Download - Boletim de Jurisprudencia Numero 1a75
-
BOLETIM DE JURISPRUDNCIA - NMEROS 1 A 75
Boletim N 1 - 06/10/2010 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio. Portanto, este boletim tem carter
informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editadas pelos
Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da Justia
Estadual. SAIBA MAIS
Corte Superior do TJMG Controle de Constitucionalidade de Medidas Provisrias - DPVAT A Corte Superior do Tribunal de Justia, unanimidade, desacolheu Incidente de
Inconstitucionalidade do art. 3, I, da Medida Provisria n 340/2006, convertida
na Lei Federal n 11.482/2007 (DPVAT), entendendo que a anlise, pelo Poder
Judicirio, de vcio de inconstitucionalidade em medidas provisrias,
especificamente quanto aos requisitos constitucionais legitimadores de sua edio
relevncia e urgncia -, s pode ser feita objetivamente, quando houver evidenciado excesso ou abuso de poder por parte do Poder Executivo. (Incidente
de Inconstitucionalidade Cvel n 1.0701.08.225996-4/002, rel. Des.
Geraldo Augusto, j. 25/08/2010) Dcimo terceiro salrio para agentes polticos A Corte Superior do TJMG concluiu, por maioria de votos, pela validade do
pagamento da gratificao natalina aos agentes polticos municipais, desde que
previsto em lei editada na legislatura anterior. A deciso foi proferida em ao
ajuizada pela Procuradoria Geral de Justia, em que se buscou a declarao de
inconstitucionalidade de dispositivos de Resoluo da Cmara Municipal e de Lei
Municipal, que fixam subsdios dos Vereadores e do Prefeito, Vice-Prefeito e
Secretrios Municipais. O Colegiado julgou improcedente a representao, ao
entendimento de que a extenso do direito social garantido pelo art. 7, VIII, da
Constituio Federal, aos agentes polticos depende de disposio expressa em lei,
que constitucional. (Ao direta de Inconstitucionalidade 1.0000.
09.501294-4/000, rel. Des. Edivaldo George dos Santos, j. 25/08/2010)
Pedido de informaes pela Cmara ao Executivo local e crime de
responsabilidade
A Corte Superior do Tribunal de Justia de Minas Gerais concluiu, por maioria de
-
votos, serem constitucionais as previses da Lei Orgnica do Municpio de So
Francisco de Sales que possibilitam Cmara Municipal solicitar informaes ao
Poder Executivo local e estabelecem prazo para seu cumprimento. Decidiu,
contudo, pela inconstitucionalidade da referida lei no que tange classificao do
no atendimento solicitao do Poder Legislativo Municipal como crime de
responsabilidade. Isso porque a criao de novas modalidades de crime no
tipificadas no Decreto-Lei 201/67 invade a competncia do legislador federal.
(Ao Direta de Inconstitucionalidade n 1.0000.09.504339-4/000, rel.
Des. Wander Marotta, j. 08/09/2010)
Supremo Tribunal Federal
Smula Vinculante 31
inconstitucional a incidncia do Imposto Sobre Servios de Qualquer Natureza ISS sobre operaes de locao de bens mveis. (DJe 17/02/2010)
Fracionamento de precatrio: custas processuais e requisio de pequeno
valor
incabvel o fracionamento do valor de precatrio em execuo de sentena contra a Fazenda Pblica, com o objetivo de se efetuar o pagamento de custas
processuais por meio de requisio de pequeno valor - RPV. (...) Assim, a
execuo das custas processuais no poderia ser feita de modo independente e
deveria ocorrer em conjunto com a do precatrio que diz respeito ao total do
crdito.(...) RE 592619/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 8.9.2010. (RE-592619). (Fonte: Informativo n 599 - STF)
Trfico ilcito de entorpecentes e substituio de pena
(...) o Tribunal, por maioria, concedeu parcialmente habeas corpus e declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade da expresso vedada a converso em penas restritivas de direitos, constante do 4 do art. 33 da Lei 11.343/2006, e da expresso vedada a converso de suas penas em restritivas de direitos, contida no aludido art. 44 do mesmo diploma legal. (...) HC 97256/RS, rel. Min.
Ayres Britto, 1.9.2010. (HC-97256). (Fonte: Informativo n 598 STF) Repercusso Geral Devoluo de Recurso e Irrecorribilidade
incabvel a interposio de recurso contra ato judicial de Ministro do Supremo que aplica a sistemtica da repercusso geral, em razo da inexistncia de
contedo decisrio. Ao reafirmar essa orientao, o Tribunal desproveu uma srie
de agravos regimentais interpostos contra decises monocrticas do Min. Gilmar
Mendes, que negara seguimento a mandados de segurana, dos quais relator,
impetrados contra atos de Ministro do Supremo que ordenara a devoluo dos
autos ao rgo judicirio de origem, para os fins do art. 543-B do CPC.
Sustentava-se, na espcie, equvoco na devoluo de recursos extraordinrios,
bem como usurpao da competncia do Plenrio do STF. Considerou-se que os
agravantes no conseguiram infirmar os fundamentos da deciso questionada.
Salientou-se, ademais, a existncia de entendimento consolidado no sentido do
cabimento excepcional do mandado de segurana contra ato jurisdicional da Corte.
Por derradeiro, registrou-se que eventual insistncia por se tratar de matria inequvoca , ensejar a imposio de multa (CPC, art. 538, pargrafo nico) em face do carter patentemente protelatrio. Precedentes citados: AI 696454
AgR/MS (DJE de 10.11.2008); AI 705038 AgR/MS (DJE de 19.11.2008) e RE
-
593078 AgR/PR (DJE de 19.12.2008). (Fonte: Informativo n. 600 STF)
Penhora do bem de famlia do fiador
Constitucionalidade da penhora do bem de famlia do fiador. Ratificao da jurisprudncia firmada por esta Suprema Corte. Existncia de repercusso geral. Repercusso Geral em RE n. 612.360-SP, Rel. Min. Ellen Gracie (Fonte:
Informativo n. 598 STF).
Tempo de espera em filas de bancos
Definio do tempo mximo de espera de clientes em filas de instituies bancrias. Competncia do municpio para legislar. Assunto de interesse local.
Ratificao da jurisprudncia firmada por esta Suprema Corte. Existncia de
repercusso geral. Repercusso Geral em RE n. 610.221-SC, Rel. Min. Ellen Gracie. (Fonte: Informativo n. 596 STF).
Superior Tribunal de Justia
Smulas
Smula 453
Os honorrios sucumbenciais, quando omitidos em deciso transitada em julgado,
no podem ser cobrados em execuo ou em ao prpria. (DJe 24/08/2010)
Smula 454
Pactuada a correo monetria nos contratos do SFH pelo mesmo ndice aplicvel
caderneta de poupana, incide a taxa referencial (TR) a partir da vigncia da Lei
n. 8.177/1991. (DJe 24/08/2010)
Smula 455
A deciso que determina a produo antecipada de provas com base no art. 366
do CPP deve ser concretamente fundamentada, no a justificando unicamente o
mero decurso do tempo. (DJe 08/09/2010)
Recursos Repetitivos
Penhora on line Sistema BACEN-JUD Lei 11.382/2006 (...) a penhora on line, antes da entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006, configura medida excepcional cuja efetivao est condicionada comprovao de
que o credor tenha realizado todas as diligncias no sentido de localizar bens livres
e desembaraados de titularidade do devedor. Contudo, aps o advento da
referida lei, o juiz, ao decidir sobre a realizao da penhora online, no pode mais
exigir do credor prova de exaurimento das vias extrajudiciais na busca de bens a
serem penhorados. (...) REsp 1.112.943-MA , Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 15/9/2010. (Fonte: Informativo n. 447 STJ)
Exceo de pr-executividade Condenao da Fazenda Pblica em honorrios advocatcios
(...) uma vez acolhida a exceo de pr-executividade para extinguir execuo fiscal, cabvel a condenao da Fazenda Pblica em honorrios advocatcios.(...)
REsp 1.185.036-PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 8/9/2010. (Fonte: Informativo n. 446 STJ)
Execues fiscais: faculdade do juiz reunir processos contra o mesmo
devedor
-
(...) a reunio de demandas executivas fiscais contra o mesmo devedor constitui uma faculdade do magistrado, no um dever, conforme dispe o art. 28 da Lei n.
6.830/1980 (Lei de Execuo Fiscal LEF). Consignou-se que essa cumulao superveniente, para que possa ocorrer, deve preencher tanto os requisitos do
mencionado dispositivo da LEF quanto aqueles dispostos no art. 573 do CPC , a
saber: identidade das partes, requerimento da medida por, pelo menos, uma
delas, competncia do juzo e feitos em fases processuais anlogas. (...) tal
situao difere da chamada cumulao inicial de pedidos, que consiste no direito
subjetivo do exequente de reunir, em uma nica ao executiva fiscal, diversas
certides de dvida ativa. (...) REsp 1.158.766-RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
8/9/2010. (Fonte: Informativo n. 446 - STJ)
Qo. Repetitivo. Anulao. Nova submisso: ICMS sobre servios
suplementares ao servio de comunicao.
Em questo de ordem, a Seo anulou a deciso proferida neste recurso especial, o qual havia sido submetido ao regime dos recursos repetitivos. (...). A anulao
fundamentou-se na impossibilidade jurdica do juzo de retratao e na ofensa
precluso ocasionada pela prolao do decisum no agravo, resultando no no
conhecimento do apelo especial e na aplicao de multa por litigncia de m-f.
Ressaltou o Min. Relator que novo recurso com a mesma temtica, qual seja, a
incidncia do ICMS sobre servios suplementares ao servio de comunicao, j foi
submetido sistemtica do art. 543-C do CPC (REsp 1.176.753-RJ). Qo no REsp.
816.512-PI, rel. Min. Luiz Fux, julgada em 8/9/2010. (Fonte: Informativo n. 446 - STJ)
Agravo de instrumento: obrigatoriedade da intimao para apresentar
contrarrazes
(...)A intimao da agravada para resposta necessria a fim de preservar o princpio do contraditrio (art. 527, V, do CPC). Ela dispensvel apenas quando
se nega seguimento ao agravo de instrumento (art. 527, I, do mesmo diploma),
pois essa deciso benfica ao agravado. Da se concluir, em consonncia com
precedentes, que a intimao para apresentao de contrarrazes condio de
validade da deciso que causa prejuzo ao agravado. (...) REsp 1.148.296-SP, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 1/9/2010. (Fonte: Informativo n. 445 STJ)
Correo monetria: incluso ex officio.
