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Anais do 8º Congresso e Feira de Informação e Comunicação
FEICOM 2015
SUMÁRIO
Pág.
Apresentação 12
GTs: ementas e coordenadores 14
Resumos expandidos 20
1 – Audiovisual: perspectivas e intersecções
Coord.: Sckarleth Martins e Victor Vinícius do Carmo
20
A subversão de gênero e a história de amor em Django Livre (Raquel de
Paula Ribeiro e Mayllon Lyggon de Souza Oliveira)
20
Jogo de Cena: O dispositivo como estratégia narrativa no documentário (Jordana
Albino Oliveira e Goiamérico Felício C. dos Santos)
23
Desafios da Imagem: Um estudo de caso do curso ministrado Fotografia sem
mistério (Morgana Kelly Serafim Chaves)
24
2 – Biblioteca, formação e emancipação
Coord.: Maria de Fátima Garbelini, Andréa Pereira dos Santos e Suely H. Gomes
26
Biblioteca escolar: serviços de informação e a atuação do bibliotecário (Tatyane
Cristina Camargo dos Santos e Maria de Fátima Garbelini)
26
Mapeamento dos processos operacionais e desenvolvimento de manual para o
setor de doações da biblioteca central Prof. Alpheu da Veiga Jardim da UFG
(Adriana Pereira de Aguiar, Andréa Pereira dos Santos, Maria de Souza Lima
Santos e Rita de Cássia Barbosa Pereira)
29
3
3 – Comunicação, cidadania, poder simbólico e direitos humanos
Coord.: Magno Medeiros, Flávia Martins e Gardene Leão
31
Mídia e representação social: África no imaginário social brasileiro (Abdul Pedro
Muchingeca e Luiz Signates)
31
Teorizações sobre a tevê pública e seu papel na democratização da comunicação
(Denyse Parreira de Deus Araújo Freitas e Magno Medeiros)
33
Represdentação indígena no jornalismo impresso goiano: da Matutina
Meiapontense ao Jornal Takinãhãky (Ana Carolina Jobim, Alisson Batista, Anna
Carolina Mendes, Italo Wolff, Milleny Cordeiro, Nathalia Peres e Rosana Maria
Ribeiro Borges)
35
O humor na mídia televisiva como estratégia de comunicação (André Almeida
Nunes e Magno Medeiros)
38
Comunicação pública, Direitos Humanos e a sociedade em rede (Cristina Rosa
Franco e Tiago Mainieri)
40
As identidades regionais do Brasil na cobertura jornalística (Flávia Larissa de
Jesus Peralta, Elysa Coutinho da Costa, Lucas Pereira Matos, Monithelle da Silva
Cardoso, Vanusa da Silva e Flávia Martins dos Santos)
42
Educomunicação e cidadania comunicativa: uma aposta para repensar e refazer o
mundo social (Gloria Patricia Piedrahita Sarmiento e Claudiomilson Fernandes
Braga)
45
Aparência de classe: poder simbólico e oportunidades de vida (Janaína Vieira de
Paula Jordão e Manuel Ferreira Lima Filho)
47
Conhecimento e Espetacularização no Telejornalismo Goiano (Juliana Junqueira) 50
Representação da mulher na mídia brasileira (Karoline dos Santos Santana e
Luciene de Oliveira Dias)
52
O envelhecimento sob a verve crítica da cronista Rachel de Queiroz (Letícia
Arantes Jury e Goiamérico Felício Carneiro dos Santos)
54
Comunicação Pública e TCCs: Estudo da Fanpage da Prefeitura de Goiânia (Luiz
Carlos do Carmo Fernandes e Gilmara Roberto Moreira)
57
4
Narrativas da violência e representação simbólica na mídia (Magno Medeiros) 60
O novo cidadão – Debate sobre juventude, cidadania e TICs (Marcos Marinho
Martins de Queiroz e Magno Medeiros)
62
Vozes Ativas – Aspectos do Direito de Resposta como Exercício da Cidadania
(Carolina Zafino Isidoro e Magno Medeiros)
65
A condição de subcidadania dos homossexuais no Brasil e a visibilidade da
homoafetividade na mídia (Marília de Almeida e Almeida e Claudomilson
Fernandes Braga)
67
O fenômeno contemporâneo da mídia, a relevância da televisão aberta e a
necessidade de fortalecimento de emissoras públicas televisão para a
democratização da informação e comunicação no Brasil (Michael Alessandro
Figueira Valim e Goiamérico Felício Carneiro dos Santos)
69
O fenômeno televisivo contemporâneo como objeto interdisciplinar de estudo
(Michael Alessandro Figueira Valim e Goiamérico Felício Carneiro dos Santos)
71
Ineficiência na Gestão Pública: O Portal da Transparência de Goiânia (Thálita
Teles Nascimento Silva, Gabriela Pires da Costa, Ivana Cláudia Alves Paraízo,
Lucas Pereira Matos e Divina Eterna Vieira Marques)
73
4 – Comunicação e literatura: confluências discursivas
Coord.: Letícia Arantes Jury e Goiamérico Felício C. Santos
76
Self product: A subjetividade e identidade pelas narrativas da sociedade dos
consumidores e da cultura do narcisismo (Liessa Comparim Dalla Nora e
Goiamérico Felício Carneiro Dos Santos)
76
‘Pátria Amada’ de Rachel de Queiroz: discurso como mudança social e
representação da identidade brasileira (Letícia Arantes Jury e Goiamérico Felício
Carneiro dos Santos)
78
Diego e Miguilin: um paralelo da (d)eficiência do olhar a partir da literatura
(Angelita Lima)
81
Convergência das mídias e a interação das linguagens na publicidade (Nayara
Porto Ferreira e Débora Cristina Santos e Silva)
84
5
O amor em movimento no Mercado da 74 (Bárbara Mendes Falcão e Luciene
Oliveira Dias)
86
A subversão de Clarice Lispector no (des)território da cibercultura: Análise de
fanpages do Facebook (Lívia de Pádua Nóbrega)
88
5 – Ciência, tecnologia e organização da informação
Coord.: Luciana Candida, João Maricato e Laís Pereira de Oliveira
90
Avaliação da Interface de Mapas Argumentativos (Saymon de Oliveira Souza e
Marcel Ferrrante Silva)
90
Catalogação na Fonte e o Campo de Atuação do Bibliotecário em Editoras (Ayrton
Afonso de Farias, Beatriz Silva Freitas, Cristhiane Borba da Cunha, Maria Divina
Sousa da Luz e Luciana Candida da Silva)
92
Catalogação compartilhada: a utilização pelas bibliotecas universitárias de
Goiânia-GO (Guilherme Ignácio Bernardino, Jomar Rosa da Cruz Santana, José
Roberto da Cunha, Maurício Tovar Júnior, Sarah Gomides Vieira e Luciana
Candida da Silva)
95
Centrais de catalogação em bibliotecas universitárias na cidade de Goiânia/GO:
vantagens e desvantagens (Clara Alessandra Sanches, Amanda Natiele Rocha de
Castro, Beatriz Stephany Sanches dos Santos, Talitha Gonçalves Rosa, Daniella
Ferreira de Miranda e Luciana Candida da Silva)
97
Proposta de criação do Repositório Institucional da Biblioteca João Lázaro
Ferreira – Faculdade de Tecnologia SENAC-GO (Maria de Fátima Lopes Gomes e
Luciana Candida da Silva)
99
A importância do ISBN para o mercado editorial (Dártony Diocen Teixeira Santos,
Gilson Pinheiro da Silva, Hugo Lobo Júnior, Kellen Rodrigues Martins, Keyla Rosa
de Faria e Luciana Candida da Silva)
102
Panorama nacional: a busca por um código de catalogação (Andressa Sá Teles
Lourenço, Victória Rodrigues Cywinski, Yasmine Adya dos Santos e Luciana
Candida da Silva)
104
Espaço na difusão científica: o laboratório não é o centro da comunicação (Marina 106
6
Muniz Mendes e João de Melo Maricato)
Panorama mundial da catalogação (Dênis Junio de Almeida, Eveline Pinheiro de
Lima, Lettícia Oliveira de Sousa, Lucilanda Rodrigues Penha Lima, Roselene Paula
Resende Medeiros e Luciana Candida da Silva)
109
Catalogação Cooperativa vs Catalogação Centralizada: Um estudo das vantagens e
desvantagens (Anna Karolina Barbosa Silva, Bruno Gonçalves dos Reis, Mírian
Raíza dos Santos Castro, Quedma Ramos da Silva e Luciana Cândida da Silva)
111
Diário Oficial do Estado de Goiás: proposta de requisitos de arquitetura da
informação para representação da informação oficial digital (Sueliton Ribeiro de
Sousa e Martha Izabel de Souza Duarte)
115
Catálogos informatizados para o acesso à informação: estudo sobre a usabilidade
do catálogo on-line SophiA (Amanda Oliveira dos Santos, Mayra Rosa de Camargo,
Tatielle Marques Cunha, Thays Oliveira Alvarenga e Luciana Candida da Silva)
117
6 – Gestão e políticas de informação
Coord.: Arnaldo A. Ferreira Júnior e Eliany Alvarenga de Araújo
119
Análise de Redes Sociais: a rede de coautoria da Universidade Federal de Goiás
(Eduardo Alves Silva e Dalton Lopes Martins)
119
Aplicabilidade de métodos analíticos em políticas públicas participativas (Arlon
da Silva Moreira e Dalton Lopes Martins)
121
Planejamento bibliotecário: proposta preliminar para implantação de Biblioteca
Parque na Região Noroeste de Goiânia-GO (Maria de Fátima Lopes Gomes e
Eliany Alvarenga de Araújo)
123
Lei de acesso à informação: equipe interdisciplinar para uma melhor
aplicabilidade (Filipe Reis e João de Melo Maricato)
125
Análise Estratégica da Informação em Organizações: o uso da análise exploratória
de dados (Bárbara Gabriella Marques e Arnaldo Alves Ferreira Júnior)
128
Humano Computador: a inteligência coletiva na sociedade da informação (Paulo
Victor Alves Vieira e Arnaldo Alves Ferreira Junior)
130
A Arquitetura da Informação e o Search Engine Optimization: ranqueamento de 132
7
páginas web e busca de informação na rede (Tatiane Lima Evangelista e Arnaldo
Alves Ferreira Júnior)
7 – Jornalismo e cidadania
Coord.: Luciene de Oliveira Dias e Ana Clara Gomes Costa
134
Jornalistas por um dia: produção experimental de Jornalismo Impresso com
crianças da periferia de Aparecida de Goiânia (Evangicléia Sousa da Silva e
Chubasco Amiche Sussuarana Loriato)
134
Jornal Cinco de Março e o contexto da ditadura militar: Contribuição à história da
imprensa em Goiás (Aline Goulart, Alline Flores, Átila Giovani, Cynthia Costa,
Mariana de Oliveira e Rosana Borges)
136
Política de cotas nas universidades brasileiras: novo elemento no debate sobre o
ensino de Jornalismo e o preconceito étnico-racial no Brasil (Mariza Fernandes
dos Santos e Luciene de Oliveira Dias)
138
O telejornalismo de Barra do Garças (MT): Interações entre profissionais da
imprensa e policiais e suas repercussões nas notícias (Aparecido Roberto da Silva
e Hidelberto de Sousa Ribeiro e Alfredo José Lopes Costa)
140
A formação da opinião pública no novo cenário virtual do Jornalismo (Priscilla
Guerra, Guimarães Bernardes e Simone Antoniaci Tuzzo)
143
A juventude dita e interdita: universos juvenis na abordagem midiática (Ana Clara
Gomes Costa e Luciene de Oliveira Dias)
146
8 – Marketing e estratégias digitais
Coord.: Marina Roriz e Eliseu Vieira Machado Júnior
148
O uso da fotografia publicitária como estratégia da Tiffany & CO no Instagram
(Doreen Hermanstadt e Luciana Hidemi S. Nomura)
148
Planejamento Eficaz de Comunicação de Marketing no Ambiente Digital (Eliseu
Vieira Machado Júnior, Gabriel Bomtempo dos Reis e Marina Roriz Rizzo Lousa da
Cunha)
151
Social Branding: O papel das mídias sociais na construção de marcas relevantes 153
8
(Vinícius Moreira Araújo e Daniel Padilha)
“E se a vida te der limões?” – análise sobre o posicionamento do Lemon Clube de
Empreendedorismo da UFG (Thais Carneiro de Moraes e Marcos Marinho Martins
de Queiroz)
155
9 – Mídia, educação, cultura e linguagem
Coord.: Jordana A. Oliveira e Ludmila P. Almeida
158
Comunicação ambiental: A mídia como agente proativo na conscientização,
educação e defesa do meio ambiente (Chubasco Amiche Sussuarana Loriato e
Evangicléia Sousa da Silva)
158
Ensino de Filosfia, escola e novas tecnologias: pensamento humano e questões
políticas emergentes na era da informática (Francisco José Porfírio Neto e
Carmelita Brito de Freitas Felício)
160
Ordens de indexicalidade de corpos, pedagogia crítica da mídia e humor: Por uma
descolonização das práticas identitárias hegemônicas (Ludmila Pereira de
Almeida e Goiamérico Felício Carneiro dos Santos)
163
Modern Family: uma representação moderna das diferenças? (Joseane Alves
Ribeiro)
166
Apontamentos sobre o discurso veiculado em revistas femininas: que tipo de
identidades elas propõem? (Bruna Gabriela Corrêa Vicente e Shirley Eliany Rocha
Mattos)
167
Narrativas colaborativas e transmidiáticas em aulas de literatura no ensino
municipal de Senador Canedo (Elisabete Teles Marinho e Cátia Lassálvia)
170
“Santa Missa em Seu Lar”: Construção midiática da TV Anhanguera da Missa das
5h30 no domingo do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno (Paulo Afonso Tavares
e Eduardo Gusmão de Quadros)
172
Conexões entre Comunicação e Educação: Os espaços educacionais brasileiros na
pauta do programa Profissão Repórter (Mayara Jordana Sousa Santana e Ana
Carolina Rocha Pessôa Temer)
175
9
10 – Mídias interativas, cibercultura e entretenimento
Coord.: Daniel Christino e Marcilon Almeida
177
Vidagame: jogos eletrônicos como tecnologias do imaginário pós-moderno
(Mauricio Pessoa Peccin e Goiamérico Felício Carneiro dos Santos)
177
A experiência do espaço como fator comunicacional nos videogames (Victor
Felipe Barbosa Pessoa e Daniel Christino)
179
A performance nos videogames e seus desdobramentos: dos action figures aos
cosplay (Murilo Gabriel Berardo Bueno e Raquel de Paula Ribeiro)
183
11 – Mídias sociais e movimentos sociais
Coord.: Karine do Prado e João Daniell Oliveira
185
O Twitter nas eleições de 2010 em Goiás: mídia político ou rede social? (Luiz
Carlos do Carmo Fernandes)
185
Frente de Luta Contra o Aumento da Tarifa: ciberativismo no Facebook e a busca
pela democratização da mobilidade urbana em Goiânia (Eliani de Fátima Covem
Queiroz e Cleito Pereira dos Santos)
188
Uma discussão teórica sobre os movimentos sociais (Rafael Alencar Rodrigues e
Claudomilson Fernandes Braga)
191
12 – Publicidade e propaganda na cultura contemporânea
Coord.: Letícia S. Côrtes e Alexandre Tadeu dos Santos
193
A publicidade institucional: o dionísico no dia dos pais (Felipe Berger e Letícia
Segurado Côrtes)
193
Identidades e conflitos: considerações sobre a libertação dos cachos (Celiomar
Porfirio Ramos e Mirian Barreto Lellis)
196
13 – Relações públicas e construção da imagem organizacional e pessoal
Coord.: Claudomilson F. Braga e Rhayssa Fernandes
198
Eventos internos como estratégia de Relações Públicas na Assessoria de 198
10
Comunicação em Saúde de Goiânia (Diego Rocha da Silva, Ana Kárita Alves
Gonzaga, Jéssika Coelho Pimentel Oliveira, Vinícius Borges e Lutiana Casaroli)
Comunicação pública comunitária para cidadania: estudo das ações de
comunicação do Projeto de Intervenção Social do Programa de Regularização
Fundiária Plena na região noroeste de Goiânia (Luciano Alves Pereira e Adriane
Geralda Alves do Nascimento Cézar)
204
Planejamento de relações públicas para empresa Gelatti (Lohanne Silva Assis,
Arianne Lourenço Nakabashi, Jéssika Coelho Pimentel Oliveira, Lohanne
Rodrigues Silva, Nayara Pires Cardoso, Thaíssa Vitória Rezende Schifino e Adriane
Geralda Alves do Nascimento Cézar)
206
Representações sociais do servidor público: o comportamento comunica (Tessa
Monteiro Lettieri e Claudomilson Fernandes Braga)
209
A celebrizaça o do padre Robson de Oliveira a partir da mí dia televisiva (Laianny
Martins Silva e Simone Antoniaci Tuzzo)
212
Comunicação Integrada e Saúde – A importância acadêmica do convênio entre a
UFG e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (Silvana Coleta Santos Pereira,
Kalyne Menezes, Letícia Segurado Cortez e Lutiana Casaroli)
214
Autorretratos: enunciações visuais midiáticas auto-referenciais (Lutiana Casaroli) 218
Liderança de opinião no ciberespaço (João Carlos Machado e Simone A. Tuzzo) 220
Conceitos e valores da Comunicação: o profissional de Relações Públicas face à
comunicação estratégica (Rogério Santos dos Prazeres, Marta Quintiliano e
Claudomilson Fernandes Braga)
222
14 - Tecnologias de informação aplicadas
Coord.: Dalton Martins e Douglas Cordeiro
225
As normas ABNT NBR ISO/IEC 27001 e 27002 como ferramentas de auxí lio a
implementaça o de polí ticas de segurança da informaça o em instituiço es pu blicas
(Lorena Pires de Paula e Douglas Farias Cordeiro)
225
Os recursos humanos como origem de violaça o a segurança da informaça o em
ambientes organizacionais (Eriany da Cruz Matos, Ciro Jose Almeida Macedo e
227
11
Douglas Farias Cordeiro)
Utilizaça o de soluço es de software como apoio a modelagem de processos: uma
ana lise sobre o BonitaSoft (Gustavo Henrique de Abreu Arau jo, Vinicius Sobreira
Braga e Douglas Farias Cordeiro)
229
A análise SWOT como ferramenta de apoio ao gerenciamento de projeto (Raianny
Carla Ferreira da Silva, Ciro José Almeida Macedo e Douglas Farias Cordeiro)
231
A análise de gargalo como técnica de apoio à gestão de processos de negócio
(Wanessa Natielle Brito Borba, Vinicius Sobreira Braga e Douglas Farias Cordeiro)
233
Twitter, sua API e o Capital Social (Rhaydrick Sandokhan Pinheiro Teixeira
Tavares e Dalton Lopes Martins)
235
Programação geral 238
Comissão científica 242
12
Apresentação
O Congresso e Feira de Informação e Comunicação - Feicom 2015 - é um evento
anual da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás.
Com o tema Mídias interativas e interações sociais, o evento integrou a Semana de
Comunicação e Informação da FIC/UFG. A programação foi composta por seis
conferências, seis mesas-redondas e palestras, dez minicursos, onze oficinas, quatorze
grupos de trabalho (GTs), seis mostras, cinco exposições, cinco apresentações culturais e
mais de noventa comunicações científicas. O público-alvo foi constituído por
professores, pesquisadores e estudantes de graduação e de pós-graduação.
Na manhã do dia 27 de maio, quarta-feira, a partir das 8h, houve a solenidade de
abertura com a apresentação do Coral Vozes da ADUFG; em seguida, ocorreram as
conferências da professora Asa Fujino (USP), que abordou a temática “Pesquisa e pós-
graduação em Ciência da Informação”, e de Marcela Cunha (Mais Live Marketing) e
Camila Reis (Moove Media Digital Agency), que falaram sobre “Mídias digitais,
marketing e interações sociais”. Na sequência, houve uma mesa-redonda sobre “Mídia,
cidadania e cultura”, com os professores Luiz Signates, Simone Tuzzo e Tiago Mainieri
(PPGCOM/FIC/UFG). Das 14h às 18h, foram realizadas as comunicações científicas dos
Grupos de Trabalho (GTs), minicursos, apresentações culturais, mostras e a palestra “O
olhar domesticado no cinema”, com o professor Lisandro Nogueira (FIC/UFG).
No dia 27, quinta-feira, a partir das 8h, ocorreram as conferências de Daniel
Sollero (Brainstorm#9), que abordou a temática “Redes sociais, conteúdo e comunidade
na publicidade”, e de Caio Nakashima (Ministério do Desenvolvimento Social/Secretaria
de Gestão da Informação), que falou sobre a “Gestão da Informação no contexto da
implementação de políticas de desenvolvimento social no Brasil”. Em seguida, houve
uma mesa-redonda sobre “Mídia, cidadania e cultura”, com os professores Lisandro
Nogueira e Luciene Dias (PPGCOM/FIC/UFG), além de apresentação cultural. Das 14h às
13
18h, foram realizados minicursos, oficinas, mesas-redondas, mostras e apresentações
culturais.
Na sexta-feira, dia 29, a partir das 8h, ocorreram as conferências de Letícia
Renault (UnB), que falou sobre “Webtelejornalismo”, e de João José Curvello (UnB), que
abordou o tema “Mídia digitais e interações sociais”. Houve, ainda, a palestra
“Laboratório do livro, leitura, literatura e biblioteca”, com a professora Maria das Graças
Castro (FIC/UFG). Ainda nesta manhã, ocorreram apresentação cultural e uma mesa-
redonda sobre “Novas mídias digitais e movimentos sociais”, com a participação de José
Valdir Misnerovicz (MST) e Antônio Canuto (CPT). À tarde, das 14h às 18h, houve
minicursos, oficinas, mesas-redondas, mostras e apresentações culturais. As exposições
fotográficas foram exibidas durante todo o período do evento.
Entendemos que a Feicom 2015 cumpriu plenamente o seu objetivo, pois
proporcionou visibilidade à produção acadêmica, científica e cultural da Faculdade de
Informação e Comunicação da UFG e de outras instituições participantes. E, por agregar
diversos pesquisadores, professores e estudantes de graduação e de pós-graduação,
constituiu espaço e oportunidade de suma importância no processo de divulgação da
produção acadêmica, científica e cultural nessas áreas do conhecimento.
14
GTs: ementas e coordenadores
GT-1 – Audiovisual: perspectivas e intersecções
Coordenadores: Sckarleth Martins e Victor Vinícius do Carmo
O GT surge da necessidade de pensar o audiovisual e o cinema como objeto de sentido
próprio, como campo de cultura e de disputa de poder. Em suma, não se trata apenas de
pensar os enunciados, mas, sobretudo, pensar o campo sobre o prisma da
contemporaneidade e dos novos procedimentos de produção de sentido. Portanto, tem
seu enfoque em a) articulações entre cinema, linguagem, memória e subjetividade; b)
condições sociais de produção, circulação e recepção e c) estética e interpretação das
temáticas narrativas.
GT-2 – Biblioteca, formação e emancipação
Coordenadoras: Andrea P. Santos, Maria de Fátima Garbelini e Suely H. Gomes
As bibliotecas enquanto instrumento de formação cultural, social para o
desenvolvimento e emancipação dos sujeitos. Biblioteca escolar: competências e
letramento informacional. Função social e política da biblioteca pública. Biblioteca
universitária e sua contribuição para o ensino, pesquisa e extensão. Bibliotecas e ação
cultural. As bibliotecas enquanto mediadores das diferentes práticas de leitura. A
conexão e a integração entre bibliotecas virtuais, físicas e híbridas.
GT-3 – Comunicação, cidadania, poder simbólico e direitos humanos
Coordenadores: Gardene Leão, Flávia Martins e Magno Medeiros
Comunicação, cidadania e direitos humanos. Políticas públicas para comunicação e
cidadania. Exercício da cidadania e processos midiáticos. Espaço público, movimentos
sociais e sociedade midiatizada. Democracia e democratização dos meios de
15
comunicação. Mídia, ética, diversidade cultural e tolerância. Espetacularização e
banalização da violência e do medo na mídia. Exclusão social, preconceito, discriminação
e violência simbólica na mídia. Mídia, linguagem, ideologia, dominação e poder
simbólico. Relações de poder e discurso midiático como construção social e cultural.
Representação de grupos sociais, étnicos, religiosos e de gênero na mídia.
GT-4 – Comunicação e literatura: confluências discursivas
Coordenadores: Goiamérico Felício e Letícia Arantes Jury
Comunicação, Literatura e confluências discursivas. A formação dos gêneros discursivos
e a contaminação das suas fronteiras. Escrutinando as funções da linguagem
(referencial, emotiva, conativa, fática, poética, metalinguística), apresentar-se-á a
natureza proteica e proteiforme das narrativas midiáticas sob a égide do poético, na
medida em que a ficção se presentifica nos discursos da mídia. Assim, a linguagem
poética se mescla à linguagem comunicacional desviando-a da função meramente
referencial ao mesmo tempo em que a reinstaura sob o signo da emoção.
GT-5 – Ciência, tecnologia e organização da informação
Coordenadores: Luciana Candida, João Maricato e Laís Pereira de Oliveira
Informação, comunicação: aspectos científicos, sociais e epistemológicos. Métodos e
técnicas de pesquisa em Biblioteconomia e Ciência da Informação. Tecnologias
de informação e comunicação aplicadas às áreas de Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Metodologias, conceitos e práticas de organização e representação da
informação.
GT-6 – Gestão e políticas de informação
Coordenadores: Arnaldo A. Ferreira Júnior e Eliany Alvarenga
16
Estudos e pesquisas que contemplem análises e aplicações sobre a interação entre
usuários de informação (necessidades, padrões de busca e uso, barreiras) e os diferentes
produtos e serviços de informação. Assim, alguns temas que têm gerado pesquisas nesta
linha são os seguintes: comportamento e competências informacionais, identificação de
necessidades de informação, planejamento e implementação de políticas de informação,
avaliação de serviços de informação, usabilidade, inclusão social e digital, padrões de
uso e barreiras ao uso eficiente de informação, economia da informação e do
conhecimento e processos de inovação, construção de indicadores científicos e
tecnológicos, análise de redes sociais, curadoria de dados, jornalismo de dados,
inteligência competitiva.
GT-7 – Jornalismo e cidadania
Coordenadora: Luciene de Oliveira Dias e Ana Clara Gomes
O Jornalismo se consolidou como espaço público importante para construções que
garantam a cidadania e os direitos humanos. Um de seus papéis centrais é garantir
visibilidade a questões que envolvam toda a complexidade das sociedades
contemporâneas. Dessa forma, o principal objetivo deste Grupo de Trabalho é aglutinar
os trabalhos que lidem com as interfaces entre estudos, prática jornalística e o exercício
da cidadania enquanto defesa e direito. Nosso oriente de discussão passa por estudos
que associem cidadania e ampliação da democracia, com as especificidades das relações
de gênero, étnico-raciais, geracionais, sociais e as demais diferenças que marcam as
relações humanas.
GT-8 – Marketing e estratégias digitais
Coordenadores: Marina Roriz e Eliseu V. Machado Júnior
Este grupo de trabalho visa discutir estudos e metodologias que analisem a relação entre
o marketing e a construção de estratégias digitais. Busca analisar a influência das
17
tecnologias digitais na dinâmica do marketing, da comunicação e do consumo, refletindo
sobre o contexto da gestão de comunicação em marketing.
GT-9 – Mídia, educação, cultura e linguagem
Coordenadoras: Jordana A. Oliveira e Ludmila P. Almeida
Pressupostos teórico-metodológicos dos estudos midiáticos e suas colaborações em
relação ao processo de educação, tanto dentro quanto fora da sala de aula, e a mídia.
Leitura crítica a partir de textos midiáticos. Análises críticas da cultura da mídia e
construções identitárias subalternas em contextos educacionais. O papel da mídia na
construção da cultura e na formação de representações sociais. Análises do discurso
midiático e ideologias regentes. Construções discursivas do sujeito pelas redes sociais.
Configurações culturais e seu uso nas práticas educacionais críticas através dos textos
da mídia. O GT busca, preferencialmente, as abordagens transdisciplinares, seguindo
uma perspectiva que permita fecundas discussões teóricas, metodológicas e
epistemológicas dentro do campo dos estudos da mídia e dos processos
comunicacionais. A construção das diferenças sociais, sejam elas de raça, gênero, classe
social ou sexualidade, materializadas pela linguagem.
GT-10 – Mídias interativas, cibercultura e entretenimento
Coordenadores: Daniel Christino e Marcilon Almeida
Entretenimento e mídias interativas. Mídia e cibercultura. Videogames como mídia no
cenário da pós-modernidade. Videogames como tema transversal por excelência,
envolvendo desde a psicologia e a filosofia até a engenharia computacional e a
matemática. Dentre as abordagem possíveis, este GT destaca os aspectos culturais e
comunicacionais dos games, seu impacto na cultura e suas potencialidades como mídia.
Os textos apresentados devem desenvolver este aspecto cultural e comunicacional, bem
como discussões metodológicas sobre como abordar o tema.
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GT-11 – Mídias sociais e movimentos sociais
Coordenadora: Karine do Prado e João Daniell de Oliveira
A proposição do GT visa atender as transformações nas configurações da comunicação
em sinergia aos movimentos sociais no contexto da cibercultura. Por cibercultura
compreendem-se as relações que se emergem entre as tecnologias de comunicação e
informação e a cultura contemporânea. Busca-se, assim, entender o papel das mídias
sociais (Facebook, Twitter, Whatsapp, etc.) em interface com os movimentos sociais
(manifestações, greves, passeatas, atos públicos, etc.) sob diversas perspectivas (política,
filosófica, psicológica, sociológica, imaginária, material, estética, etc.). O objetivo é abrir
um diálogo sobre os estudos das histórias atuais das redes sociais e todos os seus
percursos e desenvolvimento até a culminância nas manifestações de rua favorecidas
pela comunicação via redes sociais e pelo ciberativismo.
GT-12 – Publicidade e propaganda na cultura contemporânea
Coordenadora: Letícia Segurado Côrtes e Alexandre Tadeu dos Santos
Estudos de publicidade no ensino, na pesquisa e na extensão. Publicidade e propaganda:
conceitos, tendências e perspectivas. Epistemologia e abordagens teórico-metodológicas
em publicidade. Propaganda, poder simbólico e mercado. Linguagem publicitária,
persuasão e imaginário social. Consumo e comunicação publicitária. Criação e produção
em publicidade e propaganda. Narrativas midiáticas e transmidiáticas e o discurso
publicitário.
GT-13 – Relações públicas e construção da imagem organizacional e pessoal
Coordenadores: Claudomilson Braga e Rhayssa Fernandes
Este grupo de trabalho busca discutir o olhar das Relações Públicas na construção da
imagem organizacional ou pessoal a partir de ferramentas estratégicas. Relações
19
Públicas: conceitos, tendências e perspectivas. Epistemologia e abordagens teórico-
metodológicas em Relações Públicas. Relações Públicas e comunicação organizacional.
GT-14 – Tecnologias de informação aplicadas
Coordenadores: Dalton Martins e Douglas Cordeiro
Estudos e pesquisas que contemplem o desenvolvimento de aplicações que ampliem a
qualidade de processos de organização, tratamento e recuperação de informações.
