1
AULA 11Tributação de rendimentos auferidos no exterior por
residentes no Brasil
+1. Rendimentos no exterior
auferidos por pessoas
jurídicas
2
+Rendimentos e lucros no exterior
• Legislação prevê três modalidades
diversas
Rendimentos e ganhos de capital
Lucros de filiais
Lucros de controladas e coligadas no exterior
• Contribuinte que auferir qualquer um dos
três está obrigado à tributação pelo lucro
real
+1.1. Rendimentos e
ganhos de capital
3
+Rendimentos e ganhos de capital
PJ BRAluguel
•Rendimento compõe o lucro
tributado no Brasil pelo IRPJ e pela
CSLL
•Brasil permite o crédito do IRRF
estrangeiro
•Crédito limitado ao IRPJ e à CSLL
sobre este rendimento
•IRRF
Bra
Ext.
+Rendimentos e ganhos de capital
PJ BR
Venda
•Ganho de capital é tributável no Brasil
•Perda não é dedutível
Bra
Ext.
5
+Filiais no exterior
• Situações diversas• Sem filial
• Toda a receita de exportação é da empresa brasileira
• Todos custos e despesas são da empresa brasileira
• Com filial
• Receita da empresa brasileira na transação com a filial deveser atribuída por Preços de Transferência
• Filial tem receitas, custos e despesas próprios (se não tivercontrole contábil, método de rateio deve ser utilizado)
• Filial apura lucro próprio, sendo que este lucro devecompor o lucro real da matriz brasileira
• Prejuízos da filial não são compensáveis com lucrobrasileiro. Poderão ser compensados com lucros futuros dafilial
+Filiais no exterior: regras atuais
Art. 92 da Lei 12.973/14: aplicam-se às
filiais as mesmas regras aplicáveis à
tributação das controladas
6
+1.3. Controladas e
coligadas no exterior
+Prática Internacional: solução de
meio termo
Renda ativa
País de baixa
tributação
Critérios para tributação do lucro de CFCs
•Renda passiva
•País de tributação favorecida
Renda passivaContr. X Sub
Tributação (se
houver) ocorre
somente na
distribuição
Tributação ocorre
independentemente
da distribuição
Crédito do imposto
pago no exterior
7
+
Crédito do imposto pago
no exterior
Renda passiva
Tributação ocorre
independentemente da
distribuição
Renda ativaContr. X Sub
Tributação de controladas e
coligadas no Brasil
+Tributação de controladas e
coligadas no Brasil
• Momento da tributação: disponibilidade
tributação
territorial
Lei 9.249/95 +
IN 38/96
LC 104/01 (art.
41,§2º CTN) +
MP 2.158/01 + IN
213/02
tributação
universal
Lei 9.532/97
•LEI: DISPONIBILIZAÇÃO
AUTOMÁTICA
•IN: TRIBUTAÇÃO NA
DISTRIBUIÇÃO
LEI + IN:
DISPONIBILIZAÇÃO
AUTOMÁTICA
LEI + IN:
TRIBUTAÇÃO NA
DISTRIBUIÇÃO
Lei 12.973/14
(Conversão da MP 627/13)
Novas regras
8
+1.3.1. Críticas do mercado à
MP 2.158 e discussão
constitucional
+Regras da MP 2.158
• Muito abrangentes:
Além da inclusão de rendimentos passivos (juros, dividendos etc.), inclui rendimentosativos (do negócio)
Alcançam lucros produzidos em qualquer país (não apenas paraísos fiscais)
Aplicam-se para controladas e coligadas
Prejuízos são intransferíveis para empresa brasileira
Ausência de consolidação (resultados e créditos)
• Desincentivo ao investimento direto brasileiro no exterior.
• Redução da competitividade das empresas brasileiras nomercado internacional.
• Regras que não se coadunam com os “standards” praticadosinternacionalmente.
