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8/18/2019 Aula 01 - Introdução e Conceitos (2)
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PRÉ-VESTIBULAR PROFESSOR WELLINGTON R ICARDO
PROFESSOR : GUILHERME MENDES CRUZ
GEOGRAFIA / AULA 01 – INTRODUÇÃO
O fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo
que não é de quem nada tem a ver com ele!” (P"#$% F&'(&') P'*"+%+(" *" "#,%%.(")
1! O #' " G'%+&"("2
A Geografia é a ciência que se ocupa de analisar e compreender os fenômenos sociais e naturais, e
suas relações, no '34"5% +'%+&6(7%. Sendo assim, estudar Geografia é um eerc!cio de compreens"o do
mundo em que #i#emos, de$atendo%se temas como a formaç"o e os tipos de rele#o, os climas e o tempo, a
&idrografia, a ur$ani'aç"o e a glo$ali'aç"o, o espaço rural, a demografia, etc.
.
8! C%7'(,%3 #*".',"(3 *" G'%+&"("
omo toda ciência social, a Geografia possui alguns conceitos c&a#e, capa'es de sinteti'ar os seus
o$*eti#os, dando conta de analisar a sociedade so$ uma +tica pr+pria, dando a ela identidade e autonomia. S"o
cinco os conceitos%c&a#e da Geografia '34"5%) 4"(3"+'.) ,'&&(,9&(%) &'+(%) $#+"& ' &'*'3!
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onceito%c&a#e da Geografia alimentou di#ersos de$ates e passou por mudanças de definiç"o ao
longo da &ist+ria dessa ciência. ontudo, apesar das di#ergências te+ricas com relaç"o a esse conceito,
atualmente, quando se fala em '34"5% +'%+&6(7% se fa' relaç"o, so$retudo, - superf!cie terrestre e aos
fenômenos naturais e sociais que nela ocorrem.
/ certo consenso de que o '34"5% +'%+&6(7% representa o resultado cont!nuo da inter#enç"o do
&omem so$re o meio, ou se*a, é acima de tudo fruto das relações &umanas (s+cio%espaciais) e suas pr/ticas
so$re o su$strato natural. 0ssas relações podem ser econômicas (relaç"o sociedade%espaço mediati'ada pelo
tra$al&o), pol!ticas (relaç"o sociedade%0stado ou entre 0stados%1aç"o) e sim$+lico%culturais (relaç"o
sociedade%espaço #ia linguagem e imagin/rio).
a$e destacar que o c&amado '34"5% ",#&"$ (tam$ém c&amado de 4&(.'(&" ",#&'
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2 conceito de paisagem pode ser definido como aquele que a$orda o espaço a partir de seus aspectos
percepti#os, ou se*a, da forma como compreendemos o mundo utili'ando nossos sentidos (#is"o, audiç"o,
olfato, etc.).
A paisagem seria assim a forma, a aparência, que s"o constantemente modificadas. 1"o de#emos
confundir a paisagem com seus elementos, como casas, pontes, rodo#ias, uma floresta, entre outros. A
paisagem é a soma dos elementos naturais e sociais, sendo uma primeira aproimaç"o com o espaço, uma
5porta de entrada” para a sua an/lise.
A partir da paisagem podemos a$ordar, por eemplo, as tendências do processo de ur$ani'aç"o em uma
determinada localidade, a maneira como se desen#ol#e o setor agr!cola (como quando estamos em um local e
#emos imensas plantações de so*a), entre outros fenômenos da qual se importa a Geografia.
C! T'&&(,9&(%
2 conceito de territ+rio é comumente utili'ado para se referir ao espaço de uma naç"o, por eemplo,
quando falamos so$re o territ+rio $rasileiro. 7orém, #eremos que o territ+rio n"o é somente o espaço em que
se encontra um 0stado%1aç"o, &a#endo inclusi#e nações sem territ+rio, como os eemplos do po#o curdo e do
po#o $asco.
2 conceito de territ+rio fa' menç"o a um espaço definido e delimitado por e a partir de relações de
4%*'&1, podendo ser cont!guo ou fragmentado, #ariando de uma rua dominada por uma gangue até um $loco
constitu!do por #/rios pa!ses.
Segundo o ge+grafo /rea geogr/fica>, ou se*a, cria%se o >territ+rio>,
#isando atingir?afetar, influenciar ou controlar pessoas, fenômenos e relacionamentos. A pergunta $/sica a se
fa'er toda #e' que se fala em territ+rio é a seguinte @uem domina, go#erna ou influencia quem nesse espaço,
e como
2s territ+rios podem possuir um car/ter c!clico (que #aria com o tempo), m+#el (que se desloca nos
mais diferentes espaços) e que se organi'a a partir de redes que se interligam pelo fluo de informações ou
contatos. Bm eemplo de territ+rio em rede seria o dos traficantes, que se organi'am em células que nem
sempre se encontram pr+imas uma das outras, mas que se articulam em redes de transporte de armas, drogas
e comunicaç"o.