O tema da correo monetria classifica-se como matria de ordem pblica e integra o pedido de forma implcita. Por isso, no caracteriza julgamento extra ou
ultra petita sua incluso ex officio no decisum feita pelo juiz ou tribunal; pois,
nessa hiptese, conforme precedentes, prescindvel aplicar o princpio da
congruncia (entre o pedido e a deciso judicial). (...)A Primeira Seo j divulgou,
em recurso repetitivo, tabela nica que enumera os vrios ndices oficiais e
expurgos inflacionrios a ser aplicada nas aes de compensao ou repetio dos
indbitos tributrios, relao que condensa o Manual de Clculos da Justia Federal
e jurisprudncia deste Superior Tribunal sobre o tema de correo monetria (vide
REsp 1.012.903-RJ, Informativo n. 371). Ressalte-se que a aplicao desses
ndices independe da vontade da Fazenda Nacional, mesmo que ela alegue no
inclu-los por liberalidade em seus crditos. Outrossim, conforme o julgamento de
outro repetitivo na Primeira Seo (vide REsp 1.002.932-SP, Informativo n. 417),
o pleito de restituio do indbito de tributo sujeito a lanamento por homologao
referente a pagamento indevido efetuado antes da LC n. 118/2005 (9/6/2005)
continua a sujeitar-se ao prazo prescricional na sistemtica dos cinco mais cinco, desde que, naquela data, sobejem, no mximo, cinco anos da contagem do lapso
temporal (art. 2.028 do CC/2002). (...) REsp 1.112.524-DF, Rel. Min. Luiz Fux,
julgado em 1/9/2010. (Fonte: Informativo n. 445 STJ)
-
Preparo. Expediente bancrio
(...) O encerramento do expediente bancrio antes do expediente forense constitui justo impedimento a afastar a desero, desde que fique comprovado que
o recurso foi protocolado durante o expediente forense, mas aps cessado o
expediente bancrio e que o preparo foi efetuado no primeiro dia til subsequente
da atividade bancria. (...) REsp 1.122.064-DF, Rel. Min. Hamilton Carvalhido,
julgado em 1/9/2010. (Fonte: Informativo n. 445 STJ)
Este boletim uma publicao da Gerncia de Jurisprudncia e
Publicaes Tcnicas GEJUR/DIRGED/EJEF. Sugestes podem ser encaminhadas para [email protected]
-
Boletim N 2 - 20/10/2010 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio. Portanto, este boletim tem carter
informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editadas pelos
Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da Justia
Estadual.
Corte Superior do TJMG Cdula de Crdito Bancrio: constitucionalidade da lei que a instituiu
Por maioria, a Corte Superior do Tribunal de Justia desacolheu incidente de
inconstitucionalidade da Lei n 10.931/2004, que instituiu a cdula de crdito
bancrio. Na espcie, alegava-se a necessidade de lei complementar para a
regulamentao da matria, em virtude do disposto no art. 192 da Constituio
Federal, o que foi afastado pela Corte sob o fundamento de que o citado artigo,
que trata do Sistema Financeiro Nacional, no alcana a disciplina das relaes
contratuais entre as instituies financeiras e os particulares tomadores de crdito,
sendo, portanto, constitucional a lei questionada. (Incidente de
Inconstitucionalidade n 1.0024.06.004928-5/003, rel. do acrdo Des.
Selma Marques, DJe 30/07/2010) Concurso Pblico: candidato aprovado fora das vagas do edital no tem
direito nomeao
A Corte Superior do TJMG, unanimidade, decidiu que candidato aprovado fora
das vagas previstas no edital do concurso no tem direito nomeao. Segundo a
Corte, a designao para o exerccio temporrio de funo pblica, em carter de
substituio, por fora de impedimento ou ausncia do titular do cargo,
autorizada pelo art. 10 da Lei Estadual n 10.254/90 e no converte a expectativa
do candidato aprovado em direito nomeao. Para o relator do acrdo, este
direito s ocorre quando o candidato classificado dentro do nmero de vagas
previsto no instrumento convocatrio, a ordem de classificao dos habilitados
desrespeitada ou as vagas existentes so preenchidas mediante reiteradas
designaes precrias para o exerccio das funes dos cargos pblicos.
(Mandado de Segurana n 1.0000.10.000876-2/000, rel. Des. Almeida
Melo, julgado em 08/09/2010)
Concurso Pblico: candidato aprovado dentro das vagas do edital tem
direito nomeao
A Corte Superior, por maioria, entendeu, em consonncia com a jurisprudncia do
-
STF e STJ, que o candidato aprovado dentro do nmero de vagas previsto no edital do certame no tem mera expectativa de direito, mas verdadeiro direito
subjetivo nomeao para o cargo a que concorreu e foi classificado. No voto, o Relator anotou a evoluo de seu posicionamento, pois, anteriormente,
considerava que o ato de nomeao de candidato aprovado dentro das vagas em
concurso estava no mbito da discricionariedade do administrador, tendo o
candidato mera expectativa de direito. (Mandado de Segurana n
1.0000.10.000156-9/000, rel. Des. Geraldo Augusto, DJ 13/08/2010)
Preservao ambiental de bacias hidrogrficas sujeitas a explorao
A Corte Superior, unanimidade, desacolheu incidente de inconstitucionalidade em
Ao Civil Pblica, declarando a constitucionalidade dos arts. 2 e 5 da Lei
Estadual n 12.503/1997, a qual instituiu programa estadual de conservao de
gua e imps s concessionrias de abastecimento a obrigao de investimento na
proteo e preservao ambiental da bacia hidrogrfica em que ocorrer a
explorao, no equivalente a 0,5% do valor de sua receita operacional. No aspecto
formal, entendeu no haver vcios, tendo em vista a competncia concorrente dos
Estados-membros para legislarem sobre proteo ao meio ambiente e devido ao
fato de a matria no ser de iniciativa exclusiva do Chefe do Executivo, podendo a
Assemblia Legislativa dispor sobre ela. Sob o vis material, tambm considerou
inclumes os dispositivos atacados, pois encontram respaldo no princpio do
poluidor-pagador, que rege o direito ambiental. (Incidente de Argio de
Inconstitucionalidade n 1.0016.07.068703-9/002, rel. Des. Caetano Levi
Lopes, DJe 08/10/2010)
Supremo Tribunal Federal
Conflito de atribuies: Ministrio Pblico Federal e Ministrio Pblico
Estadual
O Tribunal, ao resolver conflito de atribuies entre o Ministrio Pblico Federal e Ministrio Pblico estadual, reconheceu a atribuio do primeiro para apurar
possvel prtica do crime de falsificao de papis pblicos (CP, art. 293),
consistente na apresentao de guias de recolhimento (DARF) supostamente
irregulares Secretaria da Receita Federal - SRF. Reputou-se que, ao versar os
fatos sobre imputao contrria ao bom servio federal, incumbiria ao parquet
federal atuar. (PET 4680/MG, rel. Min. Marco Aurlio, j. 29.9.2010) (Fonte: Informativo n 602)
Impedimento de Magistrado: sentena em Ao Civil Pblica e atuao em
Feito Criminal
Em concluso de julgamento, a Turma, por maioria, denegou habeas corpus em que se discutia se estaria comprometida, ou no, a imparcialidade de juiz de vara
nica que condenara o paciente em ao civil pblica e, depois, recebera denncia
em ao penal pelos mesmos fatos (...). Reputou-se no se tratar de causa de
impedimento a circunstncia de o magistrado com jurisdio ampla julgar,
sucessivamente, feito criminal e de natureza cvel decorrentes dos mesmos fatos.
Consignou-se que o Supremo, ao assentar a impossibilidade de se estender, pela
via de interpretao, o rol do art. 252 do CPP, teria concludo no ser permitido ao
Judicirio legislar para incluir causa no prevista pelo legislador. (...) Entendeu-se
que o caso de varas nicas em que o magistrado exerce simultaneamente jurisdio cvel e penal no estaria abrangido pela inteno da norma que fixara como critrio de impedimento o exerccio de funo em outra instncia. Ressaltou-
se que a mencionada norma impediria a mitigao do duplo grau de jurisdio em
-
virtude da participao em ambos os julgamentos de magistrado que j possusse
convico formada sobre os fatos e suas repercusses criminais. Assim, no visaria
atingir o tratamento de um s fato em suas diversas conotaes e conseqncias
pelo mesmo juiz. (...) (HC 97544/SP, rel. orig. Min. Eros Grau, red. p/acrdo Min. Gilmar Mendes, 21.9.2010.)
Repercusso Geral Planos Econmicos: correo monetria
Direito do consumidor. Contratos bancrios. Planos Econmicos. Correo monetria. Cadernetas de poupana. ndice de atualizao. Direito adquirido.
Expurgos inflacionrios. Plano Collor I. Valores bloqueados. Repercusso Geral
Reconhecida. Repercusso geral em AI N. 751.521-SP. (Fonte: Informativo n. 601 STF)
Franquia: incidncia de ISS
Recurso extraordinrio. Tributrio. ISS. Franquia. Fato gerador. Lei Complementar 116/2003. Repercusso geral reconhecida. Repercusso geral em RE n. 603136/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes. (Fonte: Informativo n. 602 STF)
Superior Tribunal de Justia
Smulas
Smula 457
Os descontos incondicionais nas operaes mercantis no se incluem na base de
clculo do ICMS. (DJe 08/09/2010)
Smula 460
incabvel o mandado de segurana para convalidar a compensao tributria
realizada pelo contribuinte. (DJe 08/09/2010)
Cobrana de assinatura bsica de telefonia: processos suspensos nos
juizados
(...) O ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justia (STJ), determinou a suspenso de todos os processos judiciais no pas que questionam a
cobrana de assinatura bsica por concessionria de servio telefnico e que ainda
no tenham sido julgados. Eles ficam suspensos at o julgamento de uma
reclamao sobre o tema na Primeira Seo da Corte. A deciso do ministro
Campbell, relator do caso, se deu na concesso de uma liminar em reclamao
ajuizada pela Companhia de Telecomunicaes do Brasil Central S/A (CTBC) contra
deciso da Terceira Turma Recursal do Juizado Especial de Uberlndia (MG). A
turma deu deciso contrria Smula n. 356 do STJ, que determina ser legtima a
cobrana de tarifa bsica pelo uso dos servios de telefonia fixa. De acordo com os
autos, ao julgar o pedido de reconsiderao da empresa, a turma recursal afirmou
que a smula do STJ no vinculante e que a deciso deveria ser mantida. (...). A notcia refere-se Rcl 4618-MG, rel. Min. Mauro Campbell Marques. (Fonte:
Notcias do STJ - 22/09/2010)
Juizados Especiais Criminais: suspensos processos de falsa identidade
O ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justia (STJ), suspendeu cautelarmente todos os processos que tratam do crime de falsa identidade (artigo
-
307 do Cdigo Penal) em trmite nos Juizados Especiais Criminais. A deciso vale
at o julgamento do mrito da reclamao ajuizada por Hugo Barbosa da Silva
Filho contra deciso da Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cveis e
Criminais do Distrito Federal. Hugo Barbosa foi condenado pena de seis meses
de deteno pelo crime de falsa identidade. A Turma Recursal confirmou a
sentena, entendendo que o acusado, legitimamente detido e conduzido
delegacia, tem o direito constitucional de permanecer calado acerca da imputao
ftico-jurdica. O que no se mostra razovel (...) estend-lo a ponto de mentir
sobre sua prpria identidade (nome), atributo da personalidade. No STJ, Barbosa
alegou que o entendimento da Turma Recursal est em patente contrariedade ao
entendimento do STJ no sentido de que no comete o delito previsto no artigo 307
do Cdigo Penal ru que, diante da autoridade policial, se atribui falsa identidade,
em atitude de autodefesa, porque amparado pela garantia constitucional de
permanecer calado. (...) A notcia refere-se Rcl 4526-DF, rel. Min. Gilson Dipp. (Fonte: Notcias do STJ: 30/09/2010)
Recursos Repetitivos
Auxlio-acidente: concesso independe da extenso do dano
Para conceder o auxlio-acidente basta haver a leso, a reduo da capacidade laborativa e o nexo de causalidade entre o acidente e o trabalho desenvolvido.
descabido investigar a extenso do dano para conceder o benefcio. Esse foi o
entendimento da Terceira Seo do Superior Tribunal de Justia (STJ).
