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Esta expressão designa o conjunto de escritos e mensagens, cartas, encíclicas, exortações, pronunciamentos, declarações que compõem o pensamento do Magistério católico a respeito da chamada “questão social”.

 O que é Doutrina O que é Doutrina Social da IgrejaSocial da Igreja??

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Os principais documentos da Doutrina Social da Igreja são as “Encíclicas Sociais” dos Papas, desde Leão XIII, em 1891. Mas temos também um documento do Concílio Vaticano II e um texto do Sínodo dos Bispos, de 1971.

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Fundamentos ou fontes da Doutrina Fundamentos ou fontes da Doutrina Social da IgrejaSocial da Igreja

a)   Clamor dos oprimidosb)   Palavra de Deus que ilumina a realidadec)    Sabedoria do magistério da Igrejad)    Prática de cristãos e comunidades = surgem soluções criativas e novas organizaçõese)    A produção teológicaf)     A contribuição da ciênciag)    A abertura á riqueza inesgotável de pessoas, culturas e povos distintosh)    Uma mística ou espiritualidade eu, diante das tensões e conflitos possa ser ao mesmo tempo encarnada, libertadora ou inculturada

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A Igreja constrói uma doutrina social,

isto é

“um conjunto de princípios de reflexão, critérios de julgamento e diretrizes de ação” (AO, n. 4) no campo das questões políticas e socioeconômicas.

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História/evoluçãoPodemos distinguir duas grandes etapas na formulação da DSI: a primeira, o período de Leão XIII até o Vaticano II; e a segunda etapa, depois do Concílio até hoje.

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1ª etapa - De Leão XIII ao 1ª etapa - De Leão XIII ao Concílio Vaticano IIConcílio Vaticano II

•Rerum Novarum (Leão XIII, 1891), “sobre a condição dos operários”. Ela defende o direito dos operários de ter acesso à propriedade, como fruto de um trabalho remunerado com justiça, e de se associarem em sindicatos; mostra as obrigações e limites da intervenção do Estado.

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•Quadragésimo Anno (Pio XI, 1931) (Em comemoração aos quarenta anos da RN)

Critica tanto o capitalismo com o comunismo e discute a questão do justo salário e de uma reta ordem política. Formulou o princípio da subsidiariedade.

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 Mater et Magistra (João XXIII, 1961)(Em comemoração aos setenta anos da RN)“sobre a recente evolução da questão social à luz da doutrina cristã”, usa o método ver-julgar e agir; afirma a função social da propriedade e advoga uma política de apoio à agricultura familiar e ao cooperativismo; define o bem comum como o “conjunto de condições que permitem e favorecem nos seres humanos o desenvolvimento integral da personalidade” (n. 62); expõe as exigências da justiça nas relações entre setores produtivos e no campo da cooperação entre nações.

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apresenta duas questões centrais: a brecha entre ricos e pobres e as ameaças à paz mundial.

• Pacem in Terris (João XXIII, 1963), sobre “A paz dos Povos”

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O Concílio Vaticano II marca o fim de uma era e o começo de outra.A Gaudium et Spes (GS), Constituição Pastoral “sobre a Igreja no mundo de hoje”, constitui a grande referência para uma nova visão de Igreja.

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Ensinamentos sociais de Paulo VI, em três encíclicas:- A Populorum Progressio (1967), - Octogesima Adveniens (1971), Paulo VI (Exortação Apostólica em comemoração aos oitenta anos da RN. Paulo VI)- Evangelii Nutiandi (1975),

2ª etapa - Depois do Vaticano II

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1. Laborem Exercens (1981), (Em comemoração aos noventa anos da RN. João Paulo II) sobre o trabalho humano que vê o trabalho como a chave essencial de compreensão da questão social e proclama como exigência central de uma sociedade justa a prioridade do trabalho sobre o capital 2. Solicitude Rei Socialis (1987), (Em comemoração aos vinte anos da PP. João Paulo II). Solicitude Social da Igreja, enfoca o elo estreito entre justiça e paz e a necessidade de o Terceiro Mundo trilhar um caminho próprio de desenvolvimento, 3. Centesimus Annus (1991), (Em comemoração aos cem anos da RN. João Paulo II) no Centenário da Rerum Novarum, articula a doutrina de um direito ao progresso, baseado na possibilidade dos povos de adquirir e desenvolver conhecimento e tecnologia que lhes permitam participar da economia contemporânea

João Paulo II também publicou três grandes encíclicas sociais:

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A esses ensinamentos dos Papas vêm juntar-se a reflexão dos Sínodos dos Bispos, de 1971 e as Conferências Episcopais:

Conferências e Documentos da Igreja Latino-americana:

Medellin, 1968-Puebla, 1979 -Santo Domingo, 1992-Em preparação a V Conferência do Episcopado da AL, em Aparecida (SP), em 2007

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Comunicação Pastoral do Povo de Deus, 1976; Exigências cristãs de uma ordem política, 1977; Subsídios para uma política social, 1979; Igreja e problemas da terra, 1980; Reflexão cristã sobre a conjuntura política, 1981; Sobe o solo urbano e a ação pastoral, 1982; Por uma nova ordem constitucional, 1986; Igreja: comunhão e missão na evangelização dos povos, no mundo do trabalho, da política e da cultura, 1988; Exigências cristãs.

