Download - Cartas a João Sem Medo e outros escritos
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CARTAS A JOÃO SEM MEDO E OUTROS
ESCRITOS
(Textos escritos pelos alunos do 7ºF a partir da obra de José Gomes
Ferreira)
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A descoberta de João Sem Medo
Num dia de sol, João Sem Medo estava sozinho em casa. À tarde, como não lhe
apetecia estar em casa sem fazer nada, decidiu convidar o seu vizinho para irem
descobrir algo, aventurar-se no desconhecimento.
- Olá Tomás, vamos explorar uma terra vizinha? – Perguntou João.
- Qual terra vizinha? – Perguntou Tomás, interessado em saber onde iriam.
- Montemor-o-Velho. Dizem que tem sítios onde nós podemos divertir-nos e
também descobrirmos algo que ainda ninguém sabe que existe.
- Vamos João, parece-me que vai ser o máximo!
E meteram-se a caminho. Como não podiam perder tempo, pegaram nas
bicicletas e observaram o mapa e seguiram por uma estrada no meio de um pinhal.
- Olha Tomás, acho que vamos pelo caminho certo.
Depois de alcançarem a placa que os informava de que já estavam no interior
de Montemor-o-Velho, viram um sítio iluminado pelo sol no meio de muitas árvores.
- Olha ali, João!
- Olha para aquilo! Vamos lá ver o que é!
Lá se desviaram do caminho e foram ao encontro de um reino todo iluminado,
cercado por sobreiros, eucaliptos, pinheiros, etc.
- Uau, que espetáculo! – Exclamou o Tomás.
- Ó Tomás, o que é que nós acabámos de descobrir!?
Eles estavam a ver um reino onde tudo era radical. As pessoas tinham os braços
no lugar das pernas, e as pernas o lugar dos braços. Tinham parapentes colados aos
braços, os pés eram patins em linha e o cabelo era rapado, com piercings coloridos.
Isto nos homens... As mulheres tinham parafusos pregados uns aos outros. Eles tinham
menos de um metro de altura. As casas eram triangulares com o telhado quadrado
outras eram circulares. O solo eram pintarolas coloridas, o mar era de cerveja. Neste
reino, todos se riam às gargalhadas.
- Altamente, olha só em volta! - Exclamou João.
- Que espetáculo, adorava viver aqui! -Disse Tomás.
- É tão radical. Temos de vir aqui mais vezes e com tempo! – Disse João.
- Vá, já são horas de irmos embora, já está a anoitecer.
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Muito encantados com a descoberta, foram-se embora.
No dia seguinte, quando chegaram à escola contaram a sua aventura aos seus
amigos e, todos empolgados por também poderem visitar esse reino, combinaram
uma ida ao novo reino.
Adriana
***
João Sem Medo e a Atlântida
Novamente, farto de Chora-Que-Logo-Bebes, João Sem Medo decide ir para
Montemor-o-Velho. Prepara tudo e parte para a sua nova aventura.
Quando chega a Montemor, a única coisa que encontra é um edifício onde
decide entrar. O edifício era grande e João fica surpreendido quando vê que
Montemor estava dentro dele! As pessoas moravam em casas feitas de legos gigantes,
os carros eram a pedais e as estradas eram “impressas” no chão. João Sem Medo
dirige-se a uma pessoa e pergunta:
- Desculpe, podia dizer-me onde é a pizzaria?
- Claro.- responde a pessoa – Mas o senhor é novo em Montemor, não é? É que
não me lembro de o ver.
- É normal, eu não sou de cá.- comentou João Sem Medo.
- É melhor arranjar um guia.- sugeriu o interlocutor - As pessoas novas têm
dificuldades em perceber como é que a vila funciona.
Foi o que João Sem Medo fez. Procurou alguém que o ajudasse e encontrou
uma menina que aceitou fazer de guia.
