Download - Classicismo Resumo.pdf
IFNMG - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de Minas Gerais /Campus AlmenaraCursos Técnicos em Informática e em Agropecuária Integrados ao Ensino Médio. Disciplina: Português - Literatura / 4º Bimestre
ClassicismoValorização das ações humanas. Retomada de modelos da Antiguidade Clássica. Renascimento.
01) Análise de pintura de Ticiano, Baco e Ariadne, 1523 – 1524, detalhe. Óleo sobre tela. 170 X 190 cm.
a.Que elementos remetem ao universo da mitologia greco-latina?b.O quadro de Ticiano pode ser associado à Arte Medieval? Por quê?c.Que figura encontra-se no centro da tela? O que a posição central que essa figura ocupa sugere a seu respeito?2) O projeto literário do Classicismo“É hora de o ser humano orgulhar-se de suas conquistas e buscar a felicidade terrena. (...)
3) Contexto de produção • O aparecimento da burguesia e o enriquecimento das cidades favorece a produção literária. • A aquisição da cultura e o financiamento de jovens artistas (mecenato): a burguesia queria ser aceita pela
nobreza. • Revolução: Invenção da prensa de pinos móveis por Gutenberg (1450?).
4) O público do Classicismo
• Burguesia: sangue novo.
Literatura do Classicismo
Gregos e Romanos
Razão e não fé.
Antropocentrismo
Esforço individual
Nobreza Clero
Burguesia
• Nas Universidades, há mais filhos de burgueses do que filhos de nobres. • O que ocupava as Universidades: leituras de Platão, Aristóteles, Ésquilo, Eurípedes, Cícero, Homero e
Horácio. 5) Perspectiva renascentista
• Conhecer a natureza do homem. • Para representar o homem artisticamente era necessário conhecer com exatidão a natureza do corpo
humano. • Harmonia, proporcionalidade, simetria.
6) Características• Idealização do amor. Neoplatonismo.• Paganismo. • Racionalidade. • Influência greco-latina.• Antropocentrismo• Gosto pelo soneto. Imitação dos antigos. • Equilíbrio formal.
7) Camões: cantor de uma época e de um povo. 1. O homem. • Nasceu em 1525 (?), em Coimbra ou Lisboa.• Aulas de Latim, filosofia e Letras em um mosteiro de Coimbra.• Boêmio e galanteador na Lisboa do século XVI. • No Norte da África, em combate com os mouros, perde um dos olhos.• Por ferir um jovem, em uma briga, vai preso.• Por ser um encrenqueiro, é mandado para as Índias . E, na China, ...• Segundo a lenda, escreveu os primeiros versos de Os Lusíadas dentro de uma caverna, em Macau. • A mesma lenda diz que, num naufrágio no Rio Mecon, consegue salvar os manuscritos de sua epopeia da destruição.• Porém, no naufrágio, morre Dinamene, sua amada. • Fraco, pobre e doente, volta a Portugal, onde passa a pedir esmolas, ....• Termina sua epopeia e a apresenta ao rei Dom Sebastião, ...• ... de quem recebe um mísero salário.• Vive os seus últimos dias na miséria.• Morrendo em 10/06/1580, é enterrado em cova rasa, na igreja de um convento.• Mas, a obra de um gênio nunca morre. Prova disso é que sua mensagem chegou até os nossos dias.
8) A obra.• Poesia épica: Os Lusíadas.• Dividido em 10 cantos, num total de 1102 estrofes e 8816 versos. • Cada um dos versos contém 10 sílabas métricas.
As/ar/mas/e os/Ba/rões/as/si/na/la*/ - dos Que/daO/ci/den/tal/prai/a/Lu/si/ta*/ - na Por/ma/res/nun/ca/dean/tes/na/ve/ga*/ - dos Pas/sa/rama/in/daa/lém/da/Ta/pro/ba*/ - na,
• Herói: Vasco da Gama.• Tema: cantar as glórias do povo português e a memória dos reis que ampliaram o império luso e propagaram o cristianismo.• Os Lusíadas
Canto I: Proposição: apresentação do tema e do herói. Invocação: pede às Tágides (ninfas do rio Tejo) que o inspirem.Dedicatória: dedica o livro ao rei D. Sebastião.
Cantos I ao X: Narrativa: relata os episódios da viagem de Vasco da Gama e faz um reconstituição histórica dos reis portugueses até então.
Canto X: Epílogo: o poeta pede às musas (Tágides) que parem de lhe dar inspiração, pois encontra-se desiludido com sua pátria e entende que Portugal
Esquema melódico (rimas) de Os Lusíadas
não merece mais elogios.• Poesia lírica: Sonetos camonianos: domínio absoluto da medida nova.
TemasO desconcerto do mundo. Realidade X Observação = Falta de lógica.Inconstâncias e incertezas da vida. Mundo dinâmico = Lei natural. O sofrimento amoroso. Neoplatonismo = Mulher inacessível e idealizada.
Sonetos de Camões para análise
Ticiano. Amor sagrado e amor profano. 1514. Óleo sobre tela, 118 x 279 cm.I
Correm turvas as águas deste rio, que as do Céu e as do monte as enturbaram; os campos florescidos se secaram, intratável se fez o vale, e frio.
Passou o Verão, passou o ardente Estio, umas cousas por outras se trocaram; os fementidos Fados já deixaram do mundo o regimento, ou desvario.
Tem o tempo sua ordem já sabida; o mundo, não; mas anda tão confuso, que parece que dele Deus se esquece.
Casos, opiniões, natura e uso fazem que nos pareça desta vida que não há nela mais que o que parece.
II
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o Mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades, diferentes em tudo da esperança; do mal ficam as mágoas na lembrança, e do bem (se algum houve), as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto foi de neve fria, e, enfim, converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia, outra mudança faz de mor espanto, que não se muda já como soía. (costumava)
III
Transforma-se o amador na coisa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho logo mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, Pois consigo tal alma está ligada.
Mas esta linda e pura semideia, Que, como o acidente em seu sujeito, Assim como a alma minha se conforma,
Está no pensamento como ideia; O vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples busca a forma
IV
Quem vê, Senhora, claro e manifestoO lindo ser de vossos olhos belos,Se não perder de vista só em vê-los,Já não paga o que deve a vosso gesto.
Este me parecia preço honesto;Mas eu, por de vantagem merecê-los,Dei mais a vida e alma por querê-los,
Donde já não me fica mais de resto.
Assim que a vida e alma e esperança,E tudo quanto tenho, tudo é vosso,E o proveito disso eu só o levo.
Porque é tamanha bem-aventurançaO dar-vos quanto tenho e quanto posso,Que, quanto mais vos pago, mais vos devo.
Ao desconcerto do mundo(Luiz Vás de Camões e Euler Ferreira)Os bons vi sempre passarNo Mundo graves tormentos;E para mais me espantar,Os maus vi sempre nadarEm mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assimO bem tão mal ordenado,Fui mau, mas fui castigado.Assim que, só pera mim,Anda o Mundo concertado.