revestimentos ceramicos escopo bsico

21
1 INTRODUÇÃO Os revestimentos por placas cerâmicas estão condicionados, durante a vida útil da obra, a conferir, dentre as principais características, um revestimento de vedação que apresente, sobretudo, resistência mecânica, e estanqueidade, relativo comportamento térmico e à intempéries e resultados satisfatórios quanto às solicitações de esforços. Acerca desta modalidade de revestimento iremos abordar suas classificações, parâmetros de conformidade, projeto de execução e as técnicas referidas ao assentamento e acabamento final.

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Trabalho Grupo 09 Construção Civil

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Page 1: Revestimentos ceramicos escopo bsico

1 INTRODUÇÃO

Os revestimentos por placas cerâmicas estão condicionados, durante a vida

útil da obra, a conferir, dentre as principais características, um revestimento de

vedação que apresente, sobretudo, resistência mecânica, e estanqueidade, relativo

comportamento térmico e à intempéries e resultados satisfatórios quanto às

solicitações de esforços. Acerca desta modalidade de revestimento iremos abordar

suas classificações, parâmetros de conformidade, projeto de execução e as técnicas

referidas ao assentamento e acabamento final.

Page 2: Revestimentos ceramicos escopo bsico

2 REVESTIMENTOS CERÂMICOS

2.1 Definições dos Revestimentos Cerâmicos

Os revestimentos cerâmicos são classificados como revestimentos não

argamassados que compõe a edificação como elementos de vedação que, quando

aplicados no interior das edificações compartimentam ambientes subdividindo-os e

quando aplicados externamente, exercem importante função de proteção contra a

ação dos agentes externos, controlando-os e regulando-os.

2.1.2 Classificação das Placas Cerâmicas

Segundo o acabamento superficial, as placas cerâmicas classificam-se em:

- Esmaltadas: quando recebem uma camada superficial de material vítreo que,

depois de queimado a forno, torna a superfície da placa vitrificada;

- Não esmaltadas: quando a placa cerâmica é simplesmente queimada no forno,

sem adição de esmalte.

Segundo a textura as placas cerâmicas podem ser divididas em lisas e

rugosas. As placas lisas tem menor capacidade de absorção térmica que as rugosas

e proporcionam maior flexão dos raios solares, contribuindo para o melhor

comportamento térmico.

Quanto a cor, podem ser divididas em placas de cores claras ou frias e em

placas de cores escuras ou quentes. As placas cerâmicas de cores escuras

apresentam maior capacidade de absorver o calor dos raios solares, ficando,

portanto, sujeitas a maiores temperaturas. Já as placas de cores claras possuem

maior capacidade de refletir raios solares, diminuindo, portanto, esta diferença de

temperatura e as tensões sofridas pelo revestimento (CAMPANTE, EDMILSON

FREITAS, 2003).

Dentre as principais funções dos revestimentos cerâmicos pode-se citar:

- Proteção dos elementos de vedação;

- Qualidade do acabamento final;

Page 3: Revestimentos ceramicos escopo bsico

- Isolamento térmico e acústico;

- Estanqueidade a água e aos gases;

- Segurança ao fogo;

- Aspecto estético e visual agradável

3 CONFORMAÇÃO E PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS CERAMICOS

3.1 Conformações dos Revestimentos Cerâmicos

As características técnicas do produto final tal como as características

dimensionais, resistência mecânica, absorção de água, entre outras são as mais

importantes, se tornando necessária uma normatização classificatória devido à

grande diversidade destas características. Segundo a NBR 13.818 - PLACAS

CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE

ENSAIO seguem algumas das especificações dos processos de conformação dos

revestimentos cerâmicos:

Tabela 01 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos -– NBR 13.818 PLACAS

CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE ENSAIO

Características físicas Anexos NBR 13.818 Absorção de água B Carga de ruptura e módulo de resistência á flexão

C

Abrasão superficial D Abrasão profunda E Expansão por umidade J Resistência ao impacto Q Dureza Mohs V Resistência ao gretamento F Coeficiente de atrito N

Tabela 02 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos – NBR 13.818 PLACAS CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE ENSAIO

Page 4: Revestimentos ceramicos escopo bsico

Características físicas Anexos NBR 13.818 Resistência ao congelamento M Dilatação térmica K Resistência ao choque térmico L

Tabela 03 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos -– NBR 13.818 PLACAS CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE ENSAIO

