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Apresentao e Contabilidade do Balano de Pagamentos
Introduo
O Balano de Pagamentos (BPs) de um pais uma apurao sistemtica de todas as transaes econmicas realizadas, durante um perodo determinado de tempo, entre os residentes do pas e os residentes dos pases estrangeiros (no residentes)
Regras de acordo com o Manual do BPs do FMI Conceitos, regras, definies para guiar os relatrios
regulares sobre BPs
Como se refere a um dado perodo de tempo, o BPs baseado em um conceito de fluxo.
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Introduo
Residentes: pessoas cujo centro de interesse geral se baseia em uma dada economia, ou seja, aquelas que consomem bens e servios, participam da produo ou de outras atividades no territrio da economia em bases permanentes Imigrantes so considerados residentes da
economia em que trabalham (mesmo se mantm cidadania do seu pais de origem)
O Balano de Pagamentos (BP) insere-se no contexto da contabilidade social de um pas.A contabilidade social engloba quatro contas principais
Conta de produoConta de apropriaoConta de capitalConta do setor externo (aqui se encaixa o BP)
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Conta de Produo -Produto como dispndioConta de apropriaoComo a renda utilizada
Conta de CapitalEquilbrio Externo das contas
Relaes com o Resto do MundoConta do Setor ExternoConta do Resto do Mundo
C. Consumo Pessoal A. Renda Nacional Liquida(Sal + Luc + Jur + Alug)F. Poupana Liquida
A. Produto Liquido C. Consumo Pessoal
I. ImportaesJ. RLEE
G. Exportaes
H. Dficit em TC
B. Depreciao
F. Poupana Liquida
D. Variao EstoquesE. FBKF
G. Exportaes I. ImportaesJ. RLEEH. Dficit em TC
D. Variao de EstoquesE. FBKF
B. Depreciao
Oferta total de bense servios: PIB + M
Demanda total de bense servios: C + I + X
Poupana Bruta TotalInvestim. Bruto Total
Renda Nac. LiquidaUtilizao Renda Nac. Liquida
Total Debito Total Credito
Introduo Princpios de contabilidade
a. Dupla entrada nos lanamentos de transaes: credito (+) e debito (+) no BPs. O resultado desse tipo de lanamento que o valor total de entradas de debito necessariamente iguala o valor total de entradas de credito (balano liquido de todas as entradas necessariamente zero, ou seja, o BPs sempre se equilibra)
Crdito/Dbito seguem regras precisas Para ativos (reais ou financeiros): um credito (+) representa
uma reduo em posses e um debito (-) representa um aumento
Exportaes: credito reduz a posse de ativos reais Importaes: debito aumenta a posse de ativos reais
Para passivos: um credito (+) representa um aumento de posses e um debito (-) representa uma reduo
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Introduo
Princpios de contabilidade Portanto, conforme essa regra
Um aumento de passivos externos do pas (ex.: venda de ativos domsticos para no residentes) d origem a uma entrada de crdito
Um aumento de ativos externos (ex.: compra de ttulos externos por residentes) da origem a um entrada de dbito
Mais fcil pensar na entrada ou sada de recursos financeiros (capital). Uma importao gera uma contrapartida de pagamento (sada) de residentes para no residentes a sada registrada como debito (-)
Introduo
Princpios de contabilidadeb. Timing da contabilizao: a hora (tempo) em que as
transaes so consideradas como realizadas FMI considera o timing de acordo com o principio da
mudana de propriedadec. Valorao uniforme das exportaes e importaes:
f.o.b. (ao invs de c.i.f.)
Apresentao do BPs: duas sees Conta corrente (todas as transaes que envolvem
uma contrapartida + transferncias unilaterais) Conta de capital e financeira (mudanas de
propriedade e outras mudanas especificas nos ativos e passivos financeiros externos de uma economia)
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Componentes Padro do BPs Conta Corrente
Bens e Servios Exportao e importao de Bens: itens visveis do comercio Exportao e Importao de Servios: itens invisveis do comercio
seguros, fretes, transporte de passageiros, aluguel de filmes, comisses bancarias, taxas e royalties pelo uso de propriedade intangvel ou direitos (patentes, marcas, direitos de reproduo etc.)