Assim, alguns temas que têm gerado pesquisas nesta linha são os seguintes: modelagem
de dados, mineração de dados, recuperação da informação, arquitetura da informação,
web semântica, repositórios digitais, navegação facetada, inteligência e linguística
computacional, visualição de informações, ontologias, sistemas de suporte à decisão,
web 2.0, processamento gráfico, governança em tecnologias de informação.
20
Resumos expandidos
GT-1 – Audiovisual: perspectivas e intersecções
A subversão de gênero e a história de amor em Django Livre
Raquel de Paula Ribeiro1
Mayllon Lyggon de Souza Oliveira2
Talvez um dos pontos principais da vida de um artista seja a descoberta do seu
olhar. A diferenciação de um artista que tende a seguir sua época e as produções que
dela surgem, aparece como o ponto que pode representar seu sucesso ou ruína. Vivemos
um momento do cinema onde as salas mostram exaustivamente “mais do mesmo”. A
carência de roteiros originais que alcancem grandes massas, faz com que os que surgem
esporadicamente causem estranheza suficiente para não serem aceitos de imediato.
Dentre os nomes que figuram no cenário cinematográfico pós-moderno,
provavelmente o que possui maior projeção internacional seja Quentin Tarantino. O
diretor alia a subversão de gênero, a cultura pop e a violência em tramas que promovem
tanto uma reflexão acerca da sociedade quanto um maior interesse comercial por filmes
independentes por parte de atores, produtores e espectadores. Essa característica de
Tarantino faz com que o diretor constitua objeto interessante de análise, uma vez que,
de alguma maneira, reunindo elementos fragmentários em suas histórias, o diretor
consegue agradar a público e crítica.
1 Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Goiás. Graduação em Publicidade pela Universidade
Federal de Goiás. Professora substituta na Universidade Federal de Goiás, Faculdade Araguaia e Uni-
Anhanguera. E-mail: [email protected] 2 Aluno especial do programa de mestrado em Comunicação da Universidade Federal de Goiás. Graduado em
Publicidade pela Faculdade Araguaia. E-mail: [email protected]
21
Diretores como Quentin Tarantino surgem para demonstrar uma nova maneira
de fazer cinema: trazendo antigos gêneros cinematográficos à tona e subvertendo-os de
maneira a tornar o filme comercial, sem perder de todo a originalidade do roteiro. Tendo
construído seu estilo de direção ao longo de 23 anos e 9 filmes, o diretor se consolidou
como aquele que consegue agradar a crítica e vender ingressos de cinema ao mesmo
tempo.
O objeto de estudo deste trabalho está focado no último filme escrito e dirigido
por Tarantino: Django Livre. O filme mostra, de maneira subvertida, a lógica da história
de amor no gênero de faroeste. Django Livre é um filme lançado em 2013, escrito e
dirigido por Quentin Tarantino e mostra a história de um caçador de recompensas que
liberta um escravo nos EUA pré-Guerra Civil. A aliança improvável do caçador de
recompensas alemão e do escravo liberto resulta em uma busca por criminosos
condenados e pela esposa de Django, o escravo, que havia sido vendida a um grande
senhor de terras da região, agricultor e entusiasta das lutas de mandingos3.
Através da análise fílmica, elaborada à partir da decupagem do filme e do prévio
conhecimento do estilo de Tarantino, será possível analisar a construção dos
personagens, a atmosfera construída pelo diretor intra e extra-diegese e a maneira como
o contar de histórias do diretor evoluiu para culminar naquele que muitos consideram
como seu melhor filme. Além disso, após análise do filme, poderemos perceber que
mesmo o diretor que surgiu do cinema independente, se repete em alguns aspectos em
prol da comercialização de seus filmes.
A carreira de Tarantino como diretor e roteirista conta apenas com nove filmes,
dentre os quais alguns são considerados clássicos do cinema pós-moderno, outros são
vistos com maior desconfiança quanto à sua originalidade e relevância. No entanto,
independente de como a crítica tenha avaliado seus filmes, durante o artigo proposto,
analisaremos o estilo de Tarantino e os desdobramentos que ele constrói em suas
narrativas, tendo como base o pós-moderno e a cultura pop.
3 Forma de luta inventada pelo diretor para o filme.
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Appenzeller. 3. ed. Campinas: Editora Papirus, 2005.
VUGMAN, F. Western. In: História do Cinema Mundial. MASCARELLO, F. (org). 5. ed.
Campinas: Editora Papirus, 2009.
23
Jogo de Cena: O dispositivo como estratégia narrativa no documentário
Jordana Albino Oliveira4
Goiamérico Felício C. dos Santos5
O presente trabalho objetiva propor uma análise do uso do dispositivo em uma
narrativa audiovisual, e especificamente, no documentário Jogo de Cena (2007) do
cineasta Eduardo Coutinho. Entende-se que na prática audiovisual o dispositivo é um
elemento criado dentro de um contexto de modo que esse crie um disparo, um
mecanismo criativo. O efeito é um movimento que até então não se encontraria em cena,
que constrói e modifica a realidade à qual é aplicada, fazendo com que acontecimentos –
nem sempre sob o controle do cineasta – se façam presentes, e resultem dessa forma,
em uma experiência imprevisível e não roteirizada. A compreensão de como o conceito
de dispositivo se encaixa no filme, e nas outras obras de Eduardo Coutinho, permite o
esclarecimento e o debate sobre o processo criativo no documentário, e também o
questionamento das fronteiras entre o documental e a ficção.
Referências Bibliográficas
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ensaios. Chapecó, SC. Editora Argos. 2009.
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Afrânio Mendes [et al.] (Orgs.). Estudos Socine de Cinema, Ano VI. São Paulo: Nojosa
Edições, 2005. p. 143-150.
4 Formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Goiás – UFG. Cursa o mestrado em Mídia e Cultura
na Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG. 5 Goiamérico Felício C. dos Santos é poeta e professor da FIC – UFG. Formado em Letras Vernáculas e Sociologia pela
UFG. Mestre em Teoria da Literatura pela UFG. Doutor em Literatura e Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.
24
MIGLIORIN, Cezar. O Dispositivo como estratégia narrativa. Revista eletrônica.
Revista Acadêmica de Cinema nº3. 2005. disponível em:
http://www.estacio.br/graduacao/cinema/digitagrama/numero3/cmigliorin.asp;
Acesso em: 15 de Maio de 2014.
LINS, Consuelo. O filme-dispositivo no documentário brasileiro contemporâneo. In:
Sobre fazer documentários. São Paulo, Itaú Cultural, 2007.
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contemporâneo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
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Indiana University Press, 2001.
TEIXEIRA, Francisco Elinaldo. Documentário expandido: reinvenções do documentár
io na contemporaneidade. In: Sobre fazer documentários. São Paulo, Itaú Cultural,
2007.
Desafios da Imagem: Um estudo de caso do curso ministrado
Fotografia sem mistério
Morgana Kelly Serafim Chaves6
O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de analisar a prática de ensino
da fotografia que foi desenvolvida no curso ministrado Fotografia sem Mistério
promovido pela a menor galeria do mundo. Especificamente, o que se pretende é
realizar um estudo de caso dos tópicos oferecidos pelo curso, com uma observação
sobre os alunos e suas formas de apreensão do conteúdo tendo como necessária a
utilização de conceitos do campo de conhecimento Tecnologia da Informação. O curso
foi um projeto gestado e idealizado por José Peixoto Silveira Jr.
6 Estudante do Curso de Jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação, - E-mail:
25
Peixoto é goiano e atua em grandes áreas de conhecimento, como Jornalismo,
Música e Artes. Ele sentiu a necessidade de aumentar a qualidade e quantidade do que é
disposto na galeria e decidiu então promover o curso “Fotografia sem Mistério”. Com o
apoio de um fotógrafo agente nas mídias atuais, Valdemy Teixeira, e uma estudante de
jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de
Goiás, Morgana Kelly, foram ministradas duas aulas que serviram para complementar o
saber no campo da fotografia para fotógrafos amadores e iniciantes da sociedade goiana.
O curso foi capaz de aperfeiçoar conhecimentos já existentes para um público que
poderia ou não ter uma máquina profissional. Com a circulação das dúvidas e a
participação dos alunos foram observadas novas formas que devem existir para o ensino
sobre fotografia. A proposta deste trabalho é justificável, em parte, pela grande ausência
de novas formas de se aprender fotografia e a ausência de iniciativas deste tipo.
Também pelo fato de que a obtenção de conhecimento para a comunidade acadêmica,
seja por meio da aprendizagem das áreas de atuação desenvolvidas ou não, traz
benefícios que devem ser aumentados pelas instituições de ensino e para a sociedade. O
intuito do curso foi apresentar a Fotografia em suas várias fases. Desde a inicialização
dos conceitos que se referem ao entendimento do processo de uso de uma máquina
profissional ao entendimento dos processos de construção de uma imagem.
Quanto à contextualização visualiza-se que a fotografia deve ser apreendida como
algo que faz parte do nosso cotidiano e houve uma sucinta caminhada de
transformações das muitas utilizações a ela conferida. “Uma das formas de contar a
história da fotografia é descrever o seu aperfeiçoamento técnico através dos tempos,
desde as primeiras experiências que hoje consideramos muito simples, até as inovações
tecnológicas atuais que possibilitam inserir imagens virtuais em páginas da internet”
(MARTINS, 2002, p.158).
Durante a experiência foi observado que a maioria das pessoas procuram
aprender sobre fotografia, mediante conceitos e termos que fazem parte de sua
realidade. Portanto, é visível que fotografia é algo que pode ser aprendido e feito em
qualquer lugar e sob condições que nem sempre foram características ao que há de
essencial nela, que podem ser ou não as inovações tecnológicas. Esse estudo pode ajudar
26
na busca de novas questões que servirão como base para futuras formas de linguagens
modificadas para o ensino de fotografia. Quanto à análise de conteúdo desenvolvida se
objetivava oferecer um leque maior de compreensão sobre como a fotografia deve ser
ensinada, sob uma percepção da realidade que vivemos. Pode-se, então resgatar
estratégias que permitam à fotografia se construir como uma referência nas suas muitas
utilidades, com uma conciliação a tecnologia a ela instituída, fomentando uma nova
forma de demonstrar essa informação.
O estudo desse caso apresentado quanto ao ensino da fotografia, por conseguinte,
obedece aos parâmetros anteriores desenvolvidos por grandes estudiosos da área, mas
também traz novos questionamentos quanto ao acompanhamento da tecnologia e a
orientação que deve ser passada com uma linguagem inovadora para os alunos por meio
da informação. “É senso comum entre os fotógrafos mais experientes que ousar,
pesquisar, estudar e atualizar-se em novas técnicas são atitudes libertadoras que em
geral, produzem bons frutos, ampliando as possibilidades de atuação do fotógrafo e
estimulando a criatividade” (MARTINS, 2002, p.14).
REFERÊNCIAS
LIMA, Gercina Ângela Borém de O.. PINTO, Líliam Pacheco. LAIA, Marconi Martins de.
Tecnologia da Informação: Impactos na sociedade. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/1699> Acesso
em: 18 de abril de 2015.
MARTINS, Nelson; REAL, Elizabeth; ZUANETTI, Rose. Fotógrafo, O olhar, a técnica e o
trabalho. Brasil, Senac, 2002.
GT-2 – Biblioteca, formação e emancipação
BIBLIOTECA ESCOLAR: SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO E A ATUAÇÃO DO
BIBLIOTECÁRIO
27
Tatyane Cristina Camargo dos Santos 7
Maria de Fátima Garbelini8
O trabalho Apresenta a biblioteca escolar como um espaço apropriado para o
desenvolvimento de atividades de apoio a aprendizagem de acordo com o processo
polí tico pedago gico da escola. Discorre sobre o diferencial dos serviços de informaça o da
biblioteca escolar e destaca o papel do biblioteca rio escolar e o seu envolvimento com a
comunidade escolar. A biblioteca escolar é disseminadora do conhecimento e parte
fundamental de apoio ao processo pedagógico da escola. É nela que se inicia a formação
de hábitos e atitudes que seguiram com os usuários ao longo da vida. A biblioteca
escolar quando integrada ao cotidiano da escola possui uma função so cio-educativa,
servindo de ponte entre os alunos e professores na complementação do ensino
pedagógico. De acordo com Correa (2002, p. 111), a biblioteca escolar pode ser definida
como uma instituição, onde estão organizados itens bibliográficos, e outros meios, onde
estão disponibilizadas as informações, de maneira que satisfaça seus usuários. Sendo
assim, os usuários serão despertados para a pesquisa e leitura, desenvolvendo assim sua
consciência crítica. A biblioteca escolar deve manter-se viva dentro da escola,
oferecendo serviços de qualidade a seus usua rios. De acordo com Ely (2003 p. 47), os
serviços da biblioteca escolar compreendem: o serviço de referência, o serviço de
empréstimo a domicílio e para salas de aula e a consulta local, entre outros. O
bibliotecário é o profissional responsável pela biblioteca, cabe a ele fazer com que a
unidade de informação funcione de forma dinâmica. É preciso que ele gerencie e
acompanhe todos os serviços oferecidos pela biblioteca, tendo como parceiros a direção
da escola, a coordenação e os professores. O bibliotecário escolar precisa cativar seus
leitores reais e potenciais, contribuindo na formação de novos leitores. Para isso o
bibliotecário para atuar na biblioteca escolar e torna-se o diferencial do local deve saber
ouvir as necessidades de seus usuários abrindo o caminho para a conquista de novos
7 Especialista em Avaliação de Ambientes Informacionais pela Universidade Federal de Goiás. Graduada em
Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. Bibliotecária do Colégio Piaget – Goiânia - Go. E-
mail: [email protected]. 8 Doutora em Ciência da Informação e Professora do Curso de Biblioteconomia da Faculdade de Informação e
Comunicação da Universidade Federal de Goiás. E-mail [email protected].
28
leitores, deve interagir com a equipe pedagógica. O presente artigo tem como objetivo
mostrar os diferentes tipos de serviços de informação que a biblioteca escolar pode
oferecer com a gestão de um bibliotecário de acordo com a literatura e a prática
profissional. O objetivo proposto por este artigo foi o de realizar um levantamento
bibliogra fico sobre os serviços de informaça o na biblioteca escolar e como tem sido a
atuaça o do biblioteca rio neste espaço. Observou-se atrave s desse estudo que a literatura
brasileira ainda e pouca, e insipiente sobre os serviços de informaça o na biblioteca
escolar, e que se diferenciam em relaça o aos demais tipos de bibliotecas, pois a mesma
desenvolve atividades voltadas ao ensino-aprendizagem, recreaça o, informaça o e
cultura. A biblioteca escolar deve funcionar como suporte para o desenvolvimento de
atividades curriculares, ou seja, deve ser parte viva dentro da unidade escolar,
contribuindo de forma ativa com seus serviços. Deve possuir um acervo atualizado para
servir a seus usua rios e que estes na o a utilizem apenas por necessidade, mas por lazer,
para isso se faz necessa rio que este espaço seja acolhedor. Os serviços de informaça o
ofertados pelas bibliotecas escolares sa o fundamentais para o crescimento e sucesso do
setor, os serviços de informaça o devem ser ofertados de acordo com as necessidades dos
usua rios considerando as polí ticas das instituiço es. O biblioteca rio escolar e o
responsa vel para executar os serviços da biblioteca escolar e tem papel educativo no
sentido de direcionar os usua rios em relaça o ao uso correto de fontes de informaça o, ao
incentivo e formaça o do ha bito da leitura. No entanto, o biblioteca rio deve desenvolver
as suas atividades de acordo com a demanda dos usua rios e o contexto em que a
biblioteca se insere, estar em consona ncia com o processo polí tico pedago gico da escola.
REFERÊNCIAS
CORREA, Elisa Cristina Delfini, et al. Biblioteca rio escolar: um educador? Revista ACB:
Biblioteconomia em Santa Catarina, Floriano polis, v. 7, n. 1, p. 107-123, 2002.
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ELY, Neiva Helena. Dimenso es da biblioteca escolar no ensino fundamental. Revista ACB:
29
Biblioteconomia em Santa Catarina, Floriano polis, v. 8, p. 46-53, 2003. Disponí vel em :
<http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/06/pdf_4d14046509_0011110.pdf>.
Acesso em 05 jul. 2014.
Mapeamento dos processos operacionais e desenvolvimento de manual
para o setor de doações da biblioteca central Prof. Alpheu da Veiga Jardim da
Universidade Federal de Goiás
Adriana Pereira de Aguiar9
Andréa Pereira dos Santos 10
Maria de Souza Lima Santos11
Rita de Cássia Barbosa Pereira12
O setor de doações da Biblioteca Prof. Alpheu Veiga Jardim UFG recebe
grande quantidade de materiais informacionais diariamente. Para isso, necessita de
agilidade no processo de limpeza, análise, e codificação das obras recebidas. A confecção
de um manual de serviços foi proposto para que os novos funcionários possam se
orientar de forma independente e padronizada com a rotina do local.
Para chegar a essa necessidade realizamos um diagnóstico no setor de
doações da biblioteca. Segundo, Certo e Peter (2010, p. 27), “análise do ambiente é o
processo de monitoramento do ambiente organizacional para identificação das
oportunidades e dos riscos atuais e futuros que podem vir a influenciar a capacidade das
empresas de atingir suas metas”. Nota-se que os autores pontuam que o diagnóstico é
9 Acadêmica do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás. [email protected]
10 Professora Doutora Adjunta do Curso de Biblioteconomia da UFG e do Curso de Especialização em Letramento
Informacional: Informação para Educação, Especialista em Docência Universitária, Mestre em Comunicação e Doutora em
Geografia. [email protected]. 11
Bibliotecária Documentalista do Sistema de Bibliotecas da UFG. Mestre em Administração.
Bibliotecária Documentalista do Sistema de Bibliotecas da UFG. Mestre em Administração
30
relevante, pois identifica não somente as oportunidades e riscos atuais como também
futuros.
A partir desse diagnóstico identificamos os pontos fortes e fracos a saber:
Pontos fortes: O recebimento de doações possibilita a incorporação ao acervo, tanto da
biblioteca central como das bibliotecas dos campi , polos de ensino a distância e
instituições externas, assim favorece a redução de custos com novas aquisições, gera
economia para a instituição mantenedora e possibilita a economia para a instituições
que recebem as doações, visto que o material doado já passou por avaliação seletiva; O
serviço de análise do material doado, realizado por profissional habilitado possibilita o
descarte responsável. Pontos fracos: Falta do profissional bibliotecário, o serviço
necessita de funcionário especializado; Necessidade de funcionário auxiliar
devidamente treinado; Necessidade de estagiário de Biblioteconomia para colaborar
com os bibliotecários nas atividades técnicas do setor; Não tem um tutorial ou manual
de serviços para que novos funcionários possam se orientar na falta do bibliotecário; A
falta do profissional atrapalha a continuidade dos serviços, assim ocasiona acúmulo de
itens; Não tem equipamentos adequados para limpeza dos itens, é necessário ter uma
mesa de sucção; Os exautores fazem muito barulho, forçando o funcionário deixar a sala
até que o ar interno esteja minimamente bom, para inicio das atividades no local.
Diante do exposto acima identificamos a necessidade de pelo menos uma
bibliotecária, um estagiário de biblioteconomia e um funcionário auxiliar para que o
trabalho proceda de forma satisfatória.
Há necessidade, também, de um manual de serviços para que os novos
funcionários possam se orientar de forma independente e padronizada com a rotina do
local.
Diagnosticado o problema nosso objetivo geral foi Desenvolver um manual
de serviços para o setor de doações da Biblioteca Prof. Alpheu Veiga Jardim, que vise
padronizar as atividades desenvolvidas pelos funcionários. Especificamente: Conhecer a
rotina de serviços do setor de doações da Biblioteca Central; Elaborar um manual de
serviços de acordo com a política de desenvolvimento de coleções e critérios para
seleção de doações da Biblioteca Central; Contribuir com entendimento das atividades
31
realizadas nos treinamentos de novos funcionários do setor de doações da Biblioteca
Central; Facilitar as atividades desenvolvidas pelos servidores do setor de doações
através do manual.
Por fim, foi criado um manual de rotinas para o setor de doações o qual tem
facilitado de sobremaneira o trabalho de mapeamento, seleção, limpeza e guarda dos
materiais recebidos. Conforme avançamos na utilização desse material este sofrerá
adequações necessárias a fim de melhorar as rotinas do setor em questão.
REFERÊNCIA
CERTO, Samuel C; PETER, J. P. Administração estratégica: planejamento e implantação
de estratégias. Tradução e adaptação Reynaldo Carvalho Marcondes, Ana Maria Roux
Cesar. 3. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.
GT-3 – Mídia, cidadania, poder simbólico e direitos humanos
MÍDIA E REPRESENTAÇÃO SOCIAL: a África no imaginário social brasileiro
Abdul Pedro Muchingeca
Luiz Signates
Este artigo pretende analisar a forma como o continente africano é apresentado
aos brasileiros e não só, bem como, compreender até que ponto tal abordagem (que
cremos ser generalista e reducionista) contribui para formação do imaginário social
negativo e a consequente invisibilização do continente.
Palavras-chave: mídia, representação, ideologia, imaginário social, África,
Introdução
O presente artigo tem como título Mídia e representação social: a África no
imaginário social dos brasileiros. Este trabalho tematiza a questão da representação
social da mídia, aplicada à imagem da sociedade brasileira a respeito do continente
africano. Nesse sentido, pretende-se contribuir para a reflexão e o aperfeiçoamento do
32
modo como são percebidos os países africanos pela mídia brasileira, de sorte a escapar
da simplificação em curso, como a da iconização da África como um continente
homogêneo, sem especificidades e a partir de formas de preconceito estabelecidas
histórica e simbolicamente.
Desenvolvimento
O continente africano está na moda. Conjunturas econômico-politicas, razões
históricas e antropológicas apresentaram-se e há algum tempo invadiram os terrenos da
mídia brasileira como se somente agora passassem a existir (Machado E. 2012).
Entretanto, ao que se pôde observar nos jornais pesquisados (O Globo, Folha de São
Paulo, Estadão e Correio Braziliense), a cobertura da mídia brasileira sobre o tema não
segue na mesma direção da mencionada aproximação histórica e cultural. O presente
artigo fez uma coleta de dados nos jornais de circulação nacional acima citados,
perfazendo um total de 32 matérias jornalísticas, onde, de resto, procuramos
compreender a maneira como estes jornais cobrem assuntos referentes ao continente
africano, sob a luz do conceito de representações sociais. Stuart Hall (Apud LIMA, 1993)
afirma “o modo como as coisas são representadas, os maquinismos e regimes de
representação numa cultura desempenham um papel constituinte e não somente
reflexivo após o evento” ou seja, as práticas dos profissionais da mídia (considerando a
centralidade da mídia), as rotinas de cobertura aos determinados assuntos podem
cristalizar-se nos imaginários sociais. Ancorando em Moscovici (2003),
Uma vez difundidos e aceito este conteúdo, ele se constitui em
uma parte integrante de nós mesmos, de nossas inter-relações
com os outros, de nossa maneira de julga-los e de nos
relacionarmos com eles; isso até mesmo define nossa posição na
hierarquia social e nossos valores (p.39).
Conclusão
As conclusões parciais que podemos tirar é que, África é representada na mídia,
em primeiro lugar, apenas como uma denominação geográfica, um continente
homogêneo, “A África” (Como se pode ler na maioria das manchetes dos jornais
pesquisados) dando-se pouca atenção às especificidades étnicas, sociais, culturais,
econômicas e políticas dos seus países ou ainda, como se essas especificidades não
33
existissem. Além disto, observamos que há a predominância de duas imagens mais
recorrentes de África que são, de um lado, o lugar do exotismo cultural e, de outro, da
fome, da miséria e das estatísticas trágicas.
Bibliografia
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São Paulo, Dez/1996. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
64451996000200012&script=sci_arttext Acessado em 04/05/2015, às 7h18.
MAFFESOLI, Michel- APOCALIPSE: Opinião Publicada, Opinião pública, editora
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MOSCOVICI, Serge. Representações sociais: investigações em psicologia social. Rio de
Janeiro: Vozes, 2003.
Teorizações sobre a tevê pública e seu papel na democratização da comunicação
Denyse Parreira de Deus Araújo FREITAS13
Magno MEDEIROS14
A discussão a respeito da democratização dos meios de comunicação ganhou
espaço no Brasil após a democratização política na década de 1980, pelo menos entre
entidades de representação dos profissionais de imprensa, sindicatos e no meio
acadêmico, entretanto arriscamos afirmar que esse tema nunca alcançou de fato o
debate público, principalmente, nunca alcançou a maioria dos cidadãos brasileiros, o
grande público-alvo dos veículos de comunicação.
13 Mestranda da linha de pesquisa Mídia e Cidadania do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFG-GO, email:
[email protected]. 14 Orientador. Doutor pela USP, professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e do Programa de Pós-
Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos, ambos da Universidade Federal de Goiás (UFG)
34
Apesar de expressões como liberdade de imprensa, liberdade de pensamento,
liberdade de expressão serem usadas cotidianamente, invocadas a cada vez que um
veículo, um profissional ou o cidadão sente-se lesado no direito de relatar um fato ou
exprimir opinião, pouco se aprofunda na discussão a respeito da pluralidade de opiniões
e pontos de vista, na reflexão sobre o poder simbólico exercido pelos meios de
comunicação de massa e nas conseqüências da concentração de veículos nas mãos de
poucos grupos empresariais e de políticos.
Em 2002, Meksenas (2002) apurou que 96 senadores e deputados possuíam
concessões de televisão ou de radiodifusão. Apenas a família Sarney detinha 16
concessões. Em janeiro de 2015, texto publicado no blog Intervozes
(http://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes) contabilizou que 40 deputados
federais e senadores controlavam diretamente pelo menos uma emissora de rádio ou
televisão em seu estado de origem. Dessa forma o que deveria ser tratado como bem
público, já que há uma concessão para utilização do espectro eletromagnético que
pertence à coletividade passa a ser tratado como negócio particular.
Meksenas lembra a análise de Comparato (1999) sobre a importância adquirida
pela televisão na contemporaneidade: “é preciso lembrar que a televisão forja os
costumes sociais, com uma eficácia e rapidez absolutamente novos na história. A TV
tende a ser a principal matriz dos valores sociais, superando nessa função a família, a
escola, a Igreja, o partido” (COMPARATO apud MEKSENAS 2002, p. 184).
Rincón (2002, p. 28) afirma que o modelo de televisão como agente emancipador é
possível de ser alcançado em uma televisão que não tenha compromisso com o mercado,
uma televisão pública. A televisão seria, na visão dele, o que há de mais significativo na
sociedade da comunicação, por isso seria essencial pensá-la a partir do caráter público
caso se espere dela um instrumento de mudança social. “Recupera-se a televisão como
estratégia de mudança social, ao inscrever necessidades e expectativas da cultura local
na sociedade globalizada; ao fornecer o desenvolvimento e a visibilidade dos invisíveis
no que é de caráter comercial” (2002, p. 36).
35
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REY, Gérman. O cenário móvel da televisão pública. Alguns elementos do contexto. . In:
RINCÓN, Omar. (Org.) Televisão pública: do consumidor ao cidadão. São Paulo: SSRG,
2002.
RINCÓN, Omar. A televisão: o mais importante, do menos importante. In: RINCÓN, Omar.
(Org.) Televisão pública: do consumidor ao cidadão. São Paulo: SSRG, 2002.
REPRESENTAÇÃO INDÍGENA NO JORNALISMO IMPRESSO GOIANO: da Matutina
Meiapontense ao Jornal Takinãhãky
36
Ana Carolina Jobim15
Alisson Batista16
Anna Carolina Mendes
Italo Wolff
Milleny Cordeiro
Nathalia Peres
Profa. Dra. Rosana Maria Ribeiro Borges17
Tendo em vista a especificidade do fazer jornalístico, em suas múltiplas facetas, o
estudo da representatividade de grupos sociais/culturais se faz necessário para
entender a questão identitária desses grupos. Com a importância que veículos
midiáticos, como o impresso, exercem sobre a forma como somos representados, o
interesse do artigo foi focado na representatividade dos povos indíginas nos principais
veículos de mídia impressa do estado de Goiás, de maior significação em relação à
temática, como o Matutina Meyapontense e o O Popular, culminando no jornal
Takinãhãky.
A contextualização histórica presente no artigo teve como base a busca pelo
seguimento de uma linha do tempo condizente com os propósitos do estudo. Das
incurssões com as Baneiras em Goiás aos conflitos que até hoje existem em relação aos
povos indígenas no Estado, decidiu-se pelo enfoque visto a sua relevância para o tema
da representatividade indígena.
15
Ana Carolina Jobim, quinto período de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás. E-mail:
Alisson Batista, quinto período de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás. E-
mail:[email protected]
Anna Carolina Mendes Ramos, quinto período de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás. E-
mail: [email protected].
Italo Wolff, quinto período de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]
Milleny Cordeiro, quinto período de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás. E-mail:
Nathália Peres, quinto período de Jornalismo na Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected] 17
Sob orientação da Profa. Dra. Rosana Maria Ribeiro Borges, da FIC-UFG, artigo apresentado à Disciplina
História da Imprensa, do Curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação e Informação da Universidade Federal de
Goiás.
37
Com a análise de edições específicas dos periodicos de grande significação e
importância para Goiás, buscou-se os números que mais chamavam a atenção para a
representatividade indígena. Com o primeiro jornal do Estado, Matutina Meyapontense,
levou-se em conta a época de sua circulação, de 1830 a 1834. Além disso, por ser o
Matutina de grande importância política, pois era contrário ao governo imperial.
As análises realizadas tiveram como pano de fundo o discurso e o conteúdo dos
periódicos. Com uma seção inteira dedicada à glotologia indígena, a importância da
análise da revista Informação Goyana é visível para o tema. Com o jornal O Popular,
buscou-se um periódico de grande importância no contexto atual do nosso Estado.
Culminando no Jornal Takinãhãky, a intenção foi que a representatividade indígena
fosse analisada não somente nos meios “externos” à esta cultura, mas a uma lógica
interna do povo indígena, com um veículo de mídia impressa totalmente voltado para a
especificidade da circulação deste periódico nas comunidades acadêmica e indígena.
REFERÊNCIAS
BORGES, V. P. O que é história. 2ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.
GUIMARÃES, B. O índio Affonso. .A informação goyana. Rio de Janeiro, vol.3, n.4, p.416,
1919.
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Intercultural do Núcleo Takinahaky de Formação Superior de Professores Indígenas.
JORNAL TAKINAHAKY, Goiânia: Cegraf/UFG, n.1, Jan./Fev.2010.
JORNAL TAKINAHAKY, Goiania: Cegraf/UFG, n.2, Jan./Fev.2011.
Jornal, do Rio. Lendas Indígenas do Araguaia. A informação goyana. Rio de Janeiro:
vol.3, n.5, p. 427-428, 1919.
KARAJÁ, W. A literatura indígena. In: Jornal Takinãhãky. Goiania: Cegraf, n.2,
Jan/fev.2011.
