SERVIÇO PUBLICO FEDERALMIN 1S T ~ RIO 0 0 1NT ERIO R'
SUPERINTENDËNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO :NORDESTE
AVALIACÀO DOS RECURSOS,HfDRICOS PARA 'PEQUENO'S .
APROVEITAMENTOS EM
ZONAS SEMI-ARIDAS
DO NORDESTE
RECIFE-1982
CDU 556.04(812/814)
MIN~S~RIO DO INTERIOR
SUPERINTEND~NCIA DO DESENVOLVIl1ENTO DO NORDESTE
DEPARTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS
nIVISAO DE HIDROMETEOROLOGIA
AVALIAÇAO DOS RECURSOS HfDRICOS PARA PEQUENOS APROVEITAMENTOS EM
ZONAS SEMI-ARIDAS DO NORDESTE
(Estudos de Bacias Representativas e Experimentais)
por
E. CADIER (Eng. hidrôlogo do ORSTOM)
P.A. SANGUINETTI (Eng. hidrô1ogo da SUDENE)
Recife1982
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Cadier~ E.Ava1iaçâo dos recursos hidricos para pequenos
aproveitamentos em zon~s semi-aridas do Nordeste (Estudos de Bacias Representativas e Experimentais), por E. Cadier e P.A. Sanguinetti.Recife, SUDENE-DRN, 1982.
p. ilus tr.
Bibliografia
1. Hidro1ogia - Nordeste. 2. Recursos hidricos - Nordeste. 1. Sanguinetti, P.A. II. Brasi1.SUDENE. ed. III. Titu10.
CDU 556.04(812/814)
SUDENE/DA/Reprografia
2
SUMARIO
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10
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12
13
em
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Re1açao entre 1âminas precipitadas e escoadas a nive1 diario •••••••••••••••••
Principais resu1tados obtidos •••••••
Lâminas escoadas simu1adas anuais (mm)
Tabe1a
Tabe1a
Escoamento superficia13.1.1.1 - Fig. Lâmina escoada das cheias
funçao da chuva e do indice deumidade 0 ..
••••••• 00 •••••••••••••••••••••••••••• 0(1 •••••••••
.. Il 0 ..
.............. 0 0 ..
................ Il ..
................................... 0 ..
3.2.2
3.2.3
3.1.1 -
3.2.1 - Fig.
3.1.2 - Escoamento de base
po1itica de planificaçap adotada •••••••••••••••••••••
Descriçao dos estudos existentes •••••••••••••••••••••
2.2.1 - Fig. Mapa - Loca1izaçao das bacias representa-tivas .
3.2 - Resu1tados exp10raveis de imediato
CONCLUSOES
Resumo
RESUME
4
6
3 - RESULTADOS OBTIDOS
3.1 - Re1açao chuva-def1uvio
5 - ABSTRACT
2 - ESTUDO DE BACIAS H!DROGRAFICAS REPRESENTATIVAS EXISTENTES NONORDESTE
2.1
2.2
1 - INTRODUÇÂO
7 - REFERfNCIAS BIBLIOGRfICAS
3
AVP:J..IAÇAO DOS RECURSOS HîDRICOS PARA PEQUENOS APROVEITAMENTOS
EH ZONAS SEM!-ARIDAS DO NORDESTE *(ESTUDOS DE BACIAS REPRESENTATIVAS E EXPERIMENTAIS)
E. CadierP.A. Sanguinetti
RESUMO
Para permitir a avaliaçao dos recursos hidricos superficiais de pequenas bacias, a SUDENE esta executando, desde 1970, um Programa de Estudos de Bacias Hidrograficas Representativas e Experimentais. Uma planificaçao inicial, pela metodo das zonas hidrologicas homogêneas, previu a instalaçao de um conjunto de 22 bacias representativas, sintetizando as variaçoes dos fatores fisico-climaticos existentes no Nordeste brasileiro. Seis bacias ja foram instaladas, e os resultados disponiveis ja permitem melhorar 0 conhecimento de pequenas bacias em areas de precipitaçao anual media inferior a 800 mm. Determinaram-se asrelaçoes chuva-defluvio das bacias estudadas em funçao da saturaçao dossolos. Essas relaçoes permitem avaliar os volumes de cheias de diversos periodos de retorno e calcular por mêtodos de simulaçao os defluvios anuais R diversas freqUências. Para completar este programa, osestudos atuais estao orientados para a fixaçao e a elaboraçao de normas de construçao e operaçao de pequenos aproveitamentos, tais como implûvios e barreiros.
