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ANO XXXVIII --N . 1886 -- JANEIRO DE 1943 -- PREÇO CR $2,00
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Meus netinhos.
QUANDO,
há pouco, se realizou a comemoração daSemana da Economia, o presidente da Caixa Eco-nômica, Dr. Carlos Luz, fez uma revelação interes-santissima: de dez em de"z centavos, oú seia de tostão
a tostão, como se dizia antigamente, mais de 80.000 mil cole-giais já possuem, naquele estabelecimento de poupança, asoma de um milhão de Cruzeiros, em deposito.
Por dois motivos essa revelação é sensacional. Primeiro,,porque mostra como os meninos cariocas estão levando asério os ensinamentos tio úteis de que devemos ser poupados,-devemos ser previdentes, reservando sempre um pouco doque podemos gastar, para o futuro, para os dias incertos.
Segundo, porque vemos mais uma vez confirmado aquelevelhíssimo brocardo: "de griò em grão a galinha enche opapo", que tantas vezes citamos como conselho aos impre-videntes.
Esse resultado animador se deve, em muito, à bem ori-entada campanha que vem fazendo a direção da Caixa Eco-nômica entre os pequeninos, e principalmente ao bom nomedessa instituição que, sob nova orientação, ressurgiu quandoestava quasi ã beira do esquecimento do público. ,
Ora, meus netinhos, agora vamos iniciar a nova vida,no novo ano, e é natural que todos vocês tenham projetosbons, tenham planos traçados para 1943. Por que, pois, nãoincluir entre os projetos novos o de seguir o exemplo desses80.000 meninos que já teem suas cadernetas na Caixa Eco-nômica, aumentando" o total dos depósitos infantis?
, Vocês só podem ter vantagens, com isso. Como vêem,v não é só depositando grandes quantias que se consegue avul-
tar a soma depositada. Muitos desses oitenta mil meninos'teem depósitos pequeninos. Mas não serão pequeninos osresultados que colherão desse treino da previdência, desseexfercfcio da bela virtude da poupança, que a muitos habi-litará a olhar o futuro com tranqüilidade e segurança
Vamos, meus netinhos, seguir esse belo exemplo?
VôVô
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ISSO
se passou há muitos séculos, no tempo
dos mágicos e das bruxas.
Guilherme, um rapazinho de 12 anos, era
discípulo de um velho sábio que, nas horas
vagas, se ocupava em experiências de magia
e feitiçaria, conforme era costume naquele
tempo.Guilherme JÊÊ~\. era um menino
inte 1 i g e n t e, ¦ __». mas em vez de
aplicar o seu espírito
unicamente às cousas
que o mandavam apren-
der, tinha a preocupa-
ção de indagar tudo e fazer tudo quantovia os outros fazer.
Seu mestre ensinava-o a falar diversas
línguas e a fazer cálculos, a conhecer os
países de todo o mundo e a história de
A VASSOURA ENCANTADAtnrios os oovos. mas é claro que reservava os m* W ™ ¦ am9^ m
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todos os povos, mas é claro que reservava os
segredos da magia para ensinar-lhe mais tarde,
quando êle tivesse idade para poder lidar com
os perigos das operações químicas e da arte
dos feiticeiros, que naquele tempo era muito
considerada.
Mas Guilherme não podia conter a suacuriosidade ardente pelos mistérios da magia.
Uma noite, escondido atrás de uma porta,Guilherme viu o mestre feiticeiro fazer uma
cousa assombrosa. Com algumas palavras má-
gicas deu vida a uma vassoura velha, e a vas-
soura, animando-se de repente, criando pernase braços, levantou-se do chão, começou a andar,
apanhou dois baldes e foi buscar água na fon-
te até encher uma grande tina, que estava no
meio da casa.
No dia seguinte, apenas o mestre saiu,
Guilherme entrou para o laboratório e fechou-
se ali, pulando de contente.— Agora — disse êle,
radiante — agora tambemeu vou fazer feitiçarias;aprendi as palavras mágicas!Vou dar ordens à vassourae ela vai me obedecer. E,voltando-se para a vassoura,
que estava caída a um cantoGuilherme pronunciou as pa-lavras mágicas*
"Seja pela água, que
domina o fogol
Quero a minha ordemvêr cumprida, logo!"
Imediatamente a vassoura estremeceu,ergueu-se, com os pêlos para cima: o cabo, quese apoiava no chão, abriu-se em dois pedaços,que tomaram a fôrma de pernas; de cima sal-ram duas lascas, que tomaram fôrma de bra-ços. E, sem demora, a vassoura começou a an-dar rapidamente, apanhou os dois baldes, diri-gindo-se à fonte, encheu-os, trouxe-os, despe-jou-os na tina, tornou a voltar à fonte e encheros baldes e voltou a despejá-los. Guilherme.estava numa alfcgria indescritível, encantado
por te conseguido fazer feitiçaria tão per-feita.
Mas a vassoura não parava, não cessavade ir à fonte e voltar com os baldes d'água. Atina já estava cheia, transbordando; a águacomeçava a se espalhar pela casa; aí Guilhermeficou muito triste ao vêr que não sabia o meiode fazer cessar aquilo. Devia haver outras pa-lavras mágicas para restituir à vassoura a fór-ma primitiva, mas 6le não sabia essas palavras.
Que fazer então? Gritou çpm a vassoura, or-denou-lhe que parasse e, nada. Ela continuoua ir e vir e a trazer água, que já inundava acasa toda. Guilherme quis agarrá-la, mas quallA vassoura corria mais do que file.
Guilherme, desesperado, agarrou em ummachado e, depois de muito correr, conseguiu
alcançar a vassoura com um golpe, que apartiu em dois pedaços.
O menino pensou que assim socegaría;mas foi ainda peior. Agora, em vez de umavassoura, eram duas a carregar água embaldes, sem cessar. Já a água começavaa encher a casa de modo assustador.
quando, felizmente, apareceu o mestre feiti-celro e, com um só gesto, destruiu o en-canto.
A vassoura voltou a ser uma simples vas-soura e ficou encostada à parede.
Então, o mestre disse a Guilherme:Foi bem feito o susto que passaste.
Assim hás de ficar sabendo que as criançasnão devem querer ir adiante dos mestres, nemfazer as cousas que não sâo para a sua idade,sob pena de sofrerem os.maiores desgostos.
O TICO-TICO
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iW ÍAJ-^^a!?ív^o3'JANEIRO —1943
ZE BOLOTA E CHICO PELANCA
ZEr BOLOTA E CHICO PELANCA SAO DOIS APOSTADO-RES DE MARCA MAIOR. POR QUALQUER COISA DESTEMUNDO, DISCUTEM, TEIMAM E PRONTO, LA VEM UMAAPOSTAZINHA.
NOUTRO DIA O OSSUDO CHICO PELANCA DISSE PARAO ZE' BOLOTA : - APOSTO COMO EU, EM TRAJE DE BA-NHO DE MAR PESO DUAS VEZES MAIS QUE VOCÊ.
— FEITO ! — ACEDEU O GORDUCHO ZE' BOLOTA
E ZE' BOLOTA CONFIANDO NAS SUAS BANHAS TRE-POU NA BALANÇA. CUJO PONTEIRO MARCOU UM NUME-RQ DE QUILOS QUE NAO REVELAMOS PARA VOCÊS NAOSE ESPANTAREM.
— AH ! AH ! DISSE ÊLE MUITO CONTENTE — AQUELELINGÜIÇA NEM TOMANDO ÓLEO DE FIGADO DE BALEIA,PODE CONCORRER COMIGO. ONDE ESTA' ESSE MAGRICÉ-LA, QUE EL QUERO MOSTRAR O PESO ?
JA' VOU — RESPONDEU CHICO PELANCA QUE TI-NHA DESAPARECIDO. ESTOU VESTINDO MEU TRAJE DE•BANHO. NISTO, OUVIU-SE UM BARULHO DE FERROS ECORRENTES.
O TI CO-TICO 6
E CHICO PELANCA APARECEU METIDO NUM ESCA-FANDRO. — GANHEI A APOSTA, GRITOU ÊLE. ZE' BOLOTANAO GOSTOU MUITO DO NEGÓCIO. NAO, MAS NAO DEI-XOU DE PAGAR A APOSTA.
JANEIRO -1943
As duas canetasDIVA PAULO
canetas. Eram os seus donos. O me-nino rico olhou, a caneta de ouro edisse num ar de preguiça:— Hoje não vou ao Colégio; es-tou cansado...
E o guri pobre, apanhando timt-damente a sua velha caneta, saiu can-tarolando uma canção qualquer, rumoao Colégio. E eu também compreendiporque a caneta velha e feia era maisfeliz do que a outra...
ELTnão
me lembro bem em que casa, ouvi duas canetas queconversavam, calmamente, recostadas; a mais bonita, numlindo estojo de prata, a outra,, humilde e velha, num tin-teiro de vidro!
A caneta de ouro falava alegremente:Sou mais feliz do que tü; vivo neste estojo lindo, o dia
inteiro. Quando o meu pequeno dono vem buscar-me, coloca-me, delicadamente, no seu bolsinho de seda, deixa-me umpouco de fora, para que me contemplem, estupefactos, todos Cl;os seus colegas, e invejosos murmurem algumas frases assim:— Que linda caneta tens tu; quem te deu tal objeto? E o rueudono responde, mostrando-rne toda, por fora e por dentro: —Foi o meu papai, e vejam como é valiosa! Como vês, minha amiga,sou feliz!
Quasi nada faço, porque o menino não gosta de estudar.Passo os dias descansadamente, com os ouvidos cheios de elogios,de ser possuída por tal criança.
Calou-se o bonito objeto e a feia caneta continuou:Pensas que não sou feliz, porque sou feia e velha?! Pois
estás completamente enganada, maravilhosa caneta. Sou feliz,mais venturosa do q-ue tu. Trabalho entre os dedos ágeis de ummenino estudioso, rj dia inteiro. Êle me admira muito, chegando,às vezes, a parar de escrever para me olhar, minutos incontáveis,como a pedir-mè desculpas-por tantas horas de trabalho. Quandcvai para o Colégio esconde-me entre os seus cadernos, receiosoáe que os colegas se riam da minha velhice. Ouço também, comotu, elogios, que não são dirigidos a mim, mas que me orgulhame trazem-me felicjdade, muita, felicidade.... Os professores domeu pequenino dono exclamam jubilosos: v
Esse menino é muito inteligente! Estuda mais do quequalquer outro. Vale ouro essa criança!
E tantas outras frases, sempre elogiosas, que enchem de sa-tisfação o meu coração de caneta velha..,
Compreendes, agora, porque eu disse, há pouco, que eratalvês mais feliz do que tu?
Compreendo, minha amiga... E acho que realmente, oés! — murmurou num suspiro a caneta de odro,
Calaram-se os dois objetos. Ouvi rumor de vozes infantis. Vique dois meninos se encaminhavam para a niesa onde estavam asJANEIRO—194 7
Í>^ iií€m-\^m<. áw W0^\
é7--í—//^7Os TICO-TICO
novo anHEmo DO brrsil
Antes: S100 -1 tostão = Cem réis
tíí &\l \t\\!£©? —->n5nr~i IpS'/
Antes: S200 Duzentos réis
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Antes: $501) ¦ Quinhentos réis
Hoje: Cr $0,10 -Dez Centavos
íítê-lHoje: Cf$8,20=Vinte Centavos
\çS^__£2f/Hoje: Cr $ 9.50=Cincoenta Centavos
CR$ fm f \ #V\
\ \^***V>. ^A_-"—- r / l"v. / /
ftSTE E* O SÍMBOLO IM) CRUZEIRO, QUEDEVE SER ESCRITO SEMPRE ANTES DA
IMPORTÂNCIA
O TICO-TICO
REVERSO DE TODAS AS MOEDAS DE CENTAVOS
8
O
Presidente Getulio Vargas, por um de-
creto-le! que foi recebido com satisfação
por todos os brasileiros, criou para o Brasil umnovo padrão monetário, isto é, uma nova uni-dade de moeda, novo "dinheiro", fazendo de-
saparecer o "mil réis" e substituindo-o pelo"Cruzeiro".