9
+Regras da MP 2.158
• Constitucionalidade
• Legalidade
• Afronta à PROPORCIONALIDADE e àRAZOABILIDADE
• Desconsideração do pré-requisitoDISPONIBILIDADE
• Tributação imediata dos lucros auferidos pelascoligadas e não apenas pelas controladas
+Discussão no STF
• Constitucionalidade do art. 74 da MP
2.158
• ADI nº 2.588-1
• Repercussão geral do RE 611.586/PR
• RE 541.090
10
+
2013
+ADI nº 2.588-1 (julgada em 2014)
Ministro Voto Substituto
Ellen Gracie Controladas: FiscoColigadas: Contribuinte
Rosa Weber
Nelson Jobim Fisco Carmen Lúcia
Marco Aurélio Contribuinte -
Sepúlveda Pertence Contribuinte Dias Toffoli
Eros Grau Fisco Luiz Fux
Ricardo Lewandowski Contribuinte -
Ayres Brito Fisco -
Cezar Peluso Fisco Teori Zavascki
Celso de Melo Contribuinte -
Joaquim Barbosa Paraíso e plan. abusivo: FiscoRestante: Contribuinte
Gilmar Mendes Impedido (atuou comoadv. Geral da União)
-
11
+ADI nº 2.588-1 (julgada em 2014)
• O que foi julgado:• 1) Constitucionalidade em relação aos rendimentos de empresas
brasileiras provenientes de suas controladas situadas em paísescom tributação favorecida;
• 2) Inconstitucionalidade no tocante aos rendimentos provenientesdas coligadas no exterior localizadas em países de tributaçãonormal (países sem tributação favorecida);
• 3) Inconstitucionalidade para o alcance dos lucros apurados porcontrolada ou coligada no exterior até 31 de dezembro de 2001.
• O que não foi julgado:• É possível tributar controladas fora de países de tributação
favorecida?
• É possível tributar coligadas em países de tributação favorecida?
• É possível tributar controladas em países que têm acordo com oBrasil?
+Repercussão geral do
RE 611.586/PR
• Ministros decidiram a favor doFisco, pois se tratava deinvestimento em paraíso fiscal(Aruba)
• Marco Aurélio vencido
12
+RE 541.090
Controladas na China, Itália e Uruguai
Ministro Voto
Rosa Weber Fisco
Carmen Lúcia Fisco
Marco Aurélio Contribuinte
Dias Toffoli Fisco
Luiz Fux Não votou (impedido)
Ricardo Lewandowski Contribuinte
Vacante (antiga vaga de Ayres Brito) Não votou (aposentado)
Teori Zavascki Fisco
Celso de Melo Contribuinte
Joaquim Barbosa Contribuinte
Gilmar Mendes Fisco
+RE 541.090
• Resultado favorável ao Fisco em relação às
controladas
• Possibilidade de mudança de entendimento
em novos casos se os dois novos ministros
votarem a favor do contribuinte
• Reconhecimento que situações cobertas por
acordos de bitributação são diferentes
Remessa dos autos aos tribunais inferiores para que
se manifestem em relação à questão
Controladas na China, Itália e Uruguai
13
+1.3.3. Cálculo dos tributos e
créditos: regras anteriores à
lei 12.973/14
+Aplicação das Regras Brasileiras
IRPJ
CSLL
TRIBUTAÇÃO
GREGA: 20%
(800K)
GR-Sub1
BR
100%
20%
LUCROS: 4MM
LUCROS: 10MM
TRIBUTAÇÃO
JP: 38%
(3,8MM)
100%
PREJUÍZO: 6MM
GR-Sub2
JP-Sub
14
+Resumo
• Lucros no exterior tributados ao final do exercício, independentemente de sua distribuição
• Prejuízos estrangeiros não reduzem lucros brasileiros
• Prejuízos de subsidiárias no exterior não se comunicam com lucros de outras subsidiárias noexterior
• Carry forward de prejuízos acumulados para compensação com lucros da controlada oucoligada, sem limite temporal e sem aplicação da trava
• Crédito direto e indireto do imposto estrangeiro (i.e., tanto para o IRRF quanto para o IRPJ pagono exterior)
• Crédito limitado ao IRPJ e à CSLL incidentes sobre o lucro de cada subsidiária