KARAJÁ, L. L.; KARAJÁ, M. K.; KARAJÁ, T. “Um índio”. In: Jornal Takinãhãky. Goiânia:
Cegraf, n.2, Jan./Fev.2011.
LEAL, P. F. C. P. Costumes dos índios Chavantes. A informação goyana. Rio de Janeiro,
vol.3, n.9, p. 485, 1920.
38
MAIA, J. Glotologia indígena. A informação goyana. Rio de Janeiro, vol.3, n.10 p.497,
1920.
O humor na mídia televisiva como estratégia de comunicação
André Almeida Nunes18
Magno L. Medeiros da Silva19
A comunicação é da essência do ser humano. Suas relações são construídas
através da comunicação que este começa a desenvolver desde o nascimento. Sob este
aspecto, entendemos que a comunicação não pode ser compreendida como um
fenômeno isolado. Somente com a compreensão de todos os elementos que estão
presentes no processo comunicacional é que ele pode se tornar efetivo. Na possibilidade
de que outros elementos possam ser integrados a este processo, este se torna mais
viável ou não. Assim, precisamos compreender que há diversos agregados ao processo
de comunicação, e por essa razão, precisamos considerar todos os aspectos ao processo
imbuídos, e que colaboram para a construção de estruturas simbólicas e afetam a
transmissão da mensagem. Afinal, nem somente as palavras comunicam. Deste modo,
este artigo que aborda o tema “O humor na mídia televisiva como estratégia de
comunicação” busca observar o humor como elemento de presença importante no
imaginário humano, criador de representações e de poder simbólico, como parceiro
elementar do processo comunicacional. Buscaremos associar o processo de
comunicação e o humor com o objetivo de perceber as estratégias ali presentes na
transmissão da mensagem. A partir de referências básicas que possam fomentar o
princípio dos estudos do humor como elemento presente e indutor desse processo. Por
18
Aluno regular do curso de Mestrado em Comunicação do Programa de Pós-Graduação em
Comunicação da Universidade Federal de Goiás. [email protected] 19
Orientador, professor e diretor da FIC/UFG.
39
meio deste trabalho, busca-se sedimentar as bases de uma análise, introduzindo
conceitos de comunicação e humor.
Para a análise foi necessário desenvolver conceitos acerca do processo de
comunicação, fazer uma explanação para que fosse possível compreender de que se
trata ao falar de humor, descrever a importância da mídia, e aventar para o poder
simbólico do tema e do meio escolhidos. Para isso, foi feita a revisão bibliográfica de
autores como Bergson, Freud, Possenti, Propp, dentre outras doutrinas importantes
para complementação da linha lógica deste artigo. Assim, buscou -se observar por meio
da mídia, em especial, a televisiva, a presença do humor em seus produtos e a
importância que este tem na possibilidade de ampliação ou diminuição do espectro de
recepção da mensagem pelo espectador.
Referências
BERGSON, H. O riso : Ensaio sobre a significação da comicidade. 2. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2007.
BRAGA, José Luiz. Constituição do campo da Comunicação. Campo da Comunicação –
caracterização, problematizações e perspectivas. João Pessoa. Editora Universitária.
2001.
DIMBLEBY, Richard. Mais do que palavras: uma introdução à comunicação. São
Paulo.
Summus.1990.
FREUD. S. O futuro de uma ilusão. O mal-estar na civilização e outros trabalhos. O
Humor
(1927). in E.S.B., vol XXI, Rio de Janeiro, Imago, 1980. in MACEDO, Ana Carolina
Bernardo.
Propaganda e Humor: Suavizando as relações de Gênero. São Paulo. 2010. cap.1
_________O chiste e sua relação com o inconsciente (1905) E.S.B., vol XIII, Rio de Janeiro,
Imago, 1980
MARTINO, Luiz Carlos. Elementos para uma epistemologia da comunicação. Campo
da Comunicação – caracterização, problematizações e perspectivas. João Pessoa. Editora
40
Universitária. 2001.
POSSENTI, Sírio. Humor, Língua e Discurso. São Paulo. Contexto.2010
PROPP, Vladimir. Comicidade e riso. São Paulo: Ática. 1992
Comunicação pública, Direitos Humanos e a sociedade em rede
Cristina Rosa Franco20
Tiago Mainieri21
Apesar de um conceito em construção, a comunicação pública traz em si a
possibilidade de informar para a construção da cidadania, na medida em que aproxima
os cidadãos do Estado. No contexto da sociedade moderna, em que a informação é peça
central para toda e qualquer relação social, a comunicação pública busca descobrir as
possibilidades comunicacionais entre as instituições e a sociedade, de forma que esta
troca de informações seja voltada para o interesse público e o alcance da cidadania.
No entanto, este canal ainda é frágil e necessita ser aprimorado, ampliando a
garantia universal dos direitos humanos, para que sejam conhecidos e respeitados.
Assim, pensar a comunicação pública no Brasil pressupõe ampliar a ideia da troca de
informações apenas entre órgãos governamentais e o cidadão através dos meios
tradicionais de comunicação.
A garantia dos direitos humanos passa pela amplitude de uma comunicação
pública de todos (instituições públicas, privadas, terceiros setor), através de diferentes
instrumentos comunicacionais, e comprometida com a disseminação da universalidade
desses direitos. A garantia de direitos passa, igualmente, pelo compartilhamento das
20
Mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade
Federal de Goiás (FIC/UFG). Graduada em Com. Social- Jornalismo pela UFG. Pós-graduada em Comunicação e Marketing
pela Faculdade Cambury, email: [email protected] 21
Orientador do trabalho. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, Professor do Mestrado em Comunicação e
Cidadania da FIC/UFG, email: [email protected].
41
informações de interesse público, cuja visibilidade vem sendo modificada na sociedade
em rede.
Para o sociólogo Manuel Castells, “porque a comunicação constitui a essência da
atividade humana, todas as áreas da atividade humana estão sendo modificadas pela
penetrabilidade dos usos da internet” (CASTELLS, 2003, p.316). Em Castells a internet
não é apenas uma tecnologia, é um meio de comunicação, que traz a possibilidade de
uma comunicação muitos-para-muitos, ao invés da comunicação um-para-muitos dos
meios de comunicação tradicionais. Assim, para o autor, a web abriu a possibilidade de
apresentar os interesses, preocupações, valores e vozes de uma série de cidadãos que
até então tinham estado isolados entre eles e distantes de instituições locais que os
representam.
Lévy (2010), quando vislumbra a existência de uma ciberdemocracia, na qual os
meios eletrônicos possibilitam maior acesso à informação governamental e à interação
entre o Estado e sociedade civil corrobora a visão de Castells sobre a essencialidade da
web. Lévy afirma que:
em vez de ser enquadrada pelas mídias (jornais, revistas, emissões de
rádios ou de televisão), a nova comunicação pública é polarizada por
pessoas que fornecem, ao mesmo tempo, os conteúdos, a crítica, a
filtragem e se organizam, elas mesmas, em redes de troca e de
colaboração (LÉVY, 2010 p. 13)
Nesta perspectiva, o cidadão possui o meio técnico, no caso a internet, para
subsidiar uma atuação ativa que possibilite a manifestação de ideias e o ativismo pela
garantia dos direitos humanos. Di Felice (2012) reforça esta ideia dizendo que a cultura
comunicativa que nasce nas redes exprime o advento de um acesso coletivo e,
sobretudo, direto, sem mediações nem censura, que transforma o elemento técnico da
interatividade em um valor social cada vez mais consolidado, compartilhado e
experimentado, sobretudo pelas novas gerações. Léon (2003, p. 402) resume esta ideia
ao afirmar que, “a democratização da comunicação é antes de tudo uma questão de
cidadania e justiça social, que se demarca no direito humano à informação e à
42
comunicação”. Assim, a sociedade em rede possibilita uma reconfiguração do real a
partir do virtual, trazendo uma nova perspectiva na apropriação de conteúdos.
Referências bibliográficas
CASTELLS, Manuel. In: MORAES, Dênis de (Org.). Por uma outra Comunicação. Rio de
Janeiro: Record, 2003.
DI FELICE, Massimo. In: OLIVEIRA, Ivone de Lourdes (Org.). Redes Sociais, comunicação,
organizações. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2012.
LÉON, Osvaldo. In: MORAES, Dênis de (Org.). Por uma outra Comunicação. Rio de
Janeiro: Record, 2003.
LÉVY, Pierre. O que é o virtual. São Paulo: Editora 34 – 6ª reimpressão, 2010.
As identidades regionais do Brasil na cobertura jornalística
Flávia Larissa de Jesus Peralta22
Elysa Coutinho da Costa23
Lucas Pereira Matos24
Monithelle da Silva Cardoso25
Vanusa da Silva26
Flávia Martins dos Santos27
O presente trabalho objetiva analisar o aspecto jornalístico das identidades
regionais brasileiras sob o viés das representações midiáticas. Propõe-se a análise do 22 Aluna líder do grupo e Estudante do 7º Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da
Universidade Federal de Goiás, e-mail: [email protected]. 23 Estudante do 7º Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Universidade Federal
de Goiás, email: [email protected]. 24 Estudante do 7º Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Universidade Federal
de Goiás, email: [email protected]. 25 Estudante do 7º Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Universidade Federal
de Goiás, email: [email protected]. 26 Estudante do 7º Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Universidade Federal
de Goiás, email: [email protected]. 27 Orientadora do trabalho. Professora do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Faculdade de
Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás, e-mail: [email protected].
43
discurso e conteúdo dos meios de comunicação impressos e digitais das quatro regiões,
a saber: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Observamos que a linguagem é o
produto pelo qual os grupos sociais irão se identificar ou não nas representações
regionais que compõem o conteúdo jornalístico. Analisar a linguagem é nosso ponto de
partida.
De acordo com Giordani (2011), a língua pode ser compreendida como um
sistema simbólico que integra instrumentos de conhecimento e de comunicação, e, por
conseguinte, de percepção social. Os fragmentos linguísticos presentes nos jornais
possibilitam aos grupos sociais a percepção das diferentes identidades culturais. Desta
forma, analisaremos o poder simbólico proposto por Bordieu (2010), presente nas
representações midiáticas. Sobre o qual o autor afirma ser uma forma adulterada e
legitimada das outras formas de poder.
Sob o viés jornalístico, detentor de influência social, ao analisarmos os atores que
exercem esse poder e os atores que a ele se submetem, na questão das identidades
regionais, compreenderemos algumas relações de dominação da mídia para a sociedade
por meio de seus discursos, nos quais estão presentes as relações de poder que são
instituídas entre a sociedade e a mídia como observa Giordani (2011).
Como os jornais são responsáveis pela transmissão das realidades sociais, fica
como tarefa para os grupos que compõem a sociedade, a recepção e interpretação
dessas realidades. O critério de seleção dos conteúdos que serão apresentados é um
indicador de que nem sempre as identidades culturais serão refletidas de acordo com
sua realidade, e sim a partir do que é considerado como “conteúdo conveniente”. Isso se
desdobra nas interpretações distorcidas e estereotipadas, muitas vezes advindas até
mesmo de termos pejorativos, que são formadas nos demais grupos sociais ou até
mesmo de um determinado grupo regional para outro, criando em alguns casos, um
estado de competição cultural entre esses grupos, na tentativa de defender aquilo que se
considera ter culturalmente como superior. E ainda influenciar negativamente a
concepção que o próprio grupo possui de si mesmo.
É importante ressaltar que a atenção com o assunto não é atual:
44
A análise crítica da sub-representação ou da representação
distorcida de identidades sociais (classes, gêneros, sexualidades,
raças, etnias, nacionalidades) nos meios de comunicação de massa
se consolidou, desde os anos 1960, como um dos temas centrais
da agenda dos estudos culturais e midiáticos. (FILHO;
HERSCHMANN; PAIVA, 2004, p. 1)
A sub-representação afeta a questão da construção das identidades, uma vez que
o discurso midiático conduz a interpretações de mundo conforme Giordani (2011), pois,
de acordo com Silva (2000), identidade é uma criação social e cultural e tem que ser
produzida.
Mesmo que estejamos nos referindo às identidades regionais brasileiras, é
importante destacar que o conteúdo que a mídia veicula como fragmento cultural de
cada região fará com que se construa em alguns casos uma leitura errônea não somente
por parte de outros grupos sociais brasileiros, mas também por parte de grupos sociais
internacionais.
Nas representações das identidades regionais, observamos que a capacidade
performativa da linguagem utilizada pelos jornais colabora para a construção de
estereótipos e interpretações que muitas vezes não condizem com a realidade. O fato é
que nessas representações existem aspectos ou figuras que por algum critério específico
representa determinada região brasileira ou serve como ícone de referência a tal região.
É importante chamar a atenção para outro fato que é de não ser somente por um aspecto
ou figura que esses grupos podem ser representados, existem diversos outros
elementos.
A tentativa de buscar o reconhecimento da importância de se apresentar o que de
fato essas regiões possuem em sua composição cultural fornece condições para que se
pense no resgate das identidades culturais do Brasil.
Sendo assim, observa-se que as relações de poder são determinantes nas
representações, o que torna importante analisar os discursos que são formados na mídia
e os estereótipos que podem ser formados por meio deles, para que se possa
45
compreender o poder simbólico e performativo por trás desses discursos. O artigo
contribuirá para estudos do campo da comunicação, fornecendo alguns elementos que
ressaltam aspectos existentes nas representações midiáticas que influenciam nas
construções das diferentes identidades na sociedade.
REFERÊNCIAS
GIORDANI, R. L. As Relações de Poder Exercidas através do Discurso. 2011.
SILVA, Tomaz T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz Tadeu
(org. e trad.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis:
Vozes, 2000.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 13ª ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2010.
Educomunicação e cidadania comunicativa: uma aposta para
repensar e refazer o mundo social
Gloria Patricia Piedrahita Sarmiento28
Claudiomilson Fernandes Braga29
Numa sociedade declarada democrática, a condição de cidadania deve ser o
estado conquistado pelos indivíduos para que possam interagir e contribuir na
construção coletiva do projeto político da comunidade na qual pertencem. Isto implica
em que, para ser cidadão, deve-se estar além do reconhecimento de direitos e o
cumprimento de deveres. Mas, quem o responsável da formação de cidadãos?
28
Mestranda em Comunicação da Universidade Federal de Goiás. 29
Orientador. Doutorado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2011). Pós-doutorado em
Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
46
Reconhece-se neste artigo que, por mais que a formação dos sujeitos passe por
diferentes instituições sociais, é a escola ainda um espaço que tem a responsabilidade de
possibilitar o diálogo social e a formação cidadã. Mas, embora seja muito importante
pensar a cidadania desde a escola, é muito mais necessário que a formação cidadã que a
escola promova esteja relacionada com as necessidades e desafios da sociedade do
século XXI: a Sociedade da Informação e a Comunicação.
Nesse sentido, reconhece-se que, as infinitas possibilidades de acesso, produção e
divulgação de informações de diferentes maneiras, estão ocasionando mudanças
culturais, sociais, políticas, econômicas, que o fácil acesso e a interação constante que a
tecnologia digital permite a seus usuários, por meio de blogs, redes sociais (twitter,
facebook, Google, youtube, etc.), emails, comunidades de aprendizagem on line, etc. abre
para o cidadão, desta época, um grande cenário de novas trocas simbólicas, novos
modos de consumo, novas linguagens e novas formas de sociabilidade, aprendizagem,
coletividade, num novo espaço caracterizado pela des-territorialidade, atemporalidade,
a liberdade da palavra e a interconexão: o ciberespaço.
Por tanto, a construção da cidadania nesta sociedade devera levar em conta além
das cidadanias políticas, econômicas, culturales etc., uma cidadania comunicativa, a qual
construa com os cidadãos a capacidade tanto de escolha crítica de conteúdos midiáticos
quanto a produção dos próprios conteúdos, em outras palavras a escola devera procurar
a formação de cidadãos críticos, participativos e interessados pela construção do seu
mundo. Por fim, reconhece-se que num mundo comunicativo, a educomunicação se
apresenta como um caminho viável para retomar e educar os cidadãos na esperança.
Esperança que caminhe na busca de um mundo mais justo e democrático, a
educomunicação se apresenta como possibilidade de assumir responsavelmente a
construção de cidadãos comunicativos, críticos, participativos e comprometidos com a
transformação deste mundo em um mundo mais democrático, mais justo e participativo.
Este artigo faz parte uma dissertação de mestrado em andamento, que visa pesquisar a
construção de cidadania em duas licenciaturas relacionadas com a area de
educomunicação: Lic. Em Educomunicação no Brasil e a Licenciatura em Comunicação e
Informática Educativa na Colômbia.
47
Bibliografia
CASTILHO, Cristina (orgs). Educomunicação: construindo uma nova área de
conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. –(Coleção Educomunicação) –
CASTELLS, M. A galáxia internet: reflexões sobre Internet, Negócios e Sociedade.
Lisboa: Edição da Fundação Calouste Gulbenkian. 2001
DURSTON, J. Limitantes de ciudadanía entre la juventud latinoamericana. Última Década,
núm. 10, mayo, 1999, p. 0 Centro de Estudios Sociales. Valparaíso, Chile
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 24 Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2000.
LEMOS, A. e LEVY, P. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia
planetária. São Paulo: Paulus. 2010
MARQUES DE MELO, J. Comunicação: direito à informação. Campinas, SP: Papirus,
1986.
MATA, M. Comunicación, ciudadanía y poder. Pistas para pensar su articulación.
Diálogos de la Comunicación, n. 64 (Nov. 2002).
OROZCO, G. Entre telas: novos papéis comunicativos e educativos dos cidadãos. In
Educomunicação: para além do 2.0. APARAICI, R. (org.). [tradção Luciano Menezes
Reis]. - São Paulo: Paulinas, 2014-. (Coleção Educomunicação)
Aparência de classe: poder simbólico e oportunidades de vida
Janaína Vieira de Paula Jordão30
Manuel Ferreira Lima Filho31
Este trabalho pretende trazer alguns dados da nossa pesquisa de doutoramento,
em fase de conclusão. O nosso objetivo é, em primeiro lugar, buscar entender se, nos 30 É doutoranda em Sociologia da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás e professora do curso de
Publicidade de Propaganda da Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da UFG. É bolsista da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG. [email protected] 31 Orientador: Manuel Ferreira Lima Filho. Programas de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia Social - UFG.
48
espaços de consumo, antes de qualquer interação, as pessoas se classificam em termos
de classes sociais a partir da aparência, e, se sim, quais são os critérios utilizados para
isso. Além disso, temos visto na mídia a emergência de uma “nova classe média”
brasileira, de forma a falar dela, explicá-la, representá-la. Mas, dentro da construção
dessas noções, percebe-se a aproximação de outros atributos que não têm necessária
conexão com os atributos constituintes da posição de classe, como capital cultural,
econômico, social e simbólico, nos termos de Pierre Bourdieu. Queremos entender se há
outros aspectos ligados a essa representação social (MOSCOVICI, 2011) de classe, como
disponibilidade sexual, higiene e responsabilidade e, se esses aspectos que entram na
órbita da aparência e do comportamento podem influenciar a tomada de decisão de uma
pessoa classificadora para interagir – ou não – com o indivíduo classificado.
Para averiguar como isso se reflete na empiria, aplicamos um survey com 201
pessoas em locais de consumo de Goiânia, e 18 entrevistas em profundidade.
Estratificamos esta amostra para dividi-la em camadas sociais para averiguarmos a
relação entre as representações e a posição social dos respondentes. Ou seja, para ver se
há fronteiras ou fluidez nas representações inter-camadas. Para isso, utilizamos os
critérios de Quadros (2010) e estratificação ficou assim dividida: Camada Média Alta,
Camada Média, Camada Intermediária (que seria o que chamam de “Nova Classe Média”)
e Camada Baixa32. Utilizamos, tanto para a pesquisa quantitativa quanto para a
qualitativa, um Cartão Fotos, em que colocamos duas personagens não identificadas da
novela Avenida Brasil33, da Rede Globo, veiculada em 2012, sendo uma de classe
popular, e outra de classe média.
As representações que conseguimos apreender nos mostraram que há noções
bastante sedimentadas do que sejam boa aparência, bons modos e outros atributos que
orbitam em torno deles (higiene, disponibilidade sexual e responsabilidade), noções que
se encontram relacionadas com os conhecimentos (e preconceitos) de classe, que podem
contribuir para uma imobilidade social, especialmente das camadas menos favorecidas,
já que as oportunidades, especialmente no campo do emprego, podem ser negadas a
32 Mais detalhes sobre a divisão da estratificação serão dados no artigo completo, caso seja este resumo aprovado. 33 Nela, 79% de seus personagens pertenciam à classe popular, justamente em uma época em que se discutia tanto uma
mobilidade da suposta “Nova Classe Média”.
49
partir de sua aparência. Além disso, pudemos notar que há uma fluidez das fronteiras
que dividiriam essas representações de classe: um sentido dominante de que as pessoas
das classes mais altas têm um comportamento mais adequado, contido, em relação ao
das classes populares atravessa a estratificação. Esse tipo de representação pode ser
vista até hoje nas diferentes programações midiáticas, em que há o tratamento do
“pobre” com escárnio, como o corpo mal (ou pouco) vestido, que oscila radicalmente
entre o grotesco e o objeto sexual.
Já em relação ao que tem se chamado na mídia de “nova classe média”, há um
baixo conhecimento na camada inferior da estratificação em relação ao “nome”, mas é
possível notar a percepção de que hoje em dia se pode “comprar” mais, ainda que não se
perceba uma efetiva melhoria de vida, em relação aos aspectos cruciais na vida de classe
média, como saúde, transporte, alimentação e educação. Nas camadas superiores da
estratificação, conhece-se o nome, mas a noção do que seja também está ligada à
capacidade de consumir.
Assim, a análise das imagens e das representações se constituíram uma
perspectivas importante compreender que ofertas simbólicas são difundidas sobre um
determinado grupo para a sociedade em geral, que podem acabar por incidir nas
interações face a face e nas oportunidades de vida das pessoas.
Referências:
BOURDIEU, Pierre. What Makes a Social Class? On The Theoretical and Practical
Existence Of Groups. Berkeley Journal of Sociology, Vol. 32, 1-18, 1987.
MOSCOVICI, Serge. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2011.
QUADROS, Waldir José de. Brasil: um país de classe média? Le monde diplomatique, n. 40,
p.4-5, novembro, 2010.
50
Conhecimento e Espetacularização no Telejornalismo Goiano
Juliana Junqueira34
Notícias sobre crimes sempre despertaram o interesse da população, Michel
Foucault explica, em um trecho de seu livro Vigiar e Punir, alguns dos motivos para isso:
Desenvolveu-se uma literatura em que o crime é glorificado,
porque é uma das belas- artes, porque só pode ser obra de seres
de exceção, porque revela a monstruosidade dos fortes e dos
poderosos, porque a perversidade é ainda uma maneira de ser
privilegiado (FOUCAULT, 1987, p.21)
Va rios teo ricos da comunicaça o desenvolveram estudos para tentar encontrar
uma raza o pela prefere ncia da tema tica criminosa e chegaram a conclusa o de que o ser
humano tem um interesse natural por notí cias deste tipo e, assim, quando elas sa o
divulgadas, o nu mero de vendas dos impressos ou a audie ncia dos telejornais e portais
on-line cresce.
Antes mesmo do iní cio do jornalismo e da consolidaça o dos meios de
comunicaça o de massa, o crime era o assunto principal das chamadas “folhas volantes”,
uma forma pre -moderna de jornal do se culo XVII. Na França, entre 1560 e 1631,
aparecem os primeiros jornais a privilegiar a cobertura de fatos criminosos, entre eles
estavam o Nouvelles Ordinaires e Gazette de France.
Mesmo com o passar dos se culos, a prefere ncia por este determinado tipo de
notí cia prevaleceu na mí dia de diversos paí ses. Nos Estados Unidos, por exemplo,
durante as de cadas de 30 e 40, os principais jornais rechearam suas pa ginas de histo rias
sobre crimes, esca ndalos e trage dias ao julgarem que estas eram notí cias que o leitor
34
Juliana Junqueira é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, bacharel em Direito pela PUC/GO,
mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Goiás e professora adjunta da Faculdade Araguaia.
51
achava interessante. O resultado foi que, em quatro anos, os jornais aumentaram em
quinze vezes o nu mero de suas vendas.
No Brasil essa tende ncia na o foi diferente. Atualmente, os telejornais dedicam
grande parte dos programas para notí cias sobre criminalidade. Este artigo objetiva
analisar se a abordagem da viole ncia urbana pelos Telejornais Anhanguera 1ª e 2ª
ediça o, exibidos pela TV Anhanguera, contribuem ou na o para a formaça o do
telespectador enquanto cidada o. Analisaremos se reportagens veiculadas fornecem
informaço es que podem auxiliar o indiví duo a exercer seu papel de cidada o na esfera
pu blica ou contribuem para o processo de espetacularizaça o da viole ncia.
Trabalharemos especificamente, atrave s de uma ana lise de conteu do
qualitativa e quantitativa, com as reportagens sobre o resgate do jovem goiano Paulo
Anto nio Batista, sequestrado no iní cio de abril de 2015. Apesar do jovem ter permanecido
em cativeiro 32 dias, a Polí cia Civil so divulgou o caso a imprensa no dia 27 de abril, data em
que o mesmo foi resgatado. No dia 27 e 28 de abril, foram divulgadas va rias reportagens
sobre o caso nos supramencionados telejornais da TV Anhanguera. As mate rias sobre o
ocorrido formam o corpus deste artigo.
Como referencial teo rico, nos basearemos nas obras de teo ricos que embasam o
debate sobre espetacularizaça o da informaça o, entretenimento na mí dia televisiva e
construça o do conhecimento por meio dos veí culos de comunicaça o como Guy Debord,
Edgar Morin, Pierre Bordieu e Henri Pierre Jeudy.
Para estes autores a ação simbólica da TV decorre da busca constante e
necessária do extraordinário, consistindo justamente em chamar atenção para fatos com
grande potencial para interessar, como a violência e o crime, mas que, embora sejam
importantes, pela maneira com que são abordados, não revelam nada de relevante,
Por meio deste artigo, pretende-se analisar se os telejornais da TV
Anhanguera sa o hí bridos, ou seja, mesclam elementos do jornalismo com dramaturgia e
do espeta culo com o objetivo de despertar a atença o dos telespectadores ou se as
mate rias sa o exibidas com o intuito de informa -los.
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BORDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
DEBORD, GUY. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir.. 8. ed. Petro polis: Vozes, 1987.
JEUDY, Henri Pierre. Pesquisador dos processos mediáticos. In: Mídia e Violência
Urbana. Rio de Janeiro: Faperj, 1994.
MORIN, Edgar. Cultura de massa no século XX: Neurose. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 1997.
Representação da mulher na mídia brasileira
Karoline dos Santos Santana35
Luciene de Oliveira Dias36
Historicamente, a representação das mulheres na mídia deixa a desejar quando o
que se tem em conta é a complexidade que envolve a sua constituição. Sendo assim,
propomos aqui uma uma análise teórica e interpretativa da imagem da mulher na mídia
e a sua respectiva (não) representação, e para isso sugerimos uma fundamentação
teórica que trate de propaganda e também de feminismo.
Ao construir um histórico do Feminismo no Brasil, Pinto (2003) estabelece uma
divisão em quatro fases: o Sufragismo; o Feminismo na Ditadura Militar; o Feminismo
Partidarizado e o Feminismo Profissionalizado. Este movimento marcado por estas fases
e pela heterogeneidade das problemáticas das mulheres é definido como
um movimento que luta por autonomia em um espaço profundamente
marcado pelo político; defende a especificidade da condição de
dominada da mulher, numa sociedade em que a condição de dominado é
35
Discente da graduação de Comunicação Social – Habilitação em Publicidade e Propaganda; [email protected] 36
Doutora em Antropologia Social pela UnB, graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal de Goiás, mestre
em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins e especialista em Cultural Studies pela University of
Arkansas (EUA); [email protected]
53
comum a grandes parcelas da população; no qual há diferentes
mulheres enfrentando uma gama de problemas diferenciados. (PINTO,
2003, p. 46)
Quando se fala em uma diversidade de mulheres e uma heterogeneidade de
problemáticas referentes a estas, não podemos deixar de falar de Butler (2003) que
defende a teoria de uma identidade de gênero, na qual o gênero é construído de acordo
com os processos sociais vivenciados pelo indivíduo. O gênero não é uma categoria
normativa, está sujeito a constantes modificações e construções. Por isso não é possível
falar de um feminismo ou falar da mulher, pois estes termos no singular não conseguem
abarcar todas as problemáticas sociais, geográficas e étnicas vividas por diferentes
mulheres.
A presunção política de ter de haver uma base universal para o
feminismo, a ser encontrada numa identidade supostamente existente
em diferentes culturas, acompanha frequentemente a ideia de que a
opressão das mulheres possui uma forma singular, discernível na
estrutura universal ou hegemônica patriarcal masculina (BUTLER, 1990,
p. 20).
Na tentativa de desvelar a opressão aos grupos minoritários, Spivak (2010)
mostra os problemas encontrados na tradução dos grupos subalternos que, justamente
pela exclusão social, política e econômica, não possuem um tradutor que possa
representá-los para abordar as questões por eles vividas. Na maioria das vezes, o
tradutor é o homem branco de classe alta, o que torna praticamente impossível que este
tradutor compreenda os problemas vividos pelas populações pobres. Quando a tradução
é colocada no contexto de gênero, a opressão para a mulher se revela de forma piorada,
pois
apesar de ambos serem objetos da historiografia colonialista e sujeitos
da insurgência, a construção ideológica de gênero mantém a dominação
masculina. Se, no contexto da produção colonial, o sujeito subalterno
não tem história e não pode falar, o sujeito subalterno feminino está
ainda mais profundamente na obscuridade (SPIVAK, 2010, p. 66-67).
54
No Brasil, a mulher, predominantemente negra ou parda, da periferia assiste à
personagem principal da novela das nove que é branca, loura, magra, alta, de cabelo liso
e não consegue se enxergar. Está havendo algum problema na tradução quando padrões
europeus de beleza são impostos por meio da mídia a mulheres brasileiras com corpo e
vida totalmente diferentes. Moreno (2012) traça parâmetros de como se comporta essa
(não) representação das mulheres na vida das próprias. Em pesquisa realizada pela
Fundação Perseu Abramo (2010 apud MORENO, 2012, p. 54) fica explícito que a imagem
das mulheres na mídia não agrada a 80% das mulheres brasileiras além de contribuir
para uma desvalorização. Diante disso, 74% das mulheres são a favor de uma
regulamentação dos meios sobre o conteúdo exibido e a publicidade veiculada. Esta
mulher, que é a expressão máxima do subalterno, segundo Spivak (2010), não é
representada pela mídia, um de seus tradutores mais presentes. O que nos mostra que
há muita luta à seguir para ampliar as vozes e a representação das mulheres.
BIBLIOGRAFIA
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
MORENO, Rachel. A imagem da mulher na mídia: controle social comparado.
São Paulo: Publisher Brasil Editora Ltda, 2012.
PINTO, Célia Regina Jardim Pinto. Uma história do feminismo no Brasil. São
Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003.
SPIVAK, Chakravorty Spivak. Pode o subalterno falar?. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2010.
