Download - Aula 4.1 - Aprofundamento Análise Financeira
Prof. Geraldo Pimentel
CONTABILIDADE GERENCIAL E FINANCEIRA – Aprofundamento
APRESENTAÇÃO
MODELO DE ANÁLISE DE BALANÇOS TAXAS DE RETORNO E ALAVANCAGEM FINANCEIRA
1 – Introdução
2 – Conceito e definição
3 – Diferença entre Alavancagem financeira e a operacional
4 – Fórmula Básicas das taxas de retorno
5 – Articulação das taxas de retorno
6 – Fórmulas da alavancagem financeira
7 – Cálculo das Taxas de Retorno e do grau de
alavancagem financeira
8 – Interpretação dos resultados
MODELOS DE ANÁLISE DE BALANÇOS TAXAS DE RETORNO E ALAVANCAGEM FINANCEIRA
9 – Quando a empresa deve usar capitais de terceiros
10 – Aprimoramentos das taxas de retorno e alavancagem
10.1 – Tratamento do Passivo de Terceiros
10.2 - Tratamento do Imposto de Renda e do Lucro sobre Ativos
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculo
11 – Comparações de empresas
11.1 Em diversos seguimentos de atividades
11.2 Dentro do mesmo ramo de atividade
TaXAS DE RETORNO E ALAVANCAGEM FINANCEIRA 1 - INTRODUÇÃO
O objetivo principal da empresa é proporcionar a maior rentabilidade possível aos seus donos (quotistas / acionistas).
Assim, a gestão dos recursos pela administração deve se pautar pela maximização do lucro dos acionistas, buscando um desempenho de segurança e eficiência na consecução desse objetivo, ressalvado o cunho social que deve manter em relação ao atendimento do mercado.
O instrumento fundamental para medir a capacidade que a empresa tem de administrar os recursos, próprios e/ou de terceiros, e com isso maximizar os lucros por ação, é a administração da alavancagem financeira.
TAXAS DE RETORNO E ALAVANCAGEM FINANCEIRA2 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Definição – “Alavancagem financeira é o efeito da estrutura de financiamento no lucro dos acionista”.
A expressão “alavancagem financeira” significa o que a empresa consegue alavancar, ou seja, aumentar o lucro líquido através da estrutura de financiamento utilizada por capitais próprios e de terceiros.
A empresa que utiliza recursos de terceiros tem os seus encargos dessa opção, que representa uma substituição aos encargos que teria com os proprietários pela remuneração do capital de risco.
O estudo da alavancagem financeira relaciona as fontes de financiamento entre si e procura medir se a estrutura de capital da empresa está beneficiando ou não os acionistas. Esse estudo vai em busca da melhor dosagem entre os capitais próprios e de terceiros e suas variações e analisa as taxas de retorno de cada um.
3- DIFERENÇA ENTRE ALAVANCAGEM FINANCEIRA E ALAVANCAGEM OPERACIONAL
A alavancagem financeira significa o que a empresa consegue alavancar, ou seja, aumentar o lucro líquido através da utilização da sua estrutura de financiamento enquanto que, a alavancagem operacional, significa o quanto a empresa consegue aumentar o lucro através de sua atividade operacional, basicamente, em função da margem de contribuição (diferença entre a receita e os custos variáveis) e a manutenção de seus custos fixos.
4 – FÓRMULAS BÁSICAS DAS TAXAS DE RETORNO
A) RETORNO SOBRE ATIVO RsA = LaDF / A
Onde:
RsA significa a taxa de retorno do Ativo
LaDF significa o Lucro antes das Despesas Financeiras.
A Ativo
A taxa de retorno sobre o ativo mostra o quanto a empresa gera de lucro para cada $100 de capitais investidos. Quanto maior for o RsA maior a rentabilidade do negócio e maior a eficiência.
4 – FÓRMULAS BÁSICAS DAS TAXAS DE RETORNO
B) CUSTO DA DÍVIDA CD = DF / PE
Onde:
CD significa o Custo da Dívida
DF significa as Despesas Financeiras.