• Crédito excedente de uma subsidiária não pode compensar IRPJ e CSLL incidentes sobre olucro de outra subsidiária no exterior
• Regras brasileiras são assimétricas
Obrigam a tributação imediata dos lucros
Impedem a compensação dos prejuízos
STJ – Resp. 1.161.003/RS (Marcopolo): A limitação é legal
Regras anteriores à Lei 12.973/14
+Cálculo dos tributos e créditos
• GR-Sub1
• Lucro 4.000.000
• IRPJ + CSLL 34%: 1.360.000
• Crédito: 800.000
• Valor a pagar: 560.000
• GR-Sub2
• Prejuízo 6MM
• Não compensáveis com lucros brasileiros ou com lucros de outras empresas no exterior
• Compensáveis (sem limitação) com lucros futuros da mesma subsidiária
• JP-Sub
• Lucro proporcional: 2.000.000
• IRPJ + CSLL 34%: 680.000
• Crédito proporcional: 760.000
• Valor a pagar: zero
• Crédito excedente: 80.000
15
+Controladas indiretas e
consolidação
IRPJ
CSLL
TRIBUTAÇÃO
GREGA: 20%
(800K)
GR-Sub1
BR
LUCROS: 4MM
LUCROS: 10MM
TRIBUTAÇÃO
JP: 38%
(3,8MM)
PREJUÍZO: 6MM
GR-Sub2
JP-Sub
HOLDING
100%
20%
100%
RECEITA: 6MM
DESPESA: 6MM
LUCRO: 0
100%
+Controladas indiretas e
consolidação
• Consolidação horizontal (IN 213; Perdigão “Ac. 1401-000.832” e Gerdau) ouvertical (Eagle 2)?
• Crédito a ser tomado?
• Eleição do país:
• Crédito
• Acordos de bitributação
• Paraíso fiscal
• Mixadora
• Substrato econômico (Acórdãos 16-37638 e 16-37639, 12.04.2012, 7 DRJ/SP)
• Justificativa? Escritório controlador das atividades multinacionais etc.
• Possibilidade de evitar as regras CFC brasileiras?
• Mixadora e acordos de bitributação
• Pode ser usada como barreira à tributação
• Diferença entre julgados em Eagle 2 e Gerdau
16
+
1.3.4. Lei 12.973/14:
Tributação transparente e
diferimento no pagamento
do tributo
+
BR S.A.
UK Sub GR Sub JP Col US Sub
100% 100% 20% 100%
Lucro 4mi
IRPJ 800k
Prejuízo 7mi Lucro 10mi
IRPJ 3,8mi
Lucro 1mi
IRPJ 400K
50% das receitas:
aplicações financeiras
IRPJ GR: 20% IRPJ JP: 38% IRPJ US: 40%
Exercício
90% das receitas: serviços 90% das receitas:
serviços
IRPJ UK: 20%
17
+Lei 12.973/14
• Conversão da MP 627/2013
• Traz novas regras relevantes quanto ao método de apuraçãodos lucros de controladas no exterior, sua tributação epagamento do imposto
• Aplica-se a partir de 1º de janeiro de 2015
• Possibilidade de a pessoa jurídica optar pela aplicação apartir de 1º de janeiro de 2014 (art. 96 da Lei 12.973/14)• Opção independente da opção pela extinção do RTT já em 2014,
constante do art. 75, da Lei 12.973/2014
• Independência das opções disciplinada pela IN RFB nº 1.469, de 29de maio de 2014
• Opção via DCTF
+Lei 12.973/14
• Controladas no exterior
• Art. 77 a 80, da Lei 12.973/14
• Tributação transparente, antes da distribuição, independentemente do país e do tipo derendimento
• Possibilidade de diferimento no pagamento do imposto (veremos a seguir)
• Tributação individualizada de controladas diretas e indiretas
• Controle em subcontas separadas: controlada direta e controladas indiretas
• Efeitos do resultado de uma controlada na outra devem ser excluídos
• Câmbio da data do levantamento do balanço
• Lucro da controlada indireta deve ser reconhecido diretamente na investidora brasileira, como sea participação fosse direta (como lidar com tratados?)
• Possibilidade limitada de consolidação (veremos adiante)
• Créditos IRRF e IRPJ estrangeiro, com consolidação limitada
• STF não decidiu definitivamente acerca da possibilidade de tributação transparente dessesresultados de controladas fora de paraíso fiscal. Pode haver contestação.
