Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência
Índice
1. Introdução .................................................................................................................................. 1 2. Localização e confrontações ......................................................................................................... 1 3. Enquadramento territorial da área de intervenção ......................................................................... 2 4. Objectivos do Plano ..................................................................................................................... 5 5. Enquadramento legal ................................................................................................................... 8 6. Enquadramento nos instrumentos de gestão territorial .................................................................. 8
6.1 Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território – PNPOT – ................................ 8 6.2 Plano Regional de Ordenamento do Território – PROT .......................................................... 10
6.2.1 Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo – PROT-OVT ........................ 10 6.2.1.1 Opções Estratégicas de Base Territorial ..................................................................................... 10
6.2.1.1.1 Eixo estratégico 1 .......................................................................................................... 10 6.2.1.1.2 Eixo Estratégico 2 .......................................................................................................... 11 6.2.1.1.3 Eixo Estratégico 3 .......................................................................................................... 11
6.2.1.2 Modelo Territorial .................................................................................................................... 12 6.2.1.3 Turismo, Lazer e Cultura .......................................................................................................... 13 6.2.1.4 Unidades Territoriais ................................................................................................................ 13 6.2.1.5 Sistema Ambiental ................................................................................................................... 14 6.2.1.6 Sistema de Mobilidade ............................................................................................................. 14
6.3 Plano Director Municipal de Alenquer ................................................................................... 15 7. Condicionantes ........................................................................................................................... 15 8. Conteúdo material e documental do plano ................................................................................... 16 9. Equipa Técnica do Plano ............................................................................................................. 16 10. Fases e prazos para a execução do plano ................................................................................ 16 11. Anexos .................................................................................................................................. 17
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 1
CÂMARA MUNICIPAL DE ALENQUER
PLANO DE PORMENOR DA BOA VISTA
TERMOS DE REFERÊNCIA
1. Introdução
O presente documento, que se submete à apreciação da Câmara Municipal de
Alenquer, para efeito do disposto no art.º 74.º do Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de
Setembro, com nova redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 46/09 de 20 de Fevereiro,
consubstancia os Termos de Referência do Plano de Pormenor da Boa Vista, adiante
designado por Plano, e integra a síntese dos fundamentos justificativos para a sua
elaboração nos termos do art.º 91.º do referido diploma.
2. Localização e confrontações
A área de intervenção do Plano de Pormenor, cuja localização se representa na
respectiva planta – desenho n.º 1, situa-se na freguesia de Triana, concelho de
Alenquer, e é constituída pelos prédios designados por “A” com 35.024,00 m² e “B”
com 229.703,00 m², propriedade da firma Santos Ferreira e Silva, S.A. e pelo prédio
identificado por “C” com 6.662,00 m², perfazendo uma área total de 271.389,00 m².
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 2
O terreno confronta a nascente com uma conduta de abastecimento de água da EPAL
e a sul com o limite do perímetro urbano de Alenquer (terrenos classificados no PDM
em vigor, como espaços urbanizáveis).
A poente é limitado por um caminho público que se desenvolve ao longo de uma linha
de festo.
3. Enquadramento territorial da área de intervenção
Em termos de enquadramento regional, o concelho de Alenquer, localiza-se na NUT
III do Oeste, circunscrito a sul pela Grande Lisboa e a nascente pela Lezíria do Tejo.
O concelho de Alenquer é limitado a norte pelo concelho de Cadaval, a oeste pelo
concelho de Torres Vedras, a nascente pelo concelho de Azambuja e a sul pelos
concelhos de Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.
Em termos geoestratégicos, o concelho tem uma posição privilegiada na medida em
que se situa num importante nó de vias de comunicação estruturantes (EN1 e nó do
Carregado – A1/A10 e A13) e na proximidade de relevantes centros urbanos (AML
norte 1.433.666 hab, Torres Vedras 15.518 hab e Santarém 28.669 hab).
Do ponto de vista topográfico o terreno configura-se como uma pequena colina com
diferentes declives e exposição predominantemente a nascente. Morfologicamente, a
partir de um ponto de cota mais elevado desenvolve-se uma linha de festo, no sentido
sudeste, que serve de charneira entre duas zonas, uma de exposição a nascente, com
pendente muito acentuada, e outra a sudeste de declive mais suave.