1 - INTRODUÇAO
No Nordeste Semi-Arido, a qualidade de vida do homem do campo esta condicionada ao aproveitamento racional dos recursos hidricos superficiais e subterrâneos existentes.
A historia revela que a ocupaçao do territorio nordestino foi feita segundo a existência de fontes de agua representadas pelos cursos de agua e natentativa de uma exploraçao potencial dos solos aluvionais. Hodiernamente, osgrandes vales da regiao vêm sendo palco de projetos ambiciosos do Governo Federal (DNOCS, CODEVASF e outros orgaos), em que a grande irrigaçao tem demonstrado nao ser ainda a soluçao para 0 Semi-Arido, em termos de ocupaçao da maode-obra farta e disponivel. Assim sendo, e indispensavel desenvolver uma tecnologia de pequenos aproveitamentos e de microaproveitamentos adaptados ao tamanho e aos recursos das propriedades, jâ que, no Nordeste, 70% das propriedades rurais têm menos de 100 ha. Ultimamente, os orgaos publicos vêm desenvolvenda sistemas de irrigaçao, a nivel dessas propriedades, utilizando as pequenas reservas hidricas superficiais e subterrâneas.
Os recursos de aguas subterrâneas·podem constituir-se num reforço substancial, quando explorados convenientemente, tanto da Provincia Cristalina(45,5% da superficie nordestina), quanta da Provincia Aluvionar (2,5%) a nivelde propriedade. Ja as reservas da Provincia Sedimentar, por se encontrarem, geralmente, a grandes profundidades, encarece a sua obtençao, naD se justifican-·do 0 seu uso para pequenos projetos.
* Trabalho realizado mediante convênio sUDEtm/ORSTOM.
4
Entao, os estudos aqui apreSentados permitem me1hor conhecer os recursoshidricos superficiais das bacias pequenas e das microbacias.para um adequado dimensionamento de açudes~ barreiros e outros reservatorios~ assim como asareas a jusante passiveis de irtigaça6 comboas probabilidades de êxito.
~ notorio qUè a construçao e a operaçao dos açudes e barreiros atualmente realizadas naD sac otimizadas. Por exemp10~ um numero excessivo de pequenos açudes e barreiros arrombaram em 1981. Por outro 1ado~ cerca de 99% da âgua armazenada nos pequenos reservatorios evapore-se por fa1ta de uma utilizaçao racional das reservas s nas quais a irrigaçao deveria ter um pape1 quantitativo preponderante.
2 - ESTUDO DE BACIAS HIDROGRAFICAS REPRESENTATIVAS EXISTENTES NO NORDESTE
2.1 - politica de p1anificaçao adotada
o estudo de bacias hidrograficas representativas no Nordeste teveinicio em 1962, numa operaçao conjunta da Superintendência do Desenvolvimentodo Nordeste (SUDENE) e 0 Office de la Recherche Scientifique et Technique Outre-~er (ORSTOM), por ocasiao dos estudos de base do Vale do Jaguaribe. Posteriormente, a SUDENE sentiu a necessidade de continuar esse tipo de pesquisa; instalando~ em 1970~ a Bacia Representativa do Riacho do Navio~ em Betânia (PE), e, logo apos~ uma outra em Sume (PB).