Regras de tributação transparente
18
+Lei 12.973/14
• Coligadas no exterior sem tributação transparente (“IN 1520:regime de caixa”)
• Art. 81, da Lei 12.973/14
• Tributação apenas no momento da distribuição dos lucros, desde que:
• não esteja localizada em paraíso fiscal, em país com regime privilegiado, ou em regimede subtributação (i.e. empresa sujeita a alíquota nominal inferior a 20%)
• não seja controlada direta ou indiretamente por pessoa jurídica sujeita ao regime desubtributação
• Crédito apenas em relação ao IRRF no exterior (não se admite mais o crédito do IRPJestrangeiro nesse caso)
• Retorno da discussão a respeito do conceito de efetiva disponibilização e empregodo valor que existia em relação ao artigo 1º, § 2º, alínea “b”, item 4, da Lei 9.532/97(ver §§1º e 2º do art. 81 da Lei 12.973/14)
• Estas coligadas podem optar por serem tratadas como coligadas tributadas de formatransparente (em “regime de competência”)
• Possibilidade de tomada de crédito do IRPJ da coligada
• Diferimento no pagamento
Regras de tributação transparente
+Lei 12.973/14
• Coligadas com tributação transparente (IN 1520:“Regime de Competência”)
• Art. 82, da Lei 12.973/14
• Terão este tratamento as coligadas que não preenchem os requisitos para“coligadas regimes de caixa”,previstos pelo art. 81, da Lei 12.973/14
• Tributação transparente, antes da distribuição
• Possibilidade de diferimento no pagamento do imposto (ver adiante)
• Resultados não podem ser consolidados
• Pela Lei 12.973/14, empresa brasileira não poderá tomar qualquer crédito deimposto pago no exterior. Pela IN 1520, o crédito é permitido.
• Consolida-se nela os resultados de suas coligadas e controladas
• STF não decidiu se é constitucional tributar de forma transparente as coligadasem paraíso fiscal
• Logo, pode haver contestação
Regras de tributação transparente
19
+ Lei 12.973/14
• Equiparação da empresa brasileira a controladora
• Art. 83, da Lei 12.973/14
• Equipara-se à condição de controladora a pessoa jurídica domiciliada noBrasil que detenha participação em coligada no exterior e que, emconjunto com pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas noBrasil ou no exterior, consideradas a ela vinculadas, possua mais de 50%do capital votante da coligada no exterior.
• Conceito de pessoas vinculadas:
PF ou PJ cuja participação societária no seu capital social a caracterize como sua controladora, direta ou indireta,nos termos dos §§ 1º e 2º, do art. 243, da LSA
PJ que seja caracterizada como sua controlada, direta ou indireta, ou coligada, nos termos dos §§ 1º e 2º, do art.243, da LSA
PJ quando esta e a empresa domiciliada no Brasil estiverem sob controle societário ou administrativo comum ouquando pelo menos 10% do capital social de cada uma pertencer a uma mesma PF ou PJ
PF ou PJ que seja sua associada, na forma de consórcio ou condomínio, em qualquer empreendimento
Parente de até 3º grau, cônjuge ou companheiro ou PJ cujos diretores se enquadrem nessa regra
PJ residente ou domiciliada em país com tributação favorecida ou beneficiária de regime fiscal privilegiado,desde que não comprove que seus controladores não estejam enquadrados nas hipóteses acima
• Neste caso, em relação aos resultados destas coligadas no exterior,aplicam-se as regras de tributação das controladas
Regras de tributação transparente
+Lei 12.973/14
• Art. 90, da Lei 12.973/14, prevê regime de diferimento de pagamento
IRPJ e CSLL apurados em sua totalidade no momento em que os lucros são apurados
O pagamento é diferido em 8 anos (ver adiante)
• Regime se aplica para:
Coligadas com tributação transparente (em “regime de competência”)
Controladas (inclusive equiparadas), desde que:
• não esteja localizada em paraíso fiscal, em país com regime privilegiado ou subtributação
• não seja controlada direta ou indiretamente por PJ sujeita ao regime de subtributação
• tenham renda ativa própria igual ou superior a 80% de sua renda total
Filial ou sucursal no exterior, que serão tratadas como controladas (subsidiárias integrais) – art. 92. Parece queas mesmas restrições acima se aplicariam também neste caso.
