Centro Educacional Evolução
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Biologia 2
1
Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
SUMÁRIO
MÓDULO II ............................................................................................................................... 2
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS ............................................................................................ 2
Nomenclatura ........................................................................................................................................ 2
Espécie e gênero .................................................................................................................................... 2
Os cinco Reinos ...................................................................................................................................... 3
Reino Monera......................................................................................................................................... 4
Reino Protista ........................................................................................................................................ 6
Reino Fungi ........................................................................................................................................... 8
Vírus ..................................................................................................................................................... 9
Reino Plantae (Plantas) .......................................................................................................................... 10
Reino Animália (Animal) ......................................................................................................................... 14
BIODIVERSIDADE ................................................................................................................... 22
FOTOSSÍNTESE ....................................................................................................................... 24
Etapas da fotossíntese ........................................................................................................................... 25
Fatores que influeCIAm na fotossíntese ................................................................................................... 26
Ponto de compensação fótico (luminoso) ................................................................................................. 26
ÁGUA..................................................................................................................................... 28
A Água no Corpo Humano ...................................................................................................................... 28
A Água no Brasil ................................................................................................................................... 29
A Água no Mundo .................................................................................................................................. 29
O Ciclo Hidrológico ................................................................................................................................ 29
Água na Transmissão de Doenças ........................................................................................................... 29
DENGUE ................................................................................................................................. 30
Sintomas .............................................................................................................................................. 30
Tratamento .......................................................................................................................................... 31
Diagnóstico .......................................................................................................................................... 31
VERMINOSES .......................................................................................................................... 32
Principais Parasitoses causadas por platelmintos ....................................................................................... 32
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MÓDULO II
CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS
Os cientistas organizam os seres vivos em grupo, ou seja, fazem a sua classificação, para poder estudar melhor suas
relações de parentesco e sua evolução.
Classificar é agrupar, formar grupos, obedecendo a
determinados critérios. Exemplos: Grupo dos macacos
(macaco-aranha, sagüi, bugio, etc.); Grupo dos pássaros (curió, canário, pardal, beija-flor, etc.); Grupo dos cães
(pequinês, yorkshire, perdigueiro, pastor alemão, etc).
Indivíduos podem formar grupos e grupos podem formar
grupos maiores. Assim, temos as espécies, que se agrupam
em diferentes gêneros, que se agrupam em famílias, que se agrupam em ordens e estas em classes, que se agrupam
em filos e estes em reinos.
A hierarquia dos seres vivos, do grupo maior para o menor,
é:
Reinos – conjunto de filos
Filos – grupos que reúnem classes semelhantes
Classes – grupos que reúnem ordens semelhantes
Ordens – grupos que reúnem famílias semelhantes
Famílias – grupos que reúnem gêneros semelhantes
Gêneros – grupos que reúnem espécies semelhantes
NOMENCLATURA
O nome científico é formado por duas palavras escritas em Latim. Essa língua, usada pelos antigos romanos, foi
escolhida por ser um idioma morto, ou seja, ninguém mais o utiliza no dia a dia e por isso ela não será modificada.
A vantagem de escolher um idioma científico oficial é o fato
de os seres vivos descritos em trabalhos científicos poderem ser identificados por um pesquisador em qualquer
parte do planeta, seja ele chinês, alemão ou brasileiro.
O nome científico deve estar destacado do texto de alguma
maneira para facilitar a sua identificação. Isso pode ser
feito com letras em negrito, em itálico ou sublinhadas.
Lineu chamou o cão, por exemplo, de Canis familiaris e o
lobo de Canis lupus. Observe que a primeira palavra é
escrita sempre em maiúscula e a segunda em minúscula.
A expressão formada da primeira palavra (Canis) mais a
segunda (familiaris ou lupus) representa a espécie a que pertence o animal. Assim, Canis, é o nome do gênero ao
qual pertencem, que é o mesmo para o cão e para o lobo.
Ou seja, cão e lobo são do mesmo gênero, mas de espécies diferentes.
O homem pertence à espécie Homo sapiens.
ESPÉCIE E GÊNERO
Espécie é o menor grupo dos seres vivos. É o conjunto de indivíduos semelhantes que podem cruzar-se entre si,
gerando descendentes férteis.
Para entender bem esta definição, veja o exemplo do cavalo e da égua. Eles podem cruzar-se e dão origem a um
descendente fértil, isto é, que também pode originar descendentes. Por isso, eles são da mesma espécie.
Do cruzamento de um jumento com uma égua nascerá um
burro (macho) ou uma mula (fêmea). Estes animais serão estéreis, isto é, não podem dar origem a descendentes.
Portanto o cavalo (e a égua) e o jumento são de espécies diferentes.
Espécies mais aparentadas entre si do que com quaisquer
outras formam um gênero. Os cães e os lobos são parentes próximos e também muito semelhantes. Assim, todos esses
animais foram classificados no gênero Canis.
3 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
Com as noções de gênero e espécie, o cientista sueco Carlos Lineu (1707 - 1778) classificou todos os seres vivos
até então conhecidos. Para isso, empregou sempre duas
palavras para dar nome a eles.
Gêneros podem ser agrupados e formar uma família.
O conjunto de gêneros mais aparentados entre si do que com outros forma a família. Assim, o cão (Canis familiaris)
e animais aparentados a ele, como, por exemplo, o lobo
(Canis lupus) e a raposa (Vulpes vulpes) fazem parte da família dos canídeos (Canidae).
Famílias podem ser agrupadas e formar uma ordem.
O conjunto de famílias mais aparentadas entre si forma
uma ordem. Assim o cão, o lobo e a raposa (da família dos canídeos) e o tigre (da família dos felídeos - Felidae) fazem
parte da ordem dos carnívoros (Carnivora). Eles têm várias
semelhanças e normalmente se nutrem apenas de carne - daí o nome da ordem. Mas os ursos fazem parte da ordem
carnívora e também se alimentam de mel e de frutas e o cão doméstico, come também outros tipos de alimento,
além de carne.
Ordens podem ser agrupadas e formar uma classe.
Um conjunto de ordens mais aparentadas entre si forma uma classe. Assim, a raposa (da ordem dos carnívoros), o
rato (da ordem dos roedores - Rodentia), o macaco e os
seres humanos (da ordem dos primatas - Primates) e também o coelho (da ordem dos lagomorfos -
Lagomorpha), fazem parte da classe dos mamíferos -
Mammalia). A característica mais marcante dessa classe é a presença de glândulas mamárias, que nas fêmeas são
desenvolvidas e produzem o leite que alimenta os filhotes.
Classes podem ser agrupadas e formar um filo.
O conjunto de classes mais aparentadas entre si forma um filo. Assim, o boi (da classe dos mamíferos), a galinha (da
classe das Aves), a tainha (da classe dos peixes ósseos- Osteichthyes), o sapo (da classe dos anfíbios - Amphibia) e
a cobra (da classe dos répteis - Reptilia) fazem parte do filo
dos cordados (Chordata). Esses animais são semelhantes porque possuem, na fase de embrião, uma estrutura
chamada notocorda, com função de sustentação. A
notocorda pode desaparecer ou não. Nos animais que possuem vértebras (vertebrados), como os seres humanos,
a notocorda desaparece durante o desenvolvimento embrionário. Em seu lugar forma-se a coluna vertebral.
Filos podem ser agrupados e formar um reino.
O conjunto de filos mais aparentados entre si forma um
reino. Assim, o filo dos cordados e todos os outros filos de animais formam o reino dos animais (Animalia).
Os animais são semelhantes porque são pluricelulares,
heterotróficos e tem tecidos especializados.
OS CINCO REINOS
Durante muitos séculos os seres vivos foram classificados em apenas dois reinos: animal e vegetal. Para fazer esta
classificação os cientistas levaram em consideração dois critérios:
Todos os seres vivos que se locomovem e são
heterotróficos seriam animais;
Todos os seres que não se locomovem e que
apresentam clorofila seriam vegetais.
Em muitos casos, essas características podem ser facilmente observadas. As girafas são animais porque se
movimentam, enquanto as árvores são vegetais porque são
fixos e tem clorofila (são verdes). Em outros seres vivos, porém, as diferenças não são tão claras: os cogumelos não
tem clorofila e não se locomovem. Portanto, não são animais nem vegetais pela classificação acima!!!
Além disso, com o desenvolvimento do microscópio, foram
descobertos microorganismos que não tinham características de vegetal nem de animal ou tinham
características dos dois grupos, dificultando a sua classificação. Um bom exemplo disso é a euglena. Ela
possui clorofila e se locomove. Trata-se de um vegetal ou
animal? Esse tipo de dúvida motivou uma modificação no sistema de classificação dos seres vivos.
A partir de 1969, então, os cientistas estabeleceram um
novo sistema de classificação, agrupando os seres vivos em cinco reinos. São eles:
Reino Monera
O Reino Monera é formado por organismos procariontes,
representados pelas bactérias e algas azuis (cianofíceas
ou cianobactérias). São unicelulares ou coloniais. Possuem célula procariótica, onde não encontramos organelas
citoplasmáticas delimitadas por membranas e o material nuclear não está envolto pela carioteca. Nessas células
encontramos somente os ribossomos, responsáveis pela
síntese de proteína.
Reino Protista
São representados pelos protozoários - como amebas e
paramécios - e certas algas unicelulares - como euglenofíceas, pirrofíceas e crisofíceas. Apresentam célula
eucariótica, ou seja, com núcleo envolvido pela carioteca e organelas citoplasmáticas envolvidas por membranas.
Reino Fungi
Os fungos são organismos eucariontes, heterótrofos e, em sua maioria, multicelulares.
Suas células apresentam reforço celulósico externo, como
nas algas e vegetais, porém é comum a presença de depósitos de quitina, substância característica dos animais.
Os fungos executam nutrição externa (são heterótrofos por absorção), ou seja, vertem enzimas sobre o alimento
(substrato) e absorvem as partículas previamente
digeridas.
Reino Animalia
Organismos eucariontes, multicelulares e heterótrofos.
Nutrem-se primariamente por ingestão. Algumas poucas formas alimentam-se por absorção. Este reino compreende
os animais, desde as esponjas e o homem.
Reino Plantae
Os seres vivos incluídos no reino Plantae ou Metaphyta são
os vegetais verdadeiros, pluricelulares, autotróficos fotossintéticos, com cloroplastos e parede celular composta
essencialmente de celulose, um polímero de glicose. A
substância de reserva característica é o amido, outro polímero de glicose.
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OBSERVAÇÃO:
Os vírus não possuem classificação
definida, pois passam a realizar funções
vitais somente após invadir a estrutura celular, seqüestrando os componentes que
a célula necessita para formar novos vírus.
Por isso, muitos biólogos consideram que nem são seres vivos!
Vamos agora estudar um pouco mais cada um dos reinos.
REINO MONERA
O reino monera é composto pelas bactérias e
cianobactérias (algas azuis). Elas podem viver em diversos
locais, como na água, ar, solo, dentro de animais e plantas, ou ainda, como parasitas.
A maioria se seus representantes são heterótroficos (não
conseguem produzir seu próprio alimento), mas existem também algumas bactérias autótroficas (produzem sem
alimento, via fotossíntese, por exemplo).
Existem bactérias aeróbias, ou seja, que precisam de
oxigênio para viver, as anaeróbias obrigatórias, que não
conseguem viver em presença do oxigênio, e as anaeróbias facultativas, que podem viver tanto em ambientes
oxigenados ou não.
As formas físicas das bactérias podem ser de quatro tipos:
cocos, bacilos, vibriões, e espirilos. Os cocos, podem se
agrupar, e formarem colônias.
São os seres vivos mais primitivos da Terra, e também são
os que existem em maior número. Por exemplo, em um grama de solo fértil pode haver 2,5 bilhões de bactérias!
As bactérias não têm núcleo organizado, elas são
procariontes, ou seja, o DNA fica espalhado no citoplasma, não possuem um núcleo verdadeiro. Por isso, o filamento
de material genético é fechado, circular, sem pontas, para
que nenhuma enzima comece a digerir o DNA. Possuem uma parede celular bastante rígida.
Para se locomoverem, as bactérias contam com os flagelos, que são pequenas caudas que ficam se mexendo, fazendo a
bactéria se mover (parecido com o espermatozóide
humano, só que muito mais simples). Também podem possuir fímbrias, que são microfibrilas protéicas que se
estendem da parede celular. Servem para “ancorar” a bactéria. Existem também as fímbrias sexuais, que servem
para troca de material genético durante a reprodução e
também auxiliam as bactérias patogênicas (parasitas) a se fixarem no hospedeiro.
A cápsula, camada que envolve externamente a bactéria,
serve para proteção contra desidratação, e também para que o sistema imunológico hospedeiro (no caso das
parasitas) não a reconheça.
A reprodução das bactérias ocorre de forma assexuada e
sexuada. A assexuada é a mais comum, feita por bipartição
(divisão binária, ou cissiparidade), onde a célula bacteriana cresce, têm seu material genético duplicado, e então, a
célula se divide, dando origem a outra bactéria, geneticamente igual à original.
