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Boletim EpidemiológicoSecretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da SaúdeNúmero Especial | Jul. 2021
Hepatites Virais | 2021
Boletim EpidemiológicoSecretaria de Vigilância em SaúdeMinistério da Saúde
Número Especial | Jul. 2021
©1969. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.
Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais
Tiragem: 450ISSN: 9352-7864
Elaboração, distribuição e informaçõesMINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Vigilância em Saúde Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis – DCCISRTVN Quadra 701, lote D, Edifício PO700 – 5º andarCEP: 70719-040 – Brasília/DFDisque Saúde – 136e-mail: [email protected]: www.aids.gov.br
Coordenação-geral Angélica Espinosa Barbosa MirandaGerson Fernando Mendes Pereira
OrganizaçãoAlessandro Ricardo Caruso da CunhaFlavia Kelli Alvarenga PintoKaren Cristine ToniniPatrícia Carla dos Santos Rachel Abrahão RibeiroRonaldo de Almeida Coelho
Revisão ortográfica:Angela Gasperin Martinazzo
Projeto gráfico/diagramação Fred Lobo, Sabrina Lopes – Nucom/GAB/SVS/MS
DiagramaçãoMarcos Cleuton de Oliveira
Normalização Editora MS/CGDI
1. Hepatites 2. Epidemiologia 3. Vigilância
Títulos para indexaçãoEpidemiological Report - Viral Hepatitis 2021Boletín Epidemiológico - Hepatitis Virales 2021
Lista de figuras
Figura 1 Proporção de casos de hepatites virais notificados segundo as regiões. Brasil, 1999 a 2020 ...................................................................9
Figura 2 Taxa de incidência de hepatite A e taxa de detecção de hepatite B e C por ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ................................10
Figura 3 Distribuição dos óbitos por causa básica e associada às hepatites virais segundo agente etiológico. Brasil, 2000 a 2019 .....................10
Figura 4 Taxa de incidência de hepatite A segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ................................................ 11
Figura 5 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo UF e capital de residência. Brasil, 2020 ..........................................................................12
Figura 6 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo sexo, razão de sexos (M:F) e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 .....................12
Figura 7 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo faixa etária e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ................................................13
Figura 8 Coeficiente de mortalidade por hepatite A como causa básica, segundo região de residência e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019 ............................................................................................................................................................................................................14
Figura 9 Taxa de detecção de hepatite B segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ...................................................15
Figura 10 Taxa de detecção de hepatite B segundo UF e capital de residência. Brasil, 2020 .............................................................................................15
Figura 11 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ..............................................................16
Figura 12 Taxa de detecção de casos de hepatite B por faixa etária. Brasil, 2019 e 2020 .......................................................................................... 16
Figura 13 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo faixa etária e sexo. Brasil, 2010 e 2020 .....................................................................17
Figura 14 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo faixa etária e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ...........................................17
Figura 15 Proporção de casos de hepatite B segundo provável fonte ou mecanismo de infecção e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ................................................................................................................................................................................................. 18
Figura 16 Taxa de detecção de casos de hepatite B notificados como gestantes segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ............................................................................................................................................................................................................19
Figura 17 Coeficiente de mortalidade por hepatite B segundo região de residência e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019 ..........................................19
Figura 18 Coeficiente de mortalidade por hepatite B segundo sexo, razão de sexos e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019 ......................................... 20
Figura 19 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo região de residência e ano de notificação. Brasil, 2010 a 2020 ...........................20
Figura 20 Distribuição dos casos de hepatite C segundo marcador por ano de diagnóstico. Brasil, 2015 a 2020 ..................................................21
Figura 21 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo UF e capital de residência. Brasil, 2020 ................................................................... 22
Figura 22 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo sexo, razão de sexos e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 .......................... 22
Figura 23 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo faixa etária e sexo. Brasil, 2020 ................................................................................. 23
Figura 24
Figura 25
Figura 26
Figura 27
Proporção de casos de hepatite C segundo provável fonte ou mecanismo de infecção e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ...........................................................................................................................................................................................................23
Coeficiente de mortalidade por hepatite C segundo região de residência e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019 .....................................24
Coeficiente de mortalidade por hepatite C segundo sexo, razão de sexos e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019 .....................................24
Casos de hepatite D segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020 ............................................................... 25
Lista de tabelas
Tabela 1 Casos confirmados de hepatites virais segundo tipo, região e UF de residência. Brasil, 1999-2020 ............................................................. 28
Tabela 2 Óbitos por hepatites virais segundo o tipo de causa por região e UF de residência. Brasil, 2000-2019........................................................29
Tabela 3 Casos confirmados de hepatite A (número e taxa de incidência por 100.000 habitantes) segundo UF e região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020.............................................................................................................................................. 30
Tabela 4 Classificação dos casos confirmados de hepatite A (número e taxa de incidência por 100.000 habitantes) segundo capitais de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ..............................................................................................................................31
Tabela 5 Casos confirmados de hepatite A (número e taxa de incidência por 100.000 habitantes) e razão de sexos segundo ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ........................................................................................................................................................................................32
Tabela 6 Casos confirmados de hepatite A (número e taxa de incidência por 100.000 habitantes) segundo sexo e faixa etária por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ......................................................................................................................................................... 33
Tabela 7 Casos confirmados de hepatite A (número e percentual) segundo raça/cor por ano do diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ......................... 34
Tabela 8 Óbitos por hepatite A (número e coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes) como causa básica segundo região de residência, faixa etária e sexo por ano de ocorrência. Brasil, 2000-2019 .......................................................................................................35
Tabela 9 Casos confirmados de hepatite B (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) e razão de sexos segundo ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ................................................................................................................................................................................. 36
Tabela 10 Classificação dos casos confirmados de hepatite B (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) segundo capitais de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ............................................................................................................................................37
Tabela 11 Casos confirmados de hepatite B (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) e razão de sexos segundo ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ................................................................................................................................................................................. 38
Tabela 12 Casos confirmados de hepatite B (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) segundo sexo e faixa etária por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ..........................................................................................................................................................................39
Tabela 13 Casos confirmados de hepatite B (número e percentual) segundo raça/cor por ano do diagnóstico. Brasil, 1999-2020 .........................40
Tabela 14 Casos confirmados de hepatite B (número e percentual) segundo escolaridade por sexo e ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ...............................................................................................................................................................................................................41
Tabela 15 Casos confirmados de hepatite B (número e percentual) segundo forma clínica e faixa etária. Brasil, 1999-2020 ....................................42
Tabela 16 Casos confirmados de hepatite B (número e percentual) segundo a provável fonte/mecanismo de infecção por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ..................................................................................................................................................................................43
Tabela 17 Casos confirmados de hepatite B (número e taxa de detecção por 1.000 nascidos vivos) em gestantes segundo UF e região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ........................................................................................................................... 44
Tabela 18 Casos confirmados de hepatite B em gestantes (número e percentual) segundo variáveis selecionadas e ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 .............................................................................................................................................................................................................. 45
Tabela 19 Casos confirmados de hepatite B (número e percentual) segundo agravo associado HIV/aids por ano de diagnóstico. Brasil, 2007-2020 .............................................................................................................................................................................................................. 46
Tabela 20 Casos confirmados de hepatite B coinfectados com o HIV (número e percentual) segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2007-2020 ................................................................................................................................................................................. 46