O caso seguiu a metodologia dos recursos representativos de controvrsia,
prevista no artigo 543-C do Cdigo de Processo Civil. A partir desse julgamento, os
demais processos que tramitam tanto no STJ quanto em outros tribunais sobre a
mesma matria devem ser decididos de acordo com o entendimento do Tribunal.
(...) A notcia refere-se ao REsp. 1109591-SC, rel. Min. Celso Limongi (Fonte: Notcias do STJ 15/09/2010)
Imposto de Renda: incidncia sobre o abono de permanncia
Os rendimentos recebidos a ttulo de abono de permanncia a que se referem o
19 do art. 40 da Constituio Federal, o 5 do art. 2 e o 1 do art. 3 da
Emenda Constitucional 41/2003, e o art. 7 da Lei 10.887/2004 sujeitam-se
incidncia do Imposto de Renda. Com esse entendimento, a Primeira Seo do STJ
deu provimento, por unanimidade, a Recurso Especial representativo de
controvrsia, sob o fundamento de que o abono de permanncia apresenta
natureza remuneratria porquanto confere acrscimo patrimonial ao beneficirio e
configura fato gerador do imposto de renda, no existindo lei que autorize
consider-lo como rendimento isento. (REsp n 1192556-PE, rel. Min. Mauro
Campbell Marques, DJe 06/09/2010)
Tarifa de energia eltrica: Repasse de PIS e Cofins
A Seo, ao julgar recurso submetido ao regime do art. 543-C e Res. n. 8/2008-STJ suscitado pelo tribunal a quo, negou provimento ao recurso, entendendo que
legtimo repassar s faturas de energia eltrica a serem pagas pelo consumidor o
valor correspondente ao pagamento da contribuio ao Programa de Integrao
Social (PIS) e da Contribuio para Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
devidas pela concessionria. (...) REsp. 1.185.070-RS, Rel. Min. Teori Albino
Zavascki, julgado em 22/9/2010. (Fonte: Informativo n. 448 STJ)
Este boletim uma publicao da Gerncia de Jurisprudncia e
Publicaes Tcnicas GEJUR/DIRGED/EJEF. Sugestes podem ser encaminhadas para [email protected]
-
Boletim n. 3 - 03/11/2010 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED
Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio. Portanto, este boletim tem carter
informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editadas pelos
Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da Justia
Estadual.
Corte Superior do TJMG
Contagem do prazo de atividade jurdica: vinculao ao edital do concurso
A Corte Superior do Tribunal de Justia julgou mandado de segurana em que a
impetrante pleiteava a participao na fase oral de concurso, embora no tivesse
cumprido o prazo de 3 (trs) anos de atividade jurdica contados a partir da
colao de grau em Direito. Essa era uma exigncia do edital do concurso, o que
levou ao indeferimento de sua inscrio definitiva. unanimidade, a Corte
denegou a segurana, entendendo que os atos decorrentes de aplicao das normas do concurso pblico so vinculados, o que afasta a aplicao dos princpios
da razoabilidade e da proporcionalidade, sob pena de lesar o princpio
constitucional da impessoalidade, criando privilgios para determinados candidatos
em detrimento dos demais. (MS n 1.0000.10.023565-4/000, rel. Des. Francisco Kupidlowski, j. em 08/09/2010, DJe de 15/10/10)
Contratao temporria de excepcional interesse pblico
A Corte Superior, ao julgar procedente ao de inconstitucionalidade de
dispositivos da lei que regula as contrataes temporrias do Municpio de
Cabeceira Grande, entendeu que a previso constitucional de contratao
temporria em hipteses de excepcional interesse pblico no se aplica a cargos
de carreira, cujo carter permanente. Neste caso, somente poderia ocorrer a
contratao se no fosse possvel a substituio do servidor efetivo por outro do
quadro da instituio sem prejuzo do servio pblico. Afirmou tambm serem
inconstitucionais dispositivos legais que preveem hipteses abrangentes e genricas de contratao temporria, no especificando a contingncia ftica que
evidenciaria a situao de emergncia a autorizar a referida contratao, o que ofende os princpios da acessibilidade e do concurso pblico estampados no art.
21, 1 e 4, da Constituio do Estado de Minas Gerais (CE). Em relao a
dispositivo que previa indenizao ao contratado em caso de encerramento do
contrato antes do prazo estipulado, a Corte o reputou inconstitucional por dar
margem a enriquecimento sem causa, o que viola o princpio da legalidade (art. 13
da CE). (ADI n 1.0000.09.506479-6/000, rel. Des. Jos Antonino Baa
Borges, DJ de 1/10/2010)
-
Contribuio previdenciria: impossibilidade de incidncia sobre abono
A Corte Superior declarou inconstitucional expresso constante do 7 do art. 2
da Lei n 9.232/2006, do Municpio de Belo Horizonte, que determinara a
incidncia da contribuio previdenciria sobre o abono de incentivo por
participao em reunio pedaggica, pago a professores da rede municipal de
ensino. Entendeu-se que a contribuio previdenciria incide apenas sobre as
parcelas incorporveis ao salrio e que integraro os proventos de aposentadoria,
conforme j decidido pelo Supremo Tribunal Federal, o que no o caso do
referido abono, que, embora seja parcela remuneratria, no tem carter habitual.
(ADI n 1.0000.09.490582-5/000, rel. Des. Carreira Machado, j. em
22/09/2010, DJe de 15/10/2010) Eleio de diretor e vice de escola pblica: usurpao de prerrogativa do
Executivo
A Corte Superior do Tribunal de Justia, unanimidade, entendeu pela
inconstitucionalidade da Lei n 750/2007, do Municpio de Resplendor, que disps
sobre a eleio para os cargos de diretor e vice-diretor de escola pblica.
Asseverou-se que o art.196, VIII, da Constituio Estadual, que prev a seleo
competitiva interna para o exerccio desses cargos, foi declarado inconstitucional
pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 640/MG. O Supremo entendeu, luz do art.
37, II, in fine, da Constituio Federal, caber ao Poder Executivo fazer as
nomeaes para os cargos em comisso de diretor de escola pblica, o que deve
ser observado por Estados e Municpios, em obedincia ao princpio da simetria.
Concluiu-se, assim, que houve usurpao de prerrogativa do Poder Executivo
municipal. (ADI n 1.0000.08.488121-8/000, rel. Des. Duarte de Paula, j.
em 22/10/10, DJe de 15/10/10)
Vcio de iniciativa e criao de despesas sem fonte de custeio
Cuida-se de ao direta de inconstitucionalidade na qual se questionou a
constitucionalidade dos arts. 1 e 2 da Lei n 1.873/2009, do Municpio de
Caxambu, os quais asseguravam a idosos o acesso e o uso gratuito dos servios
de lazer oferecidos pelo balnerio do Parque das guas. A Corte Superior do
Tribunal de Justia, unanimidade, declarou inconstitucionais os dispositivos por
vcio formal de iniciativa. O fundamento de que a Constituio do Estado de
Minas Gerais, em seu art. 66, III, g, h e i, c/c art. 68, I, considera como de
iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo projetos que envolvam aumento
de despesa. Sendo assim, no poderia a Cmara Municipal ter tido a iniciativa da
lei em questo, pois a concesso de tal benesse traz inevitveis repercusses no
oramento, criando despesas sem a correspondente fonte de custeio. Asseverou-
se, por fim, a ofensa aos princpios da independncia e harmonia entre os Poderes,
contidos na Constituio Federal e repetidos na Carta Estadual. (ADI n
1.0000.09.500807-4/000, rel. Des. Edivaldo George dos Santos, DJe de
08/10/10)
Supremo Tribunal Federal
Repercusso Geral
Busca e apreenso em residncia: ausncia de mandado judicial
Matria Criminal. Busca e apreenso em residncia sem mandado judicial. Inviolabilidade do domiclio. Prova ilcita. Repercusso geral admitida. Repercusso geral em RE n. 603.616-RO, rel. Min. Gilmar Mendes. (Fonte:
Informativo n. 603 STF)
Dispensa de licitao e improbidade administrativa
Direito Constitucional e Administrativo. Ao civil pblica. Improbidade
-
administrativa. Discusso sobre a possibilidade de contratao de determinados
servios, com dispensa de licitao. Consequncias. Presena de repercusso
geral. Repercusso geral em AI n. 791.811-SP, rel. Min. Dias Toffoli. (Fonte: Informativo n. 603 STF)
Incidncia de ICMS sobre importao por meio de arrendamento mercantil
Recurso extraordinrio. Tributrio. ICMS. Importao. Arredamento Mercantil. Fato gerador. Repercusso geral reconhecida. Repercusso geral em RE n. 540.829-SP, rel. Min. Gilmar Mendes. (Fonte: Informativo n. 604 STF)
Atividade policial: aposentadoria e recepo da LC 51/85
O Plenrio negou provimento a recurso extraordinrio interposto, pelo Instituto de Previdncia do Estado do Acre ACREPREVIDNCIA, contra acrdo de tribunal de justia local que concedera a servidor pblico policial o direito a aposentadoria
especial conforme a Lei Complementar 51/85, que dispe, nos termos do art. 103
da Constituio anterior, sobre a aposentadoria do funcionrio policial. (...)
