dislexia: avaliação e intervenção no ensino secundário
Picasso, meninas a lerSPO - ESAAA
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Pontos de partidaPressupostosO Programa
Apresentação à escola DespisteAvalaliação Psicopedagógica IntervençãoAvaliação do programa
Pontos de Partida
• Pedidos de ajuda por parte dos alunos
• Aumento de sinalizações por parte dos professores
• Aumento do número de alunos sinalizados que entram na escola, continuando a ser um nº muito inferior às taxas de prevalência para que apontam estudos internacionais
• Existência de meios para o despiste, avaliação e intervenção
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Taxa de Prevalência: 1 para 25 (Osmond 1994)
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Presupostos
• A dislexia é uma condição neurológica e genética
• A dislexia resulta, na maioria dos casos, de um déficit fonológico
• Existem perfis diferenciados de dislexia, associados a diversos factores ambientais, neurológicos e cognitivos
• A dislexia é uma importante causa de insucesso escolar e pode ser considerada não uma deficiência mas uma desvantagem cultural
• A intervenção tendo em vista a reeducação e a prevenção de danos secundários pode ser realizada em qualquer idade
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Alguns autores de referência
• Utha Frith, Institute of Cognitive Neuroscience, University College of London
• Frank Ramus, Departement of Cognitive Studies, Ecole Normale Supérieure de Paris
• Gavin Reid, University of Edinburgh
• Sally Shaywitz, Yale Center for the Study of Learning and Attention
• Margaret Snowling, Department of Psychology at the University of York
• Paula Teles, Clínica da Dislexia, Lisboa
• Arlette Verhaeghe e Mª. Luz Cary, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa
Apresentação à Escola
• Apresentação ao Conselho Pedagógico
• Apresentação ao Conselho de Directores de Turma
• Apresentação aos Grupos Disciplinares
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Integrado no Plano Anual de Actividades“Dislexia no ensino secundário: Avaliação e intervenção. Despiste aos alunos do 10º ano. Avaliação psicopedagógica e
elaboração de processos de EE” Responsáveis: SPO, EE, DT, Docentesplano anual de actividades 2009-2010
Enquadrado no Projecto Educativo de Escola“... implementação de instrumentos de avaliação diagnóstica com vista a aferir as dificuldades dos alunos no
início do ano lectivo, à subsequente redefinição de estratégias de superação e de apoio sócio-educativo.”projecto educativo, escola antónio arroio, fevereiro 2007
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Planeamento anual
• 1º Período
Aplicação de provas de despiste a todas as turmas do 10º ano;
Recolha de informação junto dos professores - alunos com suspeita
de dislexia.
• 1º, 2 º e 3º Períodos
Avaliação psicopedagógica faseada e tomada de decisão sobre
medidas
• 1º, 2º e 3º Períodos
Intervenção
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Despiste
Conjunto de provas desenvolvidas por Verhaeghe e Cary para a despistgem de dificuldades na leitura:
Ditado de palavras polissilábicas regulares e irregulares; Detecção da sílaba tónica; Detecção de erros ortográficos.
Aplicação colectiva das provas a todos os alunos do 10º ano da escola.
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Despiste (cont.) Um estudo realizado com esta população permite considerar o conjunto das provas referidas como um instrumento eficaz para despistar dificuldades específicas na leitura (Verhaeghe, Mota e Tristão, 2010).
Contrariamente aos seus pares bons leitores, os alunos identificados como potenciais maus leitores a partir do seu desempenho nas provas de despistagem de dificuldades em leitura evidenciaram:
1. Na leitura, uma descodificação fonológica menos eficiente (efeito de lexicalidade) e representações ortográficas menos especificadas (efeito de regularidade);2. Competências metafonológicas fracas, à semelhança dos resultados de disléxicos, já amplamente referenciados na literatura (e.g., Ramus, 2003; Snowling, 2000; Ziegler & Goswami, 2005).
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Avaliação Psicopedagógica
• Entrevista (com o aluno, com os pais): história pessoal, familiar e escolar, auto-avaliação das dificuldades e estratégias;
• Provas metafonológicas;
• Leitura de palavras e de pseudopalavras;
• Leitura de texto, oral e silenciosa, para avaliação de compreensão, fluência, exactidão e expressão; escrita de texto. Prova de avaliação informal “O Sonhador”.
Bateria 2Dislexia: avaliação e intervenção no ensino secundário
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Avaliação Psicopedagógica (cont.)
• Avaliação de funcionamento cognitivo.
• Avaliação de outras áreas:
• Estilo de aprendizagem; hábitos e métodos de estudo; auto-estima, etc.
• Avaliação e caracterização da escrita por docente de Português.
• Análise de desempenho escolar em Conselho de Turma.
A avaliação é progressiva e faseada.
Avaliação - Tomada Decisão - Intervenção
Aluno
Família
Professor Ensino Especial
Professores do Conselho de
Turma
Psicólogo
Director de Turma
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Avaliação - Tomada Decisão - Intervenção
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Em função desse perfil o aluno...
• Necessita ou não de medidas educativas?• Necessita ou não de medidas de ensino especial?• Que recursos podemos disponibilizar?
Depende de: • factores neurológicos (p.e. o grau de severidade dos deficits)• factores cognitivos (p.e. o desenvol. de estratégias compensatórias)• factores ambientais (p.e. a qualidade dos ambientes educativos)
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O perfil dos disléxicos é variável.