A forma sexuada é pode ser realizada de três formas:
conjugação, que consiste em uma bactéria transferir
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material genético para outra, e vice-versa, através das fímbrias; transdução: é a troca de genes feita através de
um vírus, que invade uma célula, incorpora seu material
genético, e o transmite para outras células; e por transformação: as bactérias podem incorporar ao seu DNA
fragmentos de materiais genéticos dispersos no ambiente.
As bactérias também podem originar esporos, em
condições ambientes desfavoráveis à reprodução (altas ou
baixas temperaturas, presença de substâncias tóxicas, etc.). Eles são pequenas células bacterianas, com uma
parede celular espessa, pouca água e um material genético. Elas são capazes de ficarem milhares de anos
nestes ambientes, esperando por uma condição mais
favorável do ambiente.
As bactérias têm sua importância no meio ambiente e são
úteis ao ser humano.
Decomposição: atuam na reciclagem da matéria, devolvendo ao ambiente moléculas e elementos
químicos reutilizáveis por outros seres vivos. Fermentação: algumas bactérias são utilizadas
nas indústrias para produzir iogurte, queijo, álcool.
Indústria farmacêutica: na fabricação de antibióticos e vitaminas.
Genética: com a alteração de seu DNA, pode-se fazer produtos de interesse dos seres humanos,
como insulina.
Fixação do Nitrogênio: retiram o nitrogênio do ar e o fixa no solo, servindo de alimentação para
as plantas.
As bactérias causam muitas doenças em seres humanos e
animais, desde pequenas cáries até grandes infecções que podem levar à morte. Veja abaixo alguns exemplos de
bacterioses:
Carbúnculo (antrax) – causada pela bactéria
Bacillus anthracis, já foi utilizada no bioterrorismo.
Cárie – infecções nos dentes por bactérias, devido à falta de higiene bucal.
Cólera – a doença da bactéria Vibrio Cholerae
causa forte diarreia, e é transmitida pela água contaminada.
Erliquiose ou Erlichiose – doença que acomete os cães, causada pela Ehrlichia canis, transmitida
pela picada de carrapato.
Leptospirose – transmitida principalmente por ratos e animais domésticos contaminados.
Meningite – a meningite bacteriana é a forma mais grave desta doença.
Tuberculose – causada pelo Mycobacterium
tuberculosis, é uma das doenças mais antigas conhecidas.
Os únicos remédios que conseguem acabar com as
bactérias são os ANTIBIÓTICOS, mas devemos ter
cuidado para administrá-los, pois as bactérias criam resistência a eles, ou seja, ficam “mais fortes” para um
determinado antibiótico quando este é administrado de forma errada.
É importante saber que convivemos, normalmente, com
bactérias, sem ter doenças, porque elas fazem parte da constituição normal do organismo. O problema ocorre
quando elas vão parar em uma parte do corpo diferente da
que estão acostumadas, como, por exemplo, as bactérias que estão geralmente nas mãos e vão parar na mucosa
bucal ou que estão no intestino e vão parar no estômago. Nestes casos, o organismo perde seu equilíbrio natural e as
bactérias podem, sim, causar doenças.
Os ANTIBIÓTICOS são medicamentos à base de penicilina, muito eficientes, principalmente, no combate das
bactérias. Quem descobriu a fórmula que ajudou muita
gente até hoje foi o escocês Alexander Fleming: ele estava desenvolvendo uma pesquisa sobre uma determinada
bactéria quando, de um dia para o outro, as colônias foram contaminadas por um fungo. Mas imediatamente ele
observou que as bactérias tinham morrido na presença do
fungo e assim logo foi atrás de qual era a substância liberada pelo fungo que causou a morte das bactérias,
chegando até o composto chamado penicilina.
Sem dúvida, essa descoberta deu margem para um grande
avanço da medicina no que se refere ao tratamento de
infecções de todos os tipos!
Fungos do gênero Penicillium são capazes de produzir
substâncias (antibióticos) que agem no sentido de
combater determinadas bactérias, como as causadoras da tuberculose, sífilis, meningite e gonorreia. Esta descoberta,
feita em 1928 por Alexandre Fleming, é considerada pelos médicos mais antigos como o maior milagre da medicina, já
que foi capaz de tratar diversas doenças que, até então,
eram consideradas incuráveis.
Já espécies pertencentes ao gênero Aspergillius podem
auxiliar na fabricação de progesterona e de ácido cítrico; e na confecção de determinados tipos de queijo, como
Roquefort e Camembert. Graças a este grupo, o saquê,
missô e tofu puderam fazer parte do cardápio de diversas pessoas. Champignons, bastante apreciados na culinária,
inclusive na cozinha vegetariana, pertencem ao gênero
Agaricus e são bastante ricos em proteínas.
Leveduras, fungos unicelulares, podem ser úteis na
fabricação de bebidas alcoólicas, como cervejas e vinhos (gênero Saccharomyces), e também nos processos de
panificação, provocando o aumento da massa de pães.
Diversas plantas vasculares exercem relação de simbiose com fungos, em suas raízes. Esta associação – micorriza -
confere uma melhor absorção de nutrientes e água pelo vegetal que, em troca, fornece energia e carbono a esses
organismos.
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REINO PROTISTA
Os protistas são seres unicelulares, mas, diferentemente
das bactérias, eles tem núcleo organizado (são
eucariontes) e muitas organelas especializadas. Eles podem viver em colônias, sozinhos ou parasitando. Podem ser
encontrados em água doce, salgada, em terras úmidas ou
ainda dentro de outros seres. Seu modo de vida é livre, mas alguns protozoários são parasitas, e podem causar
doenças ao homem. São os protozoários e as algas unicelulares.
Protozoário é uma palavra de origem grega que significa
"animal primitivo". Os protozoários receberam esse nome porque, no passado, alguns deles, ao serem estudados,
foram confundidos com animais.
Protozoários são heterotróficos, alguns ingerem outros
seres vivos e digerem suas moléculas orgânicas
(heterótrofos por ingestão), outros absorvem moléculas orgânicas simples do ambiente (heterótrofos por absorção).
Algas unicelulares são autotróficas (fazem fotossíntese).
Podem viver isolados ou formar colônias, ter vida livre ou
associar-se a outros organismos, e habitam os mais
variados tipos de ambiente. Algumas espécies são parasitas de seres diversos, até mesmo do ser humano.
Os representantes do reino protista se reproduzem através de bipartição (conhecida também como cissiparidade ou
divisão binária). A célula cresce, têm seu material genético duplicado e seu núcleo dividido em dois (reprodução
assexuada), e então, o resto da célula se divide, originando
duas células idênticas.
Os protozoários podem ser classificados de acordo com seu
modo de locomoção:
Rizópodes: locomoção por pseudópodes, que são
pseudo-pés (pés-falsos). Ex: amebas;
Ciliados: locomoção através de cílios. Ex: paramécio;
Flagelados: locomoção através de flagelos. Ex:
Giardia lamblia;
Esporozoários (ou apicomplexos): não têm sistema
de locomoção. Ex: Plasmodium sp, causador da
malária.
Tipos de locomoção dos protozoários
Existem várias espécies de protozoários, e elas podem ser
classificadas em vários grupos. O critério mais utilizado pelos cientistas para essa classificação é o tipo de
locomoção:
Sarcodíneos ou Rizópodes- são protozoários que se locomovem estendendo pseudópodes, expansões em
sua célula que atuam como "falsos pés". As amebas são um exemplo de sarcodíneo.
Imagem de uma ameba em microscópio eletrônico.
Flagelados - são os que "nadam" com auxílio de flagelos (longos filamentos que vibram e permitem a
locomoção). Um exemplo de flagelado é a giardia.
Protozoários flagelados do gênero LEISHMANIA causam a leishmaníase, doença que afeta 12 milhões de pessoas no
mundo.
Ciliados - são seres que utilizam cílios (pequenos
filamentos ao longo do corpo) na locomoção, como o paramécio.
Ilustração (a esquerda) e microscopia eletrônica (a direita) de um paramécio.
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Esporozoários - são protozoários que não possuem
estruturas de locomoção. Eles são todos parasitas e causam doenças. Entre eles está o plasmódio,
causador da malária.
Células vermelhas do sangue infectados com o PLASMODIUM FALCIPARUM,
CAUSADOR DA MALÁRIA (NAS SETAS)
Para um organismo que não tem estruturas de locomoção
para capturar alimento, o parasitismo é uma adaptação importante, pois lhe permite sobreviver retirando do ser
parasitado os nutrientes de que necessita.
REPRODUÇÃO DOS PROTOZOÁRIOS
A maioria dos protozoários apresenta reprodução
assexuada, principalmente por cissiparidade. Mas algumas espécies podem se reproduzir sexuadamente.
Observe, no esquema abaixo, a reprodução assexuada de um paramécio:
Um paramécio dividindo-se em dois, reprodução assexuada por cissiparidade.
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REINO FUNGI
O Reino Fungi compreende os organismos eucariontes,
heterotróficos que se alimentam de nutrientes absorvidos
do meio, com espécies unicelulares e multicelulares formadas por filamentos denominados hifas.
São conhecidos popularmente por: leveduras (fermento),
bolores, mofos, orelha-de-pau e cogumelos (champignon).
É um grupo bastante numeroso, formado por cerca de
200.000 espécies espalhadas por praticamente qualquer tipo de ambiente.
Existem espécies de vida livre e espécies associadas em
simbiose com outros organismos, como por exemplo, os liquens, uma relação harmônica entre fungos e algas.
Contudo, algumas espécies são parasitas, mantendo relações desarmônicas com plantas e animais. A maioria é
saprofágica, ou seja, alimentam-se da decomposição de
plantas ou animais mortos.
O Reino Fungi se subdivide em 4 Filos: Ascomycetes,
Phycomycetes, Basidiomycetes e os Deuteromycetes, de acordo com critérios reprodutivos (diferença entre as
estruturas reprodutivas), mas todos eles tem ciclo de vida
em duas fases: uma assexuada e outra sexuada.
Na fase assexuada formam-se esporos por divisões
mitóticas, podendo essa fase se prolongar por
indeterminado período em resposta às alterações ambientais, aguardando estímulo para desencadear o início
da fase sexuada, por divisão meiótica.
Como é de nosso conhecimento, os fungos exercem
excelente papel na reciclagem de substâncias orgânicas do
ambiente. Tal capacidade pode ser vista por algumas pessoas, em determinados casos, como uma desvantagem
- já que estes podem, por exemplo, contaminar cereais estocados ou destruírem artefatos de couro e madeira.
Além disso, o fato de serem agentes causadores de
micoses, alergias, e de ferrugens de plantações, fazem com que nem sempre tais organismos sejam vistos com tanta
simpatia. Porém também são úteis na nossa alimentação:
exemplos: cogumelos, molho shoyo, pão...
OS FUNGOS E SUA IMPORTÂNCIA
Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus
alimentos decompondo organismos mortos; como
parasitas, quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam,
prejudicando-o ou podendo estabelecer associações
mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais comuns de vida,
existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se alimentam.
Em todos os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus corpos. Essas
enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degradando-o à moléculas simples, que
são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa.
Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte
da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias
saprófagas, eles compõem o grupos dos organismos
decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica contida em
organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser
novamente utilizada por outros organismos.
Fungos apodrecendo o morango.
Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de
madeira utilizada em diferentes tipos de construções de tecidos, provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos
parasitas provocam doenças em plantas e em animais,
inclusive no homem.
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A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo; as pequenas manchas negras,
indicando necrose em folhas, como a da soja, ilustrada a
seguir, são devidas ao ataque por fungos.
Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática.
Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas - haustórios - que penetram nas
células do hospedeiro usando os estomas como porta de
entrada para a estrutura vegetal. Das células da planta captam açúcares para a sua alimentação.
Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem
associados a raízes de plantas formando as micorrizas
(mico= fungo; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais
degradados e os transferem à planta, propiciando-lhe um
crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para
viver.
Algumas plantas que formam as micorrizas naturalmente
são o tomateiro, o morangueiro, a macieira e as gramíneas em geral.
As micorrizas são muito freqüentes também em plantas
típicas de ambientes com solo pobre de nutrientes minerais, como os cerrados, no território brasileiro. Nesses
casos, elas representam um fator importante de adaptação, melhorando as condições de nutrição da planta.
Certos grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com cianobactérias ou com algas verdes,
dando origem a organismos denominados líquens. Estes
serão discutidos posteriormente.
DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
Micose em couro cabeludo
As micoses que aparecem comumente
nos homens são doenças provocadas por fungos.
As mais comuns ocorrem
na pele, podendo-se manifestar em qualquer
parte da superfície do
corpo.
São comuns as micoses do couro cabeludo e da barba (ptiríase), das unhas e as que causam as frieiras (pé-de-
atleta).
As micoses podem afetar também as mucosas como a da boca. É o caso so sapinho, muito comum em crianças.
Essa doença se manifesta por multiplos pontos brancos na mucosa.