A área de intervenção apresenta-se com uma configuração geométrica irregular, com
predominância de uma dimensão no sentido norte-sul.
Ver desenhos nºs 2 e 3.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 3
Ponto de cota mais elevada da área de intervenção
Lado do terreno com pendente de exposição nascente
Entre o limite sul/poente da área de intervenção e o limite nascente do perímetro
urbano de Alenquer, situa-se um terreno de encosta, com uma forte pendente de
exposição poente, correspondendo ao corredor ecológico do vale do rio Alenquer.
Esta encosta e respectivo vale, dadas as suas características morfológicas, o seu valor
natural e sensibilidade ecológica apresenta-se com uma vocação para zona verde de
protecção e enquadramento.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 4
A zona nascente da área de intervenção, dada a sua proximidade com a variante ao
IC2, permitindo a acessibilidade directa a partir daquela via, propícia a sua utilização
com outros usos compatíveis com a habitação /equipamentos.
Em virtude de se situar na vizinhança à EN1, à variante ao IC2 e ao aglomerado
urbano de Alenquer, e ainda a sua proximidade ao nó do Carregado – A1/A10 e A13,
a área de intervenção apresenta uma óptima acessibilidade não só local, como regional
– Grande Lisboa, Península de Setúbal, Oeste, Lezíria do Tejo e Médio Tejo – e
nacional (norte e sul).
Vista no sentido nascente, vendo-se a variante ao IC2
Relativamente às zonas urbanas contíguas e consideradas no actual PDM como
espaços urbanizáveis, verifica-se que se encontram muito preenchidas com edificações,
denotando um elevado grau de concretização, como é por exemplo o caso do
loteamento da Vila da Romeira situado a sul, já em execução, encontra-se em
aprovação um loteamento para a área urbanizável a nascente da área do presente
Plano – ver planta n.º 3 (situação existente).
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 5
Vilas da Romeira
O núcleo urbano da Boa Vista situado a norte sofreu também um significativo surto de
construção.
Boa Vista
4. Objectivos do Plano
A oportunidade de intervir urbanisticamente no terreno encontra fundamento nas
seguintes matérias:
1. A área constitui uma área nobre da vila, correspondente à porta de entrada no
núcleo urbano consolidado e que, por tal, importa planear de raiz com vista à
qualificação e dignificação;
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 6
2. O local encontra-se envolvido com áreas comprometidas com loteamentos ao
abrigo do actual Plano Director, que importa ora articular, assim como, integrar
projectos aprovados como seja uma unidade hoteleira (hotel de 4 estrelas com
70 quartos) para o prédio identificado por “A” e uma moradia já edificada;
3. O local é uma área preferencial para consolidação de uma área vivida com área
suficiente para integrar na nova malha urbana um equipamento de dimensão
estruturante que permita consolidar a vila de Alenquer como aglomerado de
nível 2 do Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e do Vale do
Tejo.
Para estes efeitos, e atendendo a que esta área é propriedade de um único
proprietário, facto que facilita a execução de um Plano, existe interesse conjunto em
desenvolver um acto de planeamento que promova estes fundamentos.
Em síntese, e a fim de se considerar os interesses públicos e privados, o plano deverá
prosseguir as seguintes opções estratégicas:
Prever uma área de reserva para instalação de um equipamento de carácter
estruturante que permita à vila de Alenquer cimentar a sua posição enquanto
aglomerado regional estruturante;
Implementar uma urbanização de carácter habitacional de qualidade onde se
inclui um pequeno centro de apoio com lojas, restaurante, equipamentos
desportivos e zonas verdes de enquadramento;
Todo este conjunto deverá ser dotado de amplas áreas de estacionamento para
veículos ligeiros, assim como, deverá ser debatido com as entidades
competentes aspectos relacionados com a mobilidade sustentada;
Integrar um empreendimento turístico de 4 estrelas com 70 quartos, piscina e
campos de ténis, que se encontra aprovado pela C.M. de Alenquer;
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 7
Vista da vila de Alenquer
Enquadrar paisagisticamente a proposta urbanística que venha a ser desenhada,
tendo em conta a localização, a encosta com grande visibilidade e proximidade
a Alenquer, bem como o enquadramento cénico que lhe é conferido pela
paisagem envolvente;
Considerar os condicionamentos de natureza administrativa, designadamente as
servidões e restrições de utilidade pública respeitantes ao adutor da EPAL, ao
marco geodésico, à linha de água não permanente, à rede eléctrica e à Base
Aérea da Ota;
Melhorar os acessos rodoviários, através do alargamento de vias existentes que
permitam uma melhor fluidez do tráfego;
Prever uma ocupação edificada na base de:
o Índice de construção = 0,36
o Densidade habitacional = 30 Fogos/ha
o Cércea = 2 pisos acima do solo
Articulação e reforço das redes de infra-estruturas básicas em função da
ocupação prevista no plano;
Em sede de Regulamento do Plano definição de um conjunto de normas que
permita ao Município orientar todas as operações de construção e
transformação do uso do solo.