Para ajudar os nossos leitores a se fami-
liarizarem com a nova moeda apresentamosestas duas páginas, nas quais, pelo meio maissimples, que è » imagem, será fácil gravar asnoções sobre ela-
O
"CRUZEIRO" substituiu, como ficou dito.o "MIL RÉIS". Logo. 1 Cruzeiro tem o
valor correspondente a DEZ TOSTÕES antigos,
que era quanto valia o MIL RÉIS.
Aqui a esquerda estão representados osvalores das frações do Cruzeiro, que se chamamCENTAVOS.
Antes, a menor fração usual do MIL RÉISse chamava "tostão". Agora, a menor fraçãousual do CRUZEIRO se chama centavo.
Nada mais simples.
O
"símbolo", isto é, a fórma escrita querepresenta abreviadamente o CRUZEIRO,
é a que vocês vêem abaixo: CR$. Esse "símbolo"
deve ser sempre escrito antes da importância.Depois do cifráo virá a quantidade de CRUZEI-ROS, depois uma virgula e depois desta a quan-tidade de centavos.
COMO os centavos só podem ser escritos
com dois algarismos ou seja "O I centavo "
a "99 centavos", depois da virgula, isto é, á suadireita, nunca se deve escrever mais de duascasas.
Porque qualquer quantidade de centavosescrita com três algarismos já igualaria ou pas-saria de 100, e "cem centavos" formam umCRUZEIRO.
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REVERSO DE TODAS AS MOEDAS DECRUZEIROS
EJFARA se fazerem contas com os
centavos e cruzeiros, não há
nenhuma dificuldade. Escrevem-se as
importâncias umas sob as outras, em
ordem, e vão se somando ou subira-
indo, ou multiplicando, e no resultado
basta separar as úffímas duas casas
da direita com a virgula. O que ficar
para a direita serio os centavos- O
que ficar para a esquerda, serão
cruzeiros.
NESTAS páginas aparecem apenas
as novas moedas e damos as
antigas para estabelecer uma com-
paração e facilitar a vocês. Futura-
mente serão postas em circulação ascédulas, ou seja o dinheiro em papel,ou papel moeda.
A mudança de denominação damoeda nacional nos oferece um en-sejo interessante para estudarmosessa questão do dinheiro: como sur-
giu o dinheiro, para que o homem seviu forçado a criar o dinheiro, etc.
Como nestas páginas não caberiatudo isso, vamos dar em outro localdesta mesma edição alguns informes
curiosos, e vocês devem procurarconhecê-los, pois são muito interes-
santes e, até, curiosos.
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Antes: 1S00D - Mil réis»Dez tostões ie: Cr $1,00 = 1 Cruzeiro
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Antes: 2S00D Dois mil réi_ Hoje: Cr $ 2.00=Oois Cruzeiros
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wsàaAntes: 5S000 - Cinco mil réis Cr $5,00=Cinco Cruzeiros
JANEIRO —1943
A
Cf. a* m***\ »t\^ _^ * "<
DÔR DE DENTES
Çstou com uma dôr dedentes terrível . . .
... nem sei em que posiçãohei de ficar. Já fui á cosi-nha e...
... ai, uma lagosta tentou ar-rancar-me o dente que doia:mas...
.. .não o conseguiu. Vou ten-tar o velho sistema de amar-rar o dente...
...a uma pedra e deixá-la Lá vai a pedra. Ai! lá voucair de um loear alto. r, eu também atrás ria pedia...
.. .Ui! Ui! Rebentei a cabe-ça. Estou com a cabeça empedaços.
Não. Felizmente tenho acabeça muito dura. Mas odente não saiu.
ii , J MBS_-_U_iSJHS_____. -_—_—P>" ¦ ¦¦ i |W^^_^____^^^ ^™^•* «____! «-—«¦—»-¦«" ¦ *
II |J9 ^^__E_W___ W-^^^^-X "Ml _^F -L *\ l"*^
Que hei de fazer agora ?Vou consultar o cagado.
Sei um bom meio para tearrancar o dente - - diz oíágado
Vai ao moinho ,e, quandoêle estiver parado, amarra o.dente a uma d'r suas asas.
Pronto. '^E lá começa omoinho a se mexer. Máu !
máím c: __ k/^^-g*!Ai! Lá vou eu pelos ares.
Está doento multo. E estouficando tonto...
O TICO-TICO
...Ui! Socorro. Quem meaçode... Que dôr...
Ah! Ai I Ui!... Onde es- ' Felizmente cai sobre umtou eu ? Quebrei a espinha monte de palha, não me ma-em dez.logares. Não. goei e estou livre do dente.
JANEIRO -1943
CURIOSIDADES DO ANO-NOVOPARA
nós, a idéia de associar osque morreram às festas do ano-
novo, seria dar a estas uma nota detristeza, bem pouco de acordo com oregosijo geral. Mas os chineses nãopensam assim, e uma das caracterís-ticas de seus festejos ao celebrar a en-trada do novo ar.o é a participaçãoque fazem ter, nelas, todos os mor-tos da família.
Num grande altar muito ilumina-do, depositam-se oferendas e pre-
dia de ano-bom. As pessoas ricasofereciam ovos de ouro puro, ador-nados com pedras preciosas, e al-guns ricos presentes figuram em vá-rios museus da Europa, chamando aatenção pela perfeição do trabalhoe pela riqueza dos materiais empre-gados. Como os pobres não podiamcomprar ovos de ouro, tomavam ovosde galinha e pintavam-nos de dol-rado, paxá seguir a tradição, pois es-ta determina que os ovos com quese fazem os presentes pelo Ano-No-vo, sejam de ouro. Isso se explicaassim : os ovos de ouro simbolizama creação do mundo que, segundoo Zend-Avesta, surgiu de um ovo.
Também era obrigatório ofe-recer ao Shah-(Soberano dosPersas) — ovos dourados, e nodia de ano-bom .chegavamao palácio do soberano
distribuir os demais com os seus sú-ditos e servos.
NOs primeiros anos da era crls-
tã, cada chefe de família co-locava, à porta de sua casa, no diade ano-bom, um mesa, na qual seexibiam os mais apetitasos manja-res : perus, carne assada, doces gos-tosos e variados e garrafas de vinho.
I_JI *-y assim: os ovos de ouro simbolizam >^viSw*-Êjí=* "j (~^) _1| a creação do mundo que, segundo //\ \
sentes, destinados aos ante-passados "que seimpre estãopresentes entre nós", segundoa frase ritual, "e aos quais tributa-mos estas honras que hão se asse-gurar às suas sombras o descansanos frescos bosques que lhes agradavisitar".
Cada visita, ao chegar à casa, sedirige primeiro ao cíltar dos ante-passados e ali, depois, de breve sau-dação, deposita os presentes quçtrouxe. Só depois de cumprida estacerimônia, vai ao encontro dos do-nos da casa e lhes apresente suasfelicitações pela entrada do ano no-vo. Ninguém foge, na China, ao cul-to dos antepassados. Seu esqueci-mento seria considerado como unisacrilégio e, além disso, poderiaatrair grandes desgraças que cairiamirremediavelmente — acrtediltam 'oschineses — sobre a família do quenão quis cumprir o dever sagrado.
A INDA é costume, entre os povos" crisitãos de hoje, como sabemos meninos, o oferecimento de ovosde chocolate, açúcar e outras mate-rias, como presente, pela Páscoa.
Mas entre os antigos Persas o ofe-recimento de tais ovos era feito n_
milhares e milhares de ovos, o Shahguardava os mais curiosos e fazia
___ÉES__L. >~J____l. _fflfl^V_S____L
ar _P_F W *«-_- _f * * \§ _oy__infc &_*x__.I sTXjl r A INSTRUÇÃOI?*» I JB I . AW DA INFÂNCIA
POR MEIO DO
DESENHOLIVROS, ÁLBUNS E CADERNOS
A PREÇOS MÓDICOS QUEINTERESSAM AS CRIANÇAS 'E FACILITAM OS MESTRES.
St^utA£>* e&vnevCtZiA, cia,LEITURA- ESCRITAARITMÇTICAGEOGRAFIA HISTORIA PÁTRIA
DESENHO ETC.Xeáído-J __> eatãfogc* aINDUSTRIA do LIVRO LTP?
fíU . O . CARIOCA 54 - wãraciçafílQ DE JANEIRO - .."-¦-.
Vias antes se haviam feito sobre;ssas iguarias todas as sortes de;sconjuros e ameaças para aquê-le que as comesse.Era o que se chamava a "mesa do
diabo", pois segundo a lenda, o reidos infernos vem à Terra em taisdias, e com um apetite dos maiores,afim de provar as gulodices com queds homens se presenteiam por cau-sa da passagem da data.
Mas como, também segundo a ve-lha lenda, ninguém queria que odiabo entrasse em sua casa, todospunham logo a mesa do lado de fó-ra, e ali o guloso Satanás se fartava,|sem abarrecar pinguem. Comendo,como cada alimento leva um escon-juro, o diabo não fazia mais do queaumentar seus males.
Esse costume persistiu durante mui-tos anos, até que a Igreja proibiusua realização, sob pena de severoscastigos. Aquela prá*ica era, real-mente, uma coisa descabida, e tinhacontra si, além de tudo, que consis-tia num desperdício de alimento semjustificativa quando havia tantospobres que poderiam ser, com êle,aquinhoados.
As velhas lendas e velhas tradi-ções devem ser de todos nós conhe-cidas, pois são curiosas, mas acre-ditar nelas não é acertado.
Janeiro — 1943 — 11 O TICO-TICO
O NOVO DINHEIRO DO BRASILoooo<x>o<xk><x>o<x>o<x>ooo<><><>o<>ooo<x><>c^
CICOU dito, à página 9, quan-do tratámos da nova unidade
monetária do Brasil, que em outrolocal desta edição seria interes-sante estudar alguma coisa sobreo dinheiro, suas origens, etc.
E' o que vamos fazer.Como se teria originado ó di-
nheiro? Quem teria tido a idéia
de inventar isso que ainda hojeperdura, e que tanta preocupaçãodâ aos homens?
r>EVE ter havido uma época em
que os homens viviam da tró-ca do que tinham, ou fabricavam,
pelas coisas de que tinham pre-cisão. Mas nem sempre era possívela cada um encontrar outra pessoaque estivesse também querendo fa-zer uma troca e oferecendo aquilode que êle precisava.
O pescador, por exemplo, quecarecesse de farinha, teria de en-contrar um moleiro que estivessequerendo comer peixe... E teriaque achar esse moleiro antes que oseu peixe se estragasse!
• O criador de ovelhas, precisandode uma faca, era obrigado a pro-curar o ferreiro que andasse dese-
joso de comer carne e com êle
quizesse fazer uma troca. Sempreachava? Não.
$100 valem 10 centavos
$200 ao centavos
tijsooo cruzeiro
lo$ooo IO cruzeiros
ioo$ooo ioo cruzeiros
t :ooo$ooo i ooo cruzeiros
(Continuação da página 9)
As vezes achava um ferreiro quetinha boas facas, mas não preci-sava de carne, e sim de farinha...
Era, como se vê, uma complica-
ção.Foi aí, então, que surgiu o pri-
meiro financista e teve a idéia de
que bem poderia existir uma coisa<— êle não sabia' bem qual seria —
que fosse aceita por todos e pu-desse passar de mão em mão como
EXEMPLOS:t
$020 = Cr$ o,02 = 2 centavos
i$S00 = Cr$ 1,50 ss i cruzeiro ecincoenta cts.
55$ooo = Cr$ 55,00 = 55 cruzeiros
i:500$ooo = Or$ 1 500,00 = x.500cruzeiros
se valesse mercadoria, ou, melhor,
substituindo todas as mercadorias,
para facilitar as trocas dos pro-dutos que cada um possuía pelosque desejava.