• Controladas, filiais e sucursais em paraíso fiscal, subtributação ou que tenha mais 20% derenda passiva terão seus resultados tributados sem qualquer diferimento no pagamento.
• Esta restrição não se aplica às coligadas transparentes.
• Opção do contribuinte
Confissão de dívida e declaração de crédito
Opção feita uma única vez, ou a cada ano? Lei 12.973/14 não esclareceu
Pagamento
20
+Lei 12.973/14
• Regras de diferimento do pagamento do IRPJ e da CSLL sobre os
lucros de controladas e coligadas transparentes
• Pagamento se dará na proporção da efetiva distribuição dos
resultados nos anos subsequentes, observadas as seguintes regras:
• 1º ano subsequente ao período de apuração: serão considerados
efetivamente distribuídos, para fins de diferimento do pagamento, ao
menos 12,5% do resultado apurado
• 8º ano subsequente ao período de apuração: serão considerados
efetivamente distribuídos, para fins de diferimento do pagamento, todo
o saldo remanescente do resultado apurado.
• O art. 90 fala em distribuição: trata-se de efetiva
distribuição?
• Se eu optar pelo diferimento, tenho que distribuir 12,5% no primeiro
ano e o restante no 8º, ou posso manter o capital no exterior?
• IN 1520 Resolve a questão:“serão considerados distribuídos”
Pagamento
+Lei 12.973/14
• Os valores de IRPJ e CSLL diferidos serão (Art. 90, § 4º):
Acrescidos de juros calculados com base na taxa LIBOR paradepósitos de 12 meses em Dólares
Referente ao último dia útil do mês imediatamente anterior aovencimento
Taxa LIBOR acrescida da variação cambial do Dólar. Variaçãonegativa?
Cálculo pro rata tempore, LIBOR e variação acumuladosanualmente
Cálculo deve ser regulamentado por ato do poder executivo
Atualização aplicada a partir do 2º ano subsequente
• Os juros acima são dedutíveis
• Antecipa-se o pagamento nos casos de fusão, cisão, incorporação,encerramento de atividade ou liquidação da pessoa jurídica brasileira(Art. 90, § 3º)
Pagamento
21
+1.3.5 Consolidação, prejuízos
e créditos: lei 12.973/14
+Lei 12.973/14
Consolidação
• Em subcontas da conta investimento, deve
controlar separadamente:
Resultados atribuíveis à controlada direta
Resultados atribuíveis à controlada indireta
• Leitura dos artigos 76, 77 e 78, da Lei 12.973/14
22
+Lei 12.973/14
Consolidação
• Até 2022, por opção do contribuinte, os resultados (renda ativaou passiva) de controladas diretas ou indiretas (incluindoequiparadas) poderão ser considerado de forma consolidada
• Não podem entrar para consolidação os resultados decontroladas:
Em países sem acordo de troca de informações com o Brasil(bitributação com cláusula específica ou TIEA)
Se a controladora apresentar a contabilidade societária dacontrolada em meio digital e a documentação de suporte daescrituração (art. 78, § 7º), o requisito da troca de informações ésuprido
Localizadas em paraísos fiscais, regimes privilegiados ou regimes desubtributação, ou controladas por pessoas nesta situação
Que tenham renda ativa própria inferior a 80% da renda total
+Lei 12.973/14
Prejuízos
• Lei 12.973/14 (art. 78, §4º e 79, II) manteveimpedimento de prejuízos no exterior seremcompensados com lucros brasileiros
• Permite a consolidação opcional de lucros eprejuízos estrangeiros dentro do exercício
Se, após consolidação no exercício, perdurar o prejuízo,acúmulo será individualizado por controlada que apurouo prejuízo
Somente poderão ser compensados com lucros futuros daprópria controlada
Se houver nova opção por consolidação no exercícioseguinte, prejuízos acumulados podem ser livrementeutilizados na consolidação?