Existem, também, fungos que parasitam o interior do
organismo, como é o caso do fungo causador da histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões.
VÍRUS
Eles são pequenos, estão em todos os lugares, alguns são
“do bem”, outros nem tanto, mas o fato é que precisamos aprender a conviver com eles, sem deixar que nos
prejudiquem – são os VÍRUS, BACTÉRIAS e FUNGOS,
MICRO-ORGANISMOS que vamos conhecer melhor a partir de agora...
Para começar, é importante saber que são chamados de micro-organismos porque são muito,
mas muito pequenos mesmo, tanto que só conseguimos
enxergá-los com auxílio de lentes de aumento que, neste caso, só podem ser os microscópios.
Os VÍRUS são organismos extremamente simples, formados apenas por material genético que usam para a
reprodução e uma cápsula envolvente. Podem entrar em
nosso corpo pela respiração, por alimentos contaminados etc. Não são todos que provocam doenças, mas quando
causam não há muitas opções de remédios para combatê-
10 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
los, apenas para aliviar os sintomas. Portanto, principalmente no caso dos vírus, o importante é prevenir.
Por suas características, só conseguem sobreviver quando
invadem as células de nosso corpo. Assim, resistem pouco tempo quando estão ao ar livre.
Como exemplo de doenças causadas por vírus podemos citar: gripe, caxumba, sarampo, catapora, paralisia infantil
e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - SIDA, entre
outras.
Normalmente, temos DEFESAS NATURAIS em nosso
organismo que contratacam sempre que entram em nosso organismo micro-organismos estranhos sendo que as
principais são os ANTICORPOS, proteínas de defesa que
estão no sangue. Mas, algumas vezes, os micro-organismos são mais rápidos e acabam provocando as
doenças. Para evitar esse processo, é necessário que o
organismo seja estimulado antes do micro-organismo atacar, para que, de prevenção, já comece a produzir
anticorpos. É justamente essa a função da VACINA, introduzir no organismo micro-organismos mortos ou com
a ação atenuada para estimular o organismo a produzir
anticorpos sem causar doenças.
Foi o britânico Edward Jenner, quem desenvolveu o
princípio da vacina. Seus estudos ocorreram na época em que a varíola, doença causada por vírus, atingia 40% da
população e, quando não matava, deixava a pessoa com
sequelas. Em suas pesquisas, descobriu que se uma pessoa fosse contaminada pela ferida da varíola bovina, uma forma
muito mais branda da doença, ficaria livre de pegar a
varíola humana.
Atualmente, existem vários tipos de vacinas que previnem
diferentes doenças e muitas ainda estão sendo estudadas, como é o caso das pesquisas para imunização contra a
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – SIDA.
Prevenção de doenças
Há hábitos simples que precisamos desenvolver para evitar a contaminação por vírus, bactérias e
fungos, veja só:
Manter os ambientes em que circulam pessoas, muito arejado e limpo;
Lavar as mãos, principalmente antes de comer
qualquer alimento; Tomar banho diariamente e enxugar bem todo o
corpo; Prestar atenção no prazo de validade dos
alimentos assim como guardá-los corretamente;
Lavar sempre frutas e verduras antes de consumi-las;
Tomar sempre água potável; entre outros...
REINO PLANTAE (PLANTAS)
As plantas são seres pluricelulares e eucariontes.
Nesses aspectos elas são semelhantes aos animais e a
muitos tipos de fungos; entretanto, têm uma característica que as distingue desses seres - são autotróficas. Como já
vimos, seres autotróficos são aqueles que produzem o
próprio alimento pelo processo da fotossíntese.
Utilizando a luz, ou seja, a energia luminosa, as plantas
produzem a glicose, matéria orgânica formada a partir da água e do gás carbônico que obtêm do alimento, e liberam
o gás oxigênio.
As plantas, juntamente com outros seres fotossintetizantes, são produtoras de matéria orgânica que nutre a maioria dos
seres vivos da Terra, atuando na base das cadeias
alimentares. Ao fornecer o gás oxigênio ao ambiente, as plantas também contribuem para a manutenção da vida
dos seres que, assim como elas próprias, utilizam esse gás na respiração. As plantas conquistaram quase todos os
ambientes da superfície da Terra.
Segundo a hipótese mais aceita, elas evoluíram a partir de ancestrais protistas. Provavelmente, esses ancestrais
seriam tipos de algas pertencentes ao grupo dos protistas que se desenvolveram na água. Foram observadas
semelhanças entre alguns tipos de clorofila que existem
tanto nas algas verdes como nas plantas.
A partir dessas e de outras semelhanças, supõe-se que as algas verdes aquáticas são ancestrais diretas das plantas.
Há cerca de 500 milhões de anos, as plantas iniciaram a ocupação do ambiente terrestre. Este ambiente oferece às
plantas vantagens como: maior facilidade na captação da
luz, já que ela não chega às grandes profundidades da água, e facilidade da troca de gases, devido à maior
concentração de gás carbônico e gás oxigênio na atmosfera. Esses fatores são importantes no processo da
respiração e da fotossíntese.
Mas e quanto a presença da água, tão necessária à
vida?
Ao compararmos o ambiente terrestre com o ambiente
aquático, verificamos que no terrestre a quantidade de
água sob a forma líquida é bem menor e também que a maior parte dela está acumulada no interior do solo.
Como, então, as plantas sobrevivem no ambiente
terrestre? Isso é possível porque elas apresentam adaptações que lhes possibilitam desenvolver no
ambiente terrestre e ocupá-lo eficientemente. As plantas
11 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
adaptadas ao ambiente terrestre apresentam, por exemplo, estruturas que permitem a absorção de água presente no
solo e outras estruturas que impedem a perda excessiva se
água. Veremos mais adiante como isso ocorre.
Devemos lembrar que alguns grupos de plantas
continuaram sobrevivendo em ambiente aquático.
CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS
As plantas cobrem boa parte dos ambientes terrestres do
planeta. Vistas em conjunto, como nesta foto, parecem todas iguais. Mas na realidade existem vários tipos de
planta e elas ocupam os mais diversos ambientes.
Você já sabe que para classificar, ou seja, organizar diversos objetos ou seres em diferentes grupos é preciso
determinar os critérios através dos quais identificaremos
as semelhanças e as diferenças entre eles.
Vamos ver agora como as plantas podem ser classificadas.
O reino das plantas é constituído de organismos pluricelulares, eucariontes, autótrofos
fotossintetizantes.
É necessário definir outros critérios que possibilitem a
classificação das plantas para organizá-las em grupos
menos abrangentes que o reino.
Em geral, os cientistas consideram como critérios
importantes:
a característica da planta ser vascular ou avascular,
isto é, a presença ou não de vasos condutores de água e sais minerais (seiva bruta) e matéria orgânica
(a seiva elaborada);
ter ou não estruturas reprodutoras (semente, fruto e
flor) ou ausência delas.
Os nomes dos grupos de plantas
Criptógama: palavra composta por cripto, que
significa escondido, e gama, cujo significado está
relacionado a gameta (estrutura reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, "planta que tem estrutura
reprodutiva escondida". Ou seja, sem semente.
Fanerógama: palavra composta por fanero, que
significa visível, e por gama, relativo a gameta. Esta
palavra significa, portanto, "planta que tem a
estrutura reprodutiva visível". São plantas que possuem semente.
Gimnosperma: palavra composta por gimmno, que
significa descoberta, e sperma, semente. Esta palavra significa, portanto, "planta com semente a
descoberto" ou "semente nua".
Angiosperma: palavra composta por angion, que
significa vaso (que neste caso é o fruto) e sperma, semente. A palavra significa, "planta com semente
guardada no interior do fruto".
As plantas são divididas em dois grupos: as Fanerógamas e
as Criptógamas.
Fanerógramas: palavra composta por fanero, que
significa visível, e por gama, relativo a gameta. Esta
palavra significa, portanto, "planta que tem a estrutura reprodutiva visível". São plantas que
possuem semente. , por meio das quais elas se reproduzem. Possuem raiz, caule, folhas e sementes.
Algumas tem frutos, outras não. Exemplos de
fanerógamas são: a mangueira, o pinheiro, o capim, a roseira, a alface, o agrião, a mandioca, etc. As
fanerógamas dividem-se em dois subgrupos:
Angiospermas e Gimnospermas.
Angiospermas: palavra composta por angion, que
significa vaso (que neste caso é o fruto) e sperma,
semente. A palavra significa, "planta com semente guardada no interior do fruto". Portanto, são plantas
que possuem frutos protegendo as sementes. Exemplos: limoeiro, tomateiro, pessegueiro. São
plantas que possuem raiz, caule, folhas, flores, frutos
e sementes. A flor é a estrutura reprodutiva dessa plantas. Nela, encontramos o ovário e os óvulos. Após
a fecundação, os óvulos se transformam em sementes
e os ovários se desenvolvem, formando o fruto. Os frutos auxiliam a dispersão das sementes, porque
atraem alguns animais, como aves e mamíferos, que os ingerem. Nesse caso, a casca da semente impede a
digestão da semente e a semente é depositada no
solo, em outro lugar, nas fezes do animal. A semente germina e dá origem a uma nova planta. Nas
sementes, existe uma estrutura chamada cotilédone, que é a reserva nutritiva da semente. Com base nessa
estrutura, as angiospermas são divididas em duas
classes: monocotiledôneas e dicotiledôneas.
o Monocotilêdoneas: plantas em cujas sementes
há apenas um cotilédone. Exemplos: lírios,
orquídea, grama, cana de açúcar e milho.
o Dicotiledôneas: plantas em cujas sementes há
dois cotiledôneas. Exemplos: rosa, girassol e feijão.
Gimnospermas: palavra composta por gimmno, que
significa descoberta, e sperma, semente. Esta palavra significa, portanto, "planta com semente a
descoberto" ou "semente nua". Portanto, são plantas
com sementes, mas sem frutos. O grupo de gimnospermas mais conhecido é o das coníferas.
Exemplos: pinheiro e cipreste. As gimnospermas
possuem estruturas especiais de reprodução chamadas estróbilos, ou cones (daí o nome coníferas),
que são as pinhas. Algumas espécies apresentam árvores só com estróbilos masculinos e árvores só
com estróbilos femininos. Na maioria das
gimnospermas os estróbilos femininos e masculinos se encontram na mesma árvore. Quando o estróbilo
masculino se abre, ele libera grande quantidade de grãos de pólen. Os grãos de pólen são as estruturas
reprodutoras masculinas, que contém a célula sexual.
Levados pelo vento, os grãos de pólen vão fecundar os óvulos nos estróbilos femininos. Os óvulos
fecundados desenvolvem-se dando origem às
12 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
sementes. A semente do pinheiro-do-paraná, por exemplo, recebem o nome de pinhão. As sementes
permanecem protegidas nos estrobilos femininos, que
passam a ser denominados pinhas, mas que não se desenvolvem, não formam fruto. Ao amadurecer, a
pinha se abre liberando as sementes. Estas ao germinar darão origem a novas plantas.
Criptógamas: palavra composta por cripto, que
significa escondido, e gama, cujo significado está
relacionado a gameta (estrutura reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, "planta que tem estrutura
reprodutiva escondida". Ou seja, sem semente. são plantas que não possuem sementes, nem flores e
frutos. Algumas não possuem raiz, nem caule, nem
folhas verdadeiras; outras são formadas apenas por um talo. São exemplo desses grupos as algas
pluricelulares, os musgos (briófitas) a avenca e a samambaia (pteridófitas).
Briófitas: compreendem os musgos. São vegetais
extremamente pequenos, sendo formados por rizóides, caulóides e filóides, ou seja, não possuem
raiz, nem caule nem folhas verdadeiras. São plantas
avasculares (sem condutores de seiva ou alimento), por isso são plantas pequenas e estão sempre em
lugares muito úmidos.
Pteridófitas: compreendem samambaias e avencas. São os primeiros vegetais vasculares, ou seja,
possuem vasos que transportam a seiva. Possuem o
corpo dividido em raiz, caule e folhas. São de porte pequeno, mas já bem maior que o das briófitas.
13 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
14 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
REINO ANIMÁLIA (ANIMAL)
O Reino Animalia, Reino Animal ou Reino Metazoa é
composto por seres vivos formados por células eucariontes
e todos são pluricelulares, heterotróficos. Na maioria, as células formam tecidos especializados, com capacidade de
responder ao ambiente que os envolve. O estudo científico
dos animais é chamado zoologia.
A palavra "animal" é derivada do latim anima, no sentido
de fôlego vital.
Os animais compõem um reino com mais de um
milhão de espécies. No entanto, fósseis encontrados
revelam que uma quantidade muito maior de espécies animais já viveu na Terra, mas hoje estão extintas.
Nós, os seres vivos, somos muitos e temos as mais
variadas formas e tamanhos - desde corpos microscópicos,
como o ácaro, até corpos gigantescos como o da baleia-azul. Alguns com forma, organização e funcionamento do
corpo simples, como uma esponja-do-mar; outros, com a estrutura complexa de um mamífero.
