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Aspectos Macro-Econômicos do Orçamento
Cuiabá, 3 de agosto de 2004
FUNÇÕES BÁSICAS DO ESTADO
ALOCATIVA
DISTRIBUTIVA
ESTABILIZADORA
Instrumentos Básicos de Planejamento e Orçamento no Brasil Plano Plurianual – PPA
Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO
Lei Orçamentária Anual - LOA
ORÇAMENTO PÚBLICO
peça chave na promoção de ajustamentos na alocação de recursos; na distribuição de renda e na manutenção da estabilidade econômica;
trata-se de um instrumento de planejamento, espelhando, entre outras coisas, a maneira com que o Estado está se financiando para atender às demandas da sociedade.
FORMAS DE O ESTADO SE FINANCIAR PARA DESENVOLVER
SUAS FUNÇÕES
arrecadação de tributos, contribuições sociais, etc;
captação de empréstimos juntos ao setor interno e / ou externo;
emissão monetária – forma inflacionária
DIFICULDADES BÁSICAS
EMPRÉSTIMOS
EMISSÃO
TRIBUTAÇÃO
- fonte limitada no tempo;- impacto na taxa de juros;- penaliza gerações futuras.
Inflação
- limitação (qual o ponto ótimo?);- formas de tributação – direta e indireta- efeitos da tributação sobre a produção
Histórico Financiamento Orçamentário no Governo Federal Brasileiro
Anos 70 – Endividamento
Anos 80 e início dos 90 – inflação
A partir de 1998 – elevação de tributos e controle no nível de gastos
Objetivos Centrais da Política Fiscal manutenção do nível de emprego;
equilíbrio no balanço de pagamentos;
estabilidade no nível de preços;
manutenção do crescimento
econômico.
- nível de endividamento; - taxa de juros;- previsibilidade da política fiscal;- credibilidade.
DESAFIOS FUNDAMENTAIS POLÍTICA FISCAL
• Levar o Estado a viver dentro de seus limites
financeiros, ou seja, gastando apenas o que a
sociedade lhe destina por intermédio de impostos
e contribuições;
• Não penalizar gerações futuras;
• Criar um ambiente interno favorável para a
elevação de investimentos.
DIFICULDADES BÁSICAS
• Mudança cultural;
• Descontinuidade administrativa;
• Delimitação da atuação (tamanho) do Estado;
• Capacidade de investimento e necessidade de
redução do nível de endividamento.
* Necessidades de Financiamento do Setor Público - NFSP
Instrumento Gerencial Atualmente Utilizado para o Exercício da Função Estabilizadora:
Por força da LRF, os três entes da
federação devem planejar e calcular
quais os seus resultados para cada
exercício
Objetivos das Necessidades de Financiamento do Setor Público
Medir a pressão exercida pelos gastos públicos sobre as disponibilidades de recursos financeiros da economia, por intermédio do aumento líquido do endividamento público;
Sinalização do comportamento fiscal para a sociedade e para o mercado.
RESULTADOS A SEREM ESTABELECIDOS NO MOMENTO DA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO
PRIMÁRIO
NOMINAL
Resultado Primário = RP
Procura medir se o Governo está vivendo dentro de seus limites financeiros, ou seja, se o seu nível de receitas não-financeiras é capaz de financiar as suas despesas não-financeiras.
Resultado Primário = RP
RP = (RECEITAS NÃO-FINANCEIRAS) - (DESPESAS NÃO-FINANCEIRAS), Onde:
receitas não-financeiras = receitas arrecadadas no exercício - receitas de operações de crédito - receitas de privatização - receitas de aplicações financeiras
despesas não-financeiras = total de despesas - despesas com juros e amortização da dívida
Exemplos de Receitas Financeiras Títulos Operações de créditos Remuneração de Disponibilidades Superávit financeiro (não faz parte do
período de apuraçao = 1de janeiro a 31 de dezembro)
Juros e Encargos da Dívida
Amortização da Dívida
Exemplos de Despessas Financeiras
Resultado Nominal = RN
RN = (Resultado Primário) + receitas financeiras – juros a pagar, onde:
Receitas financeiras = receitas de operações de crédito, receitas de aplicações financeiras e outras.