Leitura dos §3º e 4º do art. 78 parecem indicar que não
23
+Lei 12.973/14
Créditos
• Arts. 87 e 88, da Lei 12.973/14
• Crédito do imposto sobre a renda pago no exterior pela controlada direta ou indireta na
proporção de sua participação
Considera-se imposto sobre a renda o tributo que incida sobre os lucros e o retido na fonte
(Art. 87, §1°)
Pagamento do imposto estrangeiro deve ser comprovado por documento oficial emitido
pela administração tributária estrangeira e reconhecido pelo consulado brasileiro (Art. 87,
§§ 1° e 9°)
• Crédito será de forma individualizada ou consolidada, conforme opção pela consolidação no
reconhecimento do lucro (Art. 87, §§ 2° e 3°)
• Não pode exceder o montante dos tributos devidos no Brasil (Art. 87, §§4° e 8°)
• O crédito poderá ser realizado em ano calendário subsequente, caso a tributação estrangeira
ocorrer posteriormente à tributação brasileira (Art. 87, §7°)
• Em relação às coligadas “regime de caixa” (art. 81), o crédito é apenas do imposto retido na
fonte (Art. 88)
• Em relação às coligadas “regime de competência” (art. 82) não há previsão legal de crédito! A
IN 1520 prevê, no art. 26, o crédito do imposto de renda da coligada em “regime de
competência”.
+Lei 12.973/14
Art. 87:
§ 10. Até o ano-calendário de 2022, a controladora no Brasil poderá deduzir até 9% (nove por cento), atítulo de crédito presumido sobre a renda incidente sobre a parcela positiva computada no lucro real (...),relativo a investimento em pessoas jurídicas no exterior que realizem as atividades de:
fabricação de bebidas
fabricação de produtos alimentícios e
construção de edifícios e de obras de infraestrutura.
§ 11. O Poder Executivo poderá, desde que não resulte em prejuízo aos investimentos no País, ampliar orol de atividades com investimento em pessoas jurídicas no exterior de que trata o § 10.
Portaria 427/14 – Inclui as seguintes atividades:
I - indústria de transformação;
II - extração de minérios; e
III - de exportação, sob concessão, de bem público localizado no país de domicílio da controlada.
Somente há crédito presumido em relação a rendimentos de investimentos em empresas
• Não sujeitas a regime de subtributação
• Tenham renda ativa própria igual ou superior a 80% de sua renda total
Crédito Presumido
24
+1.3.6. Acordos de
bitributação
+Acordos de bitributação – Tipo 1
SUB - Espanha100%
Tratado:
•Arts. 7 e 10: OCDE
•Art. 23: Isenção
BR
25
+Acordos de bitributação – Tipo 1
Refratec (Ac. 108-08.765)
Eagle 1 (Ac. 101-95.802)
+Acordos de bitributação – Tipo 2
Tratado:
•Arts. 7 e 10: OCDE
•Art. 23: Isenção (e.g.
Espanha, Áustria e
Argentina)
SUB -
Argentina
SUB -
Espanha
100%
SUB -
Alemanha
BR
26
+Acordos de bitributação – Tipo 2
Eagle 2 (Ac. 101-97.070)
Gerdau
+Acordos de bitributação – Tipo 3
BR SUB - Chile100%
Tratado:
•Arts. 7 e 10: OCDE
•Art. 23: Crédito
27
+Acordos de bitributação – Tipo 3
• Acordos que preveem no texto ou protocolo que dividendos só são tributados quando distribuídos.
• Dinamarca (Decreto nº 75.106, de 20/12/74)
• Repúblicas Tcheca e Eslovaca (Decreto nº 43, de 25/02/91)
“ARTIGO 23: Métodos para eliminar a dupla tributação
5. Os lucros não distribuídos de uma sociedade anônima de um Estado Contratante cujo capital pertencer ou for controlado, total ou parcialmente, diretaou indiretamente, por um ou mais residentes de outro Estado Contratante não são tributáveis no último Estado.”
