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Departamento de Engenharia Eletrotcnica
Auditoria Energtica da Empresa
Restaurante a Estrela da M
Carlos Filipe Figueiredo Simes
Nuno Filipe Colao Cristo
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Auditoria Energtica
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Departamento de Engenharia Eletrotcnica
Auditoria Energtica da Empresa
Restaurante a Estrela da M
Carlos Filipe Figueiredo Simes
Nuno Filipe Colao Cristo
Trabalho orientado pelo Prof. Eng. Paulo Tavares
Setembro 2013
Projeto desenvolvido no
mbito da Unidade Curricular
de Projeto de Sistemas de
Energia Eltrica da
licenciatura em Engenharia
Eletrotcnica
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NDICE
I. INTRODUO ................................................................................................................................ 6
1) ENQUADRAMENTO ............................................................................................................................... 6
II. AUDITORIA ENERGTICA ............................................................................................................... 8
2) METODOLOGIA .................................................................................................................................... 9 3) PLANEAMENTO .................................................................................................................................... 9 4) TRABALHO DE CAMPO ........................................................................................................................... 9 5) TRATAMENTO DA INFORMAO ............................................................................................................ 10 6) ELABORAO DO RELATRIO ................................................................................................................ 10 7) EQUIPAMENTOS DE MEDIO ............................................................................................................... 11 8) OBJETIVOS ........................................................................................................................................ 13
III. CARACTERIZAO DA EMPRESA .................................................................................................. 14
9) ASPETOS CONSTRUTIVOS DO EDIFCIO ..................................................................................................... 15 10) REGIME DE FUNCIONAMENTO ........................................................................................................... 16
IV. CARACTERIZAO ENERGTICA DA EMPRESA ......................................................................... 17
11) REDE DE DISTRIBUIO DE ENERGIA ELTRICA ...................................................................................... 22 12) DIAGRAMAS DE CARGA .................................................................................................................... 23 13) QUALIDADE DE ENERGIA .................................................................................................................. 27 14) FATOR DE POTNCIA ....................................................................................................................... 28 15) HARMNICOS ............................................................................................................................... 30 16) DESEQUILBRIO DE TENSES ............................................................................................................. 32 17) ILUMINAO ................................................................................................................................. 32
V. ANLISE DOS CONSUMOS DE ENERGIA ....................................................................................... 37
18) INDICADORES ENERGTICOS ............................................................................................................. 40 19) ANLISE DA FATURA ENERGTICA ELTRICA.......................................................................................... 41
VI. OPORTUNIDADES DE RACIONALIZAO DE ENERGIA .............................................................. 45
20) MQUINAS DE LAVAGEM DE LOUA E COPOS ....................................................................................... 45 21) MQUINA DE CAF ......................................................................................................................... 46 22) CMARA FRIGORIFICA ..................................................................................................................... 46 23) ARCAS FRIGORFICAS ....................................................................................................................... 46 24) FRITADEIRA ELTRICA ...................................................................................................................... 47 25) MQUINA DE GELO ........................................................................................................................ 47 26) JANELAS DA SALA ........................................................................................................................... 47 27) MOTORES DA CHURRASQUEIRA ......................................................................................................... 48 28) FILTROS EXAUSTO ......................................................................................................................... 48 29) ESQUENTADOR .............................................................................................................................. 48 30) EQUIPAMENTOS DE CLIMATIZAO .................................................................................................... 49 31) GUA .......................................................................................................................................... 51 32) RESPIROS/VENTILADORES ................................................................................................................ 51 33) NOVA IDENTIFICAO DOS DISJUNTORES NOS QUADROS ELTRICOS .......................................................... 51 34) PAINEL SOLAR ............................................................................................................................... 53 35) DURANTE A NOITE E DIAS DE DESCANSO DESLIGAR APARELHOS EM STANDBY .............................................. 53 36) ILUMINAO ................................................................................................................................. 53 37) PROTEO DA FACHADA SUDOESTE DO EDIFCIO ................................................................................... 58 38) ISOLAMENTO DO TERRAO ............................................................................................................... 60 39) INSTALAO DE PORTA AUTOMTICA NA ENTRADA ............................................................................... 60
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VII. CONCLUSO ............................................................................................................................ 61
VIII. SIGLAS E ACRNIMOS ............................................................................................................. 62
IX. REFERNCIAS ............................................................................................................................... 63
X. ANEXOS ....................................................................................................................................... 64
40) ANEXO 1 - LISTA DO LEVANTAMENTO DE CARGAS DO RESTAURANTE ......................................................... 65 41) ANEXO 2 ESQUEMA DE QUADROS ELTRICOS .................................................................................... 68 42) ANEXO 3 LISTA DO LEVANTAMENTO DE ILUMINAO .......................................................................... 69 43) ANEXO 4 DADOS DAS ANLISES DAS FATURAS ENERGTICAS ................................................................. 70 44) ANEXO 5 CLCULO DE POUPANAS COM ALTERAO DO CICLO HORRIO ............................................... 72 45) ANEXO 6 CLCULO DE POUPANAS COM A ALIMENTAO EM MT ........................................................ 73 46) ANEXO 7 CLCULO DE POUPANAS COM A MQUINA DE LAVAR LOUA .................................................. 74 47) ANEXO 8 CLCULO DE POUPANAS COM A MQUINA DE CAF ............................................................. 75 48) ANEXO 9 CLCULO DE ECONOMIAS COM A SUBSTITUIO DOS VIDROS DAS JANELAS E PORTAS ................... 77 49) ANEXO 10 IDENTIFICAO DOS QUADROS ........................................................................................ 78 50) ANEXO 11 DIMENSIONAMENTO DO PAINEL SOLAR PARA AQUECIMENTO DE GUAS .................................. 84 51) ANEXO 12 PROJETO DE ILUMINAO DO BAR ................................................................................... 86 52) ANEXO 13 CLCULO DE POUPANAS COM ALTERAO DE LMPADAS .................................................. 105 53) ANEXO 14 PROJETO DE ILUMINAO DA SALA ................................................................................ 106 54) ANEXO 15 DIMENSIONAMENTO DA BATERIA DE CONDENSADORES ...................................................... 118 55) ANEXO 16 CALCULO DE CONSUMOS DESAGREGADO E RESPETIVAS EMISSES ......................................... 120
NDICE DE FIGURAS
FIGURA 1 - CONSUMO DE ENERGIA FINAL POR SETOR DE ATIVIDADE [KTEP] [2] ............................................................... 7 FIGURA 2 - ANALISADOR DE ENERGIA CHAUVIN ARNOUX ........................................................................................ 12 FIGURA 3 - PINA AMPERIMTRICA PEREL ECM 330 ............................................................................................. 12 FIGURA 4 - LUXMETRO BK PRECISION 615 .......................................................................................................... 13 FIGURA 5 - RESTAURANTE "A ESTRELA DA M" .................................................................................................... 14 FIGURA 6 - FACHADA SUDESTE (ENTRADA) ........................................................................................................... 15 FIGURA 7 - FACHADA SUDOESTE (JANELAS) .......................................................................................................... 16 FIGURA 8 DESAGREGAO DOS CONSUMOS DE ENERGIA DA INSTALAO ................................................................. 18 FIGURA 9 - CONSUMOS POR TIPO DE ENERGIA EM RESTAURANTES, ANO 1991 [7] ......................................................... 18 FIGURA 10 - DESAGREGAO DE POTNCIA INSTALADA ........................................................................................... 19 FIGURA 11 - UNIDADE INTERIOR DE UM AR CONDICIONADO ..................................................................................... 19 FIGURA 12 - AR CONDICIONADO UNIDADE EXTERIOR .............................................................................................. 20 FIGURA 13 - CONSUMO ENERGTICO POR UTILIZADOR FINAL DA INSTALAO .............................................................. 21 FIGURA 14 - CONSUMO ENERGTICO POR UTILIZADOR FINAL, ANO 1991 [7] ............................................................... 21 FIGURA 15 - CONSUMO DE GS ESTIMADO POR UTILIZAO FINAL ............................................................................ 22 FIGURA 16 - POTNCIA INSTALADA POR QUADRO .................................................................................................. 23 FIGURA 17 - ANALISADOR INSTALADO NO QUADRO GERAL ....................................................................................... 24 FIGURA 18 - DIAGRAMA DE CARGA .................................................................................................................... 24 FIGURA 19 - POTNCIA DE BASE - TERA-FEIRA ..................................................................................................... 25 FIGURA 20 - DIAGRAMA DE CARGA DOS VRIOS QUADROS ...................................................................................... 26 FIGURA 21 - CONSUMO DE ENERGIA POR REFEIES SERVIDAS ................................................................................. 27 FIGURA 22 - FATOR DE POTNCIA ....................................................................................................................... 28