Rendas de Fatores (trabalho, capital e terra): Alem do juros sobre o capital, inclui tambm renda de residentes
trabalhando em outro pais para no residentes e no residentes trabalhando para residentes no pais (deve sempre haver contrapartida em servios entre residentes e no residentes). No inclui renda de imigrantes (nem suas transferncias)
Transferncias Unilaterais (sem contrapartida) Privadas: transferncias de imigrantes Oficiais: subsdios voluntrios a oramentos de defesa, contribuies
de governos para organizaes internacionais para despesas administrativas, reparaes de guerra etc.
Estrutura do Balano de Pagamentos
1. Balana Comercial Exportaes (FOB) Importaes (FOB)
2. Balana de Servios Viagens Internacionais Transportes Seguros Rendas de Capital
Lucros e Dividendos Lucros Reinvestidos Juros
Servios Governamentais Servios Diversos
Relativos a Fatores No Relativos a Fatores
3. Transferncias Unilaterais
4. Saldo em Conta Corrente (1+2+3)
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Conta de Capital e Financeira Inclui todas as variaes nos ativos e passivos
externos financeiros do pais (incluindo ativos de reservas) ou, como usualmente referido, todos os movimentos de capital
Divide-se em Conta de capital: todas as transferncias unilaterais de
capital e a compra e venda de capitais imateriais ou ativos intangveis (patentes, licenas, direitos autorais). Ateno: A renda desses ativos no includa aqui, mas sim registrada na conta de transaes correntes.
Conta financeira: inclui todo o restante de movimentos de capitais
Componentes Padro do BPs
Investimentos diretos Aquisies e vendas de capital feitas por no
residentes em um determinado perodo compras e vendas de empresas nacionais, privadas ou estatais; aquisies ou vendas de participaes societrias; ampliao ou criao de capacidade produtiva no pais por iniciativa de
empresas ou grupos estrangeiros.
Se o saldo dessa conta positivo, como no caso do Brasil (privatizao e abertura comercial), o pas obteve divisas para fazer frente a compromissos externos registrados na conta corrente do BP
Contas de capital e financeiras
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Reinvestimentos Registra todo o rendimento proporcionado pelo
capital estrangeiro no pas que, em vez de ser remetido para fora, aqui permanece, sendo reinvestido nas empresas
Conta se faz necessria pela existncia de lucros reinvestidos (na balana de servios)
Rendimentos propiciados pelo capital estrangeiro no pas, encontrados na forma de moeda domstica, mas que no chegam a se transformar em divisas, dada a deciso de seus detentores de reinvesti-los no negcio.
Contas de capital e financeiras
Emprstimos e Financiamentos Registra todos os emprstimos obtidos no exterior
(excluindo os emprstimos de regularizao) e todos financiamentos externos obtidos por residentes.
Caso uma empresa que consegue obter um emprstimo em dlares de um agente financeiro estrangeiro, viabilizando a entrada de divisas no pas.
Ou um importador nacional que compra uma grande partida de mercadorias e, em vez de pag-las vista, retirando divisas do pas, consegue financi-las, postergando e parcelando tal sada.
Analogamente, emprstimos concedidos por residentes a no residentes entram na conta com sinal oposto (negativo)
Exportadores que financiam (recebe parcelas) as vendas de suas mercadorias;
Contas de capital e financeiras
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Amortizaes de emprstimos Registra todos os pagamentos ocorridos de parcelas
referentes ao principal dos emprstimos externos contrados por residentes.
Os pagamentos de juros dos emprstimos (os servios da divida), por sua vez, so lanados na respectiva conta na balana de servios (sinal negativo, dbito).
Contas de capital e financeiras
Capitais de Curto Prazo Refere-se a obrigaes de curto prazo do pas em poder
de no residentes, ou seja, moeda nacional e ttulos internos de curto prazo, inclusive ttulos pblicos.
Tem se tornado cada vez mais importantes (avanos na tecnologia de comunicao, aproximao de instituies financeiras ao redor do mundo, liberalizao dos movimentos de capitais desregulamentao).
