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CENTRO DA CULTURA JUDAICA,SÃO PAULO ROBERTO LOEBCENTRO DA CULTURA JUDAICA,SÃO PAULO ROBERTO LOEB
ENTREVISTA: COM OS IRMÃOS CAMPANA
TECNOLOGIA & MATERIAIS: ARGAMASSA
INDUSTRIALIZADA
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INTERNACIONAL: PROPOSTA DE MARCIO KOGAN
PARA O LOS ANGELES CIVIC PARK
INTERIORES: COZINHAS PLANEJADAS
ANO 18 NO108
MARÇO 2003
R$ 12,50
108 março 2003
A arquitetura serve para nos mostrar
e lembrar quem somos
4 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
E D I T O R I A L
LIBERDADE E DIFERENÇA
”“
Um ano e meio após o atentado contra o WTC de Nova York, o mundo está longe
da paz. Arrefecida a animosidade contra o Talibã de Bin Laden, a Casa Branca
voltou-se contra o Iraque de Saddam Hussein, a quem acusa de produzir armas
químicas, biológicas e até nucleares. Enquanto isso, os nova-iorquinos elegeram o
projeto de Daniel Libeskind para ocupar o espaço deixado pelas torres abatidas. A
reconstrução do WTC de Nova York, desta vez ainda mais alto, ultrapassando os
500 m de altura, mostra o poder de renovação e de sobrevivência de uma cidade
cuja história está ligada ao recebimento de imigrantes de todos credos e etnias. O
próprio Libeskind é um desses imigrantes: chegou a Nova York ainda adolescente,
vindo da Polônia e, como milhões antes e depois dele, se impressionou com a vista
da estátua da Liberdade à frente do skyline da cidade. Seria uma pena se essa
promessa de liberdade se perdesse. Afinal, a convivência harmoniosa de diferentes
culturas não só é desejável como possível. A própria Nova York é uma prova disso.
Assim como São Paulo, cidade que concentra algumas das maiores colônias de imi-
grantes do mundo, caso da japonesa. Nesta edição, trazemos em detalhe mais um
marco dessa diversidade cultural paulistana. O Centro da Cultura Judaica,
projeto de Roberto Loeb, se destaca na paisagem da cidade na forma de uma
grande Torah aberta para a leitura de todos, sem preconceitos, livre e feliz.
SIMONE CAPOZZI EDITORA
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MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 15
Inaugurado em 1896, o Edifício Mackenzieé uma edificação de três andaresconstruída com alvenaria autoportante detijolos sem revestimento. Erguido paraabrigar a Escola de Engenharia daUniversidade Presbiteriana Mackenzie,assumiu outras funções e passou pormuitas intervenções. A mais recente tratade transformá-lo no Centro Histórico dainstituição. Solicitado pela supervisora doCentro Histórico, Andréa F. Considera, o projeto foi desenvolvido pela Companhiade Restauro e prevê espaços paraexposições, auditório, salão nobre, além decafé e loja, tudo aberto ao público. Noterceiro andar será instalada uma área dereserva técnica, com laboratório deconservação e sala de pesquisa. A execuçãodas obras coube à Fazer Construções &Engenharia, que fez algumas descobertasinteressantes: as paredes das salas de aulada antiga Escola de Engenharia eramcobertas de lousas, inclusive nos espaços
HISTÓRIAS RESTAURADAS NO MACKENZIEentre as janelas. Já os forros estavamrecheados de mapas, jornais e até cartasdos reitores da época, colocados ali comoisolante acústico. Todo esse material estásendo arquivado e deve fazer parte daexposição permanente do Centro Histórico.A obra conta com o gerenciamento dosengenheiros Francisco Saes, Mauro Toguchie Cláudio Antônio Silva, todos doDepartamento de Projetos e Obras doMackenzie. É possível agendar visitasmonitoradas pelo telefone (11) 3236-8661.
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O nome do designer holandês PaulMijksenaar já está confirmado para 5a BIA– Bienal Internacional de Arquitetura eDesign de São Paulo, que será realizadade 14 de setembro a 2 de novembro.Titular da equipe responsável, entreoutros trabalhos, pelas sinalizações dosaeroportos de Schiphol, em Amsterdã eJFK, La Guardia e Newark, em Nova York,Mijksenaar fará parte da mostra especialinternacional. O holandês também deveparticipar do fórum de debates sobre o
DESIGNER HOLANDÊS NA 5a BIAsentido e as tarefas do design. Emboranão tenha definido o que vai expor,Mijksenaar diz que irá escolher, entre seustrabalhos mais recentes realizados emNova York e na Holanda, "aqueles quepossam trazer algumas alternativas pararesolver o problema de transportes naAmérica do Sul". Segundo a curadora dedesign da 5a BIA, Ethel Leon, o segmentoterá um espaço autônomo na mostra eseguirá critérios temáticos relacionadoscom o tema geral, que é a Metrópole.
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16 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
ESTUDANTESPERNAMBUCANOSGANHAM MENÇÃO EMCONCURSOINTERNACIONAL Um grupo de estudantes de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco(UFPe) foi o único representante da América Latina premiado no concursointernacional Ephemeral Structures in theCity of Athens, promovido pelo Ministérioda Cultura da Grécia e pela UIA. O concurso propunha a criação deestruturas efêmeras para as chamadasOlimpíadas Culturais de Atenas, queprecedem os jogos de 2004. Soborientação do professor Paulo Raposo
Andrade, o grupo formado por LaísPimentel, Diogo Diaz, Pedro Lira e RobsonCanuto da Silva recebeu menção honrosana categoria estudantil e faturou 1.200euros. Os competidores podiam optar porcinco temas diferentes. Os brasileirosescolheram “City Leisure ActivitiesGenerators” (geradores de atividades delazer), que propunha uma reflexão sobre o lazer nas cidades. A equipe idealizou umlabirinto virtual, constituído por umaplataforma com projetores de luzinstalados em canaletas – os únicoselementos físicos da proposta. Os projetores formam paredes de luz ondeseriam projetados vídeos de manifestaçõesculturais de diversas partes do mundo, viainternet e em constante mudança. As projeções seriam acompanhadas deáudio. Todos os projetos premiados estãoem exposição em Atenas e em abrildevem seguir para o Royal Institute ofBritish Architects (RIBA), em Londres, ondeserá publicado um livro sobre o concurso.Os vencedores nas diversas categorias,num total de 54 premiados, podem serconhecidos no site www.cultural-olympiad.gr/ephemeralcompetition. Foramapresentados 470 trabalhos de 54 países.Os estudantes brasileiros buscampatrocínio para participar da cerimônia depremiação, no final de abril. Contatos pelotelefone (81) 8808-3495 ou pelo e-mail:[email protected].
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MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 17
Quando Oscar Niemeyer projetou o Parquedo Ibirapuera, em São Paulo, há 52 anos,previu um auditório para música que sóagora será erguido. A implantação doedifício, que tem capacidade de 921lugares, também irá completar o portalprincipal do parque. Jair Valera, doescritório Ana Niemeyer Arquitetura e Consultoria, colaborador de Niemeyerneste projeto ao lado de Ana ElisaNiemeyer, Hélio Penteado e Hélio Pasta, diz
IBIRAPUERA GANHA NOVA OBRA DE NIEMEYERque o desenho original precisou dealgumas alterações e foi modernizado. O prédio irá compor um grande triângulobranco com pé-direito irregular, que vai dezero a 23 m de altura. Além do formatoinusitado, chama a atenção a versatilidadedo auditório. Com 40 m de boca e 7 m deprofundidade, o palco contará com umaenorme porta de aço ao fundo que,quando aberta, permitirá a realização deapresentações ao ar livre. O projeto prevê
ainda um centro de convenções, camarins e estrutura de apoio ao palco no subsolo,além de foyer e bar no térreo. Estimada em12 milhões de reais, a obra conta comfinanciamento da operadora de telefoniamóvel TIM Brasil, por intermédio do projetoTIM Música sem Fronteiras, em parceriacom a Secretaria Municipal do Verde e doMeio Ambiente e o apoio da Prefeitura deSão Paulo. A pedra fundamental foilançada dia 24 de fevereiro e a previsão é que o auditório seja entregue noaniversário de 450 anos de São Paulo, em 25 de janeiro de 2004.
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Parque renovado no litoral fluminense
O projeto paisagístico do Parque Públicoda cidade de Quissamã, no Rio deJaneiro, é assinado pelo arquiteto-paisagista Eduardo Barra (fone 21 2556-4466). Situada na Bacia de Campos,entre Cabo Frio e Macaé, Quissamã tempotencial de crescimento turístico graçasàs praias e ao único parque de restingasdo Brasil. A prefeitura e a Secretaria dePlanejamento e Urbanismo coordenam a implantação do Parque Público numaárea de 150 mil m², que deverá contarcom equipamentos para práticasesportivas como um campo de futebol detamanho oficial, quadras poliesportivas e pista de skate, entre outros. O projetoprevê também a criação de uma enseadapara a prática de esportes a vela. O terreno destinado ao Parque contémainda a sede da antiga fazenda do Barãode Araruama, de 1826, que foipreservada pela Secretaria de Culturapara a implantação do Centro deMemória de Quissamã. De acordo com o projeto, serão preservados o baobágigante e a fileira de palmeiras imperiais,cada uma com 40 m de altura, existente
em frente à casa. A área em torno dafazenda ainda irá receber um pomar.Eduardo Barra conta que em outra partedo terreno há uma plantação deeucaliptos cuja madeira servia de lenhana época áurea da usina de cana-de-açúcar na cidade. Segundo Barra, comoo eucalipto é uma árvore exótica,pensou em substituí-la por espéciesnativas. "Mas essas árvores fazemsombra para boa parte do parque, e nãopodíamos abrir mão dela, visto queárvores novas demoram muito paraatingir porte para sombreamento", diz.Assim, será criado um plano de manejoque, aos poucos, substituirá o eucaliptopor espécies como o ipê, palmeiras
e outras com características de restingae mata atlântica. "Dessa forma, vamosrecuperar espécies que foramdesmatadas há mais de 200 anos, alémde atrair a fauna novamente", explica o arquiteto. O Horto Municipal terá a responsabilidade de produzir as mudasde plantas nativas que serão utilizadasneste e em outros projetos. A área já foicercada e a previsão é que o parqueesteja completo até o final de 2004.Além do paisagismo de Eduardo Barra,o parque tem projeto arquitetônico feitoem parceria com Luiz Cláudio Franco, daMayerhofer & Toledo Arquitetura (fone21 509-7121 e 232-5970, [email protected]).
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Novo jardim para a AssembléiaLegislativa de São Paulo
A paisagista Carla Oldemburg, doescritório Verdi Paisagismo (fone 71 623-1163), de Salvador, é a responsável peloestudo para renovação do paisagismo daárea externa da Assembléia Legislativa deSão Paulo. Atendendo a um convite doentão presidente da casa, o deputadoWalter Feldman, Carla pesquisou a história da instituição, a arquitetura e as necessidades do local. "Escolhiespécies que exigem baixa manutenção e não precisam de regas constantes,como dracenas, três tipos de agaves,fórmio, espada e lança de São Jorge",conta. Carla diz que estas são plantas depreço mais baixo, resistentes ao sol e com grande apelo visual. A paisagistaoptou por um estilo que remete aojardim japonês, que favorece a contemplação e a tranqüilidade, mascomposto por plantas tropicais."Precisava de um projeto inovador, comformas e volumes arredondados,contrastando com a rigidez das linhasretas do edifício", diz Carla, "ao mesmotempo, queria que a população tivesseacesso ao jardim e se sentisse motivada a visitá-lo", completa. Por isso, a paisagista optou por criar um museu a céu aberto, com peças do acervo daprópria Assembléia e de vários artistasconvidados. Este espaço de exposiçõesestará mais próximo ao estacionamento e terá caminhos com formas orgânicas e acesso para deficientes físicos. O jardimtem 20 mil m² e a maquete da propostaesteve em exposição no hall daAssembléia durante o mês de janeiro.Segundo a paisagista, o processo delicitação e aprovação do projeto ocorrerádurante este ano.
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*Veja endereços no final da revista
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MOSAICO DE VIDROComercializada pela Colortil, a linha Vetromosaico tembordas arredondadas e bisotadas. Impermeável e resistente a produtosquímicos é encontrada emcores, padrões e tamanhosvariados.MO 52511
LUZ E SOMBRAA Dominici reeditou a Clouds,do início dos anos 70. Comcorpo de alumínio curvo e difusor interno de acrílicoleitoso, a luminária existe nasversões mesa e teto. MO 52500
MOBILIÁRIOTRANSPARENTEA poltrona Slalow, daArredamento, foi desenhadapor Guinter Parschalk. Seuencosto em acrílico tem formade concha e o assento é estofado. Ideal pararesidências, hotéis e escritórios.MO 52510
ECONOMIA DEESPAÇOA Eikon levou a tecnologia dearquivos deslizantes paraclosets e despensas. Comprateleiras vazadas e váriasopções de acabamento, os armários são flexíveis,permitem expansão e modularidade.MO 52501
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 25
aU R E S P O N D E escreva para: [email protected]
Pode-se dizer que Palmas começou com
o próprio Estado do Tocantins, em 5 de
outubro de 1988, quando houve
o desmembramento do Estado de Goiás. Já
em janeiro do ano seguinte, foi iniciado
o estudo de viabilidade para a construção de
uma nova cidade. O sítio escolhido, de 38,4
mil hectares, ficava entre a margem direita
do rio Tocantins e a Serra do Lajeado. Apesar
de a pedra fundamental de construção da
cidade ter sido lançada em 20 de maio de
1989, data oficial de sua fundação, apenas em
5 de outubro de 1989 foi promulgada
a Constituição Estadual definindo Palmas
como a capital do Estado do Tocantins.
O projeto foi encarregado ao escritório de
arquitetura goiano Grupo Quatro. À frente
de uma equipe de seis arquitetos, Luiz
Fernando Cruvinel Teixeira e Walfredo
Antunes Oliveira debruçaram-se sobre
o projeto urbanístico. O sítio urbano sugeria
uma planta linear para a cidade. O rio, o lago
artificial e a serra garantiam um bom
REVESTI O PISO DE MINHA CASA COM PAVIFLEX PCL CHROMA DE 2 MM, REFERÊNCIA
628 CARMOZZA. OCORRE QUE O MATERIAL COMEÇOU A SE DESTACAR, A PARTIR DAS
QUINAS. NÃO SEI SE FOI PROBLEMA NO SUBSTRATO OU NA COLA UTILIZADA
(ADESIVO ESPECIAL PARA PAVIFLOOR). GOSTARIA DE SABER O QUE PODE TER
ACONTECIDO E COMO AGIR NESSES CASOS. Rossana Grassi, por e-mail
Segundo Sandra Uliana, supervisora do
departamento técnico da Fademac, em geral,
problemas de descolamento se devem a falhas
na aplicação do revestimento. Algumas das
causas mais comuns, de acordo com Sandra,
são a presença de umidade ou de gesso no
contrapiso. Ela explica que o gesso tem baixa
resistência química e reage com a preparação
de PVA, uma mistura de cola branca, cimento
e água usada para preparar a superfície para
receber o adesivo e o piso. Outra possibilidade
é que o aplicador tenha excedido o tempo de
tack do adesivo, situação em que as placas não
aderem de forma adequada. Assim, o primeiro
passo é procurar a empresa que fez
a colocação do piso e checar se o serviço foi
feito conforme as orientações da Fademac.
