15/06/2015 Bastadefalsasiluses!

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Bastadefalsasiluses!A"revoluo"dapequenaburguesia

porJulioDaz[*]

Nasemprecomplicadagestodasalternativaspolticasnummundoemconvulsoeemcrise,somuitososfenmenosquesemostramsobum aspeto bem diferente do que a suaverdadeirarealidade.

Trataremos neste texto desmascarar algumasdas verdadeiras identidades dessesmovimentos emergentes que se apresentamcomo a alternativa necessria ordemdominante, mas que no essencial reivindicamumfalsomovimentoaparentequenoalteraemnadaasbasesmateriaisdestaordemque,elesmesmos,reconhecemcomoprofundamenteinjusta.

Indomaisfundo,comosedeumpalimpsestosetratasse,noseuprogramapermanentementealteradoenosseusfrgeisprincpiosmodificadosforadas declaraes dos seus lderes, tentando conseguir alguma identidaderealdesuaspropostaseobjetivos,chegamosrapidamenteconclusodequeasuaverdadeiratarefahistricaselimitaaoquetoclaramentedefineo filsofo e membro de Podemos, Santiago Alba Rico, ao afirmar numaentrevista recente que "faz falta uma revoluo, uma revoluo que noacabar com todas as fontes de opresso e alienao, mas que nospermitir ser, finalmente, algumas vezes reformistas e quase sempreconservadores".Uma definio magistral que, alm de marcar os limitesreais da sua proposta poltica, evidencia com meridiana clareza o seucarter de classe. Uma pequena e mdia burguesia no oligrquica,condenada extino num acelerado e progressivo processo deconcentraocapitalistaeque,sofrendonaprpriapeleamultiplicidadedecontradiessociaisqueumcapitalismodecadentecriaeagrava,pondoemcausa a prpria existncia da vida no Planeta, trata de menosprezar aHistria e negar as necessidades do capitalismo para continuar areproduzirse como sistema hegemnico. Um capitalismo com rostohumano, de livre concorrncia, onde os monoplios se verguem snecessidadesdoslojistasecomissionistaseemqueestes,embenefciodaconvivnciaentrecidadosbrancoseiguais,cedampartedosseuslucros,atravsdeimpostosprogressivosdiretos,paraquesemantenhamunsbonsserviossociaisedoaessignificativasparaasONGpara,comisso,tentarconter a onda de famintos que nos destroem o bemestar burgus e apatriarcalmesa familiar de domingo, com o facto de saltarem a cerca de

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MelillaoudeseafogaremnoMediterrneo.Idealismointeressadoque,emconcorrncia direta com as necessidades histricas da classe que tudoproduz, aproveitado e/ou originado pela inteligncia do sistemapara seperpetuar, reproduzindo iluses de alternativa social real e possvel margem da acumulao progressiva de foras na luta de classes e datomadadopoderpelaclasseoperria.

OPodemosisto,estanovasocialdemocraciaquetemosvindoaanalisareque,comseuomnipresentecrculoroxo,tantonosfazlembrarasfamosasrevoluescoloridasque,desdeaGergiaatVenezuela,passandopelaBielorrssia e a Ucrnia, refletiram a estratgia do imperialismo naschamadasprimaverasrabes,nasquais,comdiferenassignificativasentreoqueaconteceunoEgito,Tunsia,LbiaeSria,aofimeaocabofoiopovoque sofreu os mortos, enquanto o imperialismo saiu reforado na suaposiogeoestratgica.Umattica impossvel,comumpercurso tocurtocomoodosseusirmosgregos,negociandocomaComissoEuropeiaeoBCE,eque,parasobreviverem,maiscedoquetarde,terodeassumirasestratgiasdaoligarquiaedo imperialismoparapoderemmantersecomoalternnciapossveldentrodosistema.