Tabela 21 Óbitos por hepatite B (número e coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes) como causa básica segundo UF e região de residência por ano de ocorrência. Brasil, 2000-2019. .............................................................................................................................47
Tabela 22 Óbitos por hepatite B (número e coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes) como causa básica segundo sexo e ano de ocorrência. Brasil, 2000-2019. ............................................................................................................................................ 48
Tabela 23 Casos confirmados de hepatite C (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) segundo UF e região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020.............................................................................................................................................. 49
Tabela 24 Casos com marcador anti-HCV reagente ou HCV-RNA reagente (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) segundo UF e região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 .................................................................................................. 50
Tabela 25 Casos com marcador anti-HCV reagente e HCV-RNA reagente (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) segundo UF e região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ................................................................................................... 51
Tabela 26 Casos com marcador anti-HCV reagente e HCV-RNA não reagente (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes)segundo UF e região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ...................................................................................................52
Tabela 27 Classificação dos casos confirmados de hepatite C (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) segundo capitais de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ..............................................................................................................................53
Tabela 28 Casos confirmados de hepatite C (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) e razão de sexos segundo ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ......................................................................................................................................................................... 54
Tabela 29 Casos confirmados de hepatite C (número e taxa de detecção por 100.000 habitantes) segundo sexo e faixa etária por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020...................................................................................................................................................................55
Tabela 30 Casos confirmados de hepatite C (número e percentual) segundo raça/cor por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 .......................... 56
Tabela 31 Casos confirmados de hepatite C (número e percentual) segundo escolaridade por sexo e ano de diagnóstico.Brasil, 1999-2020 ...............................................................................................................................................................................................................57
Tabela 32 Casos confirmados de hepatite C (número e percentual) segundo forma clínica e faixa etária. Brasil, 1999-2020 .................................... 58
Tabela 33 Casos confirmados de hepatite C (número e percentual) segundo a provável fonte/mecanismo de infecção por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ......................................................................................................................................................................... 59
Tabela 34 Casos confirmados de hepatite C (número e percentual) segundo agravo associado HIV/aids por ano de diagnóstico. Brasil, 2007-2020 ......................................................................................................................................................................................60
Tabela 35 Casos confirmados de hepatite C coinfectados com o HIV (número e percentual) segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2007-2020......................................................................................................................................................................60
Tabela 36 Óbitos por hepatite C (número e coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes) por causa básica segundo UF, região de residência e ano de ocorrência. Brasil, 2000)____-2019 ........................................................................................................................61
Tabela 37 Óbitos por hepatite C (número e coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes) por causa básica segundo sexo e ano de ocorrência. Brasil, 2000-2019 .............................................................................................................................................................. 62
Tabela 38 Casos confirmados de hepatite D segundo UF e região de residência por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 .................................... 63
Tabela 39 Casos confirmados de hepatite D segundo sexo e razão de sexos por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 ........................................... 64
Tabela 40 Casos confirmados de hepatite D segundo faixa etária por ano de diagnóstico. Brasil, 1999-2020 .............................................................. 65
Tabela 41 Casos confirmados de hepatite D segundo raça/cor por sexo. Brasil, 1999-2020..............................................................................................66
Tabela 42 Casos confirmados de hepatite D (número e percentual) segundo forma clínica. Brasil, 1999-2020 .............................................................67
Sumário
Introdução ..............................................................................................................................................................................................................................................................7
Cenário epidemiológico das hepatites virais ................................................................................................................................................................................................. 8
Hepatite A .............................................................................................................................................................................................................................................................11
Hepatite B .............................................................................................................................................................................................................................................................14
Hepatite C ............................................................................................................................................................................................................................................................ 20
Hepatite D ............................................................................................................................................................................................................................................................ 25
Tabelas .................................................................................................................................................................................................................................................................. 26
Anexo A – Nota Técnica: Procedimentos para preparação da base de dados das hepatites virais no Sinan ..................................................................................68
Anexo B – Nota Informativa nº 55/2019-CGAE/DIAHV/SVS/MS ..................................................................................................................................................................72
Anexo C – Tabela de indicadores..................................................................................................................................................................................................................... 76
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
Introdução
O Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, desenvolvido pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (DCCI/SVS/MS), destina-se ao uso das autoridades de saúde, instituições de saúde pública e afins e seus parceiros envolvidos no planejamento, implementação, monitoramento e avaliação das atividades de prevenção e controle das hepatites virais.
No período de 1999 a 2020, no Brasil, 254.389 pessoas foram diagnosticadas com o vírus da hepatite B e 262.815 com o vírus da hepatite C. Essas infecções são as principais causas de doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. A carga de doenças resultante das hepatites virais e o próprio agravo por si só representam um desafio de saúde pública para o SUS.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU) incluem no objetivo 3.3: “acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas e combater a hepatite, as doenças transmitidas pela água e outras doenças transmissíveis”. Dados os diferentes modos de transmissão das hepatites virais e os principais grupos afetados, reduzir as infecções e a morbimortalidade por esses agravos requer uma forte abordagem multidisciplinar, alinhada com a estrutura de cobertura universal de saúde que sustenta o SUS.
Nesse contexto, o DCCI está comprometido com a implementação da Agenda 2030 para o alcance dos ODS, visando eliminar as hepatites virais até 2030 como problema de saúde pública e aumentar os esforços para combater as infecções pelos vírus das hepatites B e C. O conceito de eliminação dessas doenças como problema de saúde pública está baseado nas metas globais estabelecidas pela OMS para reduzir novas infecções em 90% e a mortalidade atribuível
às hepatites em 65% até 2030. Para tanto, é necessário realizar o diagnóstico de 90% dos casos e tratar 80% dos casos diagnosticados.
Em junho de 2020, foi publicada a Portaria GM/MS nº 1.537, que alterou a Portaria de Consolidação GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais, e a Portaria de Consolidação nº 6, de 28 de setembro de 2017, para incluir os medicamentos do Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais no Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica.
Essa Portaria tem a finalidade de simplificar o acesso aos tratamentos para as hepatites B, C e D, bem como permitir que pessoas diagnosticadas com hepatites virais tenham seguimento e tratamento prescrito no âmbito da Atenção Primária a Saúde (APS), de acordo com as orientações estabelecidas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas publicados pelo Ministério da Saúde. Atualmente, o rastreio, o diagnóstico e o tratamento de casos de hepatite C sem cirrose é passível de atendimento pela APS.
Compreender a complexidade das hepatites virais e determinar respostas programáticas a essas infecções requer dados robustos, fornecidos pelo Sistema Nacional de Vigilância em Saúde. Neste Boletim, estão contidas informações atualizadas até 2020 sobre os casos de hepatites virais no Brasil, detalhadas pelo ano de diagnóstico da doença segundo variáveis selecionadas, por Unidade da Federação e regiões do país.
Espera-se que as análises deste Boletim possam contribuir para o planejamento das ações de vigilância, prevenção, diagnóstico, assistência e tratamento das hepatites virais, impulsionando a redução e a eliminação dessas doenças no Brasil.
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Cenário epidemiológico das hepatites virais
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
No período de 1999 a 2020, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 689.933 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.579 (24,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 254.389 (36,9%) aos de hepatite B, 262.815 (38,1%) aos de hepatite C e 4.150 (0,6%) aos de hepatite D (Tabela 1).
A distribuição proporcional dos casos variou entre as cinco regiões brasileiras. A região Nordeste concentra a maior proporção das infecções pelo vírus A (30,1%). Na região Sudeste verificam-se as maiores proporções dos vírus B e C, com 34,2% e 58,9%, respectivamente. Por sua vez, a região Norte acumula 74,9% do total de casos de hepatite D (ou Delta), conforme a Tabela 1 e a Figura 1.