O envelhecimento sob a verve crítica da cronista Rachel de Queiroz
Letícia Arantes JURY¹
Goiamérico Felício Carneiro dos SANTOS²
55
Estudo das formas de enunciação das crônicas ‘A cobra que morde o rabo’, ‘Não
aconselho envelhecer’ e ‘De armas na mão pela liberdade’ de Rachel de Queiroz com o
objetivo de investigar a abordagem crítica, e sempre criativa, da escritora-jornalista
sobre o envelhecimento. Com um discurso carregado de representações sociais, a
cronista utiliza o melhor do gênero crônica, que é o humor aliado à crítica social, com o
objetivo de demonstrar o quanto o cotidiano, as relações culturais, as políticas públicas e
até mesmo a mídia, exclui, discrimina e opera uma violência simbólica contra o idoso.
PALAVRAS-CHAVE – Crônica; Cidadania; Representação Social;
O presente artigo busca problematizar se o discurso de Rachel de Queiroz nas
crônicas ‘A cobra que morde o rabo’, ‘Não aconselho envelhecer’ e ‘De armas na mão
pela liberdade’ se configura como uma abordagem crítica do tema envelhecimento.
Busca-se encontrar nos textos em questão, além dos próprios enunciados, a intenção do
sujeito falante, sua atividade consciente, o que a cronista quis dizer, ou ainda o jogo
inconsciente que emergiu involuntariamente do que disse ou da quase imperceptível
fratura de suas palavras manifestas, pois
de qualquer forma, trata-se de reconstituir um outro discurso, de
descobrir a palavra muda, murmurante, inesgotável, que anima
do interior a voz que escutamos, de restabelecer o texto miúdo e
invisível que percorre o interstício das linhas escritas e, às vezes,
as desarruma. A análise do pensamento é sempre alegórica em
relação ao discurso que utiliza. (FOUCALT, 1987, p. 31).
O objetivo do artigo é contextualizar, por meios da metodologia de análise do
discurso dos textos, a realidade vivida pelo idoso, na época em que as crônicas foram
publicadas, todas na década de 90, em que a cronista se encontrava com mais de 80
anos. Rachel de Queiroz nos oportuniza uma visão crítica do envelhecimento, pela
experiência de intelectual que há mais de sete décadas publicou sua opinião em espaços
nobres da imprensa. A vida e a obra da cronista falam por si só e endossa toda a crítica, a
56
representação da chamada ‘terceira idade’ (termo criticado por ela) e o discurso
carregado de simbologias presente no texto.
A metodologia utilizada ainda é a ampla pesquisa bibliográfica dos aspectos
comentados nas crônicas estudadas, como a angustia de envelhecer; a marginalização
social sofrida pelo idoso; a crítica veemente aos direitos sociais que são extirpados
quando se envelhece, até mesmo o de ir e vir; e às campanhas midiáticas e
governamentais, que Rachel de Queiroz define como “caritativas em prol da terceira
idade”.
Rachel de Queiroz se enquadra no que Chalhoub, Neves, Pereira (2005) diz sobre
o cronista, que a ele cabia a responsabilidade de buscar, dentre os acontecimentos
sociais de maior relevo e divulgação, capazes de formar entre escritor e público códigos
compartilhados que viabilizassem a comunicação, “temas que lhe permitissem discutir
as questões de seu interesse”. E sobre a leitura das crônicas, que demanda, portanto, a
seus intérpretes que “aliem a atenção às redes de interlocução a partir das quais elas são
escritas com esforço cuidadoso para decifrar o processo de sua elaboração narrativa”.
(CHALHOUB, NEVES, PEREIRA, 2005, p. 14).
Referências Bibliográficas
ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS. Os membros da Academia Cearense de Letras de
ontem – Rachel de Queiroz. Disponivel em: www.ceara.pro.br. Acesso em 20 de abril
de 2015.
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS – Rachel de Queiroz. Disponível em:
www.academia.org.br/abl. Acesso em: 20 de abril de 2015.
BENDER, Flora; LAURITO, Ilka. Crônica: história, teoria e prática. Sa o Paulo: Scipione,
1993.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. A experie ncia vivida. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1990.
BOURDIER, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
CHALHOUB,Sidney. História em cousas miúdas: capítulos de história social da
crônica no Brasil/ organizadores: Sidney Chalhoub, Margarida de Souza Neves e
57
Leonardo Affonso de Miranda Pereira. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005.
LITERATURA BRASILEIRA. Rachel de Queiroz (1910). Disponível em:
www.literaturabrasileira.net. Acesso em: 20 de abril de 2015.
CANDIDO, Antonio. A vida ao rés-do-chão. In:__(Org.). A crônica: o gênero, sua fixação e
suas transformações no Brasil. Campinas: Editora Unicamp, 1992. p.13-22.
FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Brasília, UNB, 2001.
HALL, Stuart.
HOLLANDA, Heloísa Buarque de (Org.). As Melhores Crônicas de Rachel de Queiroz.
São Paulo: Global, 2004.
REBELO, Gilson. Rachel se prepara para estreia. O Estado de Sa o Paulo, Sa o Paulo, p. 3,
10/01/1988.
Comunicação Pública e TCCs: Estudo da Fanpage da Prefeitura de Goiânia
Luiz Carlos do Carmo Fernandes37
Gilmara Roberto Moreira38
O crescente acesso ao uso de computadores e a dispositivos móveis conectados à
internet levantam recorrentes discussões a cerca do impacto dessas tecnologias na
sociedade. O que, por sua vez, possibilita novas formas de consumir, fazer negócios, se
relacionar ou se informar, entre tantos outros novos hábitos. A massificação do uso de
dispositivos que conectam pessoas e instituições no mundo todo tem alterado
sobremaneira o modo de se elaborar estratégias de comunicação, especialmente quando
se trata de uma perspectiva da cidadania.
Ao apresentar-se como uma plataforma que permite a publicaça o da opinia o do
37
Doutor em Sociologia (FSC-UFG), Mestre em Comunicação (FIC-UFG), professor substituto no curso de Publicidade e
Propaganda da FIC-UFG e professor Assistente no curso de Publicidade e Propaganda da PUC-Goiás. E-mail: [email protected] 38
Jornalista graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Especialista em Comunicação Estratégica
pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). E-mail: [email protected]
58
pu blico sem que sejam submetidas a mecanismos de seleça o39, tal como ocorre na
televisa o, no ra dio e em publicaço es impressas, a internet configura-se como um
importante espaço para a descentralizaça o do debate pu blico. Guardadas as
consideraço es referentes aos efeitos da massificaça o e do excesso de impacto das
informaço es na mente do cidada o comum, e evidente que o uso crescente das
Tecnologias de Informaça o e Comunicaça o (TICs) amplia o debate a cerca de assuntos de
interesse coletivo.
Nesse cena rio, as redes sociais deixaram de ser encaradas como plataformas de
lazer e entretenimento para serem estudadas como espaços em que pode haver
mobilizaça o e debate pu blico qualificado. Em que pese suas caracterí sticas de debate
horizontal, aproximaça o personalista, impacto e potencial de engajamento, as
plataformas na o sa o mais tidas como espaços privados e apolí ticos, nem tampouco
devem ser desconsideradas nos estudos de comunicaça o contempora neos.
Com essa perspectiva, diversas pesquisas discutem como o acesso a internet
aliado a pra ticas de comunicaça o que sobrepo em o interesse pu blico aos interesses
privados ou de organizaço es podem ser utilizadas a serviço da democracia e da
cidadania. Para demonstrar como as TICs e redes sociais te m sido utilizadas por
organizaço es pu blicas, o presente estudo avaliou publicaço es da Prefeitura de Goia nia
em sua fanpage no Facebook. Para tanto, foram incorporados conceitos de comunicaça o
pu blica, democracia digital e cidadania.
O presente estudo considerou ainda a pesquisa de Sivaldo Pereira Silva (2005)
que, por sua vez, levou em conta os ní veis de democracia digital propostos por Wilson
Gomes (2004 apud SILVA, 2005). A partir desta categorizaça o, foram avaliados os
conteu dos da fanpage oficial da Prefeitura Municipal de Goia nia. Gomes (2004 apud
SILVA, 2005) divide a participaça o na pra tica democra tica por meio das Tecnologias da
39 Mauro Wolf (1999) explica esse processo de seleção com base no conceito de gatekeeper, ou seja, de um
indivíduo ou grupo que possui o poder de bloquear ou deixar passar as informações. Como em publicações
impressas, na TV e no rádio os espaços de publicação são controlados por esses gatekeepers, é impossível que
o leitor, ouvinte ou telespectador comum torne sua opinião pública sem autorização prévia. Já na internet,
mesmo que em espaços de menor audiência, o público encontra diversos espaços para se manifestar,
especialmente nas mídias sociais, sem que seja necessária a aprovação prévia de seu conteúdo.
59
Informaça o e da Comunicaça o (TICs) – onde se incluem as redes sociais – em cinco
graus.
Esses mesmos cinco graus foram utilizados na pesquisa de Sivaldo Pereira da
Silva (2005): 1) ní vel de informaça o vertical, 2) utilizaça o da tecnologia para o
levantamento de demandas pu blicas, 3) TICs empregadas a serviço da transpare ncia e
da accountability, 4) debate pu blico e levado em conta para a tomada de decisa o polí tica,
5) democracia digital que preve a opinia o do povo como soberana.
A presente pesquisa avaliou todas as publicações referentes ao mês de maio de
2014 da fanpage da Prefeitura de Goiânia no Facebook. Além disso, foram consideradas
as publicações fixas referentes a informações sobre a instituição, obrigatórias na página.
A coleta de dados foi realizada entre os dias 1 e 3 de junho de 2014 e apresenta,
portanto, publicações, curtidas, compartilhamentos e comentários realizados até o fim
deste período associadas a todas as publicações do mês de maio40.
A conclusa o a que se chegou neste estudo e que, embora a fanpage do Facebook
da Prefeitura de Goia nia ofereça ferramentas que possam contribuir para a consolidaça o
da pra tica da comunicaça o pu blica, essas potencialidades na o sa o utilizadas pela a
administraça o da pa gina. E se a administraça o da pa gina na o utiliza as ferramentas ja
disponí veis, tampouco estimulam a inclusa o digital ou elaboram estrate gias mais
abrangentes de comunicaça o.
BIBLIOGRAFIA
SILVA, Sivaldo Pereira da. Graus de participação democrática no uso da Internet pelos
governos das capitais brasileiras. Opinião Pública, Campinas, v. 11, n. 2, p. 450-468,
out.2005.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 5. ed. Lisboa: Presença, 1999.
40
Uma vez que o Facebook permite o acesso a publicações antigas, possibilita o comentário e compartilhamento
delas e ainda a exclusão dessas ações, é importante destacar que os números podem ter sido alterados do
momento da coleta de dados até a publicação do estudo.
60
Narrativas da violência e representação simbólica na mídia
Magno Medeiros41
Embora a temática mídia/violência tenha sido objeto de inúmeros estudos,
principalmente com abordagens sociológicas e psicológicas, a compreensão
fenomenológica da violência em sua relação com os processos midiáticos ainda
prescinde do desenvolvimento de pesquisas aprofundadas. É nesse viés que buscamos
resgatar análises que abordam os possíveis impactos da violência midiática, a partir de
três vertentes principais: 1) aprendizagem da violência (crianças e adolescentes,
principalmente, aprendem a se comportar ou a aceitar a violência como uma forma de
resolver conflitos); 2) dessensibilização (as pessoas tornam-se, gradualmente,
insensíveis à cultura da violência); 3) síndrome do medo (os receptores acabam sendo
contagiados pelo “vírus” do medo obsessivo, do medo patológico). Pesquisas
contemporâneas buscam relativizar tal impacto da violência nos processos de
mediatização, uma vez que os efeitos da exposição à violência não são imediatos, nem
definitivos, nem automáticos. Ao contrário, eles dependem de uma série de variáveis
junto aos sujeitos receptores, a exemplo de: faixa etária (criança, adolescente, adulto);
personalidade e temperamento; formação cultural e psicológica; contexto social, familiar
e institucional; e as condições de circularidade dos processos de recepção.
Neste contexto, podemos afirmar que as formas de representação da violência na
mídia não são iguais e nem uniformes. Elas variam quanto à forma, quanto ao conteúdo e
quanto ao valor simbólico e ideológico da mensagem. Existem vários fatores que
interferem no processo de recepção de imagens de violência, a partir de suas
representações na mídia (CARLSSON e VON FEILITZEN, 1999). Um desses fatores
refere-se à natureza do perpetrador da violência. A representação do agressor (cruel,
justo, justiceiro, severo, herói ou bandido) interfere no processo de identificação ou não
41 Doutor pela USP, professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Informação e
Comunicação da Universidade Federal de Goiás e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos da
UFG. E-mail: [email protected].
61
com o personagem da história. Por exemplo, se o perpetrador do ato violento apresenta-
se com uma “imagem positiva”, a tendência é que os seus atos sejam justificados e
aceitos no contexto da narrativa. Por outro lado, devemos considerar a natureza da
vítima da violência. A representação da vítima também irá interferir no processo de
identificação ou não com o personagem da história. Se a vítima é retratada como vilã é
possível que a violência seja encarada como “castigo/punição”, justificando, assim, o uso
da violência no contexto da narrativa.
Mas há uma infinidade de outros fatores com impacto importante no processo de
recepção de imagens de violência midiática. Nesta esteira, podemos considerar que o
uso de arma tende a reforçar o impacto negativo junto aos receptores. Da mesma forma,
imagens e sons de violência repetidos à exaustão ou mostrados de forma explícitos
tornam o processo de recepção mais traumático, portanto, muito mais pernicioso,
sobretudo às crianças e adolescentes. O realismo das imagens de violência oferece um
panorama imaginário de forte impacto. Outros fatores merecem destaque. É o caso da
alusão, direta ou indireta, à possibilidade de recompensa ou punição aos crimes e
delitos. Muitas vezes, atos de violência não implicam punição; ao contrário, são até
recompensados. Ademais, são mostradas imagens de violência em que consequências
não há. Não há dor, nem sofrimento e nem dano físico, material ou psicológico. Trata-se
de uma forma de representação da violência como algo “natural”, fruto de uma atitude
“asséptica”.
Referências bibliográficas:
ARENDT, H. Da violência. Brasília, DF: Editora da UnB, 1985.
BEDENDO, Ricardo. Segurança pública e jornalismo: desafios conceituais e práticos no
século XXI. Florianópolis: Insular, 2013.
CARLSSON, Ulla e VON FEILITZEN, Cecília (orgs.). A criança e a violência na mídia. São
Paulo: Cortez, Brasília, DF: Unesco, 1999.
CHAUÍ, Marilena. Simulacro e poder: uma análise da mídia. São Paulo: Ed. Fundação
Perseu Abramo, 2006.
MAFFESOLI, M. Dinâmica da violência. São Paulo: Vértice, 1987.
62
MAROCCO, Beatriz; BERGER, Christa; e HENN, Ronaldo (orgs.). Jornalismo e
acontecimento: diante da morte. Florianópolis: Insular, v.3, 2012.
MEDEIROS, Magno. Violência da mídia, tecnorracionalismo e cidadania. In: Comunicação
& Informação. Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Comunicação e
Biblioteconomia. Goiânia, v. 12, n. 1 (jan./jun.2009).
MICHAUD, Y. A violência. (Trad. L. Garcia). São Paulo: Ática, 1989.
MISSE, Michel. Crime e violência no Brasil contemporâneo: estudos de sociologia do crime
e da violência no Brasil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
PEREIRA, Carlos Alberto M. et al. (orgs). Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco,
2000.
RAMOS, Sílvia e PAIVA, Anabela. Mídia e violência: tendências na cobertura de
criminalidade e segurança no Brasil. Rio de Janeiro: IUPERJ, 2007.
SODRÉ, Muniz. Sociedade, mídia & violência. Porto Alegre: Sulina: Edipucrs, 2006.
WAINBERG, Jacques. Mídia e terror: comunicação e violência política. São Paulo: Paulus,
2005.
O novo cidadão – Debate sobre juventude, cidadania e TICs
Marcos Marinho Martins de QUEIROZ42
Magno MEDEIROS43
As tecnologias da informação proporcionam um novo mundo a ser significado pelos
indivíduos. Alterando as formas, velocidades e acessos à informação, que é base para a
comunicação, as TICs têm servido para alterar também as relações entre os jovens e
suas referências. Com novas oportunidades e perspectivas, os jovens naturalmente
42 Aluno do PPGCOM-UFG. Professor na graduação em Publicidade e Propaganda nas instituições FIC-UFG e PUC-GO. E-
mail: [email protected]
43 Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo - USP. Professor associado da Universidade Federal de Goiás e
atual diretor da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC/UFG). E-mail: [email protected] .
63
alteram seu comportamento e suas formas de interagir com o mundo ao seu redor, o que
nem sempre redunda em avanço, principalmente nas questões que concernem ao
coletivo, ao social. Algumas interrogações surgem quando vislumbra-se esse novo
cenário, o que podemos sintetizar na pergunta: o jovem mais conectado, com mais
acesso a informação, é mais cidadão?
Desta forma faz-se necessário um estudo sobre a percepção e o entendimento dos jovens
no que tange às suas concepções e apropriações da cidadania. Da mesma forma, ao
reconhecermos que as TICs podem alterar as percepções de mundo, é premente
compreender como se processa essa interação dos jovens com as tecnologias e os
avanços dos meios de comunicação, bem como se há equidade nessa relação entre os
vários perfis que conformam o que entendemos por juventude e as novas tecnologias.
O jovem hodierno, vivente em um mundo impregnado por tecnologias da informação e
comunicação, reconhece-se como cidadão? A fim de apresentarmos uma discussão capaz
de abarcar a complexidade do tema recorremos, adotando o método de revisão
bibliográfica, a autores como T. H. Marshall (1967) e José Murilo de Carvalho (2002),
que apresentam definições sobre cidadania. Também apelaremos aos apontamentos de
Jayme Durán Barba e Santiago Nieto (2006) para falar sobre as evoluções dos meios de
comunicação e seu impacto nos jovens. Em Manuel Castells (2012) e Pierre Levy (1999)
encontraremos estudos sobre as TICs, internet e redes sociais, que nos levarão a uma
maior compreensão sobre o novo ambiente onde estão imersos os jovens, objeto de
nossa pesquisa.
Ainda no intuito de ampliar a discussão sobre juventude e cidadania, tomaremos de
empréstimo fragmentos das pesquisas coordenadas por Angela Randolpho Paiva (2010)
e seus colaboradores no livro Juventude, cultura cívica e cidadania, onde encontraremos
poderosos relatos de jovens secundaristas da cidade do Rio de Janeiro, perfeitamente
capazes de nos descortinar uma visão em nível nacional das percepções de nossos
jovens e sua própria cidadania.
É importante compreendermos que o campo de estudos onde alocamos o tema referente
às evoluções e imbricações das TICs na transformação social é recente, e desta forma
ainda em processo e busca por definições e explicações para os fenômenos que
64
encerram. A própria cidadania é um conceito carente de apropriação e entendimento
por expressiva parcela da sociedade, o que torna per se o assunto de extrema
importância, principalmente em sua relação com os jovens que serão, provavelmente, os
responsáveis pela manutenção e expansão dos direitos contidos neste conceito.
O propósito deste estudo é estimular o debate, ampliar as considerações sobre o tema e,
fundamentalmente, jogar luz sobre as sombras que obnubilam a compreensão dos
jovens sobre seus direitos e deveres enquanto cidadãos.
Referências:
AGAMBEN, Giorgio. Meios sem fim: notas sobre política. Trad. Davi Pessoa. Belo
Horizonte:
Autêntica Editora, 2015.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo Caminho. 3ª ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
CASTELLS, Manuel. Comunicación y poder. Trad. Maria Hernandéz. México: Siglo XXI
Editores, 2012.
DURÁN BARBA, Jaime y SANTIAGO, Nieto. Mujer, sexualidade, internet y política: Los
nuevos electores latinoamericanos. México: FCE, 2006.
FIRMINO, Frederico Daia. A formação cultural dos jovens do MST: a experiência do
assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto (SP). São Paulo: Cultura Acadêmica,
2009.
LAPIERRE, Jean-William. ¿Qué es ser ciudadano? Trad. Sofia Vidaurrazaga
Zimmermann.
Madrir, Biblioteca Nueva – Edição virtual, 2014.
LEVY, Pierre. Cibercultura. Trad. Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed. 34, 1999.
PAIVA, Angela Randolpho (org). Juventude, cultura cívica e cidadania. São Paulo:
Garamond,
2010.
MARSHALL, T. H. Cidadania, Classe Social e Status. Trad. Meton Porto Gadelha. Rio de
Janeiro, Zahar Editores, 1967.
65
VOZES ATIVAS – Aspectos do Direito de Resposta como Exercício da Cidadania
Carolina Zafino Isidoro44
Magno Luiz Medeiros da Silva45
O presente trabalho tem como objeto de estudo o instituto do direito de resposta,
sob uma ótica comunicacional e jurídica, que se encontra em aparente vácuo normativo.
A então regulamentação do instituto, disposta anteriormente na Lei de Imprensa, não
está mais em vigência, desde a decisão do Supremo Tribunal Federal de que a legislação
não foi recepcionada pela Constituição Federal.
O artigo é fundamentado no atual status jurídico das limitações da atuação da
imprensa brasileira e seus debates e polêmicas sobre as temáticas atuais. Questiona-se
sobre até que ponto vão as limitações da liberdade de comunicar e publicar nos meios
de comunicação, inclusive em espaços comunicativos de redes sociais? Em quais
situações consolidam-se o direito de resposta? Essas e outras questões são
determinantes para o estudo de caráter conceitual e prático.
A intenção é fazer uma reflexão sobre o direito de resposta, com ressonância na
imprensa e também iniciar debates sobre o direito de resposta e suas consequências no
Brasil, em um momento em que páginas e perfis de mídias sociais, elaborados por
profissionais da comunicação ou pessoas comuns, são tão ou mais acessados e lidos que
veículos de comunicação tradicional ou sites e portais noticiosos.
Este trabalho é dividido em alguns momentos: o primeiro, de reflexão e de
fundamentação teórica (O Direito de Resposta: uma garantia constitucional) sobre o
direito de resposta em si e suas conjunturas. O segundo momento (O Direito de
Resposta no Brasil), desenvolve um breve relato sobre o direito de resposta desde suas
origens até as discussões e aplicações modernas, de acordo com a realidade brasileira.
Prossegue-se por um estudo teórico e análise de caso de direito de resposta concedidos
44
Carolina Zafino Isidoro é jornalista, bacharel em direito e mestranda em comunicação social pela Universidade Federal de
Goiás. [email protected] 45
Dr. Magno Medeiros, UFG-GO email: [email protected].
66
via judicial no Facebook, tendo como natureza da pesquisa os aspectos documental e
bibliográfico. Ainda são feitas reflexões por meio de pesquisa, em revistas científicas, e
virtual, com consulta de sítios eletrônicos e revistas eletrônicas.
O direito de resposta ou de retificação é um direito assegurado a toda pessoa,
física ou jurídica, objeto de uma notícia publicada por um órgão de comunicação social,
de ver difundido gratuitamente uma retificação de informações nela contidas.
Vital Moreira caracteriza o direito de resposta, do seguinte modo:
...o direito de resposta consiste essencialmente no poder, que
assiste a todo aquele que seja pessoalmente afectado por notícia,
comentário ou referência saída num órgão de comunicação social,
de fazer publicar ou transmitir nesse mesmo órgão,
gratuitamente, um texto seu contendo um desmentido,
rectificação ou defesa. (MOREIRA, 1994, p. 10)
O conceito de direito de resposta aponta para dois ângulos. O primeiro refere-se a
um direito de retificação da informação, ou seja, a possibilidade do ofendido mostrar a
sua versão dos fatos ocorridos ou imputados a ele; já o segundo, trata-se do direito de
replicar acusações, opiniões ou juízo de valor feito ao acusado, ou seja, um direito de
réplica do ofendido.
Nesse contexto, é evidente que para os meios de comunicação manterem-se livres
de uma atuação positiva do Estado reside no cumprimento da liberdade de informar
com ética. No entanto, as tecnologias da informação e comunicação possibilitaram aos
leitores serem também produtores no contexto midiático e influenciadores de outras
pessoas, por meio das redes sociais da internet. Atualmente, “o cidadão-consumidor do
início do século XXI encontra-se numa situação de exposição e de interação sem
qualquer comparação com o que sempre recebeu até então” (WOLTON, 2006, p. 34).
Felice (2008) fala da livre circulação das opiniões na sociedade em rede que
remete, inevitavelmente a disputa pela conquista do consenso e com a legitimidade do
poder. As ideias e as opiniões, uma vez que circulam livremente, passam a disputar a
hegemonia, buscando maior propagação possível para adquirir um status de
reconhecimento pelo maior número possível de pessoas.
67
Os apontamentos dos autores destacados demonstram que o receptor se tornou
protagonista do processo comunicacional, com poder de escolha do que assistir, quando
assistir e como assistir, com liberdade de se tornar emissor de conteúdos e de
compartilha-los, bem como também se tornou sujeito de deveres desse processo.
Referências
MOREIRA, Vital. O direito de resposta na comunicação social. Coimbra: Coimbra,
1994.
WOLTON, Dominique. É preciso salvar a comunicação. São Paulo: Paulus, 2006.
FELICE, Massimo Di. Do público para as redes: a comunicação digital e as novas
formas de participação social. 1ª Ed. São Caetaneo do Sul, SP: Difusão Editora, 2008.
A condição de subcidadania dos homossexuais no Brasil e a visibilidade da
homoafetividade na mídia
Marília de Almeida e Almeida46
Claudomilson Fernandes Braga47
A homossexualidade não é novidade nas relações sociais, sabe-se que séculos
antes de Cristo, em sociedades como a Grécia e a Roma Antiga, tanto homens quanto
mulheres já mantinham relações sexuais com outras pessoas do mesmo sexo.
Entretanto, mudanças nas estruturas sociais e econômicas das diferentes sociedades
fizeram com que as relações homossexuais deixassem de ser uma prática comum para se
tornarem patologia, heresia ou até mesmo crime. Atualmente, os homossexuais
46 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação – PPGCOM, da Faculdade de Informação e Comunicação –
FIC, da Universidade Federal de Goiás – UFG. Especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing (UFG) e graduada
em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo (UFG). E-mail: [email protected]. 47 Bacharel em Comunicação pela UFG. Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Estágio Pós-
doutoral pela PUC Goiás. Professor Adjunto da Faculdade de Informação e Comunicação da UFG.
68
enfrentam a invisibilidade dentro de seus lares e na sociedade, e são submetidos a uma
condição de subcidadania por não terem acesso aos seus direitos como cidadãos.
Segundo Soares (2004), os direitos da cidadania estão relacionados à ordem
jurídico-política de determinado Estado, no qual uma Constituição define quem será
considerado cidadão e quais os direitos e deveres do mesmo. A cidadania, portanto,
estaria diretamente vinculada à concessão de direitos àqueles que atendem os requisitos
para serem considerados cidadãos. Para Carvalho (2002), o cidadão pleno é aquele
titular de direitos civis, políticos e sociais; o cidadão incompleto aquele que detém
apenas alguns destes direitos; e o não-cidadão aqueles que não se beneficiam de
nenhuma destas garantias.
Devido à desigualdade de direitos enfrentada ao longo dos séculos, à privação de
garantias comuns a todos, como o casamento civil48 e a demonstração de afeto em
público, os homossexuais brasileiros são cidadãos incompletos, isto é, subcidadãos.
Souza (2003) aponta que a subcidadania existe em sociedades periféricas onde um
grupo tem privilégios em detrimento de outro com base no habitus, um sistema que
determina as oportunidades e limites de cada um segundo condições objetivas. Os
subcidadãos estariam no habitus precário, daqueles que não atendem às condições
necessárias para poderem gozar de reconhecimento social e consequentemente de
direitos civis, políticos e sociais.
Na mídia brasileira, a visibilidade da homossexualidade tem crescido
quantitativamente e qualitativamente. Se na década de 1980, jornais traziam manchetes
que culpavam explicitamente os homossexuais pela disseminação do vírus HIV,
atualmente homossexuais estampam capas de revistas como exemplos das novas
estruturas familiares, do novo mercado consumidor, dentre outros aspectos. A mídia,
especialmente em produtos culturais como as telenovelas, tem garantido maior
visibilidade à homossexualidade, com personagens cada vez menos estereotipados –
com exceções, evidentemente – e discussões até mesmo didáticas.
48 É importante salientar que o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo no Brasil não é assegurado por lei, e sim por
decisões do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça (Resolução nº 175, de 14 de maio de 2013).
69
Desta forma, ao mesmo tempo em que representam a realidade social, a mídia
levanta debates nas diferentes redes sociais, tanto offline quanto online. Como aponta a
Teoria da Agenda, “os meios de comunicação de massa não pretendem persuadir, mas
apresentam ao público uma lista do que é necessário ter uma opinião e discutir”.
(TEMER, p. 72, 2009) O objetivo deste estudo é, portanto, compreender a condição de
subcidadania dos homossexuais no Brasil e como a mídia tem atuado no agendamento
desta questão junto à sociedade e consequentemente junto aos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
Referências bibliográficas
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 3ª ed., Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2009.
SOARES, Maria Victoria Benevides. Cidadania e direitos humanos. In: Educação,
Cidadania e Direitos Humanos. José Sérgio Carvalho (org.). Petrópolis: Vozes, 2004.
TEMER, Ana Carolina Rocha Pessoa. Para entender as teorias da comunicação. 2ª ed.,
Uberlândia: EDUFU, 2009.
O fenômeno contemporâneo da mídia, a relevância da televisão aberta e a
necessidade de fortalecimento de emissoras públicas televisão para a
democratização da informação e comunicação no Brasil
Michael Alessandro Figueira Valim49
Goiamérico Felício Carneiro dos Santos50
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República do Brasil, nos
anos de 2009 e 2010, encomendou duas pesquisas de opinião sobre os hábitos de
informação e formação da opinião da população brasileira ao Instituto Meta Pesquisa de
49 Mestrando do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás.
[email protected]. 50 Professor Adjunto IV do PPGCOM/UFG e PPGIDH/UFG.
70
Opinião do Rio Grande do Sul. A mesma secretaria, nos anos de 2013 e 2014,
encomendou duas outras pesquisas de opinião sobre os hábitos de consumo de mídia
pela população brasileira ao Instituto IBOPE Inteligência. A partir dos dados presentes
nessas quatro pesquisas, o artigo, em confecção, busca entender a relação do brasileiro
com os diversos veículos da mídia. Mais especificamente, o artigo focará na relação do
brasileiro coma televisão, principalmente a televisão aberta, e procurará entender a
importância desse veículo para a vida da brasileira, bem como sua relevância como fonte
de informação sobre o cotidiano, independentemente do sexo, idade, escolaridade e
renda dos cidadãos. Por fim, o artigo buscará refletir sobre a importância do
fortalecimento de mídias públicas, principalmente emissoras públicas de televisão, para
que a informação e comunicação sejam democratizadas no Brasil e entendidas como um
direito humano fundamental, a partir do pensamento de autores como: BARBERO;
BECERRA, SANTAMARÍA e ARROYO; BUCCI; DUARTE; LEAL FILHO e THOMPSON.