PE significa o Passivo gerador de encargos
A taxa de custo da dívida mostra o quanto a empresa paga de juros para cada $100 de capitais tomados de terceiros (Instituições Financeiras e outros). Se o CD é maior do RsA, implica dizer que os acionistas bancam a diferença com sua parte do lucro e até mesmo com o próprio capital.
4 – FÓRMULAS BÁSICAS DAS TAXAS DE RETORNO
C) RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO RsPL= LL / PL
Onde:
RsPL significa o retorno sobre o Patrimônio Líquido
LL significa o Lucro Líquido apurado pela empresa.
PL significa o Patrimônio Líquido aplicado
A taxa de retorno do Patrimônio Líquido mostra o quanto os acionistas ganham para cada $100 de capitais investidos. A taxa RsPL depende do desempenho das taxas RsA e CD. A taxa RsPL poderá ser totalmente oposta, isto é, a RsA pode ser positiva e a RsPL nesgativa e vice-versa, tudo depende da CD. Daí se conclui que, äs vezes, mais vale uma boa administração financeira que uma boa atividade operacional.
5 – ARTICULAÇÃO DAS TAXAS DE RETORNO
RsPL = RsA + (RsA – CD) x PE/PL
Onde:
RsPL Significa o Retorno sobre o Patrimônio Líquido
RsA significa o Retorno sobre o Ativo
CD significa o custo da dívida
PE significa o Passivo com Encargos
PL significa o Patrimônio Líquido
Esta fórmula mostra o efeito que a estrutura de capitais e os juros pagos produzem nos lucros finais, informando se essa estrutura esta beneficiando ou não os acionistas.
6 – FÓRMULAS DA ALAVANCAGEM FINANCEIRA
a) FÓRMULA BÁSICA
GAF = RsPL / RsA
A razão entre as taxas de retorno sobre o Patrimônio Líquido e de retorno sobre o Ativo, chama-se grau de alavancagem financeira (GAF).
B) FÓRMULA COMPLETA
GAF = RsA + (RsA – CD) x PE/PL
RsA
7- CÁLCULO DAS TAXAS DE RETORNO E DO GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA
BP - BALANÇO PATRIMONIAL
X1 X2
A = Ativo 1.000 1.220
PE = Empr.Bancários 400 400
PL = Patrimônio Líquido 600 820
DRE – DEMONSTR DO RESULTADO
X1 X2
VL = Vendas Líquidas 2.000
CMV =Cust Merc Vend. (1.500)
LB = Lucro Bruto 500
DO =Desp Operac (s/fin) (200)
LaDF= Lucro antes D.Fin 300
DF = Desp. Financeiras ( 80)
LL = Lucro Líquido 220
RsA= LaDF / A = 300 / 1000 = 0.30 0,30 x 100 = 30%
CD = DF / PE = 80 / 400 = 0.20 0,20 x 100 = 20%
GAF = RsPL / RsA = 36.66 / 30 = 1.22 OU
RsPL= LL / PL = 220 / 600 = 0.3666 0,3666 x 100 = 36.66%
GAF = (RsA+(RsA-CD) X PE/PL) / RsA = (30+(30-20) x (400 / 600))/30 = 1.22
8 – INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Para cada $100 investidos a empresa gera um lucro de 30. Paga juros de $20 para cada $100 tomados. Logo, em cada $100 tomados, ganha $10. Como a empresa tomou $400 emprestados, ganhou $40 = 4 x 10, além do lucro que ganharia se não trabalha-se com capitais de terceiros. Para os $600 de Patrimônio Líquido a empresa ganharia $180, considerando a taxa de retorno sobre o Ativo (ou seja, a taxa de 30%) que o negócio rende; com mais os citados $40, alcançou um lucro de $220. Os $40 adicionais pelos $600 de PL representam uma taxa incremental de 6,66% 40/600 = 6,66%, que somada à taxa de 30% dá os 36,66%.