Registrou-se que, depois do reconhecimento da repercusso geral da questo
constitucional suscitada neste recurso, houvera o julgamento da ADI 3817/DF (DJe
de 3.4.2009), no qual conclura-se que a Constituio atual recepcionara a LC
51/85, especificamente o seu art. 1, I (...). Resolveu-se, inicialmente, reafirmar a
recepo da LC 51/85. (...) Por fim, o Min. Gilmar Mendes frisou que o exerccio
deve ocorrer em cargo de natureza estritamente policial para se atenderem aos
requisitos do dispositivo legal. RE 567110-AC, rel. Min. Crmen Lcia, j. em 13/10/2010. (Fonte: Informativo n. 604 STF)
Superior Tribunal de Justia
Smulas
Smula 465
Ressalvada a hiptese de efetivo agravamento do risco, a seguradora no se
exime do dever de indenizar em razo da transferncia do veculo sem a sua
prvia comunicao. (DJe de 25/10/2010)
Smula 467
Prescreve em cinco anos, contados do trmino do processo administrativo, a
pretenso da Administrao Pblica de promover a execuo da multa por infrao
ambiental. (DJe de 25/10/2010)
Recursos Repetitivos
Confisso de dvida: limites da reviso judicial
Trata-se de recurso especial contra acrdo que entendeu ser possvel a excluso de estagirios da base de clculo para o pagamento de ISS, anulando os autos de
infrao lavrados com base na discrepncia entre os pagamentos efetuados e os
dados constantes da Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS), na qual
constavam tais estagirios erroneamente designados como advogados, embora,
posteriormente, tenha havido a confisso e o parcelamento do dbito. A Seo, ao
julgar o recurso sob o regime do art. 543-C do CPC c/c a Res. n. 8/2008-STJ, por
maioria, negou-lhe provimento por entender que a confisso de dvida no inibe o
questionamento judicial da obrigao tributria, no que se refere aos seus
aspectos jurdicos. Quanto aos aspectos fticos sobre os quais incide a norma
tributria, a regra que no se pode rever judicialmente a confisso de dvida
efetivada com a finalidade de obter parcelamento de dbito tributrio. Porm,
como no caso, a matria de fato constante da confisso de dvida pode ser
invalidada quando ocorrer defeito causador de nulidade de ato jurdico. A confisso
-
de dvida, para fins de parcelamento, no tem efeitos absolutos, no podendo
reavivar crdito tributrio j extinto ou fazer nascer crdito tributrio de maneira
discrepante de seu fato gerador. (...) REsp 1.133.027-SP, Rel. originrio Min.
Luiz Fux, Rel. para acrdo Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
13/10/2010. (Fonte: Informativo n. 451 STJ)
Penhora em execuo fiscal: concurso de preferncia entre crditos
A Seo, ao julgar o recurso sob o regime do art. 543-C do CPC c/c a Res. n. 8/2008-STJ, reafirmou o entendimento de que, verificada a pluralidade de penhora
sobre o mesmo bem em executivos fiscais ajuizados por diferentes entidades
garantidas com o privilgio do concurso de preferncia, consagra-se a prelao do
pagamento dos crditos tributrios da Unio e suas autarquias em detrimento dos
crditos fiscais dos estados e destes em relao aos municpios, conforme a dico
do art. 187, pargrafo nico, do CTN c/c o art. 29 da Lei n. 6.830/1980.(...) REsp
957.836-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/10/2010. (Fonte: Informativo n. 451 STJ)
Este boletim uma publicao da Gerncia de Jurisprudncia e
Publicaes Tcnicas GEJUR/DIRGED/EJEF. Sugestes podem ser encaminhadas para [email protected]
-
Boletim n 4 - 17/11/2010 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio eletrnico. Portanto, este boletim tem
carter informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editados pelos
Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da Justia
Estadual.
Corte Superior do TJMG Atribuies da Advocacia-Geral do Estado
A Corte Superior do Tribunal de Justia julgou ao direta de inconstitucionalidade
em que se discutia o art. 2-A da Lei Complementar Estadual (LCE) n 83/2005,
acrescido pela LCE n 86/2006. Tal artigo autoriza a Advocacia-Geral do Estado
(AGE) e os rgos jurdicos das autarquias e fundaes pblicas que a ela se
reportam a defender, judicial e extrajudicialmente, ativa e passivamente,
servidores pblicos, agentes polticos e pblicos que forem demandados civil ou
penalmente em decorrncia do exerccio regular de suas atividades institucionais.
Entendeu-se pela constitucionalidade do dispositivo sob o fundamento de que no
se pode excluir tais pessoas fsicas da interpretao dada ao art. 128 da
Constituio Mineira, o qual definiu a AGE como representante judicial e
extrajudicial do Estado, porque estas tm a funo de manifestar a vontade
estatal, e, quando atuam, o prprio Estado que atua, conforme ensina a teoria
do rgo. Afirmou-se tambm que no se pode presumir que tenham agido com
dolo ou m-f para prejudicar terceiros. Nessa hiptese, devem arcar com os
prejuzos causados Administrao Pblica. Por fim, frisou-se que o artigo atacado
somente [...] guarda inteira compatibilidade com os princpios da legalidade, impessoalidade e moralidade, inerentes Administrao Pblica [...], quando o servidor pblico, agente poltico ou pblico esteja efetivamente no exerccio de
suas atribuies institucionais. (ADI n 1.0000.09.499403-5/000, Rel. Des.
Alvim Soares, DJe de 03/09/2010)
Justia gratuita e comprovao do estado de hipossuficincia financeira
Por maioria, a Corte Superior, em incidente de uniformizao de jurisprudncia,
entendeu que, nos casos em que o magistrado tenha fundada dvida a respeito da
veracidade da declarao de hipossuficincia financeira apresentada pelo
requerente do benefcio da justia gratuita, h a possibilidade de condicionar a
concesso da benesse comprovao do estado declarado pelo requerente. Nesse
caso, no haveria afronta ao art. 4 da Lei n 1.060/50, tendo em vista a
discricionariedade do juiz na livre apreciao das provas, conforme insculpido nos
arts. 130 e 131 do Cdigo de Processo Civil. Ressaltou-se, por fim, que a
-
declarao de pobreza tem apenas presuno juris tantum, o que permite ao
magistrado determinar a comprovao do que foi declarado, mormente quando a
parte contrria apresenta impugnao ao pedido de assistncia judiciria.
(Incidente de Uniformizao n 1.0024.08.093413-6/002, Rel. Des. Roney
Oliveira, julgado em 25/08/2010)
Princpio da simetria e autorizao para realizao de operaes externas
Cuida-se de ao direta de inconstitucionalidade proposta pelo prefeito do
municpio de Itamarandiba em face do art. 35, IX, da Lei Orgnica, que exige
autorizao da Cmara Municipal para a realizao de emprstimo, operao ou acordo externo de qualquer natureza, de interesse do municpio. A Corte Superior entendeu que o dispositivo atacado no apresenta vcio de inconstitucionalidade
visto que observa o princpio da simetria. Tal princpio norteia os entes federados
na elaborao de suas constituies ou leis orgnicas e estabelece que as
diretrizes trazidas pela Constituio Federal devem ser reproduzidas
simetricamente naquelas, em razo de sua supremacia e superioridade
hierrquica. Com efeito, o art. 52, V, da CF dispe que compete ao Senado
atribuio semelhante no nvel federal. Ressaltou-se que a matria em anlise no
se confunde com a exigncia, esta sim inconstitucional, de autorizao legislativa
para a realizao de contratos, consrcios e convnios pelo Municpio, a qual j foi
objeto de smula deste Tribunal. Concluiu-se, unanimidade, pela improcedncia
da representao. (ADI n 1.0000.09.499509-9/000, Rel. Des. Antnio
Carlos Cruvinel, DJe de 1/10/2010)
Programa Paz na Escola e vcio de iniciativa
A Lei Municipal n 275/2008, de So Jos da Barra, teve sua constitucionalidade
formal questionada pelo prefeito da localidade, que alegou ter tido sua
competncia exclusiva usurpada. A referida lei, de iniciativa do Legislativo,
instituiu o Programa Paz na Escola, de ao interdisciplinar e participao comunitria na preveno e controle da violncia, vandalismo e uso de drogas e de
lcool. A Corte Superior, no julgamento, entendeu que a norma impugnada [...] no se revela incompatvel com o sistema jurdico-constitucional institudo, eis que
est dentre as atribuies do Poder Legislativo a criao de leis que traduzam o
interesse social e a consecuo das tarefas constitucionais consagradas. Tambm no se vislumbrou na presente controvrsia qualquer aumento de despesa para o
Poder Executivo Municipal, o que geraria uma suposta usurpao de competncia.
Concluiu-se, assim, por maioria, pela constitucionalidade da lei. (ADI n
1.0000.08.487342-1/000, Rel. Des. Edivaldo George dos Santos, DJe de
17/09/2010)
Supremo Tribunal Federal
Repercusso Geral
Subteto salarial e EC 19/98
Direito Administrativo. Teto remuneratrio. Emenda Constitucional 19/98. Fixao de subtetos locais inferiores ao teto da Constituio Federal. Existncia de
repercusso geral. Repercusso geral em RE n 476.894-SP, Rel. Min. Gilmar Mendes. (Fonte: Informativo n 605 STF)
Servidor pblico: reajuste de remunerao e proventos
Recurso extraordinrio. Administrativo. Servidor Pblico. Reajuste de remunerao e proventos. Princpio da Isonomia. Poder Judicirio e/ou
Administrao Pblica. Smula 339/STF. Repercusso geral reconhecida. Repercusso geral em RE n 592.317 (eletrnico)-RJ, Rel. Min. Gilmar
Mendes. (Fonte: Informativo n 605 STF)
-
Superior Tribunal de Justia
Recursos Repetitivos
Abandono da causa: extino, de ofcio, da execuo fiscal no embargada
A execuo fiscal no embargada pode ser extinta de ofcio ante a inrcia da
Fazenda exequente em dar andamento ao feito, tendo havido prvia intimao.
Com esse entendimento, a Primeira Seo do STJ, ao julgar o recurso submetido
ao rito do art. 543-C do CPC e da Resoluo STJ 08/2008, afastou a aplicao da
Smula 240 daquela Corte, segundo a qual A extino do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do ru. Ressaltou o Ministro Relator que o no aperfeioamento da relao processual impede presumir-se eventual interesse do ru na continuidade do processo. (REsp 1120097-SP, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 13/10/2010, DJe de 26/10/2010)
Ao anulatria de lanamento fiscal e repetio de indbito: prescrio
Restituio de IPTU: ilegitimidade do adquirente do imvel
O prazo prescricional a ser observado em relao ao anulatria de lanamento
tributrio de cinco anos nos termos do art. 1 do Decreto 20.910/1932, contado
da notificao do contribuinte. A Primeira Seo do STJ definiu, ainda, como
termo inicial da prescrio quinquenal em ao de repetio de indbito de tributos
sujeitos ao lanamento de ofcio a data da extino do crdito tributrio,
concluindo pela aplicao do art. 168, I, do CTN. No julgamento do recurso, que
tramitou como repetitivo, adotou tambm o entendimento de que o adquirente do
imvel no tem legitimidade para pleitear a restituio de IPTU se no suportou o
nus financeiro, salvo na hiptese de existncia de autorizao expressa do
vendedor, cedendo ao novo proprietrio o direito ao crdito. (REsp 947206/RJ,
Rel. Min. Luiz Fux, j. em 13/10/2010, DJe de 26/10/2010)
Este boletim uma publicao da Gerncia de Jurisprudncia e
Publicaes Tcnicas GEJUR/DIRGED/EJEF. Sugestes podem ser encaminhadas para [email protected].