O departamento técnico da empresa lembra
que seus pisos têm cinco anos de garantia
quanto a defeito de fabricação e, caso você
queira solicitar uma vistoria, basta entrar em
contato pelo telefone de atendimento técnico
0800 119122, pela secretária eletrônica/fax
(11) 3047-7266 ou pelo e-mail
[email protected]. A Fademac
compromete-se a realizar a vistoria em no
máximo cinco dias úteis, a contar da data de
solicitação. A substituição do produto, caso
seja constatado algum defeito, acontece em
12 dias úteis.
SOU ESTUDANTE DE ARQUITETURA E URBANISMO E ESTOU DESENVOLVENDO UM
TRABALHO SOBRE A CONSTRUÇÃO E PLANEJAMENTO DE PALMAS. GOSTARIA DE
RECEBER MAIS INFORMAÇÕES A RESPEITO DESSE PROJETO. Karine Rita Vizicato, por e-mail
enquadramento urbanístico e paisagístico.
O eixo da rodovia estadual TO-050 foi
deslocado para leste, servindo de referência
ao traçado viário. Uma via-parque com
amplas áreas verdes foi projetada junto ao
futuro lago. Entre a rodovia e a via-parque
foi projetada a avenida Joaquim Teotônio
Segurado, a principal da cidade, cortada pela
avenida Juscelino Kubitschek. No
cruzamento destas grandes avenidas foram
implantados os principais edifícios públicos
do governo estadual e a Praça dos Girassóis.
A equipe de arquitetos optou por uma malha
viária ortogonal, por ser mais econômica
e de fácil implantação. A quadra padrão tem
cerca de 700 m x 700 m e pode abrigar uma
população de até 12 mil habitantes. O plano
urbanístico procurou evitar a excessiva
separação das funções urbanas. A previsão
do Plano Diretor para a marcha de
urbanização era de uma expansão
controlada. Mas a estratégia de implantação
por etapas, a partir do núcleo central, foi
desfeita pelo mercado imobiliário. Os preços
determinaram maior demanda por moradias
nas áreas periféricas, nos bairros satélites.
Como resultado, a cidade cresceu além do
plano básico, enquanto a expansão das redes
de serviços não acompanhou o ritmo da
dispersão urbana, fazendo crescer também
os custos de sua manutenção. Segundo dados
do IBGE, em 2000, a população de Palmas
era de 137.355 pessoas.
FFoonnttee::
Arquiteto Luiz Fernando Cruvinel Teixeira
(tel. 62 281-7100, e-mail
[email protected]) e documento
oficial do Instituto de Planejamento Urbano
de Palmas, que serviu de base de análise para
a revisão do Plano Diretor.
PPaarraa ssaabbeerr mmaaiiss::
www.cidadedoconhecimento.campusvirtual.br/
info_palmas.php
www.palmas.to.gov.br/ipup.shtm
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ação
OLIVEIRA JR. ,GLAUCO BRITO E MANOEL FARIAS JOÃO PESSOA, PB 2000/2001
C A S A
30 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
Antenados no mundo, mas com os
pés fincados na realidade, Oli-
veira Jr., Glauco Brito e Manoel
Farias pertencem a uma geração
de arquitetos paraibanos forma-
da nos anos 90,cuja produção começa a ser reve-
lada pela mídia. O projeto dessa casa, no con-
domínio Parque Verde, em João Pessoa, premia-
do pelo IAB-Paraíba em 2002, exemplifica essa
nova safra de trabalhos, cuja linguagem chega
impregnada por lições de mestres ou antigos
professores como Álvaro Siza, Mario Botta,
Acácio Gil Borsoi e Amaro Muniz.
Os arquitetos exercem uma linguagem livre
de excessos, porém inventiva e, acima de tudo,
adequada às condições climáticas e circuns-
tâncias culturais regionais. Assim, reúne cara-
cterísticas de uma arquitetura contem-
porânea, que expressa a modernidade da
região com simplicidade, objetividade e
extrema sensibilidade ao meio ambiente. Tudo
isso sem fugir do sistema construtivo conven-
cional: alvenaria e concreto.
SIMPLES E UNIVERSALCOM ELEMENTOS SIMPLES, MUITA CRIATIVIDADE E NENHUMA PRETENSÃO, ESSA OBRA É UM EXEMPLO
DA BOA ARQUITETURA PRATICADA POR JOVENS ARQUITETOS BRASILEIROS QUE SOUBERAM APROVEITAR
AS LIÇÕES DOS GRANDES MESTRES E FORAM CAPAZES DE IMPRIMIR NOVAS INTERPRETAÇÕES ÀS SUAS IDÉIAS
POR JOSÉ WOLF FOTOS CÁCIO MURILO
Implantado em um condomínio horizontal,
o projeto obedeceu às peculiaridades físicas
que o lote de 463 m² apresentava.A área lateral,
remanescente de um lote não-urbanizado, foi
conservada a pedido do cliente, um engenheiro
agrônomo, e funciona como bosque para agre-
gar valor paisagístico ao projeto.
O partido arquitetônico dividiu a residên-
cia de 288 m² em dois volumes distintos. Um
deles é formado pela "massa sólida" que abri-
ga as suítes, no pavimento superior, e o setor
de serviços e o escritório no térreo. A grande
parede curva disposta na fachada frontal toma
toda a altura da edificação e protege essa
porção da casa.
Em contraponto, o segundo volume pode
ser descrito como uma casca que envolve a ala
social e a parte do mezanino sobre o quarto de
hóspedes. Na fachada, o painel de vidro e as
venezianas móveis de madeira asseguram
transparência, possibilitando, além da venti-
lação cruzada, a contemplação do bosque.
Coberto, o terraço cria uma área de sombra
para o ambiente de estar e faz a conexão com
o bosque.
"O segredo do projeto", avalia Oliveira Jr.,
coordenador da equipe, "foi a síntese entre o
uso da tecnologia local com um desenho sim-
ples e universal".
FICHA TÉCNICAProjeto arquitetônico: OGM Arquitetos –Oliveira Jr., Glauco Brito e Manoel FariasColaborador: Ricardo Vidal (estagiário)Construção: mestre João Estrutura: Normando Perazzo e Adriano Maciel
0 5 mcorte longitudinal
LIVRE DE EXCESSOS, MAS
INVENTIVA, A LINGUAGEM
É ADEQUADA AO CLIMA
E À CULTURA DA REGIÃO *veja fornecedores e endereços no final da revista
A residência foi dividida em dois volumes, um opaco, onde os quartos e o escritório ficam protegidos pela grande parede curva, e outrotransparente, que concentra as áreas sociais da casa. A obra tem traços do modernismo, já influenciado pela arquitetura contemporânea
OLIVEIRA JR. ,GLAUCO BRITO E MANOEL FARIAS JOÃO PESSOA, PB 2000/2001
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térreo
superior
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O terraço coberto protege o living do sol e garante a vista para o pequeno bosque. Nos fundos, a separação entre os blocos é marcada pela cor: o amarelo é o volume"opaco", com serviços e quartos. O brancoabriga a ala social
0 5 m
1 banheiro2 closet3 suíte master4 banheiro5 suíte6 circulação7 oratório
1 terraço2 estar/jantar3 suíte hóspedes4 banheiro5 copa/cozinha6 serviço7 lavabo8 escritório
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0 5 m
0 5 m
corte transversal
implantação
Com pé-direito duplo, o living recebe farta iluminação naturalpelo painel de vidro. Na porção do pavimento térreo, a veneziana móvel de madeira proporciona privacidade e ventilação natural, enquanto mantém a transparência
ROBERTO LOEB SÃO PAULO/SP CENTRO DA CULTURA JUDAICA 2002
B R A S I L
PROJETO DE ROBERTO LOEB, O CENTRO DA CULTURA JUDAICA REFLETE A
DIVERSIDADE CULTURAL DE SÃO PAULO. OS TRAÇOS DE FORTE INFLUÊNCIA
DO MOVIMENTO MODERNO E A SINUOSIDADE TÍPICA DA PRODUÇÃO
BRASILEIRA DERAM FORMA AO EDIFÍCIO INSPIRADO NA TORAH, O LIVRO
SAGRADO DO JUDAÍSMO POR VÂNIA SILVA FOTOS MARCOS LIMA
DUAS CULTURAS UNIDAS NA
ARQUITETURA
O concreto aparente dá forma ao edifício cujas fachadas são protegidasda insolação pelo brise-soleil composto por vidros fumê. Loeb fezquestão de imprimir uma certa rusticidade à obra, nítida nos portões de ferro envelhecido e nas instalações deixadas à vista
36 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
ROBERTO LOEB SÃO PAULO/SP CENTRO DA CULTURA JUDAICA 2002
B R A S I L
UMA TORAH EDIFICADA EM
CONCRETO
Para Roberto Loeb, projetar o
Centro da Cultura Judaica, em
São Paulo, teve dois significa-
dos de singular valor. Além da
oportunidade de erigir um
marco arquitetônico na cidade, o arquiteto
enxergou a possibilidade de homenagear seus
antepassados. Com toda essa carga de emoção
e respeito, foi concebido o edifício composto
por duas torres cilíndricas de concreto sepa-
radas pela fachada sinuosa de 30 m de exten-
são, em uma clara referência ao pergaminho da
Torah, o livro sagrado dos judeus.
O edifício foi implantado em um terreno
público localizado na região de Pinheiros, em
São Paulo, cuja concessão era condicionada à
construção de um espaço ligado à cultura e
aberto a toda a população. Com inauguração
marcada para abril, o prédio irá abrigar a sede
própria da Casa de Cultura de Israel. "A enti-
dade depende de doações", explica Loeb, "por
isso, a obra levou quase oito anos para ficar
pronta, entre estudos preliminares, fundações
e construção."
As referências usadas por Loeb – a Torah e
as premissas do movimento moderno
brasileiro – colaboraram para envolver a
comunidade no sentido de apoiar, participar e
identificar-se com a obra. "Algumas pessoas
ficaram fascinadas com a idéia da Torah, outras
gostaram da sinuosidade", diz Loeb. O
arquiteto afirma, entretanto, que o partido é de
arquitetura contemporânea, livre de qualquer
forma de associação direta ou simbolismo.
"Na verdade, o prédio tem uma forma
geométrica livre, muito ligada à tradição da
arquitetura brasileira, em especial à de Oscar
Niemeyer e da Escola Paulista, com a qual me
identifico", esclarece o autor.
Embora Loeb tenha agarrado a oportu-
nidade de criar uma obra que marcasse a
cidade, sua atitude em relação ao entorno é bas-
tante ponderada. "O arquiteto tem uma posição
técnica, cultural, poética e de responsabilidade
social", declara. Loeb defende que não basta
para o arquiteto fazer uma obra correta: é pre-
ciso assumir sua responsabilidade com a
cidade, com a paisagem. "Nós influímos no
cenário urbano", diz, enfatizando sua postura
contrária ao uso pragmático da arquitetura,
sem nenhuma consideração com a paisagem.
Loeb conta que definiu um programa
básico, com teatro, auditório, salas de aula,
salão de exposições e administração. "O ter-
reno é muito interessante em termos visuais,
pois está no alto da região da Paulista, de onde
se enxerga boa parte da cidade", conta. Para
explorar essas visuais, Loeb definiu fachadas
de vidro nas duas faces do prédio.
A circulação do ar foi resolvida com a insta-
lação de vidro em tom fumê em um brise-soleil,
cuja estrutura está presa em um grande pergola-
do de concreto de forma curva. Esta estrutura
permite a entrada de luz, filtra a insolação, facili-
ta a circulação de ar e não impede a contem-
plação da paisagem. "A função do pergolado é
atuar como uma tela de proteção térmica e
visual, que impede a incidência direta do sol,
além de criar uma corrente de ar ascendente que
ventila constantemente a fachada", explica Loeb.
Além de estar muito próximo das obras do
metrô, a localização do terreno exigiu recuos
bastante restritivos. "Por isso, para conseguir
melhor aproveitamento do espaço, o prédio foi
implantado praticamente na diagonal", explica
Loeb. O arquiteto conta ainda que foi preciso
manter um talude interno por causa das escava-
ções. Esse talude, na verdade a parede de con-
tenção junto à avenida Dr.Arnaldo, foi revestido
com lâminas de arenito vermelho na porção
entre o piso térreo e o subsolo.Loeb diz que teria
ganho mais espaço se a escavação tivesse sido
feita na vertical, "mas a estrutura ficaria muito
cara e complicada", explica. O arquiteto conside-
ra a solução adotada bastante bem-sucedida do
ponto de vista estético, visto que proporcionou
uma paisagem rústica ao interior do prédio.
O Centro da Cultura Judaica tem, no pavi-
mento térreo, galeria de exposições, cafeteria e
auditório para 100 pessoas. Um andar inter-
mediário acomoda um salão de 270 m², área
de reuniões e mezanino. Nos outros dois pisos
funcionarão a administração e setor de cursos.
A cobertura recebeu a área de eventos e a co-
zinha experimental, ainda em fase de insta-
lação. Há ainda um subsolo. A circulação ver-
tical, escadas e elevadores foram dispostos nas
torres cilíndricas, que também concentram
toda a infra-estrutura técnica e os sanitários.
A
ROBERTO LOEB SÃO PAULO/SP CENTRO DA CULTURA JUDAICA 2002
B R A S I L
subsolo – nível 99.30
1 caixa d'água2 casa de máquinas3 vestiários4 manutenção
5 estacionamento6 depósito7 monta-carga e escada8 fan coil do ar-condicionado
09 hall10 depósito
1
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5
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9 10
térreo – nível 102.85
01 depósito02 rouparia03 camarim coletivo04 sala multiuso 05 palco
06 auditório07 banheiro08 bilheteria09 portaria10 foyer
11 depósito12 loja13 exposições14 serviço15 escada
16 espelho d'água17 escada metálica
e passarela 18 hall
1
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17
pavimento intermediário – nível 105.95
1 sala multimídia2 rouparia
3 camarim individual4 sala de segurança
1
2 3
3 4
praça – nível 109.05
1 anteparo2 banheiro3 balcão4 passarela
5 hall6 copa7 escada metálica
1
2
2
3
7
56
4
1o pavimento – exposições
1 banheiro2 exposições3 hall
4 copa5 detalhe B
1
1
2 2 3
4
5
2o pavimento – mezanino
1 casa de máquinas2 depósito
3 mezanino4 banheiro para deficientes
0 10 m
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0 10 m0 10 m
0 10 m
9
1
2
3
4
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 39
O prédio é todo em concreto aparente,
assim como o pergolado que sustenta o brise
da fachada. O brise-soleil e as escadas externas
e passarelas são de estrutura metálica. O vidro
também marca presença nas aberturas que
permitem entrada de luz natural e nos painéis
da fachada. O revestimento de piso é epóxi
autonivelante cinza no andar térreo e branco
nos demais pavimentos. Os pisos das áreas
externas receberam mosaico português bege-
escuro. O auditório é uma caixa envolta em
madeira avermelhada. Portas e portões de
ferro foram envelhecidos por processo quími-
co. O escritório de Loeb fez questão de deixar
o edifício com aspecto rústico e algumas
instalações aparentes, principalmente no
primeiro piso, onde estão a cafeteria e a galeria
de exposições.