Mas~ somente a partir de 1974, pôde a SUDENE~ corn a assessoria tecnicado ORSTOM~ desenv01ver um progrâma amplo de imp1antaçao de bacias hidrograficas representativas e experimentais (BHR/BHE)~ de acordo corn a p1anificaçaorecomendada por NOUVELOT~ cujos principios basicos se fundamentam na concepçao de zonas!hidrologicas homogêneas, cujosprincipais parâmetros hidrologi~
cos guarde. uma seme1hança topo-hidro-c1imatica.
Para 0 Nordeste~ foram identificadas 229 zonas,22 conjuntos~ sendo que 14 estao situadas na regiaoabaixo de 800 ffiffi anuais). Dentro de cada conjunto dea geologia, 0 relevo e a altitude devem ter um fator
2.2 - Descriçao dos'estudos existentes
que foram agrupadas emsemi-ârida (precipitaçaozona homogênea, 0 clima~
de variabilidade minimo.
o estudo de uma bacia representativa ou experimental comporta quatro fases principais~
- escolha da zona hidr010gica homogênea~ reconhecimento no campo e seleçâo das bacias formando um conjunto que represente a zona;
- instalaçao da rede hidropluviometrica;
- operaçao (mediçoes e registros)~ processamento e pub1icaçao dos dadosc01etados;
- sintese final dos resultados obtidos que permita atingir 0 objetivodesses estudos: avaliar os recursos hidricos superficiais das pequenas bacias.
Esta ava1iaçao requer um tempo de operaçao de campo variavel segundo ahidraulicidade dos anos observados, a qua1idade dos registros e das mediçoes
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ESCALA GRA FICA
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FIG. 2.2.1
L
6
que puderam efetivamente ser rea1izados.
Gera1mente, aproveita-se a infra-estrutura criada no campo para cada baC1a se1ecionada, estudando-se rlao somente uma, mas um conjunto de sub-bacias,que representara me1hor a~ variaçoes 10cais do contexto fisico-c1imatico, incrementando assim " tamanho e a confiabilidade da amostra de bacias estudadas.
No CBm!-,o, a operaçao requer h::ldrotecriicos bem treinados, enquanto para 0processamento da vo1umosa informaçao co1etada cada mês, uti1iza~-se tecnicasmodernas: leitores de curva para digitaçao de registros graficos, arquivosmagneticos e bancos de dados para 0 arquivamento das informaçoes tratadas.
Foram insta1adas e operadas ate agora seis bacias na zona semi-arida. 0quadro a seguir proporciona uma ideia da importância da informaçao ja· reco1hida, e que deve ser exp10rada e sintetizada:
Tipo de posta
LINIGRA- LINI~TRI- PLUVIO- PLUVIO- METEORO-FICO
CO DEGRAFICO ~TRICO LOGICO
BARRAGEM
Numero de postos 19 29 36 233 6insta1ados
Numero de anos deobservaçao 90 130 180 1.200 26
(ano x posto)
3 - RESULTADOS OBTIDOS
Para cada bacia imp1antada, os estudos têm por objetivo a determinaçaoda re1açao chuva-def1uvio segundo uma esca1a de tempo correspondente à duraçao das chuvas e das cheias.
Com efeito, uma vez conhecida esta re1açao, pode-se simu1ar, atraves demode10s matematicos, 10ngas series de escoamentos baseando-se nas series observadas dos postos p1uviometricos ou p1uviograficos da rede gera1. Sao estes escoamentos "simu1ados" que permitirao a otimizaçao raciona1 dos aproveitamentos hidrau1icos, 1iberando-se assim das anoma1ias previsiveis do pequeno numero de anos efetivamente observados.