Microscopia eletrônica dos Ácaros que medem cerca de 0.2 a 0.5mm sendo
muito difíceis de ver a olhos nu.
Baleia azul encalhada.
Apesar da grande diversidade, quase todos os animais apresentam uma característica em comum: são formados
por milhares de células de diversos tipos. Outro aspecto comum aos seres do reino Animal é que obtêm o seu
alimento a partir de outros seres vivos.
Os animais habitam quase todos os ambientes conhecidos do nosso planeta, podendo ser encontrados tanto em
grandes altitudes nas montanhas quanto em profundas fossas marinhas.
A maioria das espécies é capaz de se locomover, isto é,
mover o corpo de um lugar para o outro. No entanto, há
espécies que vivem fixas, ou seja, sésseis, no ambiente, como as esponjas-do-mar.
O que é vertebrado e invertebrado?
Os animais são estudados pela zoologia - campo da
ciência cujo nome origina-se da língua grega: zoo significa "animal", e logia, "estudo".
Para facilitar o estudo, é importante classificar os animais.
Uma das formas de fazer essa classificação é dividi-los em dois grandes grupos: vertebrados e invertebrados.
No grupo dos vertebrados estão os animais que, como os seres humanos, possuem coluna vertebral. Já o grupo dos
invertebrados é formado por aqueles que não possuem
coluna vertebral.
A coluna vertebral é um tipo de eixo esquelético formado
por peças articuladas entre si - as vértebras-, que podem
ser ósseas ou cartilaginosas. As articulações permitem a flexibilidade do esqueleto interno, facilitando a
movimentação.
Observe a coluna vertebral do homem e no detalhe a
articulação entre as vértebras.
Em amarelo as vértebras e em azul a articulação que permite o movimento.
A coluna vertebral, associada ao sistema muscular, garante que os animais movimentem-se em mantenham a sua
estrutura firme.
15 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
O Reino Animal é dividido em nove filos:
Poríferos: São as esponjas marinhas. O filo tem esse
nome porque seu corpo é cheio de poros. São pluricelulares, mas sem tecidos (ou seja, todas as células
do corpo são iguais, não há especialização). São seres aeróbicos, todos aquáticos. Reproduzem-se de forma
sexuada ou assexuada. Possuem Sistema digestivo
incompleto (só tem uma abertura, que funciona para a entrada de alimento e para a saída de excretas). Não
possuem sistemas circulatório, respiratório ou nervoso.
Cnidários: Também chamados de celenterados, são
divididos em três classes: Hydrozoa (caravelas e hidras), Scyphozoa (águas-vivas) e Anthozoa (corais e anêmonas).
São pluricelulares com tecidos especializados. A partir
desse grupo, todos os demais possuem tecidos. Todos são aquáticos e aeróbicos. Podem se reproduzir de forma
assexuada ou sexuada. Possuem sistema digestivo incompleto, não possuem sistema circulatório nem sistema
respitarório ou nervoso, embora já possuam células
nervosas simples.
Platelmintos: Vermes achatados que podem causar doenças ao ser humano e a outros animais. São divididos
em três classes: Turbelários (planárias), Trematódeos
(esquistossomo) e Cestódeos (tênias). Podem ser aeróbicos ou anaeróbicos. Podem ter vida livre ou serem parasitos.
Sua reprodução pode ser assexuada ou sexuada. O sistema
digestivo continua sendo incompleto (só apresenta uma abertura). Não apresenta sistemas circulatório ou
respiratório, mas já apresenta um sistema nervoso primitivo (ganglionar, ou seja, as células nervosas formam
pequenos grupos).
Nematelmintos: também chamados de Asquelmintos, são
vermes cilíndricos. Podem causar doenças no ser humano e em outros animais, como por exemplo o Ascaris
lumbricoides que causa a ascaridíase ou lumbriga, a Wuchereria bancrofti, que causa a elefantíase, e o
Ancylostoma duodenale, que causa a ancilostomose ou
amarelão. Os nematelmintos de vida livre são aeróbicos e os parasitos são anaeróbicos. Todos possuem reprodução
sexuada. Pela primeira vez surge o sistema digestivo completo, com duas aberturas, uma para ingestão de
alimentos e outra para a saída de excretas. Os sistemas
circulatório e respiratório ainda estão ausentes. O sistema nervoso ainda é primitivo.
Anelídeos: Animais presentes em ambiente terrestre, e aquático marinho ou de água doce. Todos aeróbicos e com
reprodução sexuada. Possuem sistema digestivo completo.
Pela primeira vez aparece o sistema circulatório, que é fechado e com sangue e o sistema respiratório, mas ainda
simples: a respiração é cutânea (= pela pele) nos anelídeos terrestres e branquial nos anelídeos aquáticos. O sistema
nervoso apresenta, além dos gânglios nervosos, cerebróide
(cérebro primitivo) e cordões nervosos (princípios dos nervos). Ex: minhoca.
Moluscos: São todos animais aeróbicos e de reprodução
sexuada, a maioria é aquática, mas também há moluscos
terrestres (caramujos, lesmas), vivendo principalmente e locais com grande umidade. O sistema digestivo é
completo, o sistema circulatório está presente, mas é mais
simples que o dos anelídeos. Já o sistema respiratório dos moluscos terrestres já é mais desenvolvido, é pulmonar. Os
moluscos aquáticos respiram por brânquias. O sistema nervoso é ganglionar, mais simples que o dos anelídeos.
Artrópodes: Podem ser aquáticos ou terrestres, todos apresentam respiração aeróbica e se reproduzem de forma
sexuada. Apresentam sistema digestivo completo, sistema circulatório com coração para bombear o sangue. O
sistema respiratório dos artrópodes terrestres é pulmonar e
o dos aquáticos é branquial. O sistema nervoso é bem desenvolvido, apresentando cérebro. Ex: insetos,
aracnídeos e crustáceos.
Equinodermas: São exclusivamente aquáticos e somente
marinhos. A reprodução pode ser sexuada ou assexuada. Todos são de vida livre e todos têm respiração aeróbica,
porém o sistema respiratório é rudimentar ou ausente
(nesse caso as trogas gasosas são feitas por difusão diretamente entre as células e a água). O sistema digestivo
é completo e o sistema nervoso é simples, ganglionar. Ex: ouriço-do-mar, estrela-do-mar.
Cordados: Podem ser aquáticos ou terrestres. Apresentam reprodução sexuada com produção de gametas. Todos são
aeróbicos e possuem sistema respiratório branquial
(aquáticos) ou pulmonar (terrestres). O sistema circulatório é completo, bem desenvolvido. O sistema digestivo
também é completo. O sistema nervoso é desenvolvido, apresentando cérebro, gânglios nervosos e nervos. Ex:
peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
16 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
Os invertebrados
Filo Classes Representantes Características
1. Poríferos
Calcários
Hexactinélidas
Demospôngias
Esponjas calcárias
Esponjas de vidro
Esponjas de banho
Aquáticos
Apresentam pontos na parede do corpo. Embora pluricelulares, não formam tecidos
2. Celenterados
Hidrozoários
Cifozoários
Astozoários
Hidra e obélia
Águas-vivas
Corais e anêmonas
Aquáticos, formam tecidos, mas não
formam órgãos
Possuem cnidoblastos
3. Platelmintos
Turbelários
Trematódeos
Cestóides
Planária
Esquistossomo
Cestóideo
Vermes de corpo achatado dorsoventralmente. De vida livre e
parasitas
4. Nematoda Nematódeos Lombriga, ancilóstomo Vermes de corpo cilíndrico. De vida livre e parasitas
5. Anelídeos
Oligoquetos
Poliquetos
Hirudíneos
Minhocas
Nereis
Sanguessugas
Vermes anelados. Vida livre em solos
úmidos, água doce ou salgada.
6. Artrópodos
Insetos Moscas, barbeiros, borboletas Corpo com cabeça, tórax e abdômen. Um
par de antenas e três pares de patas.
Crustáceos Camarões, siris, caranguejos
Corpo com cefalotórax e abdômen. Dois
pares de antenas e vários pares de patas. Maioria marinho
Aracnídeos Aranhas, escorpiões e carrapatos
Corpo com cefalotórax e abdômen. Não possuem antenas. Quatro pares de patas
Quilópodos Centopéias e lacraias Anelados, um par de patas por anel e com um par de antenas.
Diplópodos Piolho-de-cobra Anelados, com dois pares de patas por anel
7. Moluscos
Gastrópodos
Pelecípodos
Cefalópodos
Caramujos
Ostras e mariscos
Lulas e polvos
Animais de corpo mole, geralmente com
concha calcária. Marinhos, de água doce e terrestre.
8. Equinodermos
Asteróides
Ofiuróides
Equinóides
Holoturóides
Crinóides
Estrelas-do-mar
Ofiúro
Ouriço-do-mar
Pepino-do-mar
Lírio-do-mar
17 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
Os vertebrados
Subfilo Classes Representantes Características
Vertebrados
Peixes cartilaginosos
Peixes ósseos
Tubarão, cação, raia, quimera.
Cavalo-marinho, bagre, dourado, cavalinha.
Esqueleto cartilaginoso. Pecilotérmicos.
Marinhos e dulcículas
Esqueleto ósseo. Pecilotérmicos. Marinhos e
dulcículas.
Anfíbios Sapos, rãs, pererecas. Na fase larval são aquáticos e, quando adultos, terrestres. Pecilotérmicos.
Répteis Cobra, jacaré, tartaruga.
Andar rastejante. Pecilotérmicos. Escamas
ou placas córneas, adaptados ao ambiente terrestre.
Aves Ema, pingüim, tuiuiú, canário. Capazes de voar. Dípedes. Homeotermos.
Possuem bicos e penas.
Mamíferos Baleia, golfinho, morcego, homem,
cachorro, vaca.
Tetrápodos. Possuem pêlos e glândulas
mamárias. Homeotermos.
Texto baseado e adaptado das seguintes fontes:
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_(biologia)
- http://www.todabiologia.com/ecologia/seres_vivos.htm
- http://dicasdeciencias.com/2008/08/26/606/
- http://www.cynara.com.br/news.htm
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Biomas_do_Brasil
- http://www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_biodiversid
ade.htm
- http://www.infoescola.com/biologia/reino-monera-
bacterias-cianobacterias/
- http://educar.sc.usp.br/ciencias/seres_vivos/seresvivos3.htm
l
- Biologia – Linhares & Gewandsznajder, Ed. Ática, 1ª edição,
2008.
- Biologia – Paulino, Ed. Ática, 6ª edição, 2000.
- O que é vida? Margulis & Sagan, Jorge Zahar Editor, 1ª
edição, 2002.
18 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
1. No sistema binomial de nomenclatura estabelecido por
Lineu, o nome científico Felis catus aplica-se a todos os gatos domésticos como angorás, siameses, persas. O gato
selvagem (Felis silvestris), o lince (Felis lynx) e o puma ou
suçuarana (Felis concolor) são espécies relacionadas ao gato.
A única categoria taxionômica que NÃO inclui todos os animais citados é a (o):
a) filo.
b) reino.
c) classe.
d) espécie.
2. Rhinoxenus bulbovaginatus e Cacatuocotyle paranaenses
são parasitos platelmintos de peixes de rios do Estado do Paraná. Estes dois parasitos pertencem:
a) ao mesmo reino;
b) à mesma espécie;
c) ao mesmo gênero;
d) ao mesmo subgênero;
e) à mesma raça.
3. No quadro abaixo, estão elencados os gêneros e as famílias a que pertencem diferentes mamíferos da Ordem
Carnivora.
Da análise do quadro, espera-se que o maior grau de
semelhança seja encontrado entre:
a) cães, ursos e raposas;
b) raposas e cães;
c) coiotes, cães e lobos;
d) cães, raposas e coiotes;
e) ursos, cães e lobos.
4. Considerando a hierarquia das categorias taxonômicas, é
correto afirmar que dois animais que fazem parte da mesma
ordem obrigatoriamente pertencerão ____________, e dois animais pertencentes ____________ sempre terão maior
semelhança entre si.
a) à mesma classe – à mesma espécie
b) à mesma família – ao mesmo gênero
c) ao mesmo gênero – à mesma família
d) ao mesmo gênero – à mesma espécie
e) à mesma espécie – à mesma classe
5. A célula é a unidade básica dos seres vivos, existindo
seres uni ou pluricelulares. Utilizando-se a classificação de
Whittaker (1969), que considera as algas multicelulares como
plantas, associe corretamente os reinos com a constituição celular de seus representantes, relacionando as duas colunas.
REINO
(1) Reino Monera
(2) Reino Protista
(3) Reino Fungi
(4) Reino Plantae
(5) Reino Animalia
REPRESENTANTES
(a) seus representantes são todos unicelulares
(b) seus representantes são todos multicelulares
(c) seus representantes podem ser uni ou pluricelulares
A seqüência correta das associações é:
a) 1a, 2a, 3c, 4b, 5b.
b) 1a, 2a, 3a, 4b, 5b.
c) 1c, 2b, 3a, 4c, 5c.
d) 1a, 2a, 3b, 4c, 5c.
e) 1c, 2c, 3c, 4b, 5b.
