Janeiro 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 35
Região Sudeste
A atividade econômica da região Sudeste manteve trajetória de retomada gradual e consistente, evidenciada pelos aumentos consecutivos, desde fevereiro, do IBCR-SE, na avaliação trimestral. A evolução positiva dos mercados de trabalho e de crédito, adicionada à importante contribuição das exportações, sinaliza uma perspectiva favorável para a região, refletida nos indicadores de confiança. Nesse cenário, o IBCR-SE cresceu 0,8% no trimestre finalizado em novembro, em relação ao encerrado em agosto, quando expandira 0,7%, no mesmo tipo de comparação, considerados dados dessazonalizados.
Os indicadores de consumo, no trimestre encerrado em novembro, sugerem a continuidade do movimento de recuperação do consumo das famílias, sustentada pelo aumento do seu poder de compra, em cenário de inflação baixa, e de condições mais favoráveis no mercado de trabalho e de crédito. As vendas do comércio ampliado aumentaram 0,8% em relação ao trimestre terminado em agosto, quando cresceram 3,6%, conforme dados dessazonalizados da PMC/IBGE. Em sentido contrário, o indicador do volume de serviços não financeiros, que vem apresentando movimento oscilante no período recente, registrou retração de 1,1% no trimestre encerrado em novembro, após elevação de 1,0% no trimestre terminado em agosto, de acordo com dados dessazonalizados da PMS/IBGE.
Os indicadores de confiança relacionados ao consumo, refletindo o ambiente econômico consistentemente mais favorável, mantiveram trajetória de recuperação na margem. O ICF aumentou 5,1% e o Icec, 4,7%, na comparação da média trimestral encerrada em dezembro em relação à finalizada em setembro.
Os dados do mercado de trabalho refletiram o desempenho positivo da economia no período recente. A taxa de desocupação, medida pela PNAD Contínua, do IBGE, atingiu 13,2% no terceiro trimestre de 2017, ainda registrando elevação em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (12,3%), mas com desempenho positivo da ocupação (2,0%).
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Nov2014
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IBC-Br IBCR-SEFonte: IBGE
Gráfico 4.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região SudesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2002 = 100
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Comércio ampliado Serviços Indústria
Fonte: IBGE
Gráfico 4.2 – Comércio, serviços e indústria - SudesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100
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Dez2015
Mar2016
Jun Set Dez Mar2017
Jun Set Dez
Índice de Confiança do Empresário Industrial
Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.)
Intenção de Consumo das Famílias (eixo da dir.)
Fontes: CNC e CNI
Linha de confiança
Gráfico 4.3 – Confiança dos agentes – SudesteEm pontos – Média móvel trimestral
36 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Janeiro 2018
Adicionalmente, o rendimento médio real manteve evolução favorável, com crescimento de 1,8% em relação ao terceiro trimestre de 2016. O emprego formal da região, apurado pelo Caged/MTb, eliminou 11,9 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em novembro (-179,5 mil no mesmo período de 2016), em especial nos setores de agropecuária, construção civil e indústria.
O desempenho dos empréstimos às pessoas físicas, que cresceram 1,6% no trimestre encerrado em novembro e 5,3% em doze meses, favorece a recuperação do consumo e, consequentemente, da atividade econômica na região, em contexto de redução do nível de alavancagem das famílias. Por sua vez, a carteira de pessoas jurídicas segue em contração, porém em ritmo menos acentuado (-0,7% no trimestre e -8,8% em doze meses), condicionada principalmente pela retração dos empréstimos com recursos do BNDES e de capital de giro. Como resultado, o saldo total das operações de crédito superiores a R$1 mil aumentou 0,4% no trimestre – primeira elevação desde fevereiro de 2016 neste tipo de comparação –, enquanto em doze meses diminuiu 2,8%.
No âmbito fiscal, o esforço empreendido pelos entes federativos da região para conter despesas e a maior arrecadação garantiram melhora no resultado primário consolidado para a região (superavit de R$10,5 bilhões no acumulado de doze meses até novembro comparativamente ao deficit de R$2,7 bilhões em 2016). No mesmo período, o déficit nominal recuou para R$27,5 bilhões (R$61 bilhões em 2016). Em ambiente de retomada da atividade econômica, a arrecadação do ICMS cresceu 4,0% no acumulado do ano até novembro em relação a igual período de 2016, e as transferências da União para estados e municípios aumentaram 1,3%, no mesmo tipo de comparação, considerando as séries corrigidas pelo IGP-DI.