Características Químicas Anexos NBR 13.818 Resistência ao ataque químico de baixa concentração de produtos domésticos

H

Resistência ao manchamento G

3.2 PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS CERAMICOS

3.2.3 Rugosidade A rugosidade superficial pode ser definida como um conjunto de

irregularidades, saliências e reentrâncias, que caracteriza uma determinada

superfície. No caso dos revestimentos cerâmicos, a rugosidade superficial afeta

diretamente as seguintes propriedades de interesse do produto acabado:

- As propriedades óticas;

- A durabilidade química;

- A resistência ao desgaste por abrasão;

- A facilidade de limpeza e retenção de sujeira;

- A resistência ao escorregamento.

A resistência ao desgaste por abrasão superficial também é menor em

superfícies de elevada rugosidade. As saliências formam os chamados cantos vivos

que se desprendem com maior facilidade da superfície quando a mesma é

submetida ao desgaste abrasivo. Por sua vez, as depressões atuam como centros

de retenção de sujeira na superfície do revestimento cerâmico. Deste modo,

superfícies de elevada rugosidade tendem a apresentar maior dificuldade à remoção

de manchas, em virtude do acúmulo de partículas nas depressões presentes na

superfície (AZEREDO, HELIO ALVES, 1987).

Por fim, a rugosidade superficial também exerce influência na resistência ao

escorregamento. Texturas extremamente lisas (de baixa rugosidade) reduzem o

Page 5: Revestimentos ceramicos escopo bsico

coeficiente de atrito superficial, em função da menor área de contato existente entre

a superfície do revestimento cerâmico e a sola dos calçados. Assim, o mecanismo

mais conhecido e utilizado para promover o aumento da resistência ao

escorregamento consiste no incremento da rugosidade superficial.

3.2.4 Absorção de água

Medida conforme porosidade da massa, tendo influencia direta na resistência

ao peso (mecânica), ao impacto, a abrasão profunda, a química e ao gelo.

Propriamente esse índice que originou a classificação dos cinco grupos

cerâmicos: poroso, semi poroso, semigres, gres e porcelanato, sendo este ultimo o

mais resistente e durável, conforme tabela 1, do Centro Ceramico do Brasil (CCB)

que segue:

Tabela 1 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos – Absorção de água -

Centro Ceramico do Brasil (CCB):

Grupo B Placas Prensadas

Absorção Tipos Aplicações

B I a Menor que 0,5% Porcelanato Paredes e pisos internos, pisos externos e fachadas *

B I b 0,5 a 3,0% Gres Paredes e pisos internos, pisos externos e fachadas *

B II a 3,0 a 6,0% Semi Gres Paredes e pisos internos e pisos externos**

B II b 6,0 a 10,0% Semi Porosa Porosa Paredes internas e pisos internos**

B III b 10,00 a 20,00% Porosa Paredes internas **

*Ambientes sujeitos a todas as temperaturas. ** Ambientes com temperaturas acima de zero grau.

3.2.5 Resistência à abrasão

Propriedade da placa cerâmica que indica a resistência a riscos e ao

desgaste da camada de esmalte, provocada pelo trafego intenso de pessoas,

objetos, equipamentos rodados e veículos. Pode ser medida através da abrasão

superficial (para placas esmaltadas) ou da abrasão profunda (para placas não

Page 6: Revestimentos ceramicos escopo bsico

esmaltadas). No caso das placas esmaltadas, a classe de abrasão é denominada

PEI. O índice PEI - Porcelain Enamel Institut faz menção ao órgão americano de

mesmo nome, que estabeleceu os critérios de classificação da cerâmica conforme a

resistência do esmalte, segundo classificação da tabela 05:

Tabela 05 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos – Resistência à abrasão – Cerâmica Portobello Brasil (CCB):

PEI Absorção Orientação para especificação

0 - Somente paredes.

1 muito leve Paredes e detalhes de pisos com pouco

uso

2 muito leve Paredes e detalhes de pisos com pouco

uso

3 leve Residencial: pisos de banheiros e dormitórios, salas e varandas com pouco uso

4 moderado

Residencial: pisos de cozinhas e salas com saída para a rua, calcadas e garagens Comercial: pisos de boutique, ambientes administrativos de empresas, escritórios, hotéis, bancos, supermercados, hospitais etc

5 intenso

Comercial: ambientes de atendimento ao publico, praças e passeios públicos, cozinhas industriais, pisos de fabricas sem trafego de veículos pesados

3.2.6 Resistência à flexão

Essa medida indica a capacidade da placa cerâmica em suportar esforços exercidos por cargas através do tráfego de pessoas, objetos, móveis, equipamentos ou veículos, que possam levar à rupturas, esmagamentos e ou quebras.