-
Boletim n 5 - 01/12/2010 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio eletrnico. Portanto, este boletim tem
carter informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editados pelos
Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da Justia
Estadual.
Corte Superior do TJMG Iniciativa de lei em matria tributria
Por maioria, a Corte Superior do Tribunal de Justia julgou improcedente a
representao proposta pelo Prefeito de Alm Paraba contra a Cmara Municipal,
referente Lei n 2.769/2009, que estabelece requisitos para iseno do IPTU no
Municpio. Estabeleceu-se a distino entre matria oramentria e tributria,
esclarecendo-se que s h previso de iniciativa privativa do Chefe do Poder
Executivo quanto primeira. Na hiptese, por se tratar de matria tributria, no
se verificou inconstitucionalidade na iniciativa da Cmara. (ADI n
1.0000.09.512768-4/000, Rel. Des. Alvim Soares, DJe de 12/11/2010.)
Ordem de pagamento de precatrio e Emenda Constitucional n 62/2009
Trata-se de mandado de segurana, em que, por unanimidade, a Corte Superior
denegou a ordem, mantendo o indeferimento do pedido de sequestro de numerrio
para liquidao de precatrio de natureza alimentar. Alegou o autor que houve
afronta ordem legal, com a ocorrncia de pagamento de precatrio comum em
detrimento de seu crdito preferencial. No acrdo, destacou-se a edio da
Emenda Constitucional n 62, de 09/12/2009, que estabeleceu alteraes relativas
ao pagamento de precatrios, prevendo uma ordem cronolgica de pagamento de
precatrio de natureza alimentar, bem como uma ordem cronolgica de
apresentao e pagamento dos dbitos comuns. Concluiu-se que a autoridade
coatora est observando as disposies constitucionais concernentes matria,
no subsistindo razes para concesso da segurana. (Mandado de Segurana
n 1.0000.10.022775-0/000, Rel. Des. Francisco Kupidlowski, DJe de
12/11/2010.)
Interposio de agravo regimental contra deciso da Terceira Vice-
Presidente
A Corte Superior, por unanimidade de votos, decidiu no conhecer do agravo
regimental interposto contra deciso da Terceira Vice-Presidente que indeferiu
efeito suspensivo a recurso cujo juzo de admissibilidade ainda estaria pendente.
Ressaltou-se que no existe previso no Cdigo de Processo Civil para interposio
-
de agravo na hiptese de negativa do efeito suspensivo a recurso especial ou
extraordinrio. Observa-se que as disposies constantes no Regimento Interno do
TJMG possuem aplicao supletiva aos recursos j previstos na legislao, tendo
em vista que a competncia para legislar sobre processo civil privativa da Unio.
Inaplicveis, portanto, ao caso em anlise, os artigos do Regimento que se
referem a agravo. (Agravo Regimental n 1.0024.08.071564-2/005, Rel.
Des. Edivaldo George dos Santos, DJe de 05/11/2010.)
Converso de agravo de instrumento em retido: mandado de segurana
Adiamento de audincia: prazo para arrolar testemunhas
Cuida-se de mandado de segurana contra deciso que, nos autos de ao de
indenizao, converteu agravo de instrumento em agravo retido. No h previso
de recurso contra ato do relator que determina tal converso. Contudo, possvel
a impetrao de mandado de segurana. No caso dos autos, houve adiamento de
audincia. Designada nova data, sem que tivesse sido iniciada a instruo na
anterior, a impetrante arrolou testemunhas, tendo o Juiz a quo indeferido o
pedido, por ser a apresentao do rol intempestiva. Interposto agravo de
instrumento, foi convertido em retido, verificada a inexistncia de perigo de leso
grave e de difcil reparao. Entendeu-se, na espcie, que o prazo previsto no art.
407 do CPC preclusivo e peremptrio, no sendo possvel prorrogao em razo
de suspenso ou adiamento de audincia. Nesse sentido, segundo a Corte
Superior, no houve violao a direito lquido e certo, decidindo-se, por maioria de
votos, pela denegao da segurana. (Mandado de Segurana n
1.0000.08.472657-9/000, Rel. Des. Duarte de Paula, julgado em
22/09/2010.)
Supremo Tribunal Federal
Repercusso Geral
Contribuio social destinada ao custeio da previdncia social: concesso
de imunidade a servidor portador de doena incapacitante
Constitucional. Tributrio. Contribuio social destinada ao custeio da previdncia social. Imunidade concedida na hiptese de acometimento do servidor pblico por
doena incapacitante. Acrdo-recorrido que entende ser a norma de imunidade
plenamente aplicvel. Ausncia de legislao complementar. Tomada de
emprstimo de legislao local definidora das doenas que permitem a concesso
de aposentadoria especial. Repercusso geral das questes constitucionais.
Existncia.
Tem repercusso geral a discusso acerca da:
1. Eficcia da norma de imunizao tributria prevista no art. 40, 21 da
Constituio (EC 47/2005), se plena (independente de intermediao por lei
federal ou lei local), limitada (dependente de intermediao por lei federal ou lei
local) ou contextual (em razo do transcurso do tempo, caracterizado pela omisso
legislativa); e da
2. Possibilidade de o Judicirio utilizar as hipteses estabelecidas em lei local
especfica para os casos de aposentao especial (Lei 10.098/1994) para o
reconhecimento da imunidade tributria (separao dos Poderes). Repercusso geral em RE n 630.137-RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa (Fonte:
Informativo n 607 STF)
Superior Tribunal de Justia
Execuo fiscal: levantamento de depsito judicial ou sua converso em
renda
-
(...) A Seo reiterou o entendimento de que, por fora da regra contida no art. 32, 2, da LEF, o levantamento de depsito judicial ou a sua converso em renda
da Fazenda Pblica sujeita-se ao trnsito em julgado da deciso que reconheceu
ou afastou a legitimidade da exao. Ressaltou-se tratar o supracitado dispositivo
legal de norma especial que deve prevalecer sobre o disposto no art. 587 do CPC,
redao anterior vigncia da Lei n. 11.382/2006. Observou-se que, em
decorrncia desse carter especial da norma, no h falar, no caso, na aplicao
da Sm. n. 317-STJ. Diante disso, deu-se provimento ao recurso para que,
somente aps o trnsito em julgado da deciso proferida nos embargos execuo
fiscal, ocorra o levantamento dos valores depositados em juzo ou a sua converso
em renda da Fazenda Pblica. Precedentes citados: EREsp 215.589-RJ, DJ
5/11/2007; AgRg no REsp 817.815-SP, DJe 5/8/2010; REsp 862.711-RJ, DJ
14/12/2006, e REsp 891.616-RJ, DJe 17/8/2010. EREsp 734.831-MG, Primeira Seo, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. em 10/11/2010, DJe
18/11/2010. (Fonte: Informativo n 455 STJ)
Auxlio cesta-alimentao em complementao de aposentadoria:
Competncia
A Seo acolheu os embargos de divergncia, reafirmando a competncia da Justia comum para o julgamento das demandas que buscam o cumprimento do
pagamento do auxlio cesta-alimentao em complementao de aposentadoria
privada. Esse entendimento baseia-se em jurisprudncia deste Superior Tribunal
segundo a qual a Justia estadual competente para julgar aes em que o pedido
e a causa de pedir decorram de pacto firmado com instituio de previdncia
privada devido natureza civil da contratao, que somente envolve, de maneira
indireta, aspectos trabalhistas. (...) Precedentes citados: EDcl nos EREsp 576.387-
SC, DJ 5/12/2005; AgRg no Ag 700.425-PE, DJ 5/12/2005; EREsp 463.654-PR, DJ
26/9/2005; AgRg no Ag 1.100.033-RS, DJe 14/4/2009, e AgRg no Ag 995.742-RS,
DJe 3/11/2008. EAg 1.245.379-RS, Segunda Seo, Rel. Min. Luis Felipe Salomo, j. em 10/11/2010, DJe 19/11/2010. (Fonte: Informativo n 455
STJ)
Este boletim uma publicao da Gerncia de Jurisprudncia e
Publicaes Tcnicas GEJUR/DIRGED/EJEF. Sugestes podem ser encaminhadas para [email protected].
-
Boletim n 6 - 12/01/2011 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio eletrnico. Portanto, este boletim tem
carter informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editados
pelos Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da
Justia Estadual.
Corte Superior do TJMG
Averbao de tempo de servio: contagem recproca
Trata-se de mandado de segurana em que oficial de justia avaliador requer a
averbao de tempo de servio em que atuou como estagirio e advogado. A
Corte Superior, por unanimidade, denegou a segurana. Esclareceu-se que o
cmputo do tempo de advocacia, previsto na Lei n 7.655/1979, tem
aplicabilidade restrita, no havendo afronta ao princpio da isonomia. Informou-se
ainda que, conforme previso constitucional, para efetivao da contagem
recproca, ou seja, aquela que soma o tempo de servio pblico ao de atividade
privada, faz-se necessria a comprovao do tempo de contribuio. Ponderou-se,
por fim, que o tempo de servio prestado como estagirio no servio pblico tem
contagem assegurada, desde que comprovada a remunerao. (Mandado de
Segurana n 1.0000.10.004407-2/000, Rel. Des. Manuel Saramago, DJe
de 26/11/2010.)
Idade mnima para exerccio de atividade laborativa
Cuida-se de incidente de inconstitucionalidade no qual se apreciou a redao
conferida pela Emenda Constitucional n 20/1998 ao art. 7, XXXIII, da
Constituio Federal. Considerou-se que a inovao ainda no foi apreciada pela
Corte e, em que pese existir ao em curso no STF com o mesmo objeto, ainda
no houve deciso. Assim, ficou caracterizada a relevncia da arguio. A nova
redao do supracitado inciso majorou a idade mnima para o exerccio de
atividades laborativas, proibindo qualquer tipo de trabalho a menores de
dezesseis anos, salvo na condio de aprendiz, a partir dos quatorze. A Corte
Superior entendeu que a alterao, ao contrrio de ofender qualquer direito
social, refora o direito fundamental de proteo ao menor, observando, ao
mesmo tempo, o Princpio da Unidade da Constituio. Em concluso, por
unanimidade, julgou-se improcedente o incidente. (Incidente de
Inconstitucionalidade n 1.0287.09.055325-9/002, Rel. Des. Manuel
Saramago, DJe de 30/11/2010.)