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Intervenção
• Actividades Educativas (intervenção ao nível do aluno)
• Adequações (intervenção ao nível do contexto)
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• Apoio pedagógico personalizado
– a Língua Portuguesa para reeducação da leitura e escrita;
– a outras disciplinas (em função das necessidades do aluno), para desenvolver competências de base ou ajudar na organizar a informação;
– Acompanhamento pela psicóloga ou professora de ensino especial – Reeducação de leitura e escrita; Desenvolvimento de hábitos e estratégias de estudo; reforço da auto-estima.
Intervenção Actividades Educativas e Adequações
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• Medidas na sala de aula
– atenção à especificidade e ao estilo de aprendizagem do aluno;
– adaptações nos materiais distribuídos;
– encorajamento e valorização do aluno, evitando a crítica de forma a promover a auto-estima;
– adequação das expectativas ao perfil do aluno;
– sistematização e estruturação da informação transmitida;
– realização de actividades que façam apelo aos diferentes sentidos - ensino multisensorial.
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• Adequações no processo de avaliação das aprendizagens
– diversificação dos instrumentos de avaliação;
– mais tempo ou provas escritas mais curtas;
– questões formuladas de forma clara e sem ambiguidades;
– valorização da participação e da oralidade;
– diversificação dos instrumentos de avaliação;
– alteração das ponderações.
– Uso das sugestões constantes no guia de estilo para a dislexia
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• Tecnologias de apoio
– Gravador MP3 para gravação de exposições orais e outras;
– Computador portátil para uso de processador de texto, corrector ortográfico, dicionários, software.
• Adequações curriculares individuais
– Adaptações nos objectivos e/ou conteúdos das disciplinas, em função da necessidade (p.e. extensão das leituras exigidas; caso especial da Língua Inglesa).
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• Enquadramento legal:
– D.L. 3/08 - prevê uma diversidade de medidas para alunos
com necessidades educativas especiais permanentes:
• Apoio pedagógico personalizado;
• Adequações curriculares individuais;
• Adequações no processo de avaliação;
• Tecnologias de apoio.
– Regulamento de exames - prevê tempo suplementar para a
realização da prova e correcção própria, de acordo com a ficha
de caracterização fornecida.
ResultadosDislexia: avaliação e intervenção no ensino secundário
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RESULTADOS
Identificados no Despiste NEE Outras
medidasSem
medidas
nº de alunos 33 12 12 9
% de alunos 16% 6% 6% 4%
Total de alunos: 199 (foram retirados da amostra os alunos com outras NEE e os alunos estrangeiro)
Apresentação de um caso (amostra de escrita)
Apresentação de um caso
Inversão 2 fonTotal:10Inversão 2 fonTotal:10
Inversão 3 fonTotal:20Inversão 3 fonTotal:20
SpoonerismosTotal:20SpoonerismosTotal:20
Consciência ArticulatóriaConsciência Articulatória
RC Tpmin
RC Tpmin
RC Tpmin
RC Tpmin
9 0:58 0 3:33 2 10:47 7 3:12
Leitura SilenciosaLeitura Silenciosa Leitura Oral
Escrita
Vel pal/min
Compreensão Vel pal/min
nº pal
91 5 105 46
WISC III ‒ Sem-13 / Voc-15 / Cub-15 / Arit-11 / MD-5 / Cod-7
Rapaz, 15 anos, um irmão mais velho com acentuadas dificuldades escolares;
Manifesta dificuldades na expressão oral;
Frequentou um pequeno colégio até ao 9º ano, sem retenções;
Refere dificuldades a português e línguas, facilidade a ciências e educação visual;
Dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita desde o início da escolaridade;
Notas negativas nos primeiros testes que fez no 10º ano.
PEI: Apoio a Português, apoio por psicóloga, adequações na avaliação.
Classificações finais do Ensino Secundário: média de 14
• Com este programa tem sido possível
– Identificar no início do Ensino Secundário os alunos com problemas na leitura e na escrita e assim melhorar o seu sucesso escolar;
– Ajudar os estudantes a tornarem-se mais conscientes dos seus próprios perfis de aprendizagem e a desenvolveram métodos de estudo mais eficazes, aumentar a sua motivação e auto-estima académica;
– Desenvolver programas para a melhoria das competências de leitura e escrita;
– Implementar diferenciação no currículo e na avaliação das aprendizagens;
– Aumentar a sensibilidade dos professores para a diversidade de perfis de aprendizagem e para a diferenciação pedagógica que tal diversidade requer.
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• Proximos desenvolvimentos
– Continuar a recolher e tratar informação que permita melhorar o sistema de identificação dos casos de dislexia;
– Desenvolver os materiais de avaliação, produzir normas para esta população (provas metafonológicas, provas de avaliação de leitura);
– Maior investimento em formação de professores;
– Maior afectação de recursos que permita por em prática as actividades de reeducação;
– Melhorar os procedimentos para a avaliação do programa.
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• Este programa tem sido possível com a colaboração de:
– Arlethe Verhaeghe, Professora Associada da FP-UL
– Teresa Atouguia, Professora de Português da ESAAA
– Estagiários de Psicologia: Ana Vitorino, Flora Tristão, João Rafael e Sofia Campos
– Directores de Turma, Professores de Apoio e Professores em geral da ESAAA
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http://sites.google.com/site/spoluisamota/
Obrigada!