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FIGURA 23 - VARIAO DO FATOR DE POTNCIA, ANO 2010/2011 .......................................................................... 29 FIGURA 24 - DISTORO HARMNICA DA TENSO ................................................................................................. 30 FIGURA 25 TAXA DE DISTORO HARMNICA DA CORRENTE ................................................................................. 31 FIGURA 26 - TENSES EFICAZES NAS TRS FASES AO LONGO DE UM DIA ...................................................................... 32 FIGURA 27 - LUMINRIAS DA COZINHA ................................................................................................................ 33 FIGURA 28 - LUMINRIA DA COPA DO BAR ........................................................................................................... 34 FIGURA 29 - LUMINRIAS DA SALA DE REFEIES ................................................................................................... 35 FIGURA 30 - DISTRIBUIO E NVEIS DE ILUMINAO [LUX] DAS LUMINRIAS DA SALA DE REFEIES ................................ 35 FIGURA 31 - LUMINRIAS DO BAR ...................................................................................................................... 36 FIGURA 32 - DISTRIBUIO DE LUMINRIAS NO BAR .............................................................................................. 37 FIGURA 33 - ENCARGOS MENSAIS PARA CADA TIPO DE ENERGIA, ANO 2010 ............................................................... 38 FIGURA 34 - CUSTOS GLOBAIS TOTAIS, ANO 2010 ................................................................................................. 38 FIGURA 35 CONSUMO GLOBAL DE ENERGIA ATIVA ANOS 2010 E 2011 ................................................................... 39 FIGURA 36 - EMISSES DE CO2 POR FONTE DE ENERGIA .......................................................................................... 39 FIGURA 37 - CONSUMOS MDIOS POR PERODOS HORRIOS, ANO 2010/2011 .......................................................... 41 FIGURA 38 - ENCARGOS COM A POTNCIA DE HORAS DE PONTA, ANO 2010 ............................................................... 43 FIGURA 39 - CONSUMO DE ENERGIA POR PERODO HORRIO, ANO 2010 ................................................................... 44 FIGURA 40 - CUSTOS DE ENERGIA CONSUMIDA POR PERODO HORRIO ...................................................................... 44 FIGURA 41 DIAGRAMA DE CARGA DA MQUINA DE LAVAR LOIA PARA AS DUAS SITUAES ......................................... 45 FIGURA 42 - CORRENTE DE UM DOS MOTORES DA CHURRASQUEIRA .......................................................................... 48 FIGURA 43 - UNIDADE EXTERIOR DE UM AR CONDICIONADO .................................................................................... 49 FIGURA 44 - UNIDADE EXTERIOR DE UM AR CONDICIONADO .................................................................................... 50 FIGURA 45 - UNIDADE EXTERIOR DE UM AR CONDICIONADO .................................................................................... 50 FIGURA 46 - QUADROS MAL IDENTIFICADOS ......................................................................................................... 52 FIGURA 47 - SIMULAO DA NOVA ILUMINAO DO BAR ........................................................................................ 54 FIGURA 48 - LINHAS ISOGRFICAS DA ILUMINAO ATUAL ....................................................................................... 55 FIGURA 49 - LINHAS ISOGRFICAS DA ILUMINAO PROPOSTA ................................................................................. 55 FIGURA 50 - SIMULAO DO PROJETO DE ILUMINAO PROPOSTO PARA A SALA .......................................................... 56 FIGURA 51 - LINHAS ISOGRFICAS DA ATUAL ILUMINAO ....................................................................................... 57 FIGURA 52 - LINHAS ISOGRFICAS DA ILUMINAO PROPOSTA ................................................................................. 57 FIGURA 53 - ESTORES DE LMINAS ORIENTVEIS EXTERIORES ................................................................................... 58 FIGURA 54 -EXEMPLO DE UMA REDE DE MALHA METLICA PARA JANELAS ................................................................... 59 FIGURA 55 - EXEMPLO DE UM TOLDO AUTOMATIZADO ........................................................................................... 59 FIGURA 56 - EXEMPLO DE VIDROS ELECTROCRMICOS ............................................................................................ 60 FIGURA 57 FLUXO DE CAIXA CUMULATIVO ......................................................................................................... 85
NDICE DE TABELAS
TABELA 1 - REGIME DE FUNCIONAMENTO DO RESTAURANTE .................................................................................... 16 TABELA 2 - FATURAO DE ENERGIA REATIVA ....................................................................................................... 28 TABELA 3 - LIMITES DE DISTORO HARMNICA DA TENSO PARA DIFERENTES INSTALAES DE BAIXA TENSO .................. 31 TABELA 4 - LIMITES DE DISTORO HARMNICA DA CORRENTE ................................................................................. 31 TABELA 5 - CONSUMOS GLOBAIS DE ENERGIA E RESPETIVAS EMISSES, ANO 2010 ....................................................... 37 TABELA 6 - CICLO DIRIO PARA BTE E BTN EM PORTUGAL CONTINENTAL.................................................................. 42 TABELA 7 - CICLO SEMANAL PARA TODOS OS FORNECIMENTOS EM PORTUGAL CONTINENTAL ......................................... 42 TABELA 8 - POUPANAS OBTIDAS COM AS DEVIDAS ALTERAES ............................................................................... 55
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I. Introduo
1) Enquadramento
A gesto dos recursos energticos representa nos dias que correm um desafio importante a nvel global. Mais de 60% da energia consumida em todo o mundo proveniente de combustveis fosseis [1], a forte dependncia desta fonte de energia aliada natureza finita, aos impactos ambientais e ao aumento das necessidades energticas alertam o mundo para uma necessidade de mudana de gesto de recursos. A Utilizao Racional de Energia (URE) e o aproveitamento do potencial de recursos energticos endgenos (ou seja, o do aproveitamento das energias ditas renovveis) so dois caminhos frequentemente apontados para reduzir a dependncia energtica das economias. A racionalizao do consumo de energia algo que cada vez mais tido em conta, no s nos
sectores industriais mas tambm no sector de servios e habitaes. Esta preocupao com a
racionalizao de energia deve-se principalmente ao elevado peso das faturas energticas e
crescente presso ambiental que exige reforar a eficincia energtica e a utilizao de fontes
alternativas de energia.
Os constantes aumentos bruscos dos preos do petrleo bruto tem um impacto direto nos
custos de todos os tipos de energia. Em tempos era usual utilizar o consumo de energia como
indicador de crescimento econmico, hoje em dia tal j no se aplica, a racionalizao dos
consumos de energia veio demonstrar que possvel existir um crescimento econmico sem
por em causa o consumo energtico.
A URE, visa proporcionar o mesmo nvel de produo, servios e conforto com um consumo mais
reduzido, tal feito atravs da utilizao de tecnologias mais eficientes, aplicao de medidas
que visem utilizar eficientemente os equipamentos existentes e adoo de atitudes que
permitam evitar desperdcios de energia.
Alm da reduo de custos associados s faturas energticas, a URE permite tambm um reforo
da competitividade da empresa e a reduo da fatura energtica, da intensidade energtica, da
dependncia energtica e das emisses poluentes.
Apesar do setor de servios no ser dos sectores com maior peso a nvel de consumo energtico
em Portugal [2], este um sector onde se pode encontrar um alto nvel de desperdcios de
energia. Uma grande parte dos edifcios pertencentes a este sector foi construda em pocas em
que as preocupaes com a eficincia energtica dos edifcios no eram sentidas como
atualmente. Isto aliado aos comportamentos de irracionalidade energtica que se encontram
frequentemente fazem com que seja um sector a explorar no que toca boa utilizao da
energia.
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Figura 1 - Consumo de energia final por setor de atividade [Ktep] [2]
A crescente procura de energia aleada dependncia de fontes de energia de origens fssil
juntamente com todas as suas desvantagens reforam a urgncia de aplicar medidas que visem
reduzir os impactos ambientais do consumo de energia.
A nvel Europeu temos o pacote clima 20-20-20 [3], este pacote tem trs objetivos, reduzir pelo
menos 20% das emisses de gases de efeito de estufa relativamente ao ano de 1990, 20% do
consumo total de energia da Unio Europeia (EU) ter de ter origem em fontes renovveis de
energia e ter de existir um aumento de 20% da eficincia energtica. Estes 3 objetivos tm de
ser alcanados at ao ano 2020.
Em Portugal, o Plano Nacional de Ao para a Eficincia Energtica (PNAEE)[4], tambm
designado por Portugal Eficincia 2015, incorpora polticas e medidas ambiciosas de eficincia
energtica. Este plano tem como objetivo a reduo do consumo de energia em 10% at 2015
em vrios setores.
A nvel nacional existe tambm a Estratgia Nacional para a Energia 2020 (ENE 2020)[5]. Esta
estratgia tem como objetivo:
Reduzir a dependncia energtica do pas face ao exterior.
Cumprir com os compromissos para 2020 assumidos por Portugal no contexto europeu.
Reduzir o saldo importador energtico com a energia produzida a partir de fontes
endgenas.
Consolidar o setor das energias renovveis em Portugal.
Continuar a desenvolver os sectores associados promoo eficincia energtica.
Promover o desenvolvimento sustentvel.
Para atingir estes objetivos foram criados vrios incentivos, como o fundo de Eficincia
Energtica, as linhas de apoio ao investimento em renovveis e eficincia energtica, criao de
condies para a massificao da utilizao de veculos eltricos.
463
5 247
6 501
564
2 936
2 018
AGRICULTURA E PESCAS INDSTRIA
TRANSPORTES CONSTRUO E OBRAS PBLICAS
DOMSTICO SERVIOS
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No mbito da ENE e como medida do PNAEE temos o SGCIE (Sistema de Gesto de Consumos
intensivos de Energia). O SGCIE tem como objetivo principal a promoo da eficincia energtica
e a monitorizao das instalaes de consumo intensivo de energia. Esta medida aplicada a
todas as empresas que apresentem um consumo anual de energia superior a 500 tep, podendo
tambm ser aplicada voluntariamente por empresas com consumos inferiores. O SGCIE obriga
realizao peridica de auditorias energticas e realizao de Planos de Racionalizao de
Consumos de Energia (PREn).
II. Auditoria energtica
As auditorias energticas tm uma particular importncia na gesto de energia, e como qualquer
processo de gesto, exige um conhecimento base daquilo que se pretende gerir.
O objetivo de uma auditoria consiste na caracterizao energtica de um edifcio, sendo
maioritariamente movida por preocupaes econmicas. Esta permite efetuar um estudo e
anlise das condies de utilizao de energia, procurar e identificar oportunidades de
racionalizao de consumo de energia (ORCs) de forma a conduzir a uma reduo dos encargos
com as faturas energticas mantendo os mesmos nveis de conforto e/ou produo.