Referências Bibliográficas
BARBERO, Jesús Matín-. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia.
Tradução de Ronald Polito e Sérgio Alcides. 5 ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.
BECERRA, Martín, CASTELLEJO, Ángel García, SANTAMARÍA, Óscar e ARROYO, Luis.
Caixas Mágicas: O renascimento da Televisão Pública na América Latina. 1ª ed. Madri:
Editora Tecnos, 2012.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa hábitos
de informação e formação da opinião da população brasileira I. Meta Pesquisa de
Opinião. Canoas/RS. Março/2010. Disponível em:
http://www.fenapro.org.br/relatoriodepesquisa.pdf. Acesso em 28 de abril de 2015.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa hábitos
de informação e formação da opinião da população brasileira II. Meta Pesquisa de
Opinião. Canoas/RS. Dezembro/2010. Disponível em:
<http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/lista-total-de-pesquisas/2010-12-
habitos-de-informacao-e-formacao-de-opiniao-da-populacao-brasileira-ii.pdf>.
Acessado em 28 de abril de 2015.
71
BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa brasileira
de mídia 2014: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Brasília: SECOM,
2014. Disponível em:
http://observatoriodaimprensa.com.br/download/PesquisaBrasileiradeMidia2014.pdf.
Acessado em 28 de abril de 2015.
BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa brasileira
de mídia 2015: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. Brasília: SECOM,
2014. Disponível em: <http://www.secom.gov.br/atuacao/pesquisa/lista-de-pesquisas-
quantitativas-e-qualitativas-de-contratos-atuais/pesquisa-brasileira-de-midia-pbm-
2015.pdf/view>. Acessado em 28 de abril de 2015.
BUCCI, Eugênio. Mídia e educação. In: CARVALHO, José Sérgio (org). Educação, cidadania
e direitos Humanos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. P.273-302.
DUARTE, Elizabeth Bastos. Televisão: ensaios metodológicos. Porto Alegre: Sulina, 2004.
LEAL FILHO, Laurindo Lalo. Atrás das câmeras: relação entre cultura, Estado e televisão.
São Paulo-SP: Summus, 1988.
THOMPSON, John. B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. 4 ed.
Tradução de Wagner de Oliviera Brandão. Petrópolis: Vozes, 1998.
O fenômeno televisivo contemporâneo como objeto interdisciplinar de estudo51
Michael Alessandro Figueira Valim52
Goiamérico Felício Carneiro dos Santos53
51
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO.
52 Mestrando do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás.
[email protected]. 53 Professor Adjunto IV do PPGCOM/UFG e PPGIDH/UFG.
72
O fenômeno televisivo pode ser objeto de estudos e pesquisas em diversos
campos do conhecimento pela complexidade de sua natureza interdisciplinar. No campo
das Engenharias, a televisão pode ser estudada e pesquisada a partir de sua complexa
tecnologia de transmissão de imagens e sons à distância. No campo da Ciência Política,
como importante elemento nas dispostas do poder desde sua consolidação. No campo da
Sociologia, como fenômeno de grande impacto social que se tornou. No campo da
Psicologia, a partir da análise dos efeitos psíquicos que a exposição elevada à televisão
pode causar em crianças ou na percepção da violência pelos demais indivíduos. No
campo das Artes, como linguagem de expressão estética. E mesmo no campo do Direito,
a partir da análise dos dispositivos constitucionais que tratam da Comunicação Social.
No entanto, esses exemplos de estudos e pesquisas, se feitos de maneira isolada, não
darão conta da complexidade do fenômeno televisivo enquanto atividade humana, pois o
mesmo transborda os limites disciplinares e poderá ser melhor compreendido se
abordado de maneira interdisciplinar. O presente artigo visa situar a televisão pública
como objeto de estudo e pesquisa de grande relevância para os campos
interdisciplinares dos Direitos Humanos e da Comunicação ao considerar que tanto o
reconhecimento quanto a garantia de direitos, consolidação da democracia e conquista
da cidadania plena passam pelo debate e discussão sobre o papel da mídia, em especial
televisiva enquanto fenômeno de comunicação da massa da indústria cultural
contemporânea que atua diretamente para a garantia do chamado direito humano à
comunicação e para a luta, defesa, promoção e reconhecimento de direitos na
atualidade.
Referências Bibliográficas
BARBERO, Jesús Matín-. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia.
Tradução de Ronald Polito e Sérgio Alcides. 5 ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1998.
BECERRA, Martín, CASTELLEJO, Ángel García, SANTAMARÍA, Óscar e ARROYO, Luis.
Caixas Mágicas: O renascimento da Televisão Pública na América Latina. 1ª ed. Madri:
Editora Tecnos, 2012.
73
BUCCI, Eugênio. Mídia e educação. In: CARVALHO, José Sérgio (org). Educação, cidadania
e direitos Humanos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. P.273-302.
DUARTE, Elizabeth Bastos. Televisão: ensaios metodológicos. Porto Alegre: Sulina, 2004.
LEAL FILHO, Laurindo Lalo. Atrás das câmeras: relação entre cultura, Estado e televisão.
São Paulo-SP: Summus, 1988.
THOMPSON, John. B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. 4 ed.
Tradução de Wagner de Oliviera Brandão. Petrópolis: Vozes, 1998.
Ineficiência na Gestão Pública: O Portal da Transparência de Goiânia
Thálita Teles Nascimento SILVA54
Gabriela Pires da COSTA55
Ivana Cláudia Alves PARAÍZO56
Lucas Pereira MATOS57
Divina Eterna Vieira MARQUES58
A revisão nas formas de trabalhar a comunicação faz-se necessária não apenas
pela influência da dita Era da Informação, mas também porque a comunicação deve ser
pensada como um todo. Esta em seu sentido primário e literal objetiva tornar comum,
informações. E sabe-se que por meio dela é possível perceber, captar e compreender as
necessidades e objetivos do outro, estabelecendo diálogos. Cabe ressaltar nesse contexto
que existe diferença entre informar e comunicar. Segundo Wolton (2011), não existe
comunicação sem informação, mas a comunicação é sempre mais difícil.
54 Aluna líder do grupo e Estudante do 5º. Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da
Universidade Federal de Goiás, e-mail: [email protected]. 55
Estudante do 5º. Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Universidade Federal
de Goiás, e-mail: [email protected]. 56
Estudante do 5º. Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Universidade Federal
de Goiás, e-mail: [email protected]. 57
Estudante do 7º. Semestre do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Universidade Federal
de Goiás, email: [email protected]. 58
Orientadora do trabalho. Professora do Curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) da Faculdade de
Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás, e-mail: [email protected].
74
Wolton (2011) entende por informação os dados processados ou não, que podem
ser usados para a produção e transferência de conhecimento em qualquer suporte e
formato. A gestão pública, para ser eficiente e comprometida com seus princípios
básicos, necessita que a informação seja de qualidade e com o máximo de detalhes
possíveis, Ou seja: é preciso que os dados que são repassados à população sejam
organizados de forma clara, compreensível, atendendo os preceitos da Lei de acesso à
informação, cujo cumprimento é um dever do Estado e um direito fundamental dos
cidadãos.
Para Wolton, comunicação envolve relacionamento, a isto acrescentando que na
atual conjuntura, existe uma preocupação maior em informar do que comunicar. A
afirmação do autor não pretende minimizar o valor da informação, que é imprescindível
a qualquer organização na viabilização do seu sistema de comunicação. O que se discute
é a forma como a informação é tratada e se esse tratamento dado à informação vai
produzir uma comunicação eficiente.
A internet tornou-se uma ferramenta imprescindível na divulgação de todo e
qualquer tipo de informação. Resta saber se essa ferramenta é sempre eficiente no
processo comunicacional. As informações chegam ao público, são entendidas e retornam
com respostas? A internet tem sido utilizada de forma adequada pela gestão pública
quando esta se compromete a disponibilizar junto aos cidadãos as informações a que
eles têm direito? Esse processo tem sido uma via de mão dupla?
De acordo com o item I do Artigo 6º da Lei de Acesso à Informação, é
responsabilidade do poder público “assegurar a gestão transparente da
informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação”. Estruturado nesta
perspectiva, o Portal da Transparência da Prefeitura de Goiânia foi criado no ano de
2012 com o objetivo de ser um canal e um suporte de divulgação de informações
referentes à administração pública local de forma acessível e ágil. O portal permite a
disseminação em tempo real da vida administrativa do município, através de uma
plataforma que, a priori, deveria facilitar e até estimular, a interatividade entre gestores
e os cidadãos por eles representados. O que se questiona é a eficiência desse processo
comunicacional, através da interatividade proposta.
75
A Lei nº 12.547 (que regulamenta o acesso à informação), estabelece que as
informações de interesse público e coletivo devem ser divulgadas por órgãos públicos,
de forma espontânea e independente de solicitações, com linguagem clara e
compreensível. Por meio da leitura da Lei e de uma primeira análise do Portal da
Transparência de Goiânia percebe-se que a pretensão não se cumpre de forma plena. Os
dados são disponibilizados em linguagem pouco compreensiva, com expressões técnicas
e pouco organizadas, o que prejudica a compreensão dos cidadãos em relação às
informações expostas. Ao analisar situações de natureza igual, Calau e Fortis (2006,
p.4) afirmam que: “a natureza eminentemente técnica das informações divulgadas
impedem o entendimento popular”.
A Lei de Acesso à Informação regulamenta em seu artigo 6º que é de
responsabilidade do poder público “assegurar a gestão transparente da informação
propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação”. Com esse objetivo é que foi
criado o Portal de Transparência da Prefeitura de Goiânia: como uma forma de
execução da lei, sendo que neste contexto, a internet passa a ser o meio fértil em favor da
informação com qualidade para seus públicos de interesse, para posteriores fiscalização
e monitoração e constante participação dos cidadãos. Ou seja, o Portal da
Transparência deve funcionar como uma ferramenta que favorece a democracia, a
fiscalização, a gestão participativa e a cidadania e que pode vir a ser um importante
instrumento de comunicação e não somente um domínio virtual para a exposição de
dados referentes aos órgãos públicos. A pergunta é: isto está acontecendo? Em que
nível? E, se não está acontecendo, o que deve ser remanejado ou incrementado para que
os preceitos da Lei sejam cumpridos?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Gestão Participativa, Estado e Democracia. In: NOGUEIRA. M.A. Um Estado para a
sociedade civil. Temas éticos e políticos da gestão democrática. SP: Cortez, 2004. – Cap. 3
pp.117-166.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, texto constitucional
promulgado em 5 de outubro de 1988. Brasília, 2008.
76
CALAU, A.; FORTIS, M. Transparência e Controle Social na Administração Pública
Brasileira: avaliação das principais inovações introduzidas pela Lei de
Responsabilidade Fiscal. XI Congresso Internacional Del CLAD, Ciudad da Guatemala,
2006.
GOMES, Filho; BENTO, Adhemar. O desafio de implementar uma gestão pública
transparente. In: Congresso Internacional del Clad Sobre la Reforma del Estado Y
de la Administración Pública, 10. Santiago, Chile, 18 - 21 Oct. 2005.
WOLTON, Dominique. Pensar a Comunicação. Brasília: Editora UnB, 2011.
GT-4 Comunicação e literatura: confluências discursivas
Self product: A subjetividade e identidade pelas narrativas da sociedade dos
consumidores e da cultura do narcisismo
Liessa Comparim DALLA NORA59
Goiamérico Felício Carneiro DOS SANTOS60
Esse artigo pretende identificar e analisar como a sociedade dos consumidores,
paradigma cultural descrito pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman em sua obra "Vida
para o Consumo: a transformação dos indivíduos em commodities." (2007) e a "Cultura
do Narcisismo" (1970), de Christopher Lasch, ambos fenômenos inscritos na pós-
modernidade ou na Modernidade Líquida (termo mais utilizado por Bauman),
influenciam os processos de construção das subjetividades e identidades dos indivíduos
inseridos nesse paradigma cultural. O objetivo final desse trabalho será o de traçar uma
relação entre essas duas cartografias da pós-modernidade e fazer apontamentos sobre
sua influência nos processos de identificação e subjetivação dos seres
59 Mestranda do Programa de Mestrado em Comunicação - PPGCOM- UFG, linha Mídia e Cultura e bolsista Capes. E-mail:
[email protected] 60 Professor pós-doutor e titular do Programa de Mestrado em Comunicação - PPGCOM- UFG, linha Mídia e Cultura. E-
mail: [email protected]
77
A sociedade dos consumidores é, de acordo com Bauman (2007), a nova
agregação social da contemporaneidade. Nela, o consumo assumiu o papel-chave
desempenhado antes pelo trabalho na sociedade dos produtores da Modernidade Sólida.
Nessa sociedade contemporânea, o indivíduo é convocado para a condição de
consumidor e sua existência ou cidadania é obtida e medida pela sua capacidade de
consumir. Para além, Bauman aponta para a transformação do indivíduo em produto,
commodity, que, diante da eterna mutabilidade da era líquida, precisa fazer um esforço
contínuo para permanecer vendável. Dessa forma, a construção da sua subjetividade e
identidade será orientada conforme a lógica de mercado, seus modismos, ao que
Bauman chama de "subjetividade fetiche", em alusão ao conceito marxista de
"fetichização da mercadoria".
Em "A Cultura do Narcisismo" (1970), uma das primeiras obras que versa sobre a
pós-modernidade, Christopher Lasch defende que a principal característica dos novos
tempos é o comportamento narcísico, radicalização do paradigma do individualismo
moderno. A constituição do narcisismo seria fundamentada na imagem e no imaginário,
funcionando como operadores antropológicos essenciais da construção da subjetividade
do sujeito. Como um ser voltado mais para si do que para o externo, a cultura, entendida
como rede de significação coletiva (GEERTZ, 1970), e a relação com o outro, o sujeito
assume papel de responsabilidade maior perante a constituição de si próprio. A primal e
grande pergunta existencialista ("Quem sou eu?") seria respondida em grande parte
pelo seu próprio julgamento, não apenas pelo do outro representado pela cultura e sua
sociedade.
Como ourives de si, o indivíduo utiliza-se de imagens, narrativas, em suma, do
caldo do imaginário circulante na sociedade, uma cascata de signos apropriados por
fazerem sentido e pelo que parece ser mais vantajoso para a imagem pessoal. Na cultura
narcisista, o comportamento egóico compromete o estabelecimento de laços sociais
profundos e duradouros, os quais emanam dos acordos e projetos coletivos. Se não mais
a empatia é uma ferramenta facilmente disponível, os acordos sociais, sempre
necessários ao funcionamento da vida em comunidade, serão estabelecidos pelas vias da
sedução. Nessa sociedade do espetáculo (DEBORD, 1980) de si, os indivíduos recorrem à
78
teatralização e encenação de sua narrativa pessoal para persuadirem o outro à sua
causa, o que significa a interrupção momentânea do olhar de si mesmo.
A teoria de Lasch parece não somente dialogar, como complementar a de
Bauman. Aparentemente, narcisismo e sociedade de consumidores são faces da condição
pós-moderna. A hipótese desse artigo é que os processos de identidades e
subjetividades pós-modernos são orientados por esses dois elementos, centrais ao meu
ver, à cultura contemporânea e seus ditames são os da autoconstrução da identidade e
subjetividade com vistas para tornar-se uma commodity sedutora e, portanto, vendável.
Palavras-chave: pós-modernidade, subjetividade, identidade, narcisismo, narrativas do
consumo, sociedade de consumo
REFERÊNCIAS:
BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadorias.
Rio de Janeiro: Zahar, 2007
BARBOSA Lívia; CAMPBELL, Collin (Org.). Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro:
FGV, 2006
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997
LASCH, Christopher. A cultura do narcisismo: a vida americana numa era de esperanças
em declínio. Rio de Janeiro: Imago, 1983
‘Pátria Amada’ de Rachel de Queiroz: discurso como mudança social e
representação da identidade brasileira
Letícia Arantes JURY¹
Goiamérico Felício Carneiro dos SANTOS²
79
As formas de enunciação da crônica ‘Pátria Amada’ de Rachel de Queiroz são
analisadas neste artigo, com o objetivo de investigar se o discurso queiroziano é uma
forma de ação, de agir sobre o mundo, um modo de representação, se molda relações, se
constrói significados, se transforma as relações sociais. Uma linguagem carregada de
valor simbólico, que demonstra a importância deste gênero imbricado entre a Literatura
e o Jornalismo.
PALAVRAS-CHAVE – Crônica; Discurso; Mudança Social; Identidade
O presente artigo busca problematizar se o discurso de Rachel de Queiroz na
crônica ‘Pátria Amada’, escrita em 1952, se caracteriza no que Fairclough (2001) define
como o uso de linguagem enquanto prática social e não como atividade puramente
individual ou reflexo de variáveis situacionais. As implicações disso é que o discurso,
como expressa, é um modo de ação, uma forma em que as pessoas possam agir sobre o
mundo e sobre os outros, além de ser um modo de representação. O discurso é moldado
e restringido pela estrutura social no sentido mais amplo e em todos os níveis.
Na tentativa de decifrar as intenções de Rachel de Queiroz, ao publicar a crônica
analisada, depreende-se que o discurso contribui para a construção de identidades
sociais, para construir as relações sociais entre as pessoas, e para a construção de
sistemas de conhecimento e crenças. Nesse sentido, a prática discursiva é constitutiva
tanto de maneira convencional como criativa: contribui para reproduzir sociedade como
é, mas também contribui para transformá-la. (FAIRCLOUGH, 2001, p. 91).
A justificativa em analisar a crônica ‘Patria Amada’ se dá ainda embasada nas
ponderações de Michel Focault, em Arqueologia do Saber (1987), que ele define um
enunciado ser sempre um acontecimento que nem a língua nem o sentido podem
esgotar inteiramente. Trata-se de um acontecimento estranho por certo: inicialmente
porque está ligado, de um lado, a um gesto de escrita ou a articulação de uma palavra,
mas por outro lado, abre para si mesmo uma existência remanescente no campo de uma
memória, ou na materialidade dos manuscritos, dos livros, e de qualquer forma de
registro.
80
Para este artigo procedeu-se a contextualização de discurso como mudança
social; a definição dos conceitos de identidade e representação; análise histórica do
momento em que a crônica foi publicada, e a importância social deste gênero, com a
finalidade de comprovar que o texto queiroziano, por meio de uma linguagem
despretensiosa, é agente de transformação social, de crítica e despertar de consciências.
A pro pria biografia de Rachel de Queiroz e as qualidades de seu texto, conduzem
aos sentidos possí veis da construça o de suas cro nicas. Rachel de Queiroz estreou em
1927 justamente em um jornal, ‘O Ceara ’, com o pseudo nimo de Rita de Queiroz, de que
se tornou redatora efetiva. “Cronista eme rita, publicou mais de mil cro nicas, cuja seleta
propiciou a ediça o dos seguintes livros: A donzela e a moura torta; 100 cro nicas
escolhidas; O Brasileiro perplexo e O Caçador de Tatu”. (ACADEMIA BRASILEIRA DE
LETRAS in www.academia.org.br).
Referências Bibliográficas
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ontem – Rachel de Queiroz. Disponivel em: www.ceara.pro.br. Acesso em 20 de abril
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ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS – Rachel de Queiroz. Disponível em:
www.academia.org.br/abl. Acesso em: 20 de abril de 2015.
LITERATURA BRASILEIRA. Rachel de Queiroz (1910). Disponível em:
www.literaturabrasileira.net. Acesso em: 20 de abril de 2015.
CANDIDO, Antonio. A vida ao rés-do-chão. In:__(Org.). A crônica: o gênero, sua fixação e
suas transformações no Brasil. Campinas: Editora Unicamp, 1992. p.13-22.
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HALL, Stuart.
HOLLANDA, Heloísa Buarque de (Org.). As Melhores Crônicas de Rachel de Queiroz.
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JOBIM, Jose Luis. Literatura e cultura: do nacional ao transnacional. Rio de
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LEITE, Dante Moreira. O caráter nacional brasileiro: história de uma ideologia. 3ª ed.
81
Sa o Paulo, Pioneira, 1976.
REBELO, Gilson. Rachel se prepara para estreia. O Estado de Sa o Paulo, Sa o Paulo, p. 3,
10/01/1988.
RESENDE, Beatriz. Rio de Janeiro, cidade da crônica, in Cronistas do Rio. Rio de
Janeiro: José Olympio,1995, p.35.
RIBEIRO, Darcy. Os Brasileiros: 1.Teoria do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1978.
____. Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. Sa o Paulo: Companhia
das Letras, 1995.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos
culturais/Tomaz Tadeu da Silva (org). Stuart Hall, Kathryn Woodward. 14.ed –
Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
Diego e Miguilin:
um paralelo da (d)eficiência do olhar a partir da literatura
Angelita Lima61
Este artigo é resultado de estudos do grupo de pesquisa “Amostragem censitária
da pessoa com deficiência em Goiânia” (edital Fapeg 2012 universal) e tem o objetivo de
analisar a afirmação da pessoa com deficiência nos espaços sociais. Toma como
referência as obras literárias de Guimarães Rosa e Eduardo Galeano em seus dois
personagens: Miguilim e Diego, respectivamente. A literatura como constituinte da
realidade é discutida por Lima (2013), Tezza (2012) e muitos autores.
No intento de inserir a pessoa com deficiência no arco analítico da comunicação,
deparamo-nos com os pressupostos gerais da existência e alcançamos alguma
singularidade para pensar a dimensão política do corpo deficiente. Nos ancoramos no
61
Professora de Jornalismo, doutora em Geografia, mestre em Educação. Trabalha com narrativas urbanas,
jornalismo literário, literatura e produção de texto jornalístico e livro reportagem. Pesquisa violência; gênero e
ações afirmativas; pessoa com deficiência; direitos humanos, comunicação e jornalismo. e-mail
82
pressuposto de que a existência se funda na relação entre o lugar e o existir, envolve o
sujeito e o espaço, ao mesmo tempo. Disso decorre a constatação de que o existir
constitui o espaço. Ou seja, é a dimensão política do sujeito que confere ao espaço
valores simbólicos, econômicos, éticos, estéticos. Isto é, o torna político, muito além do
código demográfico.
Decidimos, no entanto, enfrentar o tema tomando a deficiência como afirmação
política do corpo e não como sua negação. O corpo deficiente passa, então, de apontado
para apontador. Ele denuncia. Revela. Desafia. Ensina. Pois vê sob um ângulo impossível
se de ser visto pelo corpo “sem deficiência” e, paradoxalmente, nisso revela alguma
ineficiência no corpo “são”, que é o limite de saber da existência sob o ângulo da
deficiência. Nesse sentido, a literatura e a arte em geral são portadoras de potência de
atravessar esse limite porque se estruturam no imaginário e livre das amarras do
método.
O corpo deficiente é político, também, porque só ele pode falar de si na condição
de sujeito de si. Tais premissas têm impactos significativos no campo simbólico,
especialmente nos discursos, jornalísticos ou nos demais campos da comunicação
midiática, sobre a pessoa com deficiência. Mais do que isso, questiona o paradigma da
comunicação que fala pelo outro, a vítima de corpo deficiente. Ao apontar para o lugar
que não lhe cabe, para calçada trôpega; para a imagem distorcida e cega; para o som
silencioso; para linguagens desconhecidas, o corpo deficiente incomoda.
Voluntariamente ou não. Com essa operação de incomodar, a deficiência se torna
afirmação do sujeito (a pessoa com deficiência) de um jeito tão feroz e inegável que faz
os sentidos se embaralharem.
Deficiente é uma palavra com implicação semântica. A pessoa com deficiência
(pessoas reais) traz no corpo uma marca que é carregada de sentido pelo seu contrário:
a eficiência e a completude dos outros corpos. Eficiência, neste caso sugere autonomia,
independência e perfeição. Atributos esperados de uma pessoa “sã”. Deduz-se, por esse
sentido, que o corpo não deficiente seja eficiente, completo, sem furos, sem falhas. O que
não se realizada totalmente na vida real.
83
Para percorrer esses meandros e lançar um olhar de estranhamento, escolhemos
duas histórias contadas pela arte literária. A do menino Diego, personagem de Galeano,
que não conhecia o mar e quando o viu ficou tão maravilhado que não conseguia ver. E a
de Miguilim, personagem de João Guimarães Rosa, menino de 8 anos e com “vista curta”.
Quando põe os óculos pela primeira vez, revela-se no mundo.
Para sinalizar e reforçar alguns pontos para reflexão destacamos, a partir das
lições das personagens, que a política para a pessoa com deficiência começa
necessariamente pela linguagem. Por que o corpo é linguagem e o primeiro corte à
pessoa com deficiência acontece na linguagem. A linguagem da cidade que não tem
acessibilidade; a linguagem que nomeia; a linguagem que isola; a linguagem que torna
invisível. A linguagem que torna vítima. Mas, também tem a linguagem que subverte o
que está dado. Enfim, a linguagem como potencialização do corpo. Poesia ou decreto-lei;
Romance ou história real.
REFERÊNCIAS
CHAVEIRO, Eguimar Felício Chaveiro. A vida é um engenho de passagens. Goiânia:
Descubra, 2005.
GALEANO, Eduardo. O Livro dos Abraços. Título Original: EL Libro de los Abrazos.
Tradução: Eric Nepomuceno. 9. ed. Porto Alegre: L&PM, 2002.
GUIMARÃES ROSA, João. Manuelzão e Miguilim. 30. ed, Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1984.
LIMA, Angelita Pereira de. Romancidade: sujeito e existência em leituras geográfico-
literárias dos romances A centopeia de neon e Os cordeiros do abismo. Goiânia:UFG,
2013, tese.
TEZZA, Cristóvão. O espírito da prosa – uma autobiografia literária. Rio de Janeiro:
Record, 2012
84
Convergência das mídias e a interação das linguagens na publicidade
Nayara Porto Ferreira62
Débora Cristina Santos e Silva63
A convergência das mídias é um fenômeno do mundo moderno, o qual dinamiza
as relações entre o mercado empresarial e seus consumidores, segundo Jenkins (2008, p.
29) “No mundo da convergência das mídias, toda história importante é contada, toda
marca é vendida e todo consumidor é cortejado por múltiplas plataformas de mídia”.
Portanto, as empresas usam a convergência das mídias como um ponto positivo nas
estratégias de marketing e projetam suas marcas em vários meios midiáticos para
conquistar mais consumidores em tempo recorde.
Então, os consumidores são cercados, por todo o lado, ou melhor, por toda mídia
e, geralmente, uma determinada marca domina esses meios de forma massiva, a qual os
consumidores podem encontrar, constantemente, uma mesma marca veiculada nos
meios impresso, televisivo e digital. Jenkins(2008, p 29) prossegue delineando o
conceito de convergência, de modo que: “Por convergência, refiro-me ao fluxo de
conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, à cooperação entre múltiplos
mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de
comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca de experiências de
entretenimento que desejam”.
Além da convergência das mídias um fenômeno implícito a esse se dá: a
convergência das linguagens. Essa interação entre as linguagens ocorre por
consequência desse fluxo de conteúdos destacados por Jenkins (2008). Os comerciais
televisivos é um lugar fértil para essa convergência de linguagens, pois no vídeo que
veicula diversos ícones, imagens, sons e palavras, tem sido abordado, cada vez mais, nos
seus aspectos linguísticos para atingir os seus telespectadores.
62 Licenciada em Letras- Português/Inglês e suas respectivas literaturas pela Universidade Estadual de Goiás. e-mail:
63 Professora Doutora do curso de Letras da Universidade Estadual de Goiás. e-mail: [email protected]
85
As empresas Natura, O Boticário e Rexona, em seus comerciais, abusam da
linguagem poética, visto que a interação das linguagens colabora para o desabrochar
desta e assim seduzem os seus consumidores. Nota-se que a linguagem poética na mídia
potencializa o poder de persuasão dos comerciais de perfumaria, uma vez que os
espectadores usufruem do momento de sinestesia proporcionado pelo vídeo, e, dessa
maneira, as chances do consumidor desejar o produto alvo do comercial serão muito
maiores.
Sobre a função poética da linguagem, Pignatari (2004, p. 17-18) adverte que “Em
termos da semiótica de Peirce, podemos dizer que a função poética da linguagem se
marca pela projeção do ícone sobre o símbolo- ou seja, pela projeção de códigos não-
verbais (musicais, visuais, gestuais, etc.) sobre o código verbal”.
Farias (2013,p. 42) explicita as qualidades do vídeo no mundo das convergências:
“A característica mais evidente do vídeo vem de sua facilidade de reapropriação de
códigos de mídias já existentes, e a sua expressiva eficácia de atribuir valoração e
ressignificação a códigos já conhecidos, como, também a variabilidade de formas e
experiências com os meios e mídias”. Outra característica do vídeo é destacada por
Farias (2013, p. 42), a qual os comerciais têm usado muito para transmitir seus textos
publicitários, principalmente, os das marcas de perfume e desodorante que usufruem
dos recursos computacionais: “o vídeo utiliza elementos de efeitos especiais
computacionais para ampliar sensações e emoções ao receptor ou interator — sujeito
que fornece informação e ao mesmo tempo as transmite”.
A partir da utilização dos recursos computacionais nos comerciais das marcas
Natura, O Boticário e Rexona é possível relacionar esses comerciais com os poemas
digitais. No vídeo se nota as marcas estilísticas do poema digital que é composto por
palavras fisicamente dinâmicas no meio, a música, a voz do declamador do poema, as
figuras, os ícones, entre outros... Tavares (2010, p.22) define o que é um poema digital:
“O poema digital é aquele que utiliza as capacidades que o meio digital possibilita, os
recursos e potencialidades que este pode permitir àquele objeto (tanto na sua
composição quanto no momento da fruição)”.
86
Segundo Cosson (2011, p.15) “Como bem diz o pensamento popular, se uma
imagem vale por mil palavras, mesmo assim é preciso usar a língua para traduzir as
imagens e afirmar esse valor”. O que se vê aí é a fusão da palavra e da imagem que juntas
formarão o produto final: a linguagem poética. E aqui especificamente a linguagem
poética presente na publicidade.
REFERÊNCIAS
COSSON, Rildo.Letramento literário: teoria e prática.2 ed., 1º reimpressão. São Paulo:
Contexto, 2011.
FARIAS. Daniela Santos de.Convergência de linguagens nas artes visuais: cinema,
vídeo, teatro e internet. Em: http://www.bv.fapesp.br/pt/bolsas/127461/convergencia-
delinguagens-artes-visuais-cinema-video-teatro-e-internet/. Acesso em: 22 de set. 2014.
JENKINS, Henry. Introdução: “venere no altar da convergência”. In: Cultura da converge
ncia. Em:
http://www.editoraaleph.com.br/site/media/catalog/product/f/i/file_1.pdf.Acesso em
: 12 maio 2014.
TAVARES, Otávio Guimarães. A interatividade do poema digital. Em:
http://repositorio. uf sc
.br/bitstream/handle/123456789/94422/285120.pdf?sequence=1. Acesso em: 05 ago.
2014.
O amor em movimento no Mercado da 74
Bárbara Mendes Falcão64
Luciene Oliveira Dias65
64 Autora. Graduanda em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo na Universidade Federal de Goiás. E-mail:
[email protected] 65 Orientadora. Doutora em Antropologia Social pela UnB; graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do
Tocantins; coordenadora da Coordenadoria de Ações Afirmativas da Universidade Federal de Goiás.