O resultado nominal irá caracterizar a necessidade ou não de financiamento do setor público junto a terceiros.
CRITÉRIOS DE APURAÇÃO DAS NFSP
Acima da linha:– Leva em consideração os fluxos de receitas e
despesas não financeiras, que não criam ou extinguem obrigações para o setor público.
Abaixo da linha:– Considera somente os itens de financiamento
líquido do setor público em determinado período de tempo.
CRITÉRIOS DE APURAÇÃO DAS NFSP
Acima e Abaixo da linha:
– O resultado alcançado deverá ser sempre igual, dado que um déficit acima da linha deverá ser coberto com recursos obtidos por intermédio de financiamentos (abaixo da linha) junto ao setor privado ou externo.
FASES DA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO
Meta Fiscal (Resultado Primário);
Estimativa da Receita;
Fixação da Despesa:
META DE POLÍTICA FISCAL
No médio-prazo, evitar o crescimento da relação entre a Dívida Líquida do Setor Público consolidada e o PIB;
Financiar os gastos governamentais por intermédio de tributos e não por meio de elevação do endividamento.
O PROCESSO O PROCESSO ORÇAMENTÁRIORÇAMENTÁRI
O –O –Visão pós Lei de Visão pós Lei de
Responsabiliade FiscalResponsabiliade Fiscal
O Processo de Elaboração do OrçamentoA questão fiscal
Anterior a 1998 - sem compromisso com metas fiscais
Crises externas e Programa de Ajuste Fiscal - Metas no Acordo com FMI
Meta estabelecida - estabilização relação dívida / PIB no médio prazo
Cumprimento da Meta - Superávits primários
O Processo de Elaboração do OrçamentoA questão fiscal
3 macro etapas, após a definição da meta de
resultado:
– Meta Fiscal = Resultados Primário e Nominal (LDO)
– Estimativa das receitas
– Fixação de limite para as despesas
O Processo de Elaboração do OrçamentoA questão fiscal
1ª Etapa: Estabelecimento da Meta de Resultado Primário, em função do nível de controle da dívida que se pretende atingir
Estabelecida na Lei de DiretrizesOrçamentárias
Estabelecimento de Meta Fiscal
Base Legal: art. 4º, § 1º, LRF
Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
O Processo de Elaboração do OrçamentoA questão fiscal
Demonstrativo Anexo de metas fiscais – Demonstrativo da União
R$ milhões correntes
Valor % PIB Valor % PIB Valor % PIB
I. RECEITA TOTAL 313.502,4 23,74 311.277,1 21,74 336.669,2 21,74
II. DESPESA TOTAL 284.289,4 21,53 282.645,2 19,74 305.701,7 19,74
III. RESULTADO PRIMÁRIO (I-II) 29.213,0 2,21 28.631,9 2,00 30.967,6 2,00
IV. RESULTADO NOMINAL -27.232,7 -2,06 -19.075,6 -1,33 -20.134,2 -1,30
V. DÍVIDA LÍQUIDA GOVERNO CENTRAL (*)407.825,9 30,32 441.416,7 30,35 474.790,3 30,18(*) A preços de dezembro
Discriminação2002 2003 2004
O Processo de Elaboração do OrçamentoA questão fiscal
Demonstrativo Anexo de metas fiscais – Demonstrativo do Estado do MT
Discriminação
Valores Correntes em R$ milhões
2005 2006 2007
Valor Valor Valor
I. Receitas Não-Financeiras 5.143,9 5.689,6 6.219,1
II. Despesas Não-Financeiras 4.497,6 5.090,4 5.566,6
III. Resultado Primário (I-II) 646,4 599,2 652,5
IV. Resultado Nominal 366,9 299,9 334,0
V. Montante da Dívida 694,9 652,2 710,2
O Processo de Elaboração do OrçamentoA questão fiscal
2ª Etapa: Estimativa das Receitas Não-Financeiras– Impostos;– Contribuições;– Taxas;– Preços Públicos;– Outras receitas patrimoniais, de serviços,
etc.