Importante divisa de financiamento de dficits em conta corrente do BP -> aumento da vulnerabilidade das economias
Internacionalizao financeira -> capitais de curto prazo passam a ser principais variveis determinantes das polticas cambial e monetria.
Contas de capital e financeiras
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Emprstimos de Regularizao Divisas que entram no pais em funo de acordos
efetuados entre o pas em questo e o FMI. Emprstimos sujeitos a condicionalidades especificas; Diferentes dos Direitos Especiais de Saques (DES); No pagamento das parcelas do emprstimos so
lanados na conta Atrasados, o que significa que o pais declara moratria da divida.
Erros e Omisses Valor de chegada (calculado para tornar nula, no BP,
a somatria de dbitos e crditos)
Contas de capital
Conta de capital e Financeira Critrios de classificao utilizados
1. Natureza da operao ou tipo de capital Investimento direto: o investidor direto tem voz na administrao do
negocio Investimento de Portflio: investimento em ativos financeiros
(obrigaes financeiras, aes, participaes societrias sem contrapartida de administrao etc.)
Reservas: uma categoria funcional contendo todos aqueles ativos disponveis para uso das autoridades centrais de um pais para resolver necessidades do BPs. Inclui ouro monetrio, DES no FMI, posio de reservas no FMI, moeda estrangeira e outros direitos das autoridades centrais
2. Natureza do perodo da operao: capital de CP ou LP, com conveno baseada na maturidade contratual original de mais de um ano (LP) e um ano ou menos (CP). Ativos sem denominao de maturidade so considerados LP
3. Natureza do Operador: privado ou oficial (governo geral, instituies monetrias centrais (BACEN) e outras instituies oficiais
Manual do FMI adota 1 critrio
Componentes Padro do BPs
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O Significado de Supervits, Dficit e Equilbrio no BPs
Como todas as transaes econmicas entre residentes e no residentes so relatadas sob a contabilidade de dupla entrada, o BPs sempre se equilibra. portanto a um conceito de equilbrio (econmico) que
algum se refere quando discute equilbrio ou desequilbrio do BPs.
Supervit e Dficit denotam desequilbrio do BPs Definio de Supervit e Dficit importante para
anlise e polticas econmicas, portanto requer a classificao dos componentes do BPs em duas categorias
O Significado de Supervit, Dficit e Equilbrio no BPs
1. Inclui todos os itens cuja soma liquida constitui o supervit (se positiva), o dficit (se negativa) ou equilbrio (se zero)
2. Inclui todos os itens restantes, cuja a soma liquida necessariamente o oposto das somas da categoria 1 referida usualmente como financiamento do desequilbrio
Ao listar todos os elementos em uma coluna e separar a categoria 1 da 2, analistas usualmente se referem a essa separao como desenhar uma linha (to draw the line)
Transaes que originam dficits, supervits ou equilbrios esto acima da linha e as outras esto abaixo da linha
Convencionalmente, ao se falar de dficit/supervit em BPs, estamos nos referindo a 1 categoria apenas
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O Significado de Supervit, Dficit e Equilbrio no BPs
Portanto, recapitulando, devemos nos referir a Um BPs em equilbrio quando a soma liquida dos
itens acima da linha zero; e
Um BPs em desequilbrio quando a soma liquida dos itens acima da linha diferente de zero (supervit quando for positivo e dficit quando for negativo)
Como ento dividir os itens em duas categorias? Ou como desenhar a linha?