Instituio de taxa de turismo em municpio
A Corte Superior julgou inconstitucional tributo institudo pelo Municpio de Poos
-
de Caldas. Trata-se de taxa de turismo criada pela Lei Complementar n
95/2008. Entendeu a Corte, por unanimidade, que o tributo carece dos requisitos
da divisibilidade e especificidade, previstos constitucionalmente para a espcie.
Acrescentou-se que os servios relacionados ao turismo no municpio configuram-
se como genricos, pois beneficiam indistintamente aqueles que o utilizam, sendo
impossvel aferir o proveito individual de cada contribuinte. (Incidente de
Inconstitucionalidade n 1.0518.08.158022-8/002, Rel. Des. Carreira
Machado, DJe de 26/11/2010.)
Licitao e qualificao econmico-financeira
A Corte julgou mandado de segurana em que se questionava a validade de
documentos de habilitao apresentados por empresa vencedora de licitao. No
julgamento, os Desembargadores entenderam que o ato convocatrio define
precisamente o modo de exibio das demonstraes financeiras, evitando-se
qualquer avaliao discricionria e, consequentemente, a quebra do princpio da
isonomia. In casu, os documentos apresentados para a qualificao econmico-
financeira estavam em conformidade com o edital do prego eletrnico. Ponderou-
se, ademais, que no h norma legal que ordene expressamente o registro de
balano patrimonial na Junta Comercial. Outrossim, asseverou-se que, em relao
forma da apresentao do balano e outras demonstraes contbeis, aplica-se
o princpio da instrumentalidade das formas, pois, para a Administrao Pblica, o
que importa o contedo, (...) o qual apontar o contratante particular capaz de oferecer a melhor proposta, cumprindo com os princpios e objetivos da licitao. Concluiu-se, unanimidade, pela denegao da segurana. (Mandado de
Segurana n 1.0000.09.505826-9/000, Rel. Des. Carreira Machado, DJe
26/11/10.)
Posse em concurso pblico: ausncia do candidato
A Corte Superior julgou mandado de segurana em que candidato aprovado em
concurso pblico pedia a anulao do ato administrativo que tornou sem efeito
sua nomeao. Alegou o impetrante que no houve divulgao do ato no stio
eletrnico do rgo para o qual prestou o concurso. Esclareceu-se que a
nomeao foi publicada no Dirio Oficial do Estado, conforme previso em edital,
o qual no continha a obrigao de a Administrao convocar por stio eletrnico.
Asseverou-se ser responsabilidade do candidato acompanhar as publicaes
relativas ao certame. Transcorrido o prazo legal, sem que o impetrante tenha se
apresentado para posse, no h ilegalidade na nomeao de outro classificado.
Concluiu-se, por unanimidade, em denegar a segurana. (Mandado de
Segurana n 1.0000.09.511358-5/000, Rel. Des. Belizrio de Lacerda,
DJe de 26/11/2010.)
Supremo Tribunal Federal
Repercusso Geral
Benefcio previdencirio: direito adquirido
Recurso extraordinrio. Repercusso geral reconhecida. Direito Previdencirio. Direito adquirido ao melhor benefcio. Tem relevncia jurdica e social a questo
relativa ao reconhecimento do direito adquirido ao melhor benefcio. Importa
saber se, ainda que sob a vigncia de uma mesma lei, teria o segurado direito a
eleger, com fundamento no direito adquirido, o benefcio mais vantajoso,
consideradas as diversas datas em que o direito poderia ter sido exercido, desde
quando preenchidos os requisitos mnimos para a aposentao. Repercusso geral
reconhecida, de modo que restem sobrestados os recursos sobre a matria para
que, aps a deciso de mrito por esta Corte, sejam submetidos ao regime do art.
543-B, 3, do CPC. Repercusso geral em RE n 630.501-RS, Rel. Min.
-
Ellen Gracie. (Fonte: Informativo n 610 STF.)
Inscrio de municpio no cadastro de inadimplentes do SIAFI
Legitimidade da inscrio de municpio no cadastro de inadimplentes do Sistema Integrado de Administrao Financeira do governo federal SIAFI. Necessidade do prvio julgamento de tomada de contas especial. Existncia de repercusso
geral. Repercusso geral Em RE n 607.420-PI, Rel. Min. Ellen Gracie. (Fonte: Informativo n 610 STF.)
Reduo da base de clculo de ICMS: aproveitamento dos crditos
Agravo de Instrumento. Tributrio. ICMS. Reduo da base de clculo. Aproveitamento dos crditos. Repercusso geral reconhecida. Repercusso geral em AI n 768.491-RS, Rel. Min. Gilmar Mendes. (Fonte: Informativo
n 610 STF.)
Repetio de contribuio previdenciria de inativos e pensionistas:
perodo compreendido entre a EC 20/98 e a EC 41/2003
O Plenrio resolveu questo de ordem suscitada em recurso extraordinrio no sentido de: a) reconhecer a repercusso geral da questo constitucional nele
debatida repetio de contribuio previdenciria (e afins) cobrados de servidor civil inativo ou pensionista no perodo referente vigncia da EC 20/98 at a
publicao da EC 41/2003; b) reafirmar a jurisprudncia da Corte segundo a qual
devida a devoluo aos pensionistas e inativos, perante o competente Juzo da
execuo, da contribuio previdenciria indevidamente recolhida no aludido
perodo, sob pena de caracterizao de enriquecimento ilcito; e c) negar
provimento ao recurso. RE 580871 QO/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 17.11.2010. (Fonte: Informativo n 609 STF.)
Superior Tribunal de Justia
Smulas
Smula 469
Aplica-se o Cdigo de Defesa do Consumidor aos contratos de plano
de sade. (DJe 06/12/2010.)
Smula 470
O Ministrio Pblico no tem legitimidade para pleitear, em ao
civil pblica, a indenizao decorrente do DPVAT em benefcio do
segurado. (DJe 06/12/2010.)
Recursos Repetitivos
Autuao fiscal por descumprimento de obrigao acessria:
competncia
Em julgamento de recurso especial submetido ao regime do art. 543-C do CPC c/c a Res. n. 8/2008-STJ, a Seo entendeu que o ente federado competente
pode autuar o contribuinte pelo descumprimento de obrigao acessria
consistente na exigncia de nota fiscal para deslocamento de bens do ativo
imobilizado e de bens de uso e consumo entre estabelecimentos da mesma
instituio financeira, operao que, em tese, no caracteriza hiptese de
incidncia do ICMS (Sm. n. 166-STJ). Ressaltou-se que a obrigao acessria
autnoma e pode ser instituda pelo ente legiferante no interesse da arrecadao
ou da fiscalizao tributria nos termos do 2 do art. 113 do CTN, ainda que a
obrigao principal no exista, obedecendo-se aos princpios da razoabilidade e da
proporcionalidade. REsp 1.116.792-PB, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
24/11/2010. (Fonte: Informativo n 457 STJ.)
-
Reforo de penhora determinado de ofcio: impossibilidade
Em julgamento de recurso especial submetido ao regime do art. 543-C do CPC c/c a Res. n. 8/2008-STJ, a Seo entendeu que o reforo da penhora no pode
ser determinado de ofcio pelo juzo, visto ser imprescindvel o requerimento do
interessado, nos termos dos arts. 15, II, da Lei n. 6.830/1980 (Lei de Execues
Fiscais) e 685 do CPC. Precedentes citados: REsp 958.383-PR, DJe 17/12/2008;
REsp 413.274-SC, DJ 3/8/2006; REsp 394.523-SC, DJ 25/5/2006; REsp 475.693-
RS, DJ 24/3/2003; REsp 396.292-SC, DJ 3/6/2002; REsp 53.652-SP, DJ
13/3/1995, e REsp 53.844-SP, DJ 12/12/1994. REsp 1.127.815-SP, Rel. Min.
Luiz Fux, julgado em 24/11/2010. (Fonte: Informativo n 457 STJ.)
Este boletim uma publicao da Gerncia de Jurisprudncia e
Publicaes Tcnicas GEJUR/DIRGED/EJEF. Sugestes podem ser encaminhadas para [email protected].
-
Boletim n 7 - 26/01/2011 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio eletrnico. Portanto, este boletim tem
carter informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editados pelos
Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da Justia
Estadual.