A menina ensinou-lhe tudo o que ele precisava de saber: foram fazer um cartão
de visitante, tirou a carta de condução e abriu uma conta no banco. Ele quase que se
sentia um habitante de Montemor.
A certa altura, a vila é atacada por um grupo de mini-soldados verdes. As
pessoas, cheias de medo, esconderam-se nas suas casas.
João Sem Medo, indignado, pergunta-lhes o que querem e eles respondem:
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- Somos os sobreviventes de Atlântida. Os montemorenses enterraram a nossa
aldeia e vão pagar caro.
- Tenham calma.- disse João Sem Medo- Eu ajudo-vos.
- Está bem.- concordaram os soldados- Mas temos de enfrentar grandes
perigos.
- Tais como?- inquiriu João Sem Medo.
- Temos de enfrentar o ogre Kula, o guardião da porta.
- Estamos à espera de quê? Vamos!- incentivou João Sem Medo.
João Sem Medo e os soldados andaram vários quilómetros até chegarem à casa
do ogre Kula. João Sem Medo entrou na casa e encontrou o ogre a chorar.
- O que é que queres?- perguntou o ogre, por entre o choro.
- Quero passar o portão com os meus amigos.- respondeu João.
- Não podem. Só podem passar se fizerem com que eu páre de chorar.
João Sem Medo olha em volta. Vê tudo o que um ogre precisa, mas faltava
alguma coisa… os amigos.
- Eu sei porque choras.- afirmou João Sem Medo - Estás a chorar porque não
tens amigos e estás sozinho.
- O que é que eu faço para ter amigos?- pergunta o ogre.
- Já tentaste ser simpático para as outras pessoas?- sugeriu João.
- Não.- respondeu o ogre - Tu ajudaste-me, por isso, eu vou-vos deixar passar.
Mas têm de me vir visitar todas as semanas.
- Está combinado.- concordou João Sem Medo.
O ogre deixou-os passar e João Sem Medo, com os soldados, chegou a
Atlântida.
- Atlântida está de pé. É um milagre!- dizem os soldados em coro.
- Mas como?- perguntou João Sem Medo.
- Fui eu. Eu… gosto de escavar e descobrir coisas- respondeu o ogre,
envergonhado.
João Sem Medo abandonou Atlântida e Montemor, e regressou a Chora-Que-
Logo-Bebes, onde estava a sua mãe à espera.
Ana Beatriz
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***
A terra de pixéis
João Sem Medo estava em casa, a comer o bacalhau da sua mãe, quando
decidiu ir dar uma volta. Lembrou-se da emoção das suas aventuras e tomou a decisão
de saltar o muro mais uma vez, desta vez sem se afastar muito da aldeia.
Foi à casa do homem sem cabeça e perguntou-lhe se havia algum sítio onde ele
se pudesse aventurar sem se afastar muito do muro. O homem, em vez de lhe dizer
para cortar a cabeça, foi sensato e falou-lhe de uma terra que era difícil de alcançar.
João não se intimidou e perguntou-lhe onde era essa terra. O homem
respondeu-lhe que, para lá chegar, tinha de entrar na sua televisão avariada, e ele
assim fez. João entrou no aparelho e, ao abrir os seus olhos, apenas conseguiu ver
coisas feitas de pixéis. Até o seu corpo era feito de pixéis!
Caminhou até encontrar uma cidade cheia de pessoas pixéis. Perguntou-lhes
que sítio era aquele e eles responderam-lhe que era a terra de pixéis. Curioso, João
perguntou porque é que tudo era feito de pixéis. O sábio da cidade explicou-lhe que
era por causa de uma caixa cúbica, chamada Piscora, que tinha sido aberta e lançado
esses pixéis pelo mundo. Acrescentou que, para destruírem os pixéis, alguém tinha de
tapar a caixa e atirá-la para um vulcão, o que não era nada fácil, pois essa caixa era
protegida por um dragão que controlava os quatro elementos, o Fogo, a Água, o Vento
e a Terra.