A atividade industrial do Sudeste mantém-se em expansão desde o início de 2017, na avaliação em bases trimestrais, favorecida, em boa medida, pela recuperação da indústria automobilística, de alimentos e bebidas, e de bens de capital. De acordo com estatísticas dessazonalizadas da PIM-PF Regional do IBGE, a produção industrial cresceu 1,1% no trimestre encerrado em novembro, ante elevação de 2,9% no terminado em agosto
O dinamismo da produção industrial favorece a recuperação consistente do otimismo do empresário
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I Tri II Tri III Tri IV Tri
2014 2015 2016 2017
Fonte: IBGE (PNAD Contínua)
Gráfico 4.4 – Taxa de desocupação – Sudeste%
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-4
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Mai Ago Nov Fev2017
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PF PJ Total
1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.
Gráfico 4.5 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – SudesteVariação em 12 meses – %
Tabela 4.1 – Dívida líquida e necessidades de
financiamento – Sudeste1/
R$ milhões
UF Dezembro de 2016 Novembro de 2017
Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses
Primário Nominal3/ Primário Nominal3/
ES 1 597 244 537 1 350 -660 -471
MG 114 101 130 12 403 109 968 115 8 309
RJ 131 375 5 699 18 202 138 540 2 531 11 739
SP 304 902 -3 345 29 832 307 986 -12 446 7 899
Total (A) 551 975 2 728 60 975 557 845 -10 461 27 477
Brasil4/ (B) 766 579 -1 791 75 866 773 348 -16 248 33 210
(A/B) (%) 72,0 -152,3 80,4 72,1 64,4 82,7
1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados
preliminares.
2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado
nominal e o resultado de outros fluxos.
3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.
4/ Refere-se à soma de todas as regiões.
Janeiro 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 37
industrial, captado pelo Icei, que atingiu 55,8 pontos, na média do trimestre finalizado em dezembro (51,0 pontos em setembro), reforçando a percepção do cenário de recuperação em curso. Considerando os dados mensais, houve forte elevação entre setembro e dezembro, quando o índice passou de 54,4 para 57,1, melhor resultado desde julho de 2011.
No setor externo, o maior dinamismo do saldo comercial em 2017 contribuiu para a recuperação de importantes segmentos da indústria da região, notadamente o extrativo, o automobilístico e o de bens de capital. O superavit da balança comercial avançou de US$17,3 bilhões em 2016 para US$27,4 bilhões em 2017, em decorrência do crescimento de 15,2% das exportações, favorecidas principalmente pela elevação dos preços (10,7%), com ênfase nas vendas de produtos básicos – especialmente óleos brutos de petróleo e minérios de ferro. O aumento de 5,1% das importações resultou de variações de 3,4% nos preços e 1,6% no quantum, com destaque para a expansão de 53,9% nas compras de combustíveis e lubrificantes. Ressalte-se o comportamento do quantum de importação, reforçando a percepção de reativação consistente da economia da região.
A variação trimestral do IPCA no Sudeste acelerou de 0,71%, no terceiro trimestre, para 1,26%, no quarto, refletindo o desempenho dos preços livres, com maiores variações em alimentação, bens industriais e serviços. Na comparação anual, o IPCA da região variou 3,15% em 2017, comparativamente a 6,22% em 2016, decorrente do menor aumento dos preços livres, de 6,37% para 1,84%, enquanto os preços monitorados foram impactados pelo reajuste de importantes preços administrados, especialmente a energia elétrica residencial e a gasolina.
A atividade econômica da região Sudeste manteve-se em expansão no trimestre encerrado em novembro, a despeito do desempenho menos vigoroso de alguns importantes indicadores econômicos. Nesse contexto, a recuperação da confiança dos agentes econômicos, sustentada nos resultados recentes para o emprego, a renda e o crédito às famílias, além dos efeitos defasados da distensão monetária, reforçam a perspectiva de continuidade da retomada gradual e consistente da atividade econômica. Entretanto, cabe ressaltar que as incertezas em relação ao encaminhamento de relevantes reformas institucionais permanecem como um importante fator de risco ao processo de recuperação econômica da região, principalmente pela sua influência nas decisões de investimento.
Tabela 4.2 – Produção industrial – Sudeste
Geral e setores selecionados
Variação % no período
Setores Pesos1/ 2017
Ago2/ Nov2/ 12 meses
Indústria geral 100,0 2,9 1,1 2,7
Indústrias extrativas 13,6 -2,2 0,3 4,4
Indústrias de transformação 86,4 3,4 1,3 2,5
Veículos, reb. e carrocerias 12,8 13,7 -0,3 17,6
Produtos alimentícios 12,7 6,8 -3,2 1,0
Deriv. petróleo e biocombustíveis 12,0 -5,7 15,7 -2,6
Metalurgia 7,1 0,6 3,8 3,2
Outros produtos químicos 5,8 1,8 4,5 -0,4
Fonte: IBGE
1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.
2/ Variação relativa aos trimestres encerrados nos períodos t e t-3. Dados
dessazonalizados.