25,314,6
3,5
74,930,1
10,3
6,5
5,3
18,0
34,258,9
10,415,4
31,8
27,5
6,311,1 9,03,6 3,2
,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Hepa�te A Hepa�te B Hepa�te C Hepa�te D
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 1 Proporção de casos de hepatites virais notificados segundo as regiões. Brasil, 1999 a 2020
Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
No período de 2010 a 2014, a taxa de incidência de hepatite A no Brasil apresentou pouca variação e após esse período mostrou queda expressiva, atingindo 0,2/100 mil habitantes em 2020. As taxas de hepatite B apresentaram discreta tendência de queda anual até 2019, com diminuição importante nas notificações no último ano, chegando a 2,9/100 mil habitantes. As taxas de detecção de hepatite
C eram menores que as de hepatite B até 2015, ano em que houve a mudança de definição de caso de hepatite C para fins de vigilância epidemiológica, e a partir de então tornaram-se maiores que as de hepatite B. Todavia, também se observa uma queda importante da taxa de detecção da hepatite C em 2020, devido à diminuição das notificações de casos (Figura 2).
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Taxa
de
inci
dênc
ia/d
etec
ção
(x10
0 m
il ha
b.)
Ano de diagnós�co
Hepa�te A Hepa�te B Hepa�te C
FIGURA 2 Taxa de incidência de hepatite A e taxa de detecção de hepatite B e C por ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
De 2000 a 2019, foram identificados, no Brasil, pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), 78.642 óbitos por causas básicas e associadas às hepatites virais dos tipos A, B, C e D. Desses, 1,6%
foram associados à hepatite viral A; 21,3% à hepatite B; 76,2% à hepatite C e 0,9% à hepatite D (Tabela 2; Figura 3).
1,6%
21,3%
76,2%
0,9%
Hepa�te A Hepa�te B Hepa�te C Hepa�te D
FIGURA 3 Distribuição dos óbitos por causa básica e associada às hepatites virais segundo agente etiológico. Brasil, 2000 a 2019Fonte: SIM/SVS/MS.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
Hepatite A
Os casos de hepatite A concentram-se, em sua maioria, nas regiões Nordeste e Norte, que juntas reúnem 55,4% de todos os casos confirmados no período de 1999 a 2020. As regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste abrangem 18,0%, 15,5% e 11,1% dos casos do país, respectivamente. Entre as Unidades da Federação (UF), os estados do Amazonas e do Paraná são os que mais concentram casos de hepatite A, com 8,5% e 7,3% de todos os casos do país, respectivamente, enquanto Sergipe apresenta o menor volume de casos notificados, totalizando 0,9% (Tabela 3).
A taxa de incidência de hepatite A no Brasil tem mostrado tendência de queda, com uma redução de 96,5%, passando de 5,7 casos em 2010 para 0,2 casos por 100 mil habitantes em 2020. Estratificando-se as taxas por região, nota-se uma tendência de diminuição similar no país, com destaque para a região Norte, que mostrou taxas muito elevadas até 2015, e para a região Sudeste, que apresentou uma elevação nas taxas em 2017 e 2018. Ao final do período analisado, as taxas observadas não ultrapassaram 0,3 caso por 100 mil habitantes em nenhuma das regiões do país (Tabela 3; Figura 4).
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Taxa
de
inci
dênc
ia (x
100
mil
hab.
)
Ano de diagnós�co
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 4 Taxa de incidência de hepatite A segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
Quando ranqueadas as taxas de incidência de hepatite A das capitais brasileiras, observa-se que seis localidades apresentaram taxa superior à nacional (0,2 caso por 100 mil habitantes): Curitiba-PR (1,2), Boa Vista-RR (0,6), Brasília-DF (0,5), Rio de Janeiro-RJ (0,4), Aracaju-SE (0,3) e São Paulo-SP (0,3). Cinco capitais, Belém-PA, Belo Horizonte-MG, Florianópolis-SC, Porto Alegre-RS e Fortaleza-CE, apresentaram apenas um caso notificado em 2020, com taxa de 0,1 por 100 mil habitantes. Ademais, dez capitais, Porto Velho-RO, Manaus-AM, São Luís-MA, Cuiabá-MT, Goiânia-GO, Rio Branco-AC, Salvador-BA, Natal-RN, Vitória-ES e Campo Grande-MS não apresentaram nenhum caso notificado em 2020 (Tabelas 3 e 4; Figura 5).
Em 2020, observa-se que em apenas oito das UF brasileiras – Paraná, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Pará – a incidência de hepatite A foi menor do que a da respectiva capital. Além disso, destaca-se que a capital do Paraná, Curitiba, tem uma taxa de incidência (1,2 casos por 100 mil habitantes) cerca de oito vezes maior que a do estado (0,1 caso por 100 mil habitantes). Por outro lado, a capital Boa Vista tem taxa de incidência de 0,6 caso por 100 mil habitantes, o que representa metade da taxa do estado de Roraima, de 1,3 casos por 100 mil habitantes (Tabelas 3 e 4; Figura 5).
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
Brasil = 0,2
0,0
0,3
0,5
0,8
1,0
1,3
1,5
1,8
2,0
PR RR DF RJ SE SP PB AP AL PE PA MG TO SC PI RS CE MT AM RO AC MS BA MA GO RN ES
Taxa
de
inci
dênc
ia (x
100
mil
hab.
)
Capital UF
FIGURA 5 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo UF e capital de residência. Brasil, 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
No período de 2010 a 2020, a proporção de casos de hepatite A no sexo masculino foi de 55,9%, e no sexo feminino, de 44,1%. Com relação aos casos notificados no ano de 2020, a proporção entre indivíduos do sexo masculino foi de 60,7%, e de 39,3% entre
indivíduos do sexo feminino (Tabela 5). Ao longo do período, a razão de sexos variou pouco, à exceção de 2017 e 2018, quando atingiu 2,7 e 2,1, respectivamente (Tabela 5; Figura 6).
FIGURA 6 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo sexo, razão de sexos (M:F) e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
1,2 1,1 1,2 1,2 1,21,3 1,3
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0,0
0,5
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2,5
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Masculino Feminino Razão de sexos (M:F)
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4,0
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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Taxa
de
inci
dênc
ia (x
100
mil
hab.
)
Ano de diagnós�co
<10 anos 10 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 anos ou mais
No último ano, a taxa de incidência de hepatite A em homens foi de 0,2 caso para cada 100 mil habitantes, enquanto entre as mulheres foi de 0,1 caso. Desde 2010, observa-se a tendência de queda das taxas de incidência de ambos os sexos, com exceção dos anos de 2017 e 2018, quando houve um aumento da taxa entre os homens e posterior queda nos anos seguintes, atingindo 0,2 caso por 100 mil habitantes em 2020 (Tabela 5; Figura 6).
Dos casos acumulados de hepatite A no país, aqueles ocorridos na faixa etária de 0 a 9 anos correspondem a 52,8%. Embora a taxa de incidência de hepatite A tenha permanecido mais elevada em menores de dez anos de idade, há redução em todos os grupos etários até o ano de 2016. Entretanto, nos anos de 2017 e 2018, as maiores taxas foram entre os indivíduos na faixa etária de 20 a 39 anos, principalmente entre os homens e na região Sudeste, onde os casos estavam possivelmente relacionados à transmissão fecal-oral por práticas sexuais desprotegidas (Tabela 6; Figura 7).
FIGURA 7 Taxa de incidência de casos de hepatite A segundo faixa etária e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
Em relação à informação raça/cor, verificou-se uma melhoria na qualidade dos dados para hepatite A até 2015. O percentual de notificações sem preenchimento ou com marcação do campo “ignorado” diminuiu de 92,4% em 1999 para 7,6% em 2015. No período de 2016 a 2020 a proporção de “ignorado” voltou a crescer, mas sem apresentar uma tendência, com 22,3% em 2017, 18,0% em 2018 e 11,5% em 2020. Considerando-se os indivíduos com a informação de raça/cor conhecida no ano de 2020, aqueles autodeclarados pardos ou pretos concentram a maior proporção de casos (51,5%, sendo 42,4% pardos e 9,1% pretos), seguidos dos brancos (47,6%), amarelos (0,3%) e indígenas (0,6%), conforme mostra a Tabela 7.