6. Os seres vivos são, atualmente, divididos em cinco reinos,
Essa divisão baseia-se, principalmente, no tipo de nutrição e na organização celular dos organismos.
Assinale a alternativa que mostra corretamente como são
considerados os organismos pertencentes ao reino Animalia.
a) multicelulares, procarióticos e heterótrofos;
b) unicelulares, eucarióticos e heterótrofos;
c) multicelulares, eucarióticos e autótrofos;
d) multicelulares, eucarióticos e heterótrofos;
e) unicelulares, procarióticos e autótrofos.
7. A chamada “estrutura procariótica” apresentada pelas
bactérias nos indica que estes seres vivos são:
a) destituídos de membrana plasmática;
b) formadores de minúsculos esporos;
c) dotados de organelas membranosas;
d) constituídos por parasitas obrigatórios;
e) desprovidos de membrana nuclear.
8. A respeito dos seres procariontes, assinale a alternativa
INCORRETA:
a) Existem espécies autótrofas e heterótrofas.
b) Apresentam reprodução sexuada ou assexuada.
c) Possuem organelas citoplasmáticas, tais como
mitocôndrias e complexo de Golgi em suas células.
d) Existem espécies unicelulares isoladas e coloniais.
e) Apresentam respiração aeróbica ou anaeróbica.
9. As esponjas constituem o Filo Porífera do Reino Animal,
sendo indivíduos de organização corporal simples,
19 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
considerados um ramo primitivo na evolução dos
metazoários. Os poríferos são usados pelos pintores para obter certos efeitos especiais na técnica de aquarela;
antigamente, eram usados também como esponjas de banho. Quanto às esponjas, é correto afirmar que:
a) não possuem tecidos verdadeiros e apresentam apenas
espículas silicosas;
b) possuem tecidos verdadeiros e podem apresentar
espículas calcárias ou silicosas;
c) não possuem tecidos verdadeiros e podem apresentar espículas calcárias ou silicosas;
d) não possuem tecidos verdadeiros e apresentam apenas espículas calcárias;
e) possuem tecidos verdadeiros e apresentam apenas
espículas silicosas.
10. A coordenação nervosa nos Invertebrados é difusa nos mais primitivos e centralizada nos mais evoluídos. A
centralização da coordenação nervosa apareceu
primeiramente no filo:
a) celenterados
b) asquelmintos
c) anelídeos
d) platelmintos
e) artrópodos
11. A estrutura assinalada ao lado é denominada
_________ e é encontrada nos _________ .
Preenchendo corretamente as lacunas, temos a seqüência:
a) nematocisto e platelmintos
b) espiráculo e poríferos
c) tentáculo e nemátodos
d) estatocisto e poríferos
e) nematocisto e cnidários
12. O critério utilizado para agrupar os camarões, moluscos e
equinodermos é:
a) todos são marinhos.
b) todos possuem antenas.
c) todos são invertebrados.
d) todos possuem exoesqueleto.
e) todos possuem canal inalante e canal exalante.
13. Apresentam a capacidade de se reproduzirem tanto
assexuada quanto sexuadamente, as:
a) planárias
b) lombrigas
c) minhocas
d) aranhas
e) lulas
14. A alternativa que apresenta a relação correta entre o grupo animal e a estrutura excretora que o caracteriza é:
a) celenterado → glândulas verdes
b) platelmintos → túbulos de Malpighi
c) insetos → glândulas coxais
d) nematódios → vacúolos contráteis
e) anelídeos → nefrídios
15. Insetos e crustáceos têm em comum:
a) um par de antenas;
b) sistema circulatório do tipo aberto;
c) sistema respiratório traqueal;
d) sistema excretor por túbulos de Malpighi
e) fecundação externa.
16. As figuras abaixo representam os invertebrados A e B,
pertencentes a diferentes filos zoológicos.
Considerando as características dos sistemas excretor e circulatório e da respiração, podese dizer que A difere de B
por apresentar:
17. Existem nos filos animais estruturas que os caracterizam
e os identificam. Coanócitos, cnidoblastos, células-flama ou solenócitos, sistema ambulacrário e rádula são algumas
estruturas encontradas, respectivamente, em:
a) platelmintos, celenterados, poríferos, equinodermos e
moluscos.
b) poríferos, celenterados, equinodermos, platelmintos e moluscos.
c) poríferos, celenterados, platelmintos, equinodermos e moluscos.
d) poríferos, celenterados, platelmintos, moluscos e
equinodermos.
e) equinodermos, moluscos, poríferos, celenterados e
platelmintos.
18. Excreção é um processo de remoção de substâncias
tóxicas ou inúteis do interior dos organismos, realizado por
estruturas especializadas. Analise os 5 exemplos, verificando se há correspondência entre o animal e a estrutura excretora.
Animal Estrutura para excreção
I. gafanhoto tubo de Malpighi
II. planária célula flama
III. esquilo rim
20 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
IV. minhoca nefrídio
V. hidra vacúolo contrátil
Estão corretas:
a) apenas I, II, III e IV;
b) apenas II, III, IV e V;
c) apenas I, II e III;
d) apenas II, III e IV;
e) apenas III, IV e V.
19. João, aluno do ensino médio que estava fazendo uma revisão em seus apontamentos de zoologia, verificou que, ao
contrário dos gastrópodes marinhos que apresentam respiração branquial, os gastrópodes dulcícolas (que vivem
em água “doce”) utilizam oxigênio atmosférico através de sua
cavidade paleal que é ricamente vascularizada, como um pulmão primitivo. Surgiu, então, uma dúvida: “Por que esses
animais aquáticos respiram por pulmões? Outros moluscos, como os bivalves, respiram por meio de brânquias, quer
vivam em água “doce” ou salgada e o mesmo acontece com
os peixes. Por que, então, os gastrópodes dulcícolas não respiram por brânquias?”
João, ao formular tais questões, não lembrava que:
a) vivendo em águas rasas, a respiração pulmonar permite
um aproveitamento melhor do oxigênio atmosférico;
b) os gastrópodes dulcícolas representam o retorno ao ambiente aquático depois que seus ancestrais conquistaram o
ambiente terrestre;
c) a pressão parcial do oxigênio em águas interiores é muito menor que na água do mar;
d) próximo à superfície, a disponibilidade de alimentos é maior;
e) os gastrópodes não são planctófagos, não podendo
realizar a filtração.
20. Observe o esquema.
Suponha que o pássaro, se quiser comer a minhoca, tenha
que passar por seis círculos que contenham pistas (informações) com características deste anelídeo, não
podendo pular nenhum círculo. Um caminho correto a ser percorrido é:
a) 2, 3, 6, 9, 8 e 11.
b) 2, 3, 6, 5, 8 e 11.
c) 1, 4, 7, 8, 9 e 11.
d) 2, 3, 6, 5, 8 e 10.
e) 3, 2, 1, 4, 7 e 10.
21. Comparando-se os ciclos de vida de platielmintos e nematóides parasitas do homem, pode-se afirmar que
estágios larvais de vida livre ocorrem somente nos gêneros:
a) Schistosoma e Ancylostoma.
b) Ancylostoma e Ascaris.
c) Ascaris e Taenia.
d) Taenia e Wuchereria.
e) Wuchereria e Schistosoma.
22. O esquema abaixo é válido para o desenvolvimento de
muitas espécies de insetos. Os insetos que apresentam esse tipo de desenvolvimento são denominados:
OVO → LARVA → PUPA → ADULTO
a) metamorfose completa
b) metamorfose incompleta
c) sem metamorfose
d) imagos;
e) acelomados.
23. Observe as figuras.
Os animais representados nessas figuras possuem sistema
reprodutor masculino e feminino. Portanto um único indivíduo
dessas espécies que sobreviva é capaz de reconstituir toda a população. Assim sendo, esses animais devem apresentar
todas as seguintes características, exceto:
a) Autofecundação
b) Fecundação interna
c) ermafroditismo
d) Reprodução assexuada
24. A biodiversidade em nosso planeta é um fato marcante. Assinale a alternativa que mostra o filo animal com o maior
número de espécies conhecidas.
a) Annelida.
b) Platyhelminthos.
21 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
c) Porifera.
d) Nematoda.
e) Arthropoda.
25. O corpo dos artrópodes é coberto por um exoesqueleto
cuja composição básica é a quitina. De tempos em tempos, a
epiderme secreta um líquido que forma um espaço entre ela e o exoesqueleto. Depois, produz um esqueleto novo. Em
determinado momento, o velho arrebenta e é abandonado.
Sobre este fenômeno, podemos afirmar que:
I. A troca de esqueleto é chamada de ecdise;
II. O exoesqueleto limita o crescimento do animal;
III. O crescimento dos artrópodes é contínuo como o de
todos os outros animais.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é(são):
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) todas
e) nenhuma
26. Com relação aos artrópodes, assinale a alternativa correta.
a) Os diplópodos ou piolhos-de-cobra possuem duas pernas
por segmento, aparelho bucal picador sugador e não têm antenas.
b) Os crustáceos possuem o corpo dividido em cabeça,
cefalotórax e abdome. Possuem um par de antenas na cabeça e um par de pernas em cada segmento do cefalotórax
e do abdome.
c) Os aracnídeos possuem o corpo dividido em cefalotórax e
abdome, oito pares de pernas no cefalotórax e um par de
antenas diminutas. Não possuem asas.
d) Os insetos possuem o corpo dividido em cabeça, tórax e
abdome. Há três pares de pernas no tórax, onde pode ou não haver asas e um par de antenas na cabeça.
27. Um biólogo, em uma coleta marinha, encontrou um animal desconhecido, de corpo tubular, com simetria radical,
sem cabeça ou segmentação. O animal apresentava uma
extremidade fechada e fixa e a outra uma boca central, circundada por tentáculos moles ligada à cavidade digestiva
em forma de saco. Era desprovido de ânus. Com esses dados ele decidiu identificar o animal. Para tanto pesquisou em um
catálogo de animais marinhos, escolhendo o volume que se
referia aos:
a) equinodermos
b) celenterados
c) poríferos
d) tunicados
e) crustáceos
28. Os sistemas respiratórios de minhocas, baratas, peixes e
cobras são, respectivamente:
a) traqueal, cutâneo, branquial, pulmonar.
b) traqueal, traqueal, branquial, pulmonar.
c) cutâneo, cutâneo, branquial, branquial.
d) cutâneo, traqueal, pulmonar, pulmonar.
e) cutâneo, traqueal, branquial, pulmonar.
29. Os aracnídeos são animais terrestres que ocorrem em
uma grande diversidade de habitats. Em relação a estes animais é correto afirmar que:
a) possuem antenas;
b) possuem três pares de patas;
c) apresentam excreção por nefrídios;
d) possuem quelíceras;
e) são monóicos.
30. A medicina, atualmente, tem se utilizado de sanguessugas para obter sucesso em reimplantes de
estruturas amputadas. As sanguessugas pertencem ao filo:
a) Nemathelminthes
b) Artropoda
c) Echinodermata
d) Annelida
e) Mollusca
22 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
Gabarito
1. A, 2. A, 3. C, 4. A, 5. A, 6. B, 7. E, 8. C
9. C, 10. D, 11. E, 12. C, 13. A, 14. E, 15. B, 16. B, 17. C,
18. A, 19. A, 20. A 21. D, 22. A, 23. A, 24. E, 25. A, 26. D, 27. A, 28. E, 29. D, 30. D
BIODIVERSIDADE
Biodiversidade ou diversidade biológica (grego bios, vida) é a diversidade da natureza viva. Desde 1986, o termo e
conceito têm adquirido largo uso entre biólogos,
ambientalistas, líderes políticos e cidadãos conscientizados no mundo todo. Este uso coincidiu com o aumento da
preocupação com a extinção, observado nas últimas décadas do Século XX.
Refere-se à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a
variedade de espécies da flora, da fauna, de fungos
macroscópicos e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos
ecossistemas; e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos.
Quantas espécies existem no mundo?
Não se sabe quantas espécies vegetais e animais existem no
mundo. As estimativas variam entre 10 e 50 milhões, mas até agora os cientistas classificaram e deram nome a
somente 2 milhões de espécies. Entre os especialistas, o
Brasil é considerado o país da "megadiversidade": aproximadamente 20% das espécies conhecidas no mundo
estão aqui. É bastante divulgado, por exemplo, o potencial
terapêutico das plantas da Amazônia.
Para entender o que é a biodiversidade, devemos considerar
o termo em dois níveis diferentes: todas as formas de vida, assim como os genes contidos em cada indivíduo, e as inter-
relações, ou ecossistemas, na qual a existência de uma
espécie afeta diretamente muitas outras.
A diversidade biológica está presente em todo lugar: no meio
dos desertos, nas tundras congeladas ou nas fontes de água sulfurosas. A diversidade genética possibilitou a adaptação da
vida nos mais diversos pontos do planeta.