FICHA TÉCNICACliente: Casa de Cultura de IsraelProjeto arquitetônico e de interiores: Roberto Loeb e AssociadosColaboradores: Nicola Pugliese, Rodrigo M. Loeb, Mauro Magliozzi, Luís Capote, FranciscoCassimiro, Carlos Eduardo Machado, Maria Fernanda NogueiraGerenciamento administrativo: Construtora Charles CamburExecução das obras: Método Engenharia
*Veja fornecedores e endereços no final da revista
0 10 m1 detalhe A2 saída de ar3 brise4 entrada de ar
detalhe B
ESQUEMA DE VENTILAÇÃO
detalhe A
ESQUEMA DE CIRCULAÇÃO DO AR NA FACHADA
corte
1
2
3
4
0 10 m
MARCIO KOGAN LOS ANGELES CIVIC PARK LOS ANGELES, USA 2002
I N T E R N A C I O N A L
Oterreno retangular em frente à
prefeitura de Los Angeles, costa
oeste dos Estados Unidos,
inspirou o arquiteto Marcio
Kogan a criar um parque com
estrutura de equipamentos e serviços bastante
inovadora, uma transformação do conceito
tradicional de praça pública. Chamado pelo
autor de Mutant Carpet (ou tapete mutante,
em português), o projeto foi desenvolvido
para um concurso de idéias promovido pela
prefeitura da cidade com o objetivo de
implantar o Los Angeles Civic Park. Entre
maio e julho deste ano, os projetos partici-
pantes do concurso devem ficar em exposição
na cidade. Os melhores serão selecionados e
farão parte de um livro.
A área disponível para o parque tem cerca
de 14.700 m². A proposta de Kogan prevê a
PARQUE MULTITEMÁTICO MARCIO KOGAN E EQUIPE INOVAM A CONCEPÇÃO DE PARQUES NESTA PROPOSTA EM QUE OS EQUIPAMENTOS
LITERALMENTE BROTAM DO CHÃO. O PROJETO PARTICIPA DE UM CONCURSO PROMOVIDO PELA PREFEITURA DA
CIDADE PARA A REVITALIZAÇÃO DE UM ESPAÇO EM LOS ANGELES, NA CALIFÓRNIA POR VÂNIA SILVA
instalação de pista de skate, tela para projeção
de filmes, palco para shows e torres de luz,
além das tradicionais cestas de basquete. Para
evitar que esses equipamentos ficassem mal
dimensionados sobre o terreno, a equipe de
Kogan optou por embuti-los no subsolo.
Elevadores hidráulicos os fariam emergir à
superfície sempre que necessário. Dessa for-
ma, o Los Angeles Civic Park teria a capaci-
dade de assumir diversas configurações, adap-
tando-se às necessidades do momento – daí o
título Mutant Carpet.
Kogan explica que o parque deve ser
inserido em um quarteirão inteiro, localizado
na região central da cidade. Segundo a con-
cepção do arquiteto, o espaço teria uma área
de piso de pedra com um deck de madeira no
centro. "Fileiras de bancos e árvores seriam
colocadas nas duas extremidades do piso de
pedra", descreve, "e os bancos estariam apoia-
dos em trilhos e poderiam mover-se, configu-
rando um espaço lúdico, aproximando ou afas-
tando os assentos conforme a vontade dos fre-
qüentadores, que poderiam colocá-los no sol
ou na sombra", explica.
Mas foi no deck de madeira, o verdadeiro
"tapete mutante",que os arquitetos concentraram
todos os outros equipamentos. Kogan conta que
este espaço foi pensado para receber torres de ilu-
minação,tela de cinema,palco,pista de skate com
topografia artificial,cestas de basquete,parede de
Imag
ens:
Mar
cio
Ko
gan
PARA ATRAIR A POPULAÇÃO
EM TODA SUA DIVERSIDADE,
A IDÉIA FOI CRIAR UM
PARQUE FLEXÍVEL, MUTANTE
escalada, boxes para jogos de mesa e área de
fontes. "São elementos móveis trazidos à superfí-
cie por elevadores hidráulicos, guinchos e braços
mecânicos", explica o arquiteto.
A proposta apresentada pela equipe de
Kogan aproveitou também o espaço de aproxi-
madamente 5.700 m² do subsolo. Além de
guardar os boxes dos equipamentos, esse pavi-
mento iria acomodar um lounge com pista de
dança para eventos noturnos, como exposições
de arte, festas, recepções e lançamentos. O local
também seria equipado com sanitários públicos
e áreas técnicas. "As peças móveis ficariam
O palco, assim como a tela de cinema, os boxes para jogos de mesa e até as torres de luz,"brotam" do deck de madeira disposto no centro do parque – o mutant carpet. Os equipamentos seriam trazidos à tona por elevadores hidráulicos, guinchos e braços mecânicos
MARCIO KOGAN LOS ANGELES CIVIC PARK LOS ANGELES, USA 2002
I N T E R N A C I O N A L
42 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 43
O deck, ou mutant carpet, é contornado por um pavimento de pedra. Em cada margem, as fileiras de árvores fazem sombra para os bancos que, entretanto, podem ser colocados ao sol, aproximados ou afastados porque seriam instalados sobre trilhos
Mar
cio
Ko
gan
MARCIO KOGAN LOS ANGELES CIVIC PARK LOS ANGELES, USA 2002
I N T E R N A C I O N A L
44 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
expostas nesse espaço dentro das próprias
caixas de vidro onde ficam recolhidas", diz.
A equipe justifica a inovação dizendo que
não queria que existisse um modelo único de
parque. "O projeto merecia um espaço de uso
múltiplo", defende Marcio Kogan, "que num
momento pode ser convencional e, em outro,
completamente lúdico", diz.
O ponto principal da abordagem é fazer
com que o parque jamais esteja vazio. Por isso,
precisa estar preparado para atender a públi-
cos variados e deve funcionar por 24 horas. Na
opinião de Kogan, a própria prefeitura de Los
Angeles poderia estimular a utilização dos
equipamentos, organizando campeonatos de
skate e promovendo exibições de filmes e
shows, enquanto no subsolo acontecem even-
tos e festas. "Nossa idéia foi criar um parque
mutante, que tenha mais a oferecer do que
apenas contemplação, mas que seja capaz de
acolher a população como qualquer outro",
diz Kogan.
cortes AA cortes BB
As plantas abaixo mostram as diferentes configurações que o parque pode assumir de acordo com os equipamentos em utilização
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 45
Mar
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Ko
gan
0 10 m
1 tela de cinema2 apoio/camarins3 torres guindastes4 topografia artificial/lounge5 torres técnicas/projeção6 basquete7 parede de escalada8 recepção9 escada
10 elevadores11 torres de iluminação12 sanitários públicos13 boxes de jogos14 bar15 cozinha16 área técnica
1 tela de cinema2 palco3 torres guindastes4 topografia artificial da pista de skate5 torres técnicas/projeção6 basquete7 parede de escalada8 área de fontes9 escada
10 elevadores11 torres de iluminação12 bancos móveis13 boxes de jogos
1 2
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3
6
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3
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térreo
subsolo
12 16
0 10 m
A proposta de Kogan é atrair todo tipo de público existente em uma cidade como Los Angeles.Daí a idéia de colocar parede de escalada e pista de skate no espaço que, em outro momento,pode acomodar boxes para jogos de mesa ou ainda uma área livre, para contemplação
Imag
ens:
Mar
cio
Ko
gan
No entorno do futuro Los Angeles Civic
Park ficam o prédio da prefeitura, as insta-
lações do jornal Los Angeles Times e diversos
edifícios comerciais e de escritórios. Segundo
o edital do concurso, os projetos apresentados
deveriam levar em conta a necessidade de
revitalização da área e colaborar para o au-
mento de espaços públicos na cidade.
Na proposta de Kogan, a população teria a
oportunidade de sugerir os usos para o local via
internet, criando um cronograma de atividades
variadas. "Dessa forma, o parque poderia
assumir desde uma configuração convencional,
apenas com bancos para descanso, até uma for-
mação que permita a realização de grandes
eventos musicais ou esportivos", imagina.
FICHA TÉCNICAProjeto arquitetônico: Marcio Kogan, comBruno Gomes, Diana Radomysler, RenataFurlanetto, Samanta CafardoEquipe: Gisela Zilberman, Oswaldo Pessano,Paula Moraes, Suzana Glogowski
F ILME DE APRESENTAÇÃODO PROJETOTrilha sonora: Gabriel Kogan3D: Oswaldo PessanoFilme: Bruno Gomes, Diogo Esperante
LEIA MAISwww.lahub.net/competition.htm
A proposta também reflete o caráter
cosmopolita e irreverente da cidade
californiana. Para exemplificar os usos
dos equipamentos, a equipe de Marcio
Kogan criou personagens que seriam
possíveis freqüentadores dos diversos
programas. Esse recurso, apresentado
em vídeo, permitiu melhor
compreensão do projeto. Assim, entre
os oito personagens está o turista
japonês Jun Nogushi, de 23 anos, que
procura shows ao ar livre e encontra no
parque um festival regional montado
no palco. Já o estudante Steven Lopez,
de 17 anos, diverte-se na pista de skate,
participando de um campeonato
amador. O sem-teto Samuel, de 68 anos,
busca os boxes com mesas de jogos,
bancos móveis e banheiros públicos,
enquanto a performer Evita, de 39
anos, quer estar em festas organizadas
no espaço do subsolo.
As tribos de Los Angeles
Além de guardar os equipamentos que não estão em uso, o espaço de 5.700 m² do subsolotambém seria aproveitado para a instalação de um lounge com pista de dança onde seriampromovidos eventos noturnos. Assim, o parque jamais estaria vazio ou ocioso
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 47
O VERDE CUMPRE UM PAPEL
DE GRANDE IMPORTÂNCIA
NA RECUPERAÇÃO DO
ANTIGO SOBRADO, ALÉM
DE CONTRIBUIR PARA
A COMPOSIÇÃO DE UM
AMBIENTE DE TRABALHO
ONDE A CRIATIVIDADE DOS
PROFISSIONAIS É MUITO
ESTIMULADA. TUDO ISSO
COM ECONOMIA
ENRIQUE BROWNE SANTIAGO DO CHILE ESCRITÓRIO DE ARQUITETURA 1995/1997
I N T E R N A C I O N A L
48 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
RENOVAÇÃO RADICALSOLUÇÕES INTELIGENTES E GRANDE SIMPLICIDADE TRANSFORMAM O SOBRADO EM UM MODERNO ESCRITÓRIO DE
ARQUITETURA EM QUE SE DESTACA A PRESENÇA DO VERDE POR VÂNIA SILVA FOTOS GUY WENBORNE E ENRIQUE BROWNE
0 5 m
Embora localizado em um endereço
importante da capital chilena, na
esquina da rua Los Conquistadores
com El Gobernador, o sobrado era
uma modesta residência, bastante
prejudicada pelo tempo, que permaneceu
desocupada. Para transformá-la em seu
escritório, o arquiteto Enrique Browne pre-
cisou reformar e ampliar a casa, acrescentan-
do 142 m² aos 139 m² originais. O processo
levou dois anos para ser concluído, mas o
resultado surpreendeu em termos de
aproveitamento de espaços e busca por
soluções simples e eficientes.
O acesso principal para o escritório
acontece pela fachada sudoeste da edifi-
cação original, voltada para a rua El
Gobernador. A ampliação foi construída na
fachada oposta à da entrada principal – por-
tanto, voltada para o nordeste – e tem dois
pavimentos. No mais baixo, há um estúdio,
um depósito e um pátio semicoberto. O
segundo pavimento acomoda outro estúdio.
A comunicação entre esses dois pisos, e
entre eles e a casa é toda feita por uma
rampa, elemento de articulação do projeto.
Os ambientes do antigo sobrado também
foram totalmente alterados para assumir a
nova função. Apenas os banheiros e a cozinha
foram preservados. No térreo, foram instala-
dos a recepção, uma sala de reunião e mais um
estúdio. Um amplo escritório privativo e dois
banheiros ocupam o piso superior.
Browne explica que a maior parte das
luminárias é embutida. Dessa forma, foi pos-
sível utilizar equipamentos mais baratos, que
possibilitam menor custo de manutenção,
como lâmpadas fluorescentes.
A partir da rua, entretanto, é praticamente
impossível dimensionar a intervenção realiza-
elevação sudoeste
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 49
Para unificar o bloco original e a ampliação, o arquiteto cercou a casa com um alambradocoberto de Primavera, trepadeira que garante folhagem e flores o ano todo. Abaixo, vistasda rampa que articula a ligação entre a edificação existente e a área acrescida
ENRIQUE BROWNE SANTIAGO DO CHILE ESCRITÓRIO DE ARQUITETURA 1995/1997
I N T E R N A C I O N A L
50 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
0 5 m
da pelo arquiteto. Com o propósito de unificar
o bloco original e a ampliação, definindo os
volumes do conjunto, Browne cercou o edifí-
cio com uma malha metálica branca, já total-
mente coberta por trepadeiras floridas, como
a Primavera (Buganvília spectabilis). Espécie
de crescimento rápido, a Buganvília forma
uma sebe repleta de folhas e flores durante a
primavera e o verão. Além de proteger a pro-
priedade, a sebe também melhora o isolamen-
to acústico e proporciona aos estúdios contato
com o verde.
Consagrado como um dos mais premia-
dos arquitetos da América Latina, Enrique
Browne destaca-se pela variedade de progra-
mas em projetos de casas, colégios, igrejas e
demais espaços públicos, além da atividade
em arquitetura de interiores. O escritório
Browne & Arquitectos Associados foi funda-
do em 1990 e, desde então, conta com cerca
de 18 profissionais. Dentre os prêmios rece-
bidos pelo escritório, estão o Primeiro Prêmio
na X Bienal de Arquitetura de Santiago do
Chile, em 1995, e o Prêmio Vitruvio, no ano
2000.