Entre os anos de 2000 e 2019, foram identificados 1.228 óbitos associados à hepatite A, sendo 70,8% (869) como causa básica e 29,2% (359) como causa associada. Na distribuição entre as regiões, observou-se que a maior proporção dos óbitos por hepatite A como causa básica ocorreu na região Nordeste (34,8%), seguida da região Sudeste (28,0%), conforme mostra a Tabela 2.
O coeficiente de mortalidade por hepatite A como causa básica mostra tendência de queda em todas as regiões brasileiras nos últimos dez anos. Até 2017, as regiões Norte e Nordeste apresentaram coeficiente de mortalidade superior ao nacional. Em 2018 destacou-se o coeficiente da região Sudeste e, em 2019, os coeficientes das regiões Norte e Centro-Oeste ficaram acima do nacional (Tabela 8; Figura 8).
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Ano do óbito
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 8 Coeficiente de mortalidade por hepatite A como causa básica, segundo região de residência e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019
Fonte: SIM/SVS/MS.Nota: representação gráfica suavizada do coeficiente de mortalidade.
No período de 2000 a 2019, do total de óbitos por causa básica hepatite A, 480 (55,2%) ocorreram no sexo masculino e 389 (44,8%) no sexo feminino (Tabela 8).
Em 2019, a faixa etária mais frequente entre os óbitos que tiveram como causa básica a hepatite A foi a dos indivíduos com 60 anos ou
mais. Em quase todos os anos, o coeficiente de mortalidade nessa faixa foi o mais alto, ficando em segundo lugar somente em 2016, ou seja, abaixo do grupo etário de 50 a 59 anos (Tabela 8).
Hepatite B
No período de 1999 a 2020, foram notificados 254.389 casos confirmados de hepatite B no Brasil; desses, a maioria está concentrada na região Sudeste (34,2%), seguida das regiões Sul (31,8%), Norte (14,7%), Nordeste (10,3%) e Centro-Oeste (9,0%), segundo a Tabela 9.
No período de 2010 a 2019, as taxas de detecção de hepatite B no Brasil apresentaram pouca variação, observando-se a maior taxa em 2011 (8,4 casos para cada 100 mil habitantes) e a menor em 2019
(6,3 casos para cada 100 mil habitantes). Em 2020, a taxa caiu para 2,9 casos para cada 100 mil habitantes no país, a menor do período analisado (Tabela 9).
De 2010 a 2020, verificou-se que as taxas de detecção das regiões Sul, Norte e Centro-Oeste foram superiores à taxa nacional (à exceção de 2018, quando a região Centro-Oeste apresentou taxa levemente inferior), enquanto as menores taxas foram observadas na região Nordeste (Tabela 9; Figura 9).
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Ano de diagnós�co
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 9 Taxa de detecção de hepatite B segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
A Tabela 10 e a Figura 10 apresentam o ranking da taxa de detecção de hepatite B segundo as capitais, organizadas da maior para a menor taxa do ano de 2020. Dentre as capitais, dez apresentaram taxa de detecção superior à do país (2,9 casos por 100 mil habitantes) em 2020. Destacam-se Boa Vista, com taxa de 15,7 casos por 100 mil habitantes, e Porto Alegre, com 10,5 casos por 100 mil habitantes.
Em 12 capitais, as taxas de detecção de hepatite B foram superiores às observadas em suas Unidades Federativas, a saber, da maior para a menor taxa da capital: Porto Alegre-RS, Recife-PE, Aracaju- SE, São Paulo-SP, Maceió-AL, Vitoria-ES, São Luís-MA, Fortaleza-CE, Belo Horizonte-MG, João Pessoa-PB, Natal-RN e Rio de Janeiro-RJ (Tabelas 9 e 10; Figura 10).
Brasil = 2,9
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RR RS RO AM AC PR MT PE SE SP AL SC ES DF MA GO CE TO MG PB RN RJ MS PA BA PI AP
Taxa
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Capital UF
FIGURA 10 Taxa de detecção de hepatite B segundo UF e capital de residência. Brasil, 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Do total de casos de hepatite B notificados de 1999 a 2020, 139.323 (54,8%) ocorreram entre homens. Entre 2010 e 2020, a razão de sexos (M:F) variou em torno de 11 e 14 homens para cada dez mulheres. As
taxas de incidência, tanto em indivíduos do sexo masculino quanto do sexo feminino, vêm apresentando tendência de queda desde 2012 (Tabela 11; Figura 11).
1,1 1,1 1,1 1,21,2 1,2
1,3 1,3 1,3 1,31,4
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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
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M:F
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Ano de diagnós�coMasculino Feminino Razão de sexos (M:F)
FIGURA 11 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
A distribuição dos casos detectados de hepatite B segundo faixa etária e sexo mostra que quase metade do total de casos acumulados se concentrou entre indivíduos de 25 a 44 anos (49,0% dos casos). Em 2020, o maior percentual de casos notificados ocorreu entre as pessoas de 60 anos ou mais (16,3%). A maior taxa de detecção foi
observada em indivíduos de 35 a 39 e 50 a 54 anos – 4,7 casos para cada 100 mil habitantes (Tabela 12; Figura 12).
Quando comparadas as taxas de detecção por faixa etária em um período de dez anos, pode-se observar que a detecção de hepatite B diminuiu entre indivíduos de todos os grupos etários (Tabela 12; Figura 12).
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Taxa
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2010 2020
FIGURA 12 Taxa de detecção de casos de hepatite B por faixa etária. Brasil, 2019 e 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Na estratificação segundo sexos, 60,1% dos casos acumulados (1999 a 2020) de hepatite B entre homens ocorreu em indivíduos de 25 a 49 anos de idade. Entre as mulheres, um pouco mais da metade dos casos acumulados (52,8%) se observam entre aquelas de 20 a 39 anos (Tabela 12).
Em 2020, os casos do sexo masculino concentraram-se em indivíduos de 40 a 44 anos (13,0%) e 60 anos e mais (18,3%). A taxa
de detecção mais elevada ocorreu entre indivíduos de 50 a 54 anos (6,7 casos a cada 100 mil habitantes). Entre as mulheres, a maioria dos casos de hepatite B, em 2020, foi verificada naquelas de 30 a 34 anos de idade (15,7%), que também apresentaram a maior taxa de detecção, com 4,6 casos a cada 100 mil habitantes (Tabela 12; Figura 13).
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9,8
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2,9
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15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
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35 a 39 anos
40 a 44 anos
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55 a 59 anos
60 anos e mais
Masculino Feminino
2020
FIGURA 13 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo faixa etária e sexo. Brasil, 2010 e 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
A taxa de detecção de hepatite B entre os indivíduos com menos de 20 anos foi inferior em todo o período em relação às demais faixas etárias e, a partir de 2012, apresentou uma leve tendência de queda, chegando a 0,3 caso para cada 100 mil habitantes em 2020. Entre as pessoas de 30 a 49 anos, a tendência das
taxas de detecção foi de decréscimo a partir de 2012. Em 2011, observou-se que a taxa de detecção na faixa etária de 50 anos ou mais ultrapassou a da faixa de 20 a 29 anos, passando então a representar a terceira maior taxa de detecção de hepatite B dentre todas as faixas etárias (Figura 14).
0,0
2,0
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6,0
8,0
10,0
12,0
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16,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
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Ano de diagnós�co
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FIGURA 14 Taxa de detecção de casos de hepatite B segundo faixa etária e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
O preenchimento da informação da raça/cor dos indivíduos notificados com hepatite B apresentou melhoria considerável no período de 1999 a 2020, atingindo, a partir de 2013, uma proporção acima de 90% nos anos seguintes, exceto em 2016. Em 2020, encontra-se em 92,6% (Tabela 13).