As auditorias energticas tambm podem constituir uma obrigao legal. Em instalaes
consumidoras intensivas de energia abrangidas pelo SGCIE pode ser necessria a realizao de
auditorias peridicas.
Assim sendo, as auditorias energticas so um instrumento fundamental para uma boa gesto
de energia.
As auditorias energticas podem ser divididas em dois tipos, auditoria simples e auditoria
completa [6]. A utilizao de cada um destes tipos de auditorias vai depender do fim a que se
destina e do grau de complexidade da instalao.
As auditorias simples tm como objetivo fazer um diagnstico da situao energtica de uma
instalao com recurso a uma simples anlise visual para identificar falhas e recolher dados
suscetveis de fornecer alguma informao sobre os consumos especficos de energia.
Nas auditorias completas faz-se um levantamento mais aprofundado da situao energtica e
so analisadas as quantidades de energia utilizadas para cada tipo de utilizao final. Esta
auditoria permite tambm identificar possveis investimentos para uma melhor utilizao da
energia.
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2) Metodologia
O processo de realizao de uma auditoria energtica algo que envolve vrias fases que
devero ser realizadas seguindo uma ordem e sequncia correta. A realizao ordenada das
vrias tarefas de cada fase permite que o processo da auditoria seja realizado de forma mais
eficaz e evita decises precipitadas que mais tarde podero no representar a medida mais
eficiente a aplicar.
O faseamento de uma auditoria pode depender do seu mbito e das caractersticas das
instalaes. De forma geral podem-se considerar as seguintes fases:
Planeamento;
Trabalho de campo;
Tratamento da informao;
Elaborao do relatrio com formulao de recomendaes;
3) Planeamento
Esta das fases mais importantes de uma auditoria, com base nesta primeira fase que as
restantes fases da auditoria se realizam, nela podemos determinar o tipo de auditoria a realizar,
o tempo estimado de durao, identificar alguns elementos mais crticos da instalao e
selecionar o equipamento necessrio.
Para comear deve ser feita uma visita prvia ao local de forma a fazer um levantamento da
instalao e dos equipamentos existentes, com base nesse levantamento dever ser feito um
questionrio para os utilizadores das instalaes de forma a reunir alguma informao sobre a
empresa.
Nesta fase deve ser feita tambm uma anlise das faturas energticas dos meses e anos
anteriores de forma a perceber como os consumos de energia se distribuem ao longo do tempo.
O planeamento de toda a auditoria deve ser elaborado nesta fase e todas as dvidas relativas
ao funcionamento da empresa e ao modo como esta utiliza a energia devem ficar esclarecidas.
4) Trabalho de Campo
Esta fase da auditoria deve ser auxiliada com toda a informao obtida anteriormente e esta
deve ser complementada com mais alguma informao caso seja necessrio. importante que
o auditor esteja familiarizado com a atividade da empresa, todos os processos de fabrico e todas
as tecnologias associadas atividade, isto ir facilitar a identificao rpida de ORCs.
Neste ponto procura-se obter o mximo de informao possvel e devem ser feitas todas as
medies e anlises recorrendo a equipamentos de medida prprios. Deve-se ter principal
ateno aos grandes consumidores de energia. A anlise feita nestes equipamentos deve passar
pela monitorizao dos consumos, a forma como so utilizados e mesmo a manuteno que
feita.
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5) Tratamento da informao
Aps o trabalho de campo toda a informao recolhida das duas primeiras fases deve ser
organizada e analisada. A anlise de todos os dados deve privilegiar a produo de um conjunto
de indicadores e resultados de natureza quantitativa que permitam uma avaliao rigorosa do
desempenho energtico da instalao.
Devero ser calculados os consumos especficos de energia por equipamentos, por produtos,
por sector de produo e o global da instalao. Devero tambm ser determinadas as
eficincias energticas dos equipamentos de maior consumo e estas devero ser comparadas
com as de outros equipamentos, de tecnologias mais recentes existentes no mercado. Os
valores dos consumos especficos devero ser sempre comparados com os valores de referncia
para o sector em questo.
Dever ser feita uma anlise detalhada a todos os processos de produo e atividades realizadas
na indstria de forma a identificar e corrigir possveis anomalias que possam estar a aumentar
o consumo de energia.
Depois de detetadas todas as anomalias e situaes de m utilizao de energia dever ser feito
um estudo de possveis solues a implementar para melhorar a forma como a energia
utilizada. Este estudo deve conter as anlises tcnico-econmicas de todos os possveis
investimentos e devero ser quantificadas as poupanas que se iro obter com as solues
propostas.
6) Elaborao do relatrio
Esta a ultima fase da auditoria, dever ser feito um relatrio onde conste de forma clara e
organizada todas as informaes recolhidas (anlise da situao energtica, identificao de
anomalias e propostas de medidas de melhoria para a diminuio do consumo de energia). Este
documento o resultado final de todo o trabalho, ele que ser apresentado aos gestores da
empresa.
No relatrio deve constar um sumrio executivo, apresentando uma sntese dos resultados
alcanados e a formulao de recomendaes. Isto permite que o leitor possa ter uma viso
global do contedo do relatrio.
A estrutura do relatrio vai estar dependente das caractersticas do sector e da instalao
auditada, devendo sempre conter os seguintes elementos:
Objetivos e enquadramento da auditoria;
Identificao da instalao;
Contabilidade energtica;
Anlise dos equipamentos de produo, distribuio e utilizao de energia;
Clculo de consumos especficos de energia por produto fabricado e a sua comparao
com valores de referncia;
Identificao de medidas de melhoria (ORCs) e respetiva anlise tcnico-econmica
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7) Equipamentos de medio
A necessidade de determinar os consumos de energia algo indispensvel numa auditoria,
necessrio conhecer os fluxos de energia que entram, circulam e saem da empresa e
importante tambm a quantificao das perdas de energia. A quantificao da energia
consumida facilmente conhecida, pois esta faturada, no entanto existe a necessidade de
desagregar os consumos por utilizao ou equipamentos.
Para uma boa caracterizao do consumo energtico importante a utilizao de aparelhos
especficos e existem diversas solues para cada tipo de situao. Antes da utilizao de cada
aparelho importante conhecer bem o equipamento e todas as suas funcionalidades para que
o trabalho de campo seja eficaz e para que se obtenha o mximo de informao possvel.
So vrias as grandezas que devem ser quantificadas numa auditoria energtica, dentro das mais
importantes temos:
Grandezas eltricas
Nveis de iluminao
Grandezas trmicas
Gases de combusto
Caudais
Humidades
Presses
A anlise destas grandezas permite no s analisar a forma como a energia utilizada e circula
na instalao mas permite tambm a determinao de alguns parmetros importantes que
devem cumprir com determinadas normas.
Neste trabalho apenas foram monitorizadas as grandezas eltricas e os nveis de iluminao.
Para a monitorizao das grandezas eltricas foram utilizados analisadores de energia da marca
Chauvin Arnoux modelo C.A. 8334, este equipamento permite fazer uma anlise completa
energia que circula na instalao. Dentro da grande variedade de funes que o equipamento
tem as mais utilizadas foram a obteno de diagramas de carga, anlise de parmetros de
qualidade de energia (Distoro harmnica, desequilbrios de tenses, fator de potencia). Os
acessrios utilizados com estes equipamentos foram os cabos de ligao e as pinas flexveis
que facilitam a instalao do aparelho em qualquer tipo de quadro.
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Figura 2 - Analisador de energia Chauvin Arnoux
Como complemento do analisador de energia tambm foi utilizada uma pina amperimtrica.
Figura 3 - Pina amperimtrica Perel ECM 330
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Para monitorizao dos nveis de iluminao foi utilizado um luxmetro, este equipamento
apenas permite a medida em tempo real ou a deteo do valor mximo dos nveis de iluminao.
Com ele foi obtido um mapa da sala de refeies com a luminosidade distribuda pelas vrias
reas da sala.
Figura 4 - Luxmetro BK Precision 615
8) Objetivos
Este trabalho tm como objetivo principal a familiarizao com os temas Eficincia energtica
em edifcios, Utilizao racional de energia (URE) e Auditorias energticas. pretendido
aprofundar os conhecimentos relativos a estes temas, pretende-se ficar a saber mais acerca das
metodologias de trabalho utilizadas, equipamentos e ferramentas utilizados e o seu modo de
funcionamento.
De forma a por em prtica todos estes conhecimentos pretende-se realizar uma auditoria
energtica ao restaurante A Estrela da M. Nesta auditoria os objetivos principais so a
caracterizao energtica do restaurante, identificao de oportunidades de racionalizao de
energia, fazer uma avaliao tcnica e econmica de cada uma das ORCs identificadas e fazer
um estudo luminotcnico dos principais espaos do edifcio.
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A realizao deste trabalho envolve a recolha e tratamento de dados (analise de faturas,
levantamentos de cargas, monitorizao dos consumos).
Toda a informao recolhida ter o objetivo de possibilitar a identificao e quantificao de
ORCs. A implementao das ORCs conduzir a uma reduo dos consumos de energia sem por
em causa o bom funcionamento do restaurante. Esta reduo dos consumos de energia ter um
impacto positivo nas faturas energticas da empresa e contribuir para uma diminuio das
emisses de gases de efeito de estufa.
III. Caracterizao da empresa
O restaurante A Estrela da M um restaurante de comida tradicional portuguesa localizado
em Vila Nova de Poiares, este tem uma capacidade para 85 pessoas na sala de refeies e 30 no
espao do bar. A principal atividade da empresa a confeo e servio de refeies, no entanto
dispe tambm de um bar que se destina principalmente ao servio de bebidas.