Foi assim que nasceu a idéiado dinheiro.
f~\ S primeiros dinheiros foram,
talvez, conchas do mar. Tan-tas conchas valiam isto; tantas, va-liam aquilo. Uma lança valia 10conchas; uma espada, 30; uma ove-lha, 50. E assim por diante.
DE HOJE PARA AMANHÃEntre "agora" e "mais tarde" pode ha-
ver inúmeras ocorrências. O presente é con-seqüência natural do passado, como o fu-turo seira preparado pelo presente.
Milhões de famílias no mundo todo es-tão a coberto da penúria pelo seguro devida. O seguro neste particular é mais efi-caz que todos os sonhos dos idealistas.
SUL AMÉRICACompanhia Nacional de Seguros de Vida
Caixa Postal 971RIO DE JANEIRO
Agora, quem queria farinha não
precisava acertar com o moleiro queprecisasse, justamente, da sua mer-cadoria: qualquer moleiro trocavafarinha por conchas, com as quais,adiante, compraria o que lhe aprou-vesse.
\ /ÁRIAS foram as outras coisas
que, com o correr dos tempos,tiveram valor como dinheiro. Ve-
jamos algumas delas: houve algum
Conta-se que o primeiro papel-moeclaou a primeira nota de banco foi criadapor um general que, tendo Ide pagar osoldo dos 400 homens de seu exArcito,e não tendo, dinheiro, cortou em 4 par-tes as cartas de um baralho escrevendoem cada ipedaço os algarismos equiva*lentes às importâncias
tempo, em Roma, em que os animaiseram moedas. Eram animais quequase todos tinham e de que to-
msl|7í*fo
ffl , diga^queeuThedissa-Usoe nao mudoJUVENTUDE
ALEXANDREPARA A BELLEZA DOS[CABELLOS E CONTRACABELLOS BRANCOS
O TICO-TICO 12 — Janeiro — 1943
O NOVO DINHEIRO DO BRASIL><X><XXX><)<>0<X><X>0<X><X>00<X><^^ O<>0<><><><><><><><><><><><><>0<^^
dos precisavam. Como, porém, não
se prestavam a ser divididos, não
tinjiam, por isso, longa duração de
valor. Na Lacedemonia, o ferro
servia de moeda; em Roma, pri-
mitivamente, o cobre; na Abissinia,
o sal; na Terra-Nova, o bacalhau
seco; na Escócia, os pregos; na
Rússia, até áo começo do século
XVII, as peles; no México, se-
gundo Humboldt, os grãos de
cacau cumpriam, na época da sua
descoberta e também nos princi-
pios do século XIX, a função de
moeda; e em vários outros paises, o
trigo. Nos paises agrícolas se usou
muito grão como moeda. Na Ba-
bilônia, o ouro e a prata já exer-
ciam a função de moeda. Desde o
século XVI, antes de Cristo, os
romanos se serviram de barras de
cobre sem cunho, até à época de
Servio Túlio. Q certo, porém, ê
que, desde a origem das socieda-
des os homens empregaram como
moeda os dois metais preciosos: o
ouro e a prata.Contudo, há fatos como este: em .
1618, decretou-se na Virginia, hoje
parte dos Estados Unidos, sob
severas penas, o curso forçado do
fumo. Havia, até há pouco, aldeias
nos Alpes em que as mulheres se
serviam de ovos e trigo como moe-
das. Na Tartaria o chá era ins-
trumento de troca. Os gregos usa-
vam bois como moedas e os romã-
nos herdaram deles este uso. Os
homens primitivos, provavelmente.se serviram, como moeda, de sílex
cortados. Os indígenas do Brasil
usavam, como moeda, pel.es de ani-
mais e conchas do mar.
Como o metal custa a se estra-
gar, e é mais durável, acabou por
ser o tipo mais usado, e ficou efe-
tivamente sendo dinheiro. Dos me-
tais, o ouro foi o escolhido, por sua
beleza, por ser facilmente desenha-
vel, por não se alterar facilmente,
Hoje, embora seja • a moeda de
valor aceita por todas as nações,
não fica em uso, mas guardadanos Bancos e substituído pelos equi-
valentes em papel.
Por isso o dinheiro em papel é
chamado "papel-moeda", pois re-
presenta, como uma espécie de
vale, o ouro que está depositado
nos Bancos ou no Tesouro de cadanação.
"^jí BaYi ^ ^ *aW mr
W^ NÃO FALHA \rfNÃO FALHAFAZ DOS FRACOS FORTESINFALÍVEL NOS CASOSDE ESGOTAMENTO
ANEMIADEBILIDADE NERVOSAINSÔNIA
FALTA DE APETITEE OUTROS SINTOMASDE FRAQUEZA ORGANI-CA DE CRIANÇAS E DE
ADULTOS
E COMO É, QUANDO SE TEM QUE FAZER OPERAÇÕES COM OS CRUZEIROS?Nas operações aritméticas procede-se como com os nume-
ros decimais.EXEMPLOS:Somar: Cr$ 500,00 + Cr$ 0,25 + Cr$ 82,50 — Cr$ 582,75
500,000,25
+ 82,50
Subtrair: Cr$ 4 850,33582,75
Cr$ 65,90 — Cr$ 4 784,434 850,33
65,904 784,43
Multiplicar: Cr$ 8 X Cr$ 995,40 — Cr$ 7 963,20095,40
X 87 963,20
Dividir: Cr$ 10 849,95 -*- 15 — Cr$ 723,3310849,95 | 15034 723,33
4949
450
Nos cálculos faz-se abstração do símbolo.
Janeiro — 1943 — 13 — O TICO.TICO
_**_t7_5__-"_.__¦-
Páginas Históricas de Decoração — Por SFTH — N°. 4*
MEDIA e PÉRSIAA Pérsia, ou Irã fica ao
sudoeste da Ásia, en-tre o mar Cáspio e o GolfoPérsico. Há mais de 600
anos antes da era cristã, alise estabeleceram dois povosde origem ariana: os médios,ao norte; e os persas ao sul.
A capital da Media eraEcbátana. A capital dia Pér-sia era Persépolis.
A história destes dois po-vos começa com o domínio
dos medas, cujo monarcamais notável foi Ciaxares.
Em 528 (A. C),
porém, os persas co-mandladlos pelo seurei Ciro, o Grande,
flestruiram o impe-rio Meda e o domí-nio passou para aPérsia. Ciro esten-deu o seu império
por toda a Ásia Me-nor, clonquistando aBabilônia, a Assíria
e a Lidia.
Seu filho e suces-
sor Cambíses con-
quistou o Egito.
Dario 1.°, o Gran-
de, pacificou, organisou eestendeu ainda mais o im-
pério persa. Pretendeu con-tar a Grécia, mas foi derro-tadio pelo heroísmo dos gre-gos. .
Igualmente vencidos fo-ram Xerxes e Artaxerxes,
quando intentaram prosse-guir na .guerra contra o
povo helênico.Mais tarde, nos anos 333
e 331 (A. C.) coube aos
gregos, comandados porAlexandre o Grande, des-truirem o império persa,
nas batalhas de Isso e Ar-bela, onde foi vencido emorto o rei persa Dario II.
A Pérsia passou a ser go-vernada por Alexandre eseus sucessores e depoispela dinastia Seleucida atéo domínio da Monarquiaparta dos Arsacidas, a qualdurou quase 500 anos.
No terceiro século denossa éra, o domínio partafoi substituído pelo segun-do império persa, sob os Sas-sanidas, que se manteve atéa conquista árabe no ano652 de nossa éra.
Motivos de decoração— _ esquerda, de cima para baixo: Capitei de coluna com a figura
de um touro. — Cabeça de persa, tipo de raça ariana. — Um rei meda.
— Ao centro, de cima para baixo, vêem-se o túmulo de CIRO,palácio de DARIO, — um trecho de escrita e uma moeda persas.
Em cima, à direita, figura de ZOROASTRO, fundador da religiãoda antiga Pérsia, o mazdeismo, cujos dois princípios fundamentais eram— ORMAZD, o bem, e ARIMAN, o mal. Em baixo, aos pés de Zoroastro,piras esculpidas em pedra.
• • •
Em baixo, no ângulo à direita está KOSRU 2.°, o Vitorioso, umdos últimos reis sassanidas, que combateu os romanos e preparou oadvento da conquista mussulmana. A seu lado, a efígie de uma rainhados últimos tempos, onde já se nota a influência da arte grega.
ÇVêr a página 15)
¦ _¦ -__-_- _!¦__-______- V -
O TICO-TICO 14 — Janeiro — 1943
PÉRSIA
\m\ Tv^Tí _R ¦_¦ _r_ H ¦ __ _r §————— " "^_t^^ ¦ ~~^<_-__Z-^^5_C_I---SZ^g;!--, _i"_^-__r ____£_jffltt t_ / /
__ _ __._-_. - .JANEIRO —1943 O TICO-TICO
r SR. DIRETOR. NOS DESEJA- ^7Z^TÃ^\ sAaVAMOS VISITAR OS DOENTES. :C £SÃ,fL => \ .__^A*__, s-—~r-z>~—^v C OIZ QUE1_ E 5 ív_T \x~^ '—x~~~x~~x-}r~:5~J!~
/\ _l^> l n/apoleÃo/_r Ç^Tir -
£ ESTE JULGA-SE » fc==::::::::::3C^^
^S^fr A^^PL AQUI ESTA' OEPEN/DURADO NESTA } V«^-___-»A^^ y
f\/ ARVORE ...ELE DIZ SER UM A "PERA"... >s
, • ¦ \ • M wm\ mim*\ ámã / -f \maT\ , x, ,.__. _/7 .-.. . / I
MAS. PORQUE O SR. COMO DIRETOR DO. HOSPITAL, NÃO /vlANDA TIRA-LO DES-iTA S-TUAÇÃO ?... O COITADO JA' DEVE
ESTAR MUITO CAK/ÇADO... ^_J
^ 1/ r^TIRA-LO J
16
AQCI PARA MOS, MEUS AMIGOS/EU ESTOU ESPERANDO QVBELE "AMADUREÇA"
A, r- -^ '
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í_^_V^x%\mmuA ^—a Y__l^y«xS_vOa¦L_E_d n. .".i li/ » — <B if n _B
0'TICO-TICO JANEIRO—1943
(Adaptação tio Mono, Magaidi)
A PISCA
(Continuação)
"r L / I \ Ir^ssiás!---. Br* \s£__B0~ _*'a- ¦
¦VLvkWBiM ^pigs^^ \\__r\_______\ íBêl.-iè.
. T^1*,Sr -^jjâjl
_WÊMBBí \\ -^^ ¦ - -fi BiH
BBSwSK\k \\ x í'_W _*írz__ ____i__fm_t_t_w ,jim ____m_xWmBtcwnSs^X \ T^^^J{____mm^^sm___rJJÊ _W_WMÈWÈÊÊ&Ê_^Wíl^W_\
IHRflTaflP^É^yii_W_àtm W ___m \w â 87 il íír^l afl S^/affl BK^| ggf//, ___r_f__t\_f'_év, BJ M Éf #9 fS
\\o£______ ^S^ ÊfLf^m ^Bi'j_wSir__W___W^^ í .áafi }__W_r _^B__W
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^^s^^vt ^^^^^^^^_e\mi 0^^_W ___W i__\\Ws _&_\\
VOLTANDO
Jesus
da sua missão
que realizara na Gali-
leia, achava-se um dia
sobre a borda do Lago
de Genesareth.
Estava quasi com-
primido pelo povo, quese acotovelava em vol-
ta Dele para lhe ouvir
a palavra divina. De
repente, deslizando sobre as Águas tranqüilas do lago,duas barcas pararam bem perto da praia e os pescadoresdesceram para lavar as redes. Jesus entrou em uma delas,na que pertencia a Simão Pedro, e pediu a este paraafastar um pouco o barco, da praia de modo que lhefosse possível pregar ao povo, sem ser por êle cercadoe oprimido, e para que mais facilmente pudessem ouvi-LO. Quando Jesus findara a sua alocução, disse a Pedro :
"Faze-te mais ao largo e soltai as redes para pescar"."Mestre, respondeu Simão Pedro, trabalhamos a noite
inteira sem nada apannar. No entanto sobre a tuaJANEIRO —1943 i7
palavra lançaremos as
redes.