A distribuição proporcional dos casos segundo raça/cor, em 2020, mostra que a maioria dos casos notificados está entre as pessoas autodeclaradas pardas e pretas (55,2%, sendo 42,7% pardas e 12,5% pretas), seguidas das brancas (42,5%), amarelas (1,1%) e indígenas (1,2%), conforme mostra a Tabela 13. Comparando 1999 com 2020, observa-se que as proporções das notificações de casos entre pessoas autodeclaradas pretas e pardas é ascendente, com aumento de 95,3% e 116,2%, respectivamente. A tendência contrária é verificada nas notificações entre pessoas autodeclaradas de raça/cor branca, com queda de 40,0% (Tabela 13).
A informação sobre a escolaridade dos indivíduos notificados com hepatite B foi registrada como “ignorada” em um percentual de 27,7% dos casos acumulados em toda a série histórica. Observa-se que a maioria dos casos, em ambos os sexos, ocorreu em pessoas que tinham entre a 5ª e a 8ª série incompletas (17,0%), ao contrário dos indivíduos que declararam ensino superior incompleto, os
quais apresentaram o menor percentual de casos (1,9%). Em 2020, observa-se que a maior proporção de casos ocorreu entre indivíduos com ensino médio completo, tendo correspondido a 19,5% dos casos (Tabela 14).
Entre os casos notificados no Sinan no período de análise, 91,1% tinham a informação sobre a forma clínica da infecção pelo vírus B da hepatite preenchida. Nesse período, verificou-se que a principal forma clínica foi a crônica, representando 72,9% do total. Os casos agudos representaram 15,5%, e os fulminantes, 0,2%. A faixa etária que apresentou os maiores percentuais de casos agudos foi a de menores de 14 anos, sendo 31,2% entre crianças menores de cinco anos, 51,7% de cinco a nove anos e 31,5% de dez a 14 anos (Tabela 15).
Quanto à provável fonte ou mecanismo de transmissão dos casos notificados, observou-se que, em mais da metade (58,9%) dos casos da série histórica, essa informação foi registrada como “ignorada”, dificultando uma melhor avaliação sobre as prováveis fontes de infecção. A partir dessa limitação, dentre os casos cuja provável fonte ou mecanismo de transmissão era conhecido, a maioria ocorreu por via sexual (21,3% do total de casos). A distribuição das prováveis fontes não sofreu muitas variações ao longo do tempo (Tabela 16; Figura 15).
0%
10%
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40%
50%
60%
70%
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Perc
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Ano de diagnós�co
Sexual Transfusional Uso de drogas Transmissão ver�cal Acidente de trabalho Hemodiálise Domiciliar Outros
FIGURA 15 Proporção de casos de hepatite B segundo provável fonte ou mecanismo de infecção e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020
Fonte: Sinan/SVS/MS.Nota: (1) Tratamento cirúrgico, tratamento dentário, pessoa/pessoa ou outras formas.
Do total de casos de hepatite B notificados no Brasil de 1999 a 2020, 27.355 (10,8%) ocorreram em gestantes. Quanto à distribuição desses casos por regiões, 31,7% foram observados na região Sul; 26,7% no Sudeste; 16,3% no Norte; 13,4% no Centro-Oeste; e, finalmente, 11,9%
no Nordeste do país. No período de 2010 a 2020, nas regiões Sul e Centro-Oeste, há leve tendência de queda dessa taxa, e também se observa um pico na região Norte entre os anos de 2013 e 2015 (Tabela 17; Figura 16).
(1)
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
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Taxa
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Ano de diagnós�coBrasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 16 Taxa de detecção de casos de hepatite B notificados como gestantes segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020
Fonte: Sinan/SVS/MS.
No período de 1999 a 2020, a distribuição dos casos acumulados de hepatite B detectados no momento da gestação, segundo faixa etária, escolaridade e raça/cor, mostra que a maioria dessas pessoas tinham idade entre 20 a 29 anos (50,3%), possuíam entre a 5ª e a 8ª série incompleta (21,5%) e eram autodeclaradas brancas (45,2%), conforme a Tabela 18.
A coinfecção com o HIV entre os casos notificados de hepatite B foi observada em 5,1% dos casos acumulados no período de 2007 a 2020. A proporção de “ignorados” para essa informação nas notificações foi de 17,2% (Tabela 19). Analisando a proporção de indivíduos coinfectados segundo as regiões, no Sudeste foi observada a maior
proporção entre as cinco regiões, com 7,7% do total de casos. Para as outras regiões, têm-se 4,6% dos casos no Nordeste, 4,1% no Sul, 4,0% no Centro-Oeste e 2,2% na região Norte (Tabela 20).
A hepatite B é a segunda maior causa de óbitos entre as hepatites virais. De 2000 a 2019, foram registrados 16.722 óbitos relacionados a esse agravo; desses, 54,0% tiveram a hepatite B como causa básica, em sua maior parte na região Sudeste (40,8% dos óbitos por causa básica). Em 2019, o maior coeficiente de mortalidade em todo o período verificou-se na região Norte, com 0,5 óbito por 100 mil habitantes (Tabelas 2 e 21; Figura 17).
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Ano do óbito
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 17 Coeficiente de mortalidade por hepatite B segundo região de residência e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019Fonte: SIM/SVS/MS.
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
Na comparação por sexos, o número de óbitos por hepatite B entre os homens foi superior ao das mulheres em todo o período. Entre os anos de 2000 e 2019, observou-se flutuações na razão de sexos, que variou de 21 para 31 óbitos entre homens para cada dez óbitos entre mulheres. Observou-se, em 2019, uma razão de sexos de 29 óbitos
entre homens para cada dez óbitos entre mulheres. O coeficiente de mortalidade por hepatite B entre os homens foi, em média, de 0,3 óbito para cada 100 mil habitantes e, entre as mulheres, em torno de 0,1 óbito, no período de 2000 a 2019 (Tabela 22; Figura 18).
2,62,5 2,5
3,23,0 3,0
2,1
2,8
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3,12,9
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
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Razã
o M
:F
Coefi
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lidad
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100
mil
hab.
)
Ano do óbito
Masculino Feminino Razão de sexos (M:F)
FIGURA 18 Coeficiente de mortalidade por hepatite B segundo sexo, razão de sexos e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019Fonte: SIM/SVS/MS.
Hepatite C
De 1999 a 2020, foram notificados no Brasil 262.815 casos confirmados de hepatite C no Brasil, sendo 58,9% no Sudeste, 27,5% no Sul, 6,5% no Nordeste, 3,6% no Centro-Oeste e 3,5% no Norte. Observa-se que as taxas de detecção dos casos confirmados de hepatite C para o país e regiões apresentaram uma elevação a partir de 2015, quando a definição de caso confirmado para fins de vigilância epidemiológica se tornou mais sensível. Assim, qualquer caso com
um dos marcadores anti-HCV ou HCV-RNA reagentes passaram a ser notificados. A taxa de detecção dos casos confirmados de hepatite C, em 2020, foi de 4,4 por 100 mil habitantes no país. Considerando as taxas segundo regiões, observa-se a maior taxa na região Sul (com 12,1 casos para cada 100 mil habitantes), seguida pelo Sudeste (4,5), Centro-Oeste (3,0), Norte (2,6) e Nordeste (1,1), conforme a Tabela 23 e a Figura 19.