DADOS TÉCNICOSÁrea do terreno: 416 m²Área construída original: 139 m²Total da ampliação: 142 m²Área construída total: 281 m²Projeto e reforma: 1995 a 1997
F ICHA TÉCNICAArquitetura: Enrique Browne CovarrubiasArquitetos colaboradores: Mariano Chillier,Felipe Browne, Clara Guzman e Igor TorresIluminação: Enrique BrowneEstruturas: Engenheiro Rodrigo Mujica
corte CC
0 5 m
0 5 m
0 5 m
0 25 m
0 5 m
Na página ao lado, vista do pátio semidescoberto criado a partirda área ampliada. O jardim margeia um trecho da rampa de articulação e proporciona vista ao estúdio implantado no subsolo. As fotos no pé da página mostram o estado da casaantes e depois da intervenção
térreo
superior
subsolo
corte AA
implantação
1 estacionamento2 acesso3 recepção4 sala de reunião
5 estúdio6 vazio7 pátio
C
A
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7
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1 escritório2 circulação3 banheiro
1
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1 estúdio2 pátio3 depósito
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3
2
52 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
FERNANDO E HUMBERTO CAMPANA DESIGNERS SÃO PAULO
E N T R E V I S T A
Os irmãos Fernando e Hum-
berto Campana percorreram
um longo caminho que, neste
mês, completa 19 anos. Desde
o princípio, a persistência e a
fidelidade aos ideais em que acreditavam
atraíram muitas críticas – mas também
aclamação internacional. Estrelas do Salão
do Móvel de Milão, hoje, têm peças no
acervo do MoMA, em Nova York, e do Vitra
Design Museum de Paris e de Berlim. Seus
trabalhos são fabricados pela italiana Edra,
conhecida pelas peças de design radical.
Hoje, finalmente, aumenta o número de em-
presas nacionais que os procuram em busca
de idéias. Às vésperas de abrirem uma expo-
sição no Centro Cultural Banco do Brasil
(CCBB) de Brasília, onde devem expor no-
vas cadeiras, a dupla recebeu a reportagem
de AU.
aU É FÁCIL NOTAR QUE A PRODUÇÃO
DE VOCÊS CARREGA UMA GRANDE
PREOCUPAÇÃO COM A FORMA E OS
MATERIAIS, MAS COMO VOCÊS SOLU-
CIONAM A ERGONOMIA?
fernando Não dá para dissociar, não
fazemos esculturas. O trabalho é experi-
mental, mas tem de funcionar. Uma cadeira
DUAS CABEÇAS,MUITAS IDÉIASELES TÊM PEÇAS NO ACERVO DE IMPORTANTES MUSEUS INTERNACIONAIS, SÃO CONVIDADOS PARA PROFERIR
PALESTRAS EM VÁRIAS PARTES DO MUNDO, DEFENDEM COM UNHAS E DENTES O DIREITO DE EXPERIMENTAR –
E CONHECEM TODAS AS ETAPAS ENTRE O FRACASSO E A CONSAGRAÇÃO. SENHORAS E SENHORES: OS
IRMÃOS CAMPANA POR VÂNIA SILVA FOTO RUI MENDES
deve ser macia e confortável. É claro que não
dá para acertar 100% em tudo que pes-
quisamos. Estamos lançando idéias o tempo
todo, mas nem todas são decodificadas da
forma que deveriam. Mas quem quer
inventar precisa correr riscos, o que, às vezes,
faz você errar e ser criticado – mas também
pode trazer glória e consagração.
aU O QUE VOCÊS ESTÃO PESQUISAN-
DO ATUALMENTE?
humberto Estamos estudando novos tipos
de estofamento. Na verdade, essa pesquisa
começou com as poltronas Sushi. É um vasto
campo a ser explorado, principalmente
quanto ao conceito do material que, na
maioria das vezes, é só espuma. Estamos pre-
parando dez peças inéditas para a exposição
no CCBB, em Brasília, que deve ficar aberta
até o final de abril.
aU NO INÍCIO, VOCÊS ERAM RES-
PONSÁVEIS POR TUDO: CRIAÇÃO E
PRODUÇÃO DAS PEÇAS, DIVULGAÇÃO
DO TRABALHO, E ERAM SEUS PRÓ-
PRIOS EMPRESÁRIOS... COMO ESTÁ A
ROTINA AGORA?
humberto Procuramos eliminar muitas
coisas chatas, processos que não temos mais
paciência de fazer. Começamos a trilhar o
que sempre almejamos, que era ter um labo-
ratório de idéias, com uma equipe pequena
que toma conta da produção.
fernando Aqui na oficina queremos desen-
volver protótipos, peças-piloto e passar para
outros profissionais fazerem. Caso contrário,
faremos a vida inteira a cadeira de cordas e a
mesa de ralos, isso não é interessante...
aU O TRABALHO CONTINUA ARTE-
SANAL? COMO É HOJE A RELAÇÃO
COM A INDÚSTRIA?
humberto O artesanato está na nossa alma,
faz parte da criação, não podemos renegar
isso. Permite uma série de aprendizagens e
depura técnicas. Mas, em outro momento,
fazemos a cadeira Campana, da Arreda-
mento, que decorre do processo de conhe-
cimento dos materiais e técnicas industriais.
Também fizemos a estante Labirinto, com a
Tok & Stok, luminárias com a La Lampe... as
empresas brasileiras estão nos procurando...
aU O DESIGN BRASILEIRO ESTÁ EM
EVIDÊNCIA...
fernando O mundo está voltado para o
desenho, para a autoria de uma peça. E o
Brasil não está mais fora disso. Envolve
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 53
“QUEM QUER INVENTAR PRECISA CORRER
RISCOS, O QUE, ÀS VEZES, FAZ VOCÊ
ERRAR E SER CRITICADO – MAS TAMBÉM
PODE TRAZER GLÓRIA E CONSAGRAÇÃO“
A partir da esquerda: a linha de jóias desenvolvida com a H. Stern, aestante Labirinto, da Tok&Stok e a poltrona Curva da Arredamento
Foto
s: d
ivu
lgaç
ão
54 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
FERNANDO E HUMBERTO CAMPANA DESIGNERS SÃO PAULO
E N T R E V I S T A
preocupação com escassez de materiais,
tendências, moda. A indústria brasileira está
entrando em sintonia com essas necessida-
des e criará campo para novos designers.
aU VOCÊS TÊM, EM NÚMEROS, UMA
IDÉIA DE QUANTO PRODUZEM E
FATURAM POR ANO?
fernando Dá para manter o estúdio. Não é
tão estável porque num mês entra um
projeto e você ganha 20 mil reais, mas pode
não aparecer nada nos próximos dois meses.
Royalties não enchem barriga de ninguém,
nem aqui, nem no exterior. Quem faz eletro-
domésticos, como o Philippe Starck, con-
segue ganhar. O que hoje dá certo retorno é a
seqüência de workshops, palestras e projetos
especiais. Nosso contador ligou no final do
ano e disse que estamos para estourar o
limite de microempresa. Isso significa que
vendemos, até agora, 120 mil reais. Somando
com palestras, deve dar uns 200 mil por ano.
aU E OS ROYALTIES DE EMPRESAS
INTERNACIONAIS VARIAM ENTRE 3%
E 10% DO VALOR DO MATERIAL, E
NÃO DO VALOR FINAL...
fernando Aí eu fico bem chateado. É o valor
do tecido, do estofamento, da mão-de-obra.
Descontando ainda os impostos, você ganha
40 dólares, ou menos ainda, por uma cadeira
que custa 4 mil dólares. Os valores não
equivalem à projeção do nome. Isso lá fora.
Aqui, a gente ainda não tem idéia porque
acabaram de entrar em linha alguns
produtos como a cadeira da Arredamento e a
estante da Tok & Stok.
aU COMO É O PROCESSO CRIATIVO?
VOCÊS DESENHAM, MODELAM...?
humberto Não, tudo nasce do ato, da
observação. Muitas vezes, as idéias surgem
em viagens, passando pela rua – aí dá um
estalo. É um processo em que é preciso
experimentar, elaborar, fazer de três a quatro
peças para conseguirmos chegar ao resul-
tado desejado.
fernando O material (que será utilizado)
vem mais rápido. Por exemplo, isto (aponta
um dos ralos de plástico que compõem o
tampo da mesa do estúdio). O Humberto viu
numa loja de material de construção e teve a
LEIA MAISwww.vitra.comwww.moma.orgAU 105 – entrevista com Massimo Morozzi,diretor de arte de EdraAU 102 – cobertura do Salão do Móvel deMilão de 2002
idéia. Então, de certa forma, o ralo ditou o
que seria o projeto.
aU ENTÃO, O CAMPO DE PESQUISA
PARA VOCÊS É O COTIDIANO, A
CIDADE...
fernando Acontece que não buscamos só o
belo. O feio nos faz ver o que pode ser boni-
to. Vemos coisas tão feias, conflitantes, que,
às vezes, é engraçado, é novidade.
aU QUE MATERIAIS VOCÊS GOSTARIAM
DE TRABALHAR MAIS OU QUE AINDA
NÃO TIVERAM OPORTUNIDADE DE
MANIPULAR?
humberto O país tem muitos recursos em
fibra de coco, carnaúba e bambu, e que
podem ser encontrados em grande escala,
sem causar danos ao ambiente. Criamos a
série Mista, com fibras e plástico, mas ainda
vamos voltar a ela, com outro olhar,
queremos investigar mais.
aU COMO FOI O TRABALHO COM A
EQUIPE DE DESIGNERS DA JOALHERIA
H. STERN? NESSE CASO VOCÊS NÃO
DESENHARAM AS PEÇAS.
humberto Demos uma injeção de inves-
tigação, para que apurassem o olhar e desco-
brissem materiais. Fizemos workshops e, por
um ano e meio, fornecemos briefings de pe-
ças. Houve muito respeito por nosso traba-
lho e pelo nosso nome.
aU VOCÊS TEMEM A POSSIBILIDADE
DE, DAQUI A ALGUNS ANOS, SEU
TRABALHO PASSAR A SER CONSIDE-
RADO DATADO, FORA DE MODA?
humberto Já houve fases em que foi
considerado assim. Quando fizemos a
cadeira Vermelha, no início dos anos 90, as
pessoas desaprovavam e diziam "mas isto é
barroco!". Mesmo assim, insistimos com
nossas idéias. Um criador não deve ficar
correndo atrás de tendências. Deve olhar
tudo o que está em volta, mas tem que ser fiel
à idéia, depurar até encontrar a essência do
objeto.
fernando Acho que, de qualquer forma, e
isso não é pretensão, nós cumprimos uma
grande parte da nossa missão. Tivemos um
momento de consagração importante quan-
do o MoMA fez a primeira exposição de
design brasileiro com peças nossas – e temos
quatro peças no acervo deles. O Vitra tem
peça nossa no acervo. E datado tudo vai ficar
mesmo, assim como Bauhaus ficou, o Art
Deco, Art Nouveau, Memphis...
aU COMO VOCÊS GOSTARIAM DE SER
VISTOS DAQUI A DEZ ANOS?
humberto Queria estar fazendo jardins
com árvores. É algo que tenho muita von-
tade. A minha alma é muito inquieta, e a do
Fernando também. Então, creio que estarei
com o olhar atento ao que estará aconte-
cendo, vamos envelhecendo o corpo, mas
quero estar com a alma e a mente jovens.
fernando O conformismo dá medo.
Quando sinto que tudo está "normalzinho" é
porque está na hora de tomar um choque.
Quero ser visto de uma forma normal,
apenas com respeito por tudo o que foi feito.
UM CRIADOR NÃO DEVE
FICAR CORRENDO ATRÁS
DE TENDÊNCIAS. DEVE
OLHAR TUDO O QUE ESTÁ
EM VOLTA, MAS TEM QUE
SER FIEL À IDÉIA,
DEPURAR ATÉ ENCONTRAR
A ESSÊNCIA DO OBJETO
“
“
JANEIRO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 55
ABRAHÃO VELVU SANOVICZ BRASIL 1933 - 1999
A EPIFANIA DE ABRAHÃO:
VIVER PELO DESENHO
ARQUITETO POR VOCAÇÃO, DESIGNER, PINTOR, GRAVADOR, PROFESSOR, MILITANTE
DO IAB, CIDADÃO. ABRAHÃO SANOVICZ, OU SIMPLESMENTE "CHINA", NÃO JOGOU
A HISTÓRIA PELA JANELA. MULTIDISCIPLINAR E CONTEMPORÂNEO, DESENHOU
A TRAJETÓRIA PROFISSIONAL NUMA SAGA DE PESQUISA, DESCOBERTA E LUTA PELA
DIGNIDADE DA PROFISSÃO, DA QUALIDADE DO ENSINO E DO ESPAÇO CONSTRUÍDO
POR JOSÉ WOLF
D O C U M E N T O
56 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
Abrahão Sanovicz, na opinião do
amigo Vittorio Corinaldi, "se
coloca na primeira linha dos
arquitetos paulistas da geração
que absorveu os ensinamentos
de Artigas". Para Corinaldi, a produção de
Sanovicz é exemplar entre os discípulos do
grande mestre: "a severa clareza planimétrica, o
equilibrado uso de geometrias, cores e texturas,
a inteligente aplicação de um design lógico em
cada detalhe da obra, a coerência estrutural e
cultural – um arquiteto autêntico, simples e
avesso à retórica", descreve. A obra de Abrahão
Sanovicz cobre quase quatro décadas de ativi-
dade profissional, agregando as experiências, o
conhecimento e as transformações sociocultu-
rais vividas ao longo do tempo, em que se man-
teve coerente com o ideário modernista. Vida,
arquitetura e atitude se completam.
Com pós-graduação em metadesign e teoria
da comunicação, e doutorado pela FAUUSP,
Sanovicz viveu a arquitetura como ofício, pai-
xão e aprendizagem contínua, expressos numa
obra extensa e de grande importância.
Alessandro Castroviejo Ribeiro, um de seus alu-
nos, sintetiza: "fiel à sua trajetória e aos princí-
pios modernos, Abrahão desenvolve com coe-
rência seu ofício, nem tão paulista, nem tão
carioca, tentando se entender e entender o
mundo por intermédio do desenho".
Desenho enxuto e plural. "Forma e conteúdo
como uma única unidade", explicava o próprio
Sanovicz, citando Lucio Costa. Elementos fun-
cionais, estéticos e técnicos se harmonizam sob o
mesmo foco: a criação de equipamentos e espa-
ços compactos com racionalidade construtiva e
tecnológica, funcionalidade e economia de
meios, numa perspectiva social e cultural, que
motivasse o usuário à conquista do direito à bele-
za e ao conforto. Desenho que absorve o sentido
de designium (intenção ou desejo) de Vilanova
Artigas: a possibilidade de uma vida humana e
espaço construído com qualidade e adequação.
"A arquitetura é um ato coletivo necessário
para que a gente possa se individualizar", acre-
ditava. Seja nos projetos públicos, seja nos edi-
fícios residenciais, Abrahão revela a preocupa-
ção com o bem-estar do usuário, principal
protagonista do projeto arquitetônico. A esco-
la Bairro 120, em Santana do Parnaíba com-
prova: numa reinterpretação da arquitetura
escolar da Primeira República, o projeto recria
pátios de convívio, labirintos de circulação e
jardins para amenizar a rigidez dos muros e
grades de proteção do edifício.
