da estrutura.
Caso o projeto de estrutura ou de alvenaria preveja a constituio de juntas de dilatao ou de
controle, a marcao da alvenaria deve respeitar com todo rigor o posicionamento e a abertura
das