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
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2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
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Ano de diagnós�coBrasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 19 Taxa de detecção(1) de casos de hepatite C segundo região de residência e ano de notificação. Brasil, 2010 a 2020
Fonte: Sinan/SVS/MS.Nota: (1) Até 2014, eram considerados casos confirmados de hepatite C aqueles que apresentavam ambos os testes anti-HCV e HCV-RNA reagentes; em 2015, passaram a ser considerados casos confirmados de hepatite C aqueles que apresentem pelo menos um dos testes anti-HCV ou HCV-RNA reagente.
21
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Quando analisados os casos por marcadores, verifica-se que, no período de 1999 a 2020, foram notificados no Brasil 398.564 casos com pelo menos um dos marcadores de hepatite C – anti-HCV ou HCV-RNA – reagente. Entre esses casos, em 2020, a maior proporção foi observada no Sudeste (43,1%), seguido das regiões Sul (39,4%), Nordeste (7,0%), Centro-Oeste (5,3%) e Norte (5,2%), segundo a Tabela 24. Considerando-se os casos que possuíam ambos os marcadores anti-HCV e HCV-RNA reagentes, foram notificados 192.100 casos. Na distribuição desses casos por regiões, em 2020, 47,9% ocorreram no Sudeste, 35,2% no Sul, 5,9% no Nordeste, 5,6% no Centro-Oeste e 5,4% no Norte (Tabela 25). Quando verificados os casos que possuíam os marcadores anti-HCV reagentes e HCV-RNA não reagentes, foram notificados 42.376 casos. Na
distribuição desses casos por regiões, em 2020, 41,4% ocorreram no Sul, 41,1% no Sudeste, 6,9% no Nordeste, 6,8% no Centro-Oeste e 3,8% no Norte (Tabela 26).Na análise da distribuição de casos por marcadores sorológicos, a partir de 2015, ano em que mudou a definição de caso, verifica-se que a proporção de casos com os dois marcadores anti-HCV e HCV-RNA reagentes vem caindo (passando de 50,4% em 2015 para 36,3% em 2020), enquanto os casos notificados com apenas a informação do anti-HCV vem aumentando (passando de 34,5% em 2015 para 48% em 2020). Ademais, os casos notificados com anti-HCV reagente e HCV-RNA não reagente permaneceram em torno de 12% nesse período (Figura 20).
50,4 48,2 44,8 45,041,1
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2015 2016 2017 2018 2019 2020
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Ano de diagnós�co
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Casos apenas com an�-HCV reagente Casos com an�-HCV reagente e HCV-RNA não reagente
FIGURA 20 Distribuição dos casos de hepatite C segundo marcador por ano de diagnóstico. Brasil, 2015 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
Em 2020, o ranking das capitais com as maiores taxas de detecção de hepatite C apresentou nove capitais com taxas superiores à nacional, de 4,4 casos por 100 mil habitantes: Porto Alegre-RS (47,2 casos por 100 mil habitantes) com a maior taxa entre as capitais, seguida de Curitiba-PR (11,9), Boa Vista-RR (11,0), São Paulo-SP (9,6), Rio Branco-AC (8,5), Florianópolis-SC (8,3), Cuiabá-MT (6,0), Manaus-AM (5,4) e Porto Velho-RO (5,0). A menor taxa entre as capitais foi observada em Macapá-AP, com 0,8 caso para cada 100 mil habitantes. Em duas UF as taxas de detecção de hepatite C são superiores às observadas em suas capitais, a saber: Santa Catarina e Amapá (Tabela 27; Figura 21).
Dentre os 262.815 casos confirmados de hepatite C desde 1999, 151.312 (57,6%) ocorreram em indivíduos do sexo masculino e 111.398 (42,4%) em indivíduos do sexo feminino. Apesar de o número de casos entre homens ser superior, observa-se estabilidade na razão de sexos desde 2010, com média de 13 casos em homens para dez casos em mulheres em 2020 (Tabela 28; Figura 22).
22
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Brasil = 4,4
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FIGURA 21 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo UF e capital de residência. Brasil, 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
Considerando as faixas de idade, em todo o período, observa-se que o maior percentual dos casos notificados de hepatite C ocorreu na faixa etária acima de 60 anos: 22,0% do total de casos, 26,7% entre as mulheres e 18,5% entre os homens. Em 2020, as maiores taxas de
1,3 1,3 1,3 1,3 1,4 1,3 1,3 1,3 1,2 1,31,4
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Masculino Feminino Razão de sexos (M:F)
FIGURA 22 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo sexo, razão de sexos e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
detecção foram observadas, em ambos os sexos, na faixa etária de 55 a 59 anos, chegando a uma taxa de detecção de 34,5 casos por 100 mil habitantes entre homens e 19,7 entre mulheres (Tabela 29; Figura 23).
23
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Masculino Feminino
FIGURA 23 Taxa de detecção de casos de hepatite C segundo faixa etária e sexo. Brasil, 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
Houve uma melhoria no preenchimento da variável raça/cor para os casos de hepatite C ao longo dos anos, com proporção de 78,1% de registros com informação em 1999, chegando a 89,3% em 2020. Ainda em 2020, entre os casos que incluíram a informação referente à raça/cor, 55,3% foram referidos como brancos, 33,3% como pardos, 10,2% como pretos, 0,9% como amarelos e 0,3% como indígenas (Tabela 30).Em relação à informação sobre a escolaridade dos casos notificados de hepatite C, observa-se um aumento da informação registrada como “ignorada”, que passou de 25,9% em 2009 para 37,3% em 2020. Para os casos notificados de indivíduos do sexo masculino, o maior percentual é entre daqueles que haviam cursado da 5ª à 8ª série incompleta (16,1%) e, no sexo feminino, entre aquelas que tinham o ensino médio completo (15,2%). Os indivíduos analfabetos representaram menos de 2% de todos os casos (Tabela 31).
A principal forma clínica dos casos de hepatite C notificados no Sinan foi a crônica – 79,5% do total de casos e proporção acima de 60% dos casos em quase todas as faixas etárias analisadas. O percentual de casos fulminantes foi de até 0,2% e não apresentou grandes variações entre as faixas etárias (Tabela 32).Quanto à provável fonte ou mecanismo de infecção, observa-se falta de informação em 56,9% dos casos notificados em todo o período, o que dificulta a análise sobre as prováveis fontes de infecção desses casos. O percentual de ignorados chegou a 70,1% dos casos em 2020. Em todo período, observa-se que a provável fonte de infecção foi o uso de drogas, correspondendo a 11,9% do total de casos, seguido de transfusão sanguínea (10,0%) e de relação sexual (9,0%). Em 2020, a proporção de infecções por via sexual (9,6%) foi superior ao percentual de infecções relacionadas ao uso de drogas (7,4%), e a proporção de infecções por via transfusional foi de 3,2% (Tabela 33; Figura 24).
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Ano de diagnós�co
Sexual Transfusional Uso de drogas Transmissão ver�cal Acidente de trabalho Hemodiálise Domiciliar Outros (1)
FIGURA 24 Proporção de casos de hepatite C segundo provável fonte ou mecanismo de infecção e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020
Fonte: Sinan/SVS/MS.Nota: (1) Tratamento cirúrgico + tratamento dentário + pessoa/pessoa + outras formas.