E tendo-as soltas,
foram tantos os peixes
que apanharam, que as
redes se lhes rompiam.
À vista desse mi-
lagre, Pedro caiu de
joelhos diante de Jesus,'
exclamando :"Senhor, afasta-te
de mim, pois, eu sou um pecador e não mereço ir contigo!"
O milagre de Jesus não causava admiração só a êle;Thíago e João estavam tambem empolgados pelo queviam.
O Mestre, porém, disse-lhes com bondade."Não temais, de agora em diante, vós sereis pes-
cadores de almas".
Eles então abandonaram as redes e seguiram a Jesus.
A cena admirável do lago de Genesareth, marca o
momento decisivo da vida dos Apóstolos. (CONTINUA)O TICO-TICO
a m^!^
\ VãO JORGE era um soldado
^rT^amW valente. E um soldado nada^^^^ teme quando, além de sol-
dado, é cristão.São Jorge era tribuno no exército
romano.Um dia, chegou a uma cidade cha-
mada Silene.Essa cidade era então o teauo d.,
uma cerra horripilante; ama cena dearrepiar os cabelos; uma cena incrível.
Num grande lago, vivia um enormedragão vermelho, de lingua bipartidae com uma cauda de três metros. Omonstro saía, por vezes, e o seu soproenvenenado matava a quantos atingia;o povo tentou atacá-lo várias vezes,mas foi sempre obrigado a recuar. Sinão lhe dessem duas ovelhas por dia,teria devorado todos os habitantes dacidade.
Era demais... as ovelhas já escas-seavam. Passaram então a dar-lhe umaovelha e uma pessoa viva. As famíliastiravam a sorte para escolher as viti-mas: quasi todos os moços já tinhamsido sacrificados.
No dia em que SãoJorge chegou a Sile-ne, a sorte tinha de-signado- para vitimaa filha única do rei,bela princesa deolhos azues, cabelosde ouro, bondosa ebela.
O rei estava de-.esperado, porque aamava com ternura.
— Tomai todo omeu ouro e a metadedo meu reino — ex-clamava êle — mas poupai a minhafilha.
Houve alvoroço entre aqueles cujosfilhos já tinham sido devorados.
Os nossos filhosforam mortos! Não há razão para quese salve a filha do rei. A lei é paratodos, e deve ser cumprida.
O rei quis fazer valer a sua auto-ridade: mas o povo encolerizou-se, egritou:
E' preciso que a tua filha sejasacrificada, como foram as nossas, docontrario te queimaremos vivo e atoda tua família.
O rei só tinha um desejo: casar afilha e ter um neto que lhe sucedesse.
E por isso chorou.Mas as lágrimas não comoveriam
ninguém. Há gente que acredita queos sofrimentos alheios consolam os
próprios; é umsentimento vil.
O rei vestiua filha com umvestido recama-do de ouro, enão cessou delamentar-se:
— Querida fi-lha, eu sempreesperei carregar
^___H ^a____F _____ ____________^________.
________
sobre os joelhos os meus netos reais.Eu sempre esperei poder convidar umdia para tuas bodas todos os príncipesdo país. e ouvir o som alegre dosórgãos e dos tambores.
A princesa prostrou-se aos pés dopai para lhe pedir a benção. Depois,através a multidão que se comprimiapara vê-la, atravessou toda a cidadecom o seu vestido recamado de ouro,encaminhando-se ao encontro domonstro.
Não lhe era agradável saber que iaser devorada viva; e por isso chorava.
Era um espetáculo estranho veressa princesa, ricamente vestida, en-caminhar-se em prantos, para o lago.De cima dos muros da cidade, a multi-dão, estarrecida, contemplava-a.
São Jorge, passando na ocasião,nada percebeu a principio, e perguntouà filha do rei porque estava tão triste.
-___P»*^*L T-
Bom moço — respondeu-lhe ela— monta depressa e foge para nãomorreres da mesma morte.
Ao que Jorge retrucou:Não; não me vou daqui, sem
que me digas o que tens.A filha do rei contou-lhe, então,
toda -> sua história.Si São Jorge fosse um simples ca-
valeiro, ainda que valente, ter-se-iabatido com o dragão, e talvês tivessesido por êle devorado; mas São Jorgeera um.santo, e os santos fazem o quequerem, porque Deus está com eles.
Sabia que, em nome do Christo, êletudo podia. E por isso é que disse:
Não tenhas medo, menina.Mal acabou de dizer, fez-se na água
um redemoinho... O dragão levantou acabeça acima da superfície do lago; umacabeça horrenda, olhos salientes, guelaenorme, dentes compridos e pontudos.
A princesa, que tinha feito o sacri-ficio da sua vida, não mais pensou emsi, e gritou transida de horror:
Vendo-o, o velho rei foi tomado detal emoção que desfaleceu.
Jorge já tinha ferido o dragão, queestertorava no solo.
A bela princesa não chorava mais;readquirira a esperança, e olhava osanto com admiração.
Este lhe disse:Minha menina, atira o teu cinto
ao pescoço do dragão.Ela obedeceu, e o terrível animal
pôs-se a segui-la como um cachorrinhocansado.
Os três se dirigiram para a cidade.Os habitantes, sempre medrosos,
desandaram a correr, aos gritos. SãoJorge chamou os fujões:
. — Que é isso? Não tenhais medo.E' Deus quem vos livra. Crêde emJesus Christo, recebei o batismo, e eumatarei o vosso algoz.
Si o Christo puder fazer isso, éque êle é verdadeiramente Deus! —replicou o povo.
E acreditou nele.O velho rei pediu logo o batismo;
toda a corte o acompanhou; vinte milhomens seguiram o exemplo, e um nú-
mero incalculável de mulheres e-decrianças fez o mesmo.
Vendo a bôa disposição de todos,São Jorge não os fez esperar mais:puxou da espada, e matou o dragão.
Para remover o corpo, foram pre-cisas quatro juntas de bois.
O rei ofereceu enorme quantia aosalvador da filha.
Mas, como os santos não fazemmilagres para ganhar dinheiro, SãoJorge distribuiu o dinheiro aos pobres,abraçou o velho rei, e seguiu o. seucaminho.
Fugir? São Jorge não pensava em / yNw^J^u <?\l///A ^v. a£^~""
B
Montou a cavalo, fez o sinal da Pv >^/ ^^\ M--B^r'_!___
_____cruz e avançou contra o monstro, » \^^ \ \ XI1/ \~\v //"""™">\
^W ^r ** ___________¦___»_______
19 JANEIRO—1943
1/ I ESTOU rtELTORNí_UD0_ O "PATRÃO QUER SE torNAç. I ESSE,ENTÃO ,E'0 MEUS SENHOEES,IrtPO^TAklTE AH^NHA UHA .CELEBRIDADE E EU DISCURSO ? NUNCA A IHPREtfBUttNEl _
1/ FAEEl UM DISCUTO NA ENTÃO TENHO DE FK__R OUVI TANTA ASNEIRA TCÍ.NCENPEM - fVc^áACADEMIA A^^LAVAR PRATOS EU FAÇO MELHOt-L QAE.QUim.\.^
(S\ VOU E5CPZEVÊ.-LOOA'. í ^"JAVIDATOPA? ^--y- ^r ra^a . __y.
" T>UXA>, AS ASNEIRAS QUE I EÜ.6.M.VgU FA2ER UMIFIGURAí]
^^^^^SbÍ^^O PATRÃO DISSECO SAO ^S^VA? KCREVElJ ^^^^^0^^ W
NUMSINf.O..ELí^SECHAHANÍA-..PEI-4
VE',D- ENGRACIA .SE ^SAPECA'Al UMA FRASE DAQUELE.«àUjEn-O.-.COMO \ ^|'..AH "JA'QUE
4* S^i. ~~ ~7>—CEBOLAS*. NAO ATINO COM ESTA PALAVRAQUE ESCREVI .TALVE2 A ESCRE\/l__Eil JT1LINGUA CHINESA ,MA3 A
ESQUBCII
/''A// AtORQUE NÃO "PEDE *—
-____ÉvrA^ EXPLICAÇÃO AD BURRO
E'HORA DE IR DISCURSAI HAACADEMIA E NÃO ENCONTROMINHA ROUPA DE CERIMONIA.ONDE SEHETEU^SSE PATETA
/ T/.lDO-PlFOCA^
\ )> \/\« i$y\y\y XX.' ^jjt^g
PAOENCIA.TENHODE IR A ACADEMIACOM ESTA "ROUPA.O TALENTO NADATEM COM AjELEGÂNCIA C^>
P\Zy
COM 05 DEMÔNIOS'. PIPOCA FAZENDO1DISCURSO PERANTE A ACADE-MIA'-COM O MEUTRApJE DE- *
RIGOR ' OUE. SEMERGONHA !
A1! o .'
a u((uuu
O TICO-TICO 20 JANEIRO -1943
ral ] l^i^^a-JBiwilJloagWFlMBlT^
o» /ray...SORRIR...
- t^xSorrir é vencer!Viver com um sorriso nos lábios é
aumentar a saúde, reconfortando o espirito e descobrindo novos reinos noMundo da Alegria!
Sorria sempre, minha garota amiga.Você hà de ter ainda muitos mo-
mentos amargos em sua vida; momentosde tédio, desconforto, amargura.
Entretanto, mesmo quando tudo lheparecer desabonador e cruel, faça umsorriso e deixe entrar, por êle — em suaalma —• uma réstea da luz da felicidade.
Não procure aumentar seu deses-pero com lágrimas ou com atitudes car-rancudas.
Esboce um risinho qualquer mesmofalso e gelado como a tristeza; mas umsorriso que tenha qualquer coisa dc bo-nito, de ilusório para elevar seu intimo àesperança mais tranqüila.
A melancolia foi sempre uma grandeinimiga de toda a gente. Quando a dei-xamos entrar em nossa vida ela tomaares de autoridade e nunca mais nosdeixa, enrugando nosso rosto, envelhe-cendo nosso corpo e abatendo nossoânimo.
Seremos fortes, destemidos, auda- '
zes quando pudermos abrir luta contra opessimismo. Ninguém será máu, o mun-do será maravilhoso, todos se compre-enderão, nada nos deterá. Venceremos!Nunca seremos vencidos! Ainda que nãoexista lealdade, ainda que não exista jus-tiça, ainda que não haja criaturas boas esensatas, nossos sorrisos abaterão as suasmisérias e vencerão, pelo bem de nossointimo, pela felicidade de nossa existên-cia!
Mas é preciso sorrir. Os fortes sa-bem vencer sorrindo. Só os fracos dãoao mundo — o gostinho de vê-los chorar,desanimando.
E você, garotinha feliz de hoje, háde "saber sorrir justamente quando esti-ver com uma vontade doida de chorar. . .
JANEIRO -1943
n ter lindas roupasAs bonecas que teem mamas cuidadosas poderbordadas.
Aqui. vemos, por exemplo, estes ursinhos. que constituem um lindo mo-dêlo para ser bordado nq, roupa de cama de uma boneca ou. de um irmão-zinho menor.
Os três ursos podem ser bordados em ponto-atraz, ou em ponto dc ca-deia tamanho igual ao modelo ou aumentado — à vontade.
Para lençol de cobrir, os ursinhos são perfeitamente adaptáveis, e sendobem feitos, em cores apropriadas — segundo a experiência da mama de ver-dade — náo ha nênê ou boneco q-ue não os aprecie e não fique contentissimode os ter em sua companhia.
NOSSA CORRESPONDÊNCIALentira Antunes — Obrigada pela cartinha bonita e perfumada que me
enviou. Você foi muito bondosa. Continue escrevendo c eu só terei prazercom a coleção. *.Odaléa Cardoso — Não, não, minha querida; você tem direito a fazei
todos os pedidos que deseje numa carta só; entre amigas não há tabelas,você não acha? Atenderei em carta particular tudo o que me pediu.