Documentos da Igreja no Brasil, CNBB:

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Uma nova visão da questão social Mudanças de atitudesMudanças de atitudes1º) 1º) a crítica à apatia a crítica à apatia políticapolítica2º) 2º) O compromisso com a O compromisso com a humanização da vidahumanização da vida3°) 3°) Compromisso com a Compromisso com a justiçajustiça 4°) 4°) Opção preferencial Opção preferencial pelos pobrespelos pobres

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Mudança na metodologiaMudança na metodologia1º) 1º) Compreensão da Igreja Compreensão da Igreja povo de Deuspovo de Deus 2º) 2º) Interpretação dos sinais Interpretação dos sinais dos temposdos tempos 3º) 3º) Movimento de Movimento de distanciamento da estreita distanciamento da estreita ligação com a lei natural para ligação com a lei natural para uma maior afinidade com a uma maior afinidade com a EscrituraEscritura 4º) 4º) Primado do amor Primado do amor 5º) 5º) Orientação para o Orientação para o planejamento das ações planejamento das ações pastoraispastorais

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Podemos sintetizar o

Ensino Social da Igreja nas seguintes grandes

propostas:

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1º) Articulação entre a dimensão Articulação entre a dimensão religiosa e social da vidareligiosa e social da vida: a construção : a construção do humano não é tarefa meramente do humano não é tarefa meramente “secular”, alheia ao plano “secular”, alheia ao plano transcendente, mas está intimamente transcendente, mas está intimamente ligada à dinâmica do Reino de Deus; o ligada à dinâmica do Reino de Deus; o divórcio entre fé e comportamento divórcio entre fé e comportamento cotidiano constitui um dos erros mais cotidiano constitui um dos erros mais graves do nosso tempo (GS, n. 43);graves do nosso tempo (GS, n. 43);

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2º) Dignidade e centralidade da pessoa Dignidade e centralidade da pessoa humanahumana:: essa dignidade decorre do fato de essa dignidade decorre do fato de o homem e a mulher serem feitos à imagem o homem e a mulher serem feitos à imagem e semelhança de Deus; o desenvolvimento e semelhança de Deus; o desenvolvimento econômico só ganha sentido se promover a econômico só ganha sentido se promover a dignidade das pessoas (GS, cap. 1: “a dignidade das pessoas (GS, cap. 1: “a dignidade da pessoa humana”); da natureza dignidade da pessoa humana”); da natureza da pessoa humana decorrem direitos e da pessoa humana decorrem direitos e deveres universais, invioláveis inalienáveis deveres universais, invioláveis inalienáveis (PT, n. 9).(PT, n. 9).

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3º) Direitos políticos, econômicos e Direitos políticos, econômicos e sociaissociais: toda pessoa humana é titular de : toda pessoa humana é titular de direitos políticos-legais e socio-direitos políticos-legais e socio-econômicos; eles se concretizam na econômicos; eles se concretizam na vida social, e devem ser ativamente vida social, e devem ser ativamente protegidos e promovidosprotegidos e promovidoshá uma conexão intrínseca há uma conexão intrínseca entre desenvolvimento entre desenvolvimento autêntico e o respeito aos autêntico e o respeito aos direitos da pessoa humana direitos da pessoa humana (SRS, n. 33).(SRS, n. 33).

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4º) Opção pelos pobres: a preferência pelos pobres não é algo não é algo facultativofacultativo, mas um eixo central da doutrina da Igreja; pobre é o economicamente desvalido, que sofre, em conseqüência disso, toda sorte de opressões, discriminações e dominação;

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5º)5º) Promoção do matrimônio e da família: o bem-estar das pessoas e o bem da própria sociedade dependem intimamente de uma situação favorável do matrimônio e da família (GS, n. 47).

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6º) Amor e justiça se integram e Amor e justiça se integram e complementamcomplementam: não há verdadeiro amor sem : não há verdadeiro amor sem justiça, nem justiça plena sem amor; o justiça, nem justiça plena sem amor; o verdadeiro amor exige que as pessoas sejam verdadeiro amor exige que as pessoas sejam tratadas com justiça e que se lute por tratadas com justiça e que se lute por estabelecer estruturas justas, que promovam estabelecer estruturas justas, que promovam a dignidade e os direitos das pessoas, a dignidade e os direitos das pessoas, favorecendo um desenvolvimento integral e favorecendo um desenvolvimento integral e sustentável (JM, n. 34).sustentável (JM, n. 34).