Figura 5 - Restaurante "A Estrela da M"
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9) Aspetos construtivos do edifcio
O restaurante constitudo por um edifcio de dois pisos: piso -1 (cave) com cerca de 86m2 que
utilizado apenas para armazenamento de material e matrias-primas. O piso 0 com cerca de
400m2 conta com uma sala de refeies de 96m2, um bar de 56m2, instalaes sanitrias,
cozinha, copas, sala de churrasqueira, refeitrio, balnerios, escritrio, arrumos e dispensas.
Este um edifcio com mais de 30 anos que j conta com algumas modificaes na sua estrutura.
Parte da cobertura do piso 0 no tem telhado e no conta com qualquer tipo de material extra
de isolamento, na outra parte encontra-se um segundo piso que pertence a uma habitao que
no faz parte do restaurante. As paredes do edifcio so paredes duplas, exteriormente contam
apenas com um revestimentos de reboco e no interior com madeira (sala de refeies), placas
de gesso (zona do bar) e reboco (restantes zonas).
A fachada sudeste (entrada) contm uma grande rea de janelas e portas de madeira e vidro
simples e existe tambm um alpendre ao longo de toda esta fachada. Na fachada sudoeste
existem janelas de madeira e vidro ao longo de toda a fachada. Esta fachada conta tambm com
uns pequenos toldos por cima de cada janela. As restantes fachadas no tm aspetos a
considerar.
Figura 6 - Fachada sudeste (entrada)
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16 | P g i n a
Figura 7 - Fachada sudoeste (Janelas)
A localizao do edifcio permite uma tima exposio solar e a quantidade de janelas existente
na sala de refeies e cozinha permite uma iluminao natural suficiente na maioria dos
perodos diurnos.
No que respeita climatizao interior este conta com cinco unidades de climatizao, trs na
sala de refeies, uma no escritrio e uma outra no bar. A sala de refeies tem tambm uma
lareira com recuperador de calor a lenha.
A empresa tem tambm alguns espaos exteriores, parque de estacionamento para clientes,
zona de esplanada e parque de estacionamento para empregados.
Apesar da idade do edifcio este aparenta estar em bom estado de conservao.
10) Regime de funcionamento
O restaurante encontra-se ativo seis dias por semana (Quarta-feira a Segunda-feira) das 09:00h
at s 24:00h. Ao longo do dia o tempo em que este se encontra ativo pode ser dividido por
diferentes perodos que englobam diferentes processos como se pode ver na tabela 1.
09:00 s 10:00
10:00 s 12:00
12:00 s 15:00
15:00 s 16:30
16:30 s 18:30
18:30 s 22:30
22:30 s 24:00
Limpezas Preparao para servio de almoos
Servio de
almoos
Limpezas e arrumaes
Preparao para servio de jantares
Servio de
jantares
Limpezas e arrumaes
Tabela 1 - Regime de Funcionamento do restaurante
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17 | P g i n a
Durante os perodos de preparao para os servios e servios de almoos/jantares quando as
necessidades energticas comeam a aumentar. A preparao para os servios envolve a
confeo e preparao de alguns alimentos e nesta fase em que se inicia a utilizao de alguns
equipamentos de grande consumo como o fogo a gs, o forno convetor, a fritadeira, os
grelhadores a carvo, etc.
Durante os perodos de servio de almoos e jantares quando se do os picos de consumo.
Nestes momentos o restaurante encontra-se a funcionar a 100% alm das necessidades
energticas na zona da cozinha para a confeo das refeies existe tambm a obrigao de
manter o conforto nas zonas de acesso ao pblico climatizando o local e fornecendo a
iluminao necessria.
A nvel semanal tambm existem algumas variaes no funcionamento do restaurante. Os fins-
de-semana so os dias em que existe mais atividade, a maior quantidade de clientes, a
preparao de refeies mais elaboradas e a durao mais longa do tempo de permanncia dos
clientes nas salas que fazem com que estes dias tenham necessidades energticas maiores em
comparao com os restantes dias.
IV. Caracterizao energtica da empresa
O consumo de energia essencialmente eltrico, seguindo-se o carvo vegetal para a confeo
de grelhados e o gs propano para aquecimento de guas e confeo de refeies. Existe
tambm consumo de combustveis fosseis, nomeadamente diesel. Este consumo destina-se aos
dois veculos que o restaurante tem e uma percentagem muito pequena destina-se ao gerador
de energia.
Na figura 8 pode-se observar a desagregao de consumos por tipo de energia utilizada.
Comparando com os valores de referncia existentes (figura 9), podem-se observar algumas
diferenas. Principalmente no existe aproveitamento de energia solar e o consumo de gs
bastante inferior; isto pode justificar-se pelo facto de o restaurante utilizar bastante carvo
vegetal para confeo de alimentos e utilizar forno e fritadeira eltricos. Como consequncia da
utilizao destes dois equipamentos o consumo de energia eltrica tambm vai ser mais
elevado.
Os valores de referncia utilizados so dados de 1991 e so resultado de auditorias realizadas a
cerca de 40 restaurantes. Estes valores no tm qualquer tipo de referncia ao consumo de
carvo vegetal. Deve tambm ser considerado o facto de os valores de referncia terem mais de
20 anos e hoje em dia, as tecnologias utilizadas so mais evoludas e eficientes.
No decorrer do projeto apenas foi monitorizado o consumo de energia eltrica, sendo a
utilizao do gs obtida com recurso a valores estatsticos existentes e com a anlise dos
consumos mdios dos meses anteriores. Em relao ao consumo de carvo apenas sabemos os
consumos mdios nos meses anteriores.
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18 | P g i n a
Figura 8 Desagregao dos consumos de energia da instalao
Figura 9 - Consumos por tipo de energia em restaurantes, ano 1991 [7]
Em relao ao consumo eltrico a instalao alimentada em baixa tenso sistema trifsico com
uma potncia contratada de 41.41KVA em regime de baixa tenso especial (BTE) e com ciclo
horrio dirio. De acordo com o levantamento de cargas feito no local (Anexo 1) pode-se
constatar que a instalao tem uma potncia total instalada de 83kW que pode ser desagregada
por tipo de utilizao final como mostra a figura 10.
60%11%
20%
9%
EE GS CARVO VEGETAL DIESEL
5% 3%
48%
44%
SOL COMBUSTIVEIS FOSSEIS GS ELECTRICO
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Figura 10 - Desagregao de potncia instalada
Como se pode ver na figura os principais responsveis pelo consumo de energia eltrica so os
equipamentos de confeo de alimentos, os sistemas de climatizao e as mquinas de lavar
loua. Os equipamentos de confeo de alimentos so constitudos por um forno convetor de
9.5kW uma fritadeira eltrica de 24kW e 3 micro-ondas de 1.5kW. Todos estes equipamentos
apresentam-se em boas condies e so relativamente novos.
Os equipamentos de climatizao so constitudos por 5 aparelhos AVAC com unidades
exteriores individuais. Dois destes equipamentos so relativamente antigos e j mostram alguns
sinais de mau estado. Todas as unidades exteriores esto uma grande parte do dia expostas
diretamente luz solar o que pode ser prejudicial.
Figura 11 - Unidade interior de um ar condicionado
17kW
2kW2kW
5kW
2kW
38kW
11kW
6kW
CLIMATIZAO REFRIGERAO CONGELAMENTO
ILUMINAO FORA MOTRIZ CONFEO ALIMENTOS
LAVAGEM DE LOUA OUTROS
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Figura 12 - Ar condicionado unidade exterior
O restaurante tambm conta com uma camara frigorfica modular com 6.5m2, a utilizao deste
tipo de camaras vantajosa em relao aos frigorficos tradicionais, alm de terem geralmente
uma eficincia energtica bastante alta tambm permitem um melhor acondicionamento dos
produtos e tem uma manuteno mais fcil.
Na lavagem de loua existem apenas dois equipamentos, um dedicado apenas a copos com uma
potncia de 3.45kW e uma dedicada restante loua com uma potncia de 7.2kW. Ambos os
equipamentos so alimentados com gua fria, no caso da mquina de lavar pratos esta suporta
a alimentao de gua j quente.
Para uma melhor comparao com os dados de referncia existentes, os consumos globais por
utilizador final foram desagregados por aquecimento, arrefecimento, ventilao, iluminao,
aquecimento de guas e outros. Nas figuras 13 e 14 possvel comparar os dados obtidos com
os valores de referncia de 1991 e pode-se verificar que os valores se encontram prximos.
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21 | P g i n a
Figura 13 - Consumo energtico por utilizador final da instalao
Figura 14 - Consumo energtico por utilizador final, ano 1991 [7]
Relativamente ao consumo de gs, o restaurante utiliza botijas de gs propano de 45kg. O gs
destina-se ao aquecimento de guas quentes atravs de um esquentador e confeo de
alimentos atravs do fogo a gs. A desagregao de consumos no foi possvel ser feita devido
ao facto de ambos os equipamentos serem alimentados da mesma fonte de fornecimento.
Contudo com recurso ao software Retscreen, anexo 11, foi possvel estimar as necessidades
de gua quente juntamente com o seu consumo de gs, sabendo os consumos mdios anuais
de gs foi possvel estimar um consumo de gua quente de 31% e 69% para a confeo de
refeies.
6%6%
1%3%
4%
81%
AQUECIMENTO ARREFECIMENTO VENTILAO ILUMINAAO AQS OUTROS
2%1% 5%1%
91%
ARREFECIMENTO VENTILAO ILUMINAAO AQS OUTROS
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Figura 15 - Consumo de gs estimado por utilizao final
Para o consumo de diesel apenas temos uma mdia de consumos mensais de cerca de 130 litros.
