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Teorias de Aquisição da Linguagem
Teorias de Aquisição da Linguagem
A aquisição da linguagem não é caótica, aleatória
Por volta de 3 anos, uma criança faz uso produtivo de uma língua.
Como ela é aprendida?
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Vejamos as principais correntes teóricas sobre o assunto:
EMPIRISMO (behaviorismo, conexionismo)
RACIONALISMO (inatismo, constrututivismo-cognitivista e construtivismo-interacionista).
EmpirismoO conhecimento é derivado da experiência; o que é inato é a capacidade de formar associações entre estímulos.
1) Empirismo-behavioristaEmpirismo-behaviorista: Skinner (1957) – é possível predizer e controlar o comportamento verbal:
Exemplo: criança + mamadeira + “papá” + reforço = “aprendizagem”
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Estímulo → Resposta → Reforço
• Problema 1: nomeação de algo a partir da referência, da denotação; onde entraria a conotação (as noções não referenciais)?
• Problema 2: como produzimos e compreendemos sentenças nunca ouvidas antes?
• Problema 3: a rapidez do aprendizado e as generalizações internas (“erros” como cabeu, fazi, fazeu, engoliva);
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Logo, o processo de aquisição não podese resumir a variáveis externas
2) 2) Empirismo-conexionistaEmpirismo-conexionista: : aprendizado ad hoc (de acordo com cada fato), com certa admissão de analogias e generalizações;
• Não nega a existência da mente e tenta explicar, em termos neurais, o que ocorre entre os dados de entrada e os dados de saída na mente;
• Interação entre organismo (rede neural) e ambiente, assumindo-se a existência de um algoritmo de aprendizagem (processo de cálculo, ou de resolução de um grupo de problemas semelhantes; conjunto de regras e operações bem definidas e ordenadas, destinadas à solução de um problema ou de uma classe de problemas);
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• A aprendizagem está vinculada a mudanças nas conexões neurais, a partir de um algoritmo de aprendizagem interno que permite o aprendizado a partir de experiências.
• Em um modelo conexionista, dá-se muita importância à quantidade de dados de entrada – freqüência – e à variabilidade dos dados de saída.
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Racionalismodefendem a força de uma capacidade inata;
Racionalismo-inatistaRacionalismo-inatista: o aprendizado da linguagem é independente da cognição e de outras formas de aprendizagem (p. ex.: estímulo-resposta)
• Chomsky (1965): o ser humano é dotado de uma gramática inata.
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• Pinker (1994): a faculdade da linguagem não é um módulo da cognição; há famílias inteiras com problemas lingüísticos (Specific Languagem Impairement), enquanto suas capacidades cognitivas são normais;
A criança teria um dispositivo de aquisição da linguagem (DAL) inato que é ativado e trabalha a partir de sentenças (input) e gera a gramática da língua à qual a criança está exposta.
Input DAL/GU Output (língua L, regras 1, 3, 6)
Regras 1, 2, 3, 4, ...
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• A gramática universal: Princípios (leis invariantes e gerais)+ Parâmetros (leis cujos valores variam entre as línguas e lhes conferem diferença superficial):
Princípio: toda língua tem sujeito;
Parâmetro: esse sujeito pode ou não ser omitido.
• Em inglês, o parâmetro seguido é a marcação invariável do sujeito: It is raining.
• Em português, existe a possibilidade de omissão de um sujeito: Está chovendo.
• A exposição ao parâmetro é que o determina; mas muitas questões ainda hoje estão por ser respondidas:
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1. Quantos são os valores dos parâmetros?
2. É possível haver reparametrização?
3. O que desencadearia a parametrização?
4. O que faz a criança iniciar o processo?
5. Tempo de exposição, de definição de um parâmetro, de freqüência...?
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Construtivismo: o mecanismo responsável pela aquisição da linguagem também é responsável por outras capacidades cognitivas (conjunto dos processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, reconhecimento, etc.
Construtivismo-cognitivistaConstrutivismo-cognitivista: linguagem vinculada à cognição; a fonte do conhecimento está na ação sobre o ambiente;
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• Para Piaget, os universais lingüísticos são reflexos das estruturas cognitivas universais; a linguagem é porta para a cognição, que passa por períodos:
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1.Sensório-motor (zero a 18 meses: exercícios reflexos, primeiros hábitos, coordenação entre visão e apreensão e busca de objetos desaparecidos);
2. Pré-operatório (2 a 7 anos: função simbólica, organizações representativas);
3. Operações concretas (7 a 12 anos);
4. Operações formais.
• Para que a criança faça uso do signo lingüístico, é necessário que ela “aprenda” que as coisas existem mesmo que não estejam no seu campo de visão. Um objeto precisa continuar existindo mesmo fora do campo de visão!
• Uma vez que se sabe que o objeto continua existindo mesmo fora da visão, é preciso representá-lo; o signo lingüístico desempenha esse papel
• Problemas do construtivismo-cognitivista: a passagem pelas fases não é uniforme
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Construtivismo-interacionistaConstrutivismo-interacionista: Vygotsky (1962) também defende que o desenvolvimento da fala segue as mesmas leis, o desenvolvimento de outras operações mentais; mas destaca a função social da fala, do interlocutor, no desenvolvimento da linguagem:
LÍNGUA + PENSAMENTO + SOCIEDADELÍNGUA + PENSAMENTO + SOCIEDADE
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•Quatro estágios no desenvolvimento dasoperações mentais:
1 Natural ou primitivo; 2 Psicologia ingênua (a criança experimenta as propriedades
físicas do seu corpo e dos objetos, e aplica essa experiência ao uso de instrumentos);
3 Signos exteriores (as operações externas são usadas para auxiliar as operações internas);
4 Crescimento interior (interiorização);
•Por volta de 2 anos, fala e pensamento se
unem; a fala passa a servir ao intelecto, e
os pensamentos podem ser verbalizados;
• Vygotsky buscou compreender 3 questões fundamentais:
– 1. a relação entre os seres humanos e o seu ambiente físico e social;
– 2. o que fez o trabalho se tornar o meio fundamental de relacionamento entre o homem e a natureza, e as conseqüências psicológicas dessas formas de atividade;
– 3. a natureza das relações entre o uso de instrumentos e o desenvolvimento da linguagem;
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• Vygotsky buscou entender as chamadas funções psicológicas superiores, tipicamente humanas:
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capacidade planejamento
memória voluntária
imaginação
simbolização complexa
• São “superiores” porque se referem a mecanismos intencionais, ações conscientemente controladas,
que dão ao indivíduo a possibilidade independência em relação ao momento e espaço presente.
• Não seriam inatos; são oriundos das relações entre os indivíduos e se desenvolvem ao longo do processo de internalização de formas culturais de comportamento.
• Diferem, portanto, dos processos psicológicos elementares (presentes em crianças e nos animais, tais como reações automáticas, ações reflexas, etc.
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• O cérebro é um “sistema aberto”, de grande plasticidade, cuja estrutura e modos de funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento individual;
• A linguagem é um signo mediador por excelência entre os homens, pois ela carrega em si os conceitos generalizados e elaborados pela cultura humana!
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Algumas conclusões…
A aquisição da linguagem é fascinante!
As correntes teóricas vistas aqui são apenas correntes teóricas e não verdades absolutas!
Todas têm aspectos positivos e esclarecedores, mas, quando confrontadas com os dados de uma criança, ainda têm muitas questões por explicar!