Tabela 05 – Características físicas dos revestimentos cerâmicos – Resistência à flexão – Cerâmica Portobello Brasil (CCB):

Grupo B Placas Prensadas

Resistência à flexão Nomenclatura

B I a Igual 350 kgf/cm² Porcelanato B I b Igual 300 kgf/cm² Gres B II a Igual 220 kgf/cm² Semigres

Page 7: Revestimentos ceramicos escopo bsico

B II b Igual 180 kgf/cm² Semi porosa B III b Igual 150 kgf/cm² Porosa

3.2.7 Dilatação térmica e expansão por umidade

A Dilatação térmica e expansão por umidade significa um aumento de

tamanho da placa mediante variações de calor e umidade. A dilatação térmica é um

fenômeno reversível e ocorre em locais sujeitos a aquecimento. A expansão por

umidade (EPU) também conhecida como dilatação higroscópica é um processo

irreversível e ocorre com maior intensidade em locais com alta incidência de

umidade (AZEREDO, HELIO ALVES, 1987).

Para a avaliação da expansão por umidade ocorrida e a ocorrer, são

empregadas as seguintes definições:

- Expansão por umidade ocorrida - remoção da água adsorvida (comprimento

da peça no momento da determinação, em relação ao comprimento após requeima;

- Expansão por umidade efetiva - processos que aceleram a reidratação total

do produto cerâmico, que iria ocorrer durante anos comprimento do corpo de prova

após o ensaio acelerado em relação ao comprimento após requeima.

3.2.8 Propriedades ópticas dos revestimentos cerâmicos

As propriedades ópticas da superfície de um revestimento cerâmico

constituem objeto de grande interesse para os fabricantes, dada à influência das

mesmas no aspecto visual do produto. Para os consumidores finais, muitas vezes a

estética do produto acabado assume papel mais preponderante do que as

propriedades técnicas que indicam o desempenho do mesmo quanto à solicitações

mecânicas (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003).

A rugosidade superficial afeta diretamente a reflexão da luz incidente, logo, em

função desse fenômeno óptico, o brilho e a nitidez da imagem refletida são alterados

pelas reentrâncias e saliências presentes na superfície do produto cerâmico. Desta

forma o polimento das peças, reduz abruptamente a rugosidade e gera superfícies

Page 8: Revestimentos ceramicos escopo bsico

que apresentam elevada reflexão e nitidez conferindo o brilho e a textura que são

características altamente valorizadas ao se tratar de revestimentos cerâmicos.

AMBIENTE Absorção de

água

Resistência à

abrasão

(PEI)

Resistência a

ataques

químicos

Remoção

de

manchas

Outras

carcteristicas

Paredes

externas

▪ Regiões

sujeitas a

neve: 0 a 3%

▪ Outras

regiões: 0 a

10%

Não

necessário

especificar

Elevada ou

média 4 ou 5 _____

Paredes

internas 0 a 20%

Não

necessário

especificar

Elevada ou

média 4 ou 5 _____

Paredes

residências 0 a 10%

Banheiros ≥

1*

Quartos ≥ 2*

Salas ≥ 3*

Cozinhas ≥ 3*

Quintais/

Terraços ≥ 4*

Elevada ou

média 4 ou 5

▪ Para quintais

exigir coeficiente

de atrito ≥ 0,4

Escadas e

rampas 0 a 10% 5

Elevada ou

média 4 ou 5

▪ Exigir

coeficiente de

atrito ≥ 0,4

▪ Carga ≥ 800 N

Pisos para

garagens 0 a 10% ≥4

Elevada ou

média 4 ou 5

▪ Exigir

coeficiente de

atrito ≥ 0,4

▪ Carga ≥ 800 N

Piscinas

▪ Regiões

sujeitas a

neve: 0 a 3%

▪ Outras

regiões: 0 a

20%

Não

necessário

especificar

Elevada ou

média 4 ou 5

Page 9: Revestimentos ceramicos escopo bsico

Tabela 6 – Aplicação das placas cerâmicas prensadas (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003)

4 JUNTAS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS

O objetivo fundamental do emprego das juntas sejam elas de trabalho ou

movimentação e ou as juntas estruturais no sistema de revestimento cerâmico, está

relacionado principalmente ao aumento da capacidade de absorver as deformações

sofridas dissipando-as. Deste modo, além dos requisitos funcionais de acomodações

dos movimentos, este elemento necessariamente precisa ser estanque e manter a

integridade física do revestimento, contribuindo assim para a manutenção da

estética ao longo da vida útil do edifício.