João Sem Medo foi à procura da caixa. Andou durante dias, comendo o que
encontrava, sem dormir ou descansar.
Passado mais alguns dias, encontrou formigas azuis a sair de uma ponte, que se
conectava com a Antártica, e seguiu o seu rasto.
Passando a ponte, viu animais violentos com marcas azuis no seu corpo, como
se estivessem infetados.
Depois de passar a ponte, João Sem Medo olhou em frente e viu uns pixéis
azuis a ir do céu para um cubo. Era a caixa de Piscora!
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Ao aproximar-se dela, viu um lagarto com quatro cores. Mas mesmo assim
continuou. Tocou na tampa da caixa e ouviu um rugido. Olhou para trás e viu o lagarto
ganhar asas e espinhos. Era o dragão!
João ficou paralisado com o seu olhar e começou a procurar uma arma de fogo,
como uma tocha. Encontrou uma ao pé da caixa. Pegou na tocha e esperou que o
dragão abrisse a boca. O dragão abriu-a, mas foi para atirar água e vento. O João
estava sempre a desviar-se, até que o dragão abriu a boca para rugir e ele conseguiu
atirar-lhe a tocha para dentro da boca.
De seguida, o dragão explodiu, porque não
podia comer nada exceto os pixéis de outros
animais. João pegou na caixa, tapou-a e voltou
para a terra de pixéis.
Aí, perguntou aos habitantes pelo vulcão e
eles apontaram para uma poça de lava. João atirou
a caixa para lá e ela sugou todos os pixéis consigo.
De seguida, João brilhou e voltou para a sua
terra.
A partir dai, ele começou a brincar com toda a gente, transmitindo-lhes a sua
alegria e fazendo-os sorrir. Viveu o resto da sua vida passando por uma aventura cada
seis meses, para nunca perder a sua boa disposição.
Daniel
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Maria Choraminga
Passado dois dias após a chegada de João a Chora-Que-Logo-Bebes, toda a
gente quis vir fazer imensas perguntas ao humilde rapaz, para conhecer as aventuras
fantásticas de João Sem Medo e o que havia para além do muro.
Durante várias horas, João contou a sua aventura. Uma menina começou a
conversas com ele:
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- Olá, gostaria de saber se durante esta longa viagem tiveste alguma vez medo.
- Olá, por incrível que pareça, sim tive. Já agora como te chamas?
- Sou a Maria Francisca, mas sou mais conhecida como Maria Choraminga.
- Porque te chamam assim?
- Porque, quando estou contente, começo a chorar !!!
- Que engraçado… Agora tenho que ir embora almoçar.
- Até amanhã.
Acabada esta conversa, João Sem Medo foi para casa comer o bacalhau típico
da sua mãe.
No dia seguinte, reparou que a Maria Choraminga estava a saltar à corda. Foi
ter com ela e começaram a conversar.
- Boa tarde, quero que me expliques melhor o porquê de chorares quando
estás feliz.
- Quando eu era pequenina, a minha mãe morreu e deixou-me com a minha
ama. Como eu era muito bonita, havia uma bruxa que queria ficar comigo. Certa noite,
quando estava a dormir, essa bruxa tentou raptar-me. Eu tanto gritei que acordei a
minha ama. Quando ela me viu nos braços de outra mulher a saltar pela janela, tentou
detê-la mas não conseguiu. A bruxa levou-me para a sua casa. Passado uns anos, a
minha ama conseguiu encontrar-me nessa casa. Quando a bruxa voltou do passeio, viu
que eu tinha desaparecido. Então, lançou-me um feitiço para que eu chorasse quando
estivesse feliz e risse quando estivesse triste.
- E viste mais alguma vez a bruxa? – Interrogou-se o João Sem Medo.
- Sim, ela mora a uns cinco quilómetros daqui.
- A tua ama alguma vez conseguiu anular o feitiço?