Para uma melhor analise deste tipo de consumos dever-se-ia ter em conta outros fatores tais
como os quilmetros mdios feitos pelos veculos. Este ponto no foi analisado com muito
pormenor, tendo em conta o bom estado de mecnica de ambos os veculos as oportunidades
de racionalizao que se podero aplicar sero apenas a nvel de adoo de comportamentos
durante a conduo que permitam utilizar o veculo de forma mais eficiente. Outro fator que ir
afetar a eficincia do veculo a sua condio mecnica sendo importante que sejam feitas todas
as inspees mecnicas e que a manuteno seja feita periodicamente.
A instalao possui ainda um gerador de energia eltrica de 35kWh, o gerador apenas utilizado em casos de falhas de energia. Na regio onde se encontra localizado o restaurante comum
haver interrupes do fornecimento de energia em casos de intempries mais fortes. Apesar de
as interrupes normalmente serem de curta durao e no serem muito frequentes, nestes
casos o gerador de energia torna-se um equipamento indispensvel tendo em conta a
dependncia de energia eltrica para manter o funcionamento do restaurante.
11) Rede de distribuio de energia eltrica
A rede de distribuio de energia eltrica encontra-se dividida por zonas (anexo 2): bar, sala,
cozinha, churrasqueira e cave. O quadro geral est situado no bar de onde partem as
canalizaes para os restantes quadros: sala, cozinha, churrasqueira e cave. Apesar da
distribuio dos quadros por zonas existem algumas cargas que no se encontram alimentadas
pelos quadros da zona onde se encontram. Por exemplo duas das unidades de climatizao da
sala esto a ser alimentadas atravs do quadro da cozinha enquanto uma outra alimentada
atravs do quadro da sala.
A identificao dentro dos quadros tambm no a melhor e foram encontrados quadros sem
informao relativamente s suas sadas e/ou sadas mal identificadas.
31%
69%
ESQUENTADOR FOGO
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23 | P g i n a
Na figura 16 possvel ver a distribuio de potncia instalada pelos vrios quadros. Como se
pode observar o quadro da cozinha que tem uma maior potncia de equipamentos instalada.
Figura 16 - Potncia Instalada por Quadro
12) Diagramas de carga
Com o intuito de analisar os consumos ao longo do dia e a qualidade de energia fornecida foram
instalados analisadores de energia nos quadros mais importantes. A obteno dos diagramas de
carga tambm permite um estudo mais preciso em relao ao melhor tarifrio de energia
eltrica a aplicar. Foram analisados alguns equipamentos de forma a perceber o seu
funcionamento e propor medidas de utilizao que permitam evitar desperdcios de energia
nesses mesmos equipamentos.
9,658
15,444
51,822
3,4285,004
0
10
20
30
40
50
60
kW
QBAR
QSALA
QCOZINHA
QARMAZM
QCHURRASQUEIRA
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Figura 17 - Analisador instalado no quadro geral
A figura 18 apresenta um diagrama de carga para trs tipos de dias distintos: fim-de-semana,
dia da semana e dia de descanso.
Figura 18 - Diagrama de Carga
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
0:00 4:48 9:36 14:24 19:12 0:00
kWh
HORAS
SBADO
DOMINGO
TERA-FEIRA
SEGUNDA-FEIRA
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Como se pode observar os dias com maiores consumos ocorrem aos fins-de-semana, e o dia em
que o consumo menor no dia de descanso (tera-feira).
A potncia de base foi determinada com recurso aos dados relativos ao dia em que o restaurante
se encontra encerrado, na figura 19 encontra-se o diagrama de carga desse dia. A potncia
mdia consumida neste dia de cerca 2864kW, esta potncia deve-se principalmente a todas
as arcas e frigorficos que se encontram constantemente ligadas.
Figura 19 - Potncia de base - Tera-feira
O consumo de energia aumenta a partir das 9:00h que quando o restaurante inicia a sua
atividade; os picos de consumo do-se entre as 13:00h e as 14:20h e repetem-se entre as 19:30h
e as 23:00h, que representam os perodos de servio e preparao de refeies. Os perodos de
menor consumo situam-se sempre entre as 00:30h e as 9:00h, perodo de no funcionamento
do restaurante. Os consumos durante este perodo devem-se aos equipamentos de conservao
de alimentos, arcas, frigorficos e aparelhos em standby que tambm contribuem para o
aumento deste consumo.
Para alm do quadro geral foram tambm analisados os consumos dos quadros parciais mais
importantes, quadro do bar, quadro da sala e quadro da cozinha. Na figura 20 pode-se observar
o diagrama de um dia da semana dos vrios quadros.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
0:00 4:48 9:36 14:24 19:12 0:00
kWh
HORAS
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Figura 20 - Diagrama de carga dos vrios quadros
Atravs do grfico pode-se observar que a cozinha o principal responsvel pelo consumo de
energia eltrica e isto deve-se aos equipamentos de grande potncia l instalados.
Na figura 21 o grfico apresenta a quantidade de refeies produzidas ao longo de uma semana
e o consumo de energia mesma semana. Apesar de a amostra ser relativamente pequena pode-
se concluir que existe uma relao produo/consumo. No entanto no perodo de jantar de
sbado noite o consumo de energia realizado foi bastante elevado em relao aos restantes
dias enquanto a quantidade de refeies servidas foi relativamente baixa. Deve-se considerar
que existe um variado nmero de refeies diferentes no menu e cada refeio tem graus de
complexidade diferentes assim como necessidades energticas diferentes. Isto pode influenciar
bastante os consumos de energia o que poder ser resposta para o facto de, no perodo de
jantar de sbado, o consumo de energia ter sido elevado.
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
0:0
0
1:1
0
2:2
0
3:3
0
4:4
0
5:5
0
7:0
0
8:1
0
9:2
0
10
:30
11
:40
12
:50
14
:00
15
:10
16
:20
17
:30
18
:40
19
:50
21
:00
22
:10
23
:20
kW
HORAS
COZIN
BAR
SALA
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27 | P g i n a
Um outro ponto importante que se destaca no grfico o perodo de domingo ao almoo. Neste
dia o nmero de refeies servidas foi mais elevado em relao aos outros dias e o consumo de
energia eltrica apesar de elevado no foi dos mais elevados durante toda a semana. Neste
perodo o consumo especfico de energia eltrica por cada refeio servida foi muito mais baixo
do que nos restantes dias e isto demonstra uma boa eficincia energtica na produo da
empresa e prova que possvel aumentar a produo sem pr em causa o consumo de energia.
Contudo deve ter-se em conta que neste dia no houve qualquer monitorizao das outras
formas de energia utilizada.
13) Qualidade de energia
A qualidade da energia eltrica um elemento bastante importante e deve ser analisado. Muitas
das causas de problemas de qualidade de energia eltrica so geradas nos equipamentos de
utilizao final de energia e podem afetar todos os outros equipamentos ligados na mesma rede.
A no conformidade de alguns parmetros de energia fornecia pode afetar gravemente alguns
equipamentos, afetando o seu bom funcionamento e reduzindo a sua vida til.
Os parmetros analisados relativamente qualidade de energia foram:
Fator de potncia;
Harmnicos;
Desequilbrio de tenses;
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
0
20
40
60
80
100
120
KW
N
DE
REF
EI
ES
Figura 21 - Consumo de energia por refeies servidas
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14) Fator de potncia
Foi possvel observar que numa grande parte das faturas de energia eltrica, forma
contabilizadas algumas penalizaes devido ao baixo fator de potncia.
O fator de potncia influenciado por todos os equipamentos cujo funcionamento se baseie em
fenmenos de campos eletromagnticos, como o exemplo de motores. Estes tipos de
equipamentos, alm da energia ativa, requerem energia reativa para o seu funcionamento.
A energia reativa fornecida pode ser faturada se for demasiado elevada nos perodos fora do
vazio. Alm dos custos extras na fatura de energia eltrica, a no compensao desta forma de
energia implica tambm um possvel aumento de custos no sistema eltrico devido ao aumento
de perdas de energia nos troos das redes e requerer um sobredimensionamento das linhas.
Por estes motivos, os comercializadores de energia eltrica penalizam os consumos excessivos
desta forma de energia fora das horas de vazio. A faturao da energia reativa est dividida por
escales como se pode observar na tabela 2.
cos tg Fator multiplicativo
Escalo 1 Para 0,96 cos < 0,93 Para 0,3 tg < 0,4 0.33
Escalo 2 Para 0,93 cos < 0,89 Para 0,4 tg < 0,5 1
Escalo 3 Para cos 0,89 Para tg 0,5 3 Tabela 2 - Faturao de energia reativa
O preo da energia reativa consumida praticado nas ltimas faturas analisadas foi de
0.0268/kVArh.
Na figura 22 visvel a variao do fator de potncia ao longo de um dia obtido com recurso ao
analisador de energia utilizado.
Figura 22 - Fator de potncia
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
0:00 4:48 9:36 14:24 19:12 0:00
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29 | P g i n a
Na figura 23 possvel ver a variao do fator de potncia faturado (os dados so relativos ao
ano 2010/2011)
Figura 23 - Variao do fator de potncia, ano 2010/2011
Como se pode observar nos grficos anteriores os valores de fator de potncia encontram-se
muito abaixo do desejvel numa instalao eltrica. Estes baixos valores do fator de potncia
tm um impacto direto na fatura de energia eltrica trazendo custos acrescidos que podem ser
perfeitamente evitveis.
Para corrigir o fator de potncia comum utilizar equipamentos de correo de fator de
potncia nomeadamente baterias de condensadores. As baterias de condensadores permitem
gerar energia reativa para alimentao da instalao evitando que esta seja consumida da rede
eltrica. assim possvel uma reduo com os encargos com a potncia reativa.