Para se garantir o espaçamento necessário, recomenda-se o uso de

espaçadores plásticos para manter a uniformidade de espessura, e o uso de linhas

de referência, para manter a horizontalidade e a verticalidade.

“O rejuntamento deve ser iniciado após 72 horas do assentamento das

placas cerâmicas para evitar o surgimento de tensões pela retração de

secagem da argamassa colante. Recomenda-se, porém, que este prazo não

seja muito excedido, pois as placas cerâmicas sem rejuntamento contam

apenas com sua própria resistência mecânica, sem o reforço de

intertravamento lateral e estão sujeitas a danos acidentais” (CAMPANTE,

EDMILSON FREITAS, 2003).

As juntas de movimentação devem ser estanques e duráveis sob agressivas

condições de exposição e compostas por materiais mais suscetíveis à degradação

que os demais materiais constituintes do próprio sistema de revestimentos.

Pisos

industriais 0 a 6% 5

Elevada ou

média 4 ou 5

▪ Exigir

coeficiente de

atrito ≥ 0,4

▪ Carga ≥ 1000 N

Pisos de

cozinha

industriais

0 a 6% 5 Elevada ou

média 4 ou 5

▪ Exigir

coeficiente de

atrito ≥ 0,4

▪ Carga ≥ 1000 N

Page 10: Revestimentos ceramicos escopo bsico

Também conhecidas como rejuntes, embora que este seja o material de

preenchimento e não as juntas em si, correspondem aos espaçamentos entre as

placas deixados durante o assentamento. As funções das juntas entre componentes

são:

- Reduzir o módulo de deformação do pano de revestimento e, desta forma,

aumentar a capacidade deste em absorver deformações vindas das variações

térmicas e higroscópicas e das deformações da base;

- Absorver as variações dimensionais entre as placas cerâmicas;

- Permitir alinhamentos precisos das placas cerâmicas, que, por terem variações

dimensionais, não podem ser assentadas “a seco” sem que percam o alinhamento.

- Permitir harmonização estética do conjunto (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS,

2003).

Figura 01 – Detalhamento do projeto de revestimento cerâmico Revista Téchne, 2003.

5 PARAMÊTROS DE PROJETOS

5.1 Características da camada de assentamento

Nos revestimentos externos a camada de preparação da base (chapisco)

deve obrigatoriamente estar presente. Já nos ambientes internos, devido às

solicitações mecânicas (aderência) inferiores esta camada pode ser omitida.

A camada de regularização (emboço) deve ter como valores mínimos de

espessura:

- 10 mm para superfícies internas;

Page 11: Revestimentos ceramicos escopo bsico

- 20 mm para superfícies externas.

A espessura da camada de fixação é definida pela geometria do verso

(tardoz) das placas cerâmicas, ou seja, quanto maiores forem as garras mais

espessa deve ser a camada de argamassa colante devendo entre 2 e 5 mm.

6 GEOMETRIA DE PAINÉIS

As dimensões dos painéis influenciam no desempenho do revestimento como

um todo devido às deformações que cada painel pode absorver. As posições das

juntas de movimentos definem as dimensões máximas que devem ser consideradas

de modo que se evite o surgimento de patologias como fissuras e destacamento.

“De acordo com a definição da geometria dos painéis é possível detalhar a

paginação do revestimento, ou seja, decidir em projeto a posição de todos

os componentes cerâmicos e as espessuras das juntas, obedecendo às

dimensões modulares das placas, criando painéis sem cortes de placas. O

uso de painéis modulares diminui desperdícios, pois evita erros ou

alterações na concepção original do revestimento” (CAMPANTE,

EDMILSON FREITAS, 2003).