87
Fundado há mais de 60 anos, o Mercado Bairro Popular, também conhecido como
Mercado da 74, abriga histórias reais de pessoas que passaram e passam por lá todos os
dias. O presente trabalho pretende abordar em um espaço de tempo, algumas dessas
histórias, sempre levando em consideração o significado do amor na vida dos
personagens. A programação cultural e noturna do Mercado, iniciada em 2007, recebe
fundamental importância, tendo em vista que o trabalho de campo, em sua maior parte,
foi feito realizado à noite. O estudo visa detalhar o processo de produção do livro-
reportagem citado, levando em consideração questões relativas ao exercício da
literatura dentro do jornalismo e vice-versa.
Os gêneros discursivos não são encarados como barreiras, pelo contrário, a
flexibilidade e o rompimento das fronteiras linguísticas são estratégias que possibilitam
que a obra se aproxime o máximo possível das experiências vividas, tanto da autora,
quantos dos personagens. Nesse sentido, O livro amarelo do Terminal, de Vanessa
Bárbara, exerce influência pela ousadia na forma de retratar o espaço ao extrapolar os
recursos de linguagem. Levar para o papel a infinidade de elementos que constituem um
universo é um grande desafio que só pode ser alcançado de forma satisfatória na medida
em que se rompem os limites da palavra.
Além do tratamento da linguagem, outro elemento fundamental observado na
execução da obra é a inserção. A inserção verdadeira, que vai além da posição de simples
narradora que observa e descreve os fatos. A intenção é ir além, trazendo para a escrita
a arte da conquista, já que trata-se de um livro sobre o amor. A honestidade é possível
por meio da experimentação de tudo aquilo que é passado ao leitor. Ser afetado, de
Jeanne Favret-Saada trata justamente dessa relação entre o pesquisador e o objeto de
estudo. Embora a participação efetiva do autor transforme o trabalho em uma espécie de
aventura pessoal e o obrigue a assumir riscos, tudo indica que esse é o melhor caminho
para a aproximação e consequente compreensão daquilo que se estuda.
Quando foi construído, em 1952, o Mercado Popular da 74 se situava na região
denominada Bairro Popular, que mais tarde foi incorporada ao Setor Central.
Inicialmente, seu papel era comercial. Basicamente, o Mercado tinha a função dos
supermercados de hoje. O acidente envolvendo o Césio em 1987 provocou uma queda
88
no movimento e consequente decadência do local. Porém, o que se vê hoje,
principalmente após a reforma promovida pela Casa Cor, em 2006, é um Mercado cada
dia mais vivo e movimentado e que reúne diariamente um público extremamente
variado.
A escolha do local como objeto de estudo se deu, mais do que pela importância
histórica e cultural, principalmente pela pluralidade de seus frequentadores. A
curiosidade de saber o que há em comum na visão de amor de pessoas com idades e
realidades diferentes. A intenção é de que o livro tome a forma do espaço, por isso os
capítulos são divididos por dias da semana, assim como se divide a programação musical
do Mercado. Trata-se de uma literatura pautada na realidade, portanto jornalística,
envolvendo o amor e o Mercado da 74. Consequentemente, as protagonistas são pessoas
que movimentam o lugar e que se movimentam, quem sabe, por causa do amor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBARA, Vanessa. 2008. O livro amarelo do terminal. São Paulo: Cosac Naify
FAVRET-SAADA, Jeanne. 2005. “Ser afetado”. Cadernos de Campo, Nº 13, ano 14, p.155-
162
A SUBVERSÃO DE CLARICE LISPECTOR NO (DES)TERRITÓRIO DA CIBERCULTURA:
ANÁLISE DE FANPAGES DO FACEBOOK
Lívia de Pádua Nóbrega66
A Era Digital tem propiciado o surgimento de novos fenômenos relacionados
à Comunicação, dentre eles a popularização de escritores como Clarice Lispector, Caio
Fernando Abreu e outros nas Redes Sociais. Dentro desse contexto é possível perceber a
emergência de dois tipos de banalização de tais autores. O primeiro deles e talvez mais
66
Professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Faculdade Araguaia. Mestrado em
Comunicação pela Universidade Federal de Goiás; Graduação em Jornalismo pela Pontifícia Universidade
Católica de Goiás e História pela Universidade Federal de Goiás.
89
comum é o número cada vez maior de pessoas que postam e/ou replicam citações da
literatura destes autores em seus perfis nas redes. O segundo são as postagens que
divulgam frases comuns e trechos de músicas e remetem a autoria aos escritores. A
presente pesquisa pretende analisar e compreender duas fanpages do Facebook
intituladas “Clarice Lispector da Depressão” e “Clarice da Depressão”, que relacionam a
autora a frases que não foram criadas por ela.
Compreender as postagens assinadas por Clarice Lispector, mas que não são de
sua autoria nas fanpages “Clarice Lispector da Depressão” e “Clarice da Depressão” no
Facebook; Interpretar o fenômeno da popularização de escritores nas Redes Sociais à luz
da emergência das novas tecnologias da comunicação; Identificar as principais
estratégias discursivas de tais postagens.
O trabalho é importante na medida em que se propõe a investigar um fato que
está acontecendo na atualidade, fazendo parte da história do presente. Assim, além de
ser pertinente para compreender um fenômeno atual, a importância de pesquisa
também está situada na necessidade de se estudar as novas tecnologias da comunicação
e suas consequências em diversos âmbitos, como na literatura, no presente caso.
O advento das novas tecnologias aliado à expansão da rede mundial de
computadores traz como consequência formas de comunicação que Lévy (1999)
classifica como transversais, interativas e cooperativas. Os fenômenos decorrentes de
tais cruzamentos são expressões da Cibercultura, que o autor define como o conjunto de
técnicas, práticas, atitudes, modos de pensamento e valores que se desenvolvem em um
universo de informações que pode ser chamado de ciberespaço. Neste território que
altera as percepções de tempo e espaço, os usuários colocam em contato obras
tradicionais e contextos atuais, fazendo surgir algo novo a partir deste dialogismo. Se o
virtual - compreendido como território não tangível, mas real – dispõe informações em
espaço contínuo, os usuários apropriam-se destas para recriar a partir de obras já
conhecidas. Nestas condições, ainda de acordo com o autor, tem-se um autor – fonte de
autoridade – e um intérprete – que (re)elabora a partir desta autoridade que vem de
fora.
90
Em relação à natureza, a pesquisa pode ser classificada como básica por tratar-se
da aplicação de conhecimentos na análise de materiais virtuais. Seus objetivos são
exploratórios, descritivos e explicativos, visto que objetiva entender um campo de
estudo relativamente novo, descrever tal estado de coisas e explicá-lo. Os procedimentos
de coleta de dados caracterizam-se como bibliográficos e netnográficos. O tratamento
dos dados centra-se no viés qualitativo, na medida em que foca em compreender os
dados coletados e não apenas quantificá-los. A técnica de pesquisa a ser utilizada é a
Análise de Discurso da corrente francesa de Michel Pêcheux.
A análise permite compreender a popularização da escritora no Facebook como
uma das conseqüências da emergência das novas tecnologias da comunicação que
facilita o acesso de pessoas que podem ou não conhecer a obra da autora e que se
apropriam da figura da mesma para divulgar trechos de músicas, ditados populares e
críticas à própria banalização por meio de estratégias discursivas como a paródia,
paráfrase, ironia, estilização e outras.
REFERÊNCIAS
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
GT-5 – Ciência, tecnologia e organização da informação
Avaliação da Interface de Mapas Argumentativos
Saymon de Oliveira Souza67
Marcel Ferrrante Silva68
67
Saymon de Oliveira Souza. Graduando de Sistemas de Informação/UFG. Instituto de Informática/UFG. email:
Marcel Ferrante Silva. Dr. em Ciência da Informação/UFMG. Prof. Adjunto do curso de Gestão da
Informação/Faculdade de Informação/UFG. email: [email protected].
91
Um tema central de estudo da CSCL é como a construção do conhecimento pode
ser facilitada (WEINBERGER, 2005). No ambiente acadêmico, uma das formas de
construir e adquirir conhecimento é através da argumentação. Com o desenvolvimento
da tecnologia da informação, surgiu um novo campo de estudo, Computer-Suported
Collaborative Argumentation (CSCA), que pesquisa como o computador pode apoiar a
realização da argumentação. A representação visual da estrutura de uma argumentação
é denominada de mapa argumentativo. Existem vários programas de computador, fruto
de estudos na área de CSCA, com interfaces que apresentam diferentes formatos de
mapas argumentativos.
Entretanto, qual formato é mais fácil de ser compreendido pelos usuários? Qual
design é mais rápido ou eficiente para o leitor entender o argumento? O presente estudo
avalia a preferência dos usuários entre os formatos de mapa argumentativo, através de
questionários de satisfação. Também investiga quais interfaces dão melhores resultados
para a aprendizagem, através de testes de conhecimento, que são aplicados aos
voluntários do teste. No final aponta recomendações de design de interface de mapas
argumentativos.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, C. V. AValiatiVA: Um sistema para avaliação colaborativa. Monografia
(Graduação em Informática) - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2010.
GEROSA, M. A. Desenvolvimento de groupware componentizado com base no
modelo 3c de colaboração. 2006. 275f. Tese (Doutorado em Informática) -
Depertamento de Informática, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2006.
JEONG, Allan; JOUNG, Sunyoung. Scaffolding collaborative argumentation in
asynchronous discussions with message constraints and message labels.
Computers & Education, v. 48, n. 3, p. 427-445, 2007.
MARREIROS, Maria Goreti Carvalho. Agentes de Apoio à Argumentação e Decisão em
Grupo. Tese (Doutorado em Informática). Universidade do Minho, 2007.
92
OLIVEIRA, C.L.P. Modelo Discussão-Votação e Sistema para Tomada de Decisão em
Grupo. Dissertação (Mestrado em Informática) - Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
OTSUKA, Joice Lee. SAACI: sistema de apoio à aprendizagem colaborativa na
internet. Dissertação (Mestrado em Informática), PPGC da UFRGS, Porto Alegre, 1999.
RELVAS, S. ANTUNES, P. Análise Da Aplicabilidade Dos Modelos De Argumentação
Na Resolução Alternativa De Conflitos. 1ª Conferência Ibérica de Sistemas e
Tecnologias de Informação, Esposende, Portugal, 2006.
SERRA, Paulo. Retórica e argumentação. Beira, Portugal, Universidade da Beira
Interior, 1996.
SILVA, M. F. Proposta de modelo de colaboração para catálogo web facetado. 2013.
269f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) - Escola de Ciência da Informação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
TAVARES, Rafael Lage. Visualizações para apoiar a compreensão de discussões
políticas. UNIRIO, 2012. 108 páginas. Dissertação de Mestrado. Departamento de
Informática Aplicada, UNIRIO.
WEINBERGER, Armin; FISCHER, Frank; STEGMANN, Karsten. Computer-supported
collaborative learning in higher education: Scripts for argumentative knowledge
construction in distributed groups. In: Proceedings of th 2005 conference on Computer
support for collaborative learning: learning 2005: the next 10 years!. International
Society of the Learning Sciences, 2005.
Catalogação na Fonte e o Campo de Atuação do Bibliotecário em Editoras
Ayrton Afonso de Farias69
Beatriz Silva Freitas
69 Ayrton Afonso, graduando em biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás no 3° período. Email:
Beatriz Freitas, graduanda em biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás cursando o 5° período. Email: [email protected]
93
Cristhiane Borba da Cunha
Maria Divina Sousa da Luz
Luciana Candida da Silva70
Visando uma melhoria na qualidade dos controles bibliográficos e da produção e
venda dos livros dos autores, além do controle do tráfego deles, em meados do século
XX, alguns bibliotecários iniciam discussões acerca de uma tentativa de se colocar as
informações bibliográficas no livro, ao invés de se colocá-los em fichas separadas.
A catalogação na fonte é a ficha no verso da folha de rosto de um livro, ou
publicação em geral, que traz as principais informações do item em questão, elaborada
quando o livro ainda está na fase de impressão. Esse produto gera diversos benefícios,
tais quais: redução de custo na catalogação, redução da catalogação feita em biblioteca, e
melhoria na qualidade das catalogações, trazendo uniformidade. É ainda considerada
como o processo mais rápido de difusão bibliográfica, além das fronteiras nacionais.
Na América Latina o Brasil é o único que possui um programa de catalogação na
fonte. Tudo começou com Lydia de Queiroz Sambaquy em 1940, como diretora da
biblioteca do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), ela já utilizava o
modelo de ficha impressa no verso da página de rosto.
Os motivos para elaboração da catalogação na fonte, segundo Barbosa (1978) são
a falta de bibliografias gerais correntes e atualizadas; a falta de catálogos de pré-
publicações; ausência de programas de “livros com fichas”; catalogação na fonte -
objetivos específico no Brasil; uniformização da catalogação em âmbito nacional;
facilitar a recuperação e o intercâmbio de informações bibliográficas no país; integração
do Brasil no Sistema Internacional de Controle de Informações bibliográficas; e facilitar
o serviço de bibliotecas carentes de mão de obra especializada (recursos financeiros e
de material).
Cristiane Borba, graduanda em biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás cursando o 5° período. Email:[email protected]
Maria Divina, graduanda em biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás cursando o 3° período. Email: 2 Luciana Cândida da Silva(Co-autora)– Mestre pela Universidade Nacional de Brasília (UNB) e professora da Universidade
Federal de Goiás.
94
A rotina de um bibliotecário em editoras se define em normas de referências,
citações, índices, fichas catalográficas, ISBN, código de barras e gerenciamento dos
prestadores de serviços.
“Nas obras nacionais me envolvo em várias etapas da produção de um
livro. Depois da editoração, começamos a revisar e padronizar as
referências e citações que aparecem ao longo dos capítulos [...] o meu
esforço é para que nada seja citado sem ter a sua fonte devidamente
creditada!” Cita a bibliotecária entrevistada, Ana Magnus (apud
BARBOSA, 1978).
Portanto é possível perceber a necessidade de um profissional apto para a
atuação em editoras, pois a uniformização do trabalho, e a seriedade do produto final só
trazem consequências positivas aos usuários, tornando as fontes mais seguras, e a
recuperação da informação mais eficiente. Se realizada por um bibliotecário, essas
perspectivas estão todas à mão, além de poupar o trabalho e o tempo do bibliotecário
responsável pela biblioteca onde o livro entrará como parte do acervo (se o sistema de
classificação for o mesmo).
Esse é um campo de atuação que precisa ser explorado, e onde a presença
massiva da figura do bibliotecário só tem a agregar. Ainda existem novos rumos a serem
explorados, e a intenção desse artigo foi de ressaltar a trajetória e a importância da ficha
catalográfica nos livros para mostrar que através dela a recuperação pela informação se
tornou rápida e segura. E também a necessidade da participação de um bibliotecário
atuando na orientação técnica nas editoras. Muito foi feito para promover essa evolução
no âmbito informacional, a ficha catalográfica foi e é de suma relevância para o
armazenamento de descritivos coerentes com os livros publicados, esse avanço ainda
acontece na medida que mais editoras adotam o uso correto dessa catalogação, ainda
existem novos campos a serem explorados para que a disseminação da informação seja
objetiva. É, portanto necessário que se estabeleça campos de atuação para o
bibliotecário levando em consideração a importância da coerência e organização no
tratamento dessa catalogação, podendo alcançar dessa forma um produto confiável e
padronizado, evitando transtornos técnicos que somente prejudicam o usuário.
95
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Alice Príncipe. Novos rumos da catalogação. Organização, revisão e
atualização de Elza Lima e Silva Maia. Rio de Janeiro: BNG/Brasilart, 1978.
MEY, E. S. A. Introdução à catalogação. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 1995.
Catalogação compartilhada: a utilização pelas bibliotecas
universitárias de Goiânia-GO
Guilherme Ignácio Bernardino
JomarRosa da CruzSantana
José Roberto da Cunha
Maurício TovarJúnior
Sarah GomidesVieira71
Luciana Candidada Silva72
A catalogação compartilha é segundo Barbosa (1978) aquela feita pelas
bibliotecas setoriais e encaminhada a uma central de catalogação. Ainda segundo
Barbosa (1978) os argumentos para se utilizar este tipo de catalogação baseavam-se na
economia dos recursos financeiros para as bibliotecas envolvidas e ganho de tempo
entre a padronização da catalogação. A Library of Congress foi a primeira a oferecer o
serviço de catalogação compartilhada, isto é, a possibilidade de várias unidades de
informação adquirir um registro bibliográfico em uma fonte comum.
Visando resultados acerca da importância e interferência da catalogação
compartilhada nas bibliotecas universitárias da cidade de Goiânia, cadastradas pelo
Ministério da Educação, o trabalho realizou-se através de estratégias descritivas e de
coleta de dados (questionários e entrevistas). Após a realização das entrevistas, a análise
71Graduandos em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. E-mails: [email protected],
[email protected], [email protected], [email protected], [email protected]. 72Mestra em Ciência da Informação pela UnB, coordenadora do curso de Biblioteconomia da UFG e professora da mesma
instituição. E-mail: [email protected].
96
abordou aspectos quantitativos e qualitativos em busca de uma maior precisão acerca
da escolha entre catalogação centralizada ou compartilhada.
Com o propósito deconhecer a catalogação adotada pelas bibliotecas universitárias
de Goiânia, realizou-se um levantamento de dados acerca do tipo, motivo e as vantagens
e desvantagens da catalogação adotada. Para tanto, utilizou-se do instrumento DE coleta
de dados questionário, o qual foi aplicado vai e-mail aos catalogadores das IES.
Constatou-se que as instituições de ensino superior de Goiânia possuem em sua
maioria apenas uma biblioteca, por isso as catalogações são consideradas centralizadas,
porém observou-se que estas bibliotecas universitárias participam de programas de
catalogação cooperativa utilizando o formato de intercâmbio bibliográfico MARC 21,
para a realização de sua catalogação, o que proporciona a troca de informações entre
bibliotecas. Nesse sentido, pode-se afirmar que o tipo de catalogação adotada pelas
bibliotecas universitárias de Goiânia é centralizada e compartilhada.
As bibliotecas universitárias estão inseridas em um contexto científico de
especialização de assuntos e áreas especializadas do conhecimento, desta forma o tipo
de catalogação adotada será fundamental para o processo de recuperação da informação
e até mesmo para a autonomia de busca do usuário.
A análise dos resultados da pesquisaestuda a importância da escolha do uso da
catalogação compartilhada, seus impactos e interferências na recuperação da
informação conjuntamente ao estudo dos motivos desta escolha e suas vantagens e
desvantagens em relação ao uso da catalogação centralizada no âmbito universitário da
cidade de Goiânia, a fim de oferecer propostas de mudanças no cenário técnico e
profissional.
De acordo com Barbosa (1978), a catalogação centralizada apresenta a vantagem
para a unidade matriz quanto à recuperação e armazenamentos de dados,enquanto que
a catalogação cooperativa apresenta um ótimo suporte de compartilhamento de dados
desde que haja uniformidade nesse processo para que não ocorra duplicidade de
registros nos bancos catalográficos.
REFERÊNCIAS
97
BARBOSA, Alice Príncipe. Novos rumos da catalogação. Rio de Janeiro: BNG/Brasilart,
1978.
MEY, E. S. A. Introdução à catalogação. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 1995.
123 p.
VASCONCELLOS, Paulo de Avelar de Góes e. Bibliodata/CALCO - Informação
Bibliográfica para o Desenvolvimento. Ciência da Informação, [S.l.], v. 25, n. 3, dez. 1996.
ISSN 1518-8353. Disponível em:
<http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/472>. Acesso em: 09 maio 2015.
Centrais de catalogação em bibliotecas universitárias na cidade de Goiânia/GO:
vantagens e desvantagens
Clara Alessandra Sanches73
Amanda Natiele Rocha de Castro74
Beatriz Stephany Sanches dos Santos75
Talitha Gonçalves Rosa76
Daniella Ferreira de Miranda77
Luciana Candida da Silva78
A catalogação centralizada é segundo Barbosa (1978, p.71) o trabalho feito por
uma Central para atender as necessidades de departamentos, filiais. É um tipo de
catalogação muito comum em universidades, ou onde a aquisição planificada seja
adotada. Este estudo corresponde a um estudo sobre organização e tratamento da
73
Graduanda do 3º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. [email protected] 74 Graduanda do 3º período de Biblioteconomia pela na Universidade Federal de Goiás. [email protected]
75 Graduanda do 3º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. [email protected]
76 Graduanda do 3º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. [email protected]
77 Graduanda do 8º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. [email protected]
78 Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Nacional de Brasília (UNB). Docente do Curso de Biblioteconomia
da Universidade Federal de Goiás. [email protected]
98
informação, no que tange à representação descritiva. Objetiva fazer uma análise das
catalogações centralizadas das maiores universidades do Estado de Goiás, e, para esse
estudo foram selecionadas as bibliotecas da Pontifícia Universidade Católica de Goiás
(PUC) e a Universidade Federal de Goiás (UFG), ambas com padrão SIBI.
Propôs identificar as vantagens e desvantagens da catalogação centralizada a partir da
percepção das catalogadoras do SIBI UFG e do SIBI PUC-GO. Obteve-se como resposta
que as principais vantagens são economia em relação ao tempo, material, mão-de-obra e
normatização, enquanto que as principais desvantagens identificadas é o crescente
aumento de produções bibliográficas e a variedade de formas dos materiais a serem
apresentados, inclusive em línguas estrangeiras. Essa pesquisa é de caráter qualitativo,
que tem como referencial as reflexões de Barbosa (1978), acerca da fundamentação da
catalogação centralizada. No decorrer da pesquisa foi observado que ambas as
instituições apontaram para a proposição de que a catalogação centralizada possui mais
benefícios do que malefícios, e apontando como benefício a padronização que é
conquistada com esse tipo de catalogação, a praticidade e com isso redução de tempo e
de mão de obra especializada, agilizando assim o andamento do material para as outras
bibliotecas setoriais, contando com a ajuda de mecanismos como por exemplo, a rede
BIBLIODATA, que é disseminação de acervo, registros e recursos entre bibliotecas de
todo país, desempenhando a catalogação cooperativa, integrando informação e
conhecimento. Considera-se então, que mesmo apresentando certas limitações, como
demora no recebimento das fichas, confronto de bibliografias e a identificação destas,
além das divergências de regras catalográficas existentes entre os profissionais da área,
a catalogação centralizada vem se constituindo como uma importante ferramenta no
campo das ciências da informação, suprindo a demanda que lhe é atribuída e
demonstrando o constante processo de evolução da área, principalmente pelos
catalogadores que utilizam da catalogação cooperativa para agilizar ainda mais o
processo, suprindo a demanda das bibliotecas setoriais, enfatizando a hipótese de que
essa ferramenta pode ser ainda mais eficaz para a área da Biblioteconomia.
Palavras-chave: Catalogação. Centrais de catalogação. Bibliotecas universitárias.
99
REFERÊNCIAS
BALBY, C. N. Formatos de intercâmbio de registros bibliográficos: conceitos básicos.
Cadernos da F. F. C., Marília, v.4, n.1, p.29-35, 1995.
BARBOSA, Alice Príncipe. Novos rumos da catalogação. Rio de Janeiro: Ed.
BNG/Brasiliart, 1978. 245p.
PEREIRA, A. M; SANTOS, P. L. V. A. da C. O uso estratégico do uso das tecnologias em
catalogação. Cadernos da F. F. C., Marília, v. 7, n. 1/2, p. 121-13, 1998. ISSN 1415-868x.
VETTER, S. M. J.; ARAUJO, L. Padrão MARC 21 e Catalogação em Bibliotecas Universitárias
de São Luis/MA. In: XVII SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 17,
2012, Gramado, RS. Anais Eletrônicos do XVII Seminário Nacional de bibliotecas
Universitárias - SNBU. Gramado - RS: SNBU/FEBAB, 2012. 15 p. Disponível em:
<http://www.snbu2012.com.br/anais/pdf/4RJ6.pdf>. Acesso em: 27 de abr. de 2015.
Proposta de criação do Repositório Institucional da Biblioteca João Lázaro
Ferreira – Faculdade de Tecnologia SENAC-GO
Maria de Fátima Lopes Gomes 79
Luciana Candida da Silva80
Atualmente, a Biblioteca João Lázaro Ferreira, da Faculdade de Tecnologia
Senac Goiás, conta com quase 12.000 títulos em seu acervo, entre livros, CDs, DVDs e
periódicos. Constam, nos registros, um total de 493 trabalhos de conclusão de curso
(TCC) dos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu desta IES, que não podem ser
emprestados aos alunos, são materiais de consulta local, Contudo, o discente tem
79 Estudante do 8º período de graduação do curso de Biblioteconomia, da Faculdade de Informação e Comunicação, da
Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected] 80 Coordenadora e profª do curso de Biblioteconomia, da Faculdade de Informação e Comunicação, da Universidade
Federal de
Goiás, e orientadora do presente trabalho. E-mail: [email protected]
100
apresentado interesse em estudar e pesquisar os assuntos constantes nos TCCs
realizados pelos concluintes, porém essa leitura requer mais tempo e disponibilidade,
desta forma, despertando o interesse dos alunos de pegarem como empréstimo
domiciliar. Como as regras da instituição não permitem o empréstimo normal de sete
dias, os estudantes se sentem prejudicados e consequentemente insatisfeitos com o
serviço prestado pela instituição. Este diagnóstico se baseia em experiências vivenciadas
pela autora, enquanto estagiária no ano de 2013, nesta instituição, tornando-se
primordial procurar uma saída para o problema, devido à uma série de situações,
visando a um melhor atendimento ao usuário da Biblioteca. O repositório institucional
aponta para o que pode ser a solução dos problemas da falta de empréstimo dos TCCs e
quais os benefícios que o RI trará para a comunidade acadêmica e para a própria
instituição.
Este estudo tem como objetivo criar um repositório institucional (RI) para a
Biblioteca João Lázaro Ferreira, da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás. Para tanto,
adotou os seguintes procedimentos: apresentou um projeto de implantação do RI ao
Diretor da faculdade; escolheu o software mais adequado; definiu a politica de RI e está
em fase de implantação do software DSpace; para o mês de maio, junho e julho estão
previstas a alimentação do sistema com os dados dos TCCs e capacitação dos usuários.
REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL
Segundo Tomaél e Silva (2007), “o que caracteriza os repositórios institucionais é
o fato de serem orientados para a informação produzida no ambiente das instituições,
sendo desenvolvidos, implementados e mantidos por elas”. (TOMAÉL e SILVA, 2007).
Lynch (2003), afirma que repositório institucional é “um conjunto de serviços que uma
universidade oferece aos membros de sua comunidade, a fim de gerenciar e disseminar
materiais digitais criados pela instituição e membros da comunidade. (LYNCH, 2003,
apud TOMAÉL E SILVA, 2007). De acordo com o IBICT81 ,
Os repositórios digitais (RDs) são bases de dados online que reúnem de
maneira organizada a produção científica de uma instituição ou área
temática. Os RDs armazenam arquivos de diversos formatos. Ainda,
81
Informações retiradas do site do IBICT, sobre Repositórios Digitais.
101
resultam em uma série de benefícios tanto para os pesquisadores
quanto às instituições ou sociedades científicas, proporcionam maior
visibilidade aos resultados de pesquisas e possibilitam a preservação da
memória científica de sua instituição. (IBICT, 2015).
RESULTADOS ESPERADOS
O projeto ainda está em andamento, com probabilidades de entrar em
funcionamento até julho de 2015. A biblioteca, como unidade de informação, é um
centro difusor de cultura e conhecimento e tem por mérito atender à comunidade
acadêmica bem como à comunidade em geral. Entende-se que os meios pelos quais a
biblioteca usará para atender a demanda dos usuários, venha atender as necessidades
informacionais ao qual ela está inserida. Portanto, espera-se que o RI venha auxiliar nas
atividades da biblioteca melhorando os fluxos informacionais entre ela e o usuário,
evitando desperdícios de tempo e serviço, promovendo, assim, a satisfação de todos.
REFERÊNCIAS
IBICT. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Repositórios
digitais. Disponível em:< http://www.ibict.br/sobre-o-ibict >. Acesso em: 13 mar. 2015.
TOMAÉL, Maria Inês; SILVA, Terezinha Elisabeth. Repositórios institucionais: diretrizes
para políticas de informação. In: ENANCIB – ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 8, 2007, Salvador, Bahia. Anais eletrônicos...Salvador:
UFBA. Disponível em: < http://www.enancib.ppgci.ufba.br/artigos/GT5--142.pdf >.
Acesso em: 12 mar. 2015.
102
A importância do ISBN para o mercado editorial 82
Dártony Diocen Teixeira Santos
Gilson Pinheiro da Silva
Hugo Lobo Júnior
Kellen Rodrigues Martins
Keyla Rosa de Faria²
Luciana Candida da Silva³
Em meados de 1960, editoras desenvolviam seus próprios métodos de
identificação dos livros que publicavam, usufruindo de controles internos. Porém, com o
aumento de livros publicados, surgiu a necessidade de um controle universal para a
identificação dos livros sendo este um facilitador no ramo editorial. Como cada editora
utilizava de uma forma de organização particular e interiorizada, a dificuldade de
controles dessas informações foi ficando cada vez mais difícil. No ano de 1972 o ISBN
torna-se norma padrão instituída pela (Organização Internacional de Normalização) ISO.
A Biblioteca Nacional é responsável por supervisionar a agência técnica do ISBN. Ele é
atribuído a cada título independente, cada um dos volumes de uma obra, as reedições
que apresentam mudanças de encadernação, formato, livros editados em conjunto por
mais de um editor.
Quando pensamos que muitos livros são editados em pequenas gráficas pelos
autores, ou os autores participam de projetos culturais nos seus respectivos Estados,
recebendo verbas para editarem seus livros, e com isso vêem a idealização de um sonho,
partindo deste princípio os autores e as pequenas gráficas não pensarão nas normas a
82 Trabalho apresentado no 8ºCongresso e Feira de Informação e Comunicação: Mídias Interativas e Interações Sociais. De
27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia-Go.
²Estudantes do 3º período de graduação em Biblioteconomia, da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade
Federal de Goiás. E-mail: [email protected], [email protected], [email protected],
[email protected], [email protected]. ³Co-autora. Mestra em Ciência da Informação pela UnB, coordenadora do curso de Biblioteconomia da UFG e professora da
mesma instituição. E-mail: [email protected]
103
seguir, mas um verá o lado financeiro, e o outro a realização do sonho, provocando assim
uma fissura no Controle Bibliográfico Universal.