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Set2014
Dez Mar2015
Jun Set Dez Mar2016
Jun Set Dez Mar2017
Jun Set Dez
Exportação Importação
Fonte: MDIC/Secex
Gráfico 4.6 – Balança comercial – SudesteAcumulado em 12 mesesUS$ bilhões
Tabela 4.3 – IPCA – Sudeste
Variação % no período
Discriminação Pesos1/ 2016 2017
Ano III Tri IV Tri 12 meses
IPCA 100,0 6,22 0,71 1,26 3,15
Livres 73,9 6,37 -0,09 0,86 1,84
Alimentação no domicílio 13,7 8,73 -3,48 -0,15 -4,33
Bens industrializados 22,1 4,75 0,53 1,03 1,42
Serviços 38,0 6,48 0,84 1,13 4,55
Monitorados 26,1 5,75 3,09 2,39 7,04
Principais itens
Alimentação 22,9 8,10 -1,93 0,39 -1,29
Habitação 16,2 2,86 2,17 2,18 6,02
Artigos de residência 3,7 2,99 0,51 -0,83 -0,84
Vestuário 5,3 2,89 0,18 1,52 3,50
Transportes 18,6 4,46 2,52 2,26 3,05
Saúde 12,5 11,49 1,25 1,56 7,09
Despesas pessoais 11,8 8,24 1,33 1,21 4,63
Educação 5,2 8,92 0,19 0,12 7,00
Comunicação 3,8 1,18 0,18 0,35 1,34
Fonte: IBGE
1/ Referentes a dezembro de 2017.
38 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Janeiro 2018
4.1 − Minas Gerais
Após dois trimestres de resultados positivos, o PIB de Minas Gerais registrou queda de 0,7% no terceiro trimestre, na margem, influenciado principalmente pelo desempenho negativo da agropecuária, segundo dados dessazonalizados da Fundação João Pinheiro (FJP). Em que pese o resultado consolidado negativo, há que se destacar o crescimento da indústria, com destaque para os segmentos de energia e saneamento e de transformação, e dos serviços, impulsionados pelo comércio e pelos transportes. Estatísticas mais recentes corroboram o bom desempenho de comércio, transportes, energia, alugueis e serviços públicos. Nesse contexto, o IBCR-MG cresceu 1,9% no trimestre encerrado em novembro, comparado ao trimestre anterior, quando recuara 0,8% na mesma base de comparação.
Estimulado pelo aumento do emprego, da massa de rendimento real, da confiança do consumidor, do crédito, e pelas promoções da Black Friday, observa-se aceleração na expansão do comércio no trimestre encerrado em novembro. O volume de vendas do comércio no Estado aumentou 2,9% nesse período, em relação ao trimestre anterior, conforme dados dessazonalizados da PMC, do IBGE, impulsionado pelo crescimento nas vendas de veículos e de móveis e eletrodomésticos (5,1%). O aumento do consumo também se refletiu no setor de serviços, que cresceu 1,1% no trimestre encerrado em novembro, tendo sido observado expansão em todos os segmentos observados, segundo a PMS, do IBGE.
O índice de confiança do consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH), divulgado pelo Ipead/UFMG, aumentou 2,1 p.p. no quarto trimestre, com destaque para a melhora nas expectativas quanto ao emprego, à situação econômica do país, à inflação e à situação financeira da família em relação ao passado.
O mercado de trabalho no Estado mostrou indicadores de recuperação gradual do emprego e da renda. A ocupação cresceu 0,4% no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2016, segundo a PNAD Contínua, do IBGE, enquanto a massa de rendimento real expandiu 3,4% no período. No mercado formal, houve eliminação de 1,8 mil postos de trabalho no trimestre finalizado em novembro (redução de 33,5 mil no mesmo trimestre em 2016), constituindo-se no melhor resultado para o trimestre desde 2012, conforme dados do Caged/MTb.
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IBC-Br IBCR-MG
Gráfico 4.1.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Minas GeraisDados desazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100
Área linkada
Data41456414874151841548415794160941640416714169941730
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Comércio Serviços
Gráfico 4.1.2 – Comércio e serviços – Minas GeraisDados desazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100
Tabela 4.1.1 – Evolução do emprego formal – Minas Gerais
Novos postos de trabalho (em mil)
Discriminação 2016 2017
Tri2/ Ano3/ Tri2/ Ano3/
Total -33,5 -71,9 -1,8 51,9
Ind. de transformação -6,5 -14,2 1,9 14,7
Comércio 10,4 -18,0 13,7 3,3
Serviços -1,9 -16,8 6,3 21,8
Construção civil -10,1 -24,4 -2,1 1,7
Agropecuária -24,4 5,0 -21,3 7,2
Serviços ind. de util. pública -0,1 -1,5 -0,1 -0,7
Outros1/ -0,9 -2,1 -0,2 3,8
Fonte: Ministério do Trabalho
1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.
2/ Trimestre encerrado em novembro.
3/ Acumulado no ano até novembro.