As plantas, por exemplo, estão na base dos ecossistemas. Como elas florescem com mais intensidade nas áreas úmidas
e quentes, a maior diversidade é detectada nos trópicos,
como é o caso da Amazônia e sua excepcional vegetação.
Ao descrever nossa espécie, além de dar o nome Homo
sapiens, Carlos Lineu também publicou uma breve descrição dos atributos comuns aos indivíduos da espécie. Por exemplo,
a presença de duas mãos, dois olhos, cinco dedos em cada
membro, pouco pelo no corpo, um coração com quatro cavidades que bombeia o sangue pelo corpo e um cérebro
grande estão entre as características morfológicas que são compartilhadas por todos os indivíduos da nossa espécie.
23 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
Características Morfológicas - características observáveis
em uma espécie que são detalhadas em um estudo científico pelo pesquisador que a descreveu.
Você já reparou que os humanos são todos muito parecidos entre si quando comparamos com outras espécies de
mamíferos? A nossa espécie apresenta características únicas
particulares a ela. Essas são compartilhadas por todos os humanos, mas não o são com as outras espécies de seres
vivos.
Assim, essas são chamadas características humanas exclusivas ou diagnósticas.
Repare que você e todos nós conseguimos reconhecer, sem qualquer sombra de dúvida, quando estamos olhando outro
ser humano. Indivíduos de uma espécie biológica conseguem
reconhecer outros membros daquela mesma espécie. Essa é uma propriedade das outras espécies biológicas também,
pois uma onça pintada consegue reconhecer outra onça pintada e besouros escaravelhos também conseguem
reconhecer-se. Algumas espécies reconhecem membros de
sua própria espécie pelas características morfológicas, outras pelo canto, outras pelos odores, outras pela dança, etc.
Existem diferenças entre os indivíduos de uma mesma espécie. A reprodução irá promover uma homogeneização,
mas essa mistura não será perfeita. Apesar desse processo
de homogeneização, os indivíduos de uma mesma espécie não são idênticos.
Quando nos deparamos com a diversidade humana,
percebemos muitas diferenças entre os indivíduos. Realmente, se pensarmos em um brasileiro, um sueco, um
árabe, um índio brasileiro, e um negro africano, percebemos que há muitas diferenças entre eles. Mas se os humanos
fazem parte da biodiversidade, por que não observamos
tanta diversidade entre os diferentes chimpanzés que se apresentam no circo? Por que as onças pintadas da Mata
Atlântica sempre nos parecem tão semelhantes?
Simples. Não observamos as diferenças individuais nas
outras espécies, pois não estamos acostumados olhar para
os animais e tentar lembrar os nomes e associá-los aos detalhes fisionômicos de cada um deles!
Mas isso não significa que as outras espécies não possuam
diferenças individuais. Tal percepção, na verdade, é uma questão de treino e prática que geralmente nós não temos.
1. Observe atentamente o seu corpo e aponte cinco
adaptações presentes nos humanos que servem para algum hábito em nosso cotidiano. A primeira característica já está
listada, então procure pelas outras quatro! Seja criativo e
olhe sua face, seus braços, suas pernas, seus pés, mãos, sua cabeça!
a) Dedão do pé - alavanca para caminhar e para correr.
b)
c)
d)
e)
2. (ENEM 2010 – Q61) No ano de 2000, um vazamento em
dutos de óleo na baía de Guanabara (RJ) causou um dos maiores acidentes ambientais do Brasil. Além de afetar a
fauna e a flora, o acidente abalou o equilíbrio da cadeia alimentar de toda a baía. O petróleo forma uma película na
superfície da água, o que prejudica as trocas gasosas da
atmosfera com a água e desfavorece a realização de fotossíntese pelas algas, que estão na base da cadeia
alimentar hídrica. Além disso, o derramamento de óleo
contribuiu para o envenenamento das árvores e, consequentemente, para a intoxicação da fauna e flora
aquáticas, bem como conduziu à morte diversas espécies de animais, entre outras formas de vida, afetando também a
atividade pesqueira. Lauber, L. Diversidade da Maré negra.
In: Scientific American Brasil 4(39), ago. 2005 (adaptado).
A situação exposta no texto e suas implicações:
a) Indicam a independência da espécie humana com relação ao ambiente marinho.
b) Alertam para a necessidade do controle da poluição
ambiental para redução do efeito estufa.
c) Ilustram a interdependência das diversas formas de vida
(animal, vegetal e outras) e o seu habitat.
d) Indicam a alta resistência do meio ambiente à ação do
homem, além de evidenciar a sua sustentabilidade mesmo
com condições extremas de poluição.
e) Evidenciam a grande capacidade animal de se adaptar às
mudanças ambientais, em contraste com a baixa capacidade
das espécies vegetais, que estão na base da cadeia alimentar hídrica.
24 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
GABARITO
1.
b) Cérebro grande – aumenta a capacidade de aprendizado, possibilita
imaginação, criatividade, uso avançado da linguagem.
c) Dentes diferenciados – ampliam as possibilidades alimentares.
Temos dentes que podem rasgar carne (chamados caninos), cortar (incisivos), moer comida mais dura (molares). Os jacarés,
diferentemente de nós, possuem apenas um tipo de dentes (semelhantes aos nossos caninos) e se alimentam exclusivamente de
carne.
d) Olhos frontais – não podemos ver o que está nas nossas costas
(como alguns primatas), mas essa posição dos olhos nos permite ter
uma visão de profundidade.
e) Glândulas mamárias – leite materno quentinho e pronto para o
bebê tomar. A mãe não precisa perder tempo encontrando comida para o bebê pequeno, pois ela própria produz a comida perfeita e rica
em substância que protegem o neném de doenças
2. Letra C, O enunciado ilustra como o ser humano e suas atividades
afetam a biodiversidade, levando inclusive a extinção de algumas espécies por conta da poluição (como no caso acima), de atividades
predatórias de caça e coleta de animais em seu ambiente.
FOTOSSÍNTESE
A fotossíntese é um importante processo nutritivo, que ocorre desde os seres vivos mais simples, como as algas
unicelulares e cianobactérias, até os organismos complexos.
O processo consiste em transformar a energia luminosa em energia química, momento em que o vegetal sintetiza
substâncias orgânicas a partir de água, dióxido de carbono e luz. A célula é um dos produtos da fotossíntese que constitui
a maior parte da madeira seca. Quando a lenha é queimada,
a celulose é convertida em CO2 e água, com o desprendimento da energia armazenada em sua estrutura. O
petróleo, o carvão e o gás natural são exemplos de combustíveis, que tiveram a sua origem na fotossíntese.
O órgão da planta adaptado para a fotossíntese é a folha.
Observe as figuras abaixo:
No interior das células das folhas, encontramos os
cloroplastos, organela sede da fotossíntese. No interior dos
cloroplastos, encontramos o pigmento verde, a clorofila, responsável pela absorção da luz.
25 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
ETAPAS DA FOTOSSÍNTESE
a) Fotoquímica ou luminosa.
b) Química, escura ou enzimática.
IMPORTANTE:
A absorção da luz pelos pigmentos do
cloroplasto, principalmente as clorofilas, resulta na formação do ATP, processo
conhecido como fotofosforilação.
Observe a reação representada abaixo:
ADP = adenosina difosfato
P = fosfato
ATP = adenosina trifosfato
O ATP é um composto energético que, por hidrólise,
transforma-se em ADP e fosfato, liberando muita energia.
As moléculas de água sofrem ionização, devido à presença da
luz, quebrando-se em íons H+ e OH- . Os íons H+ são
capturados pelo NADP, formando o composto NADPH2 e o OH. Quatro grupos (OH) formam água (H2O) e liberam o
oxigênio (O2).
Observe as reações abaixo:
Nessa fase, ocorre a síntese do açúcar a partir dos produtos
da energia luminosa (ATP e NADPH2) e da utilização do CO2. Observe a reação abaixo:
O composto ATP fornece a energia para a síntese do açúcar,
desdobrando-se em ADP + P.
IMPORTANTE:
Em experimentos, forneceram-se à planta moléculas de água com oxigênio marcado
(isótopo radioativo – O18), e verificou-se que o
oxigênio liberado na fotossíntese é marcado (O18), provando a origem do liberado na
fotossíntese.
26 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
FATORES QUE INFLUECIAM NA FOTOSSÍNTESE
Externos: luz, dióxido de carbono, temperatura.
Internos: grau de abertura dos estômatos, concentração de
clorofilas.
Observe o gráfico abaixo:
Na intensidade luminosa zero, a taxa da fotossíntese também é zero. O aumento da luz aumenta o rendimento do
processo. A partir da intensidade um (1), o processo não
aumenta; logo, existe outro fator insuficiente, que é o responsável em limitar o processo.
Chamamos de fator limitante o fator que está em menor intensidade em relação aos diversos fatores que influenciam
um processo.
No exemplo acima, no trecho “A” da curva, a luz age como fator limitante da fotossíntese.
PONTO DE COMPENSAÇÃO FÓTICO (LUMINOSO)
Ponto de compensação fótico é uma intensidade luminosa em que a taxa da fotossíntese é igual à taxa da respiração.
Observe as reações abaixo:
fotossíntese
----------
12H2O + 6CO2 C6H12O6 + 6H2O + 6O2
----------------
Respiração
No ponto de compensação, a planta está em equilíbrio energético, pois todo o alimento (C6H12O6) produzido na
fotossíntese estará sendo consumido na respiração.
As plantas não podem permanecer por muito tempo no ponto
de compensação ou abaixo dele, pois não armazenam os
açúcares, que, posteriormente, poderiam ser consumidos nas horas sem iluminação, portanto, as plantas morrem por
deficiência de nutrição.
27 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
1. Como ocorre o processo da fotossíntese?
2. O que é ponto de compensação fótico?
3. Qual é a principal principal característica da etapa
fotoquímica da fotossíntese?
4. As plantas podem ser classificadas dependendo de suas necessidades por luz. Como são chamadas as plantas que
possuem Ponto de Compensação alto?
5. O esquema abaixo resume o processo da fotossíntese.
Os números 1, 2, 3 e 4 representam, respectivamente, as
seguintes substâncias:
a) Água, oxigênio, gás carbônico e água.
b) Água, gás carbônico, oxigênio e água.
c) Gás carbônico, oxigênio, água e oxigênio.
d) Gás carbônico, água, água e oxigênio.
e) Oxigênio, gás carbônico, água e água.
6. Um pesquisador forneceu a uma cultura de algas gás carbônico marcado com o isótopo 18O do oxigênio. A uma
segunda cultura de algas foi fornecida água com esse mesmo
isótopo. As culturas foram mantidas iluminadas por um certo tempo, após o que as substâncias químicas presentes no
meio e nas células das algas foram analisadas.Além de gás carbônico, que outras substâncias apresentarão o isótopo
18O na primeira cultura e na segunda cultura?
Respectivamente:
a) Glicose e oxigênio.
b) Glicose e CO2.
c) Água e glicose.
d) Água, oxigênio e glicose.
e) Oxigênio.
7. A produção de açúcar poderia ocorrer, independentemente
da etapa fotoquímica da fotossíntese, se os cloroplastos fossem providos com um suplemento constante de:
a) Clorofila.
b) ATP e NADPH2.
c) ADP e NADP.
d) Oxigênio.
e) Água.
8. O gráfico abaixo representa as taxas de fotossíntese e
respiração de uma planta, em função da intensidade luminosa.
A partir da análise do gráfico, pode-se afirmar que:
a) No intervalo I, a planta produz mais glicose e mais
oxigênio que nos intervalos II e III.
b) No intervalo I, a planta consome mais glicose e mais gás
carbônico que nos intervalos II e III.
c) No intervalo I, a planta produz mais gás carbônico e mais oxigênio que nos intervalos II e III.
d) No intervalo II, a planta produz mais gás carbônico e mais oxigênio que nos intervalos I e III.
e) Nos intervalos II e III a planta produz mais glicose e
consome mais gás carbônico que no intervalo I.
9. Observando-se as reações de uma planta à iluminação, em
condições experimentais, foi possível construir um gráfico,
onde a linha pontilhada representa a respiração, e a linha cheia, a fotossíntese.
A análise do gráfico permite concluir que a tendência da
planta é:
a) Desenvolver fototropismo.
b) Reproduzir-se.
28 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
c) Acumular reservas nutritivas.
d) Definhar-se por falta de alimento disponível
e) Crescer.
10. Assinale a alternativa que contém, na ordem correta, os
termos que completam a frase abaixo.
Mesmo após a colheita, as folhas e frutos continuam respirando durante um tempo, ou seja, não deixam de
consumir ___________ e de produzir _____________, que
liberam para o ar. Durante algum tempo também são capazes de realizar a fotossíntese, na qual consomem
_________ e liberam ____________.
A) glicose; gás carbônico; oxigênio; gás carbônico
B) oxigênio; gás carbônico; gás carbônico; oxigênio
C) gás carbônico; oxigênio; oxigênio; gás carbônico
D) oxigênio; gás carbônico; glicose; oxigênio
GABARITO
5. A, 6. A, 7. B, 8. E, 9. D, 10.
ÁGUA
A água é formada de dois átomos de hidrogênio (H2) e um átomo de oxigênio (O), formando assim, a molécula H2O.