Em síntese, é objectivo do plano enquadrar uma nova zona urbana de expansão
habitacional da sede de concelho, num local de excelente acessibilidade e integrando
compromissos existentes.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 8
Ocupação urbana existente no perímetro urbano de Alenquer, a sul da área de intervenção
A escolha da figura de Plano de Pormenor será a opção adequada na medida em que o
seu nível de pormenorização permitirá um maior grau de intervenção, dado que
deverão ser estabelecidos conteúdos ao nível do desenho urbano e regras de gestão
urbanística mais detalhadas e apropriadas aos objectivos que se pretendem atingir.
Face ao exposto, considera-se oportuno a elaboração do Plano de Pormenor,
configurado com os presentes termos de referência.
5. Enquadramento legal
O Plano de Pormenor da Boa Vista será desenvolvido nos termos dos artigos 90.º
(Objecto), 91.º (Conteúdo material) e 92.º (Conteúdo documental) do Decreto-Lei n.º
380/99, com nova redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 46/09 de 20 de Fevereiro e
Portaria n.º 138/05 de 2 de Fevereiro.
6. Enquadramento nos instrumentos de gestão territorial
6.1 Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território – PNPOT –
A implementação do Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
deverá ter tradução nos diversos instrumentos de gestão territorial identificados na Lei
de Bases da Política do Ordenamento do Território e do Urbanismo.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 9
Com efeito, o PNPOT apresenta-se como o quadro de referência, dado que constitui o
enquadramento estratégico e define as orientações para cada tipo de instrumento de
gestão territorial, os quais “devem desenvolver e concretizar as orientações gerais, nos
seus respectivos âmbitos de intervenção, assumindo funções mais estratégicas ou mais
operacionais consoante os objectivos e a escala do planeamento”.
O PNPOT relativamente à região do Ribatejo e Oeste aponta como opções
estratégicas para o desenvolvimento do território, entre outras as seguintes:
Definir um modelo sustentável de desenvolvimento turístico tirando partido das
singulares condições naturais do Oeste, do Tejo requalificado e da rede urbana
valorizada e criar condições, sobretudo antecipando os instrumentos de
ordenamento do território, para a viabilização das iniciativas privadas neste
domínio;
Promover a valorização das paisagens e dos enquadramentos cénicos enquanto
traço de identidade e de qualificação de cada uma das sub-regiões, em
particular protegendo-a das agressões da urbanização e da edificação dispersas
e da deposição incontrolada de detritos e entulhos;
Reforçar a protecção do património natural – água, floresta, espaços naturais
protegidos;
Estimular o surgimento de redes de valorização do património histórico, cultural
(material e imaterial) e natural.
As orientações estabelecidas no Programa de Acção do PNPOT para a elaboração dos
Planos Municipais de Ordenamento do Território e, em particular, em relação aos
Planos de Pormenor, referem que o planeamento municipal tem como objectivo definir
o regime do uso do solo e a respectiva programação, enquadradas em directrizes de
âmbito nacional e regional.
Os municípios devem optar pela elaboração de planos adequados ao tipo de gestão do
território, sendo que, nesta perspectiva o plano de pormenor pelas suas características
eminentemente operacionais, definindo com detalhe o uso do território é o instrumento
de gestão territorial adequado.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 10
6.2 Plano Regional de Ordenamento do Território – PROT
A figura do Plano Regional de Ordenamento do Território – PROT – enquadra-se na
Lei n.º 48/98 de 11 de Agosto, que aprova a Lei de Bases da Política do Ordenamento
do Território e de Urbanismo, na sua presente redacção e Decreto-Lei n.º 380/99 de
22 de Setembro (Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial), com nova
redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 46/09 de 20 de Fevereiro.