Janeiro 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 39
O mercado de crédito no Estado segue, em linhas gerais, o comportamento do crédito em âmbito nacional, com recuperação no volume de operações com pessoas físicas e contração dos empréstimos com pessoas jurídicas. Nesse sentido, a queda no saldo das operações de crédito, considerando períodos de doze meses, passou de -1,8%, em agosto, para -0,4% em novembro. O crescimento no saldo dos empréstimos às pessoas físicas evoluiu de 4,0% para 5,3% no período, com destaque para crédito rural e financiamentos de veículos. Em sentido contrário, a variação da carteira de pessoas jurídicas passou de 8,9% para 7,8%, refletindo a redução nos saldos de capital de giro, de empréstimos com recursos do BNDES e de financiamentos à exportação.
O saldo da balança comercial aumentou 17,2% em 2017, impulsionado, principalmente, pela elevação nos preços do minério de ferro no primeiro trimestre. As receitas com as remessas de minério de ferro cresceram 25,4%. As importações aumentaram 12,1%, influenciadas pelas aquisições de combustíveis, principalmente carvão mineral, usado na indústria metalúrgica, e de bens intermediários.
No âmbito fiscal, os governos do Estado, da Capital e dos principais municípios registraram deficit primário de R$115 milhões no período de doze meses encerrado em novembro de 2017, ante deficit de R$130 milhões em 2016. O resultado nominal mostrou deficit de R$8,3 bilhões, 33% inferior ao registrado em 2016. A receita de ICMS reagiu no decorrer de 2017, aumentando 7,1% em termos reais no período de doze meses até em outubro, em relação a igual intervalo de 2016, enquanto as transferências da União apresentaram crescimento real de 18,1%.
A produção industrial retraiu 1,4% no trimestre encerrado em novembro, na comparação com o trimestre anterior, quando havia aumentado 0,5%, conforme dados dessazonalizados da PIM-PF, do IBGE. A produção da indústria extrativa diminuiu 1,5% enquanto a da indústria de transformação apresentou retração de 1,4.
O Icei/MG da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), mostrou no quarto trimestre melhora na percepção dos empresários industriais em relação à economia, passando de 55,0 pontos, em setembro, para 56,5 pontos em dezembro. Este é o melhor resultado desde setembro de 2012, refletindo otimismo tanto nas condições atuais como nas expectativas.
Tabela 4.1.2 – Comércio exterior – Minas Gerais
Janeiro-dezembroUS$ milhões
Discriminação Minas Gerais Brasil
2016 2017 Var. % Var. %
Exportações 21 921 25 350 15,6 17,6
Básicos 12 404 14 479 16,7 27,7
Industrializados 9 517 10 871 14,2 10,0
Importações 6 555 7 347 12,1 9,6
Bens de capital 1 455 1 168 -19,8 -16,5
Bens Intermediários 3 823 4 661 21,9 14,0
Bens de consumo 852 813 -4,6 -0,2
Combustíveis e lubrificantes 425 705 66,0 23,6
Saldo comercial 15 366 18 003 17,2 22,2
Fonte: MDIC/Secex
Tabela 4.1.3 – Produção industrial – Minas Gerais
Geral e setores selecionados
Variação % trimestral
Setores Pesos1/ 2017
Ago2/ Nov2/ Ac. 12 meses
Indústria geral 100,0 0,5 -1,4 1,8
Indústrias extrativas 24,6 -2,9 -1,5 5,6
Indústrias de transformação 75,4 2,2 -1,4 0,6
Metalurgia 14,1 0,2 0,6 -1,9
Veículos, reb. e carrocerias 11,8 11,2 -1,2 4,8
Deriv. petróleo e biocomb. 5,8 -0,9 -8,8 -2,3
Metais, ex maq. e eq. 3,9 0,4 -13,7 -3,4
Prod. miner. não-metálicos 3,7 -0,3 2,0 -1,1
Fonte: IBGE
1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.
2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.
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Ago2015
Nov Fev2016
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PF PJ Total
Gráfico 4.1.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Minas Gerais1/
Variação em 12 meses – %
1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.
40 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Janeiro 2018
A produção agrícola mineira apresentou resultado consolidado negativo em 2017, em decorrência da queda na safra de café, apesar dos resultados positivos nas culturas de milho, soja e feijão. Segundo o prognóstico de safra para 2018, do IBGE, a produção de café deverá apresentar expansão de 17,8%, e a de feijão primeira safra, 12,1%; enquanto as culturas de milho primeira safra e de soja deverão sofrer retrações.
A inflação da RMBH, medida pelo IPCA, variou 0,59% no último trimestre de 2017, comparativamente a 0,85% no terceiro. O grupo alimentação e bebidas destacou-se com comportamento benigno, com variação significativamente menor do que média dos últimos doze anos para o trimestre. O índice de difusão confirma o comportamento benigno da inflação, alcançando 46,4% no período, ante 47,9% no trimestre finalizado em setembro.