Para o engenheiro UBIRCI SPINELLI LEMES DE SOUZA - Revista Equipe de Obra-

“pode-se sugerir o seguinte cálculo prático do consumo teórico de placas para

execução de 1 m² de revestimento cerâmico interno de parede”: Supondo uma peça

quadrada de 19,7 x 19,7 cm:

Número de placas por m² = 1 / (L1 + e) x (L2 + e); onde L1 e L2 correspondem às

faces da placa:

- L1 = L2 = 19,7 cm = 0,197 m;

- e = 3 mm = 0,003 m; onde e corresponde à espessura da placa

- Número de placas = 1 / (0,2 x 0,2) = 25 placas por m²”.

“As perdas médias observadas nas obras são de 10% das peças. Para cada

dez peças, uma é desperdiçada. Com um projeto bem-feito e alguns

cuidados, podem-se reduzir muito essas perdas. Por exemplo, se o

ambiente é pequeno, use peças pequenas, senão será necessário fazer

muitos cortes nas peças grandes. Também é importante usar as

ferramentas certas para cortar as peças e fazer antes um projeto de

Page 12: Revestimentos ceramicos escopo bsico

"paginação”. (ENGº UBIRCI SPINELLI LEMES DE SOUZA – Revista Equipe

de Obra).

7 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

Segundo (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003), o desenvolvimento do

projeto ceramico deve ser divido em três fases:

1. Analise preliminar: na qual se procura identificar e conhecer as

especificações dos demais elementos do edifício com os quais os

revestimentos terão interfaces.

2. Elaboração do projeto: fase em que se deve considerar a necessidade de

adotar detalhes construtivos e específicos tais como: juntas, pingadeira,

peitoril, etc.

3. Redefinição do projeto: fase em que pode ser feitas as alterações que por

ventura sejam necessárias posteriormente a execução do revestimento.

7.1 Análise preliminar

O projeto de revestimento cerâmico deve considerar as interfaces entre esses

subsistemas e os outros edifícios como estrutura, alvenaria, sistemas prediais, e as

informações necessárias devem ser obtidas através dos projetos estruturais,

arquitetônico, de instalações e de impermeabilização.

Os seguintes pontos dos projetos de alvenaria devem ser analisados:

-Locais que deverão ser revestidos com cerâmica

-Espessura das vedações verticais

-Características das fachadas, tais como dimensões, tipos, posicionamento das

aberturas existentes (janelas, portas, esquadrilhas, sacadas, etc.), presença de

ressalto estruturais, dentre outros.

-Presença de recortes e detalhes construtivos como pingadeiras, peitoris e

platibandas.

Page 13: Revestimentos ceramicos escopo bsico

-Tipos e características dos revestimentos de pisos de parede, seja de ambiente

interno ou externo.

-Dimensões e tipos dos componentes estruturais (vigas, pilares, lajes).

-Existência de juntas estruturais.

-Localização de pontos de água, das tomadas de uso geral e uso especificam

(TUG’S e TUE’S), localização do quadro de distribuição elétrico, tubulação de gás,

etc.

8 ELABORAÇÃO DO PROJETO

8.1 Definições dos detalhes construtivos Nos revestimentos cerâmicos de fachada é preciso criar elementos

arquitetônicos para afastar ou diminuir a indecência de água de chuva, reduzindo

seu efeito nocivo e, desta forma, melhor o comportamento do revestimento. Entre

estes elementos estão:

-Peitorais avançando nas janelas, com projeção mínima de 25 mm.

-Lajes com ressaltos nas fachadas, proporcionando a divisão dos painéis de

revestimentos cerâmicos e permitindo, portanto, maior capa2cidade de absorver

deformações.

-Utilização de revestimentos cerâmicos diferentes sobre os componentes estruturais,

permitindo a construção de juntas entre eles e a vedação.

-Vergas e contravergas salientes que funcionem como pingadeiras, o que permite

diminuir as dimensões dos painéis de revestimento.

Alguns destes elementos é preciso também ter cuidados com alguns pontos críticos

dos revestimentos cerâmicos (tanto os internos como os de fachada), tais como:

-Definir os arremates no topo do edifício, revestindo totalmente as platibandas.

-Prover beiras revestidos com cerâmica de sistemas de calhas para captação de

águas pluviais.

-Nas arestas vivas dos revestimentos internos, deve-se empregar cantoneiras

metálicas para acabamento e proteção.

- Nos arremates de encontros de paredes e pisos é possível executar uma junta de

movimentação.