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No período de 2007 a 2020, 8,5% (19.924) do total de casos notificados de hepatite C apresentaram coinfecção com o HIV. Observou-se, ao longo desses anos, uma redução no percentual de coinfecção, que passou de 9,5% em 2009 para 6,8% em 2020 (Tabela 34). Entre as regiões brasileiras, a maior proporção de indivíduos coinfectados com HIV ocorreu no Sul, com 11,3% do total dos casos notificados de hepatite C (Tabela 35).Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. O número de óbitos devidos a essa etiologia vem aumentando ao longo dos anos em todas as regiões do Brasil. De 2000 a 2019, foram identificados 59.950 óbitos associados à hepatite C; destes, 53,0% (31.802) tiveram essa etiologia como causa básica
(Tabela 2). Quando analisada a distribuição proporcional do total de óbitos por hepatite C como causa básica entre as regiões brasileiras, verifica-se que 55,9% foram registrados no Sudeste, 23,8% no Sul, 10,9% no Nordeste, 5,0% no Norte e 4,4% no Centro-Oeste (Tabela 36).Quanto ao coeficiente de mortalidade por hepatite C como causa básica, observou-se uma tendência de estabilização no Brasil como um todo nos últimos dez anos. Entre 2009 e 2019, as regiões Sul e Sudeste apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade, mais elevados que o coeficiente nacional. Em 2019, o coeficiente de mortalidade por hepatite C no país foi de 0,7 óbito por 100 mil habitantes (Tabela 36; Figura 25).
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Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 25 Coeficiente de mortalidade por hepatite C segundo região de residência e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019Fonte: SIM/SVS/MS.
Em 2019, o número de óbitos por hepatite C foi cerca de 70% maior entre os homens que entre mulheres (razão de sexos de 1,7). Também nesse ano observou-se um coeficiente de mortalidade
superior entre os homens, de 0,9 óbito para cada 100 mil habitantes, enquanto a taxa observada entre as mulheres foi de 0,5 (Tabela 37; Figura 26).
1,6
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2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
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Masculino Feminino Razão de sexos (M:F)
FIGURA 26 Coeficiente de mortalidade por hepatite C segundo sexo, razão de sexos e ano do óbito. Brasil, 2009 a 2019Fonte: SIM/SVS/MS.
25
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Hepatite D
No período de 1999 a 2020, foram notificados no Brasil 4.150 casos confirmados de hepatite D. A maior ocorrência se deu na região Norte, com 74,8% dos casos notificados, seguida das regiões Sudeste
(10,4%), Sul (6,3%), Nordeste (5,3%) e Centro-Oeste (3,2%). Em 2020, foram notificados 70 casos no país, sendo 36 (51,4%) na região Norte (Tabela 38; Figura 27).
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50
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150
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Ano de diagnós�co
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
FIGURA 27 Casos de hepatite D segundo região de residência e ano de diagnóstico. Brasil, 2010 a 2020Fonte: Sinan/SVS/MS.
A maioria dos casos em toda a série histórica foi entre homens (58,3%). Nos últimos dez anos, observou-se um aumento da razão de sexos, que passou de 13 homens a cada dez mulheres em 2010 para 17 homens por dez mulheres em 2020, conforme mostra a Tabela 39.A distribuição etária dos casos notificados de hepatite D demonstrou que a população infectada é mais jovem; mais da metade dos indivíduos (50,8% do total de casos) possuía idade entre 20 a 39 anos no período analisado, e 17,0% dos casos tinham idade superior a 50 anos (Tabela 40).Em relação ao critério raça/cor, 12,9% dos casos possuíam essa informação ignorada (Tabela 41). Para a totalidade de casos, ao longo
da série histórica, verificou-se 61,9% de indivíduos autodeclarados pretos ou pardos, sendo 57,0% pardos e 4,9% pretos, seguidos de 16,8% de brancos, 7,0% de indígenas e 1,4% amarelos. O mesmo padrão se manteve na estratificação por sexos. A classificação clínica com o maior percentual dos casos de hepatite D notificados foi a forma crônica (76,7% dos casos), assim como nas hepatites B e C. A forma aguda representou 18,1% dos casos, e a forma fulminante, 0,5%. Os casos em branco/ignorados e inconclusivos, por sua vez, representaram 4,1% dos casos notificados no período de 1999 a 2020 (Tabela 42).
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Tabelas
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
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Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
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Nota Técnica: Procedimentos para preparação da base de dados das hepatites virais no Sinan
1. Adequação das variáveis:
Considerando que os dados das hepatites virais estão em duas plataformas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), a Windows e a NET, e que algumas variáveis sofreram alterações, foram realizados procedimentos no banco de dados do Sinan Windows para a unificação dos bancos de dados, e os dados referentes a esse banco foram congelados em 2010. Para maiores informações sobre esse processo, consultar o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2010.
2. Definição de casos:
Os métodos de tabulação foram empregados com base na definição de caso, específica para cada uma das hepatites virais, de acordo com o Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, 2019. Os procedimentos realizados estão listados a seguir:
2.1. Casos confirmados de hepatite A – casos que apresentaram uma das duas situações: confirmação laboratorial (marcador sorológico anti-HAV IgM reagente); classificação final clínico-epidemiológica e classificação etiológica vírus A.
2.2. Casos confirmados de hepatite B – casos que apresentaram ao menos um dos seguintes marcadores sorológicos reagentes: HBsAg ou anti-HBc IgM. Embora no Guia de Vigilância Epidemiológica o HBV-DNA seja um dos exames que confirmam o caso, ele não consta na Ficha de Investigação Epidemiológica e, portanto, não foi considerado.
2.3. Casos confirmados de hepatite C
2.3.1. Até 2014 – casos que apresentaram ambos os marcadores sorológicos reagentes: anti-HCV e HCV-RNA.
2.3.2. A partir de 2015 – casos que apresentaram ao menos um dos marcadores sorológicos reagentes: anti-HCV ou HCV-RNA.
2.4. Casos confirmados de hepatite D – casos que atendem aos critérios de definição de caso confirmado de hepatite B conforme descrito no item 2.2 e, ainda, que apresentam um dos marcadores sorológicos reagentes, anti-HDV total ou anti-HDV IgM.
3. Definição de variáveis (casos):
Algumas variáveis foram definidas para a execução das tabulações. São elas:
3.1. Ano de diagnóstico: extraído primeiramente pela data da coleta da sorologia; em casos com data de coleta sorológica inconsistente ou vazia, foi considerada a data dos primeiros sintomas; em casos com data inconsistente ou vazia dos primeiros sintomas, foi considerada a data de notificação do caso.
3.2. Idade: calculada a partir da subtração da data dos primeiros sintomas pela data de nascimento. Para os registros que não possuíam a data dos primeiros sintomas ou a data de nascimento, ou que possuíam data dos primeiros sintomas posterior à data de nascimento, foi considerada a informação da idade presente na ficha.
3.3. UF de residência: extraída com base na variável município de residência.
3.4. Região de residência: extraída com base na variável município de residência.
4. Definição de variáveis para tabulação de óbitos:
Para a base de dados dos óbitos, foram definidas algumas variáveis:
4.1. Ano do óbito: extraído pela data do óbito.
4.2. UF de residência: extraída com base na variável município de residência.
4.3. Região de residência: extraída com base na variável município de residência.
4.4. Óbito: as causas de óbito apresentadas neste Boletim derivam da causa básica. Essas causas foram agrupadas da seguinte maneira:
4.4.1. Óbito por hepatite A: causa básica B 15.0 (hepatite A com coma hepático) ou B 15.9 (hepatite A sem coma hepático).
71
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
4.4.2. Óbito por hepatite B: causa básica B 16.2 (hepatite aguda B sem agente delta, com coma hepático), ou B 16.9 (hepatite aguda B sem agente delta e sem coma hepático), ou B 18.1 (hepatite crônica viral B sem agente delta).
4.4.3. Óbito por hepatite C: causa básica B 17.1 (hepatite aguda C) ou B 18.2 (hepatite viral crônica C).
4.4.4. Óbito por hepatite D: causa básica B 16.0 (hepatite aguda B com agente Delta – coinfecção – com coma hepático) ou B 16.1 (hepatite aguda B com agente Delta – coinfecção – sem coma hepático) ou B 17.0 (superinfecção Delta aguda de portador de hepatite B) ou B 18.0 (hepatite viral crônica B com agente Delta).