Visto por outro ângulo, a empresa ganha adicionalmente a diferença entre as taxas de retorno sobre o Ativo (RsA) e a taxa de custo da dívida (CD) 30%-20%=10% que, multiplicada pela proporção entre passivo gerador de encargos (PE) e o PL de 66,6%, resulta num incremento da taxa de retorno sobre o PL de 6,66%=10% x 66,6%.
8 – INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Assim, para 30% de rentabilidade do negócio (RsA) a empresa consegue 36,66% para os acionistas, ou seja, uma impulsão de 1,22 vezes. Este é o significado da alavancagem.
O GAF de 1,22 também pode ser interpretado da seguinte forma: “cada 1% de rentabilidade gerado pela empresa foi transformado em 1,22%, graças a alavancagem financeira favorável”.
Nota: observe-se que, no exemplo apresentado, havia uma alavancagem favorável, porém, nem sempre é assim. É muito comum a empresa pagar taxa de juros superior à sua taxa RsA. Nesse caso, a alavancagem é desfavorável e há redução da taxa de RsPL.
9 – QUANDO A EMPRESA DEVE USAR CAPITAIS DE TERCEIROS
Em termos gerais, uma empresa deve recorrer a capitais de terceiros, quando a RsA for maior do que o CD. Nesse caso, os acionistas da empresa são beneficiados com uma rentabilidade maior.
ANALISE DO USO DE CAPITAL DETERCEIROS
Taxa de Retorno Versus
Custo da
Dívida
Endivida-
mento
Alavanca-
gem
RsA > CD Benefício Favorável
RsA < CD Malefício Desfavorável
RsA = CD neutro Neutra
10 – APRIMORAMENTOS DAS TAXAS DE RETORNOE DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA10.1 Tratamento dos Capitais de Terceiros
Os capitais de terceiros equivalem à totalidade das obrigações da empresa, compreendidos pela Passivo Circulante (AC) e o Passivo Exigível a Longo Prazo (ELP). Entretanto, somente uma parte é explicitamente remunerada, ou seja, os empréstimo e financiamentos a qualquer título.
Assim, podemos dividi-lo em:
a) - Passivo Operacional (PO)
b) - Passivo com Encargo (PE)
c) – Caso especial
10.1 Tratamento dos Capitais de Terceiros
a) Passivo Operacional (PO)
Existe passivos não são remunerados, tais como, Salários a Pagar, Encargos Trabalhistas, Tributos, etc. Existe outros que tem a sua remuneração embutida no custo das mercadorias, como acontece com os fornecedores. Esses passivos, denominados como Passivo Operacional ou Passivo de Funcionamento, decorrem das próprias operações, ou seja, surgem em função de compra, produção e vendas. Em circunstâncias normais, a empresa não os substituiria por capitais próprios, porque são créditos automáticos, razão por que não se costuma calcular a alavancagem financeira sobre o Passivo Operacional.
10.1 Tratamento dos Capitais de Terceiros
b) Passivo com Encargos (PE)
O outro tipo de passivo é o chamado Passivo Financeiro, podendo ser chamado, também, como Passivo com Encargos (PE), normalmente representados por empréstimos e financiamentos bancários.
Assim, a análise da alavancagem financeira não se refere à totalidade dos capitais de terceiros, mas apenas ao Passivo Financeiro ou Passivo com Encargos.
Por consequência, aprimorando os conceitos, pode-se dizer que, com a alavancagem financeira se deseja identificar a influência do Passivo com Encargo (PE) ou Passivo Financeiro(PF) no lucro da empresa.
10.1 Tratamento dos Capitais de Terceiros
c) Caso Especial
Ressalte-se, que, a dívida com os fornecedores (Passivo Operacional) constituem, na realidade, um passivo com encargos. Entretanto, esse encargo está embutido no custo das mercadorias que, possivelmente, seria descontado para pagamento à vista. Como esse encargo não é evidenciado nas Demonstrações Financeiras, torna-se impraticável o seu cálculo como Passivo com Encargos (PE).