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7º) Promoção do bem comumPromoção do bem comum: o bem : o bem comum consiste no conjunto de comum consiste no conjunto de condições econômicas, socioculturais e condições econômicas, socioculturais e políticas, que permitam às pessoas políticas, que permitam às pessoas atingir, em tempos razoáveis, o pleno atingir, em tempos razoáveis, o pleno desenvolvimento de todos e cada um desenvolvimento de todos e cada um (MM, n. 62); (MM, n. 62);

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8. Princípio da subsidiariedade Princípio da subsidiariedade: as : as responsabilidades devem ser assumidas responsabilidades devem ser assumidas e as decisões devem ser tomadas o mais e as decisões devem ser tomadas o mais próximo possível ao nível das pessoas; próximo possível ao nível das pessoas; os direitos pessoais devem ser os direitos pessoais devem ser vivenciados no contexto da promoção vivenciados no contexto da promoção do bem comum do bem comum (QA, n. 79; PT, n. 140).(QA, n. 79; PT, n. 140).

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9º) Participação política: deve-se entrar na ação para difundir as energias do Evangelho (AO, n. 48); a participação democrática, na tomada de decisões e no controle sobre os que nos governam, é o melhor caminho do respeito da dignidade e liberdade do outro (PP, nn. 55-74; SRS, n. 44);

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10. Salário justo e justiça econômica: a economia deve servir ao bem de todos e sua distribuição deve ser eqüitativa; a má distribuição dos bens e serviços é uma injustiça (SRS, n. 28); o salário deve ser justo e suficiente para manter o operário e sua família (QA, nn. 71-74; CA, n. 8);

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11. Prioridade do trabalho sobre o capital: o trabalho é uma chave, provavelmente a chave essencial da questão social (LE, n. 3); o trabalho tem prioridade sobre o capital;

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12. Direito de propriedade: a propriedade privada de bens, com seus direitos e deveres é garantia de segurança pessoal e de paz social; tem índole individual e social (RN, nn. 6-7; QA, nn. 44-47; Catecismo da Igreja Católica, nn. 2.402-6); além do direito de propriedade; há um direito à propriedade: o que requer uma justa distribuição da propriedade e da renda; a propriedade pública e sua função; novas formas de propriedade (co-gestão) (GS, n. 68; LE, n. 14); há uma justa função do lucro, que é um regulador da vida da empresa, mas não o único (cf. CA, n. 35); as especulações egoístas devem ser banidas (PP, n. 24).

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13. Destinação universal dos bens: os bens da criação são destinados a todos e devem ser preservados e servir ao bem de todos (SRS, n. 33); “Deus deu a terra a todo gênero humano, para que ele sustente todos os seus membros, sem excluir nem privilegiar ninguém” (CA, n. 31); a destinação universal estabelece um limite ao direito de propriedade, que não pode impedir que outros tenham igualmente a sua parte no dom de Deus: é o fundamento do direito à propriedade (CA, n. 31); a destinação universal dos bens impõe deveres de solidariedade entre pessoas, classes sociais e povos (Instrução sobre a Liberdade Cristã e a Libertação, n. 90).

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14. Função social da Função social da propriedade:propriedade: não há direitos absolutos de propriedade, isto é, “ao direito de propriedade é inerente uma função social” (MM, n. 116; PT, n. 22; GS, n. 71; CA, nn. 30-31);

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15. Princípio de solidariedade: a consciência da interdependência entre as pessoas e entre as nações deve levar à solidariedade como categoria moral, superando os imperialismos, a “avidez exclusiva o lucro”, o consumismo e o desperdício (SRS, nn. 37-39);

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16. Promoção da paz: a paz é um bem maior, e sua promoção exige firmeza e determinação; é tarefa de todos, sobretudo dos que têm mais possibilidades e maiores responsabilidades; as relações baseadas no respeito mútuo e na justiça (PT, n. 91); o desenvolvimento é o novo nome da paz (PP, n. 87); a solidariedade, caminho para a paz e o desenvolvimento (SRS, n. 39); o comércio de armas e o terrorismo devem ser coibidos (SRS, n. 24).

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17. Empenho pela libertação:o processo de libertação de injustiças em nível das pessoas e das estruturas econômicas e sociais opressivas é tarefa obrigatória de quem tem fé e comunga com os princípios da justiça e do bem comum; a libertação deve abraçar todas as pessoas e classes sociais; é uma tarefa que faz parte da missão libertadora da Igreja (Instrução sobe a Liberdade Cristã e libertação, cap. 4).

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Princípios básicos da DSIPrincípios básicos da DSIa) O amor.a) O amor.b) A dignidade inalienável da pessoa b) A dignidade inalienável da pessoa humana.humana.c) Solidariedade.c) Solidariedade.d) Primazia do trabalho sobre o capital.d) Primazia do trabalho sobre o capital.e) Destinação universal dos bens.e) Destinação universal dos bens.f) Subsidiaridade.f) Subsidiaridade.g) Participação.g) Participação.h) Promoção do bem comum.h) Promoção do bem comum.i) A relação pessoa-sociedade.i) A relação pessoa-sociedade.

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Esses princípios só terão eficácia se as políticas e as ações concretas voltadas à realização do bem comum,

no campo econômico, sociocultural e político

forem inspiradas nesses princípios

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A quem cabeA quem cabe discernirdiscernir as as

opções e opções e aplicaraplicar essa doutrina às essa doutrina às

situações situações concretas de cada concretas de cada

época e lugarépoca e lugar??