Os Diferentes Balanos Balano Comercial (BC)
Balano entre exportaes e importaes de bens Balano de Bens e Servios (BS)
Adiciona a BC os bens invisveis, medindo a transferncia liquida de recursos reais entre uma economia e o RM
Balano de Transaes Correntes (TC) Adiciona a BS as transferncias unilaterais liquidas, representando as
transaes que do origem a mudanas no estoque de itens financeiros estrangeiros da economia
Balano em Conta Corrente e Capital de LP ou Balano Bsico Adiciona a TC os fluxos de capitais de LP acima da linha, servindo
como um indicador simples das tendncias de LP do BPs
Balano Geral Considera todos os componentes como acima da linha, exceto
mudanas em reservas. Ideia prover uma medida do desequilbrio residual que financiado atravs do uso e aquisio de reservas
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O Significado de Supervit, Dficit e Equilbrio no BPs
Em qualquer caso, seja qual for o tipo de balano que algum usa, uma restrio necessria ou condio de consistncia internacional
Ou seja, o BPs de todos os pases devem algebricamente somar zero. Isto segue do fato que o supervit de um pais necessariamente deve corresponder ao dficit de um ou mais pases, dado que reservas no so criadas
Ou em termos mais gerais, a soma dos BPs de todos os pases (ou o BPs do mundo) se iguala ao aumento de reservas liquidas mundiais)
Da condio acima, segue que apenas n-1 BPs podem ser determinados independentemente um maximo de n-1 pases podem ajustar seus BPs; o ensimo pais tem que aceitar o resultado (ou o sistema ser inconsistente)
01
n
iiBP
Apresentao e Contabilidade do Balano de Pagamentos
Aula II
-
Algumas Importantes Relaes de ContabilidadeSetores Total das Linhas
Mercados Privado Governo Bancos BACEN RM
Bens e Servios I S G T ~ ~ TC 0
Base Monetria Domestica
Hp ~ Hb Hc ~ 0
Depsitos Bancrios Domsticos
Dp ~ Db - Df 0
Ttulos Domsticos Np N
g Nb Nc Nf 0
Dinheiro Estrangeiro Rp ~ R
b Rc Rf 0
Ttulos Estrangeiros Fp ~ F
b Fc Ff 0
Total das Colunas 0 0 0 0 0
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Transaes e Mercados Bens e servios: inclui todas as transaes com
bens e servios (produo, troca e transferncias) Mercados relativos a moeda domstica
Base monetria: passivo do BACEN e consiste em moedas, notas bancrias e os balanos que os bancos mantm no BACEN
Depsitos Bancrios Ttulos domsticos: ttulos e instrumentos de dbito Moeda estrangeira: base monetria + depsitos
bancrios estrangeiros (no h distino porque os setores do RM esto consolidados em um s)
Ttulos estrangeiros
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Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Colunas ou linhas somam zero Magnitudes representadas nas clulas representam
excessos de demanda (positivos ou negativos excesso de demanda negativo um excesso de oferta) do setor representado para o item nomeado pela linha
Todos os itens tem um sinal intrnseco Totais das colunas = zero refletem a restrio
oramentria de cada agente, ou seja, o fato das receitas totais e pagamentos totais necessariamente coincidirem (e receitas e pagamentos incluem tambm variaes em ativos e passivos financeiros.
Conexo contbil entre fluxos reais e financeiros para cada agente, o excesso de investimento sobre poupana coincide com a mudana em seu passivo liquido
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Primeira linha(I S) + (G T) + TC = 0Lembremos queC + S = YdSegue ento queI S = (I + C) YdPortanto, (I S) de fato o excesso de demanda por
bens e servios poder ser negativo ou positivo Uma das implicaes da relao da 1 linha que
no possvel que os trs excessos de demanda tenham o mesmo sinal
-
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Se lembrarmos que Yd = Y TDe ondeS = Y T CE se definirmos um novo agregado A = C + I + G
Absoro nacionalPodemos reescrever a 1 linha como(I S) + (G T) + TC = 0I Y + T + C + G T + TC = 0TC = Y I C GTC = Y A a conta de transaes correntes igual
a diferena entre a renda nacional e a absoro
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Se agregarmos os setores pblico e privado e definir o excesso de demanda nacional por bens e servios como
IN SN = (I S) + (G T)TemosTC = SN IN a conta corrente se iguala a diferena
entre a poupana e o investimento nacionais Essas contas permitem as seguintes analises
Um dficit em TC significa que a absoro interna excede a renda do pas;
Um supervit em TC significa um excesso de poupana no pas;
-
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Considerem agora a 1 coluna a restrio oramentria do setor privado
S - I = Hp + Dp + Np + Rp + Fp WpA diferena entre a poupana e investimento
privado gera mudana no estoque da riqueza privada liquida Wp (ttulos, moeda, etc.)