As extrapo1açoes regionais dos resu1tad09 ca1cu1ados para cada baciadevem ser feitas com base nas seme1hanças das caracteristicas fisico-c1imaticas. As variaçoes destas caracteristicas permitem c1assificar as bacias emgrandes categorias. Assim, por exemp10, no conjunto de IBIPEBA, as baciassituadas nas zonas calcarias têm um comportamento hidrologico muito diferentedas bacias que provêm das serrras de quartzitos. Estes dois comportamentos sactota1mente diferentes dos que se podem observar nas regioes do rio PAJEU ouna zona de TAUA, onde predominam os solos Brunos Nao Ca1cicos sobre formaçoes geo1ogicas crista1inas.
7
3.1 - Re1açao ch?va-def1u~io
De uma forma geral t nas zonas semi-aridas estudadas t a maior partedos volumes escoados provêm diretamente das cheias t ou seja t do escoamentosuperficia1. Estudarn-se t separadamente~ os volumes dos escoamentos superficial e de base.
3.1.1 - Escoaoento superficia1
Para cada bacia t estabeleceu-se a relaçao entre:
- 1âmina escoada de superficie Ls (para cada cheia);
- chuva media Pm que provocou a cheia;
- saturaçao previa dos solos (indice "de umidade IH) da bacia.. Podeser considerada como uma funçao de todas as precipitaçoes anteriores(Pai) a chuva que provocou a cheia~ IH = f (r Pait tai) sendo tai 0tempo separando a chuva Pai da chuva Pm que provocou a cheia;
- as caracteristicas da chuva que provocou a cheia: intensidade~ repartiçao espacia1 e duraçao; outros fatores corretivos: vegetaçao t estado de armazenamento das represas contidas na bacia estudada t etc.
Nas bacias estudadas t foi possive1 estabelecer uma ligaçao simples entre os três fatores mais influentes: Ls = f(PmtIH) re1açao 1 t os d~mais fatores serao considerados como fatores cqrretivos os quais exp1icarao a1gurnasanoma1ias.
Esta 1igaçao foi estabelecida com a ajuda de graficos seme1hantes ao dafigura 3.1.1.1. Neste grafico de representaçao cartesiana t sao impressospa~
ra cada cheia os va10res de IH t tendo como ab.scissa Pa e Ls como ordenada.Pode-se t entao t definir graficamente um e1enco de curvas materializando are1açao.
Assimt por exemplot uma chuva de 35 mm sobre um solo seco (IH=O) provocara um esco~ento de Ota mm t enquanto que a mesma chuva acontecendo em condiçoes de saturaçao medianas (IH=90) provocara lt4 mm e em condiçe?s de saturaçao maximas (IH > 200) urna 1âmina de 7~8 mm.
Nas zonas secas t 0 nomograma que define a re1açao 1 explica a ocorrência de escoamento e constitui a parte principal do modelo de simulaçao parao ca1cu10 de escoamentos superficiais.
Torna-se necessario fazer a1gumas indicaçees cornp1ementares sobre 0 modo de ca1cu10 e de otimizaçao IH t pois este indice tem um papel muito importante na re1açao chuva-def1uvio.
Esco1heu-se um indice do tipo Koh1er da forma
bacia qua1 e 0 valor de K mais adaptado ao
IH(n) = in- 1 (Pai x K(tai ))
consiste em determinar para cadacontexto fisico-c1imatico local.
onde 0 < K < 1 • o primeiro problema
Experimentaram-se varias versees do grafico Ls = f (PmtIH) apresentadoanteriorrnente t fazendo variar K entre 0t5 e 0t95. Esta repetiçao sistematica
SUOéNfNRIUH,'!' RELACAO GPo\FlCA ENIRI; LM'dNAS l'REC1PITAOAS-PH-,lAi'llNhS ESCOilCAS-LS-COM IMf>~fSSIIO oO$-V:'LCRES oc INl:ICE DE U/iE/lADE •'-IH •• H - PARA AS CHE lAS DA BACl" REPRa:-SEtJi',.' IVII DE ~sul'1€(, HlSTO. 0:: GIINGORR/\
'I,'I";':E"~SAO poS VÀLoRE'S" DE IH DE ioouS o~ PûN1DS
Ls LÂMINA ESCOADA - Ls- DAS CHEIASEM FUNÇAO DA CHUVA PmE DO INDICE DE UMIOAOE IH
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foi possive1 graças a metodos de ca1cu10s automaticos (va10res de IH ca1cu1ados diretaoente a partir dos arquivos p1uviometricos magneticos e ediçao dosgraficos diretamente a partir da impressora do computador).