Alm da reduo dos encargos com energia reativa a correo do fator de potncia pode ter
outros benefcios importantes como:
Reduo de quedas de tenso;
Reduo de perdas na rede de distribuio por efeito de Joule;
Prolonga e protege a vida til das instalaes eltricas;
Aumenta a capacidade das linhas de transporte.
De forma a reduzir este encargo na fatura eltrica encontra-se no anexo 15 o dimensionamento
da bateria de condensadores a instalar. A bateria dimensionada de forma a obter um fator de
potncia de 0.97 ter de ter uma potncia de 11.6kVAr. A bateria de potncia mais prxima
encontrada no mercado tem uma potncia de 12.5-13.5kVAr, o preo mdio de uma bateria
com estas caractersticas cerca de 227.72 ao qual se devem juntar os custos de instalao da
mesma. Tendo um conta que as despesas mdias mensais com a energia reativa rondam o
0,920,910,910,910,90
0,890,89
0,910,90
0,910,92
0,930,920,920,920,910,90
0,88
0,92
0,890,880,89
0,91
0,80
0,82
0,84
0,86
0,88
0,90
0,92
0,94
0,96
0,98
1,00
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30 | P g i n a
37.07 obteramos um retorno do investimento em menos de um ano dependendo dos custos
de instalao que no esto a ser considerados.
15) Harmnicos
A distoro harmnica causada principalmente pela utilizao de equipamentos no lineares,
ou seja, equipamentos que so alimentados por uma tenso sinusoidal mas utilizam uma
corrente com uma forma de onda no sinusoidal. Na instalao em questo este no um ponto
significativo devido baixa potncia instalada e pouca utilizao de equipamentos que possam
afetar a distoro harmnica. Contudo de forma a explorar ao mximo as capacidades dos
equipamentos de anlise de energia foi feito a monitorizao deste parmetro para uma breve
anlise.
Relativamente tenso, a figura 24 mostra a variao da taxa de distoro harmnica (THD)
obtida ao longo de um dia util; o valor mximo atingido durante este periodo foi de 3%.
Figura 24 - Distoro harmnica da tenso
Relativamente corrente a figura 25 mostra a distoro harmnica da corrente obtida ao longo
de um dia til. Devido a uma falha tcnica e limitao de tempo no houve obteno de
qualquer tipo de registo relativo aos valores de distoro por cada tipo de harmnicos.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0:0
0
1:1
0
2:2
0
3:3
0
4:4
0
5:5
0
7:0
0
8:1
0
9:2
0
10
:30
11
:40
12
:50
14
:00
15
:10
16
:20
17
:30
18
:40
19
:50
21
:00
22
:10
23
:20
THD
%
HORAS
U1 THD
U2 THD
U3 THD
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31 | P g i n a
Figura 25 Taxa de distoro harmnica da corrente
Na tabela 3 so apresentados os valores limites da distoro harmnica da tenso. Esta tabela
representa a norma IEEE Standard 519-1992. A instalao analisada encontra-se dentro do
grupo de instalaes gerais, apresentando um limite mximo de distoro harmnica de 5%.
Comparando os valores limites da norma e os valores mximos obtidos pode-se concluir que a
taxa de distoro harmnica da tenso analisada encontra-se dentro dos limites normalizados.
Na tabela 4 so apresentados os valores limites de distoro harmnica da corrente. Os limites
da distoro harmnica da corrente tambm so definidos pela norma IEEE Standard 519-1992.
Para a anlise deste ponto necessrio um estudo mais aprofundado analisando as taxas de
distoro para cada tipo de ordem de harmnico (h), necessrio tambm a determinao da
relao ICC/IL, ICC representa a corrente mxima de curto-circuito, que na instalao estudada
de 178; IL representa a corrente de carga que atravs dos dados recolhidos das anlises feitas
neste dia cerca de 43A, assim sendo a relao ICC/IL
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32 | P g i n a
16) Desequilbrio de tenses
Num sistema trifsico para que seja considerado equilibrado as amplitudes das tenses das trs
fases tero de ser iguais e desfasadas 120 entre si. Em instalaes de baixa tenso comum
existir uma grande variedade de cargas monofsicas e a distribuio deste tipo de cargas pode
dificultar o equilbrio das tenses nas trs fases. Mesmo que a distribuio de cargas seja feita
corretamente pelas trs fases os ciclos de funcionamento diferentes das vrias cargas pode
conduzir a desequilbrios significativos.
As consequncias dos desequilbrios de tenses ocorrem nos equipamentos trifsicos pois
podero proporcionar um mau funcionamento dos mesmos, mais vibraes em motores e
reduo da vida til de alguns equipamentos.
Atravs da figura 26 possvel ver que as tenses se encontram bem distribudas pelas trs fases
sendo que a maior taxa de desequilbrio registada foi inferior a 1%. Segundo a norma NP EN
50160, para cada perodo de uma semana, 95% dos valores eficazes mdios de 10 minutos da
componente inversa das tenses no devem ultrapassar 2% da correspondente componente
direta.
Figura 26 - Tenses eficazes nas trs fases ao longo de um dia
17) Iluminao
Sendo o restaurante um espao de atendimento ao pblico foi dado uma especial ateno a
este tpico. A instalao tem uma grande variedade de tecnologias de iluminao instaladas.
Nas zonas de no acesso ao pblico mais de 99% da iluminao feita atravs de lmpadas
tubulares florescentes T8 com balastros magnticos. Nas zonas de acesso ao pblico existem
vrios tipos de lmpadas, lmpadas de halognio, tubulares compactas, iodetos metlicos e
algumas de led.
385
390
395
400
405
410
415
420
425
430
435
0:0
0
0:5
0
1:4
0
2:3
0
3:2
0
4:1
0
5:0
0
5:5
0
6:4
0
7:3
0
8:2
0
9:1
0
10
:00
10
:50
11
:40
12
:30
13
:20
14
:10
15
:00
15
:50
16
:40
17
:30
18
:20
19
:10
20
:00
20
:50
21
:40
22
:30
23
:20
Vrm
s
Horas
U1 RMS U3 RMS U2 RMS
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33 | P g i n a
No anexo 3 encontra-se a lista de todas as lmpadas utilizadas e as correspondentes potncias.
A instalao tem uma potncia total de 4.85Kw de iluminao instalada, contudo esta nunca
utilizada ao mximo.
Na cozinha foi possvel verificar que algumas lmpadas se encontravam desligadas. As
luminrias de teto com capacidade para duas lmpadas tubulares de 58W tm apenas uma
lmpada ligada por luminria. De facto ter apenas uma lmpada ligada em cada uma destas
luminrias suficiente, contudo estas luminrias contem dois balastros ferromagnticos
instalados e ambos ligados. O balastro que no est a alimentar nenhuma lmpada vai consumir
alguma energia e torna-se importante deslig-lo da alimentao.
Figura 27 - Luminrias da cozinha
Na zona da copa de apoio os nveis de iluminao no so os melhores pois a iluminao desta
zona feita com recurso a duas lmpadas compactas fluorescentes de 18W. Esta zona apresenta
uma mdia de 80lux nas superfcies de trabalho. Tendo em conta que esta uma zona de apoio
ao bar e sala onde so efetuados trabalhos que requerem algum cuidado, o nvel de iluminao
recomendado pela norma EN 12464-1:2011 de 500lux. O sistema de iluminao desta zona
dever ser repensado.
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Figura 28 - Luminria da copa do bar
exceo da copa de apoio, todas as divises apresentaram valores de iluminao dentro dos
mnimos impostos pela norma EN 12464-1:2011.
Em relao sala de refeies esta uma zona que deve ser estudada com alguma ateno pois
esta a zona onde so recebidos os clientes e torna-se importante ter uma iluminao adequada
ao espao de forma a torna-lo mais agradvel e confortvel para os clientes. A utilizao de uma
iluminao adequada pode tornar a experincia de comer neste restaurante mais agradvel, o
que importante num sector como este onde todos os detalhes contam. Foram identificados
alguns problemas relativamente iluminao: Os downlights apresentam uma distribuio
pelo espao incorreta e isto faz com que a iluminao no seja uniforme; alguns downlights
necessitam de alguma limpeza pois os vidros que os protegem aparentam estar manchados.
Outro ponto a ter em conta neste espao a temperatura de cor utilizada pois esto a ser
utilizadas algumas lmpadas com uma temperatura de cor diferentes da maioria e importante
manter a mesma cor em todas as lmpadas de forma a manter a uniformidade e a visualmente
ser mais agradvel.
Esta sala tem uma tima iluminao natural e a quantidade de janelas envidraadas existentes
permitem, durante o dia, dispensar a utilizao de grande parte da iluminao artificial
instalada.
Na figura 30 possvel ver a distribuio da iluminao pela sala juntamente com os valores dos
nveis de luminosidade medidos com o luxmetro.
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Figura 29 - Luminrias da sala de refeies
Figura 30 - Distribuio e nveis de iluminao [lux] das luminrias da sala de refeies
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Em relao ao bar este mostra uma iluminao mais arrojada pois apresenta vrios tipos e
formas de iluminao para um espao pequeno. A figura 32 apresenta a distribuio da
iluminao neste espao. Este espao conta com apliques de parede focados para o teto com
lmpadas de iodetos metlicos que iluminam indiretamente o espao. No balco existem 5
candeeiros de teto focados apenas para a superfcie do balco. No espao dentro do balco
existem ainda mais 3 focos direcionados para a parede com lmpadas de iodetos metlicos. Na
zona onde est exposta uma m em pedra tambm existem dois pequenos focos com lmpadas
de halognio de 50W. Pode dizer-se que este espao se encontra sobredimensionado no que
toca iluminao instalada. Segundo os dados obtidos junto dos funcionrios do bar no mximo
so utilizados 3 apliques de parede para iluminao de todo o espao. A alterao das
tecnologias de iluminao utilizadas neste espao pode ser algo a considerar para que se possa
aproveitar melhor todas as luminrias instaladas.