Page 14: Revestimentos ceramicos escopo bsico

-Nos arremates junto aos pontos de água e caixas elétricas, as canoplas e os

espelhos devem esconder os cortes das placas cerâmicas.

-No encontro dos revestimentos com as esquadrias (janelas e portas), os marcos e

contramarcos, ou mesmo batentes, deve-se determinar o nivelamento da superfície

final do revestimento e as guarnições devem permitir um correto acabamento.

Figura 02 – Detalhamento do projeto de revestimento cerâmico Revista Téchne, 2003.

8.1.2 Definições dos detalhes construtivos - Revestimentos externos

Segundo (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003), nos edifícios

habitacionais e comerciais comuns não é necessária à execução de juntas de

movimentação além da junta horizontal no encontro da parede com o piso; uma vez

em que as tensões que surgem neste caso, podem ser dissipadas pelas juntas entre

componentes, pois os painéis são de dimensões reduzidas e o nível de solicitações

é baixo. A execução seria para o edifício com grandes vãos e/ou lajes muito

deformáveis; nestes caos, o projeto deve considerar o nível de deformação

alcançado. Outra exceção seria para paredes muito extensas; neste caso, devem-se

prever juntas verticais, que podem s escondidas nos encontros com as aberturas,

principalmente de portas.

Segundo (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS, 2003), no caso dos

revestimentos cerâmicos de fachada, o posicionamento das juntas de movimentação

deve considerar a amplitude das tensões que possam vir a ocorrer.

Page 15: Revestimentos ceramicos escopo bsico

“A abertura das juntas de movimentação, tanto na direção vertical como na

horizontal, deve estar entre 8 e 12 mm, sendo que ajunta deve absorver no

máximo 30% de sua espessura. Ou seja, uma junta com 10 mm de abertura

pode absorver deformações de até 3 mm”.(CAMPANTE, EDMILSON

FREITAS, 2003),

Como regra geral, as juntas horizontais devem ser executadas a cada

pavimento, o mais próximo possível do encontro dos componentes estruturais e da

alvenaria na região do encunhamento.

9 ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS

O assentamento das placas cerâmicas difere ligeiramente para revestimentos

internos e externos, porém alguns procedimentos são comuns aos dois

assentamentos:

- Umidade da base: em condições normais, o assentamento utilizando argamassa

colante não exige molhagem da base devido à propriedade de retenção de água da

argamassa, exceto em condições de insolação direta, temperaturas muito altas,

ação de ventos ou baixa umidade do ar.

- Umidade das placas cerâmicas: usando-se argamassa colante no assentamento,

“não se deve molhar as placas cerâmicas em hipótese alguma para não saturar os

seus poros e comprometer a aderência”. (CAMPANTE, EDMILSON FREITAS,

2003).

- Assentamento da placa cerâmica: a placa deve ser colocada a cerca de 2 cm da

posição final e então arrastada, e para seu acomodamento final batendo-se na sua

superfície.

- Galgamento do painel: é a marcação da posição de assentamento determinando

as distâncias horizontais e verticais das fiadas das placas em revestimentos

modulares. A sequência mais adequada para assentamento em ambientes externos

é de cima para baixo em panos contínuos sem mudança de direção, facilitando

alinhamento das juntas verticais, porém dificultando o nivelamento entre panos

ortogonais segundo figura 03:

Page 16: Revestimentos ceramicos escopo bsico

Figura 03 – Procedimento de galgamento dos revestimentos cerâmico Hélio Alves, 1979.

O tardoz das placas cerâmicas a serem assentadas deve estar limpo, isento de pó,

gorduras, ou partículas secas. A colocação das placas cerâmicas deve ser feita de

baixo para cima, uma fiada de cada vez a partir de uma régua colocada de nível

para alinhamento e galga da primeira fiada de assentamento conforme ilustra a

figura 04:

Figura 04 – Procedimento de assentamento de revestimento cerâmico Hélio Alves, 1979.

Page 17: Revestimentos ceramicos escopo bsico

Figura 05 – Procedimento de assentamento das fiadas do revestimento cerâmico Hélio Alves, 1979.