Desenho democráticoRealista, Abrahão Sanovicz sabia que não
caberia à arquitetura mudar a sociedade.
Acreditava, no entanto, que um desenho racio-
nal e democrático poderia contribuir para a for-
mação da cidadania em um país em desenvolvi-
mento. "Arquitetura é um meio de vida, porém
não é a própria vida", ponderava. Suas obras
manifestam o mesmo espírito e "intenção" que
se revelam em cada detalhe do projeto. Se "Deus
está no detalhe", como ensinava Mies van der
Rohe, a obra de Abrahão constitui uma epifania.
A destacar o detalhe dos acabamentos e do pro-
cesso construtivo, que se reflete no canteiro, na
execução, na montagem, no ritmo ágil da obra e
na estética do produto final.
ABRAHÃO VELVU SANOVICZ BRASIL 1933 - 1999
1957 Conjunto residencial, Cubatão, SP Abrahão Sanovicz, Julio Katinsky, Hélio Penteado, Herberto Lira, Israel Sancovski,Jaguanhara Toledo, Jerônimo Bonilha, João Rodolfo Stroeter, José Mello Filho e Lúcio Grinover
1959 Iate Clube de Londrina, PR Abrahão Sanovicz, WalterToscano e Julio Katinsky
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MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 57
Seguidor de metodologia e disciplina rígidas,
estudava o entorno e a configuração do terreno
no qual o projeto seria implantado. A partir daí,
tirava partido de cada declive e da topografia aci-
dentada ou sinuosa, como ocorre no projeto do
Senac de Jundiaí (1988), SP, implantado em um
terreno inclinado de esquina.Com objetividade e
simplicidade, Sanovicz respondia às necessida-
des e exigências do programa, sensível à solução
mais adequada. "Um bom programa representa
meio caminho andado", argumentava. Assim,
surgia o traço inicial, sempre em busca de uma
construção sem gordura e executada com o
apoio de sistemas industrializados, elementos
nítidos, por exemplo, no terminal turístico de
Bertioga (1985), no litoral de São Paulo. A preo-
cupação com os acessos, as circulações para por-
tadores de deficiência física, crianças e idosos,
além do cuidado quanto ao conforto ambiental,à
ventilação e à iluminação naturais, também são
constantes em sua linguagem arquitetônica.
Linguagem esta que passa por Lucio Costa,
Niemeyer,Artigas e Burle Marx, e que também se
alimenta da herança dos pioneiros, como Le
Corbusier, Frank Lloyd Wright, do eterno e sábio
less is more de Mies van der Rohe, e que incorpo-
ra as raízes da cultura brasileira resgatadas pela
Semana de Arte Moderna de 1922.A distribuição
logística dos espaços e das funções, a volumetria
sem excessos processada em concreto ou alvena-
ria,a utilização de materiais de fácil manutenção e
reposição, a implantação correta, com a estrutura
desempenhando papel fundamental na configu-
ração do espaço construído enriquecem a lição.
Bonde andando Integrante da chamada 4a geração de arquite-
tos modernos brasileiros, brincava que sua
geração (pós-guerra) pegou o bonde andando.
Mas propunha ser necessário "trabalhar nos
vazios que o movimento moderno não conse-
guiu resolver", inclusive nas questões de susten-
tabilidade, meio ambiente, design e acessibili-
dade. O emprego de blocos de concreto estru-
tural e de lajes maciças em edificações de uso
coletivo, caso dos conjuntos habitacionais
Pascoal Melantônio (1995) e Celso dos Santos
(1995), em Guarapiranga, SP, dois dos últimos
projetos que elaborou, confirma a opção por
uma tecnologia didática e acessível para redu-
zir custos e garantir a rapidez de execução.
Abrahão nasceu em 1933 em Santos, SP, onde
completou o ginásio, além de estagiar num
escritório de projetos e freqüentar um curso de
desenho e gravura. Adolescente, acompanhava
as revistas Acrópole e Habitat, de Lina Bo Bardi,
para se informar sobre os projetos iniciais de
Niemeyer, como a casa de Canoas, no Rio, o
complexo da Pampulha, em Belo Horizonte, e o
Grande Hotel, em Ouro Preto, MG.
Aos 17 anos,Abrahão Sanovicz vem para São
Paulo, onde se forma técnico em edificações.
Coração e mente, entretanto, permanecem vol-
tados para a arquitetura. Assim, presta vestibu-
lar para a FAUUSP no final de 1953. O curso se
transforma em observatório, trincheira e labo-
ratório. A biblioteca era o ponto preferido. Na
FAUUSP, conviveu com greves, mudanças de
currículos e acompanhou as transformações
sócio-políticas do País: o suicídio de Getúlio
Vargas, o início do governo JK, o projeto do
Parque do Ibirapuera (durante o IV Centenário
1968 Centro Cultural e Teatro Municipal de Santos, SPAbrahão Sanovicz, Oswaldo Corrêa Gonçalves e Júlio Katinsky
58 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
de São Paulo), a construção do Copan, o con-
curso para a nova capital, Brasília, a instalação
da Volkswagen em São Bernardo do Campo, SP,
a chegada da TV e o Brasil, pela primeira vez,
campeão de uma copa do mundo de futebol.
Em 1957, Sanovicz integrou a equipe da
FAUUSP que participou do concurso interna-
cional de escolas de arquitetura promovido
pela Bienal de São Paulo. O projeto de um
conjunto residencial para a Refinaria Presi-
dente Bernardes, em Cubatão, SP, dividiu o
primeiro prêmio com outras três equipes da
França, Japão e Venezuela. A proposta já sina-
liza para um ponto diferenciador de sua obra:
a arquitetura como ato cultural e solidário.
Em 1959, com Júlio Katinsky e Walter
Toscano, vence o concurso público nacional
para o Iate Clube de Londrina, PR, com um
desenho criativo e ecológico. Nesse mesmo ano,
consegue uma bolsa do Instituto Cultural Ítalo-
Brasileiro para estagiar no Studio Marcelo
Nizzoli, em Milão, Itália, escritório de arquitetu-
ra, artes gráficas e desenho industrial.Aproveita
para visitar Veneza, Florença e Roma.
A proposta de Sanovicz era desenvolver um
design brasileiro que refletisse nossa arte e tra-
dições.Além de redesenhar a máquina de escre-
ver Studio 44 para a Olivetti do Brasil, em cola-
boração com o designer italiano Bramante
Buffoni e o arquiteto Júlio Katinsky, projetou
uma linha de fogões residenciais para a Dako, o
ventilador de mesa Aeromar, e peças de mobi-
liário para escritório da Escriba.
Para Abrahão, há uma arquitetura feita em
São Paulo e outra no Rio. Cada uma com enfo-
que próprio, sotaque e peculiaridades regionais.
O arquiteto também via em Recife uma verten-
te tão importante quanto a paulista e a carioca.
Costumava, inclusive, lembrar o projeto de uma
agência do Banespa que projetou, em 1986, na
capital pernambucana, e em que homenageou
Delfim Amorim colocando em uma das facha-
das uma retícula de brises de concreto.
O ponto de partida para a investigação das
origens da arquitetura moderna brasileira foram
as obras de Lucio Costa, considerado por
Sanovicz uma verdadeira bússola. Em compa-
nhia dos colegas Julio Katinsky, Gustavo Neves,
Nestor Goulart, Eduardo de Almeida, Ludovico
Martino e Benedito Lima de Toledo viaja para o
Rio, então, capital do País. Sem xerox, computa-
dor ou fax, visita a sede do jornal A Noite, para
copiar tudo o que Lucio havia publicado sobre
Aleijadinho."Katinsky e eu começamos a fazer o
levantamento da obra de Lucio Costa desde o
período neocolonial até a fase anterior à cons-
trução de Brasília", disse, "a série de pesquisas
nos possibilitou tomar contato com os mais
importantes arquitetos da época". O grupo vai
até o Ministério da Educação e Cultura (MEC),
onde Carlos Drummond de Andrade, que cui-
dava do arquivo, o recebeu.A seguir, os estudan-
tes visitam Lucio, a quem pedem um roteiro de
projetos de arquitetura. "Ele acabou nos apre-
sentando três casas e descobrimos o mundo."
Trabalho à vontadeMotivado pela construção de Brasília,
Carvalho Pinto, então governador de São Paulo,
inaugurou um plano de projetos coletivos coor-
denado por Plínio de Arruda Sampaio. Assim,
Abrahão projeta escolas para o Ipesp (Instituto
ABRAHÃO VELVU SANOVICZ BRASIL 1933 - 1999
1968 Edifício residencial na rua Pará, São Paulo
1977 Residência Abrahão Sanovicz,São Paulo
1972 Protótipo de edifíciosmodulados para habitaçãocoletiva, criados para a Formaespaço Arquitetura e Empreendimentos
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MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 59
de Previdência do Estado de São Paulo). O
Estado se torna o grande cliente e a indústria, a
grande parceira. "Os arquitetos, de repente, tive-
ram de se preparar para um novo momento,que
se iniciava com a construção de fóruns, escolas e
conjuntos habitacionais. Em vez de você correr,
com sua pastinha, capinando um novo projeto,
era chamado para trabalhar", declarou. Surge
uma série de escolas-padrão, onde predominava
a alvenaria, as tesouras de madeira e as telhas
cerâmicas, uma linguagem, ainda, com referên-
cias e soluções da arquitetura vernacular rural.
Sanovicz também participa do primeiro proje-
to de reurbanização do Vale Anhangabaú,em São
Paulo, coordenado por Artigas. A convite de
Oswaldo Corrêa Gonçalves, Abrahão e Katinsky
estruturam o departamento de Projetos da FAU-
Santos e da montagem do curso de programação
visual e desenho industrial da Universidade de
Brasília (UnB). Nos anos 70,Abrahão desenvolve
projetos de edificações e de conjuntos habitacio-
nais."A parte de edificações foi a parcela mais sig-
nificativa do trabalho de nossa geração,com algu-
mas poucas incursões no urbanismo", declarou.
No projeto da própria residência (1977),
Abrahão adotou soluções à Mies e Le
Corbusier. Assim, a casa foi construída em dois
pavimentos apoiados sobre duas vigas laterais
que se sustentam em quatro pilares, garantindo
a continuidade dos espaços internos. A sala de
estar era o lugar que mais gostava de permane-
cer, para ler, receber amigos e ouvir música.
Nos anos 80 e 90, Sanovicz trabalha com
Edson Elito, com quem desenvolveu trabalhos
como o Fórum de Bragança (1985), SP, edifí-
cios escolares para a Fundação para o
Desenvolvimento da Educação (FDE) e o
Senac de Jundiaí, SP. Mas foi o Centro de Lazer
e Convivência do Sesc em Araraquara (1999),
SP, o projeto que "se tornou a menina dos
olhos do arquiteto", segundo Elito. O edifício
lembra um shopping cultural com uma praça
central para o encontro das pessoas. Numa
das paredes, um painel de alvenaria em alto
relevo, desenhado por Abrahão, reproduz o
Sol e a Lua, uma homenagem à cidade, cujo
nome indígena significa "morada do sol".
Pouco antes de morrer, Abrahão emocionou-
se ao visitar o conjunto Pascoal Melantonio,pro-
jetado para uma comunidade carente removida
de uma favela da bacia do Guarapiranga, em São
Paulo. Uma das moradoras recebe o arquiteto a
quem mostra a unidade de 42,68 m² e conta que
"da minha janela, vejo pessoas nos jardins e as
crianças brincando nos pátios, como se fosse
uma cidade". Reverenciado por amigos, familia-
res, filhos e antigos alunos,Abrahão Sanovicz foi
enterrado no cemitério Israelita do Butantã, na
capital paulista, no dia 30 de abril de 1999. Aos
que virão, deixou um legado profissional e de
atitude que enriqueceram a história da arquite-
tura brasileira e paulista do século XX. E a lição
para o futuro: "e pur si muove!"...apesar de tudo,
tudo se transforma. Inclusive, a arquitetura.
LEIA MAIS
AU 17 – Escola paulista: o que restou?
AU 26 – Instantâneo de uma trajetória
AU 43 – Encontro de caminhos
AU 62 – Arquitetura da pedagogia
AU 82 – Habitação/ Brasil
AU 92 – Um lugar ao Sol
1985 Terminal para turismo de massa, Bertioga, SP
1991 Escola Bairro 120, Santana do Parnaíba, SP
50 ARQUITETURA&URBANISMO FEVEREIRO 2003
BRUNETE FRACCAROLI SÃO PAULO SHOWROOM PENHA VIDROS 2002/2003
I N T E R I O R E S
Para transformar uma antiga residên-
cia no showroom da Penha Vidros,
empresa importadora e distribuido-
ra de vidros, a arquiteta Brunete
Fraccaroli optou por criar espaços
amplos e iluminados que valorizassem a
exposição dos produtos. Da fachada ao piso, o
vidro está presente em todos os ambientes da
construção, que sofreu profundas alterações
estruturais e físicas para se tornar um espaço
convidativo e atraente.
Assim, quem transita pela Pamplona, rua
movimentada na região da avenida Paulista,
em São Paulo, não imagina que o sofisticado
showroom foi, um dia, uma antiga e degrada-
da residência com traços do estilo norman-
do. Convidada para fazer o projeto de refor-
ma da casa, Brunete optou por demolir a
parte frontal da edificação, que ganhou uma
fachada envidraçada e um novo acesso.
"Precisávamos criar um espaço imponente e
acolhedor", justifica.
Logo na entrada, o visitante se depara com
uma arrojada porta basculante de vidro tem-
perado, desenhada pela própria arquiteta.
Com trilhos e cabos de aço, a porta é movi-
mentada mecanicamente por um contrape-
TODAS ASPOSSIBILIDADES DA TRANSPARÊNCIAA ARQUITETA PAULISTA BRUNETE FRACCAROLI FAZ DO VIDRO UM ALIADO PARA CONVERTER
UMA ANTIGA CASA EM UM SHOWROOM COM ESPAÇOS AMPLOS E FLUIDOS, DE LINGUAGEM
CONTEMPORÂNEA E INOVADORA POR VALENTINA FIGUEROLA FOTOS SOFIA MATTOS
52 ARQUITETURA&URBANISMO FEVEREIRO 2003
BRUNETE FRACCAROLI SÃO PAULO SHOWROOM PENHA VIDROS 2002/2003
I N T E R I O R E S
*Veja fornecedores e endereços no final da revista
FICHA TÉCNICAArquitetura: Brunete FraccaroliEngenharia: Antoun Arcie
LEIA MAISAU 104 – reportagem sobre o Prêmio Solutia 2002
Acima, o hall com piso de vidro estrutural é o ponto de partida da escada com degraus de guarda-corpo de cristal. Abaixo, à esquerda, ambiente com cobertura de vidro e piso de mármore; à direita, incorporado à edificação, o antigo corredor externo exibe ummostruário de materiais vítreos
4 D
64 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
BIBLIOTECAS DE METÁFORASA informática mudou o paradigma da metodologia de desenvolvimento de projetos. Mas será que o arquiteto está suficientemente
capacitado a usar essa tecnologia? POR EDUARDO SAMPAIO NARDELLI
FOTO R i M d
Embora os recursos digitais estejamdispersos por toda a parte, muitagente continua utilizando apenasparcialmente seus caros e comple-xos sistemas digitais, trabalhando
muitas vezes como se estivessem diante deuma máquina eletrônica de desenho, e nãoum equipamento capaz de processar dados,integrar informações e otimizar recursos.