6.2.1 Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo
– PROT-OVT
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 30/2006 de 23 de Março, que determinou a
elaboração do PROT-OVT, estabelece os principais objectivos estratégicos e modelo de
desenvolvimento para a região, destacando-se nomeadamente:
A concretização das opções constantes dos instrumentos de gestão territorial de
âmbito nacional, no respeito pelos princípios gerais da coesão, da equidade, da
competitividade dos recursos naturais e da qualificação ambiental, urbanística e
paisagística do território;
O desenvolvimento das actividades logísticas e o reforço dos factores de atracção e
acolhimento de actividades empresariais, da indústria ou dos serviços;
A definição de um modelo sustentável de desenvolvimento turístico que tire partido
das singulares condições naturais do Oeste, do Tejo requalificado e da rede urbana
valorizada.
A aplicação das propostas contidas na versão para discussão pública, datada de Junho
2008, do Plano Regional do Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo
(PROT-OVT) com incidência na área de intervenção e envolvente próxima resumem-
se nos pontos seguintes:
6.2.1.1 Opções Estratégicas de Base Territorial
6.2.1.1.1 Eixo estratégico 1
Opções para o Desenvolvimento do Território do PNPOT para a Região OVT
Definir um modelo sustentável de desenvolvimento turístico tirando partido das
singulares condições naturais do Oeste, do Tejo requalificado e da rede urbana e
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 11
criar condições para a sua concretização no quadro dos instrumentos de gestão do
território;
Implementar as infra-estruturas ambientais que minimizem as agressões das
actividades económicas, em particular sobre os recursos hídricos;
Promover a valorização das paisagens e dos enquadramentos cénicos enquanto
traço de identidade e de qualidade de cada uma das sub-regiões, em particular
protegendo-as das agressões da urbanização e da edificação dispersa;
Reforçar a protecção do património natural – água, floresta, espaços naturais
protegidos;
Estimular o surgimento de redes de valorização do património histórico, cultural
(material e imaterial) e natural.
6.2.1.1.2 Eixo Estratégico 2
Potenciar as vocações territoriais num quadro de sustentabilidade ambiental
OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS
Proteger e valorizar os recursos naturais, patrimoniais e culturais através de
medidas que os integrem na gestão do planeamento territorial regional e
municipal, numa perspectiva de coesão territorial e reforço da identidade regional;
Apostar no desenvolvimento sustentável das actividades de turismo e
lazer, nomeadamente o touring cultural e paisagístico, através da identificação de
temas e recursos a preservar para a constituição de rotas turísticas, considerando
a localização de referência das “portas do mar” e do apoio a estratégias de
comunicação e marketing que estruturem a procura dos produtos culturais
regionais.
6.2.1.1.3 Eixo Estratégico 3
Concretizar a visão policêntrica e valorizar a qualidade de vida urbana
OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS
Apostar em formas de turismo alternativas, materializadas nas áreas urbanas
e nos pequenos aglomerados tradicionais, com base na valorização dos recursos
do património cultural.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 12
6.2.1.2 Modelo Territorial
O esquema do modelo territorial apoia-se em três sistemas estruturantes: o sistema
urbano e de competitividade, o sistema ambiental e o sistema de mobilidade.
O terreno em causa, localiza-se junto ao aglomerado urbano de Alenquer, o qual é
designado por “Centro Urbano Estruturante”, que se encontra ligado ao eixo de
maior conectividade com a AML – ligação viária estruturante –, ao longo do qual se
verifica a maior concentração de actividades económicas.
O terreno objecto do presente plano de pormenor, configura-se como uma expansão
da vila de Alenquer, onde se aponta a localização não só funções especializadas
(equipamentos, turismo e lazer), como habitação e infra-estruturas de qualidade,
reforçando, deste modo, a sua posição no sistema urbano regional.
Ver planta do Esquema Territorial – PROTOVT – desenho n.º 4.
No quadro do Sistema Urbano, os centros urbanos estruturantes “devem desenvolver
um conjunto de funções especializadas, ou um leque de funções razoavelmente
diversificado, polarizador do sistema urbano regional”.