- Não, já fomos a muitas bruxas, mas nenhuma conseguiu. Já tentamos falar
com a bruxa, mas ela só diz que me anula o feitiço se um rapaz lhe massajar os pés, as
costas e lhe fizer um banho como os do spa.
- Então olha, se eu lá for massajar e tudo o resto, ela desfaz-te o feitiço?
- Fazias isso por mim?
- Claro, és uma rapariga muito bonita e simpática !!!
Assim foi. Às 15:30h foram os dois amigos à bruxa. Bateram à porta duas vezes.
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Uma mulher cheia de rugas, olheiras e com uma verruga no nariz foi abrir a
porta. A mulher disse:
- O que é que vocês querem? Estava agora a cortar as unhas.
- Queríamos que desfizesse o feitiço desta rapariga. – Respondeu o João.
- Então pensam que é chegar aqui, pedir para anular o feitiço e já esta? Nã nã!
Tu, mocinho, tens que me fazer algumas tarefas: massajar os pés e as costas, limpar a
minha sanita, fazer-me um bolo com patas de morcego e línguas de rãs e dar-me
banho, porque eu não consigo esfregar as costas.
- Mas posso dar-lhe banho com uma venda nos olhos? É que eu não quero ver
coisas tristes!!
- Está bem, desde que me deixes as coisas limpinhas...
- Assim será. Mas tem mesmo que anular o feitiço.
Nessa tarde, João Sem Medo fez um bolo, deu-lhe banho e massajou-lhe os pés
e as costas. Realizou todas as tarefas. Depois, chamou a bruxa para desfazer o feitiço.
A bruxa, como já estava satisfeita com o seu trabalho, lá desfez o feitiço. Maria parou
de chorar e abraçou logo o João Sem Medo! Depois, agradeceu à bruxa por ser tão
simpática.
Ao fim desta tarde, Maria foi até casa contar à sua ama que já se tinha libertado
do feitiço.
João Sem Medo ficou orgulhoso de si mesmo por ter ajudado uma amiga
especial. E, assim, havia menos uma pessoa choraminga naquela cidade de Chora-Que-
Logo-Bebes! Aos poucos foram desaparecendo as pessoas choramingas, pois iam à
bruxa, faziam uma tarefa e ela punha-as risonhas !!!
Joana Rita
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A nova aventura de João Sem Medo
João Sem Medo, já rico, partiu para o desconhecido à procura de uma nova
aventura.
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Chegou a uma terra chamada Shambala, uma terra de feiticeiros. Procurou uma
pessoa para o ajudar e encontrou um rapaz chamado Skelzor, um feiticeiro profissional
que o ajudou a tornar-se feiticeiro. Primeiro, foram comprar roupa. Depois, foram
comprar uma varinha e, por fim, compraram uma vassoura.
O Skelzor ensinou-o a alcançar o Nível Um: a lançar feitiços, a voar e a fazer
poções. Assim, João Sem Medo tornou-se aprendiz de feiticeiro.
No ano seguinte, subiu de nível tornando-se Feiticeiro Novato. E assim
sucessivamente até passarem dez anos. Nessa altura, ele já era Feiticeiro Profissional.
Mas João Sem Medo queria ser mestre e, para isso, tinha que matar três
dragões e um urso gigante. Ele passou a prova tornando-se Mestre Feiticeiro e até
conseguiu montar o mais perigoso dragão de todos, o Chama, que conseguia envolver
o seu corpo em chamas.
João Sem Medo gostou tanto da terra que passou a viver em Shambala para
sempre, tornando-se o seu líder.
Luís
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A aventura de João Sem Medo em
Montemor-o-Velho
João Sem Medo andava a visitar o mundo. Passou por França, Inglaterra,
Espanha e Itália. Quando chegou a vez de visitar Portugal, decidiu ir a Montemor-o-
Velho. O nosso herói não sabia o que o esperava!