Mas não se pode esquecer que há dois tipos de água, a
Salgada e a Doce. A salgada ocupa 99% no total destas, sendo que a doce ocupa só 1% do espaço aquático no
planeta Terra, sendo também que, apenas 0,23% deste total (estimativa). O maior problema nisso tudo é que a maioria
dos seres vivos necessita de água doce para sua
sobrevivência e esta está ficando cada vez em menor quantidade, sendo assim, se ninguém cuidar, a vida poderá
se acabar, ou pelo menos diminuir.
A ÁGUA NO CORPO HUMANO
O corpo humano é composto de água, entre 70 e 75%. Na média, a proporção de água no corpo humano é idêntica a
proporção entre terras emersas e águas na superfície do
planeta Terra. Estranha coincidência. Melhor não tirar nenhuma inferência ou conclusão. O percentual de água no
organismo humano diminui com a idade: entre 0 e 2 anos de idade é de 75 a 80 %; entre 2 e 5 anos cai para 70 a 75%;
entre 5 e 10 anos fica entre 65 a 70%; entre 10 e 15 anos
diminui para 63 a 65% e entre 15 e 20 anos atinge 60 a 63%. Aí vem um período de maior estabilidade, como na vida
psíquica, mas sem muitas garantias: entre 20 e 40 anos esse teor de água no corpo humano fica entre 58 a 60%. Entre os
40 e os 60 anos, essa percentagem cai para 50 a 58%. A
seiva parecer diminuir ou ficar mais concentrada. Acima de 60 anos, o humano segue sua desidratação. É como se nos
idosos metade da existência fosse água e o resto, sólidas
resíduas e recordações. No próprio corpo humano, os teores de água variam. Os órgãos com mais água são os pulmões
(mesmo se vivem cheios de ar) e o fígado (86%). Paradoxalmente, eles têm mais água do que o próprio
sangue (81%). O cérebro, os músculos e o coração são
constituídos por 75% de água.
Como toda essa água entra no corpo humano? Menos da
metade da água necessária ao corpo humano (47%) chega por meio de copos de sucos, cerveja, água mineral, água
fresca da moringa etc. Uma parte significativa de água, o
corpo absorve através da respiração celular (14%). O resto da água necessária à vida chega através dos alimentos
(39%). Vegetais existem para ser bebidos e não comidos.
Eles contêm uma porcentagem enorme de água: alface (95%), tomate (94%), melancia (92%), couve-flor (92%),
melão (90%), abacaxi (87%), goiaba (86%) e banana (74%).
Toda água que entra no corpo, sai. Caso contrário seria um
enorme ganho de peso, cotidiano. Um quilo por litro. Como a água sai do corpo humano? Cerca de 20% sai pela
transpiração e mais 15% pela respiração. Essas porcentagens podem variar segundo o grau de atividade de cada indivíduo.
Pelas urinas e fezes é excretado o essencial da água
absorvida (65%). A água circula pelo corpo humano como nos ecossistemas. Muitos se preocupam em não poluir os
rios. A poluição também chega às suas veias e artérias em conseqüência de uma alimentação inadequada, da absorção
de drogas, da respiração de uma atmosfera contaminada etc.
O corpo tenta metabolizar toda essa poluição, a dos lixos ingeridos inconscientemente. Os rins filtram tudo o que
podem. A bexiga acumula e excreta o possível. Pode haver
acúmulos de sujeira, placas de gordura nos encanamentos das veias, vasos entupidos, uma saneamento interno
inadequado, pedras e cálculos renais etc. Beber água sem nada, nem gás é permitir um maior poder de solução e de
dissolução. Para água corporal é difícil dissolver tanta coisa
absorvida pela boca, sobretudo quando os próprios líquidos ingeridos já vêm carregados de sais, açúcares, ácidos e
acidulantes, corantes e edulcorantes, extratos e antioxidantes, benzoato de sódio, sorbato de potássio e
tantas outras substâncias necessárias a um "refrigerante".
29 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
A ÁGUA NO BRASIL
Temos no Brasil alguns dos maiores recordes encontrados no Planeta Água: maior rio do Mundo (Rio Amazonas com 7.025
km de extensão), Quedas de água com os maiores fluxos de
água do Planeta (Guaíra com 13.301.000 m3 por segundo de água - hoje encoberta sob o lago de Itaipu, Queda de Paulo
Afonso no Rio São Francisco com 2.830.000 m3 por segundo, Urubupungá no Rio Paraná com 2.745.000 m3 por segundo).
Temos ainda um dos maiores lagos do planeta, a Lagoa dos
Patos com 10.1444 Km2 de área e com uma profundidade de 6,75 m. Porém temos sérios problemas de gerenciamento
destes recursos com índices de saneamento básico encontrados apenas em países do continente Africano:
O IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
realizaram uma pesquisa entre 1989 e 1990 em 4.425 cidades e alerta: o precário saneamento básico é responsável
por 80 % das doenças que afetam a população e 65 % das
internações hospitalares de crianças. - 1,15 % dos Municípios tratavam o esgoto em 1990, hoje este índice chega em 10
%.
ALGUNS DADOS:
- 30 milhões de habitantes dos 150 milhões do Brasil não recebem água tratada.
- 92 % do esgoto produzido no país é lançado nos rios e no mar sem qualquer tratamento.
- Os rios são responsáveis por 51 % do consumo de água no
país.
- No Brasil todos os dias são lançados 10 Bilhões de litros de
esgoto nos rios e no mar.
A ÁGUA NO MUNDO
A Quantidade de água existente no Planeta Terra: 1,6 bilhões de Km3, - 1.350.000.000 Km3 são de água salgada,
29.000.000 Km3 são de água doce congelada nas geleiras e calotas, 8.600.000 Km3 são de água doce nos continentes e
sob eles , 13.000 Km3 está na forma de vapor de água na
atmosfera.
Divisão da Água no Mundo
Quantidade em
trilhões de
toneladas
- 97,3 % é salgada e está nos mares e
oceanos. 1.235.000
- Apenas 3 % é água doce e está dividida em:
41.000
- 75 % congelada nas calotas polares e geleiras.
30.750
- 13,785 % no subsolo entre 3.750 m e
750 m (lençóis profundos). 5.652
- 10,79 % no subsolo acima de 750 m.
(lençóis superficiais). 4.424
- 0,3 % em lagos e lagoas. 123
- 0,03 % nos rios. 12
- 0,06 % na umidade do solo. 25
- 0,035 % na atmosfera na forma de 14
vapor d’água.
O CICLO HIDROLÓGICO
Devido às diferentes e particulares condições climáticas
presentes em nosso planeta a água pode ser encontrada, na
natureza, em seus vários estados: sólido, líquido e gasoso. Chamamos de ciclo hidrológico, ou ciclo da água, à constante
mudança de estado da água na natureza. A existência da
água em vários estados permite a existência da erosão da superfície terrestre. Não fossem as forças tectônicas, que
agem no sentido de criar montanhas, hoje a Terra seria um planeta uniformemente recoberto por uma camada de 3 km
de água salgada.
Em seu incessante movimento na atmosfera e nas camadas mais superficiais da crosta, a água pode percorrer desde o
mais simples até o mais complexo dos caminhos. Quando uma chuva cai, uma parte da água se infiltra através dos
espaços que encontra no solo e nas rochas. Pela ação da
força da gravidade esta água vai se infiltrando até não encontrar mais espaços, começando então a se movimentar
horizontalmente em direção às áreas de baixa pressão.
A única força que se opõe a este movimento é a força de
adesão das moléculas d'água às superfícies dos grãos ou das
rochas por onde penetra. A água da chuva que não se infiltra, escorre sobre a superfície em direção às áreas mais
baixas, indo alimentar os riachos, rios, mares, oceanos e
lagos. Em regiões suficientemente frias, como nas grandes altitudes e calotas polares, esta água pode se acumular na
forma de gelo, onde poderá ficar imobilizada por milhões de anos.
O caminho subterrâneo das águas é o mais lento de todos. A
água de uma chuva que não se infiltrou levará poucos dias para percorrer muitos e muitos quilômetros. Já a água
subterrânea poderá levar dias para percorrer poucos metros. Havendo oportunidade esta água poderá voltar à superfície
através das fontes indo se somar às águas superficiais, ou
então, voltar a se infiltrar novamente.
ÁGUA NA TRANSMISSÃO DE DOENÇAS
Usos da água e saúde
Dos muitos usos que a água pode ter, alguns estão mais intimamente relacionados com a saúde humana:
a) água utilizada como bebida ou na preparação de
alimentos;
b) água utilizada no asseio corporal ou a que, por razões
profissionais ou outras quaisquer, venha a ter contato direto
com a pele ou mucosas do corpo humano: ex.: trabalhadores agrícolas em cultura por inundações, lavadeiras, atividades
recreativas (lagos, piscinas, etc.);
c) água empregada na manutenção da higiene do ambiente
e, em especial, dos locais, instalações e utensílios usados no
manuseio, preparo e ingestão de alimentos (domicílio, restaurantes, bares, etc.,);
d) água utilizada na rega de hortaliças ou nos criadouros de moluscos – ostras, mariscos e mexilhões.
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Em (a) e (b) há contato direto entre a água e o organismo
humano; em (c) e (d) há principalmente contato direto. Pessoas com doenças causadas, direta ou indiretamente, pela
água de má qualidade e por falta de saneamento ocupam 80% dos leitos hospitalares, nos países em desenvolvimento.
A nocividade da água pode resultar de sua má qualidade. A
quantidade insuficiente de água também pode causar problemas. Em (a) e (d) influi a qualidade, e em (b) e (c),
além da qualidade, é muito importante a quantidade
disponível, que, em alguns casos é fator preponderante.
A relação entre qualidade da água e doenças, intuitivamente
suspeitada ou admitida desde a mais remota antiguidade, só ficou provada cientificamente, a partir de meados do século
passado (epidemia de cólera em Londres, 1854 – John
Snow).
Reconhece-se que o fator quantidade tem tanta ou mais
importância que a qualidade, na prevenção de algumas doenças. A escassez da água, dificultando a limpeza corporal
e a do ambiente, permite a disseminação de enfermidades
associadas à falta de higiene. Assim, a incidência de certas doenças diarréicas, do tipo shigelose, varia inversamente à
quantidade de água disponível “per capita”, mesmo que essa água seja de qualidade muito boa. A tracoma, que ocorre em
vastas áreas de zona rural brasileira, tem como uma das
bases de sua profilaxia, o abastecimento d´água no domicílio, em quantidade para permitir o asseio corporal
satisfatório.
Também algumas doenças cutâneas e infestações por ectoparasitos, como os piolhos, podem ser evitadas ou
atenuadas onde existe conjugação de bons hábitos higiênicos e quantidades de água suficiente.
A Esquistossomose, também conhecida como barriga d'água,
ou mal do caramujo é uma importante doença no Brasil, devido ao número de vítimas. Segundo a Fundação Nacional
de Saúde, estima-se que haja 200 milhões de pessoas infectadas no mundo, enquanto outros 600 milhões
encontram-se sob risco de contrair a doença. No Brasil a
esquistossomose está presente em 19 estados, dentre eles São Paulo, e existem aproximadamente 26 milhões de
brasileiros expostos ao risco de contaminação.
A esquistossomose é causada pelo SCHISTOSOMA MANSONI, verme achatado do grupo dos trematódeos. O
corpo, de cor esbranquiçada, não possui divisões, epiderme ou cílios externos, e é recoberto por um tipo de cutícula.
Possui uma ventosa oral e outra ventral; podem medir de 1,0
a 1,5 cm, sendo a fêmea maior e um pouco mais escura que o macho.
Os principais caramujos que servem como hospedeiros intermediários são do gênero BIOMPHALARIA, cuja principal
característica é a concha de cor marrom acinzentada e
achatada nas laterais. Depois de trinta dias, aproximadamente, o caramujo infectado liberará, na água
onde vive, cerca de 100 a 300 mil cercárias, que ficam
nadando e que podem penetrar em vários organismos, como aves e outros mamíferos, mas só continuarão o seu ciclo de
vida se infectarem o Homem. Nele, a penetração das cercarias ocorre através das mucosas e da pele,
principalmente da pele dos pés e das pernas, por serem as
áreas do corpo que mais se expõem ao contato com a água. Os locais mais freqüentes para contaminação por esses ovos
são valas de irrigação de hortas, açudes, pequenos córregos, onde geralmente se lava roupa, e reservatórios de água.
DENGUE
Agente etiológico: A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos
casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que
se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2,
DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e
temporária contra os outros três. Existem duas formas de
dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo,
nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a
forma mais severa da doença, pois além dos sintomas
citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.
Transmissão: Seu principal vetor é o mosquito Aedes
aegypti que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o
vírus da dengue durante toda a sua vida. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito
deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos
ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos,
prontos para picar as pessoas.