Segundo a Rede de Articulação Urbana de Proximidade, o “Eixo de Conectividade
com a AML – Torres Vedras, Alenquer e Benavente” afirma-se pelo forte
relacionamento pendular com Lisboa, tendo em conta a atractividade dos serviços e da
residência.
Segundo a dinâmica empresarial de âmbito inter-regional e nacional, no território da
região estruturam-se três “Portas Logístico - Empresariais”. Em particular, refere-se a
Porta Norte da Área Metropolitana de Lisboa, constituida por espaços de
acolhimento a constituir nas áreas de Azambuja e de Alenquer, em articulação com as
actividades logísticas da Área Metropolitana de Lisboa, nomeadamente a plataforma
logística da Castanheira do Ribatejo, procurando, deste modo, requalificar as actuais
existentes ao longo da EN1 e EN3, na zona de Alenquer/Carregado/Azambuja.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 13
6.2.1.3 Turismo, Lazer e Cultura
O turismo, lazer e o património cultural e histórico deverão constituir vertentes
estratégicas, considerando os recursos regionais e a diversidade do património
existentes, nomeadamente histórico, culturais e paisagístico.
“As actividades ligadas ao turismo, lazer e cultura … devem ser encaradas numa lógica
de complementaridade com a região polarizada por Lisboa” de modo a ganhar
internacionalização.
O Esquema do Turismo, Cultura e Lazer define as Centralidades Urbano - Turísticas
(CUT) como “áreas urbanas de localização preferencial de equipamentos e serviços de
apoio ao turismo e ao lazer que desempenham um papel fulcral no ordenamento dos
espaços com funções turísticas”, apresentando-se Alenquer como CUT – Nível 3, como
“centro urbano de apoio ao turismo e ao lazer, de nível local”, localizando-se na área
territorial designada por “Margem Direita do Tejo”.
6.2.1.4 Unidades Territoriais
Considerando o seu padrão de ocupação do solo, o concelho de Alenquer integra-se
nas Unidades Territoriais do OVT.
Tal como se pode verificar na planta das Unidades Territoriais – PROTOVT - a área de
intervenção localiza-se na unidade territorial “Oeste florestal”.
Oeste florestal – apresenta um relevo ondulado ocupado com povoamento florestal
de eucalipto e pinheiro bravo.
A ocupação urbana apresenta-se dispersa, assinalando a presença de edificações
industriais, comércio e logística.
Sob o ponto de vista geológico, assinala-se a existência, particularmente na zona norte
do concelho, de grandes áreas de exploração de calcário.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 14
6.2.1.5 Sistema Ambiental
O sistema ambiental é constituído por um conjunto de temas determinante para a
sustentabilidade do modelo territorial, o qual compreende a Estrutura Regional de
Protecção e Valorização Ambiental (ERPVA) constituída por uma rede hierarquizada de
sistemas e subsistemas formada por áreas nucleares e complementares e de
corredores ecológicos, que se encontram organizados em 3 níveis – redes primárias,
secundárias e complementares –.
As Áreas Nucleares compreendem um conjunto de paisagens notáveis com elevado
interesse nacional e regional para a conservação da natureza e biodiversidade.
Os Corredores Ecológicos articulam as áreas nucleares entre si, assegurando a
continuidade dos processos ecológicos.
A Rede Secundária é composta pelas Áreas Nucleares Secundárias (ANS) e
Corredores Ecológicos Secundários (CES).
O território do município de Alenquer e, em particular, a sede do conselho é
atravessado pela rede hidrográfica do rio Alenquer, a qual constitui a linha de
água com a maior importância, associada a baixas aluvionares, que são fundamentais
para o equilíbrio hidrológico local.
Este curso de água constitui o corredor ecológico secundário e a área nuclear
secundária inclui as áreas identificadas como baixa aluvionar.
Da análise da ERPVA disponibilizada em discussão pública no PROTOVT, constata-se
que a área de intervenção do Plano não coincide com áreas desta Estrutura.
6.2.1.6 Sistema de Mobilidade
A estrutura da rede dos corredores estruturantes regionais (existentes e propostos)
representa uma boa acessibilidade intra e inter-regional do Oeste e Vale do Tejo.