Destaque-se, entretanto, que, o analista, dentro da empresa pode obter informações complementares e fazer o cálculo, ainda que aproximadamente, dos encargos com fornecedores, podendo essa obrigação ser tratada de forma análoga aos empréstimos e financiamentos, embora destacadamente. Neste caso, os estoques teriam que ser custeados pelo valor de aquisição à vista, sendo a diferença entre o valor à vista e à prazo tratado como encargo financeiro de fornecedores.
10.2 – Tratamento do Imposto de Renda e do Lucro sobre ativos
a) Tratamento do IR
Os encargos pagos a terceiros são dedutíveis do IR, gerando uma economia, por exemplo, a uma taxa de 35%, de $35 para cada $100 de despesa obtida.
Assim, se a empresa quiser substituir Passivo Financeiro por Patrimônio Líquido (por exemplo, lançando ações e resgatando financiamentos), deve antes considerar que a remuneração do PF é dedutível, enquanto a do PL não é.
O lucro da empresa antes das Despesas Financeiras deve refletir o lucro que a empresa auferiria se não operasse com empréstimos e financiamentos e deve, portanto, ser deduzido do IR que sobre ele incidiria. Como na realidade o lucro tributável é menor que esse lucro antes da DF, a empresa paga menos IR. Essa diferença entre o que pagaria e o que paga deve ser creditada ou abatida das DF como economia de IR.
10.2 – Tratamento do Imposto de Renda e do Lucro sobre ativos
b) Tratamento do Lucro sobre Ativos
O Lucro sobre Ativos é diferença entre o Lucro sobre Ativos antes do IR menos a Provisão do Imposto de Renda sobre este.
Como Lucro sobre Ativos antes do IR deve ser considerado o lucro operacional antes das despesas financeiras, adicionando-se o resultado da equivalência patrimonial, as receitas financeira e o resultado não operacional. Sobre esse lucro calcula-se o imposto de renda para saber o montante do imposto sem considerar as Despesas Financeiras, conforme citado acima.
10.2 – Tratamento do Imposto de Renda e do Lucro Sobre Ativos – Modelo de Cálculo
Lucro Líquido = Lucro dos Ativos – Despesas Financeiras + Economia do Imposto de Renda
Custo da Dívida = (Despesas Financeira + Economia do IR) / Passivo com Encargos
Taxa de retorno do Patrimônio Líquido = LL / PL
Lucro Bruto = Vendas Líquidas-Custo da Mercadorias Vendidas
Lucro dos Ativos antes do IR = Lucro Bruto – Despesas Operacionais + Resultado da Equiv. Patrimonial + Receitas Financeiras + Resultado Não Operacional
Lucro dos Ativos = Lucro dos Ativos antes do IR – Provisão para IR
Taxa de retorno do investimento total ou taxa de retorno dos ativos RsA =LA / A esta taxa mostra quanto gerou cada $1 total investida.
10.2 – Tratamento do Imposto de Renda e do Lucro Sobre Ativos – Modelo de Cálculo
EXEMPLO ( taxas de retorno considerando a melhoria do IR)
DADOS DO BALANÇO E DREDEMONSTR RESULT
EXERCÍCIOValor
Vendas Líquidas 2.000
CMV -1.500
Lucro Bruto 500
Despesas Operacionais -205
Lucro Operacional antes das DF 295
Despesas Financeiras -80
Lucro Operacional depois das DF 215
Resultado Não Operacional 5
Lucro antes do IR 220
Imposto de Renda -77
Lucro Líquido 143
BALANÇO X1 X2
Ativo Circulante 700 1.137
Ativo Permanente 300 390
Total 1.000 1.527
Passivo Operacional 100 160
Passivo com Encargo (Financeiro)
400 520
Patrimônio Líquido 500 847
Total 1.000 1.527
OUTROS DADOS:
-Aumento de Capital 01-07-02 no valor de $204
-Alíquota do IR 35%
-Os acréscimos dos empréstimos ocorreram de maneira aproximadamente uniforme
10.2 – Tratamento do Imposto de Renda e do Lucro Sobre Ativos – Modelo de Cálculo
DEMONSTRAÇÕES REAJUSTADASDemonstr. Result Ajustada Valor
Vendas Líquidas 2.000
CMV -1.500
Lucro Bruto 500
Despesas Operacionais -200
Lucro dos Ativos antes do IR 300
IR sobre Lucro dos Ativos -105
Lucro dos Ativos 195
Despesas Financeiras (Brutas) -80
Economia de IR (sobre DF) 28
Lucro Líquido 143
O IR foi calculado com a alíquota de 35%
BALANÇO X1 X2
Ativo Circulante 700 1.137
Ativo Permanente 300 390
Total 1.000 1.527
Passivo Operacional 100 160
Passivo Financeiro 400 520
Patrimônio Líquido 500 847
Total 1.000 1.527
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculo
a) Retorno sobre o Ativo versus Retorno sobre o Passivo Remunerado (PR)
O Passivo Remunerado (PR) é a soma do Passivo com Encargos (PE) + Patrimônio Líquido (PL), considerando que o Passivo Operacional não tem encargos ou cujos encargos se acham embutidos nos custos das mercadorias compradas, conforme abaixo.