Figura 31 - Luminrias do Bar
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Figura 32 - Distribuio de luminrias no Bar
A zona da esplanada iluminada com recurso a apliques de parede que proporcionam um
ambiente em mdia luz. O parque de estacionamento tambm iluminado com recurso a um
holofote de 100W de lmpadas de iodetos metlicos.
Mais frente no captulo das ORCs encontra-se o estudo e anlise de algumas propostas que
visem melhorar a qualidade e eficincia da iluminao destes espaos.
V. Anlise dos consumos de energia
Na tabela 5 encontram-se os consumos globais de energia referentes ao ano de 2010 e so
tambm apresentados os custos referentes a cada tipo de energia e as respetivas emisses
respetivas.
Tipo de energia
Unidade Consumo
global Consumo
[%] Custo global
Fator de converso[8]
Tep/ano Emisses CO2 [Kg][9]
E.E. kWh 75900 60% 9900 0.000215 16.3185 28007.1
Gs t 2.7 11% 5724 1.077 2.9673 7826.84721
Carvo vegetal
t 7.77 20% 7200 0.705 5.47785 0
Diesel t 2.35 9% 3432.5 1.01 2.3735 7353.5777 Tabela 5 - Consumos globais de energia e respetivas emisses, ano 2010
Na figura 33 encontra-se a distribuio mensal dos encargos com a energia por tipo de fonte e
como se pode observar a energia eltrica a que mais contribui nos encargos com a energia. O
ms de maio o que apresenta maior consumo de energia eltrica e no possvel determinar o
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38 | P g i n a
motivo deste valor ter sido tao elevado. Segundo a gerncia este um dos meses em que a
atividade no restaurante menor em relao ao resto do ano.
Figura 33 - Encargos mensais para cada tipo de energia, ano 2010
Na figura 34 pode-se observar os custos globais com a energia. Este grfico permite
compreender melhor a sua distribuio durante o ano. Os meses que apresentam menores
custos de energia so os meses de setembro e outubro, sendo estes meses normalmente
caracterizados por baixa atividade no restaurante. Os meses que apresentam um maior
consumo so os meses de Maio, Julho e Agosto.
Figura 34 - Custos globais totais, ano 2010
0
200
400
600
800
1 000
1 200
ELETRICA GS CARVO DIESEL
0
500
1 000
1 500
2 000
2 500
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Todos os dados relativos s anlises feitas aos consumos energticos de anos anteriores
encontram-se no anexo 4. Na figura 35 apresentado um grfico com a variao de consumos
mensais dos anos 2010 e 2011. visvel um decrscimo no consumo energtico do ano 2010
para 2011 que pode ser justificado devido ao decrscimo da procura por parte de clientes e
devido tambm a preocupaes em reduzir o consumo de energia.
Figura 35 Consumo global de energia ativa anos 2010 e 2011
Na figura 36 pode-se observar as emisses de CO2 por tipo de energia utilizada relativamente
ao ano de 2010.
Figura 36 - Emisses de CO2 por fonte de energia
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
kWh
2010
2011
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
KgC
O2
ELETRICA GS CARVO DIESEL
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40 | P g i n a
18) Indicadores energticos
Os indicadores energticos traduzem o desempenho energtico da instalao. A anlise destes
indicadores permite avaliar a eficincia da utilizao da energia consumida e torna-se uma
ferramenta importante para a avaliao de necessidades de investimentos ou adoo de
comportamentos energeticamente eficientes. Assim no que se refere aos indicadores
energticos pode-se destacar os seguintes:
Intensidade carbnica (IC): representa a quantidade de gases de efeito de estufa (GEE)
emitidos para atmosfera por cada tonelada equivalente de petrleo (tep).
Este indicador calculado da seguinte forma:
=
Consumo especfico (CE): este indicador representa a quantidade de energia consumida
por cada unidade produzida ou m2 do edifcio.
Este indicador calculado da seguinte forma:
=
2
Com umas emisses anuais de CO2 de 43.188 toneladas e um consumo anual de energia de 27.13
teps, o restaurante apresenta uma intensidade carbnica de 1.59 tonCO2/tep.
Considerando que o restaurante serve uma quantidade mdia de 27500 refeies por ano temos
um consumo especfico de 0.99 Kgep/refeio.
Os nicos valores de referncia existentes relativamente ao consumo especfico em
restaurantes esto no formato de kgep/m2, de forma a comparar com estes valores foi calculado
o consumo especfico neste formato. Tendo em conta que o restaurante tem uma rea til de
486m2 e um consumo anual de 27.13teps o consumo especfico de 55.82Kgep/m2. Os valores
de referncia so de 1991, e apresentam um consumo especfico mdio de 68.8kgep/m2 [5],
pode-se observar que o consumo especfico do restaurante relativamente mais baixo do que
os valores de referncia. H que ter em considerao o facto dos valores de referncia serem
relativamente antigos, hoje em dia as tecnologias existentes permitem eficincias energticas
mais altas, assim sendo, o facto do consumo especfico ser mais baixo do que o valor de
referncia pode no ser um aspeto to positivo como aparenta ser.
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19) Anlise da fatura energtica eltrica
Como j foi visto anteriormente o restaurante alimentado em BTE e tem uma potencia
contratada de 41.41kVA o ciclo horrio utilizado dirio. O fornecedor de energia a EDP
comercial.
Atravs da anlise das faturas energticas tambm podemos observar os perodos de maior
consumo, como a figura 37 mostra. Os consumos esto a ser feitos principalmente nos perodos
de horas de cheias. Os consumos realizados nos perodos de horas de cheias e ponta so
penalizados na fatura e o seu preo muito mais alto do que nos perodos de vazio e super
vazio. Esta anlise de consumos torna-se importante pois caso exista a possibilidade de desvio
de consumos podem haver poupanas econmicas bastante significativas na fatura de energia
eltrica.
Figura 37 - Consumos mdios por perodos horrios, ano 2010/2011
Tendo em conta que o restaurante apenas se encontra encerrado tera-feira e que os dias de
maior consumo energtico se do aos fins-de-semana podemos dizer que o ciclo horrio
aplicado ao tarifrio poder no ser o mais correto. O ciclo horrio dirio, apresentado na tabela
6, no diferencia os dias da semana, ou seja, os perodos horrios so iguais para todos os dias.
O Ciclo semanal faz uma separao dos dias por dias uteis, Sbado e Domingo. Como se pode
observar na tabela 7, os domingos no tm horas de ponta ou horas de cheias, os sbados no
tm horas de ponta.
kWh
kWh kWh
kWh
kvArh
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
90000
EA SV
EA VN
EA HP
EA HC
ER FHV
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Perodo de hora legal de Inverno Perodo de hora legal de Vero
Ponta 09:00/10:30 18:00/20:30
10:30/13:00 19:30/21:00
Cheias 08:00/09:00 10:30/18:00 20:30/22:00
08:00/10:30 13:00/19:30 21:00/22:00
Vazio Normal 06:00/08:00 22:00/02:00
06:00/08:00 22:00/02:00
Super Vazio 02:00/06:00 02:00/06:00 Tabela 6 - Ciclo Dirio para BTE e BTN em Portugal Continental
Perodo de hora legal de Inverno Perodo de hora legal de Vero
De segunda-feira a sexta-feira
Ponta 09:30/12:00 18:30/21:00
09:15/12:15
Cheias 07:00/09:30 12:00/18:30 21:00/24:00
07:00/09:15 12:15/24:00
Vazio Normal 00:00/02:00 6:00/07:00
00:00/02:00 6:00/07:00
Super Vazio 02:00/06:00 02:00/06:00
Sbado
Cheias 09:30/13:00 18:30/22:00
09:00/14:00 20:00/22:00
Vazio Normal 00:00/02:00 06:00/09:30 13:00/18:30 22:00/24:00
00:00/02:00 06:00/09:00 14:00/20:00 22:00/24:00
Super Vazio 02:00/06:00 02:00/06:00
Domingo
Vazio normal 00:00/02:00 06:00/24:00
00:00/02:00 06:00/24:00
Super vazio 02:00/06:00 02:00/06:00 Tabela 7 - Ciclo semanal para todos os fornecimentos em Portugal Continental
A alterao do ciclo horrio uma alterao que pode ser feita facilmente e no implica
qualquer tipo de custos. De forma a analisar melhor a situao do ciclo horrio a aplicar
encontra-se no anexo 5 um estudo aprofundado de forma a determinar as poupanas que se
podero obter com esta pequena alterao. O estudo realizado foi feito utilizando os dados
obtidos atravs da monitorizao dos consumos no perodo de uma semana.
Atravs do estudo realizado podemos concluir que a alterao do ciclo horrio para o semanal
vivel. A simulao feita apresentou poupanas no preo da energia faturada de 22%. Torna-
se assim altamente recomendvel a alterao do ciclo horrio aplicado.