A trajetória do IPCA da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi desinflacionaria ao longo de 2017, registrando variação de 2,03% no ano, ante 6,60% em 2016, influenciada pelo comportamento dos preços livres, em especial em itens da alimentação no domicilio. Os preços de produtos mais sensíveis ao ciclo também apresentaram importante desinflação no ano, favorecida pela redução do componente inercial e da melhora da confiança nos rumos da política econômica. Os preços de itens monitorados registraram aceleração, com reajustes mais acentuados em itens importantes, como gasolina, planos de saúde, taxa de água e esgoto e gás de botijão.
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IPCA Alimentação no domicílioServiços Monitorados
Gráfico 4.1.5 – IPCA RMBH Variação % acumulada em 12 meses
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Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Faixa sazonal (3,00%-6,00%) 2016 2017
Gráfico 4.1.4 – IPCA RMBH – Padrão sazonalVariação % mensal
Fonte: IBGE e BCB
Janeiro 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 41
4.2 – Rio de Janeiro
A economia fluminense retomou a trajetória de crescimento no trimestre finalizado em novembro, após dez trimestres de contrações. O crescimento da indústria, em um ambiente de melhora da confiança empresarial, o aumento das exportações e a evolução do mercado de crédito contribuíram para a recuperação da atividade. Nesse contexto, o IBCR-RJ avançou 1,6% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao terminado em agosto, quando contraíra 0,7%, na mesma base de comparação, segundo dados com ajuste sazonal. Considerados períodos de doze meses, o indicador recuou 2,4% em novembro (-3,3% em agosto).
No âmbito da demanda agregada, as vendas do comércio ampliado ficaram estáveis no trimestre finalizado em novembro, após crescimento de 0,9% no trimestre anterior, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. O resultado do trimestre foi prejudicado pelos desempenhos negativos de combustíveis e lubrificantes, -10,2%, e de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, -1,0%. Ressalte-se que o comércio fluminense continua sendo beneficiado pela aceleração do crédito a pessoas físicas, que passou de 0,9%, no trimestre encerrado em agosto, para 1,3% no trimestre terminado em novembro.
O crescimento da economia fluminense no trimestre foi amortecido pelo desempenho negativo do setor de serviços, cujos resultados na margem ainda não evidenciam uma recuperação. De acordo com dados dessazonalizados da PMS, o volume de serviços não financeiros no estado decresceu 0,6% no trimestre terminado em novembro, após retração de 1,4% no trimestre anterior, refletindo, em grande parte, o desempenho negativo de serviços profissionais, administrativos e complementares, -3,6%.
Apesar de alguma melhora no terceiro trimestre, a fragilidade do mercado de trabalho fluminense ainda inibe expansão mais consistente do consumo das famílias. A queda da taxa de desemprego no estado, 14,5% (15,6% no segundo trimestre), primeiro recuo desde o quarto trimestre de 2014, reflete basicamente a geração de postos de trabalho informais. Dados do Caged/MTb mostram que foram eliminados 5,6 mil postos formais no trimestre encerrado em novembro (-56,5 mil em igual período de 2016), concentrados nos segmentos de serviços e construção civil. Considerando-se os últimos doze
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Ago2014
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IBC-Br IBCR-RJ
Gráfico 4.2.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Rio de JaneiroDados dessazonalizados2002 = 100
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Nov Fev2015
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Mai Ago Nov Fev2017
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Indústria Comércio Serviços
Gráfico 4.2.2 – Comércio, serviços e indústria – Rio de JaneiroDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100
Fonte: IBGE
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I Tri II Tri III Tri IV Tri
2014 2015 2016 2017
Gráfico 4.2.3 – Taxa de desocupação – Rio de Janeiro%
Fonte: IBGE (PNAD Contínua)
42 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Janeiro 2018
meses, foram eliminados 124,5 mil empregos formais. Ressalte-se que desde o último trimestre de 2014 não há geração líquida de postos de trabalho formais no estado. De acordo com dados da PNAD Contínua, do IBGE, o rendimento médio habitual real e a massa salarial real variaram -2,3% e +0,5%, respectivamente, no terceiro trimestre de 2017, comparativamente ao mesmo período de 2016.
Em relação aos indicadores de oferta, destaca-se o avanço expressivo da indústria no trimestre finalizado em novembro, +7,9%, principalmente a de transformação, impactada pela expansão da produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis e pelo aumento da fabricação de itens da metalurgia e de veículos automotores, segmentos favorecidos pelo aumento das exportações. Ressalte-se que a indústria metalúrgica também foi beneficiada pela expansão dos financiamentos destinados às empresas desse ramo de atividade, 71,7% no trimestre, após retração de 15,8% no trimestre anterior. Em linha com o segmento de transformação, a indústria extrativa cresceu 1,9% no trimestre.