A partir desta análise surgem os questionamentos quanto à seguridade do
controle bibliográfico, levando em conta que uma das formas deste, permite algumas
falhas quanto à impressão de objetos sem o uso do (Internacional Standard Book
Number) ISBN, o qual é a fonte principal de informação do material editorial impresso. O
resultado da pesquisa com pequenos editores na cidade de Goiânia, onde a principal
reclamação é o custo para se adquirir o ISBN, e depois a burocracia para se inscrever
como editor na Biblioteca Nacional. Por esses motivos disseram, que por inúmeras vezes
preferiram imprimir o livro sem o seu código de controle. Segundo Chartier (2009),
primeiro se é livreiro, primeiro se é impressor e, porque se é livreiro ou gráfico, se
assume uma função editorial. Partindo desta visão percebo que função básica do editor é
a inscrição do material editado no código normalização. Nem mesmo a muita
tecnologia implantada hoje nos dará uma certeza quanto ao uso correto do ISBN. Novas
ferramentas estão sendo criadas para que além de recuperar, possa disseminar a
informação internacional. Expomos aqui a importância do ISBN, para o mercado
editorial, o qual tem ligação direta com os cientistas da informação. Percebe-se que o
ideal é criar novas políticas de normalização, deverá contar com inúmeras parcerias, e
um novo controle bibliográfico, que alcance os anseios desta sociedade contemporânea.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Alice Princípe. Novos rumos da catalogação. Rio de Janeiro : BNG/Brasilart,
1978.
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Manual do editor: com tabelas de assuntos do ISBN. Rio
de Janeiro, 1997.
CAMPELLO, Bernadete. Introdução ao controle bibliográfico. 2. ed. Brasília, DF :
Brinquet de Lemos, 2006.
CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ou navegador. 1° reimpressão. São
Paulo, SP : Imprensa Oficial, 2009.
104
CUNHA, Antônio Geraldo. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4. ed. Rio de
Janeiro : Lexicon, 2010.
LINDOSO, Felipe. ISBN, Biblioteca Nacional e Metadados: problemas conjugados.
Disponível em: < http://oxisdoproblema.com.br/?p=1546>. Disponível em: 04 abr.
2015.
MACHADO, Ana Maria Nogueira. Informação e controle bibliográfico: um olhar sobre a
cibernética. São Paulo : UNESP, 2003.
Panorama nacional: a busca por um código de catalogação
Andressa Sá Teles Lourenço83
Victória Rodrigues Cywinski
Yasmine Adya dos Santos
Luciana Candida da Silva84
Ao analisar o histórico da catalogação, nota-se a importância do processo
evolutivo em busca de implementar um código internacional que atenda a necessidade e
atuação do profissional bibliotecário com a demanda do crescente do acervo
documentário. Apontando a importância da catalogação na área de Biblioteconomia com
base em publicações e pesquisas acadêmicas científicas, inspirando-nos na metodologia
didática de bibliotecários como: Alice Príncipe Barbosa, Eliane Serrão Alves Mey, Naira
Christofoletti Silveira, entre outros bibliotecários influentes na história da
biblioteconomia. Retratando acontecimentos marcantes a partir da década de 30 quando
iniciou discussões sobre a possível solução desta problemática até os dias atuais e as
83 Graduandas do 3º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás.
84 Mestra em Ciência da Informação pela UnB, coordenadora do curso de Biblioteconomia da UFG e professora da mesma
instituição. E-mail: [email protected]
105
novas tendências. Compreendendo a necessidade de aprimoramento da área e a
importância da Biblioteconomia, que é a área que lida com o gerenciamento, o
planejamento e a preservação da informação de diversas áreas do conhecimento.
Pode - se dizer que é milenar a criação das primeiras bibliotecas existentes do
mundo. Em meados de 288 a.C foram surgindo produções significativas, tornando
necessária a preservação dos registros históricos de acordo com a evolução e assim a
necessidade de um ambiente onde esses documentos pudessem serem guardados. Com
o acúmulo desses materiais houve a necessidade de expansão da biblioteca que foi
expandindo e disseminando-se juntamente com o crescimento territorial, populacional e
material. No decorrer desses anos, essas modificações acarretaram no surgimento de
especialistas na organização dos acervos e regras seriam necessárias para que
pesquisadores tivessem acesso a tais informações de forma organizada e precisa,
surgindo então, as escolas de biblioteconomia. O Conselho Federal de Biblioteconomia
considera que a área passou a existir no Brasil após a criação do primeiro curso de
Biblioteconomia, em 1911. Posteriormente, o curso foi sendo disseminado dentre as
universidades federais brasileiras consequentes das necessidades, inclusive a de criação
de um código brasileiro de catalogação que atendesse a todas as bibliotecas existentes
no Brasil e no mundo. Através da catalogação, cientistas são guiados pela busca de
normas, exprimindo um dos principais objetivos da catalogação que consiste em
recuperar a informação.
Objetivamos então, apontar tais acontecimentos de forma exemplificada em
âmbito nacional, justificando os meios pelos quais levaram tais profissionais
organizarem eventos decorrentes pelos quais fossem discutidas propostas de
aprimoramento da nossa área e dos meios utilizados para a organização da informação.
Utilizando de trabalhos acadêmicos e literários criados pelos próprios profissionais da
área com o intuito de apresentar esse histórico e incentivar estudantes de
biblioteconomia e futuros bibliotecários.
Palavras-chave: Catalogação – História. Representação descritiva – Brasil.
106
Referências
PIRES, Erik André Nazaré. A catalogação na contemporaneidade: recurso, descrição e
acesso. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA,
DOCUMENTAÇÃO, CIÊNCIA E GESTÃO DA INFORMAÇÃO, [35], Belo Horizonte: [s.n.],
2012. Disponível em:
<http://rabci.org/rabci/sites/default/files/A%20cataloga%C3%A7%C3%A3o%20na%
20contemporaneidade%20-%20Recurso%20-
%20Descri%C3%A7%C3%A3o%20e%20Acesso.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2015.
CAMPELLO, Bernadete. Introdução ao controle bibliográfico. 2.ed. Brasília, DF:
Briquet de Lemos/Livros, 2006.
BAPTISTA, Dulce Maria. O impacto dos metadados na representação descritiva. Revista
ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, Florianópolis, v.12, p.177-
190, jul-dez 2007.
MODESTO, Fernando. Panorama da catalogação no Brasil: da década de 1930 aos
primeiros anos do século XXI. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA,
DOCUMENTAÇÃO, CIÊNCIA E GESTÃO DA INFORMAÇÃO, 22, DF: [s.n.], 2007. Disponível
em: <http://www.eca.usp.br/prof/fmodesto/textos/2007PanoramaCatalogaca o.pdf>.
Acesso em: 30 mar. 2015.
MEY, Eliane Serrão Alves; SILVEIRA, Naira Christofoletti. Catalogação no plural.
Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 2009.
Espaço na difusão científica: o laboratório não é o centro da comunicação
Marina Muniz Mendes85
João de Melo Maricato86
85 Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação, mestrado em Comunicação, Cultura e Cidadania, da FIC/UFG.
E-mail: [email protected]
107
A difusão científica é, essencial, para a legitimação da ciência, visto que é através deste
processo que ocorre a avaliação pelos pares, ou seja, pelos demais pesquisadores. É
também através da difusão que se dá a popularização da ciência; que a população em
geral toma conhecimento sobre questões relacionadas à Ciência, Tecnologia e Inovação
(C&TI).
Bueno (1985) revisita três conceitos inerentes ao processo de comunicação da ciência:
difusão, disseminação e divulgação. Este artigo toma como base tais conceitos, mas
propõe uma discussão que vai além do processo aristotélico de comunicação, ou seja,
tira o foco do modelo: emissor, receptor, mensagem e canal. O objetivo é jogar luz ao fato
da comunicação científica ter a ver com sujeitos que compartilham o mundo.
Quando falamos do espaço do laboratório, espaço tradicional de produção do
conhecimento técnico-científico, podemos discutir o preto no branco, a composição
cenográfica, as dimensões, quantidade de luz, iluminação, etc. Mas, sob o viés humanista,
as discussões não são geradas por medições ou padronizações.
O laboratório não é o centro da comunicação científica, afinal a abordagem do espaço
não é apenas matemática. O centro do imaginário do fazer ciência pode ser o laboratório,
entretanto, o espaço da comunicação científica não se restringe ao espaço físico onde
ocorrem as investigações científicas.
A respeito disso, temos que o laboratório adquire importância diferente quando
comparamos seu uso em relação ao que os acadêmicos costumam dividir como hard
sciences (ciências duras) e soft sciences (ciências brandas, flexíveis ou suaves). O espaço
social e o espaço vivenciado são diferentes se compararmos as hard sciences e as soft
sciences; bem como é diferentes se adentrarmos suas diferenças em relação às múltiplas
ciências.
O laboratório foi a arena de criação para as armas nucleares. Mas, o mesmo laboratório
não é, necessariamente, o ambiente de discussão acerca dos problemas sociais gerados a
86 Doutor em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo (USP). Professor do Programa de Pós-
Graduação, mestrado em Comunicação, Cultura e Cidadania, da FIC/UFG.
108
partir do uso das armas nucleares. O cientista de humanidades, diferentemente do
cientista de exatas, apresenta maios flexibilidade no espaço reservado à produção de
ciência.
O espaço da ciência pode, inicialmente, ser dado a partir de um espaço físico, como o
laboratório. Mas, a partir do espaço físico, por meio da abordagem de espaços
vivenciados e de espaços socais, nota-se a produção de novos espaços, onde cientistas
entre si (disseminação) ou cientistas e a sociedades (divulgação) põem-se em acordo
sobre a ciência.
Comunicar é lidar com esse espaço produzido. Sem a possibilidade de diálogo não há
comunicação. Afinal, dentro da difusão científica falamos de sujeitos que compartilham o
mundo e não de ação e reação. Comunicação é diálogo e reflexão; logo sem o
compartilhamento de espaços não há difusão científica.
A dinâmica de vida da ciência é inerente à comunicação. Para haver validação entre os
pares é necessária dialogicidade entre os cientistas, bem como reflexão acerca da
produção. E esse processo ocorre a partir do compartilhamento de espaços comuns (não
somente físicos) entre os pesquisadores.
O que está em jogo na divulgação científica não é, simplesmente, o fato de divulgar
informações científicas e tecnológicas à sociedade. O ato em si não é a essência. A função
comunicacional, logo espacial, apresenta-se como cerne do objetivo da divulgação. O que
importa é o diálogo a respeito de questões de CT&I.
REFERÊNCIAS
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
BOLLNOW, Otto. O homem e o espaço. Curitiba: Editora UFPR, 2008.
BUENO, Wilson. Jornalismo científico: conceito e funções. Ciência e Cultura (SBPC), v.
37, n. 09, p. 1240-1247, 1985.
LEFEBVRE, Henri. The production of space. Oxford: Blackwell Publishing, 1991.
109
Panorama mundial da catalogação
Dênis Junio de Almeida87
Eveline Pinheiro de Lima
Lettícia Oliveira de Sousa
Lucilanda Rodrigues Penha Lima
Roselene Paula Resende Medeiros
Luciana Candida da Silva88
Ao decorrer da História, os profissionais da informação, denominados de forma
própria a cada um em seus contextos, constataram a necessidade e importância de
transmitir as informações contidas em seus acervos.
De acordo com Manguel (1999, p. 217):
Os volumes tinham que ser colecionados em grande número, pois o
objetivo grandioso da biblioteca era abrigar a totalidade do
conhecimento humano. Para Aristóteles, colecionar livros fazia parte
das tarefas do intelectual, sendo necessário “a título de memorando”. A
biblioteca da cidade fundada por seu discípulo [Teofrasto] deveria ser
simplesmente uma versão mais vasta disso: a memória do mundo.
Percebe-se que em, toda a História, os profissionais da informação adotavam
procedimentos necessários e disponíveis à sua época para organização e recuperação de
seu acervo.
Campello (2006, p.1) destaca que “o enorme catálogo da biblioteca de Alexandria,
organizado por Calímaco (c.305 a.C – 240 a.C), poeta e bibliotecário grego, pode ser
87Graduandos do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás. Emails: [email protected],
[email protected], [email protected], [email protected], [email protected].
88 Mestra em Ciência da Informação pela UnB, coordenadora do curso de Biblioteconomia da UFG e professora da mesma
instituição. E-mail: [email protected]
110
considerado marco na história do controle bibliográfico”. Alguns procedimentos
adotados naquela época são utilizados até os dias de hoje, tais como classificação e
catalogação.
“A catalogação compreende três partes: descrição bibliográfica, pontos de acesso
e dados de localização”. (MEY, 1995, p. 38).
É notório que, devido aos avanços tecnológicos, os ambientes informacionais,
assim como os recursos, os suportes de conteúdos e as formas de acesso, sofreram
modificações ou adequações de acordo com as exigências e necessidades dos usuários.
Oliver (2011, p.2) explica que:
As mudanças que se verificaram no ambiente da catalogação entre as
décadas de 1960 e 2000 foram enormes, não somente por causa da
rápida proliferação de novos tipos de publicações, novas formas de
conteúdo e novos suportes de conteúdo, mas também porque a
passagem para um ambiente de rede em linha alterou qualitativamente
a maneira como a biblioteca e seus usuários realizaram suas atividades.
A catalogação, desde os tempos primórdios, constitui-se em uma prática de
representação da informação registrada nos mais variados suportes, com vista a sua
recuperação. Por meio de instrumentos - códigos de catalogação, listas de cabeçalhos de
assunto e tabelas de classificação – o catalogador organiza a informação com o objetivo
de fornecer o acesso ao conhecimento estruturado. Dessa forma, este estudo pretende
apresentar a contribuição da catalogação para recuperação da informação desde os
primórdios até os dias de atuais.
Sendo assim, averiguou-se ao longo da história da catalogação que muitos padrões
foram utilizados, procurando atender às demandas dos usuários e a necessidade de
conservação das informações armazenadas em acervos. Mencionamos a origem da
catalogação, seu conceito e histórico.
Diante de tantas mudanças e aumento na quantidade de registros, percebeu-se a
necessidade de redefinir as funções do catálogo, dando foco para o usuário. Isso significa
111
que a história da catalogação criou as diretrizes traçadas hoje, através de processos
catalográficos que visavam à eficácia das operações da biblioteca.
Portanto, os Princípios Internacionais de Catalogação foram indispensáveis para
a normalização internacional dos códigos de catalogação existentes e para a evolução da
catalogação, justamente por trazer uma nova visão sobre o tratamento de recursos
bibliográficos.
A recuperação da informação, portanto, só é bem sucedida quanto o documento é
analisado e representado com as informações pertinentes e quando é organizado de
forma a facilitar a guarda, localização, a busca, a recuperação e a satisfação dos usuários.
REFERÊNCIAS
CAMPELLO, Bernadete. Introdução ao controle bibliográfico. 2.ed. Brasília, DF: Briquet
de Lemos, 2006.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. Tradução: Pedro Maia Soares. São Paulo:
Companhia das Letras, 1999.
MEY, Eliane; SILVEIRA, Naira. Introdução à catalogação. Brasília, DF: Brinquet de Lemos,
1995.
OLIVER, Chris. Introdução à RDA: um guia básico. Tradução: Antonio Agenor. Briquet de
Lemos. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2011.
Catalogação Cooperativa vs Catalogação Centralizada:
Um estudo das vantagens e desvantagens
Anna Karolina Barbosa Silva 89
Bruno Gonçalves dos Reis
Mírian Raíza dos Santos Castro
89
Graduandos em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. E-mails: [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected].
³ Mestra em Ciência da Informação pela UnB, coordenadora do curso de Biblioteconomia da UFG e professora da
mesma instituição. E-mail: [email protected].
112
Quedma Ramos da Silva
Luciana Cândida da Silva ³
Catalogação é a descrição detalhada de um item que tem por finalidade
representá-lo em algum centro informacional, visa agilizar a procura deste item no
acervo. A catalogação vem de um extensivo e variado histórico. A catalogação tem alguns
tipos e nesse estudo daremos enfoque a catalogação cooperativa e a catalogação
centralizada, focando em suas vantagens e desvantagens.
Catalogação cooperativa para Barbosa (1978, p.71) é o trabalho realizado por
várias bibliotecas e enviado a uma central que se encarrega de normalizar e reproduzir
suas fichas e distribuí-las a uma coletividade. Um exemplo é a catalogação
compartilhada. A catalogação cooperativa tem como objetivo primordial realizar o
intercâmbio das informações bibliográficas e catalográficas. As vantagens desse tipo de
catalogação é a precisão no trabalho, uma vez que são vários profissionais trocando
informações e experiências, essa cooperação na catalogação traz economia de tempo e
custos; atualmente a catalogação compartilhada está além do intercâmbio de
metadados, podendo até mesmo compartilhar o texto por completo e o crescimento do
acervo sem gerar custos com processamento técnico. Já as desvantagens é que os
sistemas que fazem parte da rede de cooperação bibliográfica são diferentes, para que
haja uma comunicação adequada e necessária que seja utilizado à mesma linguagem;
caso o bibliotecário e o analista de sistema não tenham conhecimento de códigos como
AACR2 entre outros sistemas e normas, ocorrerá conflito de informações; falta de
credibilidade ou confiança no trabalho realizado por outro bibliotecário, e
consequentemente a falta de uso da norma NBR 10524 da (ABNT) Associação Brasileira
de Normas Técnicas que padroniza a folha de rosto de um livro e quando não feito de
uma forma padrão pode ocorrer ambiguidades nas buscas, fazendo com que seja
utilizado maior espaço no armazenamento de banco de dados com informações
desnecessárias.
Segundo Mercadante (2007?, p. 2) catalogação centralizada é o sistema que
funciona a partir de bibliotecas centrais. Nelas são feitas as fichas catalográficas das
113
obras e, após esse processo, essas informações são distribuídas às outras bibliotecas
pertencentes ao sistema. A catalogação centralizada surge em meados de 1901, quando
Melvil Dewey faz um discurso em uma conferência da ALA realizada em Winconsin. Ele
justifica a necessidade de um programa de catalogação cooperativa e centralizada. Nesta
mesma conferência a (LC) Library of Congress é votada como a central de catalogação.
Centralizada, ao contrário é o trabalho feito por uma Central para
atender as necessidades de departamentos, filiais, etc. É um tipo
de catalogação muito comum em universidades, ou onde a
aquisição planificada seja adotada. É muito mais perfeita e
uniforme do que a cooperativa. A catalogação-na-fonte é um
exemplo de catalogação centralizada. (BARBOSA, 1978, p.71).
A catalogação centralizada é feita através de fichas catalográficas por meio de
uma biblioteca central após isso distribuídas as demais que fazem parte da mesma rede.
As vantagens desse tipo de catalogação são que as obras são catalogadas somente uma
vez; existência apenas de um catálogo; agilidade na recuperação e na disseminação;
interpretação clara dos códigos utilizados e liberdade de inclusão de informações
adicionais para bibliotecários e para usuários. (Ex: notas que auxiliam a busca do
catálogo, notas de justificando a forma de escolha do ponto de acesso). Já as
desvantagens são a demora das centrais repassarem as fichas catalográficas às demais
bibliotecas; número de obras não catalogada, devido à grande demanda para uma só
biblioteca e cada biblioteca obter o seu próprio sistema.
A metodologia usada tem por base explicar, buscar análises feitas em artigos,
livros e conceitos, para isso foi feita uma pesquisa qualitativa, que não busca coletar
dados e sim compreender e explicar e desenvolver conceitos, teorias, idéias e ideais.
Os resultados mostraram que esses dois tipos de catalogação não têm um melhor
que o outro, mas sim que cada um funciona dependendo da necessidade do centro
informacional que o bibliotecário que o utiliza estiver atuando. Conclui-se então que este
estudo é essencial para auxiliar estudantes do curso de biblioteconomia e a ciência da
informação.
114
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Alice Príncipe. Novos rumos da catalogação. Rio de Janeiro, 1978. 245p. Ed.
BNG/Brasiliart.
BRUNA, Dayane; ALVES, Emanuele. Catalogação: análise e parâmetros gerais da
representação da informação. In: ENCONTRO REGIONAL DE ESTUDANTES DE
BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO, GESTÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 14, 2011,
Maranhão. Anais eletrônicos... Maranhão: [s.n.], 2011. X p. P. X–Y. Disponível em:
http://rabci.org/rabci/sites/default/files/Cataloga%C3%A7%C3%A3o%20an%C3%A1
lise%20e%20par%C3%A2metros%20gerais%20da%20representa%C3%A7%C3%A3o
%20da%20informa%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 26 mar. 2015.
MEY, Eliane; SILVEIRA, Naira. Introdução à catalogação. Rio de Janeiro: Brinquet de
Lemos, 1995. 123p.
OLIVEIRA, Claudete Soares; COTTA, Evelin Stahlhoefer. A catalogação cooperativa no
sistema de bibliotecas da UFRGS: relato de experiência do grupo de estudos em
catalogação. I ENACAT. [S.I]: 2012. Disponível em:
http://pt.slideshare.net/giovanagodinho1/a-
catalogacaocooperativanosistemadebibliotecasdaufrgsrelatodeexperienciadogrupodees
tudosemcatalogacao. Acesso em: 28 mar. 2015.
SANTOS, Erika Alves. Catalogação cooperativa: propósitos, vantagens e desvantagens.
FEBAB. Curitiba, 2005.
PEREIRA, A. M; SANTOS, P. L. V. A. da C. O uso estratégico do uso das tecnologias em
catalogação. Cadernos da F. F. C., Marília, v. 7, n. 1/2, p. 121-13, 1998. ISSN 1415-868x.
BALBY, C. N. Formatos de intercâmbio de registros bibliográficos: conceitos básicos.
Cadernos da F. F. C., Marília, v.4, n.1, p.29-35, 1995.
MERCADANTE, L. Integração a redes de catalogação cooperativa: Unicamp x
Bibliodata/Calco. Cadernos da F. F. C., Marília, 1995.
115
Diário Oficial do Estado de Goiás:
proposta de requisitos de arquitetura da informação para representação da
informação oficial digital.
Sueliton Ribeiro de Sousa 90
Martha Izabel de Souza Duarte orientadora91
As instituições públicas têm obrigação constitucional de garantir a publicidade dos seus
atos por meio de uma fonte oficial. O Diário Oficial do Estado de Goiás é a principal fonte
de informação, com o objetivo de promover e divulgar todos os atos do Governo do
Estado, dando publicidade aos atos oficiais. O Diário Oficial é um periódico oficial de um
ente federativo, no qual são publicadas as leis, decretos, portarias, despachos, boletim
oficial entre inúmeros outros documentos. Dentre o universo de informação, as
publicações oficiais são denominadas de literatura cinzenta devido ao pouco acesso das
fontes de informação junto ao público leitor e ter um profissional que utilize as técnicas
biblioteconômicas e que seja responsável na indexação, tratamento e preservação desta
informação é fundamental. Este é um dos assuntos que configuram os desafios do
profissional bibliotecário no século XXI. O estudo examina as condições que o Diário
Oficial do Estado de Goiás oferece ao acesso à informação que veicula. A literatura
adotada para formular um quadro de referência para análise do DOE-GO é voltada para
as temáticas de publicação oficial; arquitetura de informação, e usabilidade. A
metodologia utilizada permitiu, além do embasamento teórico, a análise do Design
Centrado no Usuário, e por meio da aplicação de questionário, analisado pela escala
Likert, verificou-se a visão dos usuários sobre a recuperação das informações do Diário a
partir dos quatro Sistemas essenciais da Arquitetura de Informação: organização,
navegação, rotulação e busca. Em conclusão constatou-se que a grande maioria das
90
Bacharel em Biblioteconomia, formado pelo Curso de Biblioteconomia da UFG 2015/1 e e-mail. 91
Martha Izabel de Souza Duarte, Biblioteconomista, Advogada, Especialista em Sistemas de Informação
Automatizados pela PUC/Campinas e Direito Civil e Processo Civil pela UCDB. Professora Substituta do Curso
de Biblioteconomia a UFG 2013/201. [email protected]
116
informações contidas no DOE-GO encontram-se omitidas, devido a difícil recuperação
que o portal oferece. Tal fato fere o direito de acesso à informação oficial do Estado de
Goiás.
REFERÊNCIAS
GOIÁS. Agência de Comunicação. Diário Oficial do Estado de Goiás. Disponível
em:<http://www.agecom.go.gov. br/diario/> Acesso em: 22 mar. 2014.
ANDRÉA, Carlos D’. Estratégias de produção e organização de informações na web:
conceitos para a análise de documentos na internet. Ci. Inf., Brasília, v.35, n. 3, p. 39-44,
set./dez. 2006.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação. Departamento de Governo Eletrônico. Indicadores e métricas
para a avaliação de e-Serviços. Brasília: MP, 2007. 44 p.
DERVIN, B; CLARK, K.D. Communication as Cultural Identity: the invention mandate.
Media Development, v. 36, n. 2, p. 5-8. 1989.
FERREIRA, Simone Bacellar Leal; LEITE, Julio Cesar Sampaio do Prado. Avaliação da
usabilidade em sistemas de informação: o caso do sistema submarino. RAC, v. 7, n. 2,
abr./jun. 2003. 115-136.
LIKERT, R. A technique for the measurement of attitudes. Archives of Psychology , v. 22,
n. 140, 1932.
PASQUALI, L. Psicometria: teoria dos testes na psicologia e educação. Petrópolis: Editora
Vozes, 2003.
REIS, Guilhermo Almeida dos. Centrando a Arquitetura de Informação no usuário. São
Paulo, 2007. Dissertação (Mestrado) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de
São Paulo.
REZENDE, Ana Paula. Pesquisa jurídica em fontes eletrônicas. In: PASSOS, Edilenice
(Org.). Informação jurídica: teoria e prática. Brasília: Thesaurus, 2004. p. 173-188.
ROCHA, Lucylene Valério. Análise da busca, uso e avaliação dos serviços da biblioteca
pelos assessores de ministros do Supremo Tribunal Federal em relação as suas
117
necessidades de informação jurídica. Brasília, DF: Faculdade de Ciência da Informação,
2011.
TECNOLOGIA da informação: oportunidades de negócios digitais. Campinas: Grupo
Instituto Inovação, 2006. Disponível em: < http://inventta.net/wp-
content/uploads/2010/07/Tecnologia-da-Informacao-Oportunidades-de-negocios-
digitais.pdf> Acesso em: 12 abr. 2014.
TOMAÉL, Maria Inês; ALCARÁ, Adriana Rosecler; SILVA, Terezinha Elisabeth da. Fontes
de Informação na Internet: critérios de qualidade. In: TOMAÉL, Maria Inês. (Org.). Fontes
de informação na Internet. Londrina: EdUEL, 2008. p. 3-28.
Catálogos informatizados para o acesso à informação:
estudo sobre a usabilidade do catálogo on-line SophiA
Amanda Oliveira dos Santos92
Mayra Rosa de Camargo93
Tatielle Marques Cunha94
Thays Oliveira Alvarenga95
Luciana Candida da Silva96
Pode-se afirmar que, com o intuito de diminuir o tempo no processo de busca e
recuperação de um documento, os catálogos foram aperfeiçoados com a preocupação
cada vez maior de representar o material informacional em bibliotecas e unidades de
informação. Logo, a presença das tecnologias e a necessidade de informação com a
92
Graduanda do 5º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected] 93 Graduanda do 5º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected] 94
Graduanda do 5º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected] 95 Graduanda do 5º período de Biblioteconomia pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected] 96 Mestra em Ciência da Informação pela UnB, coordenadora do curso de Biblioteconomia da UFG e professora da mesma
instituição. E-mail: [email protected]
118
maior praticidade e rapidez ressignificou o uso de catálogos, que passaram de manuais
para on-line, e modificou acesso e layout da recuperação de informação.
Um catálogo externo não deve apenas atender as necessidades das instituições,
mas principalmente dos usuários, visto que são estes os que realizam a busca do item
que desejam. Há então várias possibilidades de acesso, das quais o sistema de
gerenciamento de bibliotecas SophiA contempla o “terminal, web e versão mobile”, para
poupar o tempo do usuário, já que ele não precisa deslocar-se à biblioteca para consultar
o catálogo. Uma avaliação nessa perspectiva é, senão, necessária para manter sua função
essencial de instrumento de comunicação acervo-usuário, possibilitando acesso à
informação e melhorando-o com o propósito de atender as necessidades de seus
usuários. Estudos como este pretendem não só incitar discussões sobre vantagens e
desvantagens de catálogos, como refletir sobre sua relevância enquanto instrumento
fundamental no processo de recuperação da informação.
O artigo objetivou avaliar as dificuldades dos usuários na recuperação do
material informacional na Biblioteca Central da UFG, a partir do catálogo informatizado,
analisando o procedimento de busca, para avaliar as vantagens e desvantagens na
utilização do catálogo on-line SophiA. Buscou-se propor mudanças na forma de
treinamento na utilização do catálogo a partir da apresente dificuldade do usuário.
Foi aplicado, portanto, um questionário misto com 12 perguntas abertas e
fechadas, no que tange à usabilidade do catálogo utilizado pela Biblioteca Central da
Universidade Federal de Goiás. Tem amostragem de 15 indivíduos, escolhidos
aleatoriamente, a fim de observar o usuário em seus procedimentos operacionais de
consulta, além de avaliar o catálogo on-line da universidade, ressaltando as maiores
dificuldades na recuperação da informação.
A partir da análise dos dados, foi diagnosticado que a maioria dos usuários
concorda que o catálogo oferece informações necessárias dos itens documentários, mas
que o treinamento ofertado pela biblioteca para o uso do catálogo é insuficiente, dessa
forma refletindo negativamente nas formas de busca e recuperação da informação.
Conclui-se que esse problema poderá ser solucionado com um treinamento mais efetivo
119
e voltado às dificuldades do usuário, tornando-o capacitado para buscar, localizar,
recuperar e utilizar as informações disponibilizadas pela biblioteca.
REFERÊNCIAS
SILVEIRA, Alex da. A usabilidade em catálogos On-line. Rio de Janeiro: [s.n.], 2003.
Disponível em: <http://alexdasilveira.com/wp-content/uploads/2010/01/bi1328.pdf>.
Acesso em: 30 mar. 2015.
SIBI UFG. Disponível em: <https://bc.ufg.br/p/980-historico>. Acesso em: 02 abr. 2015.
PORTAL SOPHIA. Disponível em: <http://www.portalsophia.com.br/SobreBiblio-
teca.aspx>. Acesso em: 01 abr. 2015.
GT-6 – Gestão e políticas de informação
Análise de Redes Sociais
Análise da rede de coautoria da Universidade Federal de Goiás97
Eduardo Alves Silva98
Dalton Lopes Martins99
Análise da Rede de Coautoria da Universidade Federal de Goiás
Utilizando a análise de redes sociais como uma premissa para interações
humanas, tentamos com uso de ferramentas e uma base de dados traçar a rede de
coautoria da Universidade Federal de Goiás, utilizando essa rede como meio para
entender como funciona a relação entre os pesquisadores e como se conectam, seja
pelas diversas áreas de conhecimento ou por motivos individuais ou de importância no
97
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de
27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 98
Aluno do curso de Gestão da Informação, Bolsista PIBIC, Integrante do Laboratório de Politicas
Públicas Participativas (L3P). [email protected]. 99
Doutor em ciência da informação, docente na Universidade Federal de Goiás. [email protected].
120
assunto o qual tem formação, a rede de coautoria consegue demonstrar onde está
focalizado o desenvolvimento científico da universidade, assim como áreas que tem se
mostrado propicias a esse desenvolvimento, ou com menos força. As interações dessa
rede contemplam coautorias entre docentes da própria Universidade Federal de Goiás e
docentes de outras instituições que contribuíram com membros da universidade. Faz-se
necessário lembrar de que a base utilizada para o desenvolvimento da rede foi do site
Web Of Science, o qual tem cerca de 2,500 publicações relacionadas a UFG.