Mirabel Oslyr de Freitas — Gostei muito, sim. E espero que nos mandesempre sugestões assim. Esta página é de todas as meninas inteligentescomo você.
Gertrudes Antunes - Você é um mimo de graça. Em caita particulareu lhe darei meu telefone para conversarmos um pouquinho.Gostei das suas idéias. Você tem uma personalidade rara na sua idade.
P. S. — Se você quer conversar um pouquinho com a dirigente destasecção, escreva uma cartinha para DIVA PAULO — Redação dO TICO-TICO. Trav. do Ouvidor. 26 — 1 .• andar — RIO.
Duas receitas gostosasDOCE TICO-TICO
Um litro de leite, 300 gramas de açúcar, 10 gemas e canela, a gosto.Mistura-se tudo muito bem, exceto a canela, indo ao fogo brando, sempre me-xendo, até ferver. Retira-se, então, do fogo, deixa-se esfriar um pouco, colo-ca-se em tijelinhas, pulvensando-se com canela e serve-se.
BISCOUTOS NINICem gramas de açúcar. 200 gramas de manteiga e 300 gramas de farinha
de trigo.Modo de fazer:
Amassasse bem a manteiga com a farinha e junta-se o açúcar. Fazem-seas bolachinhas com uma chicara, cortam-se, furam-se com um garfo ou palitoe põe-se açúcar cristalizado, antes de levá-las ao forno.
21 O TI CO-TICO
I
À parte filai será publi-cada no próximo número Vêr a primeira parte
deste interessante brin-quedo na edição an-
terior
no DD
__£_?____. ^SQD__êisBte_eessQSPs
Um bangalô
t.lhadoii
/ RECORTAR \ j / RECORTAR \
TJELHADO \
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/o /=^mnRHFfígRioRrlX/f/ Iju'
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para voeê yz£\ líj"T"~"fil_5 -CDI UJi I-J I IUI —Procure as instruções
em outr ar pagina destapetição
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eoukik<5Ht)&aê>O ARAPAIMA E' UM DOS MAIO-RES PEIXES ÓS8EOS DE AGUADOCE : HA ALGUNS QUE ATINGEM5 METROS DE COMPRIMENTO EPESAM 200 QUILOS. VlVE NOSCURSOS DE AGUA DO NORTE DOBRASIL E DAS GUI AN AS. A BOCAE' ENORME, GUARNECIDA DE DEN-TES, SENDO SUA CARNE- MUITO
APRECIADA.\ wè
l^rJLmWl -Ymry —fy f. 'U-4P4 ¦ —\Ym^^y-r
^^.^z,, Jl i *U_—- 7> EM 1910, EXTRAIU-SE EM ARASSUAL MINASC^"'^lfcaÜr^— _______^0^___W GERAIS, UMA BELIgSIMA AGUA-MARINHA,H^ ^^^^Y-^assW^^^^^T ^A VERDE AZULADA QUE PESAVA 111 QUILOS,
B^. *-*o Az*&^/>,y____\wyy<^ & —-^-^Êá
m &a*waV**%a\____J£ AJ <£N ^^a*^,**, 1*r «s Quiz ^*ísfiSBB ' -^***~ v v~v^ ~MSm
^-^z^iã^-Si \\%y\ /y^^^J^m /'/ / llíll "^fíV-v
Xí^l^yYrM_ii^Yi \l'., j \\yy%
i^SlÍÜí^PM4
24
OS INDIOS TAPUIAS OCUPAVAM TODA Á PAR-TE ORIENTAL DO PLANALTO BRASILEIRO. AOCONTRARIO DOS TUPIS, QUE PROCURAVAM OCONTACTO DAS OUTRAS TRIBUS, OS TAPUIAS,MAIS FEROZES E INCULTOS, EVITAVAM TO-DO CONVÍVIO EXTRANHO, FUGINDO SEMPRE
DE QUALQUER CONTACTO.
O SALTO DAS SETE QUEDAS, OU GUAtRA,NO RIO PARANÁ' E' TALVEZ O MAIS NOTA-VEL DO MUNDO EM VOLUME D'AGUA. ORUIDO DA QUEDA D'AGUA E' TAO FORTEQUE PODE SER OUVIDO A UMA DISTANCIA
DE 33 QUILÔMETROS.
O TICO-TICO. JANEIRO -1943
AVES E PÁSSAROS DÒ BRASILJOAQUIM SILVEIRA THOMAZ DESENHO DE TIDE
^^ jacamim é ave da Amazônia.^^ Tem o tamanho de um galo,
porém, com as pernas mais
altas. São seus "parentes", "primos"
talvês: o Carão, a Seriema, e o
Pavão-do-Pará. Sendo todos eles,
ao que parece, "sobrinhos" da sara-
cura. Há quatro espécies de jaca-
mins : o de costas cinzentas, que é
a mais encontrada; o de costas
brancas, que os aborígenes chamam"iacami-cupé-tinga"; o de costas
amarelas, mais raros e o de costas
pretas, também chamado, jacamim
preto. Dessa ave, contam-se mara-
vilhas ! Quando domesticada é gran-de amiga do homem. Conhece o
dono e acompanha-o, como se fosse
um cão ! Tem predileção por certas
pessoas a quem fazem festa e hos-
tilizam àquelas com quem não sim-
pa.izam ... Ajudam as galinhas a
criar os pintos e, ãs vezes até, criam-
nos sozinhos ! Andam, 'andam, vão
longe e depois voltam direitínhos
para casa! Não se perdem. Brigam
wÊmff/
O JACAMIM
com os cães e os gatos no terreiro
e se estes não forem bem espertos...
não fecharem bem os olhos... estão
cegos!...
Ao mesmo tempo que os jaca-mins são considerados por uns como
insígnes brigões, há quem afirme queeles não gostam de brigar ... Por
isto, chamam-no até, em certos lu-
gares da Amazônia, de "juiz de paz".
acho que teem razão os que assim
pensam, mas um "juiz de par" dife-
rente... pois, quando dois gaios es-
tão brigando, eles correm, metem-
se na briga, apartam os contendores
e ficam brigando com um deles I...
Seria melhor por isso dizer-se que
são "juizes de paz" que gostam de
comprar barulho..
Quando amestrados, paciente-
mente, há jacamins que guardam
rebanhos, conduzem o bando de
gansos para pastar, e ai! daquele
que tresmalhe I... Leva uma surra
do "juiz de paz" ....
São ventrílocos. Emitem uns sons
— os esturros do jacamim — que
saem diretamente do estômago. Um
ronco esquisito, feio, para uma ave
tão bela e com tão louváveis atri-
butos. »
Gostam os jacamis que lhes co-
cem a cabeça e as suas penas ao sol
teem reflexos purpurinos, azuis, ver-
des... Aninham-se no chão e, quando
na floresta, livres, vivem aos bandos,
Eu por mim, pelo que pude observar, garrulos e felizes !
JANEIRO -1943
P. II Mm\ W^
25 O TICO-TICO
fíão era Verdade!• •
NAQUELE
canto perfumado dafloresta misteriosa, debaixo da
.ronde pesada de flores côrde rosa de uma acácia encantada, ha-via um rumor de abelhas operosas e umsussurro misterioso de voies. A loiraMargarida tinha fugido de casa e caíra
prisioneira de uma tribu de anõesinhos.Eram velhinhos-barbados que lhe pro-punham residir nas suas cabanas ondehavia mel em garrafões e frutas em pro-fusão. Margarida chorava. Entretanto,irremediavelmente, presa por uma maio-ria absoluta, propôs um acordo :
— Sim, falou a fugitiva. Eu ficareiconvosco si um de vós contar uma história na qual não haja uma única men-tira. Em caso contrário eu irei embora.
O TICO-TICO
Fez-se um rumor geral e todos osbarbadinhos concordaram.
Fala tu, Barbademilho, — disseuma voz mais rouca. E o Barbademilhocomeçou:
Era uma vez uma menina muitolourinha que fugira de casa. Descuidadae desobediente saíra a perseguir asborboletas da campina até que internou-se pela floresta espessa onde não pe-netrava um raio de sol. Quando a noitedesceu, a pequenrta estava perdida eo silencio da floresta fazia-a tremer.Tinha fome, tinha sede. O vento, porém,bondoso involuntariamente agitou a ra-mada de uma carrapateira frondosa eum raio da lua invadiu a floresta levandona estremidade um anãosinho barbado.
26
Era Barbademilho! Condoído da sorte dapequenita imprudente o bom velhinholevou-a até a casa materna. Havia luz,a mamãe chorava convulsamente, ten-do a cabeça mergulhada num chalévelho. Barbademilho bateu, então, novidro da janela. A pobre senhora levan-tou a cabeça desgrenhada e quando viua filhinha fugitiva passou a mão numavara, saiu como louca e desandou a s6vamais valente que eu tenho visto na minhavida.
— E" mentira ! gritou Margarida. Siessa mãe chorava convulsamente nãopoderia sovar a filha*
Ouviu-se, então, na floresta umaprolongada salva de palmas.
JANEIRO —1943
O Caiara®
jjjijj-inaomgo¦_rr-Jp!----- \.N XY _>W_J__Í___
Qual! Isto assim, vai mal. Desavergonhadocamondongo, já não respeitas nem a minha pre-seriça! Deixa estar que vou pregar-te uma peça.
Vais vêr, meu espertalhão, como isto é bom!Quando deitares, aqui as patinhas, este "brin-quedo" desarma e vai ser muito engraçado!
Bolas! Parece-me que cheguei muito tarde.O Bolinha deve estar dormindo. Vamos ter cau-tela para não fazer barulho...
Muito bem! Assim, não acordarei meuamigo. Cuidado! De repente vou dar cum acabeça na parede...
O TICO-TICOSocorro! Socorro! Fui mordido por um carangueijoü!
28 JANEIRO —1943
m@mmssel-soam
7,- -/
¦-..s^.^-^atmmmm^m^m^- ^
—— belezas naturais, pd»
Brasil menor, ten9ao terrBraS« maior, e*^
Conseq„._c_.
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São irmãos. que trocam
trabalho, coniorxo^eSplt,,°' .0. «a sermos»,^
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29JANEIRO —1943 O TICO-TICO
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DESTE NÚMERO y^\J ^ Estes círculos mos- f _#^ ^^N O
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das as Impurezas ^>
O TICO-TICO 3u JANEIRO —1943
Entre os esquimáus,o estrangeiro, antesde ser admitido emum a c a m p amento, ,troca, com o feiticei-ro da tribu, um for-midavel par de bofe-tadas. Tão estranhasaudação é desconhe-cida entre qualqueroutro povo da terra. -
•"Rei ãe Roma" foio título que recebeuao nascer o filho deNapoleão I e da im-peratriz Maria Luisa. -Seu nascimento pro-vocou a maior ale-gria entre os france-ses, que pensaramvêr nele um símbolode paz e tranquiüãa-de.
Com a morte ãeNapoleão I, esse seufilho tomou o títuloãe Napoleão II, mas
rliy
não chegou a reinar,morrendo muito cê-do, na Áustria, pátriade sua mãe, para on-de fora levado.
•Na primeira consti-
tuinte do Brasil to-maram assento qua-renta e oito bacha-réis em direito.
•A o conquistar o
Brasil, os holandesestinham notícia oficialda existência de qua-tro minas de prata noterritório ocupado.
•Era Souza Paraíso
o presiderJte da Baía,quando rebentou a"Sabinada".
•Cld é o nome de
um dos mais célebresheróis da Espanha eanda espalhado nashistórias e cantosdesse país.
Há muito misticis-mo nas histórias deCid, tanto que muitosescritores duvidaramque êle tivesse existi-do realmente. Depoisda morte de Cid, em909, sua viuva, dizem,levou o corpo embal-
samado do herói —montado em seu ca-valo de batalha — dacidade de Valença pa-ra Castela.