O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o
mosquito adulto vive em média 45 dias. A transmissão da
doença raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C. A
fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É
importante lembrar que os ovos que carregam esse embrião
podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes.
Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito.
Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o Aedes demora em média dez dias. Os mosquitos acasalam no primeiro ou
no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste acasalamento, as fêmeas passam a se alimentar de sangue,
que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento
dos ovos. O Mosquito Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e
listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o
sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à
sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada,
pois no momento não dói e nem coça.
Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus
ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas
acreditavam. Até então, eles sabiam que o Aedes só se
distanciava cem metros.
SINTOMAS
Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a
partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias.
O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É depois desse período que
os sintomas aparecem.
Dengue Clássica:
Febre alta com início súbito
Forte dor de cabeça
Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos
mesmos· Perda do paladar e apetite
31 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo,
principalmente no tórax e membros superiores
Náuseas e vômitos
Tonturas
Extremo cansaço
Moleza e dor no corpo
Muitas dores nos ossos e articulações.
Dengue Hemorrágica: Os sintomas da dengue hemorrágica
são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:
Dores abdominais fortes e contínuas.
Vômitos persistentes
Pele pálida, fria e úmida
Sangramento pelo nariz, boca e gengivas
Manchas vermelhas na pele
Sonolência, agitação e confusão mental
Sede excessiva e boca seca
Pulso rápido e fraco
Dificuldade respiratória
Perda de consciência.
Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava
rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas.
De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. O
objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a
menos de 1%.
TRATAMENTO
O Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem
aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. A re-hidratação oral é uma medida
importante e deve ser realizada durante todo o período de
duração da doença e, principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas,
reposição de líquidos perdidos e manutenção da atividade sangüínea. A pessoa deve manter-se em repouso, beber
muito líquido (inclusive soro caseiro) e só usar medicamentos
prescritos pelo médico, para aliviar as dores e a febre. Ao ser observado o primeiro sintoma, deve-se buscar orientação
médica no posto de saúde mais próximo. As pessoas que já contraíram a forma clássica da doença devem procurar,
imediatamente, atendimento médico em caso de
reaparecimento dos sintomas agravados com os sinais de alerta, pois correm o risco de estar com dengue hemorrágica,
que é o tipo mais grave. Todo tratamento só deve ser feito
sob orientação médica.
DIAGNÓSTICO
Exames sorológicos Mac-Elisa, PCR ou por isolamento do
vírus em cultura. A sorologia começa a ser reativa positiva no
4° dia da doença. Deve ser feita em duas amostras de soro já que a 1ª pode não ser reativa positiva, em razão da
precocidade da coleta, o que eu é ainda mais comum quando
a técnica utilizada não é a Mac- Elisa (os laboratórios privados geralmente utilizam a imunocromatografia). A 2ª
amostra deve ser coleta 14 dias após a 1ª. A confirmação do diagnóstico geralmente pode ser feita após 48 horas. A
sorologia, a PCR e a cultura não permite diagnóstico clínico
de dengue hemorrágica.
A cultura e a PCR são positivas durante o período de viremia,
em geral desde imediatamente antes de surgirem os sintomas até o quinto dia da infecção. Em pessoas que
evoluem para óbito, além de soro deve ser colhido durante a autópsia ou com auxílio de viscerótomo ou agulha de biópsia
fragmentos de fígado, baço, linfonodos e timo. A realização
de biópsia in vivo é contra indicada pelos riscos de sangramento que envolve.
32 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
VERMINOSES
Muitas parasitoses humanas são causadas por vermes, entre
elas encontramos a teníase, a cisticercose, a esquistossomose, a ascaridíase, a ancilostomíase, a
elefantíase.
Os vermes podem apresentar o corpo achatado (filo dos platelmintos) ou corpo cilíndrico (filo dos asquelmintos).
Observe abaixo, exemplos de platelmintos e asquelmintos.
PRINCIPAIS PARASITOSES CAUSADAS POR
PLATELMINTOS
TENÍASE
A teníase é causada por tênias (ou solitárias) vermes adultos
das espécies Taenia solium e Taenia saginata, que pertencem à classe Cestoda; possui o corpo dividido em: cabeça ou
escólex, colo e estróbilos ou proglotes:
Cabeça ou escólex é a porção anterior destinada a manter a Taenia presa à parede intestinal.
Colo é a porção não segmentada, posterior ao escólex,responsável pela produção dos novos anéis ou
proglotes por estrobilização.
Estróbio é constituído por vários anéis (mais ou menos 800). Asproglotes mais próximas do colo são chamadas
imaturas; asproglotes com ovários e testículos desenvolvidos são denominadas maduras e, no final do
corpo do animal encontramos as proglotes grávidas,
com o útero cheio de ovos. A Taenia adulta é encontrada no intestino delgado do homem; destacam-
se continuamente do seu corpo as proglotes grávidas, que são eliminadas com as fezes humanas.
Esses anéis contêm ovos que também são liberados e
ingeridos pelo hospedeiro intermediário (porco ou boi).
Ciclo de Vida da Taenia solium
O porco ingere os ovos, e estes, ao atingir o seu estômago, a
cascado ovo é digerida, libertando a larva oncosfera ou
hexacanta (6 espinhos). A larva passa para o intestino e cai na circulação sangüínea, atingindo a musculatura estriada e o
sistema nervoso do porco, onde se transforma em cisticerco (larva). Cada cisticerco tem de 0,5 a 1,0 cm de diâmetro e o
aspecto de um grão de canjica.
O homem desenvolve a doença ao ingerir a carne de porco crua ou mal cozida, contendo cisticercos vivos.
CISTICERCOSE
É uma doença causada pela presença do cisticerco no sistema nervoso, provocando sérios problemas neurológicos e
até a morte. O homem adquire essa doença, ingerindo os
ovos da Taenia solium.
ESQUISTOSSOMOSE OU BARRIGA D’ÁGUA
É uma doença que atinge, anualmente, cerca de 270 mil
pessoas; o verme causador desta doença é o Shistossoma
mansoni. Os vermes provocam hemorragias, intoxicação e inflamação do cólon, reto, pâncreas, fígado, baço e,
geralmente as vítimas apresentam o abdômen volumoso.
33 Centro Educacional Evolução EJA – Biologia 2
A pessoa doente elimina os ovos do shistossoma, juntamente
comas fezes; esses ovos atingem o meio ambiente, podendo chegar à água doce (lagoas, tanques, reservatórios e
charcos). Na água, cada ovo libera uma larva ciliada denominada miracídio, que se locomove ativamente e
penetra no caramujo.
No caramujo, o miracídio passa por transformações, formando o esporocisto. Estes produzem milhares de novas
larvas, as cercárias. As cercárias deixam o caramujo e podem
penetrar ativamente pela pele do homem, durante banho em rios e lagos.
A penetração das larvas produz irritação cutânea, daí o nome “lagoas de coceira” dado aos locais infestados por
esquistossomo. Após a penetração das cercárias pela pele,
estas caem na circulação e migram para os vasos sangüíneos viscerais. Machos e fêmeas acasalam-se e ocorre a postura
dos ovos.
ANCILOSTOMOSE OU AMARELÃO
Esta doença é causada pelo Ancylostoma duodenale e
Necatoramericanus; esses vermes apresentam dimorfismo sexual; vivem presos à mucosa intestinal, de onde sugam o
sangue e os nutrientes, provocando uma anemia intensa. Os
ovos ancilosmídeos são eliminados com as fezes; caem em local úmido e quente, embrionam, liberam as larvas
rabditóides, e estas, no solo, transformam-se em filarióide infestante. As larvas filarióides penetram no homem de forma
passiva (ingestão de água ou alimento contaminados) ou de
forma ativa (através da pele). Abaixo, o caminho percorrido pelas larvas, após a penetração no homem:
No intestino delgado, as larvas passam para o estágio adulto
e, posteriormente, ocorrerá a eliminação dos ovos dos
vermes. Essa parasitose provoca, no hospedeiro, uma anemia intensa.
FILARIOSE OU ELEFANTÍASE
Essa doença é causada pela Wuchereria bancrofti, verme
cilíndrico, e transmitida pelos mosquitos do gênero Aedes, Culex.
Os mosquitos ingerem as microfilárias ao sugar o sangue de
uma pessoa infectada. No interior dos insetos, as
microfilárias são transformadas em larvas infectantes e caminham para o aparelho bucal do mosquito. Ao picar a
vítima, o inseto transmite a larva, que atinge o sistema linfático, recomeçando o ciclo.
Os vermes adultos causam inflamação e obstrução dos vasos
linfáticos, acarretando inchaço, principalmente em pés, pernas, mamas e na bolsa escrotal.
ASCARIDÍASE
A ascaridíase é causada pelo Ascaris lumbricóides (lombriga); o homem adquire a doença quando ingere alimentos
contaminados com os ovos embrionados do verme. Os ovos
são digeridos no duodeno e as larvas são liberadas. Estas caem na circulação sangüínea passando pelo fígado, coração,
pulmões, traquéia, esôfago, estômago e intestino, ocorrendo a maturação do verme e sua reprodução. O verme causa,
bronquite, complicações pulmonares, convulsões, cólicas,
enjôo, obstrução intestinal.
ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE
A enterobíase é causada pelo Enterobius vermicularis
(Oxyurisvermicularis); esse verme adulto provoca inflamação, náuseas, catarro intestinal, prurido anal
(principal sintoma). O homem adquire a doença ingerindo os ovos embrionários por auto-infestação ou hetero-infestação,
podendo também ocorrer a eclosão de larvas no ânus e
migração destes para as partes superiores do intestino.
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1) Na cisticercose, o homem pode fazer o papel de
hospedeiro intermediário no ciclo evolutivo da Taenia solium (tênia). Isso acontece porque:
a) ingeriu ovo de tênia;
b) andou descalço em terras contaminadas;
c) foi picado por “barbeiro”;
d) comeu carne de porco ou de vaca com larvas de tênia;
e) nadou em água com caramujo contaminado.
2) Colocando-se óleo ou querosene sobre a superfície de
depósito de água estagnada, pode-se contribuir para a diminuição da incidência de:
a) amarelão;
b) cólera;
c) malária;
d) mal de Chagas;
e) cisticercose.
3) Em qual das doenças humanas abaixo o parasita não necessita de uma hospedeiro intermediário?
a) Filaríase;
b) Malária;
c) Doença de Chagas;
d) Esquistossomose;
e) Amarelão.
4) O homem pode adquirir o amarelão:
a) andando descalço sobre o solo úmido;
b) comendo carne de porco mal cozida;
c) por picada de mosquito;
d) nadando em lagoas infestadas de caramujos;
e) respirando ar contaminado.
5) Os agentes causadores da malária, filariose ou
elefantíase, amarelão e esquistossomose são, respectivamente:
a) Ascaris lumbricoides; Ancylostoma duodenale; triatoma sp; Planorbis sp;
b) Plasmodium vivax; Taenia solium; Dugesia tigrina;
Leishmaniadonovani.
c) Necator americanus; Trichnella spiralis;
Trichonympha sp; Anopheles sp.
d) Fasciola hepatico; Taenia saginata; Culex sp;
Entamoebahytolitica.
e) Plasmodium vivax; Wuchereria bancrofti; Ancylostomaduodenale; Schistossoma sp.
6. Analise os seguintes modos de transmissão:
I – picada do mosquito Aedes aegypti, sendo eles os vetores
das doenças;
II – ingestão de água ou de alimentos contaminados pelo
vírus (moscas e baratas podem ter as partes externas de seus corpos contaminadas com fezes de pessoas que tenham
esta doença e transportar esses vírus para alimentos com os
quais entrem em contato). As fezes também podem contaminar a água de rios e mares.
III – mordedura de animal infectado, principalmente
cachorro.
De acordo com as características, podemos concluir que
estamos falando das seguintes doenças, respectivamente:
a) febre amarela e dengue, hepatite e raiva;
b) dengue e febre amarela, raiva e hepatite;
c) poliomielite e dengue, hepatite e raiva;
d) hepatite, raiva, poliomielite e dengue;
e) poliomielite e raiva, dengue e febre amarela.
7. A esquistossomose
é uma doença causada pelo platelminto do gênero Schistosoma. É a mais grave forma de
parasitose por organismo multicelular, matando centenas de milhares de pessoas por ano.
Qual das alternativas abaixo é um nome popular da doença ci
tada?
a) Barriga d’água.
b) Barriga verde.
c) Bixigoma.
d) Doença de Chagas
8. A dengue é uma doença transmitida pelo
mosquito Aedes aegypti contaminado com a doença. Essa doença é transmitida através de:
a) Bactéria.
b) Protozoário.
c) Vírus.
d) Fungo
GABARITO:
Resposta do exercício 1: A
Resposta do exercício 2: D
Resposta do exercício 3: E
Resposta do exercício 4: A
Resposta do exercício 5: E
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REFERÊNCIAS
www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/.../biodiversidade.php
www.smartkids.com.br/especiais/virus-e-bacterias.html
www.sobiologia.com.br/conteudos/.../doencas_sexualmente_1.php
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