Para todas as bacias~ os me1hores va10res de K situaram-se entre 0~75 e0,95, os quais minimizaram as dispersoes nestes graficos.
Fisicamente, quanto maior for 0 K, maior sera a capacidade de absorçaodos solos em re1açao as chuvas (armazenamento de agua maior e drenagem menor~
enquanto que pequenos va10res de K correspondem a solos corn pequena reservahidrica, rapidamente infi1trada ou evapotranspirada).
Observou-se que 0 K mais adaptado varia em funçao da saturaçao dos solos.Para uma bacia em que se determinou um K igua1 a 0,85 ajustado ao conjunto detodas as cheias, pode-se notar, por exemp10~ que um K = 0,90 ou K = 0,95 exp1icaria me1hor as cheias surgidas com boas condiçoes de saturaçao, enquantoum K = 0,7 adapta-se me1hor as primeiras cheias acontecidas corn solos poucosaturados.
3.1.2 - Escoamento da base
o escoamento de base podera ter diferentes interpretaçoes~
segundo 0 seu grau de ocorrência, em re1açao ao escoamento superficia1:
- para as bacias que drenam areasde provincia crista1ina (zonas impermeaveis), ou para as pequenas bacias~ a contribuiçao do escoamento debase com re1açao aos volumes totais escoados e pouco expressiva, podendo entao ser considerada como um simples parâmetro de ajuste. Nestecaso, ajustou-se uma formula de correçao ao~ escoamentos superficiaisobservados;
- se 0 escoamento de base for significativo, deve-se ajustar um conjuntode formulas (mode10 de simu1açao), de modo a bem caracterizar 0 seuconteudo no escoamento total.
Contudo, para as diversas a1ternativas, 0 escoamento de base pode serdeterminado corn uma precisao aceitave1.
3.2 - Resu1tados exp10raveis de imediato
° acervo de curvas da re1açao Ls = f(Pm~IH) pôde ser traçado16 bacias e sub-bacias de que ja se tinha informaçao suficiente.
para
A tabe1a 3.2.2 mostra as variaçoes observadas entre as diversas baciaspara uma dada precipitaçao, no que diz respeito as 1âminas escoadas e ao rendimento das bacias.
L1 e a 1âmina escoada superficia1mente provocada por uma chuva de 73mm, ocorrendo corn uma saturaçao mediana dos solos. Esta 1âmina pode ser considerada coma proxima da cheia de freqUência biena1 (u1trapassada um ano sobre dois).
Ksat e 0 coeficiente marginal do escoamento sobre um solo saturado. Este coeficiente representa 0 quanto escoara (%) de uma chuva caidanum solo em condiçoes maximas de saturaçao. Corresponde a dec1ivi-
dade da reta A-B na figura a seguir
Ls
10
B
A
Fig. 3.2.1 - Re1açao entre 1âminas precipitadas e escoadas anive1diario.