Page 18: Revestimentos ceramicos escopo bsico

10 CONCLUSÃO

Os revestimentos cerâmicos apresentam subsistemas construtivos exercendo

fundamental importância no controle da ação dos agentes agressivos tanto em

ambientes externos quanto em ambientes internos, conferindo-lhes, características

como durabilidade, estanqueidade, vedação, resistência mecânica entre outras

características funcionais que não seriam possibilitadas na ausência deste tipo de

revestimento. Observamos a necessidade de se estabelecer um projeto de

execução, modulação e paginação no processo de assentamento das placas

cerâmicas, garantindo o controle de execução acerca dos alinhamentos e

posicionamento das juntas entre os componentes de trabalho, planicidade e

alinhamento das peças.

Page 19: Revestimentos ceramicos escopo bsico

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NBR 13.818 - PLACAS CERAMICAS PARA REVESTIMENTO – ESPECIFICAÇÃO E MÉTODOS DE ENSAIO. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) – NBR 13817-

PLACAS CERÂMICAS PARA REVESTIMENTOS. Rio de Janeiro, 1997.

CAMPANTE, E.F Projeto e execução de revestimento cerâmico. São Paulo, 2003.

BAÍA, L.L. M Projeto e execução de revestimento cerâmico. São Paulo, 2003.

HÉLIO, A. A O edifício e seu acabamento. São Paulo, 1987.

IPT Manual de execução – Parede de vedação em blocos cerâmicos. São Paulo, 1988

SABATTINI, F.H Projeto e execução de revestimento. Disponível em: http://pcc2436.pcc.usp.br/Textost%C3%A9cnicos/revestimentos%20cer%C3%A2micos/apostila%20revestimentos%20cer%C3%A2micos.PDF. Acesso em 17 de março 2012.

UFU UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA. Disponível em:

http://www.feciv.ufu.br/disciplinas/TCC2/revestimentoceramico.pdf. Acesso em 15 de março de 2012.

CENTRO CERÂMICO DO BRASIL - CCB. Disponível em: http://www.ccb.org.br/. Acesso em: 8 de março de 2012.

REVISTA EQUIPE DE OBRA – Revestimentos cerâmicos técnicas de assentamento. Disponível em: http://www.equipedeobra.com.br. Acesso em: 15 de março de 2012.

REVISTA TECHINE – Revestimentos por placas cerâmicas. Disponível em: http://www.revistatechne. revestimentos%20cer%C3%A2micos/apostila%20. Acesso em: 08 de março de 2012.

Page 20: Revestimentos ceramicos escopo bsico

UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

REVESTIMENTOS CERÂMICOS PARA PISOS E AZULEJOS – ESPECIFICAÇÃO

E CLASSIFICAÇÃO

PROFº DRº. MARCELO COSTELLA

ACADÊMICOS: EZEQUIEL DE VILLA, FELIPE FOREST E RICARDO LEIDENS.

CONSTRUÇÃO CIVIL II

Chapecó

2012

Page 21: Revestimentos ceramicos escopo bsico

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

2 REVESTIMENTOS CERÂMICOS ............................................................................ 2

2.1 Definições dos Revestimentos Cerâmicos ......................................................... 2

2.1.2 Classificação das Placas Cerâmicas ........................................................... 2

3 CONFORMAÇÃO E PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS CERAMICOS ..... 3

3.1 Conformações dos Revestimentos Cerâmicos .................................................. 3

3.2 PROPRIEDADES DOS REVESTIMENTOS CERAMICOS ................................ 4

3.2.3 Rugosidade .................................................................................................. 4

3.2.4 Absorção de água ........................................................................................ 5

3.2.5 Resistência à abrasão ................................................................................. 5

3.2.6 Resistência à flexão ..................................................................................... 6

3.2.7 Dilatação térmica e expansão por umidade ................................................. 7

3.2.8 Propriedades ópticas dos revestimentos cerâmicos .................................... 7

4 JUNTAS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ....................................................... 9

5 PARAMÊTROS DE PROJETOS ............................................................................ 10

5.1 Características da camada de assentamento .................................................. 10

6 GEOMETRIA DE PAINÉIS ..................................................................................... 11

7 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ................................................................... 12

7.1 Análise preliminar ................................................................................................ 12

8 ELABORAÇÃO DO PROJETO .............................................................................. 13

8.1 Definições dos detalhes construtivos ............................................................... 13

8.1.2 Definições dos detalhes construtivos - Revestimentos externos ............... 14

9 ASSENTAMENTO DAS PLACAS CERÂMICAS .................................................... 15

10 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 18

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 19