Contudo, é necessário ter em conta que este facto promoveu o incremento do
transporte individual em detrimento do colectivo.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 15
Neste sentido, o modelo de mobilidade sustentável baseia-se na melhoria das
condições de deslocação sendo importante estimular a utilização dos transportes
públicos potenciando as respectivas redes e serviços.
Na margem direita do rio Tejo, localizam-se três corredores radiais entre Lisboa e
Porto, dos quais se destaca o IC2, que se articulam com os corredores transversais,
proporcionando a ligação entre as margens do rio Tejo.
6.3 Plano Director Municipal de Alenquer
No âmbito do Plano Director Municipal de Alenquer, ratificado pela Resolução do
Conselho de Ministros n.º 13/1995 de 14 de Fevereiro, o terreno encontra-se inserido
em solo rural, na classe de “Espaços Agrícolas não integrados na RAN”, cujas
condições de edificabilidade estão expressas no artigo 45.º do Regulamento do PDM.
Ver extracto da planta de ordenamento do PDM – desenho n.º 5.
7. Condicionantes
Os condicionamentos legais previstos no Regulamento do Plano Director Municipal que
afectam directamente a área de intervenção são os seguintes:
Faixa de protecção ao adutor da EPAL;
Rede eléctrica;
Marco geodésico;
Linha de água de curso não permanente;
Base Aérea da Ota, incluindo a servidão das instalações da Esquadra de
Detecção e Conduta de Intercepção n.º 11 da Força Aérea.
Os condicionamentos referidos aconselham a efectuar contactos prévios com as
entidades públicas que tutelam as respectivas áreas, de forma a permitir facilitar o
processo de aprovação por parte da CCDRLVT.
Ver extracto da planta de condicionantes – desenho n.º 6.
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 16
8. Conteúdo material e documental do plano
O conteúdo material e documental do plano é, de acordo com o disposto nos artigos
91.º e 92.º do Decreto-Lei n.º 380/99 de 22 de Setembro com nova redacção dada
pelo Decreto-Lei n.º 46/09 de 20 de Fevereiro, bem como da Portaria n.º 138/2005 de
2 de Fevereiro, sem prejuízo de outros elementos que decorrem dos regimes especiais,
nomeadamente do cumprimento da Lei do Ruído (Decreto-Lei n.º 292/2000 de 14 de
Novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 259/2002 de 23 de
Novembro).
9. Equipa Técnica do Plano
Nos termos do Decreto-Lei n.º 292/95 de 14 de Novembro, a equipa técnica será
constituída por arquitecto com função de coordenação, técnico urbanista, arquitecto
paisagista, engenheiro civil, engenheiro electrotécnico, geógrafo e licenciado em direito
com experiência profissional de, pelo menos, três anos.
10. Fases e prazos para a execução do plano
Segundo as alterações que o Decreto-Lei n.º 46/09 veio introduzir ao Regime Jurídico
dos Instrumentos de Gestão Territorial, no sentido de alcançar a simplificação e a
eficiência dos procedimentos de elaboração dos planos, o prazo de elaboração do
plano é de 4 meses.
A elaboração da proposta do plano desenvolver-se-á em 3 meses a partir da
participação preventiva.
A versão final da proposta do plano será desenvolvida durante 1 mês após a
ponderação das reclamações, observações e sugestões decorrentes da discussão
pública.
A estes prazos acrescem os correspondentes aos procedimentos relativos:
Análise e deliberação da Câmara Municipal de Alenquer;
Acompanhamento;
Concertação (se necessário);
Plano de Pormenor da Boa Vista – ALENQUER – Termos de Referência 17
Participação/discussão pública/ponderação de resultados;
Parecer final da CCDR-LVT;
Aprovação pela Assembleia Municipal;
Publicação no Diário da República.
11. Anexos
Constituem elementos anexos aos presentes Termos de Referência as seguintes peças
gráficas:
Desenho 1 – Planta de Localização (1/25.000);
Desenho 2 – Planta de Enquadramento (1/10.000);
Desenho 3 – Planta da Situação Existente (1/2.000);
Desenho 4 – PROTOVT – Modelo Territorial (1/1.000.000);
Desenho 5 – PDM em vigor – Extracto da Planta de Ordenamento (1/25.000);
Desenho 6 – PDM em vigor – Planta de Condicionantes (1/25.000).
Alenquer, Março de 2009