Um excesso de poupana sobre investimento significa que o setor privado gasta menos que sua renda disponvel, portanto aumenta sua riqueza (Wp > 0)
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Por outro lado, a restrio oramentria do governo nos diz que
G T = Ng
O dficit do governo (G > T) financiado atravs da emisso de ttulos soberanos (excesso de oferta = Ng) o financiamento monetrio do dficit publico proibido nesse modelo
-
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Na ltima coluna (a restrio oramentria do RM)TC + Df + Nf + Rf + Ff = 0Usando as linhas 5 e 6Rp + Rb + Rc + Rf = 0Fp + Fb + Fc + Ff = 0E rearranjando, temosTC + Df + Nf (Rp + Rb + Rc) (Fp + Fb + Fc) = 0
TC + {(Df + Nf) [(Rp + Fp) + (Rb + Fb)]} = (Rc + Fc)
A expresso do BPs geralTransaes correntes + {Balano de capital
autnomo}
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
TC + {(Df + Nf) [(Rp + Fp) + (Rb + Fb)]} = (Rc + Fc)
O que garante a igualdade
B = R
Variao nos ativos domsticos (depsitos e ttulos) de posse de no residentes +Variao nos ativos externos (moeda R , ttulos F ) de posse de residentes (setor pblico e bancrio)
Transaes correntes
Contrapartida a variao de moeda e ttulos em posse do BACEN as reservas internacionais
-
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Agregando as colunas do setor bancrio e do BACEN obtemos a restrio oramentria do setor bancrio agregado
Rc + Fc+ Rb + Nb + Fb + Nc = Db Hb + Hc) Observemos tambm que da 2 linha da tabela temos (Hb + Hc) = Hp E da 3 linha, temos Db = Dp + Df Se definirmosR = Rc + FcQ = Rb + Nb + Fb + NcM = Dp + Df + Hp TeremosQ M = R = B
Algumas Importantes Relaes de Contabilidade
Q M = R = B Que diz que o BPs (variao nas reservas internacionais) se
iguala a variao do estoque de moeda (M definio: M2) menos a variao em todos os outros ativos financeiros (Q) em posse do setor bancrio agregado
No mercado de cmbio externo, agentes adquirem moeda externa em troca de moeda domestica (reduzindo a quantidade desta em circulao) e ofertam moeda externa ao adquirir moeda domestica
Se essas operaes no se contrabalancearem, ou seja, no havendo equilbrio no BPs, isso implica uma variao liquida na quantidade de moeda domestica
Se as autoridades desejarem balancear tal desequilbrio (ou esterilizar o componente externo de liquidez) eles podem atuar no mercado aberto, oferecendo ou comprando ttulos no mercado
-
Brasil: Transaes Correntes - % PIB Fonte: BACEN
-6.00
-5.00
-4.00
-3.00
-2.00
-1.00
0.00
1.00
2.00
3.00
1990
.12
1991
.08
1992
.04
1992
.12
1993
.08
1994
.04
1994
.12
1995
.08
1996
.04
1996
.12
1997
.08
1998
.04
1998
.12
1999
.08
2000
.04
2000
.12
2001
.08
2002
.04
2002
.12
2003
.08
2004
.04
2004
.12
2005
.08
2006
.04
2006
.12
2007
.08
2008
.04
2008
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2009
.08
2010
.04
2010
.12
Brasil: Conta Financeira- US$Fonte: BACEN
-30,000
-20,000
-10,000
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
1978
T1
1979
T1
1980
T1
1981
T1
1982
T1
1983
T1
1984
T1
1985
T1
1986
T1
1987
T1
1988
T1
1989
T1
1990
T1
1991
T1
1992
T1
1993
T1
1994
T1
1995
T1
1996
T1
1997
T1
1998
T1
1999
T1
2000
T1
2001
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2009
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2010
T1
2011
T1
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Brasil: Balana ComercialUS$ Fonte: BACEN
-10,000.0000
0.0000
10,000.0000
20,000.0000
30,000.0000
40,000.0000
50,000.0000
197019721974197619781980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 19961998200020022004200620082010
Exemplo: Contabilidade do BPa. Pas exporta mercadorias, recebendo a vista $350 milhesb. Pas exporta mercadorias no valor de $50 milhes, financiadas a longo prazoc. Pas importa mercadorias, pagando a vista $250 milhesd. Pas paga, a vista, fretes no valor de $20 milhes;e. Pas gasta $20 milhes com viagens ao exterior;f. Pas recebe $5 milhes provenientes de turismo;g. Pas remete ao exterior $50 milhes de lucro;h. Lucros de $20 milhes so reinvestidos no pas;i. Pas paga juros num total de $50 milhes;j. Ingressam no pas $20 milhes sob a forma de investimento direto;k. Pas paga amortizaes de emprstimos no valor de $35 milhes;l. Pas importa maquinas e equipamentos no valor de $65 milhes financiados
a longo prazo;m. Pas recebe $5 milhes provenientes de envio de recursos de no residentes
a seus familiares no pais;n. Pas recebe donativos, em mercadorias, no valor de $5 milhes;o. Pas obtm $35 milhes em emprstimos;p. Pas recebe capitais de curto prazo no valor de $30 milhes.