• Solução de Consulta Interna nº18 Cosit, de 08/08/2013
• Versa sobre a compatibilidade da aplicação do art. 74 da MP 2158-35 e o disposto nos acordos de bitributação assinados pelo Brasil
• Conclui que a aplicação do art. 74 não viola os tratados internacionais, uma vez que o Brasil está tributando os lucros auferidos pelos sóciosbrasileiros e não o lucro da sociedade no exterior
• Solução reconhece a necessidade de observância dos acordos de bitributação nos casos em que tratado prevê expressamente que atributação depende da efetiva distribuição dos lucros
• Casos contrários ao contribuinte:
• Camargo Corrêa (Ac. 1101-00.365)
• Normus (Ac. 1402-00.391)
• Vale (TRF-2 Porc. n. 2003.51.01.002937-0)
• Casos favoráveis:
• STJ (abril 2014): Caso Vale – STJ reverte posição do TRF2 e determina que nos casos em que há tratado (Bélgica, Dinamarca, Luxemburgo) IRPJ eCSLL não poderiam incidir antes da distribuição dos lucros. Mantém posição do TRF2 para o caso das Bermudas, pois não há tratado
• CARF (outubro 2014): Caso Petrobras: Acordo Brasil/Holanda e Brasil/Argentina. Não tributação pela IRPJ antes da distribuição em nenhum dosdois casos.
+Acordos de bitributação
• Casos
• Refratec (Ac. 108-08.765)
• Eagle 1 (Ac. 101-95.802)
• Eagle 2 (Ac. 101-97.070)
• Camargo Corrêa (Ac. 1101-00.365)
• Normus (Ac. 1402-00.391)
• Vale (TRF-2 Porc. n. 2003.51.01.002937-0)
• Gerdau
• Vale STJ: reverte TRF-2
• Petrobras CARFNOVA POSIÇÃO FAVORÁVEL
28
+Acordos de bitributação
Novos problemas com a Lei 12.973/14
B
Investidora
Brasileira
A B
C D
País B com
tratado
Investidora brasileira pode
realizar a consolidação dos
resultados de suas
controladas (A, C, D),
desde que atendidos os
requisitos legais.
País D com
tratado
País C sem
tratado
+2. Rendimentos no exterior
auferidos por pessoas físicas
29
+Investimentos de Portfólio no
Exterior
• Pessoas físicas que investem no exterior
Tributação na fonte: regra é não haver
• EUA: W8 de não residente
• A maioria dos países, diferentemente do Brasil, permite o
regime mesmo para investimentos de paraísos fiscais
Tributação no Brasil
• Duas possibilidades:
• Aplicação direta do capital em conta, títulos ou fundos
no exterior
• Aplicação via PIC
+Aplicação Direta do Capital
BRA EUA
APLICAÇÃO FINANCEIRA
•Fundos
•Conta remunerada
•Títulos e valores
mobiliários
•Outros
30
+Aplicação Direta do Capital
• Aspectos tributários:
• Tributação das aplicações financeiras quando da suarealização/liquidação
• O momento da tributação não depende do retornodos recursos ao país
• A cada realização (e.g. resgate de um fundo/título,para a aplicação em outro, ou pagamento de juros emconta remunerada) é necessário recolher imposto derenda no Brasil
+Aplicação Direta do Capital
• Tratamento tributário
• Complexo
• Tributação antes da repatriação do dinheiro
• Tratamento híbrido para variação cambial
• 15% do ganho em todas as hipóteses
31
+Aplicação do Capital via PIC
BRA X
REMESSA DO CAPITAL
Etapa 1
PIC
CAPITALIZAÇÃO/MÚTUO
+Aplicação do Capital via PIC
PIC
BRA X
Etapa 2
EUA
•Fundos
•Conta remunerada
•Títulos e valores
mobiliários
•Outros
APLICAÇÃO FINANCEIRAPARTICIPAÇÃO
SOCIETÁRIA
32
+Aplicação do Capital via PIC
• Aspectos tributários:• PIC localizada em jurisdição favorecida
• Não há tributação do lucro da PIC em seu país de residência(paraíso fiscal)
• Pessoa física declara a participação na PIC pelo custode aquisição