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43 | P g i n a
Poder tambm ser benfica a alimentao da instalao em media tenso (MT), os preos de
energia com este tipo de alimentao so muito mais baixos e poder proporcionar economias
significativas. De forma a contabilizar as poupanas obtidas com esta alterao encontra-se no
anexo 6 um estudo que determina as poupanas que se podero obter. Para este estudo foram
utilizados os valores dos consumos de energia relativos aos anos de 2010 e 2011. Os tarifrios
aplicados neste estudo so os tarifrios regulados pela ERSE, e foi considerado apenas o ciclo
dirio nesta simulao. Atravs do estudo foi possvel determinar que a alimentao da
instalao em mdia tenso permite uma poupana mensal de 22%, contudo esta uma medida
que ter de ser analisada de forma mais aprofundada. A alimentao em media tenso implica
um investimento inicial pois necessria a instalao de um posto de transformao e de linhas
de mdia tenso at ao local, ter de ser pedido um oramento a uma empresa especializada
antes de tomar qualquer tipo de deciso. Alm disso dever ser feita uma anlise com mais rigor,
utilizando histricos de consumos mais recentes e simulando com tarifrios de distribuidores de
energia do mercado liberalizado.
A energia eltrica fornecida ao restaurante atravs do comercializador EDP Comercial. A
alterao de comercializador tambm poder proporcionar poupanas na fatura energtica. No
entanto o restaurante encontra-se neste momento fidelizado com a EDP Comercial at ao
prximo ano. importante que na altura em que o contrato estiver a terminar seja feita uma
anlise aos preos praticados pela concorrncia de forma a poder alterar ou no a empresa
comercializadora de energia conforme for mais conveniente.
Na figura 38 apresentado um grfico que mostra os encargos com a potncia em horas de
ponta. Estes encargos variam com o consumo de energia neste perodo. O desvio de consumos
das horas de ponta para outro perodo horrio pode ser bastante vantajoso caso exista essa
possibilidade pois alm da reduo no custo da energia consumida tambm os encargos com a
potncia de horas de ponta sero inferiores.
Figura 38 - Encargos com a potncia de horas de ponta, ano 2010
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
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A figura 39 mostra a distribuio mensal dos custos por perodos horrios. Da anlise desta
verifica-se que quase sempre o custo da energia consumida nas horas de ponta representa o
segundo custo mais alto da fatura. Atravs da figura 40 podemos perceber que apesar dos custos
associados ao consumo de energia nas horas de ponta seja bastante elevados, no neste
perodo em que se d um maior consumo. H vrios meses em que os consumos nas horas de
vazio so superiores aos das horas de ponta. Com isto pretende-se sensibilizar os utilizadores
das instalaes a evitar consumos desnecessrios de energia durante estes perodos horrios.
Figura 39 - Consumo de energia por perodo horrio, ano 2010
Figura 40 - Custos de energia consumida por perodo horrio
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
kWh
E.A. SUP VAZIO(KWH) E.A. VAZIO NORMAL E.A. PONTA E.A. CHEIAS
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
SUPER VAZIO
VAZIO
PONTA
CHEIA
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45 | P g i n a
VI. Oportunidades de racionalizao de energia
Neste captulo sero identificadas todas as medidas de racionalizao de energia encontradas.
Sero apresentadas medidas que visam uma simples adoo de comportamentos
energeticamente eficientes at propostas de investimento para melhorar a eficincia
energtica. Todas as medidas propostas tm como objetivo a reduo de consumos e
consequentemente a reduo de custos. Nem em todas as medidas aqui propostas ser possvel
uma quantificao das redues obtidas.
20) Mquinas de lavagem de loua e copos
Estes equipamentos so de potncia relativamente elevada e segundo os questionrios feitos
no esto a ser utilizadas de forma eficiente. Ambos os equipamentos so utilizados apenas
durante os perodos de almoo e jantar. Entre estes dois perodos no existe qualquer tipo de
utilizao mas os equipamentos mantm-se ligados. Em mdia encontram-se ligados durante 4
horas seguidas sem terem qualquer tipo de utilidade. Um dos argumentos utilizados pelos
utilizadores dos equipamentos foi o facto de que o arranque das mquinas aps desligadas
consumir mais energia do que o que se poupava caso estas estivessem desligadas. De forma a
desmistificar este assunto foram instalados analisadores de energia durante dois dias, em que
um dos dias as mquinas permaneceram ligadas durante toda a tarde e no segundo dia estas
foram desligadas durante esse perodo. Os resultados foram bastante positivos, no anexo 7
encontram-se os dados recolhidos e os clculos efetuados. O simples facto de desligar a mquina
de lavar loia permite uma poupana mensal de 134kWh o que monetariamente representa
cerca de 14.7. Na mquina de lavar copos o estudo no foi feito com tanto rigor, mas pode-se
estimar uma reduo mensal de 60kWh o que se poder traduzir numa reduo de cerca de 6
por ms. Esta uma medida que no implica qualquer tipo de investimento e no prejudica em
nada o bom funcionamento do restaurante e permite algumas poupanas na fatura eltrica.
Estas duas medidas podem permitir uma reduo das emisses anuais de GEE de 0.86t.
Figura 41 Diagrama de carga da mquina de lavar loia para as duas situaes
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10:48 12:00 13:12 14:24 15:36 16:48 18:00 19:12 20:24 21:36
KW LIGADA
DESLIGADA
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46 | P g i n a
Outro fator que poder representar poupanas energticas na mquina de lavar loia a
alimentao desta com gua previamente quente. A mquina permite que seja alimentada com
gua j aquecida, tendo em conta que a maior parte da potncia da mquina destina-se a
aquecer gua esta medida pode trazer redues significativas. A gua quente seria aquecia
atravs do esquentador ou atravs de um painel de aquecimento solar (uma medida que ir ser
estudada e apresentada mais frente).
21) Mquina de caf
Neste equipamento tambm foi possvel encontrar desperdcios de energia. Tal como nas
mquinas de lavar loias a mquina de caf tambm est ligada durante perodos onde no tem
utilidade. Mais uma vez o argumento utilizado o de que o consumo no arranque do
equipamento elevado. A mquina de caf permanece ligada 24h por dia, incluindo o dia de
descanso. De forma a poder quantificar a poupanas que se podem obter foram utilizados os
mesmos procedimentos de anlise das mquinas de lavar loia, encontra-se no anexo 8 os dados
e anlises relativos mquina de caf. Mais uma vez os resultados foram positivos, o simples
facto de desligar a mquina neste perodo permite uma poupana mensal de 140kWh, que se
pode traduzir em cerca de 11.8 por ms. Esta medida permite uma reduo das emisses
anuais de GEE de cerca 0.6199t.
22) Cmara frigorifica
A aplicao de cortinas prprias na entrada da camara permite reduzir bastante os ganhos de
energia trmica que a camara obtm cada vez que se abre a porta. Esta uma medida que no
pode ser quantificada.
23) Arcas frigorficas
Foi verificado que em alguns dos espaos onde se encontram equipamentos de congelao e
conservao as temperaturas locais eram mais elevadas. importante que todo esse calor seja
dissipado para o bom funcionamento destes equipamentos. A utilizao de ventilao natural
nestes espaos deve ser feita sempre que possvel. As arcas e frigorficos tambm devem manter
alguma distncia da parede e de equipamentos quentes; as grelhas traseiras devem estar
sempre limpas e desobstrudas. Outro ponto importante evitar a formao de camadas de gelo
superior a 3mm nas arcas, pois com o aumento de gelo nas paredes a eficincia energtica
reduzida drasticamente, chegando aos 30% de consumo extra. Todas estas medidas
apresentadas no esto quantificadas. Contudo podem permitir poupanas muito significativas.
Alm disso todas estas medidas melhoram bastante o bom funcionamento destes
equipamentos aumentando assim o tempo de vida til dos mesmos.
Foram tambm detetadas duas arcas com consumos exagerados, ambas arcas de congelao
com formato de vitrina com porta em vidro duplo. Uma delas apresenta um consumo de
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13.8kWh/dia e a outra 7.5kWh/dia, ou seja 639kWh/ms para as duas arcas. Isto pode
representar um custo mensal de cerca de 50. recomendvel a substituio destas duas arcas
por outras de tecnologia mais recente como por exemplo as 3 arcas horizontais que se
encontram na dispensa, que tm um espao til superior ao das vitrines e apresentam consumos
de 1.38kWh/dia o que uma diferena significativa. Este seria um investimento que se
recuperaria em menos de 2 anos.
24) Fritadeira eltrica
Apesar de esta se encontrar em bom estado e ser relativamente nova a substituio por uma
fritadeira a gs pode e deve ser ponderada. Normalmente as fritadeiras a gs apresentam
melhor eficincia e um aquecimento mais rpido traduzindo-se assim em algumas poupanas.
Contudo esta uma tecnologia que exige mais cuidados e ateno, as manutenes peridicas
devem ser mais frequentes e podem-se tornar facilmente ineficientes caso no seja feita a
limpeza adequada. O investimento inicial poder ser elevado e o tempo de retorno do
investimento tambm.
25) Mquina de gelo
Este equipamento encontra-se ligado durante todo o dia, apesar de s produzir gelo quando
necessrio. A mquina consome energia para evitar que o gelo derreta. Uma medida que pode
ajudar a reduzir o consumo de energia na produo de gelo utilizar a mquina nos perodos
de horas de super vazio e vazio normal e conservar o gelo produzido nesse perodo nas arcas
convencionais. Com isto o tempo em que a mquina permanece ligada reduzido, levando a
uma reduo no consumo final.
26) Janelas da sala
A sala de refeies tem uma grande quantidade de janelas de madeira e vidro. O vidro utilizado
vidro simples, tendo este tipo de vidro um coeficiente de transmisso trmica elevado
(5.7W/m2.K) em comparao ao vidro duplo (2.87W/m2.K) [10], ou seja, as perdas existentes para
o exterior de calor no inverno e os ganhos de calor no vero podem ser reduzido em cerca de
50% e isto permitir reduzir a energia utilizada no aquecimento ou arrefecimento da sala.
No anexo 9 encontra-se um pequeno estudo das potenciais economias que esta mudana
poderia trazer na climati