Download - António Gedeão - Vida e Obra
António Gedeão Lágrima de Preta
Uma Pequena Biografia
Rómulo Carvalho é o seu nome original, António Gedeão é
um pseudónimo.
Nasceu em 1906, morreu em 1997.
Estudou no Liceu Camões.
Foi professor de Física-Química.
Foi conhecido por escrever A Pedra Filossofal, Lágrima de Preta, e Poema do homem-rã.
Outras Obras
Poema da Malta das Naus
Esta é a Cidade
Amador Sem Coisa Amada
Também escreveu ensaios científicos de Física e Química
(A Energia, As Forças)
Lágrima de Preta
Encontrei uma preta
Que estava a chorar
Pedi-lhe uma lágrima
Para a analisar.
Recolhi a lágrima
Com todo o cuidado
Num tubo de ensaio
Bem esterelizado.
Olhei-a de um lado,
Do outro e de frente:
Tinha ar de gota
Muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
As bases e os sais,
As drogas usadas
Em casos que tais.
Ensaiei a frio,
Experimentei ao lume,
De todas as vezes
Deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
Nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
E Cloreto de Sódio
Síntese O tema do poema é uma reflexão sobre o racismo.
O autor compara a lágrima da preta a uma lágrima de uma
pessoa normal, ou seja, que a raça negra é igual a qualquer
outra raça.
Desenvolvimento
Divisão em Partes Lógicas (Interna)
O poema está dividido em três partes:
Na primeira parte, o sujeito encontra a preta a chorar.
Na segunda parte, a lágrima é sujeita a uma análise química.
Na terceira parte, o sujeito revela as suas conclusões.
Sujeito Lírico (Interna)
O sujeito lírico é o indivíduo que interage com a preta, e reflete sobre o racismo.
O Destinatário é a sociedade intolerante à
igualdade de raça.
Deíticos (Interna)
Não há deixis de espaço.
Os deixis pessoais presentes são: ‘uma’, ‘preta’, ‘-
lhe’, ‘estava’, ‘encontrei’ e o resto dos verbos em primeira pessoa.
Os deixis de tempo são todos os verbos em
Pretérito Perfeito (recolhi, pedi, mandei…)
Figuras de Estilo (Interna)
Antítese (Frio – Lume)
Enumeração (Ácidos, Bases e Sais.)
Metáfora (Nem sinais de negro)
Estrutura Externa
O poema é composto por seis quadras, e os versos são de cinco sílabas.
A rima é cruzada no segundo e último verso de
cada estrofe, e é consoante.
Conclusão
O poema é uma mensagem
com apelo à igualdade da
raça humana.
Fim.