O bom desempenho da indústria no período coincide com a trajetória de recuperação dos financiamentos a pessoas jurídicas, que registraram variação de 0,1% no trimestre, ante -4,3% no trimestre anterior, e ocorreu em cenário de aumento da confiança dos empresários fluminenses e do Nuci, de acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O Icei atingiu 50,8 pontos na média do trimestre finalizado em novembro (46,7 pontos no finalizado em agosto), apoiado, especialmente, no componente de expectativas, e retomou o patamar de otimismo (acima de 50 pontos) atingido pela última vez em 2014. O Nuci avançou 0,7 p.p. no trimestre, atingindo 75,1% (contra uma média histórica de 80,0%). Em sentido oposto, os indicadores de nível de emprego, horas trabalhadas, faturamento e massa salarial recuaram no mesmo período, considerados dados dessazonalizados.
O crescimento das exportações contribuiu para o desempenho positivo da indústria. A balança comercial do estado apresentou superavit de US$10,6 bilhões em 2017 (US$4,6 bilhões em 2016), de acordo com o MDIC, refletindo em grande parte o incremento de 26,3% nas exportações, em especial de óleos bruto de petróleo, minério de ferro, produtos de ferro ou aço, e automóveis de passageiros, com alta de 57,0% nos embarques.
Tabela 4.2.1 – Produção industrial – Rio de Janeiro
Geral e setores selecionados
Variação % no período
Setores Pesos1/ 2017
Ago2/ Nov2/ Ac. 12 meses
Indústria geral 100,0 -2,6 7,9 3,6
Indústrias extrativas 28,1 0,8 1,9 4,2
Indústrias de transformação 71,9 -3,9 15,5 3,4
Deriv. petróleo e biocomb. 25,9 -12,7 32,2 -2,2
Metalurgia 10,4 -12,8 14,4 18,8
Veículos, reb. e carrocerias 5,8 17,9 21,2 38,1
Bebidas 3,9 6,7 9,9 4,3,
Fonte: IBGE
1/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE.
2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados.
Tabela 4.2.2 – Evolução do emprego formal –
Rio de Janeiro
Novos postos
Acumulado no trimestre (em mil)1/
Discriminação 2016 2017
Nov Fev Mai Ago Nov
Total -56,5 -74,5 -26,0 -18,4 -5,6
Indústria de transformação -6,6 -9,0 -3,3 -0,6 -2,0
Comércio 13,0 -19,6 -4,6 -1,3 12,8
Serviços -40,9 -31,3 -16,9 -8,6 -8,7
Construção civil -18,8 -11,5 -2,7 -7,1 -3,1
Agropecuária -1,9 -0,5 2,0 0,3 -3,1
Serviços ind. utilidade pública -0,2 -0,1 -0,2 -0,3 -0,7
Outros2/ -1,2 -2,4 -0,5 -0,9 -0,8
Fonte: Ministério do Trabalho
1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.
2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.
-10
-5
0
5
10
15
20
Mar2015
Jun Set Dez Mar2016
Jun Set Dez Mar2017
Jun Set Dez
Alimentação no domicílio Bens industrializados
Serviços
Gráfico 4.2.4 – Evolução dos preços livres – Rio de JaneiroVariação % em 12 meses
Janeiro 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 43
O IPCA da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), divulgado pelo IBGE, variou 0,90% no quarto trimestre de 2017, após aumento de 0,12% no terceiro trimestre, resultado da alta dos preços livres, de -0,31% para 0,78% - influenciados, em grande parte, pela aceleração nos preços de serviços. O índice de difusão médio atingiu 50,1% no período, ante 40,4% no trimestre anterior.
Os preços dos serviços aceleraram para 1,11% no trimestre, após alta de 0,83% no trimestre anterior, ressaltando-se os impactos dos aumentos em excursão, passagem aérea e empregado doméstico. A inflação subjacente no setor de serviços diminuiu de 0,77% para 0,55% no período.
No ano, o IPCA da RMRJ variou 3,03% em 2017, ante 6,32% em 2016, refletindo desaceleração dos preços livres e relativa estabilidade dos preços monitorados.
Tabela 4.2.3 – IPCA – Rio de Janeiro
Variação %
Discriminação Pesos1/ 2016 2017
Ano III Tri IV Tri Ano
IPCA 100,0 6,32 0,12 0,90 3,03
Livres 70,9 6,58 -0,31 0,78 1,92
Alimentação no domicílio 13,5 8,93 -3,60 0,32 -3,72
Bens industrializados 17,4 5,00 -0,25 0,37 0,67
Serviços 40,0 6,45 0,83 1,11 4,54
Monitorados 29,1 5,68 1,20 1,21 5,86
Fonte: IBGE
1/ Referentes a dezembro de 2017.