• Rendimentos financeiros da PIC não são refletidosimediatamente na pessoa física
• Tributação apenas no momento da repatriação dosrecursos:• Distribuição dos dividendos da PIC
• Redução de capital/liquidação da PIC
+Aplicação do Capital via PIC
BRA X
REMESSA DO CAPITAL
Exemplo: momento 1
PIC
CAPITALIZAÇÃO
R$ 1MM/US$ 1MM KS: US$ 1MM
33
+Aplicação do Capital via PIC
Aplic.: 1MM
KS: 1MM
PIC
BRA X EUA
•Fundos
•Conta remunerada
•Títulos e valores
mobiliários
•Outros
APLICAÇÃO FINANCEIRA
US$ 1.000.000,00
PARTICIPAÇÃO
SOCIETÁRIA
CUSTO:
R$ 1MM
Exemplo: momento 2
+Aplicação do Capital via PIC
PIC
BRA X EUA
•Fundos
•Conta remunerada
•Títulos e valores
mobiliários
•Outros
RENDIMENTOS
FINANCEIROS
US$ 1.000.000,00
Aplic.: 2MM
KS: 1MM
LA: 1MM
PARTICIPAÇÃO
SOCIETÁRIA
CUSTO:
R$ 1MM
Exemplo: momento 3
34
+Aplicação do Capital via PIC
BRA X
PIC
Aplic.: 2MM
KS: 1MM
LA: 1MM
PARTICIPAÇÃO
SOCIETÁRIA
CUSTO: R$ 1MM
Exemplo: momento 4.A – distribuição de dividendos
IR: 27,5%DIVIDENDOS
US$ 1.000.000,00
+Aplicação do Capital via PIC
BRA X
PIC
Aplic.: 2MM
KS: 1MM
LA: 1MM
PARTICIPAÇÃO
SOCIETÁRIA
CUSTO: R$ 1MM
Exemplo: momento 4.B – liquidação da participação
LIQUIDAÇÃO DE
50% DAS AÇÕES
GANHO DE CAPITAL
IR 15%
35
+Aplicação do Capital via PIC
• Como se calcula o tributo?
• Dividendos
• Valor da remessa, convertido pela taxa de
câmbio da data da remessa, multiplicado por
27,5%
+Aplicação do Capital via PIC
• Como se calcula o tributo?
• Ganho de capital
• Custo de aquisição, em reais, na data do envio
da capital;
• Valor de liquidação da participação (PL),
convertido em reais na data da liquidação;
• Ganho: valor de liquidação menos custo
• IR: ganho multiplicado por 15%
36
+Aplicação do Capital via PIC
• Tratamento tributário
• Simples
• Tributação diferida para momento da
repatriação do dinheiro
• Tributação da variação cambial: ganho de capital
• Outras vantagens: sucessórias, trusts,
distribuição internacional de carteira etc.
+Aplicação do Capital via PIC
• Riscos
• Planejamento Abusivo
• PIC residente no Brasil por conta da
administração
• Estigma em virtude de PICs não declaradas
37
+Riscos
COMPRAS COM CARTÃO DA PIC
•Disponibilidade dos recursos
•Risco de tributação como dividendos: 27,5%
+MP 627
• Regras não foram aprovadas pelo Congresso Nacional na elaboração do Projeto deLei de Conversão
• Tributação transparente dos lucros, independente da disponibilização nosseguintes casos:
Controlada em paraíso fiscal, regime privilegiado ou subtributação
Pessoa física não possuir os documentos de constituição da pessoa jurídica, devida epublicamente registrados e com identificação dos sócios (ações ao portador...)
• Regra se aplica aos casos em que a pessoa física participe (sozinha ou junto compessoas vinculadas) com mais de 50% do capital votante. Conceito de pessoasvinculadas:
Parente de até 3º grau, cônjuge ou companheiro
PJ cujos diretores se enquadrem na regra acima
PJ da qual a pessoa física seja sócia, titular ou quotista
Pessoa física que seja sócia, conselheira ou administradora da pessoa jurídica no exterior
PF ou PJ que seja associada, na forma de consórcio ou condomínio, com qualquer PJ daqual a pessoa participe
• Quando do efetivo recebimento dos dividendos, variação cambial positiva serátributada como ganho de capital
• Variação cambial negativa não gera qualquer dedução