Corte Superior do TJMG
COSIP/CIP: consumo de energia como base de clculo
A Corte Superior do Tribunal de Justia decidiu, em Ao Direta de
Inconstitucionalidade, que o consumo de energia eltrica pode ser base de clculo
da Contribuio para o Custeio do Servio de Iluminao Pblica (COSIP/CIP). No
julgamento, salientou-se que a Constituio Federal (CF) no determinou o modo
de clculo do referido tributo, no existindo impedimento para a utilizao do
consumo de energia como parmetro. Alm disso, ao adotar tal base de clculo, o
legislador municipal [...] conferiu eficcia ao princpio da capacidade contributiva prevista no art. 145, 1, CF, o que deve ser sempre perseguido para viabilizar a
isonomia tributria, atravs da justia fiscal. Por fim, destacou-se que esse entendimento est de acordo com precedentes da Corte e que o prprio Supremo
Tribunal Federal, reconhecendo a repercusso geral do tema, tambm julgou nesse
sentido. (ADI n 1.0000.09.508127-9/000, Rel. Des. Edivaldo George dos
Santos, DJe de 17/12/2010)
Nepotismo e iniciativa de lei regulamentadora
Trata-se de Ao Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo Prefeito do
Municpio de Guarar em face da Cmara de Vereadores desta localidade, com o
objetivo de ver declarada a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Municipal
n 862/2009. Essa lei, de iniciativa da Cmara, disps sobre a proibio da prtica
do nepotismo no mbito dos Poderes Legislativo e Executivo municipais, no
mencionando na proibio, entretanto, os vereadores. A Corte Superior
pronunciou-se, considerando, preliminarmente, no ter ocorrido vcio de iniciativa,
pois, [...] o legislador apenas usufruiu do seu poder preventivo e fiscalizador, em estrita observncia aos princpios da moralidade e impessoalidade, previstos no
art. 37, caput, da CF, e 13, caput, da CEMG [...], no havendo, portanto, reserva
de iniciativa sobre matria referente a nepotismo, j que a proibio desta prtica
medida de carter moralizador [...]. No mrito, entendeu-se que, apesar de no terem sido os vereadores expressamente includos na proibio, no houve
nenhuma afronta CEMG. Na verdade, a lei no estaria em consonncia com a
Smula Vinculante n 13 do Supremo Tribunal Federal. Ponderou-se, porm, que,
sob esse aspecto, a anlise seria infralegal, no podendo acontecer em sede de
-
ao direta de inconstitucionalidade. Por fim, considerando que a competncia do
Tribunal de Justia restringe-se ao controle concentrado de normas em face da
Constituio Estadual, foi julgada improcedente a representao. (ADI n
1.0000.09.506037-2/000, Rel. Des. Wander Marotta, DJe de 21/01/2011)
Concurso pblico e concesso de medida liminar
O candidato a cargo pblico [...] que ingresse em curso de formao por fora de liminar, deferida em processo ainda em curso, tem plena cincia da possibilidade
de reverso da medida. Com esse entendimento, a Corte Superior denegou mandado de segurana que pedia a nulidade de ato administrativo que excluiu o
impetrante do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. O ato exoneratrio foi
expedido aps o trnsito em julgado de deciso judicial que reputou legtimos o
teste psicolgico aplicado no impetrante e o ato administrativo que o eliminou do
certame, realizado em 2002. Afirmou-se que a referida deciso soberana e se
encontra sobre a proteo da coisa julgada, fulminando por inteiro a pretenso do
insurgente. [...] Portanto, no h que se falar, na hiptese, em aplicao da teoria do fato consumado, nem tampouco em irreversibilidade da situao por ter o impetrante concludo o curso profissional em questo ou exercido suas
funes por vrios anos junto corporao militar por fora de liminar, outrora
revogada por este Poder Judicirio. (ADI n 1.0000.09.511573-9/000, Rel. Des. Edivaldo George dos Santos, DJe de 17/12/2010)
Enunciado da Smula n 26: converso de agravo de instrumento em
retido
incabvel o mandado de segurana interposto contra deciso do Relator que converte agravo de instrumento em retido, salvo em caso de dano irreparvel. Com esse entendimento, a Corte Superior, em julgamento de mandado de
segurana, reiterou posicionamento j sumulado em seu Enunciado n 26. No
caso, a deciso de primeiro grau questionada no agravo de instrumento indeferiu
os pedidos de antecipao de tutela e de depsito judicial das parcelas de
contrato. O requerente, porm, no demonstrou o dano grave e de difcil
reparao a justificar a medida, no tendo sequer juntado aos autos o contrato
impugnado para respaldar os valores do depsito judicial pretendido. A Corte
entendeu que essas razes legitimaram a converso do agravo de instrumento em
retido e concluiu pela denegao da ordem. (MS n 1.0000.08.478816-5/000,
Rel. Des. Almeida Melo, DJe de 17/12/2010)
Reestruturao de carreira jurdica e concurso pblico
Trata-se de Ao Direta de Inconstitucionalidade em que se discutiu a
constitucionalidade de lei do Municpio de Belo Horizonte que transformou o cargo
de Corregedor Municipal, que fora extinto, no de Procurador Municipal. A Corte
Superior considerou que, como o cargo de Corregedor integra a mesma carreira a
que pertence o de Procurador, no haveria inconstitucionalidade na reestruturao
levada a cabo pelo Municpio. O Desembargador Relator anotou tambm outras
similitudes entre os dois cargos, como o fato de terem sido providos por concurso
pblico de provas e ttulos, a exigncia de curso superior em Direito e a
equivalncia de vencimentos. Concluiu-se, por fim, que a lei questionada no
ofendeu a Constituio Estadual, respeitando os limites constitucionais para o
aproveitamento de servidores da mesma carreira. (ADI n 1.0000.08.482509-
0/000, Rel. Des. Kildare Carvalho, DJe de 30/11/2010)
Supremo Tribunal Federal
Repercusso Geral
Legislao local: limites impostos pelo Princpio do Juiz Natural
-
Competncia legislativa. Legislao local. Limites. Princpio do Juiz Natural. Distino entre as matrias prprias de processo e as de procedimento. Aes
coletiva e individual. 2. H matria constitucional na controvrsia em que se
questiona a validade de regulamento editado por rgo do Judicirio estadual que,
com base na lei de organizao judiciria local, preceitua a convolao de ao
individual em incidente de liquidao no bojo da execuo de sentena coletiva
proferida em juzo diverso do inicial. Relevncia jurdica do tema. 3. Repercusso
geral reconhecida. Repercusso Geral em AI n 749.115-RS, Rel. Min. Gilmar Mendes. (Fonte: Informativo n 612 - STF)
Precatrios: parcelamento e incidncia de juros
No incidem juros moratrios e compensatrios sobre as fraes resultantes do parcelamento de precatrio, previsto no art. 78 do ADCT (Ressalvados os crditos definidos em lei como de pequeno valor, os de natureza alimentcia, os de que
trata o art. 33 deste Ato das Disposies Constitucionais Transitrias e suas
complementaes e os que j tiverem os seus respectivos recursos liberados ou
depositados em juzo, os precatrios pendentes na data de promulgao desta
Emenda e os que decorram de aes iniciais ajuizadas at 31 de dezembro de
1999 sero liquidados pelo seu valor real, em moeda corrente, acrescido de juros
legais, em prestaes anuais, iguais e sucessivas, no prazo mximo de dez anos,
permitida a cesso dos crditos). Esse o entendimento do Plenrio ao conhecer em parte de recurso extraordinrio interposto por Municpio e, na parte conhecida,
prov-lo, por maioria [...]. RE 590751/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 09/12/2010. (Fonte: Informativo n 612 - STF)
Superior Tribunal de Justia
Recursos Repetitivos
Embriaguez ao volante: meios de prova para a caracterizao
Sero definidos pela Terceira Seo do Superior Tribunal de Justia (STJ) quais meios de prova so legtimos, alm do bafmetro, para a caracterizao do estado
de embriaguez do motorista. A uniformizao da jurisprudncia dever ocorrer
com o julgamento do Recurso Especial 1.111.566, do Distrito Federal. A tese foi
considerada repetitiva e submetida ao regime do art. 543-C do Cdigo de Processo
Civil (CPC). Assim, esto suspensos todos os processos nos tribunais de segunda
instncia que discutam o mesmo assunto, at que o entendimento seja
uniformizado [...]. REsp 1.111.566/DF, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia Filho. (Fonte: Notcias do STJ - 17/12/2010)
Fraude em execuo fiscal: no exigncia da prova de m-f
Em julgamento de recurso especial submetido ao regime do art. 543-C do CPC, a
Seo entendeu que configura fraude contra a execuo fiscal a transferncia de
bens do devedor ocorrida aps a inscrio do dbito tributrio em dvida ativa,
independentemente de haver qualquer registro de penhora e de ser provada a m-
f do adquirente. O Relator, Ministro Luiz Fux, afirmou em seu voto que a lei especial prevalece sobre a lei geral, por isso que a Smula n 375 do STJ no se
aplica s execues fiscais. A citada smula diz que o reconhecimento da fraude execuo depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de m-f
do terceiro adquirente. REsp 1.141.990/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/11/2010, DJe de 19/11/2010. (Fonte: Notcias do STJ - 06/01/2011)
Sistema Financeiro de Habitao: Reajuste de saldo e amortizao
Nos contratos vinculados ao Sistema Financeiro de Habitao (SFH), as
amortizaes s devem ser computadas aps a incidncia de juros e correo
monetria sobre o saldo devedor. Com esse entendimento, a Corte Especial do
-
STJ, ao julgar, unanimidade, o recurso submetido ao rito do art. 543-C do CPC e
da Resoluo STJ 08/2008, reiterou a aplicao de sua Smula n 450, segundo a
qual Nos contratos vinculados ao SFH, a atualizao do saldo devedor antecede sua amortizao pelo pagamento da prestao. REsp 1.110.903/PR, Rel. Min. Aldir Passarinho Jnior. (Fonte: Notcias do STJ - 14/12/2010)
Este boletim uma publicao da Gerncia de Jurisprudncia e
Publicaes Tcnicas - GEJUR/DIRGED/EJEF. Sugestes podem ser
encaminhadas para [email protected].
-
Boletim n 8 - 09/02/2011 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio eletrnico. Portanto, este boletim tem
carter informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editados pelos
Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da Justia
Estadual.
Corte Superior do TJMG
Contratao temporria em municpio: critrios de escolha
A Corte Superior julgou ao direta de inconstitucionalidade (ADI) na qual se
questionou lei que disps sobre critrios para a contratao temporria de
excepcional interesse pblico no Municpio de Guidoval. Essa lei previu que seria
escolhido para contratar com a Administrao o candidato que contasse mais
tempo de servio prestado ao municpio para o mesmo cargo, funo ou atividades
similares. No julgamento, entendeu-se que o critrio estabelecido pela lei no
vlido, [...] eis que permite que, em toda nova oportunidade para contratao temporria, as mesmas pessoas sejam contratadas [...], ofendendo os princpios da isonomia e, principalmente, o da impessoalidade, expressos no art. 13 da
Constituio Estadual. De outro lado, sob o aspecto formal, entendeu-se que
houve ofensa ao princpio da separao dos Poderes, j que a matria [...] afeta exclusivamente ao alvedrio do chefe do Executivo [...], mas foi proposta por vereador municipal. Concluiu-se, assim, unanimidade de votos, julgar
procedente a representao. (ADI n 1.0000.09.489785-7/000, Rel. Des.
Edivaldo George dos Santos, DJe de 21/01/2011)
Demora processual e propositura de reclamao
A reclamao [...] no pode ser utilizada como instrumento de resoluo de incidentes no processo.. Com esse entendimento, a Corte Superior, unanimidade de votos, no conheceu de reclamao que fora ajuizada objetivando
o cumprimento, pelo Juzo a quo, de acrdo proferido pela 17 Cmara Cvel do
Tribunal, em recurso de agravo de instrumento. Afirmou-se que no h provas de
que o MM. Juiz de primeira instncia tenha se recusado a cumprir o determinado;
ao contrrio, o [...] que se tem que a referida deciso ficou suspensa por quase um ano [...]. Asseverou-se que a demora processual no justifica a medida proposta, [...] que s teria cabimento nas hipteses de ofensa autoridade das decises deste egrgio Tribunal ou no caso de usurpao de alguma de suas
competncias [...]. (Reclamao n 1.0000.09.511795-8/000, Rel. Des. Wander Marotta, DJe de 17/12/2010)
Fundo de Participao dos Municpios: bloqueio de valores
-
A Corte Superior do TJMG enfrentou assunto polmico ao julgar mandado de
segurana a respeito de sequestro, destinado ao pagamento de precatrio judicial,
que recaiu sobre valores de conta bancria do Municpio de Arapor. Essa conta
recebia verbas pblicas do Fundo de Participao dos Municpios, sendo esse fato o
gerador de controvrsia. O entendimento majoritrio da Corte foi de que, no caso
dos autos, o sequestro admissvel em virtude do que dispe o art. 78, 4, do
Ato das Disposies Constitucionais Transitrias. Esse dispositivo [...] permite, expressamente, o sequestro de verbas pblicas para o pagamento de precatrios
vencidos quando h omisso sua incluso no oramento [...]. Asseverou-se que, como no existe restrio sobre a possibilidade de o sequestro recair sobre o
citado fundo, no poderia o intrprete faz-lo. Na divergncia, ponderou-se que tal
sequestro, ao recair sobre verbas de uso especfico, violaria a autonomia
municipal, [...] opondo-se ao interesse maior da comunidade.. A Corte concluiu, por maioria, em denegar a segurana, considerando legtimo o sequestro
questionado. (MS n 1.0000.09.494435-2/000, Rel. para o acrdo Des.