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a b c d e f g h i j k l m n o p TotalExportaes 350 50 400Importacoes -250 -65 -5 -320Balanca Comercial 80Fretes -20 -20Viagens -20 5 -15Lucros -50 -20 -70Juros -50 -50Balanca de Servicos -155Transferencias Unil. 5 5 10Saldo TC -65Emprest. e Financiam. -50 65 35 50Reinvestimentos 20 20Investimento direto 20 20Amortizacoes -35 -35Capitais de Curto Prazo 30 30Movimentos de Capitais 85
Erros e Omissoes 0Saldo Total BP 20Variaes de Reservas -350 250 20 20 -5 50 50 -20 35 -5 -35 -30 -20
Mercado de cmbio Externo
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Introduo: a taxa de cmbio Ao se estudar as relaes da economia monetria
internacional se torna indispensvel considerar o fato que cada pais tem sua prpria unidade monetria e que a maior parte do comercio internacional no comercio de simples trocas mas, ao contrario, realizado atravs da troca de bens por uma ou outra moeda (sem contar as transaes internacionais com carter puramente financeiro)
Mercado de cmbio estrangeiro um mercado onde as varias moedas nacionais podem ser trocadas (compradas e vendidas) umas pelas outras
Introduo: a taxa de cmbio Taxa de cmbio (externa)
um preo; mais precisamente o preo de uma moeda em termos de outra
J que duas moedas esto envolvidas, h formas diferentes de anunciar a cotao de uma taxa de cmbio Sistema de referencia de preo: define a taxa de cmbio como o
numero de unidades de moeda domestica por unidade de moeda estrangeira (tomando o Brasil como pais domestico temos R$ 2,08 por dlar americano) o preo da moeda externa em termos da moeda domestica
Sistema de referencia de volume: a taxa de cmbio o numero de unidades de moeda externa por unidade de moeda domestica (mais uma vez tomando o Brasil como pais de referencia, teramos 0,48 dlares americanos por reais) o preo da moeda domestica em termos de moeda estrangeira
Devemos sempre descobrir que sistema de cotao esta sendo utilizado para evitar confuso
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Introduo: a taxa de cmbio
Considere por exemplo que a moeda x deprecia (desvaloriza): isso significa que a moeda x vale menos em termos da moeda estrangeira (uma maior quantidade de x necessria para comprar uma unidade de moeda estrangeira)
Portanto, uma depreciao expressa como um aumento em sua taxa de cmbio se usamos o sistema de referencia de preos e como uma reduo se usamos o sistema de referencia de volume
Introduo: a taxa de cmbio
Existem diferentes taxas de cmbio devido a diferentes instrumentos monetrios que podem ser usados para trocar duas moedas (taxa de cmbio por dinheiro, por cheques e por ordens de transferncia bancarias) Custos pela transferncia dos fundos, custos de
carregamento (quando bancos mantm moeda estrangeira na forma de notas em seus cofres ao invs de manter depsitos a vista em um banco estrangeiro perde juros e arca com custos de custodia)
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Introduo: a taxa de cmbio
Taxa de cmbio a vista Taxa de cmbio futura
Aplicada para o cmbio de duas moedas em uma determinado momento um contrato que estipula a troca de moedas em uma data futura a um preo (futuro) que acordado antecipadamente no momento da realizao do contrato
Diversas datas futuras (1, 3, 6 meses; raramente para mais de um ano) e diversas moedas
A taxa de cmbio real Normalmente, magnitudes reais so obtidas das magnitudes
nominais ao eliminar variaes advindas de preos Em relao a taxa de cmbio, essa questo mais complicada
