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O nascimento da Antropologia Visual
Período: Segunda metade do século XIX com a revolução industrial e a invenção da fotografia e do cinema.Surgimento como auxiliar das pesquisas de campo, como também de registro e documentação de grupos étnicos e práticas culturais ameaçadas de desaparecimento pelo avanço da política neocolonial.No princípio, garantia a objetividade do olhar do antropólogo diante de outros povos e costumes.
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O cinema e a Antropologia Visual
Ambos atuam num mesmo processo de observação científica.O surgimento ocorre na mesma época, durante a expansão industrial e diante de uma atitude mais analítica perante os fatos científicos.No século XIX o objeto de observação tanto do cinema e da antropologia era o “outro”, o tipo “exótico”, a realidade distante.Ao longo do século XX ocorreram diversas reestruturações a partir das dinâmicas sócio-históricas que influenciaram o posicionamento da antropologia visual e do cinema diante dos modelos globais.“As tendências visualizantes do discurso antropológico abririam também o caminho à representação cinematográfica das culturas”. José da Silva Ribeiro.
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Margareth Mead
Os antropólogos culturalistas Margareth Mead e Gregory Bateson realizaram valiosos registros sobre o modo de vida balinês e documentaram diversos aspectos do cotidiano dos seus habitantes.
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Bronislaw Malinowski
Bronislaw Malinowski é considerado o criador do método do trabalho de campo, seus registros visuais no Pacífico Sul enriquecem a sua etnologia.
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Franz Boas
Franz Boas pesquisando entre os Inuit realizou documentários curtos com os nativos registrando suas danças e festas.A fotografia foi outro recurso bastante utilizado em todas as temporadas de trabalho de campo feitas por Boas.
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A polifonia do documentário
Redefinição da Antropologia Visual para uma Antropologia da comunicação visual.Segundo CANEVASSI (2001), “ (...) o visual leva a multiplicar as tramas da comunicação dentro de suas respectivas culturas”.Os nativos negam-se o papel de simples objetos observados e participam ativamente da renovação da antropologia visual apresentando os seus próprios pontos de vista a partir de suas dinâmicas sociais.A Antropologia Visual é usada como recurso de afirmação identitária e reconhecimento cultural pelos povos nativos.
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Terence Turner desenvolve pesquisas junto aos Caiapós (Kayapó) nas quais os recursos visuais são explorados pelos próprios nativos,dando outros significados para as suas práticas, diferentes dos sentidos dados pelo antropólogo.
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Os xavantes do Vale do Xingu desenvolvem projetos de produção visual e discutem seus pontos de vista a partir de uma visão que elaboram de si mesmos e das suas especificidades culturais. Acima imagem do documentário Etenhiritipá.
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Conclusões
A Antropologia Visual é um terreno fértil para as ações afirmativas e a prática do relativismo cultural.O processo de emergências étnicas vem beneficiando-se das tecnologias visuais para apresentar seus projetos de reforço identitário.Segundo CANEVASSI (2001), os nativos recusam serem vistos enquanto objetos museificados e catalogados, apontando mudanças na visão de si e dos outros.