Brando Teixeira, julgado em 10/11/2010)
Recurso Especial: pedido de restituio de preparo
Trata-se de agravo regimental no qual se pediu a reforma de deciso que indeferiu
pedido de restituio de preparo efetuado para interposio de recurso especial
no admitido. A Corte Superior, no julgamento, anotou que o Provimento Conjunto
n 15/2010, deste Tribunal de Justia, em seu art. 5, dispe que as custas e o
porte de retorno relativos aos recursos endereados aos Tribunais Superiores
sero recolhidos de acordo com as normas expedidas por eles. Dessa forma,
considerando-se que a Lei n 11.636/2007, que dispe sobre custas judiciais
devidas no mbito do Superior Tribunal de Justia, destina as custas de preparo
dos recursos, inclusive porte de remessa e retorno Unio, [...] no possvel ao Estado de Minas Gerais restituir o que no recebeu. Confirmou-se, assim, a deciso recorrida e negou-se provimento ao agravo. (Agravo Regimental n
1.0183.98.000413-3/031, Rel. Des. Caetano Levi Lopes, DJe de
10/12/2010)
Vale-transporte de servidores pblicos municipais e iniciativa de lei
Trata-se de ADI ajuizada pela Prefeita do Municpio de Contagem na qual esta
impugnou a Lei Municipal n 4.263/2009, que fora aprovada e publicada pela
Cmara Municipal. Essa lei acrescentou o 3 ao art. 57 do Estatuto dos
Servidores Pblicos do Municpio em questo, alterando a sistemtica de
pagamento do vale-transporte aos servidores pblicos, o que deu a eles a opo
de receber a verba em pecnia ou em crditos por bilhetagem eletrnica. No
julgamento, a Corte Superior frisou que o Brasil adotou o modelo de separao de
Poderes tambm no mbito municipal, com o sistema de freios e contrapesos.
Considerou-se que, como na esfera estadual compete ao Governador do Estado a
iniciativa privativa de leis sobre regime jurdico nico dos servidores pblicos,
tambm com relao ao chefe do Poder Executivo Municipal essa disposio se
aplicaria, simetricamente, por fora dos arts. 170, pargrafo nico, e 172, ambos
da Constituio Estadual de Minas Gerais. Assim, restou clara a
inconstitucionalidade da lei questionada por ofensa ao princpio da separao dos
Poderes, com consequente vcio de iniciativa. Concluiu-se, unanimidade de
votos, por julgar procedente a representao. (ADI n 1.0000.09.500619-
3/000, Rel. Des. Carreira Machado, julgado em 10/11/2010)
Supremo Tribunal Federal
Repercusso Geral
Iseno de ICMS sobre bens adquiridos por entidades filantrpicas
-
O Plenrio virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a existncia de repercusso geral no tema discutido no Recurso Extraordinrio (RE) 608872, que
a iseno do Imposto sobre a Circulao de Mercadorias, Bens e Servios (ICMS)
incidente sobre bens produzidos no pas e destinados a entidades de fins
filantrpicos. O RE foi interposto pelo governo de Minas Gerais contra deciso do
Tribunal de Justia daquele estado (TJ-MG) que isentou da incidncia de ICMS
bens destinados Casa de Caridade de Muria Hospital So Paulo. Em, seu acrdo (deciso colegiada), o TJ entendeu que as instituies de assistncia social foram declaradas pela Constituio Federal (CF) imunes a impostos,
exatamente porque buscam ou avocam os mesmos princpios do Estado, a
realizao do bem comum, como o trabalho realizado pelas Santas Casa de
Misericrdia, que do assistncia mdico-hospitalar gratuita a pessoas carentes. [...]. (Fonte: Notcias do STF - 11/01/2011)
Superior Tribunal de Justia
Recursos Repetitivos
A possibilidade de crime continuado entre estupro e atentado ao pudor
Ser definida pela Terceira Seo do Superior Tribunal de Justia (STJ) a
possibilidade de reconhecimento do crime continuado entre o estupro e atentado
violento ao pudor. O centro da polmica saber se, aps a mudana no Cdigo Penal, com a edio da Lei n 12.015/2009, a violncia cometida com diferentes
modalidades de ato sexual caracteriza concurso material ou admite continuidade
delitiva, resultando na possibilidade de penas maiores ou menores para os crimes sexuais. A uniformizao da jurisprudncia dever ocorrer com o julgamento do
Recurso Especial 1.103.194, de So Paulo. Ainda no h data prevista para o
julgamento. A tese foi considerada repetitiva e submetida ao regime do art. 543-C
do Cdigo de Processo Civil (CPC). Assim, esto suspensos todos os processos nos
tribunais de segunda instncia que discutam o mesmo assunto at que o
entendimento seja uniformizado. REsp 1.103.194/SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura. (Fonte: Notcias do STJ - 27/01/2011)
Alterao da taxa de juros de mora no momento da execuo no ofende a
coisa julgada
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justia (STJ) confirmou o entendimento de que, na execuo de ttulos judiciais prolatados sob a vigncia do antigo Cdigo
Civil, nos quais tenham sido fixados juros moratrios de 6% ao ano, possvel
alterar a taxa para adequ-la s determinaes da nova legislao, no ofendendo
o princpio da coisa julgada. A tese foi considerada repetitiva e submetida ao
regime do art. 543-C do Cdigo de Processo Civil (CPC). Assim, esto suspensos
todos os processos nos tribunais de segunda instncia que discutam o mesmo
assunto, at que o entendimento seja uniformizado [...]. REsp 1.111.117/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomo. (Fonte: Notcias do STJ - 31/01/2011)
Este boletim uma publicao da Gerncia de Jurisprudncia e
Publicaes Tcnicas GEJUR/DIRGED/EJEF. Sugestes podem ser encaminhadas para [email protected].
-
Boletim n 9 - 23/02/2011 Diretoria Executiva de Gesto da Informao Documental - DIRGED Este boletim elaborado a partir de notas tomadas nas sesses da Corte
Superior do TJMG. As decises tornam-se oficiais somente aps a
publicao no Dirio do Judicirio eletrnico. Portanto, este boletim tem
carter informativo. Apresenta tambm julgados e smulas editados pelos
Tribunais Superiores, com matrias relacionadas competncia da Justia
Estadual.
Corte Superior do TJMG
Circunstncia agravante da reincidncia: constitucionalidade
A Corte Superior enfrentou importante questo ao decidir incidente de arguio de
inconstitucionalidade. Trata-se do instituto da reincidncia, enquanto circunstncia
agravante da pena. A polmica reside no fato de que h quem entenda que ela
fere o princpio do non bis in idem, que tem por base o tratado internacional da
Conveno Americana de Direitos Humanos o Pacto de San Jos de Costa Rica. A outra vertente de pensamento defende que a reincidncia no representa dupla
condenao pelo crime anterior, mas sim a indicao da periculosidade do agente.
Ela considerada como reflexo da personalidade do autor e sua menor liberdade
para decidir-se pelo comportamento juridicamente adequado. Dessa forma,
deveria produzir efeitos atenuantes e apontar a necessidade de utilizao de
medida de segurana. O Relator do acrdo, aps frisar que o egrgio Supremo
Tribunal Federal reconheceu a repercusso geral do tema, manifestou-se no
sentido da inexistncia da alegada inconstitucionalidade da fixao da
circunstncia agravante da reincidncia, afirmando que ela apenas agrava a pena
de quem ainda no est recuperado para o convvio social. No julgamento, os
demais Desembargadores da Corte acompanharam o voto do Relator, rejeitando a
arguio de inconstitucionalidade. (Incidente de Arguio de
Inconstitucionalidade n 1.0223.05.177414-7/002, Rel. Des. Caetano Levi
Lopes, julgado em 22/09/2010)
Inobservncia do processo legislativo: inconstitucionalidade da lei
Trata-se de Ao Direta de Inconstitucionalidade da Lei n 2.691/07, do Municpio
de Lagoa Santa. A Cmara Municipal derrubou os vetos do Prefeito, relativos aos
do art. 1, o, "caput" e o pargrafo nico do art. 5 e o pargrafo nico do art.
6 da lei em referncia. No obstante, tendo o projeto de lei retornado ao Chefe do
Poder Executivo, este desconsiderou a derrubada dos vetos e publicou apenas a
parte do texto legal no vetada por ele, quando deveria t-lo feito integralmente.
A Corte Superior, no julgamento, declarou ser [...] perfeitamente possvel a censura, perante o Tribunal de Justia estadual, de norma municipal que tenha
como parmetro a Constituio Estadual quando o dispositivo violado for norma de
repetio obrigatria da Constituio Federal. Frisou que, [...] no havendo
-
promulgao pelo chefe do Poder Executivo, a lei ser remetida ao Poder
Legislativo para que a promulgue. Caso seu presidente no o faa, o vice-
presidente da Casa Legislativa, obrigatoriamente, o far. Assim, a lei dever,
obrigatoriamente, ser promulgada, para que seja certificada sua existncia, sem a
qual torna-se um ato nulo, porquanto eivado do vcio da inconstitucionalidade. Entendeu-se que, no caso, ocorrera exatamente o descrito, porquanto no se
promulgou a parte inicialmente vetada, concluindo-se, por maioria, pela
inconstitucionalidade da Lei n 2.691/07. (ADI n 1.0000.09.506040-6/000,
Rel. Des. Edivaldo George dos Santos, DJe de 27/10/2010)
Agravo interno e Juzo de admissibilidade de recurso extraordinrio Conforme precedente, a Corte Superior no conheceu do Agravo Interno interposto contra deciso da douta Terceira Vice-Presidente, que, com fulcro no
artigo 328-A, 1, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal,
considerando ausente a repercusso geral da questo, julgou prejudicado o Agravo
de Instrumento aviado contra deciso que inadmitiu Recurso Extraordinrio.
unanimidade de votos, entendeu-se que o referido recurso carece de previso legal
e regimental. Esclareceu-se que, entre os princpios que norteiam a teoria geral
dos recursos e que regem o cabimento, h o da taxatividade recursal, segundo o
qual os recursos esto obrigatoriamente catalogados na lei, de modo que, [...] Se no h, na matria veiculada, repercusso geral e se contra a deciso agravada
no cabvel o recurso aviado pela agravante, isto no revela qualquer ofensa aos
princpios constitucionais da ampla defesa e do contraditrio. (Agravo Interno n 1.0024.03.113169-1/007, Des. Rel. Armando Freire, DJe de
03/02/2011)
Supremo Tribunal Federal