porque a taxa de cmbio um conceito intrinsecamente nominal, que no simplesmente obtido atravs da multiplicao de uma quantidade fsica pelo seu preo
A noo mais antiga de taxa de cmbio real e a mais usualmente correlacionada com a real taxa de cmbio a proporo entre os nveis de preos domestico e estrangeiro expressa em uma unidade monetria comum (a taxa de cmbio nominal ajustada por preos relativos entre os pases considerados)
f
h
Rf
hR p
prr ou
rp
pr
1
-
A taxa de cmbio real Outra forma de expressar a taxa de cmbio real
atravs dos preo relativo (domestico) de bens comercializveis e no comercializveis
A lgica por trs dessa definio que, em um modelo com dois setores (comercializveis/no comercializveis), o equilbrio de comercio depende de pT/pNT porque esse preo relativo mede o custo de oportunidade de produzir domesticamente os bens comercializveis e o Balano comercial depende do excesso de oferta dos comercializveis
NT
T
R pp
r
A taxa de cmbio real A opinio geral que a taxa de cmbio real deva propiciar uma
medida da competitividade externa dos bens de um pais Em um modelo de comrcio simples de exportveis-importveis, a
taxa de cmbio real se reduz a noo de termos de troca
Do ponto de vista do consumidor, representa o preo relativo dos bens estrangeiros e domsticos dos quais a demanda depende
Do ponto de vista do pais como um todo, representa a quantidade de importaes que podem ser obtidas em troca de uma unidade de exportaes (ou a quantidade de exportaes requeridas para obter uma unidade de importaes)
Portanto um aumento de definido como uma melhora nos termos de troca pois significa que uma maior quantidade de importaes podem ser adquiridas por unidade de exportaes (ou, equivalentemente, que uma quantidade menor de exportaes requerida por unidade de importaes)
m
xR rp
pr
-
A taxa de cmbio real Outra definio de taxa real de cmbio usa a proporo entre
custos unitrios de trabalho domestico e estrangeiro, expressada em uma unidade monetria comum atravs da taxa de cmbio nominal
Com esta definio, um aumento (reduo) em rR significa uma deteriorao (melhora) na competitividade externa dos bens domsticos
Um aumento em Wh/Wf, tanto em mercados perfeitamente ou imperfeitamente competitivos, reflete em um aumento do preo relativo domestico em respeito a bens estrangeiros
O mesmo resultado obtido quando, dado Wh/Wf, a taxa de cmbio aprecia (r se reduz)
f
hR rW
Wr
Diniz e Jayme Jr. (2012)
-
A taxa de cmbio efetiva As vezes necessrio ter uma noo geral do valor
externo da moeda em respeito ao resto do mundo e no em respeito a apenas uma moeda
Um sistema de cmbio flexvel, uma moeda pode depreciar em relao a alguma outra e apreciar com relao a uma terceira torna difcil analisar o comportamento do valor externo de uma moeda
Em tal situao necessrio utilizar um ndice, a taxa de cmbio efetiva, pelo qual as taxas de cmbio bilaterais de moedas sobre analise so consideradas (entram com pesos diferentes) no calculo
A taxa de cmbio efetiva
re = taxa de cmbio efetiva nominal da moeda i rj = taxa nominal de cmbio da moeda i em relao ao
moeda j wj = peso dado a moeda j na construo do ndice; por
definio, a soma dos pesos igual a 1 Usualmente, a taxa de cmbio efetiva dada como um
ndice de base 100 e apresentada de tal forma que um aumento (reduo) significa uma apreciao (depreciao) da moeda sobre considerao em relao a outras moedas
Usualmente os pesos so definidos a partir das propores de comercio entre o pais i e seus parceiros
n
jjj
n
jjjje , 1w , rwr
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