•Os homens pré-his-tóricos conheceram
o uso da lâmpada pa-
ra iluminação. Emvárias cidades lacus-tres ,se descobriramrecipientes de barroque devem ter servi-ão para queimar len-t .mente matériasgordurosas. Os anti-gos egipeios deram àssuas. lâmpadas for-mas ãe flores e ani-mais. Segundo Hero-doto a vasilha era ãecobre e se enchia comazeite, pondo - lhedentro a mécha, comose faz hoje com oslampeões, aináa tãousados.
9.A obsíãiana é um
mineral esv erdeadoescuro, que existe emabundância nos ter-renos basálticos, istoé, que conteem basal-to. Os índios ameri-canos quichúas utili-savam a obsidianapara fazer espelhos,polindo - o perfeita-
mente. Daí provémseu nome vulgar- ãe"espelho dos íncas".Também os antigosromanos se serviamdela para igual fim.
•E' curioso saber-se
que, tanto Morse, oinventor do telégrafo,como Bell, o inventordo telefone, casaram-se com mulheres sur-das-mudas.
A estátua da Liber-dade, que existe emNova York, mede 46metros. Foi feita pe-Io escultor FredericBartholdi.
•Existe um processo
muito simples parafazer sair um para-fuso enfer rujaão.Aquece-se, ao rubro,a chave de fenda, euma vez posta estasôbrte o parafuso, êlesairá com facilidade.
O que é preciso émuito cuidado com aoperação ão aqueci-
Na Índia existemescolas ãe medicinaexclusivamente paramulheres, às quaisafluem num erosasalunas que se ãiplo-mam. Nesse país eraconsiderado i m pró-prio um médico tra-
___umento da chave defenãa, pois todo tra-balho com fogo é pe-rigoso, principalmen-te para crianças. . .
•Entre os instru-
mentos musicais ãosinãigenas ão Congo,figura a "nanga", es-pécie de harpa com
tar ãe\ senhoras ão-entes, e as doutorasteem, por isso, suaclientela separaãa, ãosexo feminino.
Uma das maravi-' lhas da Austrália é-
uma cerca de arame,de quinhent-os quilo-metros de extensão,que separa as colo-nias das Novas Galiasdo Sul e Queensland.Seu fim é impedir apassagem dos coelhos,que constituem amaior praga da gran-de ilha.
As máguas e os la-mentos de nada ser-vem; as fortes espe-ranças e as sãs ambi-ções é que são úteisao homem.
— Le Pére Didon.
cinco córãas feitascom fibras vegetais,que pvoduzem sonssuavíssimos. Nas cha-maãas "orquestrasnegras", agora tão em¦moda, a "nanga" apa-rece com freqüência.
•As investigações ar-
queológicas provamque, na antiga Síriae no Egito, já eramconhecidas as cabe-leiras postiças e queos profissionais já sa-biam ondular os ca-belos.
•Uma genuína in-
dústria das popula-ções nativas do Cha-co sul-americano é afabricação de colarese enfeites de ossos depássaros, convenien-temente preparados.
Urano foi descober-to pelo astrônomo in-glês Herschel, em 23de Março de 1781.
O nome, Janeiro,dado ao primeiro mêsdo ano, derivou-se deJano, rei do Lacio, aquem o s romanosconsagraram o pri-meiro dia do ano.
Procusto foi ummalfeitor grego quese cpmprazia em dei-tar os seus prisionei-ros em um leito deferro, cortando-lhesas pernas se eleseram maiores que oleito e puxando-lhesas pernas por meio decordas atadas aostqmozêlos, se eram
eles menores do quea cama.•
Eureka! significaachei. Foi Arquime-des quem, há mais devinte séculos, tornoucélebre essa expres-são.
•As unhas ãos feli-nos — leão, tigre,
pantera, lince, gato,etc. — são "retrateis",quer ãizer, que poãem"retroceãer" e escon-der-se entre os dedose os pêlos destes.
Essas unhas nuncaperdem a afiada pon-
Jta e se renovam ca-da certo tempo. Naocasião dessa substi-tuição o animâí, se éselvagem, arr anhatroncos ãe árvores, emovais, paredes etc.,se é doméstico, paraque as unhas velhasse ãesprenáam e ve-nham as novas. E',pois, erro dizer que osfelinos "afiam" asunhas nas árvores.
Certo dia, passan-do uns espartanos di-ante ãe Corinto, ou-viram um homem ga-ban as fortalezas que
a áefenãiam. — Equem está atrás ãe-las ? — perguntaramos espartanos. — Mu-lheres ?
Não, respondeuo aâmiraãor de Co-rinto, soldados I
Pouco dev&m va-ler esses soldados —replicaram eles — senão sabem que as ei-ãaães são defendidaspor homens, e não pormuralhas I
Janeiro — 1943 — 31 O TICO-TICO
ô noiioi J^__Recebem-se as soluções até o dia 15 do mês se-
guinte. Cada concurso corresponde a 5 prêmios. Osleitores podem concorrer a todos e mandar juntajtodas as soluções, mas só pôde o mesmo leitor serpremiado em um concurso de cada vez.
CONCURSO N.63
CONCURSO PARA... DETETIVESConforme o prometido oferecemos hoje este concurso ex-ira, parav qual dairemos 10 prêmios. As soluções deverãoser enviadas dentro do prazo comum dos demais concur-sos, e d&ffem ser feitas em poucas palavras, nâo sendo
preciso juntar o texto da história.
TRJÍS cabanas, construidas com troncos de árvores,
constituíam a vivenda dos lenhadores empregadosnas terras do senhor Moreira. Numa delas vivia João enas outras moravam Bruno e Luclo, respectivamente.
Num sábado pela manhã, à hora de ir para o trabalho,Lúcio chegou à janela da casa de João e deparou com orapaz morto sobre o leito.
Avisou em seguida a Bruno e, juntos, deram parte àsautoridades.
O inspetor Ramiro procedeu às pesquisas no local.João, segundo o laudo médico, tinha morrido as três
horas da madru-gada, aproximada-mente. O inspetorRamiro descobíiuque João e Lucloeram inimigos, e queLúcio e Bruno nãose gostavam tam-bem.
Os dois lenhado-rea foram interroga-
dos separadamente.Bruno declarou:
— "Ao terminarmeu trabalho, on-tem, fui ao povoado,comprei no arma-nem algumas prpvl-soes e querozene
para a minha lâmpada. Voltei em seguida. Posso des-crever, ponto por ponto, o que fiz, desde que cheguei emcasa".
Vamos vêr! — disse o inspetor."Cheguei em casa — continuou Bruno — e enchi
a lâmpada com o querozene que comprei. Acendi-a. Pre-parei meu jantar: ovos fritos, sardinhas, um pedaço decarne. Jantei e li o jornal durante alguns minutos. Tivelogo sono e me deitei, apaguei a luz e adormeci. Seriam,quando muito, nove horas da noite. Acordei às seis emeia da manhã, hoje. Nada ouvi durante a noite. Sósoube do acontecido quando Lúcio me foi avisar".
POR sua parte, Lúcio declarou ao policial:
— Voltei do trabalho diretamente para casa. Es-tive ocupado remendando minhas botas e afiando o ma-chado. Jantei e me deitei. Seriam nove menos um quarto.
OT/Çtfft>MENSARIO INFANTIL
Propriedade da S. A. "O MALHO"Travessa do Ouvidor, 28
Caixa Postal, 880 — Telefone : 23-4422RIO DE JANEIRO
Diretor : A. de Souza e SilvaPreço das assinaturas, remessa sob registro porta.
Para o Brasil, toda a América,Portugal e Espanha :12 meses Cr$ 25,00
6 " " $ 13,00Número avulso .... " $ 2,00
Publica-se no dia 1.° de cada mês.
Tenho um sono de pedra. Dormi um sono só, até pelamanhã. Estranhei não ver João, que sempre acordavamais cedo que eu, e fui espiar a casa dele. Nada maistenho a declarar.
O inspetor Ramiro, depois de ouvidas as declara-ções, revistou as cabanas de ambos os depoentes. De-pois, ao sair foi diretamente a Bruno e lhe deu voz deprisão:— Está preso, Bruno. Foi você quem matou João.Você mentiu, nas declarações que fezCOMO FOI QUE O INSPETOR DESCOBRIU QUEBRUNO MENTIRA? QUEM SERÁ DETETIVE CAPAZ DERESPONDER A ESSA ANGUSTIANTE PERGUNTA?NADA MENOS DE DEZ PREMIOS — 10 LINDOS LI-VROSI — SERÃO CONFERIDOS AOS VENCEDORESDESTE TENTADOR E DESAFIADOR CONCURSO!
(Soluções até o dia 15 de Fevereiro)CONCURSO N. 64
üüfültmPSaíiêMWã^MCom o sen lápis, cubra os riscos brancos desnecessários e deixeaficros a figura de um elefante. Este concurso vale 5 prêmios.
CONCURSO N. 65. . r_ .
Trace aqut treslinhas retas d*tal modo que di-vida o retânyuloem 7 partes den-tro de cada umaficando 4 alga-rismos que so-mem sempre 16.
(5 prêmios).
« 4S ò 2
6 ¦ ¦ *« 4¦ ¦» ' <
9 5
5
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( PÍLULAS DE PAPAINA E PODOFILINA )Empregadas com sucesso nas moléstiaa do esto-
mago, figado ou intestinos. Essas pilulas, além detônicas, são indicadas nas dispepsias, dores de cabe-ça, moléstias do figado e prisão de ventre. São umpoderoso digestivo e regularizador das funções gás-tro-intestinais.
A venda em todas as farmácias. Depositários :JOÃO BAPTISTA DA FONSECA, Rua do Acre, 38 —Vidro Cr $ 2,50. Pelo. correio, Cr $ 3,00. — Rio
O TICO-TICO — 32 — Janeiro — 1943
*-l"ll f I -_ noitô- a__r€co"^»^»o»-_lh_-A publicação dos nomei dos premiados é feita
duas edições após. Os prêmios são livros e são re-metidos pelo Correio, sendo preciso virem os nomese endereço completos.
CONCORRENTES PREMIA-DOS NOS CONCURSOS DE
NOVEMBRO
NO CONCURSO N.° 65 :
Angela Maria Ferraz de Oliveirarua Humaitá, 269 - R. de Janeiro.
Kilza Setti — Praça Gen. Polidoro,67 — S. Paulo (Capital);
Carmen Magra — Rua Araxá, 116casa 3 — Grajaú — R. de Janeiro.
Zúzú Amaral — Rua Mayrink Vei-ga, 13 - 1.° andar — Rio de Janeiro.
Maria Luiza Garcia (a|c do Snr.Dino Garcia) — Paraíba do Sui —Estado do Rio.
NO CONCURSO N. 66:Alpoim Ribeiro Arêde — (a|c. do
Snr. José Climaco) Ponte Nova —Minas Gerais.
Domingos Perocco Netto — RuaRui Barbosa, 202 — S. José do RioPardo — S. Paulo.
Lau de Vasconcellos — Av. 24 deOutubro, 61 — São José dos Cam-pos — S. Paulo.
Luiz Carlos de Azevedo — Rua dasAcácias. 45, atoart. 1 — Gávea —¦Rio.
NO CONCURSO N.o 67 :
Terezinha de Jesus Carvalho —Rua Sampaio Fenraz, 22 — Estácio
Rio de Janeiro.Cláudio Bergstein — Rua Barão
de Jaguaribe, 288 — Ipanema — Rio.Maria da Gloria Dias — Av. Os-
valdo Aranha 198 — Porto Alegre —R. G. do Sul.
Dario M. Fonseca — Praça Getú-lio Vargas — Mangaratiba — E. doRio.
Almir T. Borges — Rua Ana Nerl,70 — Pedregulho — Rio de Janeiro.
NO CONCURSO N.° 58:Luiz Carlos Agostini —• Vila Gas-
par Dutra, (1 o BC) — Petropolis —E. do Rio.