A primeira coisa que João Sem Medo avistou foi o castelo, que se chamava
Uncharted. Quando ele entrou no castelo, viu um terraço enorme desabitado.
Atravessou uma porta e encontrou o Zuric, o dragão triste. João Sem Medo levou-o
por fora do castelo sem ninguém dar conta e foi dar uma volta com ele pelas
redondezas.
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A certa altura, avistou uma pista de carros. João não sabia o que era um carro.
Desceu das asas de Zuric e dirigiu-se a um senhor, pedindo-lhe para fazer uma corrida
num dos carros.
Assim foi. João entrou no carro, mas não sabia como funcionava. O senhor foi
ao pé dele e perguntou-lhe se precisava de ajuda. João Sem Medo rejeitou a proposta
e saiu do carro.
Pegou no dragão e foi dar outra volta. A certa altura, avistou uma senhora loira, de
cabelos encaracolados e de olhos azuis. João Sem Medo tornou a descer e perguntou à
senhora se queria a dar uma volta no Zuric.
Foi amor à primeira vista! João Sem Medo e Maria, que era assim que se
chamava a senhora, casaram e viveram felizes para sempre.
Miguel Ângelo Silva Caldeira
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As duas arcas do castelo
de Montemor-o-Velho
João Sem Medo decidiu ir visitar a famosa vila de Montemor-o-Velho. Quando
chegou, ouviu muita gente a falar sobre a Lenda das Duas Arcas assombradas. Curioso,
pesquisou informação sobre o que continham. Ficou a saber uma tinha ouro e a outra
uma peste devastadora.
O nosso herói ficou com medo, mas pensou que, se conseguia gerir a fábrica de
lenços, também conseguiria ir ver as duas arcas misteriosas.
Assim foi. Chegou ao castelo e correu tudo o que era canto, mas não encontrou
nada, nem uma pista que o pudesse ajudar a encontrar as arcas. Decidiu sentar-se um
pouco, para pensar.
Quando João Sem Medo se sentou, olhou para a vila e reparou que as casas
formavam um mapa. Copiou-o e verificou que, quando ele o escrevia no seu caderno
especial, aparecia representada uma floresta branca.
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De repente, sai uma menina do caderno que lhe disse:
- Olá, eu sou a dona deste caderno. Como já morri, deixei-o a um menino que
não tivesse medo de nada como tu!
- Obrigado pelo elogio, mas porque apareceste?
- Para te ajudar a encontrar as duas arcas.
- Se fizeres esse favor, agradecia.
- Então, vamos meter mãos à obra.
E lá foram eles, seguindo as indicações do mapa. A certa altura, viram uma
porta com mais de 25 m. A dona do caderno perguntou:
- Como é que vamos atravessar aquela porta com mais de 25 m?
- Teremos de arranjar uma maneira.
Pensaram, pensaram, mas não se lembraram de nada.
Então, João Sem Medo lembrou-se de pedir ajuda a todas as pessoas que
conheciam para chorarem para que a que a porta caísse com o poder das
lágrimas.Com o efeito de tanta choraminguice, a porta acabou por cair.
Quando a porta caiu, João Sem Medo reparou que lá dentro se encontrava um
ogre, que estava a dormir. Muito lentamente e sem fazer barulho, conseguiram passar
pelo sonolento monstro.
A seguir, viram uma gruta toda iluminada. Foram ver o que tinha e
encontraram as arcas. João Sem Medo perguntou:
- Olha, e agora? Qual das duas arcas vamos abrir?
- Abrimos a primeira arca- disse a dona do caderno.
João sem Medo abriu e deparou-se com a peste que lhe disse:
- Vais ser assombrado para a vida toda!
- Tu sabes quem eu sou?
- Não.
- Sou o João Sem Medo.
- O temido João Sem Medo? Por favor, não me faças nada de mal!
- Só se tu não me amaldiçoares?
- Com certeza!
Subitamente, a arca fechou-se e ele abriu a outra, que tinha o tesouro. João
Sem Medo pensou em levar a arca, mas depois percebeu que nãoconseguiria.