A ,'&&(,%&("$(*"*' é tam$ém uma dimens"o imaterial (>imagem> ou s!m$olo) e pode ser uma
estratégia pol!tico%cultural efica', mesmo que o territ+rio ao qual se refira n"o este*a concretamente
1 2 de$ate so$re poder é longo, mas aqui definimos poder como a capacidade de triunfar uma #ontade a partir de um
certo entendimento m8tuo.
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manifestado. 7or eemplo, a >Cerra 7rometida> dos *udeus é uma territorialidade que os acompan&ou e
impulsionou atra#és dos tempos, ainda que n"o &ou#esse, concretamente, um territ+rio correspondente.
A territorialidade di' respeito tam$ém -s relações econômicas e culturais, pois est/ intimamente
ligada ao modo como as pessoas utili'am a terra, como elas pr+prias se organi'am no espaço e como elas d"o
significado ao lugar.
D! R'+(%
1o senso comum a noç"o de regi"o parece estar sempre relacionada a dois princ!pios o de locali'aç"o
e o de etens"o. 7or eemplo, quem nunca ou#iu uma frase como 5na regi"o do entro da cidade” ou 5na
regi"o mais quente do munic!pio” Apesar de o uso ser comum, o conceito de regi"o na Geografia possui
algumas particularidades e em nada se parece com a definiç"o popular.
1"o &/ uma 8nica definiç"o na ist+ria da Geografia so$re o que seria propriamente a regi"o.
Atualmente, ela é mais comumente definida como a classificaç"o de uma ou mais /reas a partir de um critério
em comum, que é escol&ido pre#iamente por um agente. 7or eemplo as regiões econômicas do Drasil foram
ela$oradas so$re um critério (economia) e classificam determinadas /reas do pa!s em grupos.
2utra definiç"o recorrente da regi"o é a da corrente &umanista, que se difundiu na Geografia
especialmente ap+s a década de EFH. Segundo os autores dessa corrente, a regi"o seria um quadro de
referência fundamental na sociedade, um espaço #i#ido por determinado grupo social que cria uma teia de
eperiências partil&adas cotidianamente (o que se c&ama de regionalismo).
E! L#+"&
7ara além da ideia de que lugar é apenas um ponto espec!fico do espaço, atualmente, tem%se
associado o termo - ideia de um espaço 8nico, resultado da eperiência cotidiana e da imaginaç"o
dos seres &umanos, que se apropriam das caracter!sticas e qualidades f!sico%materiais e da
locali'aç"o geogr/fica.
7ara o ge+grafo 3arcelo 4opes de Sou'a, o lugar é o espaço #i#ido, dotado de significado, e
com $ase no qual desen#ol#em%se e etraem%se os 5sentidos de lugar” e as 5imagens de lugar”. 6/
para 3ilton Santos, "lugar constitui a dimens"o da eistência que se manifesta atra#és de
um cotidiano compartido entre as mais di#ersas pessoas, firmas, instituiçõescooperaç"o e conflito
s"o a $ase da #ida em comum" .
Assim, uma rua onde passei a infIncia pode ser c&amada de lugar, ou a regi"o onde moro, ou
até mesmo a min&a casa e a fa'enda onde gosto de passar os finais de semana. Cudo isso, de acordo
com a Geografia, é um lugar e apresenta%se como um fenômeno concernente - dinImica do '34"5%!
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0spaços p8$licos de con#i#ência e la'er s"o frequentemente a$ordados e estudados pela
Geografia a partir da ideia de lugar. 0m alguns casos, estudos geogr/ficos com $ase nessas premissas
foram respons/#eis pela mudança na arquitetura de praças e espaços de la'er, so$retudo no sentido
de adequar tais locais - compreens"o e percepç"o das pessoas e - ideia que essas tin&am de como
de#eria ser o seu lugar.
F! R'*'3
@uando se fala em redes na Geografia (rede espacial ou geogr/fica), comumente estamos
fa'endo relaç"o a um con*unto de locali'ações geogr/ficas interconectadas entre si por um certo
n8mero de ligações.
As ligações podem se referi a fluos de #/rios tipos de $ens materiais, de passageiros, de
informaç"o, de energia, entre outros que articulam e ligam entre si diferentes pontos do espaço
geogr/fico, utili'ando%se de 5#ias” e 5canais” tang!#eis (como redes elétricas, estradas e &idro#ias),
ou mesmo fluos dependentes de 5fios”, mas n"o de 5#ias” tang!#eis (como os fluos de
informaç"o que se ser#em da telefonia m+#el).