Já vai longe o tempo em que os softwa-res CAD incorporaram metáforas de arqui-tetura às suas ferramentas de construçãode geometrias do projeto, permitindo acriação imediata de paredes, portas e jane-las que, além de tudo, são tridimensionais.Esses elementos podem, ainda, receberatributos como os materiais de que sãoconstituídos, o fabricante e o preço relati-vo. São informações preciosas que podeminteragir com outros programas, produzin-do memoriais quantitativos e até mesmoum orçamento completo.
Pois foi isso que o arquiteto FranciscoGritti percebeu ao decidir-se pelo ArCon, daPini, e passou a desenvolver modelos eletrô-nicos 3D, deles extraindo as demais vistas.
Uma decisão semelhante à do engenhei-ro Alexandre Nobile, que também adotouo ArCon por lhe permitir modelar o terre-no em 3D, desenvolver o projeto e extrairas vistas e cortes que vão compor a docu-mentação técnica. Além disso, o ArConinterage com o Volare, também da Pini,emitindo relatórios e, eventualmente, umorçamento baseado no TCPO (Pini).
Trata-se de uma verdadeira mudança deparadigma no que se refere à metodologiade desenvolvimento dos projetos que,entretanto, ainda acontece com restrições.
É o caso da biblioteca de objetos que, deacordo com Nobile e Gritti, ainda é em suagrande maioria estranha à realidade brasi-leira e exige adaptações, o que reduz aperformance do sistema, sem comprome-ter, todavia, o resultado final.
Uma queixa semelhante à do arquitetoEduardo Brandileone, usuário do Vector-Works, para quem, o ideal mesmo seria ca-da projetista desenvolver a sua própria bi-blioteca. Brandileone, entretanto, reconhecea dificuldade desse processo, pois cada pro-jeto tem suas próprias especificidades.
Para o arquiteto, o desenvolvimento doprojeto no computador é, de fato, maisveloz, mas ainda não prescinde do dese-nho feito à mão. "O processo criativosempre começa no croquis", diz, "depoistrabalhamos o projeto executivo nomicro". Embora admita que a possibilida-de de fazer estudos volumétricos prelimi-nares no computador possa incrementar oprocesso criativo, Brandileone lembra-sede apenas uma ocasião em que desenvol-veu todo o trabalho em meio digital, par-tindo da volumetria da qual foram extraí-dos as vistas e os cortes. O arquiteto res-salta que o projeto era bastante simples,mas, mesmo assim, precisou do comple-mento posterior de alguns detalhes doscortes que haviam sido omitidos exata-mente porque, como foram extraídas domodelo e não especificamente desenha-das, certas questões de projeto deixaramde ser consideradas.
Um problema que, no entender doarquiteto Maurílio Lobato, do escritóriode Marcos Acayaba, tem a ver com aescala do desenho. Lobato cita um tra-
Seqüência de imagens produzidas por alunos do professor Charles C. Vincent, do Mackenzie, SP
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 65
balho que foi desenvolvido na escala1:200 e não precisou de nenhum ajuste:após o desenvolvimento tridimensionalda planta, os cortes e as vistas foramextraídos satisfatoriamente. Segundo Lo-bato, na medida em que as escalas doprojeto são ampliadas, surgem novasquestões, demandando mais detalhes deprojeto que então precisam ser conside-rados em cada geometria.
Usuário do ArchiCAD há cerca de oitoanos, Lobato explica que, graças à tecno-logia GDL (geometric descriptive langua-ge), incorporada ao software, as metáforasde arquitetura utilizadas para compor omodelo tridimensional podem ser parame-trizadas sem muito problema, o que ajudaa superar a questão de ter de trabalharcom objetos criados fora dos padrões bra-sileiros. Mas diz que a criação de bibliote-cas de objetos em GDL por parte dos for-necedores brasileiros contribuiria paramelhorar a performance dessa novamaneira de projetar.
Lobato destaca ainda a facilidade ofere-cida pelo ArchiCAD para o desenvolvimen-to do projeto em equipe, que permite asegmentação do processo de tal formaque, enquanto um profissional se dedicaao estudo do terreno, os demais podemestudar o sistema estrutural ou a caixilha-
ria, tudo sobre a mesma geometria, cujamatriz é atualizada para todos à medidaque as alterações são salvas pelos inte-grantes da equipe.
Como se vê, optar entre a "representa-ção" dos elementos que compõem umprojeto arquitetônico ou a utilização demetáforas virtuais que fazem as vezesdesses elementos é possível, mas aindaestá bem longe de ser um conceito inte-grado ao cotidiano dos escritórios dearquitetura. Seja por limitação dos siste-mas, seja por limitação do arquiteto, quemuitas vezes pouco conhece ou dominaos recursos oferecidos.
Uma dificuldade cuja origem pode estarna própria formação dos profissionais nasuniversidades, onde o ensino de computa-ção aplicada raramente transcende a sim-ples capacitação básica para operação deum software, quando o ideal seria a inves-tigação e o aprofundamento das possibili-dades oferecidas pelas novas gerações desistemas CAD como, aliás, aponta a tesede doutoramento do arquiteto e professorCharles C. Vincent.
Neste trabalho, o professor Vincent, daUniversidade Presbiteriana Mackenzie,demonstrou, por meio de uma experiênciaprática, como é possível o desenvolvimen-to de um projeto de arquitetura em classe,
a partir da modelagem digital tridimensio-nal, da qual são extraídos planos de visua-lização e até mesmo os planos correspon-dentes aos pavimentos de um edifício, tra-balhando apenas com os recursos de pro-cessamento oferecidos pelo próprio soft-ware. Mais do que possível, Vincentdemonstrou que esse modo de conduzir oprocesso tem conseqüências que afetam oresultado final e, portanto, o próprio pro-cesso criativo como um todo.
Tendo utilizado o AutoCAD ADT –Architectural Desktop – Vincent, como osdemais entrevistados, também apontarestrições nas ferramentas oferecidas pelosoftware, notadamente a dificuldade dese estabelecer o peso gráfico das linhasque compõem o traçado dos cortesextraídos dos modelos 3D e a dificuldadede se criar bibliotecas customizadas deobjetos que possam interagir com osdemais, já existentes – uma tarefa queexige o domínio de programação em VBA– Visual Basic Applications.
No entanto, como o próprio Vincentdestaca no "Abstract" de seu trabalho,embora obras como as de Gehry,Eisenman, grupo Arquitectonica, entreoutros, tenham posto em evidência aimportância da modelagem tridimensional,nas fases preliminares de projeto, comofator determinante do processo criativo, os"processos de solução de projetos não seesgotam na concepção da forma e, antesdisso, podem se iniciar em investigaçõesque chamaremos, assumindo o risco que aterminologia traz, de funcionais".
Uma questão que certamente impõe anecessidade de se incorporar novos para-digmas ao processo de desenvolvimentodos projetos auxiliados por computador, apartir do conhecimento e domínio dosrecursos mais avançados oferecidos pelasnovas gerações de software CAD.
ESTA SEÇÃO É PATROCINADA PELO
Tela doArCon, Pini,que permitedesenvolvermodelos em3D, delesextraindo as demaisvistas
OS TIPOS DE ARGAMASSA E SUA APLICAÇÃO
Argamassas Assentamento l Para alvenarias de blocos de concreto, cerâmicos, de concreto celular e sílico-calcários
"cinzas" (básicas) Revestimento l Indicada para paredes externas e internas
l Regularizam e absorvem as deformações da base
l Admitem pintura como acabamento
Contrapiso l Utilizadas como suporte para diversos revestimentos de piso
l Regularizam e absorvem as deformações da base
l Proporcionam as declividades necessárias para escoamento de áreas molhadas
Argamassas colantes Assentamento l Para fixação de revestimento em pisos e paredes, como pedras, cerâmica, pastilha de porcelana, mosaico de vidro
l Alguns fabricantes oferecem produtos específicos para assentamento dos diferentes materiais
l Há produtos que permitem assentar e rejuntar ao mesmo tempo
l Há argamassas que permitem assentar um novo revestimento em cima de outro já existente: piso sobre piso
Rejunte l Para rejuntar revestimento de pisos e paredes, como pedras, cerâmica, pastilha de porcelana e mosaico de vidro
l A grande maioria dos rejuntes usados atualmente é industrializada
l Existem produtos coloridos
Argamassas decorativas Pigmentadas l Coloridas, substituem pintura ou colocação de revestimento
l São aplicadas sobre um emboço de argamassa, camada responsável pela regularização da base
Monocapa l É colorida
l Dispensa emboço: pode ser aplicada diretamente sobre a alvenaria
T E C N O L O G I A & M A T E R I A I S
66 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
Produtividade e economia: essas
são as palavras-chave quando se
fala em argamassa industrializa-
da. Muito embora o emprego do
produto exija um investimento
inicial maior se comparado ao da arga-
massa virada no canteiro, na ponta do
PRODUÇÃO EM MASSAUMA OBRA MAIS LIMPA, COM MENOS DESPERDÍCIO E MELHOR QUALIDADE É A PROMESSA DOS FABRICANTES DE
ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA DE BASE CIMENTÍCIA. INVESTIMENTOS NO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
ESPECÍFICOS PARA DIFERENTES USOS SÃO A TÔNICA DESTA INDÚSTRIA QUE LUTA PARA CONQUISTAR O MERCADO
AINDA DOMINADO PELO PRODUTO VIRADO NA OBRA POR BIANCA ANTUNES
lápis, acaba saindo mais barato. Ercio
Thomaz, engenheiro e pesquisador do IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo), explica que, para
fazer a mistura, é preciso ter espaço para
armazenar areia, cimento e cal, além de
pessoal preparado para a produção, "o que
não é fácil de encontrar porque pouca
gente tem o domínio da dosagem corre-
ta", afirma. Preparar a argamassa na obra
exige, ainda, bons fornecedores de areia,
pois um material sujo ou com granulome-
tria diferente prejudica o resultado final.
"Isso faz com que haja, por exemplo, uma
PROPRIEDADES REQUERIDAS DE ARGAMASSAS – IMPORTÂNCIA RELATIVA
Características exigidas das argamassas "cinzas" ou básicas Assentamento Revestimento de paredes
de alvenarias Internas Fachadas
Estado fresco Plasticidade 4 4 4
Coesão 3 4 4
Retenção de água 3 3 4
Incorporação de ar 1 2 3
Massa específica 1 2 3
Tempo de pega / "puxada" 3 3 4
Estado endurecido Resistência mecânica 2 3 2
Módulo de deformação 3 2 4
Acabamento / textura superficial 1 3 3
Dureza superficial 1 3 3
Retração 2 3 4
Aderência 3 3 4
Porosidade 1 2 3
Massa específica 1 2 3
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 67
rugosidade diferente da prevista", explica
Mércia Barros, professora da Epusp
(Escola Politécnica da Universidade de
São Paulo).
Outro ponto a favor das industrializadas
é que há argamassas específicas para cada
tipo de utilização. Na verdade, embora já
sejam usados na construção há mais de 20
anos, apenas nos últimos cinco anos é que
houve um maior desenvolvimento tec-
nológico dos produtos, em especial pela
adição dos componentes que os tornam
próprios para assentamento, rejunte e
revestimento, entre outras aplicações
específicas.
"A argamassa aplicada em uma facha-
da, por exemplo, está sujeita a situações
muito diferentes daquelas que afetam o
material usado no revestimento de ba-
nheiro", diz Rubiane Antunes, do controle
de qualidade da Lafarge, "o produto apli-
cado em fachadas tem de suportar
mudanças repentinas de clima", completa.
É por isso que as argamassas devem ter
características e propriedades que as
diferenciem. "Quanto mais exposta estiver
ao sol, umidade e vento, por exemplo,
mais forte e robusta deve ser. Assim, balan-
ceamos as quantidades de polímeros,
celulose e cimento para que seja adequada
ao uso", explica.
Entre os aditivos responsáveis por essas
propriedades especiais estão os retentores
de água, cuja finalidade é impedir que a
evaporação seja rápida, colaborando para
a aderência do produto. O plastificante,
por outro lado, não deixa sobrar água, o
que pode ocasionar fissuras. "A tendência
é desenvolver produtos cada vez mais
específicos", confirma Sérgio Luiz Victor,
gerente de argamassa da Votorantim.
Victor conta que a Votorantim desenvolve
produtos de acordo com a demanda. "Por
exemplo, acompanhamos constante-
mente as novidades da indústria cerâmi-
ca para responder com produtos adequa-
dos a cada nova tecnologia", explica.
Rubiane Antunes, da Lafarge, vai além.
"Cada região do país tem uma cultura e um
clima distintos e precisa de uma argamassa
específica. Assim, é possível que, no futuro,
tenhamos diferentes argamassas para cada
região brasileira."
Apesar de reconhecidamente melhor,
as argamassas industrializadas ainda
não têm tantos adeptos no Brasil. As
regiões sudeste e sul são as maiores con-
sumidoras do material, com São Paulo
na liderança. Aos poucos, entretanto, o
mercado vai sendo conquistado. "Nosso
crescimento no volume de vendas no
último ano foi de 30%", conta Victor.
"Trabalhamos para conscientizar o mer-
cado brasileiro e temos certeza de que,
em cinco anos, a história vai ser outra",
prevê o executivo da Votorantim.