Tabe1a 3.2.2
Principais resu1tados obtidos
1 .LÂMINABACIA E PLUVIQ- AREA COEFICIENTE DE
METRIA MJ;;DIA SUB-BACIA ESCOADA E'SCOAMENTOANUAL (mm) (k.m
2) LI (mm) Ksat(%)
RIACHO DO SALOBRO 15,6 6,1 14NAvro (PE) OSCAR BARROS 45,2 6,3 17
550 mm MATRIZ 468 5,9 21
JUATAMA (CE) CACHOElRA 19,2 16 35800 mm
SM (PB) UMBURANA 10,7 18 .. 60550 mm JATOBA 26,8 5,0 21
GANGORRA 137,4 6,6 29
TAUA (CE) PlRANGI 195 17 52550 mm MUNDO NOVO 0,54 14 50
JOAO FRAGOSO 6,63 20 62AÇUDINHO 1,03 23 77MOQOOM 10,8 17 65
IBIPEBA (BA) LAGOA GRANDE 321 0,5 2600 mm LAGOA DO CANTO 61,3 0 0
LAJEDO DE BAIXO 19,1 0,1 a 0,3 1PASSAGEM 14,8 8 23
11
Apesar de a pluviometria variar dentro de limites estreitos, 0 comportamento hidrologico das diferentes bacias varia muito.
Comparando as caracteristicas da bacia de TAUA com as das sub-bacias deIB~PEBA siGuadas seja nas zonas de quartzitos (LAJEDO DE BAIXO) ou nas zonascom calcarios e releva suave (LAGOA DO CANTO), observa-se que a importânciadas cheiàs varia numa relaçao superior a 50.
Dentro de uma mesma bacia, as caracteristicas de varias sub-bacias paderntambem variar notavelmente. Assim, na bacia de S~, observa-se uma relaçaoaproximada de 1 a 3 entre as' caracteristicas das sub-bacias de JATOBA e UMBURANA. 0 contraste entre estas duas sub-bacias é grande: na bacia de JATOBA,predominam formaçoes crista1inas cobertas de solos Podzolicos Eutroficos arenosos com alguns afloramentos rochosos, enquanto que a bacia de UMBURANA estasituada sobre formaçoes metamorficas com solos Brunos Nao Calcicos e Litolicos. Mediçoes de permeabilidade realizadas na primeira indicam velocidades deinfiltraçao em torno de 350 mm/hora e apenas 25 na segunda.
A partir dos dados das bacias, foram tambem realizadas simulaçoes de escoamentos a nivel diario. As lâminas permitem calcular os volumes totais paracada ano s obter as series de longa duraçao correspondente e avaliar as lâminas de diversas freqUências.
Sylvio Campello achou os resultados seguintes s a partir da serie de lâminas escoadas anuais simuladas.
Tabela 3.2.3
Lâminas escoadas anuais simuladas (mm)
BACIA ~~) ~DIA MEDIANA DECENAL DECENAL DESVIOSECO lllIDO PADMO
RIACHO SALOBRO 15,6 28 12 0,8 75 40DONAVIO OSCAR 45,2 17 5 0,2 45 29Pm=550 BARROSCv=0,40
IJUATAMA CACHOElRA 19,8 118 88 20 260 IIIPm=820mm Cv=0,40
4 - CONCLUSOES
Os estudos atualmente desenvolvidos ja permitem uma utilizaçao no projetode pequenos aproveitamentos hidricos. Por outro lado, a gestao do uso e conservaçao do recurso hidrico tambem faz parte dos objetivos atuais do Programa deEstudos de Bacias Hidrograficas Representativas e Experimentais.
Equipes multidisciplinares vêm avaliando as caracteristicas fisico-m~rfologicas, onde 0 solo tem papel importante na interpretaçao hidrologica. Assimsendo, para as diversas unidades de solos existentes nas areas das bacias estu-
'"
12
dadas, esta-se determinando a permeabilidade e capacidade de infi1traçao dossolos de ocorrência mais freqUente na regiao semi-arida.
A exploràlao sistematica dos modelos de simulaçao das lâminas escoadasdiarias, mensà1S e anuais, utilizando postos da rede hidromêtrica com longasêrie de observaçoes, ja permite uma acoplagem corn modelos de operaçao de reservatorio para fins da otimizaçao do uso da agua para a pequena irrigaçao.