Na tese defendida por Esteban Hernndez no seu livroO fim da classemdiaeresumidapeloprprioAlbaRicoemqueesta,aclassemdia,seconvertenumobstculoeconmicoeideolgicoparaodesenvolvimentodocapitalismoequeaesquerdaobrigadaaconsiderareorientarcomcarizlibertador,nocarter"resistente"e"conservador"destaclassemdia,quejnoserveparanada,encontraseame ideolgicadestacorrentepolticaquetransitaportodoomundoganhandoadeptosmesmavelocidadecomqueaumentaasuapresenanosecrsdetelevisoeadesideologizaodomovimentooperrioedassuasorganizaespolticasesindicais.

So estas as chaves mestras para o debate que hoje deveria ser aconversadequalquerativistaanticapitalistaediscussodestaschavesmestrasqueoseascomunistasconvidamtodaanossaclasseeosoutrossetores populares, para se iniciar uma autntica contraofensiva contra osistema que, para garantir a sua reproduo, nos sonega tudo o queganhmospela luta.Estequadro, quenocontemplaatalhoseque, semdvida,difcilerequercompromissos,onicoquenospermitiravanarno caminhoda verdadeira libertaosocial eonico capazde incorporartodososembatescolateraisqueseexpressamnestasociedade,comofonteglobaldaRevoluoesustentculosdaprincipalcontradioentreocapitaleotrabalho.

poristoque,seconsideramosqueasideiassseconstituemcomoforanomomentoemquepenetramnasmassas, temosdedefinir como tarefaurgente dotar omovimento comunista internacional com a capacidade deincorporaroprojetodelutapeloSocialismoepelopoderoperrioepopular

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em largas camadas da populao objetivamente prejudicadas pelocapitalismona sua faseatual dedesenvolvimento (imperialismo).Objetivoquenos impele,nahorade intervirpublicamente,aultrapassarosnossosprprios limites e, desde a defesa do nosso programa consequentementerevolucionrio,desenvolverumatticaquesesintonizeplenamentecomointeressehumanogeral (objetivamenteanticapitalista)ealcanar,assim,aincorporao real da classe operria e dos setores populares na tarefarevolucionria, porque a identificam com a defesa consequente das suasnecessidades e interesses concretos. Isto no tem nada a ver com oconfusionismoprogramticoreformista,que,oferecendonovaseconstantesoportunidadesaosistema,apelaaostrabalhadoreseaopovoaquetomemparte no projeto coletivo de gente que, sem sombra de dvida, dirigetaticamente a pequena e mdia burguesia no imediato, mas norteiam edefinemestrategicamenteoimperialismoeosgrandesmonoplios.

Obama,Syriza,Podemos,Hollande,Dilma,Maidan,Tahrir,Altamira,Homs,Benghazi,cadaqualcomassuascaractersticasprprias,dependendodopapelpreviamenteplanificadoqueopovodeveriadesempenhar(enchendopraas, derrubando strapas obsoletos, mudando governos nas urnas,provocandogolpesdeestadooupegandoemarmas),unemassuasvozessobomesmogritointerclassistadeYesWeCanparareformarosistemaemelhorar as condies de vida de toda a "gente". Seria um bonito sonhonofosseocasodenocapitalismo,emcrise,a realidadenosdemonstrarde imediato os limites das reformas e obrigar cada uma desempenhar opapelatribudo,semseafastarummilmetrodoprevisto.

Desde 1789 que nas ruas da Frana revolucionria o povo encheu aspraasdecadverespara levaraentoburguesiaemergentenopoder jforammuitasasexperincias,bemcomoosmortos,queopovotrabalhadordeu para benefcio ltimo da burguesia. Acabemos com esta espiraldestrutiva,naqualseinstalaramtodososderrotadosquenoconcebemapossibilidadede,seguindoocaminhoabertopelaComunaeconfirmadoem1917, tomar o cu de assalto e levar a classe operria ao Poder, com amissohistricadedestruirestesistemae,sobassuascinzas,construironovo e verdadeiro paradigma emancipador e libertador que tourgentementeaHumanidadeprecisa.

Combatamosanovasocialdemocracia.

31/Maro/2015

[*]DoPartidoComunistadosPovosdeEspanha(PCPE)

Ooriginalencontraseemwww.unidadylucha.es/...eaversoemportugusemwww.pelosocialismo.net

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