44 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Janeiro 2018
4.3 – São Paulo
A economia paulista cresceu 0,9% no terceiro trimestre, impulsionada pelo desempenho da indústria (+2,6%), registrando expansão pelo terceiro trimestre consecutivo, na análise com ajuste sazonal, de acordo com dados do Produto Interno Bruto (PIB) trimestral divulgados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Nos quatro trimestres finalizados em setembro de 2017, o PIB do estado cresceu 0,1%, primeira alta nesse tipo de comparação desde o segundo trimestre de 2014, enquanto no mesmo período do ano anterior apresentava retração de 3,0%.
Dados mais recentes reforçam a retomada da atividade econômica. O IBCR-SP cresceu 0,4% no trimestre finalizado em novembro (1,6% em agosto), com dados ajustados sazonalmente. O menor crescimento no trimestre foi influenciado pela perda de ritmo de expansão da indústria e do comércio e pela retração dos serviços. A evolução do mercado de trabalho, do crédito, do comércio exterior e, principalmente, dos índices de confiança continuam apontando para a consolidação da recuperação.
Os índices de confiança relacionados ao consumo sugerem a continuidade do processo de retomada gradual. O Icec atingiu 109,1 pontos em dezembro ante 106,2 pontos em setembro e o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou 109,5 pontos e 99,7 pontos, nos mesmos períodos.
O significativo aumento da confiança dos agentes econômicos não foi suficiente para manter o ritmo de recuperação do comércio e dos serviços. As vendas do comércio varejista ampliado avançaram 0,2% no trimestre encerrado em novembro, após alta de 5,0% em agosto, segundo dados dessazonalizados da PMC, do IBGE. Excluindo-se os segmentos de veículos, motocicletas, partes e peças (-0,1%) e de material de construção (4,7%), as vendas do comércio varejista ficaram estáveis em novembro (+4,3% em agosto). Diferentemente do comércio, que apresentou desaceleração na taxa de crescimento, o volume do setor de serviços não financeiros recuou 2,2% no trimestre encerrado em novembro, depois de registrar alta de 2,5% em agosto, de acordo com dados dessazonalizados da PMS, do IBGE.
As perspectivas para a continuidade da retomada do comércio varejista e dos serviços mostram-se positivas devido à recuperação gradual do potencial
130
135
140
145
150
155
Nov2014
Fev2015
Mai Ago Nov Fev2016
Mai Ago Nov Fev2017
Mai Ago Nov
IBC-Br IBCR-SPFonte: IBGE
Gráfico 4.3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e São PauloDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100
60
80
100
120
140
25,0
37,5
50,0
62,5
75,0
Dez2015
Mar2016
Jun Set Dez Mar2017
Jun Set Dez
Índice de Confiança do Empresário Industrial
Índice de Confiança do Empresário do Comércio (eixo da dir.)
Índice de Confiança do Consumidor (eixo da dir.)
Fontes: Fecomercio-SP e CNI
Linha de confiança
Gráfico 4.3.2 – Confiança dos agentes – São PauloEm pontos – Média móvel trimestral
75
80
85
90
95
100
105
110
Nov2014
Fev2015
Mai Ago Nov Fev2016
Mai Ago Nov Fev2017
Mai Ago Nov
Comércio ampliado Serviços IndústriaFonte: IBGE
Gráfico 4.3.3 – Comércio, serviços e indústria – São PauloDados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100
Janeiro 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 45
de consumo das famílias, apoiada em indicações favoráveis dos mercados de trabalho e de crédito. O rendimento médio real no estado avançou 2,0% no terceiro trimestre de 2017, na comparação interanual, em linha com o processo desinflacionário em curso. O emprego formal também apresenta contínua recuperação desde o início do ano em relação aos mesmos períodos do ano anterior. No trimestre encerrado em novembro, houve eliminação líquida de 6,5 mil postos de trabalho ante 83,5 mil no mesmo trimestre do ano anterior, segundo o Caged/MTb. A a taxa de desocupação alcançou 13,2% no terceiro trimestre, indicando alto nível de ociosidade da mão de obra, mas houve crescimento da população ocupada de 2,5% na comparação com o mesmo trimestre de 2016, de acordo com a PNAD Contínua, do IBGE.
Ainda no contexto de retomada do consumo das famílias, o mercado de crédito em São Paulo continua mostrando recuperação no segmento de pessoas físicas, resultado da melhora progressiva da situação financeira das famílias. Desse modo, a carteira de empréstimos contratados por pessoas físicas aumentou 1,8% no trimestre encerrado em novembro, ante 1,9% do período terminado em agosto, destacando-se o financiamento imobiliário e o crédito pessoal. Em sentido contrário, o segmento de operações com pessoas jurídicas apresentou recuo de 1,4% no trimestre (-2,1% em agosto), predominantemente em função dos empréstimos com recursos do BNDES e do capital de giro. Como resultado, o saldo total de crédito permaneceu estável no trimestre (-0,3% em agosto).