ativo
Passivo Operacional
Passivo Financeiro
Patrimônio Líquido
PASSIVO
REMUNERADO
Conforme o gráfico acima, verifica-se que o Passivo Remunerado(PR) é inferior ao Ativo Total(A). Assim, o Lucro antes das DF será distribuido entre duas fontes: o montante das despesas financeiras líquidas para remunerar os titulares do Passivo Financeiro e o Lucro Líquido para remunerar os acionistas.
Lucro antes das DF
Desp Financ Líqu
Lucro Líquido
menos
igual
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculo
Cálculo da taxa de retorno sobre o Passivo Remunerado
RsPR = LaDF / PR
Onde:
RsPR – Taxa de Retorno sobre o Passivo Remunerado
LaDF – Lucro dos Ativos antes das Despesas Financeiras
PR – Passivo Remunerado
Interpretação a RsPR mostra quanto houve de lucro para cada $1 tomado para financiar os investimentos da empresa, ou qual a remuneração dos recursos utilizados pela empresa.
Por outro lado, dividindo-se o Lucro antes das Despesas Financeiras (LaDF) pelo Ativo (A), encontra-se a taxa de retorno do investimento total ou taxa de retorno do Ativo (RsA). Essa taxa mostra quanto gerou cada $1 do total investido.
ativo
Patrimônio Líquido
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculo
b) Taxa de retorno sobre o ativo líquido.
Outra alternativa para o cálculo da taxa de retorno do RsPR, é o Retorno sobre o Ativo Líquido (RsAL), ou seja, subtraindo-se do Ativo Total o valor do Passivo Operacional encontra-se o Ativo Líquido. Logo: Ativo Líquido (AL) = Passivo Remunerado (PR). Assim, a Taxa de retorno sobre o Ativo Líquido (RsAL) é igual a taxa de retorno do Passivo Remunerado (RsPR), ou seja,
RsPR = LaDF / PR = RsAL = LaDF / AL
A partir desse aprimoramento, pode-se calcular o GAF nas duas formas seguintes:
1a.) GAF = (RsPR + (RsPR-CD))*(PE / PL)
RsPR
2a.) GAF = (RsAL+(RsAL-CD))*(PE / PL)
RsAL
ativo
Patrimônio Líquido
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculo
b) Taxa de retorno sobre o Ativo, Patrimônio Líquido e Passivo Financeiro médios
Geralmente, as obras que tratam de análise de balanços e financeiras, utilizam na fórmula o valor do ativo ou do patrimônio líquido pelo seu valor inicial ou valor médio ((valor i + valor f )dividido por 2), sem levar em consideração as alterações ocorridas durante o ano, na sua especificidade.
O correto é considerar o valor inicial (seja Ativo ou Patrimônio Líquido) acrescido das variações multiplicadas pelo número de meses que contribuíram na estrutura de investimento durante o ano, observando-se a existência ou não de correção, quando deverão ser considerados tais efeitos.