Projeção de ReceitasBase Legal: art. 12, LRF
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
Demonstrativo de Projeção de ReceitasMétodo Incremental
Item Base Projeção (A) Atipicidades (B) Base Ajustada(Arrecadado Ano Anterior) (Não se Repetirá no Futuro) C = A - B
ICMS 400,0 10,0 390,0
Item Base Ajustada ProjeçãoPreço (D) Quantidade (E) Legislação (F) Ano Seguinte
C Inflação Atividade Econômica mudança regra (C * D * E * F)
ICMS 390,0 1,02 1,05 1,00 417,69
Efeito
0,0
50.000,0
100.000,0
150.000,0
200.000,0
250.000,0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Previsto 2002
Evolução das Receitas Não-Financeiras(R$ milhões)
Receitas Administradas Receitas do INSS Demais Receitas Receitas Próprias
O Processo de Elaboração do OrçamentoA questão fiscal
3ª Etapa: Fixação das Despesas Não-Financeiras
DespesasObrigatórias
DespesasDiscricionárias
DESPESAS DE EXECUÇÃO OBRIGATÓRIA
Despesas que, independente da disponibilidade de recursos, devem ser executadas no decorrer do exercício.
– Exemplos: Pessoal e Encargos Sociais, Sentenças Judiciais, Transferências por Repartição de Receitas (FPE, FPM, etc), outros.
DESPESAS DISCRICIONÁRIAS
Outras Despesas Não-Financeiras que não se enquadram no conceito de despesas obrigatória.
O LIMITE PARA ESTAS DESPESAS DEPENDERÁ DO VOLUME DE RECURSOS DISPONÍVEIS, DADA A META DE RESULTADO FIXADA
Limite = Receitas Não-Financeiras (-) Resultado Primário (-) Despesas Obrigatórias
0,0
50.000,0
100.000,0
150.000,0
200.000,0
250.000,0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Previsto2002
Evolução das Despesas Não-Financeiras da União(R$ Milhões)
Obrigatórias Discricionárias
Evolução das Despesas Não-Financeiras da União(Base = 1995)
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
120,0%
140,0%
160,0%
1996 1997 1998 1999 2000 2001 Previsto2002
Obrigatórias Discricionárias
Evolução do Resultado Primário da União - Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social (R$ milhões correntes)
-5.000,0
0,0
5.000,0
10.000,0
15.000,0
20.000,0
25.000,0
30.000,0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Previsto2002
O Processo de Elaboração do OrçamentoSistemática da Elaboração Sob a Égide da LRF
Projeção de Receitas; Estudo de limites orçamentários: Caráter quantitativo. Separação das 3 “classes” - tipos de
detalhamento - discussão centrada nas primárias discricionárias.
Priorização: Utilização de séries históricas e limites PPA.
O Legislativo não Pode Alterar:– Meta de Resultado Estabelecida na LDO;– Despesas com Dívida e Pessoal.
O Legislativo Pode:– Alterar projeção de receitas, desde que constatado
erro ou omissão de ordem técnica ou legal;– Alterar programação desde que com cancelamento
de despesa fixada no Projeto de Lei do Orçamento.
Tramitação do Orçamento no Legislativo
Execução do Orçamento
Necessidade de cumprimento da meta fiscal (LRF art. 9o): reestimativas bimestrais da receita.
Reestimativa abaixo da Lei Orçamentária: limitação empenho e mov. financeira.
Limitação na categoria “discricionárias primárias”.
LRF possibilita limitar outros Poderes.
Execução do OrçamentoArt. 9º, LRF
Art. 9o Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
Ações Complementares
Limites de Pessoal (art. 19, LRF) Criação ou Aumento de Despesa Obrigatória (art.
17 da LRF), Reajuste Real do Salário Mínimo (art. 24 da LRF) Limites para Antecipação de Receita Orçamentária
(art. 38 da LRF) Se a dívida ultrapassar o limite – ajuste em até 3
quadrimestres seguintes (art. 31, LRF, ii), Regras de Contratação de operações de crédito e
de garantia e contragarantia (ii)