No âmbito fiscal, a arrecadação tributária segue tendência favorável, repercutindo a evolução recente da atividade econômica. Em São Paulo, de acordo com a Secretaria da Fazenda de São Paulo, a arrecadação do ICMS e as transferências da União cresceram, respectivamente, 4,0% e 2,4% (deflacionados pelo IGP-DI) no ano até novembro de 2017 em comparação com o mesmo período de 2016.
Sob a ótica da oferta, a produção industrial segue em perspectiva de recuperação. A indústria do estado, segundo a PIM-PF/IBGE, subiu 0,5% no trimestre encerrado em novembro, em comparação à elevação de 4,3% do trimestre encerrado em agosto, com 8 dos 18 setores apresentando expansão, destacando-se os de coque e derivados de petróleo, de metalurgia e de outros produtos químicos. O total de horas trabalhadas na produção aumentou 0,6% no
Tabela 4.3.1 – Evolução do emprego formal – São Paulo
Novos postos de trabalho
Acumulado no trimestre (em mil)1/
Discriminação 2016 2017
Nov Fev Mai Ago Nov
Total -83,5 -138,3 37,8 40,1 -6,5
Indústria de transformação -32,0 -24,2 10,1 -3,9 -8,6
Comércio 17,2 -28,7 -8,7 17,5 25,9
Serviços -13,4 -41,2 13,5 15,5 3,4
Construção civil -27,8 -18,7 -9,9 -6,8 -10,8
Agropecuária -22,6 -17,5 29,4 18,3 -14,3
Serv. industr. de utilidade pública -1,9 -0,7 -0,5 -0,8 -0,6
Outros2/ -3,1 -7,3 3,8 0,3 -1,4
Fonte: Ministério do Trabalho
1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado.
2/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outros.
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
Nov2015
Fev2016
Mai Ago Nov Fev2017
Mai Ago Nov
PF PJ Total
1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.
Gráfico 4.3.4 – Evolução do saldo das operações de crédito1/ – São PauloVariação em 12 meses – %
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trimestre encerrado em novembro (1,2% no trimestre até agosto), segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O nível de ociosidade continua elevado, com o Nuci alcançando 75,6 no trimestre encerrado em novembro, pouco acima dos 75,4 observados em agosto. A confiança do empresário industrial continua aumentando, o Icei passou de 56,7 em setembro para 59,8 em dezembro, destacando-se comportamento do componente de expectativas.
O setor externo contribuiu para a retomada da economia paulista em 2017, com o déficit comercial diminuindo 16,7% em relação ao ano anterior, refletindo sobretudo a elevação de 9,6% das exportações, com destaque para as vendas de óleos brutos de petróleo, açúcar de cana em bruto e produtos da cadeia automotiva. As compras cresceram 6,8%, sobretudo pelo aumento de 4,9% do quantum, ressaltando-se as aquisições de bens intermediários, reflexo do crescimento da economia no período.
Na margem, o IPCA da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) variou 1,71% no quarto trimestre comparativamente a 0,86%, no terceiro. O resultado decorreu, principalmente, da aceleração da variação dos preços livres, destacando-se, nesse segmento, a menor contribuição negativa da alimentação no domicílio. Os preços dos itens de serviços aceleraram, de 0,87% para 1,43%, destacando-se a elevação em refeição. Em 2017, o IPCA aumentou 3,63%, ante 6,13% em 2016, devido, principalmente, ao choque favorável dos preços dos alimentos, e seus efeitos de segunda ordem para os demais preços da economia.
35
55
75
95
Set2014
Dez Mar2015
Jun Set Dez Mar2016
Jun Set Dez Mar2017
Jun Set Dez
Exportação ImportaçãoFonte: MDIC/Secex
Gráfico 4.3.5 – Balança comercial – São PauloAcumulado em 12 mesesUS$ bilhões
Tabela 4.3.2 – IPCA – São Paulo
Discriminação Pesos1/ 2016 2017
Ano III Tri IV Tri 12 meses
IPCA 100,0 6,13 0,86 1,71 3,63
Livres 74,6 6,11 0,05 1,21 2,33
Alimentação no domicílio 13,6 8,22 -3,16 -0,12 -3,53
Bens industrializados 23,1 4,47 0,68 1,67 1,92
Serviços 38,0 6,34 0,87 1,43 4,84
Monitorados 25,4 6,19 3,39 3,19 7,70
Principais itens
Alimentação 23,2 7,84 -1,83 0,73 -0,49
Habitação 15,4 3,42 2,25 3,07 6,46
Artigos de residência 3,5 1,85 0,73 -0,87 -0,61
Vestuário 5,4 3,22 0,48 1,73 4,31
Transportes 19,4 3,89 2,93 3,43 3,20
Saúde 12,8 11,87 1,25 1,60 7,67
Despesas pessoais 11,6 7,80 1,74 1,19 5,69
Educação 5,2 8,20 0,18 0,08 6,66
Comunicação 3,6 1,58 -0,10 -0,02 0,71
Fonte: IBGE
1/ Referente a dezembro de 2017.