A SUDENE esta praticamente isolada nesse campo de pesquisa hidrologicapara pequenas bacias. Pela sua propria natureza instituciohal, torna-se cada vezmais difici1 atingir a mata preconizada por NOUVELOT, ou seja, estudar as 14zonas hidr010gicas homogêneas encontradas para a regiao semi-arida. ~ necessa-
. rio uma maior participaçao de outros orgaos envolvidos com a hidr010gia e quese sensibilizern as Universidades na criaçao de Institutos apropriados para consecuçao dos objetivos que a SUDENE vern buscando atingir.
Caso contrario, 0 desconhecimento da hidro10gia de pequenas bacias faracorn que se repita 0 ocorrido neste ano de 1981. quando uma grande soma de recursos publicos e privados foi aplicadaem locais de barramentos, arrazados pelos rigores de uma maior concentraçao de chuvas num dado mês.
5 - ABSTRACT
Water Resources Survey in Semi-arid Zones for Sma11 Hydrau1icProjetcts in Northeast Brazil.
In order to allow for an appraisal of the surface water resources availablein small basins, SUDENE has been executing, since 1970, a studies program onboth Representative and Experimental Hydrog~aphic Basins. An initial designbased on the method of homogeneous hydrologie zones anticipated studies on aset of 22 representative basins, synthesizing the variations over the physicalclimatic factors prevailing in the Brazilian Northeast. Six such representativebasins have been so studied and the results permit an improved know1edge on smal1basins in areas of an average annual rainfall be10w 700 ~. The relationsrainfa1l-discharge have benn determined for the basins studies against soilssaturation. Such relations permit an evaluation of the floods volume in itsvarious return periods as weIl as to calculate - through simulation methodsthe annual runoff at different frequencies. For the comp1etion of such aprogram, the present studi~s are being oriented towards the preparation andsetting up of sma11 water catchment points, such as cisterns and small dams.
6 - RESUME
Evaluation des ressources en eau pour des petits aménagements enzone semi-aride du Nordeste: études de bassins representatifs etexperimentaux.
Pour permettre l 1 êva1uation des ressources en eau de surfaces des petitsbassins, la SUDENE execute depuis 1970 un programme d'etude de Bassins hydrologiques representatifs et expérimentaux. Dans une planification initiale,utilisant la méthode des zones hydrologiques homogènes, il avait ete prevul'installation d'un ensemble de 22 Bassins Representatifs pour couvrir la gamme de variation des principaux facteurs physico-climatiques existante dans leNordeste Bresilien. Six de ces bassins ont dejà étê installés et1es résultats
:
13
disponibles permettent maintenant de mieux connaitre le comportement hydrologique des petits bassins dans les zones de pluviometrie annuelle inferieure à800 mm. On a en particulier determine, sur ces bassins, les relations entreles pluies et les jecoulements en fonction de la saturation des sols. Ces relations permettent dVestimer le volume des crues pour diverses periodes de 1=tour et de calculer les écoulements annuels de diverses frequences par des methodes de simulation. Pour completer ce programme, les etudes actuelles sontmaintenant orientees vers l'elaboration de normes pour le dimensionement et lagestion de petits amenagements et de petites retenues collinaires.
7 - REFERENcIAS BIBLIOGRAFICAS
1 - CAMPELLO, Sylvio. Modelisation de l'ecoulement sur des petites cours d'eaudu Nordeste (Brésil). Paris, OR8TOM, 1979. 121 f. il. Bibliografia."Tese".
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14 - • Bacia Representativa de Ibipeba;'re1atorio de campanha 1977/1978e com 1ementa ao do re1atorio de insta1a ao. Recife, SUDENE-DRN,1980. 99 p. il. Brasil. SUDENE. HJ.dro1ogJ.a, 8) Bib1iografia. "Convênio SUDENE/ORSTOM".