Dalza Lopes Pinheiro — Morro deSanto Antonio — Cachoeiro de Ita-pemirim — E. Santo.
Ana Maria Soares — Caixa Postal,86 — Viltória — E. Santo.
Cely G. Leite — Domicio da Gama,65 — Tijuea — Rio.
Cristóvão de Queiroz — ChácaraItapecerica — Valença — Baía.
O PRÊMIO DESTE MÊS
ESTE mês o prêmio va. ser formidável! A
cada um do» premiados daremos um exem-plar do mais recente livro infantil de MonteiroLobato "A CHAVE DO TAMANHO", editadopela Oia. Editora Nacional — rua dos Guamões,639, S. Paulo — representada no Rio pela Li-vraria Civilisaçâo Brasileira — rua do Ouvi-dor, 94.
Os prêmios ser.o remetidos pelo Correio,sob reffiitro.
SOLUÇÕES EXATAS DOSCONCURSOS DE.NOVEM-
BRO
N.°' 55
__Ü__e_i_oij__.
N. 56
N.° 57
N.° 58
GETULIO VARGAS
TOSSE?____-______£ 3i___________.
C0DEINOLNUNCA FALHAI
PREFERIDO PELAS CRIANÇASPOR SER DE GOSTO AGRADÁVEL
PREFERIDO PELOS MÉDICOSPOR SER DE EFEITO SEGURO.
PREFERIDO POR TODOS. POR SERO REMÉDIO QUE
ALIVIA, ACALMA E CURA.
Infalível contra raifriado., _.m«• bronquit•_.
O Hlgobão(VER A PÁGINA 30)
O algodão é uma planta mal-vácea e a fibra que êle for\-
nece é a mais empregada no >mun-do, pois o consumo anual é de 26milhões de fardos. Provém daChina e da índia, mas era tambémplanta nativa na América, quan-do aqui chegaram os descobrido-res.
O Brasil produz muito algodãoe está no 3.° logar na produçãomundial. O algodão do nordeste,de S. Paulo, do Sul, todo êle é con-siderado excelente. Na página 30vocês podem vêr, indicadas nomapa, as regiões do nosso país,onde o algodão é cultivado.
Com a guerra o consumo de sê-da ficou restringido e o tecido dealgodão conquistou excelente po-sigão, e se fazem hoje padrões lin-ãisstmos que superam a própriasêãa.
A indústria do tecido, que é bas-tante desenvolvida no Brasil, ésustentada pela nossa produçãodessa fibra, e só aquela indústriadá trabalho a mais de 6 milhões,de pessoas, quasi 15% da popula-ção brasileira.
PEDIMOS aos nossos concorrentesque enderecem da seguinte maneiraas suas soluções:"Nossos Concursos
Redação d'O TICO-TICOTravessa do Ouvidor, 26 — Rio de
Janeiro.
O VAGABUNDO : Perigosa ? Ah !Já sei... Pra mim, é a Polícia que de-ve estar lá por baixo . . .
NO PRÓXIMO NUMERO " A HISTÓRIA DA ESCRITA
Janeiro — 1948 — 33 — O TICO-TICO
Iroa rama Dlidiii
I2 34S6769I0
r- ~ ^OOOOOOWO OO
UM PARAQUÉDASCorte um circulo de papel e vá do-
brando ãe modo a ficar todo "plis-sado". Faça furinhos na beirada e
enfie di-versas l i -nhas queseMo rcu-niãas e mbaixo. Fa-ça, comuma pontaãe flexa como se fosse um guarda-
chuva, tal como indica a figura. De-pois, com um arco, será fácil expeliro pára-quéãas que, ao cair, se abrirá.
JôGO DE ARGOLASNuma táboa, enfiam-se 10 estiletes,
ou pregos longos, ou peãaços ãe ara-me, cuja posição será numerada. Ca-da haste leva um anel. O jogo consis-te em munir os anéis por grupos ãedois, émcinco j o-gaãas, f a-z e n d o"passar, emcada joga-da, um anelpor cima âeãuas hastes ocupaâas. Há várias so-luções. Uma áelas é esta : Tomar oanel do n.° 7 e levar ao 10 (pulou 8e 9); tomar o nP 6 e levar ao 3 (pu-lou 5 e 4); tomar o 4 e levar ao 9(pulou 5 e 8 "ocupados"); Zeyar o 8ao 12 (pulwnâo 3 e 5 "ocupados"); e,por fim, 5 ao 1 (pulanáo 3 e 1, "ocupa-dos").
MICROSCÓPIO CASEIROTome uma lâmina fina de metal
e faça-lhe um furo com uma agulhagrossa. Sôbne o orifício feito, deixe
cair cuida-d o samenteuma gotadáguabem limpa(vêr a fig.)e ela faráo papel ãe
lente. Com isso se terá improvisadoum microscópio, que aumentará, pelomenos a visibiliâaâe âos áetalhes.
FUTEBOL NA MESAUsam-se sapatos de boneca paraos dedos. Os jogadores podem ser 2,
4 ou 6. Abola seráde "ping-pong". Asregras sãoas mesmasdo futebol,com as "ei-daâélas" para os goleiros etc
r^S
-^MWlfe
TransformaçãoEUSTORGIO WANDERLEY
QUANDO
a Mariazinha viu aquela feia lagarta rastejando pelo chão,seu primeiro- movimento foi o de esmagá-la, pizando-a com força.
Adelia, porém, o impediu:Não faça isto, Mariazinha. A pobre lagarta não tem culpa de
ter nascido feia, e você verá que está toda vestida de lagartas.. .Eu?!... — exclamou surpreza a menina, acrescentando: Repare
que meu vestido é de pura seda e não de lagartas.. .Pois é isso mesmo. Aquela lagarta que você viu cair -da amo-
reira, onde estava roendo as folhas, irá se transformar em um bonitocasulo de onde se tira o fio da seda com que se fazem os mais apre-ciados vestidos.
—- Será possível?!... *E' como lhe digo. Vamos visitar minha plantação de amoreiras,
que é o mesmo que dizer: minha criação do "bicho da seda", e você seconvencerá do que lhe afirmei: seu vestido, agora tão lindo, provém demuitas lagartas feias, das que você queria esmagar com o pé.
Assim dizendo, a Adelia, que era uma inteligente e estudiosa me-nina, levou sua amiguinha a ver a plantação de amoreiras.
Pelo caminho ia dizendo:A seda não se emprega' hoje somente em vestidos, em camisas,
meias ou gravatas. A indústria da guerra precisa de muita seda...
,Jl|L
Borboleta, lagarta e casulo
Seda para a guerra?! Como?!...Sim. Para se fazerem os para-quédas dos aviadores.
O preço do fio da seda, devido à guerra, elevou-se muito. Imagineque um quilo de fio para tecelagem que custava, há um ano, cem cruzeiros,passou a custar hoje trezentos.
A criação do "bicho da seda", — que se chama sericicultura, —sendo uma das mais fáceis e menos dispendiosas, é muto lucrativa. Podeser feita por moças e meninas, como nós.
Tinham chegado ao campo das amoreiras. Adelia continuava a falar:Quase nada gastei com este campo, pois as mudas de amoreiras,
já selecionadas, me foram fornecidas pelo governo.Consegui também uns folhetos em que vinham instruções práticas, c
seguindo esses conselhos, tenho obtido os melhores resultados.Já colheu casulos?!...Já, e mais de uma vez: declarou a Adelia.Estou encantada com o que vejo, e acho que todas as mocinhas
e meninas, que tenham alguns metros de terreno disponível, devemaproveitá-lo na criação do bicho da seda, como você está fazendo e comoeu irei fazer também agora no sitio do papai, em vez de matar lagartas. ..
E foi assim que a Mariazinha se transformou de "matadora" de lagar-tas, em criadora do bicho da seda.
VEJA O "CONCURSO PARA DETETIVES" A PG. 32
O TICO-TICO — 34 — Janeiro — 1943
Aventuras de Tinoco, caçador de feras-Por Théo.—— 1 —•**•
SfcY / ^»i/'y*\ X-*"; -*^*""*\ JB$£$aVm\
4a ^x1 ^^V *#*"Tinoco vem estudando cuidadosamente a arte fantásticas caçadas. Ultimamente pedirarrí-lhede «camuflagem», afim de aplica-la em suas que capturasse o maior numero possivel de
i-~ B^nA "*r a.. Ik Bafl^ ^-T JljH >
pássaros vivos e Tinoco logo pensou em con- de arvore, fazendo dos braços dois galhos parsegui-lo por meio da «camuflagem». Vestiu-se tidos e permaneceu imóvel á beira da floreslí
i^Ha^Vfl \m\ II \ ^AWmA ^L\W *—-w ^D
do Corcovado. Colocou uma gaiola embutida caçadas de sua vida. Mister Brown lastimou queno falso tronco e fez uma das mais prodigiosas o processo não servisse para caçar elefantes.JANEIRO -1943 35 O
TICO-TICO
QUADROS DA NOSSA HISTÓRIA
1t mi _I._J.____ 1 fi llTlIffW^M «Hl^
©VASPECTOS DA CIVILISA-
ÇÃO BRASILEIRA
Aspecto de uma cidade* do 2° reinado, na província doRio de Janeiro
A VIDA RURAL NOSEGUNDO REINADO
OS
primeiros colonizadores do país já haviam com-
preendido que a riqueza do Brasil estava prin-cipalmente na fertilidade de seu solo. Como foidito, a primeira fonte de renda que o Brasil pro-
duziu foi a da fabricação do açúcar, cujo comércio enrf-
queceu os primeiros colonos. Passada a fase do ouro, ocultivo do solo começou a progredir e a se estender coma introdução do café, de que o nosso país é hoje o prin-cipal produtor no mundo.
Muito importante era a vida rural nos tempos damonarquia. A agricultura, constituindo a principal fontede riqueza do país, produziu a chamada aristocracia rural,celebre no 2.° Reinado, e de onde saíram grandes vultosde administradores e políticos. As grandes fazendas,
prósperas embora pelo braço infatigavel dos infelizesescravos negros, eram modelos de abundância, confortoe luxo. Ali se produzia de tudo. Havia operários negros
para todos os ofícios e os recursos mais necessários a umavida civilizada. Numerosas cidades do interior, muitasdelas hoje decadentes, eFam o entreposto das grandesproduções agrícolas, principalmente o café e o açúcar,
que se transportavam em lombo de burros e carros dee luxo. Ali se produzia de tudo. Havia operários negrose se desenvolveram as estradas de ferro.
A abolição dessa grande mancha que foi a escravaturano Brasil, aniquilou quasi subitamente esse esplendor davida da míioria das fazendas, cujos dcnos não souberam
prever o golpe de 13 de Maio de 1838.
O TICO-TICO
1
Família de fazendeiro abastado, em refeição
W-_**^___ED T-rt -^í^'-
- --"- 'irUma fazenda de café no vale do Paraíba, em 1860
^__^Ífèí__fe^^^_^nB *h• [^*Si^__rTlP jJTJV \. •_-_ £____T^^ w a*C-í ""S**5* e
,^-|||JJj2s_3 am^a^àm^mAmmaammmaÍal ^^ ** £¦__
36Negros escravos trabalhando na lavoura
JANEIRO —1943
0€UsáaA >
AMENTOamondonga
NA
casa do senhor Ratão, naquele bu-raco fundo e muito escure, nasceuum bebê que, com o andar do tem-
po, foi crescendo, crescendo até tor-nar-se numa camondonga *ão bonitinha queencheu os papais de orgulho e alegria'.
Muitas vezes contemplando-a, eles che-
garam a pensar ser uma pena destinar tãolinda ratinha a um camondongo qualquer.Pelas redondezas não faltavam" camondon-
gos doidinhos pela bela filha do senhor Ra-+ão.
Muitos eram os pretendentes, mas ne-nhum era aceito. A todos, o senhor Ratãodespachava sempre com a mesma resposta :
Não ! minha filha não casará comum simplles rato ! Isto não ! Escolherei paraesposo dela ao senhor mais poderoso domundo.