As fórmulas utilizadas a seguir, pressupõem o uso de moeda constante, a saber
ativo
Patrimônio Líquido
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculo
b) Taxa de retorno sobre o Ativo, Patrimônio Líquido e Passivo Financeiro médios - continuação
RaPL = ______LL______
Pli + (m DPL / 12) Onde:
PLi – Patrimônio Líquido Inicial
m – número de meses em que o acréscimo (decréscimo) do Patrimônio Líquido ficou a disposição ou saiu da empresa.
DPL – Acréscimo ou redução do Patrimônio Líquido
O Passivo Financeiro Médio ou Passivo com Encargo Médio, será calculado de forma análoga ao cálculo do PL. Como de fora da empresa não se conhece os valores e os meses de variação do Passivo Financeiro, deve-se calcular o Passivo Financeiro Médio somando-se o Passivo Financeiro Inicial mais o Passivo Financeiro Final e dividir o resultado por 2.
ativo
Patrimônio Líquido
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculo
b) Taxa de retorno sobre o Ativo, Patrimônio Líquido e Passivo Financeiro médios - continuação.
O Passivo Remunerado Médio, será obtido pela soma do Patrimônio Líquido Médio e do Passivo Financeiro Médio.
Aí reside a vantagem de usar o Passivo Remunerado Médio ao invés de usar o Ativo Líquido por ser mais fácil de calcular.
ativo
Patrimônio Líquido
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculoExemplo de cálculo com os aprimoramentos das bases
Considerando as DEMONSTRAÇÕES FINACEIRAS AJUSTADAS
Demonstr. Result Ajustada Valor
Vendas Líquidas 2.000
CMV -1.500
Lucro Bruto 500
Despesas Operacionais -200
Lucro dos Ativos antes do IR 300
IR sobre Lucro dos Ativos -105
Lucro dos Ativos 195
Despesas Financeiras (Brutas) -80
Economia de IR (sobre DF) 28
Lucro Líquido 143
BALANÇO X1 X2
Ativo Circulante 700 1.137
Ativo Permanente 300 390
Total 1.000 1.527
Passivo Operacional 100 160
Passivo Financeiro 400 520
Patrimônio Líquido 500 847
Total 1.000 1.527
OUTROS DADOS:
-Aumento de Capital 01-07-02 no valor de $204
-Alíquota do IR 35%
-Os acréscimos dos empréstimos ocorreram de maneira aproximadamente uniforme
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculoExemplo de cálculo com os aprimoramentos das bases
Teremos os seguintes resultados:
a) Patrimônio Líquido Médio, Passivo Financeiro Médio e Passivo Remunerado Médio
PLM = PLi + (m* DPL/12) PLM=500+(6*204/12) = 602
PFM = PFi + (1/2*DPF) = 400+(1/2*120)= 460
PRM = PLM + PFM = 602 + 460 = 1062
b) Cálculo das taxas de retorno do Patrimônio Líquido, Custo da Dívida, Passivo Remunerado e do GAF
RsPL = LL / PLM RsPL= 143 / 602 = 0,2375 * 100=23,75%
CD = DFl / PFM CD = 52 / 460 = 0,113*100 = 11,3%
RsPR = LaDF / PRM RsPR = 195 / 1062 = 0,1836*100= 18,36%
GAF = RsPL / RsPR GAF = 23,75 / 18,36 = 1,29
10.3 – Aprimoramentos nas bases de cálculoExemplo de cálculo com os aprimoramentos das bases
c) Interpretação dos resultados
Considerando a estrutura de capital Média de financiamentos dos seus passivos que são remunerados pelos lucros dos ativos, a empresa obtém uma taxa de retorno de 18,36% para remunerar os seu Passivo Remunerado(PR). O Custo da Dívida (CD), situou-se em 11,3%, taxa essa inferior ao obtido pelo PR, o que fez com que a empresa apresentasse um grau de alavancagem financeira de 1,29. Face a isso a remuneração dos acionistas fica multiplicada em 1,29 atingindo 23,75%, ou seja, 18,36% x 1,29.