5. Retirada de duplicidades
Devido à possibilidade de o paciente se infectar em momentos distintos pelos vírus de cada uma das hepatites virais, e considerando o fato de a ficha de notificação ser única, as hepatites foram separadas por etiologia, de acordo com o marcador de confirmação de caso, e trabalhadas separadamente.
O procedimento de retirada de duplicidades, empregado pelos softwares RecLink III e SPSS©, foi aplicado em cada plataforma do Sinan (Windows e NET). Para esse processo, foram utilizadas as seguintes chaves de blocagem: soundex do primeiro e último nome do paciente, sexo, município de residência e a variável vírus, criada com base na definição de casos do item 2, acima descrito. Essas chaves foram empregadas de maneira combinada, variando em dois passos, com o intuito de captar diferentes possibilidades de entrada dos mesmos registros.
Para a duplicidade e relacionamento, na etapa da blocagem, foram empregados:
1º passo: soundex do primeiro e último nome do paciente, sexo, município de residência e vírus;
2º passo: soundex do primeiro nome do paciente, sexo, município de residência e vírus.
A comparação, por sua vez, foi realizada com o nome completo do paciente, o nome completo da mãe e a data de nascimento. Os parâmetros utilizados foram:
a) Nome completo do paciente (probabilidade de acerto = 99,98%, probabilidade de erro = 0,0005% e limiar = 85%).
b) Nome completo da mãe (probabilidade de acerto = 55,63%, probabilidade de erro = 0,0013% e limiar = 85%).
c) Data de nascimento (probabilidade de acerto = 90,88%, probabilidade de erro = 2,5279% e limiar = 65%).
O procedimento de retirada de duplicidades foi realizado em todas as bases de dados antes de iniciar o relacionamento. Com isso, foram retiradas as duplicidades dos bancos de dados de hepatites nas versões do Sinan Windows e NET. Para a classificação de duplicidades, utilizou-se o escore mínimo igual a 19 nos passos 1 e 2.
Após a retirada das duplicidades, foram relacionadas as bases do Sinan Windows e NET. Para a classificação do pareamento, os registros com escores inferiores a 19 foram considerados não pares e os valores de escore superiores a 19 foram considerados como pares.
Anexo B
73
74
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância em SaúdeDepartamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis,
do HIV/Aids e das Hepatites ViraisCoordenação-Geral de Ações Estratégicas em IST, Aids e Hepatites Virais
NOTA INFORMATIVA Nº 55/2019-CGAE/.DIAHV/SVS/MS
Orientações acerca dos critérios de definição de casos para notificação de hepatites virais.
1 Conforme publicada em: http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Hepatites_Virais/Nota_Informativa_Hepatites_Virais.pdf
1. INTRODUÇÃO
De acordo com a Portaria de Consolidação GM/MS nº 4, de 28 de setembro de 2017, as hepatites virais são agravos de notificação compulsória, cuja obrigatoriedade de notificação compete aos profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde que prestam assistência ao paciente, em conformidade com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.
Devido a necessidade de reforçar as orientações para “definição de casos” elegíveis à notificação de hepatites virais, assim como demonstrar os atuais critérios utilizados, o Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/ Aids e das Hepatites Virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, consonante ao Guia de Vigilância em Saúde, orienta:
2. ORIENTAÇÕES
2.1. Das definições de casos
2.1.1. HEPATITE A
Caso confirmado de hepatite A:
• Indivíduo que apresente anti-HAV IgM reagente.
• Indivíduo com suspeita clínica que apresente vinculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente (anti-HAV IgM reagente) de hepatite A.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite A na declaração de óbito.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite A após investigação.
2.1.2 HEPATITE B
Caso confirmado de hepatite B:
• Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite B, conforme listado abaixo:
Nota Informativa nº 55/2019-CGAE/DIAHV/SVS/MS1
HBsAg reagente (incluindo teste rápido reagente);
anti-HBc IgM reagente;
HBV-DNA detectável.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite B na declaração de óbito.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite B após investigação.
2.1.3 HEPATITE C
Caso confirmado de hepatite C:
• Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite C, conforme listado abaixo:
anti-HCV total reagente (incluindo teste rápido reagente);
HCV-RNA detectável.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite C na declaração de óbito.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite C após investigação.
2.1.4 HEPATITE D
Caso confirmado de hepatite D:
• Indivíduo confirmado para hepatite B, com pelo menos um dos marcadores abaixo:
anti-HDV total reagente;
HDV-RNA detectável.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite D na declaração de óbito.
75
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Número Especial | Jul. 2021
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite D após investigação.
2.1.5 HEPATITE E
Caso confirmado de hepatite E:
• Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite E, conforme listado abaixo:
anti-HEV IgM e anti-HEV IgG reagentes;
HEV-RNA detectável.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite E na declaração de óbito.
• Indivíduo que evolua ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especifica na declaração de óbito, mas que tem confirmação para hepatite E após investigação.
2.2 Do preenchimento das fichas de notificação
Para notificação dos casos de Hepatite A, B, C, D e E, deve ser utilizada a ficha de notificação/investigação de Hepatites Virais, que contém atributos de todas as hepatites virais, que continua sendo a mesma vigente no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Os critérios de notificação de casos confirmados foram atualizados no cabeçalho da ficha de notificação (anexo), conforme Guia de Vigilância em Saúde vigente.
Ressalta-se que, na ficha de notificação/investigação de hepatites virais, para o preenchimento dos campos 45 e 46 devem ser considerados os resultados de testes laboratoriais ou testes rápidos. Em se tratando dos testes rápidos distribuídos pelo Ministério da Saúde, o teste para hepatite B faz a detecção do marcador HBsAg e o teste para hepatite C detecta o anti-HCV.
Para fins de notificação de caso de hepatite B, D e E, a definição atual de caso considera também os testes moleculares HBV-DNA (para hepatite B), HDV-RNA (para hepatite D) e HEV-RNA (para hepatite E) detectáveis como caso confirmado. Considerando que não há campo específico na ficha de notificação para estes testes, provisoriamente, casos confirmados apenas com testes moleculares (HBV-DNA e/ou HDV-RNA e/ou HEV-RNA) devem ser inseridos no campo “Observações”, exatamente como descrito abaixo:
• HBV-DNA detectável, descrever: HBV-DNA_SIM
• HDV-RNA detectável, descrever: HDV-RNA_SIM
• HEV-RNA detectável, descrever: HEV-RNA_SIM
Adicionalmente, a definição de caso de hepatites virais também considera como caso confirmado e notificável o critério “óbito”. Considerando que na ficha não há campo específico para notificar esse critério, sem evidência laboratorial, provisoriamente as informações devem ser inseridas no campo “Observações” exatamente como descrito abaixo:
• Óbito relacionado à hepatite A, descrever: OBITO_A
• Óbito relacionado à hepatite B, descrever: OBITO_B
• Óbito relacionado à hepatite C, descrever: OBITO_C
• Óbito relacionado à hepatite D, descrever: OBITO_D
• Óbito relacionado à hepatite E, descrever: OBITO_E
Anexo C
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Fonte
: DCC
I/SVS
/MS.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DA PUBLICAÇÃO
Capa:
Formato: 210mm x 297mm (larg x alt) - 4 pg
Cor: 4/4
Papel: Couchê Fosco 250 g
Encadernação: Canoa
Acabamento: BOPP
Miolo:
Formato: 210mm x 297mm (larg x alt) - 80 pg
Cor: 4/4
Fonte: Família de fonte Fira sans
Papel: Couchê fosco 90 g/m²
Tiragem: 450