1- Pouco importante 2 - Importante 3 - Muito importante 4 - ImprescindívelFonte: Ércio Thomaz – IPT
T E C N O L O G I A & M A T E R I A I S
68 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
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QUEIMA ETAPASComo o nome indica, o Pisosobre Piso, da Lafarge, servepara aplicação derevestimento cerâmico sobreoutro existente, eliminando a etapa de remoção do pisoanterior. Disponível em sacosde 20 kg por R$ 24,70MO 52518
SUBAQUÁTICAO Juntaplus Piscina, da Eliane,foi formulado pararejuntamento de revestimentocerâmico em piscinas e emprega pigmentos quenão desbotam com a ação do cloro e dos raios solares.Em baldes de 5 kg por R$ 19,45 a R$ 86,90MO 52515
SOBRE GESSOO Qualicola Drywall é umaargamassa colante flexívelindicada para assentamentode revestimento cerâmicosobre gesso acartonado.Fabricado pela Lafarge, é comercializado em sacos de 20 kg por R$ 23,40MO 52516
PEDRA FIRMEArgamassa colante cinza, o Cimentcola Ferma Granito é específico para assentamentode peças de até 40 cm x 40 cmda pedra. Segundo a Quartzolit, pode ser usadaem sauna úmida, pisoaquecido e áreas de grandecirculação. Em embalagens de 25 kg por R$ 40,00MO 52514
ALTA VELOCIDADE Para trabalhos urgentes,reparos e fixações, o Agiforte,da Rejuntabrás, apresentasecagem e endurecimentorápidos. Endurece em cercade 90 minutos e a curaacontece em 8 horas. Vendidaem saco plástico de 5 kg por R$ 5,20 MO 52519
SOBRE AZULEJOFormulada para aplicação emqualquer superfície já revestidade cerâmica, pedras, pastilhade porcelana ou porcelanato,a Overcoll, da Fortaleza, é comercializada em sacos de 20 kg por R$ 24,80 a R$ 27,40MO 52520
PARA ARDÓSIAA Argatex desenvolveu umproduto exclusivo paraassentamento de ardósia empisos e paredes de áreasexternas e internas. A ArgatexCola Ardósia também é indicada para colocação depedras como granito miracemae mineira. Em sacos de 20 kg por 7,50 MO 52521
TEXTURA Argamassa decorativapigmentada e texturizada, o Argaffiato, da Argatex, é indicado para acabamentode paredes. Disponível em 20cores, é comercializada emlatas de 25 kg por R$ 71,99 MO 52522
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OPÇÃO PARAMÁRMOREArgamassa colante branca, o Cimentcola Ferma Mármorefoi criado pela Quartzolit paraassentamento de placas dessapedra com até 40 cm x 40 cm.Pode ser usada em saunaúmida, piso aquecido e áreasde alto tráfego. Em sacos de25 kg por R$ 50,00MO 52523
DOIS EM UMPara tessela de vidro oupastilha de porcelana, a Maxijunta, da Rejuntabrás,faz assentamento e rejunte.Pode ser usada em áreasexternas, pisos, paredes e fachadas e é encontrada em30 cores. Em potes de 5 kgpor R$ 15,90MO 52524
DECORATIVAAplicada direto sobre a alvenaria, a Monocapa é uma argamassa decorativafabricada pela Quartzolit. Há 38 cores prontas, maspodem ser criadas tonalidadesfora do padrão. Comercializadaem embalagem de 30 kg porentre R$ 30,00 e R$ 35,00MO 52525
EM CORESDa Fortaleza, o Rejunta TudoColorido compõe juntas de assentamento de 1 mm a 16 mm em cerâmica, pedra ou porcelanato, em áreasexternas, internas e piscina. Em30 cores, é comercializado emsacos de 1 kg por R$ 1,99 oude 5 kg por R$ 9,99MO 52526
BLOCOS NO LUGARVersátil, a Massa Pronta, daCamargo Corrêa, serve paraassentamento de blocos deconcreto, cerâmicos, sílico-calcários e tijolos comuns,além de alvenaria estrutural e revestimento de paredes. Emembalagens de 20 kg e 40 kgMO 52527
NÃO À UMIDADEA Italit produz a Itaplast, um revestimento decorativoformulado com polímerosorgânicos e hidrofugantes.Pode ser aplicado sobre gessoou pintura e tem a propriedadede eliminar a umidade doambiente. Em sacos de 15 kgpor R$ 19,20 MO 52528
ALVENARIAA Votomassa Blocos Especiais,da Votorantim, é umaargamassa básica paraassentamento de peças deconcreto celular autoclavadona composição de alvenaria.Admite outros tipos de bloco.Disponível em embalagens de 20 kg por R$ 5,75MO 52529
ALTO TRÁFEGO De secagem rápida, aArgatexCola Rápida, daArgaTex, é indicada para áreasde grande circulação depessoas. Depois de apenastrês horas do término daaplicação do produto, o localpode ser liberado para uso.MO 52272
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De lo digital a lo analógicoEditorial Gustavo Gili 120 páginas www.ggli.com
[email protected] Prolivros: rua das luminárias, 94 05439-000 11 3864-7477 [email protected]
O livro de Dennis Dollens trata da mudança que a informáticaimprimiu ao desenvolvimento da arquitetura. Para Dollens, a pro-dução digital é mais que resultado de uma ferramenta: é parte doprocesso evolutivo do pensamento. O professor de arquiteturadigital da ESARQ (Universidade Internacional da Catalunha) argu-menta que rechaçar a tecnologia, entre outros prejuízos, ofuscaperspectivas. O livro traz exemplos da aplicação da tecnologia emobras de Frank Gehry, Enric Miralles e Santiago Calatrava.
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70 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
Sol PowerLa evolyión de la arquitectura sostenible Editorial Gustavo Gili
240 páginas www.ggli.com [email protected] Prolivros:rua das luminárias, 94 05439-000 11 3864-7477
www.prolivros.com.br [email protected] Sophia e Stefan Behling levantam a questão da energia solar naarquitetura de culturas distintas ao longo das épocas, das cons-truções mesopotâmicas às estruturas seladas de vidro das multi-nacionais de hoje. Com prólogo de Norman Foster, a obra discutepropostas alternativas para uma arquitetura sustentável e é muitobem ilustrada.
Edifícios EscolaresMiguel Juliano Colégio Oswaldo Cruz Ateliê Editorial
32 páginas www.atelie.com.br (11) 4612-9666O ensaio de Cristiane Corrêa inaugura a coleção ArquiteturaComentada, iniciativa da Giro Consultoria em Projetos Culturaisem parceria com a Ateliê Editorial. A proposta dos editores é, acada volume, analisar uma obra arquitetônica brasileira. O primeirolivro traz um estudo sobre o Colégio Oswaldo Cruz, do arquitetoMiguel Juliano, em Ribeirão Preto, SP. Além do texto ágil, o livrotraz fotos, esboços, plantas e cortes do projeto, um edifício escolardesenvolvido com base nas premissas do movimento moderno.
Conversa de AmigosCorrespondência entre Oscar Niemeyer e José Carlos Sussekind
Editora Revan 253 páginas www.revan.com.br [email protected] (21) 2502-7495
Entre 1o de março de 2001 e 2 de fevereiro de 2002, Oscar Niemeyere José Carlos Sussekind trocaram mais de 50 correspondências sobreos mais diversos assuntos, como política, filosofia, literatura, revo-luções, amigos, viagens e, como não podia deixar de ser, arquitetu-ra. Mais do que divagações e comentários perspicazes sobre todosesses temas, elaborados por duas personalidades que dispensamapresentações, a leitura das cartas torna o leitor como que convida-do a sentar-se na sala para acompanhar a conversa franca einteligente entre os amigos. Uma deliciosa leitura.
Volare 7.0Pini www.piniweb.com/delivery
[email protected] 0800 707-6055 (11) 3352-6430
(Grande São Paulo) Desenvolvido pela Pini, o Volare chega
à versão 7.0 como um aprimoramen-
to do já consagrado programa de
orçamento e planejamento de obras.
Ágil e de fácil operação, o software
realiza planejamentos por dia, semana
ou mês e agora ganhou uma interface
mais moderna, um banco de dados
ampliado, com mais de 3 mil com-
posições de custo-serviço baseadas no
TCPO 2000, também da Pini, e tabela
de 2.800 itens de insumos. O progra-
ma traz ainda modelos customizados
(templates) para elaboração de orça-
mentos. O Volare 7.0 opera em
ambiente Windows e é totalmente
integrado a outros aplicativos, entre
estes o Strato 7.0, indicado para área
administrativo-financeira de constru-
toras e incorporadoras, e o Arcon,
para apresentações de projetos de
arquitetura, ambos fornecidos pela
Pini, além do Excel, da Microsoft.
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 73
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Trituradores A In-Sink-Erator fabrica trituradores delixo orgânico. Instalados sob a pia,esses aparelhos trituram os alimentosem um prato giratório com marteletesmóveis. O modelo residencial 75, porexemplo, tem motor com 0,75 hp depotência, cinco anos de garantia esistema de acionamento a ar.MO 52335
Piso elevado A linha de acabamentos para ospisos elevados Floorsystem Solution,da Tyco Electronics, ganhou agorauma opção nobre: o granito. Commenos de 9 kg/m² e composto porpainéis de 50 cm x 50 cm e altura de6,7 cm, esta é uma boa opção paraáreas externas e até para locais debaixo pé-direito. MO 52308
Lâmpada repelente A GE disponibiliza a Repelux, que
afasta os insetos. Isso acontece
porque a lâmpada emite menos raios
ultravioleta de comprimentos de cor
azul e, assim, não atrai os insetos
como fazem as convencionais. Ótima
pedida para estes tempos de
dengue. MO 52305
Mobília Os móveis Joker, encontrados na SPIdo Brasil, ganharam em 2002 oprêmio de melhor mobiliário conferidopelo Museu da Casa Brasileira, emSão Paulo. A série é formada porpoltrona, cabideiro e criado-mudo,todos feitos em polietileno em muitasopções de cores. Para conferir umtoque lúdico aos ambientes. MO 52306
Despensa Produzida pela Hoggan Internationaldo Brasil, a linha Closet Maid é umasolução para organizar compras eestoque em qualquer espaço. Oprojeto é feito sob medida e oscomponentes são produzidos em açorevestido de vinil. MO 52313
Chaves A linha Master Cromo Vanádio,desenvolvida pela Moretzsohn, écomposta de chave de fenda, chavePhilips e do tipo canhão tubular.Todas as ferramentas têm haste deaço 6150 trefilado com acabamentode níquel polido e cabo de PVC rígidoinjetado diretamente sobre a lâmina. MO 52317
Pisos A linha UV da Mercur destaca-sepela resistência a raios solares,intempéries, produtos alcalinos eácidos fortes – inclusive produtosclorados. Com uma ampla cartela decores, conta com 11 tonalidadessólidas e nove marmoreadas. MO 52318
SensoresA PPA oferece soluções de segurançapara edifícios residenciais ecomerciais, como automatizadoresde portões, alarmes e cercaselétricas. A Linha Raster, porexemplo, traz sensores sem-fio oudo tipo infravermelho que acionam acentral automaticamente casodetectem invasão da propriedade. MO 52304
C A T Á L O G O
74 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
Interruptores Em seis cores – bronze, verde, prata,champanhe, marrom e dourado – aTalari Color é a novidade da Iriel.Sempre com 2 cm x 4 cm e 4 cm x4 cm, a série está de acordo com asnormas IEC/ABNT e combina cominterruptores de diferentes funções.MO 52321
Inseticida Como o próprio nome anuncia, oExterminador de Cupim da RennerSayerlack promete acabar com cupinse brocas. Fabricado com resinashidrorrepelentes, retarda a absorçãoda umidade, oferecendo proteçãoextra às madeiras. Disponível nasversões aerossol e líquido.MO 52322
Piso-boxeFeito de poliéster reforçado com fibrade vidro ou ABS acrílico, dispensaimpermeabilização, caimento e atéaplicação de revestimento cerâmico.Produzido pela Astra em várias corese dimensões, é antiderrapante eapresenta resistência mecânica equímica. MO 52332
ESPELHEIRA Com espelho de prata medindo 60 cm x 62 cm e moldura plásticanas cores bege, cinza, caramelo ebranca, a espelheira Havana, daAstra, foi elaborada para compor a linha Gabinete Plástico.MO52426
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CASA COSIPA Desenvolvidas pela CompanhiaSiderúrgica Paulista para atender àdemanda por habitação popular , ascasas têm estrutura de aço e levamde seis a dez dias para ficaremprontas. Embora apresentem padrãoCDHU, adaptam-se a diferentes tiposde plantas e admitem expansões. MO 52428
LUMINÁRIA O modelo de mesa Combinato (YS2104), da Yellowstar, tem formasarredondadas, inspiradas no designatual dos computadores. Coloridas,têm cúpulas nas cores prata, preto,azul, verde, rosa e laranja, vendidasseparadamente.MO 52430
VIDROS IMPRESSOS A série Decor-Lite, desenvolvida pelaSaint-Gobain Glass, tem desenhosem alto relevo e pode ganhar corespor um processo de laminação.Vidros do tipo temperado,espelhado, curvado e lapidadofazem parte da linha.MO 52431
PAINÉIS DE MADEIRA Marfim Jacarta, Ipê Nagóia, NogueiraMel e Mogno Parma são os novospadrões das linhas de lâminas demadeira reconstituída Madeplac eDuraplac, da Duratex. A coleção foidesenvolvida para a fabricação demobiliário para quartos e salas. MO 52433
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76 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
FILTRO D'ÁGUA Produzidos pela Brasfilter, ospurificadores da linha HF, da Europa,têm o selo de EficiênciaMicrobiológica do Inmetro. Comgabinete, bica e manoplas em ABSnas cores branca e bege, oequipamento é acionadomanualmente e a limpeza é feita porretrolavagem. MO 52436
JANELA DE TETO Importada pelo Eurocentro, aEurostar é feita de madeira comrevestimento de alumínio ou cobrena face externa, e tem vidros duplosque proporcionam ótimodesempenho termoacústico. A saiade chumbo pode ser moldada emqualquer tipo de telha. MO 52437