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Quando soube da gruta, a dona do caderno disse-lhe:
- Obrigada pela aventura, mas tenho de voltar para o meu mundo.
- Adeus, obrigado por me ajudares!
Para espanto de João Sem Medo, tudo o que ele tinha escrito no caderno tinha
sido apagado. Depois, foi ver se as casas ainda formavam o desenho desaparecido. O
mapa também se tinha apagado do caderno como por magia...
João Sem Medo pensou:
- Como eu descobri o segredo, o ogre deve ter destruído todas as minhas pistas
para que mais ninguém descubra as arcas.
Como as pessoas choravam muito por causa das duas arcas, decidiu construir
outra fábrica de lenços. Ficou super rico e escreveu um livro sobre as duas arcas de
Montemor-o-Velho.
Tatiana
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Montemor-o-Velho, 19-março 2012
Querido amigo João
Adorei ter viajado contigo por todos aqueles lugares mirabolantes e conhecer
todas aquelas pessoas fora do normal. Apesar de todos os perigos, adorei.
Um dia destes, podias vir visitar-me a Montemor-o-Velho, que é um lugar
extraordinário. Tem um castelo cheio de lendas como a Lenda das Duas Arcas, uma
cheia de ouro e outra repleta da peste. Estas arcas estão colocadas em frente do
castelo. Também podíamos ir visitar outros lugares, porque Montemor é muito rico em
cultura, rodeado por campos verdes. É a capital do arroz.
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Por esta altura do ano, há o Festival do Arroz e da Lampreia e, se tivermos
tempo, poderíamos dar lá um saltinho.
Visitaríamos o parque, as piscinas e ficaríamos a conhecer a turma do 7ºF, a
turma mais animada do Mundo, constituída por excelentes pessoas. Por isso, também
a devemos visitar, para passar um dia bem animado.
Também temos de passar pelas igrejas, pois já são bastante antigas.
Não te preocupes... os montemorenses não estão sempre a chorar.
E é claro não poderíamos deixar de ir à praia e de darmos um mergulho. Vai ser
um dia em cheio!
Para se tornar ainda melhor, vou apresentar-te a todos os meus amigos, que
são bastantes divertidos.
Até breve. Espero que me venhas visitar para passarmos um dia bem divertido,
com muita alegria e animação.
Se cá puderes vir, avisa. Eu vou aguardar a tua visita. Até sempre
A tua amiga
Alice
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Montemor-o-Velho, 19 de Março de 2012
Olá João Sem Medo, como estás?
Eu chamo-me Mariana e queria saber se tu gostarias de vir a Montemor-O-
Velho ter mais aventuras. Montemor tem muitas lendas. Uma delas é a das Duas
Arcas, a do Bem e a do Mal, que se encontram algures no castelo. Queres descobri-las
e experimentar abri-las? Se abrires a do Bem haverá riqueza mas se, por azar, abrires a
do Mal, haverá uma praga devastadora.
Se tiveres com medo e não quiseres arriscar, poderás sempre visitar o castelo,
pesquisar e descobrir mais lendas interessantes para te aventurares à grande.
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Para além do castelo, terias a oportunidade de conhecer a Câmara Municipal e
outros sítios. Até podias explorar Montemor, descobrir lugares desconhecidos e
passagens secretas, especialmente no castelo.
Podes também ir ver os lagos e os rios, e ires à pesca, ver se consegues apanhar
uns peixes bem grandes.
E que tal saboreares a gostosa comida local? Temos um bacalhau com batatas a
murro que é uma especialidade, para já não falar da doçaria conventual. Para te abrir o
apetite, envio-te uma foto ilustrativa.
Bom, não sei mais o que te dizer. Tenta vir. Até podes encontrar outros motivos
de interesse que eu não mencionei.
Espero que venhas e te divirtas muito.
Adeus
Mariana