E como pensasse que era o Sol, o talsenhor poderoso, papai Ratão não teve maisdúvidas. Foi um dia visitá-lo. Depois de fazeras devidas reverências disse-lhe humilde-mente :
Respeitável senhor Sol : tenho emcasa uma filha de rara formosura, que dese-jaria oferecer como esposa ao ser mais po-deroso do mundo. Como sei que tú o és,rogo-te que a aceites.
O senhor Sol achou graça naquilo. Sor-riu- E respondeu assim :
Agradeço muito, meu amigo, masdevo recusar a oferta, porque D«us pós nomundo seres mais poderosos que eu.
O senhor Ratão assustou-se. Arregaloumuito os olhos. E perguntou quem poderiaser, ao que respondeu o Sol :
Por mais que eu brilhe iluminando aterra, desapareço quando chega o senhorCúmulus, da família das nuvens.
Então, o Ratão teve uma idéia, que logoexecutou. Foi à casa das Nuvens e ofereceu
JANEIRO —1943
V ^\ ys, ^"™\ I) %2*^' **W mWmmm\ Wm^mlmWAlIA^.^.\ N. ) ( AT XmJmmW íl^
(As*~\ £ ____/( ° /\*/m^m \ -^* ms*\ \^^^\
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sua filha ao senhor Cúmulus. Este,quando soube que era considerado oser mais poderoso do mundo, decli-nou a proposta dizendo :
Há no mundo sêr mais pode-roso do que eu.
Quem é? perguntou o rato.E' o senhor Vento. Por mais
que eu faça, êle me arrasta para ondequer.
Ao ouvir isto, papai Ratão nãoesperou mais. Foi correndo até àmorada do senhor Vento. Era longe.Mas êle foi- E quando chegou lá foilogo diz' ndo :
No mundo inteiro não há umsêr tão poderoso como tú : por isso,
37
rogo-te que aceites a mão de minha filha,que é uma moça muito bonita e muito pren-dada.
Mas o Vento, como o Sol e o Cúmulus,tambem recusou. Quasi com a .nesma res-posta.
Não posso aceitar tal oferta. Por maisforte que sopre com todas as minhas forças,não posso competir com o senhor Monte.
O senhor Ratão ouviu aquilo. Saiu à pro-cura do senhor Monte. Procurou muito.
Mas encontrou-o. E com sua vózinha hu-mude falou :
— Respeitável senhor Monte : sei queés o sêr mais poderoso do mundo inteiro;
por isso venho oferecer-te minharica filha como esposa-
O Monte deu uma gargalhadatão gostosa, e tão forte que fezestremecer tudo.
— Quá I Quá ! Quá ! Enganas-te,amigo ! Há seres mais poderososdo que eu.
Mais poderosos do que tú,
que cortas o Vento, o Vento queempurra as Nuvens, as Nuvens quetapam o Sol, o Sol que ilumina aTerra?
Sim, meu amigo ! Maispoderosos !
quem são eles?— perguntou desconcertadoo velho Ratão.
— São uns seres, —¦'respondeu o Monte, com
quem não posso rivalisar,apeiarde serem
pequeninos ,muito pe-queninos.
O senhorRatão «ta-
va de olhos esbugalhados. De boca aberta.Muito espantado.
E o Monte continuou :São os respeitáveis ratos, que com
seus agudos dentes, roem a minha base eterminarão por derribar-me.
O velho Ratão não quis ouvir mais na-da. Foi embora. Cabisbaixo.
E foi assim, que o papai Ratão depoisde percorrer céus e terras em busca de umgenro poderoso, acabou por casar a filhacom um honrado rato da visinhança.
O TICO-TICO
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TROCANDO AS LETRAS, PROCURE A PQOFISSÃO DO DONO DE5TE CARTÃO.
COM AS INICIAIS PAS FIGURAS DESENHADASFORMAR 0 NOME DE UMA CIDADE1 DO CEARA'.
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^/^ 2^ê cmcoURusu — / V- l^^* S~àk ESTA X PROCURA __ i.à/y àm^&C^/y »m faT?íco A n V 4IX 0 àmW^íCY OMt)E ESTÁ ELE 1 U % ^
sf/vLo ¦ ) r it ^ Coloquem os wÚmeros acimaf Sm) Wh I ^n\ 1 / í <¥ WAS TR^S OLEIRAS DE TRAÇOS,DEjcrf ^/ /J| l^wtStt Sí>^ A- \/° MODO QUE SOMADOS RESULTE EXA-^ VJ^lfjy^ B V <s/ (P U* TAMEMTE 1^33.
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GAROTOEST/í CHORWDo PorquePERDEU-se
Do PAPAI.VEJAM SE OEWCOMTRÂMP
O TICO-TICO JANEIRO—1943
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A VINGANÇA DO COELHOConto de Tostes Balia Desenbos de Noemia
gato do mato tinha
tomado raiva do coe-lho, por uma cousa
atoa, e não passava pertodele sem dizer alguma pala-vra feia. Uma vez, chegou aarranhar a cara do pobrecoelho, que, si não fugissedepressa, nem se sabe o queteria acontecido. - *
Um dia, o coelho, atrás deuma árvore, viu chegar o
gato do mato com o catitú.Prestou atenção e escutou ogato do mato dizendo, comuma voz muito grossa, que
^stava chegando de viageme que, naquela rtoite, ia visi-tar a sua prima onça que nãosabia que êle tinha voltado.
Ela nem. vai conhecera minha voz, porque estoumuito rouco.
Então, você devia ficar,hoje, em casa para não peo-rar do resfriado! — aconse-lhou o catitú.JANEIRO —1943
Qual o
que! Vou as-sim mesmo pa-ra fazer umasurpresaà prima onça!
O coelho nem
quis ouvfrmais. Saiu cor-rendo e se es-
condeu numburaco do ca-minho em quea onça tinha
que passar.Agora, eu
me vingo do gato do mato!Assim que ouviu os pas-
sos da onça, começou a fa-lar alto, dentro do buraco.A onça veiu devagarinho, ese pôs a escutá-lo.
o gato do. mato, eu fincoesse espinho no coraçãodela.
A onça acreditando no
que dizia o coelho, foi paracasa amolar bem as unhas,antes da visita chegar.
Só se ouvia aquele baru-lhinho — chique-chique,chique-chique — do amola-
dor dc unhas da onça.Antes o gato do mato ou-
visse o conselho do catitúe nio saisse de essa, com
sereno, até curar o resfria-
du. Mas, êle era mesmo tei-
mosol Ali pelas nove ho-ras, bateu na casa daonça!
m— Quem está aí? — per-
guntou a onça.
Abra para vêr! res-
pondeu o gato do mato coma voz rouca.
A onç.i não conheceu a
voz e acabou de acreditar
no quc tinha ouvido o coe-lho dizer no buraco.
Espere um pouco! —
e passou mais uma vez as.unhas no afiador.
Abriu a porta, e quandoo gato do mato entrou, pu-lou em cima dele e lhe ras-
gou as costas com as unhas.Tire essa pele, coelho,
que eu te conheço!Ai, prima, não me ma-
tel Não está vendo que nfiosou o coelho?
Você pensa que meengana, coelho? Deixe eutirar a pele para vêr! — econtinuou a rasgar a peledo bicho.
Quando viu que era mes-mo o gato do mato já eratarde: o coitado tinha es-
pichado as canelas.
O coelho que ande es-
perto, porque si a onça oapanha...
— Você vai vêr! — dizia ocoelho fingindo estar fa-lando com outro bicho —
Hoje, de noite, eu mato aonça. Encontrei o gato do
.mato morto, e tirei a peledele. De noite, eu visto a
pele e venho visitar a onça.
Quando ela vier me abra-
çar, pensando que é mesmo
39 O TICO-TICO
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A bomba e o pato
PAGINADE ARMAR
Explicação — Colem em papelão fino as cinco pe-ças desta pagina, ligando-as, em seguida, por meio debarbante com dois nós nas extremidades. Os dois mo-delos do brinquedo, frente e costas melhor elucidarão aconstrução.
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O TICO-TICO 40 JANEIRO —1943
ESTADO DO PARANÁ COROfiRAFIA PITORESCA l>0 BRASIL
1. FRANCISCO
'CAFÉ'
rANT?W PINHEIRO•vra*-.<". ,# »%
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•TABACOCampos novos
.CURITIBA ARROZ'*»< ALGODÃO
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PONTE HERCILIO LUZ
SANTA CATARINA OSanta Catarina apresenta dois
aspectos bem distintos. A zona dolitoral, estreita, com imensos valese regiões alagadicas, onde as chuvassão abundantes, e a zona serrana, decampos imensissimos e verdejantes,que se perdem de vista. O clima étemperado e salubre.
Solo rico em ferro, chumbo, ouro,diamante e calcareos, produzindoherva-mate, pinheiros e outras madei-ras de construção.
Agricultura e indústria pastorilprósperos.
"0 LAGES
IEIR0
ARROZ
/
PORCO
CARVÃO;
o CO-T ICO JANEIRO — 1943
AVENTURAS DE ZE* MACACO E FAUSTINA
Zé Macaco vinha observando que, -apezar da invenção do aeroplano, do tan- Estudou e verificou que as ara-que e do submarino, ainda não se havia inventado um aparelho para se andar pelo nhas e outros insetos se seguravam«forro, feito aranha. por meio de...
...microscópicas ventosas de sucção. Aplicou Depois. começou a experiência. De fato, as ventosas aderindo aoentão umas ventosas de borracha aos sapatos e forro o seguraram perfeitamente, mas não poude mais se mexer doTumas luvas. lugar.
PACIÊNCIA1o NOSSO
, DIA ,chfcvíra
S
Êle então chamou pela Faustina, ...despencaram, arrastando Zé Macaco as ...refletiu que a invenção era bôaque, segurando-o, fez força e ambos táboas do forro, na queda. Já f\o chão, Zé mas ainda não éra muito...então,... Macaco... \
MRO-O TICO-TICO 42 JANEIF t943
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Crianças,.diçãò,
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AVENTURAS D UINHOWBm _m^ I j— ^^•pgf^
^_\~ A_- Mlndéca, amiga doa pais de Chi- Lo-° 1ue chegaram, quem veiu recebê-los no portio \
C\^jrA^~~%~ kl '°' ° Be_)am'n- E o Pituca, implicante como êle só, \ V \
/**jr • V\\._J *** •"• 1«vsn<1° o »eu filho, o Pi- — Mamãe, quem é esse gibi? lBL. \\
/// *n^mmm\ *"' um *"*" lev,da da bríca' ond° ™" íefnSI-íí- fÍC°U dan"d0' m" "^ res"
ll^rf^ul// jL ___&_^l deases pequenos que em tudo me- ÊÊ \ J Y\ly
/ ^V. I ^^"—•*__\
I^Bk \ \^V___ ¦"¦»»-_¦__N_-___-_-_-_-_-__n_______M_-_-___________i*^M------_-_----_«_-_^___-_L_-_______Hh_-__i___JM_____a ,
( t V ___ IL—W-H Xem' e 'ue "t*0 sempre pronto*
^^Jya || * Iizer um» malcreaçio.
jA \^ -Sr S^^ ^^'N \_s3é^ >. /^^"^""\ atirar pedras nas írvores e perseguir
-( \ l . \ \v Ib ^""Hf ^*]_k Chiquinho e Benjamin resolveram
Dirlfindo-»e a um tanta oncit estavaiogada uma chaain* valha Chiquinhoapontou-a dizendo:
— Aqui dentro tem um ninho de pato,cheio de patinhos.
Assim que o Chiquinho e o Benjamin seapartaram, o Pituca pensou logo em vêraqueles patinhos.
A&C-T
Pituca ia vêr *6 o quanto é raiaser um menino aaaim com* Ma. A»-aia que enfiou a ato na «*ne«*ti_ na a aotaa segurar-Im o
-W\\^_I
Quando tirou a mio viu queera uma perereca. Botou a bo-ca no mundo e saiu a correr,oom uma agarrada no dedo eoutra nas costas.
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