FITA REFLETIVA Produzida pela Seton com materialde alta reflexão, oferece maissegurança para equipamentos,portas e outras instalações. Em váriascores e larguras, resiste à maioriados produtos químicos abrasivos,além de suportar variações detemperaturas entre - 40ºC e + 80ºC. MO 52439
PAINÉIS MÓVEIS Da marca italiana Rimadesio,licenciada e vendida pela Cinex, alinha Siparium combina alumínio evidros, ampliando as possibilidadesde criação de ambientes emresidências ou empresas. Ascomposições são feitas sempre sobmedida.MO 52448
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CONDICIONADOR DE AR De acordo com a Consul, o consumode energia do Digital é um dos maisbaixos possíveis nesse tipo deequipamento. O aparelho pode sercomandado por controle remoto eestá entre os mais silenciosos domercado. MO 52441
COMPRESSOR DE AR Os equipamentos da DeWalt -Black&Decker são do tipo doisestágios e trifásicos. Esses modelosapresentam um deslocamentoteórico de 60 pcm, volume doreservatório de 425 litros e potênciade motor de 15 hp, além de válvulasde segurança entre os estágios.MO 52442
FORRO REMOVÍVEL Com placas produzidas a partir defibras orgânicas e inorgânicas emdiversos padrões de acabamento edimensões, a linha Celotex, da Placo,garante versatilidade e novassoluções de decoração. Possuielevada reflectância luminosa e altaresistência ao fogo e à umidade. MO 52444
LÂMPADAS PARA JARDIMAs halógenas da Sylvania têmdiferentes ângulos de abertura elonga durabilidade, por isso, sãoindicadas especialmente para projetospaisagísticos. Com duplo contato, osmodelos PAR 20 e PAR 38 têm,respectivamente, potências de 50 We de 90 W e 100 W. MO 52446
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78 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
MADE INCOLORTILAv. das Américas, 500 – bloco 6, salas208/209Rio de Janeiro-RJ(21) [email protected]ão PauloAl. Lorena, 1.835(11) 3064-1110Shopping D&D – Av. das NaçõesUnidas 12.555, piso térreo(11) 3043-9142Rio de JaneiroRio Design Barra, Av. das Américas,7.777, lj. 155(21) 2438-7512Belo HorizonteRua Alagoas, 843, Funcionários(31) 3262-0090Salvador Rua Dias D'Avila, 5(71) 264-2464Curitiba Rua Teixeira Coelho, 235(41) 243-0708GoiâniaAv. 136, 290 (setor Marista)(62) 541-3909RecifeAv. Conselheiro Aguiar, 323(81) 3466-2522Porto AlegreRua Marquês do Pombal, 157(51) [email protected]ÓVEIS ARREDAMENTOSão PauloShopping D&D – Av. das NaçõesUnidas, 12.551/9, lj. 206, piso L-2(11) 3043-9129 Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 903 (11) 3062-1188 Lar Center – Rua Otto Baumgart, 500,lj. 303/304, 3o piso(11) 6222-2863Rio de JaneiroRio Design Barra – Av. das Américas,7.777, lj. 146/147, 1o piso(21) 2438-7559Brasília SIA Trecho 03, 880, lj. 239/240(61) 361-2961FortalezaSalinas Casa Shopping – Av.Whashington Soares, 909, lj 97(85) [email protected]
EIKON BRASILSão PauloRua Alexandre Dumas, 1.601, 14o andar(11) 5183-3131Rio de JaneiroPraça Floriano, 55, 7o andar, cj. 701(21) 2524-5263www.eikonbrasil.com.br
CASACÁCIO MURILO – fotografiaAv. Expedicionários, 208João Pessoa-PB(83) 9304-4059CERÂMICA PORTINARI –revestimento cerâmicoShowroomAv. Brasil,1.300São Paulo-SP01430-001(11) 3081-1022FÁBRICAAv. Manoel Delfino de Freitas, 1.001Criciúma-SC88813-900(48) [email protected]ÂMICA PORTOBELLO –revestimento cerâmico BR 101 km 163 Tijucas-SC88200-000 (48) 279-2222 www.portobello.com.brCIMEAL – esquadriasRodovia BR 230 s/n, km 1458310-000(83) 246-2082, 246-4816 MARCOLINO MADEIRAS – esquadriasRodovia BR 230 s/n, km 1258033-450(83) 214-9600 MESTRE JOÃO – construçãoTravessa São Gonçalo, 16João Pessoa-PB58038-332(83) 245-7660 e 9969-8696 METALÚRGICA TOUROS – corrimãosRua B1, Quadra E, Lotes 08 e 09Distrito Industrial58082-040(83) 233-1718 NORMANDO PERAZZO E ADRIANOMACIEL – estruturaUniversidade Federal da Paraíba –Centro de Tecnologia(83) 244-4506, 216-7036 NORVIDRO – vidrosAv. Edson Ramalho, 25258038-100(83) 247-1677
OGM ARQUITETOS – projetoarquitetônico Av. Flávio Ribeiro Coutinho, 400/202João Pessoa-PB58037-000 (83) 246-1757, 9996-5850,9996-5717, 9996-6326 [email protected] ONDULINE – telhasRua São Luiz Gonzaga, 1.031Rio de Janeiro-RJ20910-0630800-245260 [email protected] www.onduline.com.brPEDRA POLIDA – granitoAv. Presidente Epitácio Pessoa, 1.016,sala 02João Pessoa-PB58030-000(83) 224-0603
BRASIL – Centro de CulturaJudaicaACECO TI – arquivos deslizantesAv. Eng. Luís Carlos Berrini, 267, bl. B,2o andarSão Paulo-SP04571-010(11) [email protected]ÚSTICO ENGENHARIA –termoacústicaRua Raggio Nóbrega, 63São Paulo-SP(11) 3062-5454AEC CONSULTORIA – caixilhos econsultoria de vidrosRua Tomás Carvalhal, 614São Paulo-SP04006-000(11) [email protected]Á MOBÍLIAS – cadeiras-café(11) 3191-0320ATLAS SCHINDLER – elevadoresAv. do Estado, 6.116 São Paulo - SP01516-900(11) 6120-5213sac_brasil@atlas.schindler.comwww.atlas.schindler.comBARBIERI GORSKI – paisagismoRua Fernão Dias, 186São Paulo-SP(11) [email protected] – mão-de-obra direta Rua Topázio, 118Barueri-SP06410-150
(11) [email protected] – louçasICL Louças SanitáriasAv. 14 de dezembro, 2.800Jundiaí-SP 3206-011Caixa Postal 45(11) 4588-4600Showroom CeliteAvenida Brasil, 2.188São Paulo-SP01430-001 (11) 3061.5266SAC: 0800 7011300www.celite.com.brCIA. DE PROJETOS – estrutura metálicaRua Morato Coelho, 69São Paulo-SP(11) 3061-2603 CONSTRUTORA CHARLES CAMBUR– gerenciamento administrativoAv. Nove de Julho, 5.593, 5o andarSão Paulo-SP(11) 3079-4979CSC – equipamentos de cozinhaRua Araras, 231Barueri-SP06409-050(11) 4198-0404 [email protected] – divisórias móveis(6402.9722) Rua Eng. Albert Leimer, 797Guarulhos-SP07140-020(11) [email protected]/LA FONTE – ferragensAv. Piracema, 1.400 – CentroEmpresarialBarueri-SP06460-933(11) [email protected] – divisóriasAl. Inajá, 31Barueri-P06460-050(11) 4191-0427 [email protected] ELETRÔNICA – audiovisualRua Curuzu, 17, térreo Rio de Janeiro-RJ20920-440 (21) 3860-5717 [email protected] – instalações elétricas ehidráulicas
E N D E R E Ç O S
MARÇO 2003 ARQUITETURA&URBANISMO 79
Rua Neves de Carvalho, 342São Paulo-SP01132-010(11) 222-6111eletrenge@eletrenge.com.brwww.eletrenge.com.brEMPREITEIRA MAP – tratamento deconcretoAv. Prof. Manoel José Pedroso, 1.611,sl.103 Cotia-SP(11) 4616-7416 ESCRIBA – mobiliárioRua José Dini, 131São Paulo-SP06763-010(11) 4788-9277 [email protected]ÓRIO TÉCNICO JKMF –estrutura de concretoRua Luiz Coelho, 340, 12o andarSão Paulo-SP01309-903(11) [email protected] – esquadrias de alumínioAv. Dep. Cantídio Sampaio, 6.088(11) 3971-6566 [email protected] – mármoresRua Luciano Silva, 511São Paulo-SP05841-000(11) 5511.4020 [email protected] – piso autonivelanteRua Tenente Onofre Rodrigues deAguiar, 800Mogi das Cruzes-SP 08770-000(11) 4191-9900 GUARUTHERM – proteção passivacontra incêndio Rua Stella Maris, 25Guarulhos-SP(11) 6422-1456 / Fax [email protected]Á – revestimento de paredeRua Dr. Costa Júnior, 520São Paulo-SP05002-000(11) 3672-1522 [email protected]&K – esquadrias metálicas Rua Três Pedras, 103São Paulo-SP06465-020
(11) [email protected] KB ENGENHARIA – engenhariaAv. Iraí, 143, cj. 94São Paulo-SP(11) [email protected] ENGENHARIA – elétrica/hidráulicae incêndioRua Guaricanga, 242São Paulo-SP05075-030 (11) 3832-3512 [email protected] – persianas (3024.7000) Av. Prof. Manoel José Chaves, 300São Paulo-SP05463-070(11) 3024-7000www.luxaflex.com.brMEGA PINTURAS – pinturas Av. Marcondes de Brito, 970São Paulo-SP03509-000(11) 6653-8821comercial@megapinturas.com.brwww.megapinturas.com.brMETALCORP – porta corta-fogo Av. Mal. Castelo Branco, 72 Taboão da Serra-SP06790-070(11) 4787-0066 [email protected]ÉTODO ENGENHARIA – execuçãodas obrasAv. das Nações Unidas, 12.901, TorreNorte, 3o andarSão Paulo-SP04578-000(11) 5504-7200metodoengenharia@metodoengenharia.com.brwww.metodoengenharia.com.brMG&A CONSULTORES DE SOLO –fundaçõesRua Natingui, 1.053São Paulo-SP(11) 3031-5539NOROBRÁS – impermeabilizaçõesRua André Saraiva, 90São Paulo-SP05626-000(11) 3744-8125 [email protected] – metaisAv. Jacu Pêssego, Nova Trabalhadores,3.787São Paulo-SP08260-001(11) 6521-0055
[email protected] DO BRASIL – iluminaçãoRua Verbo Divino, 1.400São Paulo-SPCEP 04719-0020800-991925 www.luz.philips.com.brPILKINGTON – vidrosRua Sargento Rodoval Cabral Trindade, 780São Paulo-SP02190-900(11) [email protected] PISO – pisos esportivosRua Aparício Corrêa de Godói, 150Jandira-SP 06600-000(11) 4707-3600www.playpiso.com.br POZZANI ELEVADORES – monta-cargas Av. Walter Tomé, 43São Caetano-SP09570-320(11) [email protected] em Alimentação –cozinha/ lanchoneteAv. José Felix de Oliveira, 1.148, sala 5Cotia-SP 06708-385 (11) [email protected] – estruturas metálicasAv. Projecta, 240Guarulhos-SP07222-130(11) [email protected] – sonorizaçãoRua Timbiras, 1.959Belo Horizonte-MG30140-061(31) 3273-6844 www.projesom.comRADIX STUDIO DE DESIGN –iluminaçãoRua Alves Guimarães, 1.472São Paulo-SP05410-002(11) [email protected] www.studioix.com.brROBERTO LOEB E ASSOCIADOS –arquitetura e interioresRua José Maria Lisboa, 1.077São Paulo-SP(11) [email protected]
SERVITEC – ar-condicionado eexaustãoRua do Bosque, 1.281São Paulo-SP01136-000(11) [email protected] – automação predialAv. Corifeu de Azevedo Marques, 45São Paulo-SP05581-000(11) [email protected] – piso elevadoRua Dr. Rubens Gomes Bueno, 691São Paulo-SP04730-903(11) 5643-6333TECNICS – espelho d'águaRua Louisiana, 310São Paulo-SP04560-020(11) [email protected] PROJETOS – ar-condicionadoRua Barão do Bananal, 300São Paulo-SP05024-000 (11) 3672-1657TELEM – cenotecniaRua Arcipreste, 372São Paulo-SP04268-020(11) 274-9422 [email protected] – revestimentoacústico/marcenariaRua Dr. José Jorge Cury, 400São José do Rio Preto-SP15076-610(17) 238-2000 [email protected] TECH – cabeamento estruturado Rua Creta, 245Sabará-MG34710-140(31) 3485.2700 VAULT-DIGITAL – blindagem(11) [email protected] WALL TECH – forros e paredes degessoRua Estado de Israel, 333São Paulo-SP04022-001(11) 5084-5002 [email protected]
E N D E R E Ç O S
80 ARQUITETURA&URBANISMO MARÇO 2003
SPETO – limpeza final de obrasRua Jamanari, 311, apto.71São Paulo-SP05716-140(11) [email protected] E JARDIM – paisagismo(11) 3763-2703
INTERNACIONAL –Los Angeles Civic ParkMÁRCIO KOGANAlameda Tietê, 505 – Cerqueira CésarSão Paulo-SP(11) [email protected]
INTERNACIONAL – Escritório de arquiteturaENRIQUE BROWNECalle Los Conquistadores, 2.461Santiago do ChileChile56 2 234-2027 e [email protected]
ENTREVISTAHUMBERTO E FERNANDOCAMPANA Rua Barão de Tatuí, 219Vila BuarqueSão Paulo-SP(11) 3094-8001
INTERIORES – COZINHASPLANEJADASABITARE – cozinha DadaAl. Gabriel Monteiro da Silva, 1.970São Paulo-SP01442-001(11) 3061-1125ALESSIA COLOMBORua Pedro Américo, 556São Paulo-SP09581-490(11) 9194-0309ALUMETALAv. Ministro Laudo Ferreira, 327São Paulo-SP05537-001(11) 3742-2526ARISTONAv. das Nações Unidas, 20.882São Paulo-SP04795-000(11) 5522-7788CARMEM COIFASCarmem Angelino(11) 6950-5274 e 9614-9696CECRISAShowroomAv. Brasil, 1.300
São Paulo-SP01430-001(11) 3081-1022FábricaAv. Manoel Delfino de Freitas, 1.001Criciúma-SC88813-900(48) [email protected]. Cidade Jardim, 976São Paulo-SP01454-000(11) 3813-9910 e 3097-8866DELLANOAv. Cidade Jardim, 702São Paulo-SP01454-000(11) 3032-8354 e 3032-8346 [email protected] ALMEIDAAv. Rebouças, 2.838São Paulo-SP(11) 3813-8444ESPAÇO DAS COZINHASAv. Ibirapuera, 2.671São Paulo-SP04028-002(11) 3813-8444FÓRMICA0800 19 3230GRANISTILLORua Carlos Weber, 327São Paulo-SP05003-000(11) 3832-9902HELENA FERRAZRua José da Silva Ribeiro, 30 São Paulo-SP05627-130(11) 3742-6759KITCHENSAv. Brig. Faria Lima, 2.015 conj. 51São Paulo-SP04151-001(11) 3030-1900 www.kitchens.com.brLABORATÓRIO DA LUZRua Antonio Carlos, 686 São Paulo-SP01309-010(11) 3218 2786LE CUCINEShopping D&D(11) 3043-7321Shopping Lar Center(11) [email protected] MARCENEIRORua. Dr. Augusto de Miranda, 801 São Paulo-SP
05026-000(11) 3862-6020MEKALAv. das Nações Unidas, 12.555, Piso L2,Loja 228São Paulo-SP04578-903(11) 3043-9062NS BRASILRua Charles Darwin, 715 São Paulo-SP04379-060(11) 5677-9667PULSARAv. Juscelino Kubitschek, 455São Paulo-SP04543-010(11) 3848-9130RENÉ FERNANDES FILHOAv. Brig. Faria Lima, 1.979 conj. 51São Paulo-SP01452-001(11) 3815-1627SOUZA MUNIZ MÃO-DE-OBRARua 3, no 48São Paulo-SP05867-380(11) 5873-6305(11) 9445-1229STUDIO LIGHTAv. Alfonso Bovero, 26401254-000(11) 3675-3555TECMAREAv. Nossa Senhora do Sabará, 195São Paulo-SP04695-000(11) 5524-9197TODESCHINIRua 10 de novembro, 432Bento Gonçalves-RS95700-000(54) 455-8255VANIA SCALAMANDRÉ DUARTEGARCIARua Sampaio Vidal, 993São Paulo-SP01443-001(11) 3061 9578
TECNOLOGIA&MATERIAISABCCO – REJUNTABRASMAXIJUNTA IND. COM. LTDA.Estrada do Una, 300Itaquaquecetuba-SP08559-650(11) 4645-1366rejuntabras@rejuntabras.com.brwww.rejuntabras.com.brARGAMASSAS ARGATEX LTDA.Rua João Santan Leite, 400Santana do Parnaíba-SP
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