A escolha do Web Of Science se deve ao fato do projeto tentar analisar a coautoria
de maior impacto internacional da UFG, após se ter a base de dados em mãos, dá-se a
fase de tratamento e análise dos dados, para a criação da rede é necessário a criação de
bases de dados separadas contendo o nome dos autores e coautores e uma outra
contendo as relações entre eles, dessa forma é possível montar a rede no Gephi
(software para desenvolver e analisar redes). A partir dos dados foi possível verificar a
existência de 8,089 nós na rede, sendo os nós todos os autores/coautores que estão
presentes em todas as 2,500 publicações, dentre esses 8,089 autores que representam a
rede, temos 38,569 interações/ligações entre eles.
Faz-se necessário mencionar que relativamente as interações, acabam se
tornando um número tão grande pelo fato de uns estarem ligados aos outros. Por
exemplo, em determinado artigo temos os autores A, B e C, que escreveram o artigo em
conjunto, para criação da rede teremos interações entre, A e B, A e C, B e C, ao
pensarmos nisso como uma rede, teremos três nós onde dois estarão ligados ao autor A
e uma terceira ligação entre B e C, e todas essas interações são referentes a apenas um
artigo, ao levarmos em conta que existem artigos os quais têm até 19 autores, justifica-se
assim o tamanho da rede e sua importância.
Juntamente a análise de redes sociais, nesse caso aplicada a uma rede de
coautoria, existem diversos fatores que podem ser especificados e questionados, isso
torna a análise extremamente rica dando uma visão diferente para situações e
problemas que não ficavam claros anteriormente isso acontece pelo fato da rede nos
mostrar uma interação que acontece constantemente mas não está visível, na pesquisa e
a partir da rede criada é possível destacar as áreas a quais tem um peso maior em
121
relação a pesquisa dentro da instituição, a partir desse e de outros fatores, é possível
especular possibilidades, sejam elas para resolução de problemas ou para novos
problemas, os quais ainda não tinham sido percebidos.
Referências
SCOTT, J. Social Network Analysis. 3. ed. SAGE Publications Ltd, 2012.
UDDIN, Shahadat; HOSSAIN, Liaquat; ABBASI, Alireza; RASMUSSEN, Kim. Trend and
Efficiency Analysis of Co-authorship Network. Scientometrics, v. 90, n. 2, p. 687-699,
fev. 2012.
MARTELETO, R. M. Análise de Redes Sociais: aplicação nos estudos de transferência
da informação. Ci. Inf., Brasília, v. 30, n. 1, p. 7181, jan./abr. 2001.
Aplicabilidade de métodos analíticos em políticas públicas participativas100
Arlon da Silva Moreira101
Dalton Lopes Martins102
Barreiras informacionais no contexto da plataforma cultura digital.
A plataforma cultura digital consiste em um ambiente virtual web que agrega
pessoas e fluxo de conteúdos ligados à construção de políticas públicas e marcos
regulatórios, ou seja, pode ser compreendido como um canal de comunicação formado
pelas interações entre seus membros através de comunidades, blogs e fóruns, visando o
compartilhamento da informação e do conhecimento .
100
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de
27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 101
Graduando em Gestão da Informação, Bolsista no L3P (Laboratório de Políticas Públicas Participativas),
[email protected]. 102
Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo, Brasil(2012), Professor Doutor da
Universidade Federal de Goiás, Brasil. [email protected].
122
Considerando este cenário, algumas barreiras estão presentes em situações de
comunicação e compartilhamento, que ocorrem através do suporte de mecanismos
tecnológicos, na qual a mensagem do emissor não alcança o receptor, devido a ruídos
que interferem no processo de comunicação. Conforme elucida Maria Freire (1991), os
mecanismos de mediação entre os indivíduos receptores e emissores da mensagem, são
capazes de distorcer os sinais e o sentido da mensagem original, transformando-a em
uma nova mensagem e assumindo, para o receptor, o papel de explorador, ou seja,
perdendo a sua real funcionalidade.
Desta forma, os métodos analíticos são uma atribuição importante para
compreensão do comportamento dos usuários, possibilitando o levantamento de
possíveis barreiras enfrentadas pelos mesmos, o que induz à questões como: “Como, e
quais métodos analíticos devem ser aplicados para identificar as barreiras
informacionais existentes na plataforma cultura digital?”, “Quais barreiras
informacionais enfrentadas pelos usuários da plataforma cultura digital que
comprometem a busca, uso e acesso a informação?”.
Aplicando metodologias analíticas para o levantamento de barreiras e
compreensão dos usuários.
As barreiras informacionais dificultam a comunicação e interação entre os
indivíduos, interferindo na capacidade dos usuários de compartilharem seus
conhecimentos, reduzindo a eficiência e a usabilidade da plataforma. Diante disso,
metodologias analíticas serão aplicadas em primeiro momento para identificar os perfis
dos usuários da informação, identificando nível de escolaridade, profissão, localização
geográfica, classes de uso informacional, e a assiduidade dos usuários, ou seja, em um
primeiro momento métricas serão utilizadas apenas com um caráter exploratório.
Em síntese, este trabalho compreende a necessidade de elucidar a importância da
análise de dados no desenvolvimento de métricas e indicadores, permitindo o
levantamento das características situacionais da plataforma cultura digital, além de
hipóteses sobre possíveis obstáculos vivenciados neste ambiente em relação ao
compartilhamento e comunicação da informação.
123
Referencias
DANTAS, C. S.; SILVA, T. V. G.; SOUZA, A. C. B. Processo de recuperação da informação:
barreiras encontradas pelos usuários. Biblionline, João Pessoa, v. 9, n. 1, p. 16-26, 2013.
CHOO, Chum Wei. The knowing organization: how organizations use information to
construct meaning, create knowledge, and make decisions. New York: Oxford University
Press, 1998.
FREIRE, I. M. Barreiras na comunicação da informação tecnológica. Ci. Inf., Brasília,
20(1):51-54, jan./jun. 1991.
BARROS, J. S.; CIUPAK, L. F.; PAIVA M. R.; TORMAÉL, M. I. Gestão do conhecimento:
Ações e ferramentas para a superação de barreiras no compartilhamento do
conhecimento. PontodeAcesso, Salvador, v. 4, n. 2, p. 33-57, set. 2010.
Planejamento bibliotecário: proposta preliminar para implantação de Biblioteca
Parque na Região Noroeste de Goiânia-GO103
Maria de Fátima Lopes Gomes104
Eliany Alvarenga de Araújo105
Este trabalho caracteriza-se como uma ação de planejamento bibliotecário, a
partir da formulação de proposta preliminar para a implantação de biblioteca parque na
região noroeste de Goiânia-GO. Para tanto, procurou-se construir um mapa sobre o mais
novo paradigma em bibliotecas, chamado de “Bibliotecas Parque”, através de artigos e
sites das próprias bibliotecas parque. O projeto de bibliotecas parque tem como
característica principal, ser instalado junto a áreas de risco. Vale salientar que tais
103
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 104
Estudante do 8º período de graduação do curso de Biblioteconomia, da Faculdade de Informação e Comunicação, da
Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected] . 105
Profª Drª do curso de Biblioteconomia, coordenadora do curso de Gestao da Informação, da Faculdade de Informação e
Comunicação, da Universidade Federal de Goiás, e orientadora do presente trabalho. E-mail: [email protected] .
124
bibliotecas estão se tornando referência mundial por serem vetores de transformação e
inclusão social.
OBJETIVOS
Caracterizar a região noroeste de Goiânia onde deverá ocorrer a implantação da
biblioteca
Realizar revisão de literatura sobre o tema: Bibliotecas Parque
Definir as políticas culturais e de convivência social a serem ofertadas pela
Biblioteca Parque;
Definir as características básicas da biblioteca parque (espaço físico necessário,
acervos, recursos humanos especializados, recursos tecnológicos, mobiliário,
recursos financeiros);
Identificar os principais problemas sociais vivenciados pela população da região
pesquisada.
Definir as ações para a implantação de Biblioteca Parque na Região Noroeste da
cidade de Goiânia-Goiás.
METODOLOGIA
A metodologia adotada foi o levantamento do histórico da região noroeste,
procurando conhecer o perfil dos seus moradores, como faixa etária, grau de
escolaridade, pontos fortes e fragilidades da região. Esta pesquisa é definida como
exploratória, descritiva e bibliográfica, de acordo com a coleta, por ter alicerce em bases
documentais. Gil (2007, p.43) afirma que a pesquisa exploratória tem a “finalidade de
desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias” e se apresentam com menor
rigidez no planejamento. Segundo o autor, geralmente, essas pesquisas “envolvem
levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de
caso”. O objetivo das pesquisas exploratórias é proporcionar uma visão geral acerca de
um determinado fato, principalmente quando o tema escolhido é pouco explorado.
CONCLUSÃO
Percebe-se que a realização da proposta preliminar de implantação da biblioteca
parque na região noroeste de Goiânia, é um salto importante para a formação e o
desenvolvimento da comunidade local. A finalidade, ao firmar parcerias com as
125
Secretarias de Governo do Estado de Goiás e com as Secretarias da Prefeitura de Goiânia,
é criar ambientes que despertem a curiosidade dos leitores, oferecer programações
diversificadas que atraiam os usuários até a biblioteca, instituir uma relação entre os
usuários, os livros e os responsáveis pela biblioteca. Esta é apenas uma proposta
preliminar sobre a possibilidade da criação da biblioteca parque nessa região, estudos
mais aprofundados poderão ser feitos posteriormente. Esperamos que esse estudo
possa contribuir, de forma decisiva, para a efetivação de uma política cultural baseada
em bibliotecas públicas para o município de Goiânia. Consideramos que um longo
caminho se apresenta a nossa frente, pois o desconhecimento sobre a importância social,
educacional e cultural das bibliotecas para as comunidades ainda é muito grande no
Brasil e em Goiás. Assim, o primeiro passo está sendo dado, no sentido de reunir dados,
informações, recursos e necessidades, para que juntos possamos iniciar a discussão e a
implementação da nossa biblioteca – a Biblioteca Parque da Região Noroeste de Goiânia.
REFERENCIA
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas,
2007.
Lei de acesso à informação: equipe interdisciplinar
para uma melhor aplicabilidade106
Filipe Reis107
João de Melo Maricato108
106
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 107
Mestrando em Comunicação e Graduado em Biblioteconomia pela Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da
Universidade Federal de Goiás (UFG). [email protected] 108
Doutor em Ciência da Informação pela USP, Professor na Universidade Federal de Goiás (UFG), Faculdade de
Informação e Comunicação (FIC).
126
Acesso à informação pública é um princípio primordial das sociedades
democráticas. A informação de interesse público deve ser disponibilizada pelo o Estado
como direito fundamental a todos os cidadãos. Os interesses coletivos permeiam a esfera
pública e os ideais de sociedade democrática vão perpassar por esses interesses. Uma
sociedade pautada pela transparência, pelo exercício da cidadania, pela participação ativa e
política do cidadão é o que consideramos como sociedade democrática. (ROSA; MAINIERI,
2012).
A comunicação pública (CP), estabelecida entre o Estado e o cidadão
compreende avanços em busca da cidadania plena. Bradão (2009) delimita cinco áreas
diferentes de conhecimento e atividade profissional para CP: 1) conhecimentos e técnicas
da área de comunicação organizacional; 2) comunicação científica; 3) comunicação do
Estado e/ou governamental (focado na necessidade para o desenvolvimento das instâncias
públicas da sociedade); 4) comunicação política; 5) estratégias de comunicação da
sociedade civil organizada (entendida como prática das responsabilidades de toda
sociedade, não exclusivamente dos governos).
Nota-se a múltiplas possibilidades para trabalhar a CP com vistas à efetivação de
direitos e ideais da plena cidadania. As leis são instrumentos que podem proporcionar
energia para as práticas cidadãs, o acesso à informação e a execução da LAI são exemplos
disso.
O período obscuro que o Brasil passou durante a ditadura militar provocou sigilo
quase total nas ações e informações governamentais. Entretanto, com a Constituição
Federal de 1988, há uma reabertura da democracia. Após algumas décadas, nasce à lei nº.
12.527, sendo promulgada em 18 de novembro de 2011, mais conhecida como LAI (Lei de
Acesso a Informação).
Com objetivos de fomentar o desenvolvimento de uma cultura de transparência
e o controle social da administração pública, através de procedimentos que facilitam e
agilizam a divulgação e o acesso de informações de interesse público, a LAI cria
´´ferramentas para que o cidadão promova o controle social necessário, não só de políticas
quanto dos usos dos cargos públicos (inclusive daqueles legitimados como representantes
dos interesses da coletividade).`` (DUARTE; THEORGA, 2012, p. 76)
127
Nesse contexto, a presente pesquisa discute as competências, formações, etc que
poderiam atuar com CP de modo a levar uma melhor aplicabilidade da LAI. As equipes
interdisciplinares, compostas por recursos humanos com formações distintas, podem trazer
contribuições para efetivação da LAI de forma mais qualitativa, dentre estes, destacam-se os
profissionais das áreas de Comunicação, Ciência da Informação e informática.
Diante do cenário apresentado, esta pesquisa teve abordagem qualitativa e
quantitativa, utilizando metodologia de análise documental para o seu desenvolvimento.
Buscou-se na Classificação de Ocupações Brasileira (CBO) as atividades que os profissionais
das áreas de informação, comunicação e informática são habilitados e comparou-se com as
exigências da LAI.
Após a análise das tabelas de atividades dos profissionais apresentados pela
CBO buscados (INFORMAÇÃO: arquivologia, biblioteconomia, gestão da informação;
COMUNICAÇÃO: jornalismo, relações públicas, publicidade e propaganda; INFORMÁTICA:
ciência da computação, engenharia de software, sistema de informação), percebeu-se que
todas recuperadas mencionam que tais profissionais são capacitados para trabalhar em
equipe. Além disso, identificou-se que todos os profissionais apresentam formações que
podem contribuir com os objetivos preconizados pela LAI.
Essa aplicação da LAI, contando com profissionais da área de Informação,
Comunicação e informática, atuando de maneira integrada, proporcionará maiores
possibilidades de que o cidadão brasileiro seja colocado como sujeito central desse processo
infocomunicativo. Estimula-se a construção de equipes capacitadas para promover melhor
efetivação da LAI. Tudo isso, pode contribuir para atingirmos ao tão sonhado acesso livre à
informação, possibilitando a construção da cidadania participativa mais efetiva.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Elizabeth Pazito. Conceito de comunicação pública. In.: DUARTE, Jorge(Org.).
Comunicação pública: estado, mercado, sociedade e interesse público. 2 ed. São Paulo:
Atlas, 2009.
128
BRASIL. Lei n 12.527 de 18 de novembro de 2011. Lei de Acesso à Informação.
Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/lei/l12527.htm> Acesso em 06abril 2015.
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Informação em órgãos do Poder Executivo Federal, Comunicação & Informação, v. 15, n. 2,
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INTERCOM – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DA
COMUNICAÇÃO XXXV CONGRESSO BRASILEIRO DE CIêNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 35.,
2012, Fortaleza. Anais... . Fortaleza: Intercom, 2012. p. 1 - 14.
Análise Estratégica da Informação em Organizações: o uso da análise exploratória
de dados109
Bárbara Gabriella Marques110
Arnaldo Alves Ferreira Júnior111
O objetivo principal deste trabalho é investigar métodos de análise exploratória
de dados que poderão ser utilizados para desenvolvimento de atividades de gestão
estratégica da informação. No sentido de subdividir o objetivo principal, três objetivos
específicos são delineados, quais sejam: (1) levantar, a partir da literatura científica,
métodos de análise exploratória de dados mais aplicados em gestão estratégica da
informação; (2) categorizar os métodos de análise exploratória de dados de acordo com
109 Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 110 Aluna do Curso de Gestão da Informação, Universidade Federal de Goiás – [email protected]. 111 Professor do Curso de Gestão da Informação, Universidade Federal de Goiás – [email protected].
129
suas respectivas características, e; (3) desenvolver conjunto de procedimentos baseados
em análise exploratória de dados para gestão estratégica da informação.
O método que será utilizado será a análise qualitativa e coleta de dados das
ocorrências registradas de crimes contra a vida, da natureza de homicídios, nos bancos
de dados das polícias Militar e Civil no Centro de Gestão do Observatório da Secretaria
de Segurança Pública de Goiás, no ano de 2014 na cidade de Goiânia. Em seguida será
utilizado para a tabulação dos dados e geração de grafos informacionais, o software
chamado IRAMUTEQ. Um software gratuito e com fonte aberta, desenvolvido por Pierre
Ratinaud, que permite fazer análises estatísticas sobre corpus textuais.
Ao concluir desta pesquisa, estima-se que com o uso das técnicas desenvolvidas
e da estratégia da informação, poderá ser mapeado o perfil do crime contra a vida da
natureza de homicídios, tendo então a noção da dimensão da causa/ação que leva ao
homicídio na cidade de Goiânia – GO. Todo este trabalho irá aperfeiçoar o trabalho
realizado pela Gestão do Observatório da Secretaria de Segurança Pública do estado de
Goiás.
A Gestão do Observatório da Secretaria de Segurança Pública do estado de Goiás
trabalha com o geoprocessamento e georeferenciamento dos dados das ocorrências
registradas, produzindo mapas de referencias ou de calor, que facilitam a visualização da
localidade onde os crimes ocorrem. Com o resultado da pesquisa e a criação de métodos
de análise exploratória de dados, a estratégia para a tomada de decisão sobre o
policiamento, investigação e combate ao crime será mais fácil e mais preciso. Podendo
melhorar a cada dia o trabalho das pessoas envolvidas nesses projetos.
Entendendo que a informação é um ativo de extrema importância nas
organizações públicas, a análise exploratória de dados juntamente com a estratégia
informacional possibilitam uma visão ampla e notória de dados antes não observados,
não tratados, e assim, não utilizados. Esta fusão de procedimentos vem a calhar ao
serviço de inteligência e estratégias nas organizações públicas, visto que a tomada de
decisão nestas organizações tem um impacto social, cultural e econômico de grande
relevância para a sociedade em geral.
130
Referências Bibliográficas
BEAL, A. Gestão estratégica da informação: como transformar a informação e a
tecnologia da informação em fatores de crescimento e de alto desempenho nas
organizações. São Paulo: Atlas, 2004.
KAPLAN, Robert; NORTON, David. Mapas estratégicos. Rio de Janeiro: Editora Campus,
2004.
SIQUEIRA, M. C. Gestão estratégica da informação. São Paulo: Brasport, 2005.
Interação-Humano Computador: a inteligência coletiva na sociedade da
informação112
Paulo Victor Alves Vieira113
Arnaldo Alves Ferreira Junior114
Este trabalho tem como objetivo descrever a área de interação humano
computador, apontando a sua importância para a sociedade da informação, e
relacionando a com a inteligência coletiva. Como área de estudo, a interação humano-
computador (IHC) pode ser caracterizada como uma área multidisciplinar e
multidimensional onde o objetivo é investigar os contextos presentes nos processos de
interação entre humanos e computadores (dispositivos), sendo uma área que emprega
um projeto que abrange a implementação e avaliação de sistemas computacionais e
dispositivos que tenham fundamentos de tecnologia e interação.
Sendo obra da inteligência coletiva, busca-se empreender novos métodos que
desenvolva a informação e sua distribuição coordenada. Sendo uma realidade em nossa
sociedade, com a inserção e avanço das novas tecnologias de informação e comunicação 112 Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 113 Acadêmico em Gestão da Informação na Universidade Federal de Goiás. [email protected]. 114 Professor no curso Gestão da Informação na Universidade Federal de Goiás. – [email protected].
131
(como dispositivos e redes sociais). O local onde os acontecimentos estão sofrendo as
mudanças mais significativas é denominado por Pierre Lévy de Ciberespaço, e a
propagação das transformações sofridas em todos os segmentos sociais a partir desse
local é proporcionada pelas infovias ou, nas palavras de Lévy, os canais digitais de
distribuição de informação. Nesse contexto, as redes criadas a partir do trabalho coletivo
permitem novas formas de acesso à informação com auxílio de tecnologias de
informação e comunicação e esse contexto permite formas flexíveis de construção de
conhecimento, mais próximos das necessidades e contextos de ação dos indivíduos e
grupos.
Ainda a respeito da inteligência coletiva, deve se procurar as situações em que
os saberes individuais contribuem para o crescimento do grupo do qual o indivíduo faz
parte. Pois, a coordenação dos saberes exigidos pela formação de redes de inteligência
coletiva que ocorre no ciberespaço, acontece não só com a manipulação de tecnologias
de informação e comunicação, mas com a coordenação dos saberes dos indivíduos, e por
isso é importante identificar e compreender as competências dos sujeitos. O principal
objetivo da inteligência coletiva é colocar o saber como estruturador das relações
humanas. Para Lévy, a realização de uma inteligência coletiva ocorre no espaço do saber,
o qual ainda é virtual.
A partir de uma revisão de literatura das áreas de IHC e Inteligência coletiva,
explicitar e relacionar a importância destas áreas na sociedade que se intitula a
sociedade da informação, onde a tecnologia extrapola os limites do contexto de trabalho
e passa a fazer parte da cultura, vida e casa das pessoas. Com o entendimento de que
esta tecnologia está presente em todos os aspectos de nosso cotidiano, então é
interessante se atentar como está nos afetando. Como as pessoas utilizam estes sistemas
interativos em suas atividades diárias. Levando em consideração o contexto e a
necessidade do uso e interação das pessoas com estes dispositivos.
Referências Bibliográficas
BARBOSA, Simone Diniz Junqueira; SILVA, Bruno Santana da. Interação Humano-
Computador. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
132
CARVALHO, José Oscar Fotanini de. O papel da interação humano-computador na
inclusão digital. 2003. Disponível em:
<http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2009/09/pdf_c0143d96db_0006308.pdf>.
Acesso em: 04 maio 2015.
KERCKHOVE, Derrick de. A Pele da Cultura: investigando a nova realidade tecnológica.
São Paulo: Annablume, 2009.
LEVY, Pierre. O Que é o Virtual, São Paulo, Editora 34, 1996.
LÉVY, Pierre. Tecnologias da Inteligência: o futuro da inteligência na era da
informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
A Arquitetura da Informação e o Search Engine Optimization: ranqueamento de
páginas web e busca de informação na rede115
Tatiane Lima Evangelista116
Arnaldo Alves Ferreira Júnior117
O objetivo geral deste trabalho é analisar a contribuição da arquitetura da
informação para o ranqueamento de Search Engine Optimization - SEO. Os
desdobramentos desse objetivo principal possibilitará investigar os seguintes objetivos
específicos: (1) analisar a organização e estruturação da informação em ambientes
digitais da informação; (2) verificar quais as técnicas de SEO mais utilizadas para o
ranqueamento de páginas web em sites de buscas, e; (3) identificar as contribuições que
a organização e estruturação de um site podem ajudar no ranqueamento de SEO.
Para realizar tais objetivos será realizada uma pesquisa exploratória, pois
buscará entender como funciona a arquitetura da informação (AI) para web e sua área 115 Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 116 Aluna do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás - [email protected]. 117 Professor do Curso de Gestão da Informação da Universidade Federal de Goiás – [email protected].
133
de atuação, assim também o funcionamento das técnicas de Search Engine Optimization,
para averiguar quais contribuições da Arquitetura Informação, no âmbito de organizar e
estruturar um website pode ajudar no momento da optimização. Sendo assim, será feito
um levantamento de conceitos na literatura sobre Arquitetura da Informação e Search
Engine Optimization para ter um melhor embasamento no momento da revisão de
literatura, na segunda parte do trabalho serão feitos teste em sites específicos.
A hipótese dessa pesquisa está na possibilidade de encontrar na arquitetura da
informação procedimentos que ajudam a facilitar o ranqueamento de sites, pois com a
modernização e o avanço tecnológico é importante discutir a interação humano
computador, portanto serão utilizados conceitos sobre arquitetura da informação para
web e Search Engine Optimization (SEO), por isso serão abordadas as definições dos
dois termos para uma melhor fundamentação da pesquisa.
Arquitetura da informação é uma área direcionada a estruturação de ambientes
informacionais, com a atenção voltada para organização, representação e apresentação
de conteúdos (INAKUFO, 2013, p. 15). Com o crescimento da quantidade de informação
disponível constatou-se a necessidade de organizá-la de forma que pudesse ser
recuperada em um formato que facilitasse o entendimento do pesquisador, então o
objetivo final da arquitetura da informação é facilitar o uso da informação no suporte de
websites para os usuários.
O Search Engine Optimization significa optimização para mecanismos de busca,
o qual traz algumas técnicas que facilitam aos motores de busca encontrar a informação
desejada, como consequência permite que os mesmos fiquem com as melhores posições
em uma busca orgânica. Conforme Silva (2011) isso acontece pelas escolhas das
palavras-chave através da indexação, título da URL, padronização do site, forma como é
escolhido as tag e pela quantidade de visitas que o site teve.
O trabalho tem como público específico profissionais da área da informação e
áreas afins, a pertinência desse texto está em beneficiar a optimização através da
arquitetura da informação, de forma que não só o ranqueamento dos sites será melhor,
mas o usuário encontrará uma facilidade de situar o conteúdo desejado.
134
Referências Bibliográficas
GARCIA, Léo M L S. Investigação e implementação de ferramentas computacionais
para otimização de websites com ênfase na descrição de conteúdo. 2011. 126 f.
Dissertação (mestrado). Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”,
Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas. Bauru, 2011.
INAFUKO, L. Akie Saito. Arquitetura da informação pra biblioteca digital
colaborativa: uma proposta de um sistema de interação. 2013. 129 f. Dissertação
(mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia, Marília, 2013.
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na otimização de websites para os mecanismos de busca. Perspectivas em Gestão e
Conhecimento, João Pessoa, v.1, n. esp. p.137- 159, 2011.
SILVA, Maria A. Teixeira et al. O que é arquitetura da informação. Biblionline, João
Pessoa, v.7, n.1, p.11-21, 2011.
GT-7 – Jornalismo e cidadania
Jornalistas por um dia: produção experimental de Jornalismo Impresso com
crianças da periferia de Aparecida de Goiânia118
Evangicléia Sousa da SILVA119
Chubasco Amiche Sussuarana LORIATO120
118
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 119 Mestra em Comunicação pela Faculdade de Informação e Comunicação- FIC/UFG; Especialista em Patrimônio, Direitos
Culturais e Cidadania pelo Núcleo de Direitos Humanos-UFG; Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela
Faculdade Araguaia. E-mail: [email protected] 120 Especialista em Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania pelo Núcleo de Direitos Humanos-UFG; Bacharel em Direito
pela Universidade Salgado de Oliveira; Bacharel em Ciências Sociais – Sociologia pela UFAC. E-mail:
135
Este trabalho pretende levar a noção da produção de jornal impresso para
crianças carentes do setor Alto paraíso em Aparecida de Goiânia. Neste intuito se faz
necessário um estudo sobre o surgimento do jornalismo comunitário como
possibilidade de uma comunicação participativa e cidadã. Esta experiência foi motivada
pelos princípios da comunicação comunitária, com embasamento teórico na obra de
PERUZZO (2004), que discute o termo comunicação comunitária, enfatiza a necessidade
de um jornalismo compromissado com os anseios éticos, abordando a importância de
criar meios alternativos de comunicação que estejam compromissados com as questões
ligadas à comunidade. O conteúdo do jornal será desenvolvido pelas crianças e será
pautado com base em temas culturais e patrimoniais.
Esta produção objetiva analisar a prática da comunicação comunitária
desenvolvida no setor Alto Paraíso em Aparecida de Goiânia, levando-se em
consideração a relevância da comunicação para a vida em sociedade: A comunicação
serve para que as pessoas se relacionem entre si, transformando-se mutuamente e a
realidade que as rodeia. É através da comunicação que as pessoas compartilham
experiências, idéias, sentimentos. (BORDENAVE, 2003, p.36)
A proposta deste estudo não é a de constatar a eficácia ou não dos meios técnicos
da comunicação comunitária (televisão, rádio, jornais impressos comunitários, internet),
mas sim a de entender o processo e as possibilidades da comunicação comunitária como
fator de mobilização social a favor da cidadania de forma partícipe, englobando crianças
da Associação Vida Cristã, com idade entre 8 e 13 anos.
Este projeto experimental está enquadrado na modalidade Produção Editorial
Impressa com Embasamento Teórico e terá o primeiro exemplar totalmente
desenvolvido pelas crianças, sob a supervisão e coordenação dos autores deste artigo. A
produção está sendo realizada ao longo dos meses de abril e maio de 2015 com o
envolvimento da equipe gestora e dos colaboradores da instituição no processo
participativo.
Ao final deste projeto buscamos apresentar uma produção jornalística realizada
pelas crianças, e destacaremos a importância de uma comunicação comunitária mais
contundente e preocupada com as questões de cidadania e de humanismo. Vale ressaltar
136
que de acordo com BAUMAN, (2003, p.54), “o mundo que habitamos é cada vez menos
capaz de oferecer segurança, mas há um paraíso onde estamos a salvo das ameaças, um
lugar "aconchegante": a comunidade”.
REFERÊNCIAS
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de
Janeiro: Zahar, 2003.
BORDENAVE, Juan E Dias. Além dos meios e mensagens. Petrópolis: Vozes, 2003.
PERUZZO, Cicília M. Krohling.Vozes Cidadãs: aspectos teóricos e análise de experiências de
comunicação popular e sindical na América Latina. São Paulo: Angellara, 2004.
JORNAL CINCO DE MARÇO E O CONTEXTO DA DITADURA MILITAR: CONTRIBUIÇÃO
À HISTÓRIA DA IMPRENSA EM GOIÁS
Aline Goulart121
Alline Flores122
Átila Giovani123
Cynthia Costa124
Mariana de Oliveira125
Profº: Rosana Borges126
Neste trabalho analisamos o Jornal Cinco de Março no contexto da ditadura
militar. Fizemos uma pesquisa sobre todas as edições do periódico no ano de 1964 na
121
Acadêmica do terceiro período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás.
Acadêmica do quinto período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás.
Acadêmico do sexto período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás.
Acadêmica do terceiro período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás.
Acadêmica do terceiro período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás.
Doutora em Geografia(UFG) e professora do curso de Jornalismo da UFG.
137
qual apontavam informações sobre a ditadura e possíveis censuras que o Jornal sofria.
São muitas as testemunhas da época da ditadura e o Jornal é uma delas. Na fase de pré-
análise foi feita a abordagem de discurso das edições do periódico com fotos e
explicações das matérias com referências históricas e de discurso metodológico. Nesse
sentido, procuramos enfatizar a contribuição do Jornal Cinco de Março à história da
imprensa em Goiás.
O método de estudo do trabalho é a análise de conteúdo. Para delimitar o
tema e preparar o texto para melhor compreensão do leitor pesquisamos autores como
Javier Godinho no livro A Imprensa Amordaçada, Brasil Nunca Mais da Arquidiocese de
São Paulo e edições do Jornal pesquisado no Instituto de Pesquisa e Estudos Históricos
do Brasil Central (IPEHBC). Todo esse material de pesquisa trouxe debates sobre a
ditadura e concentramos suas conseqüências no campo jornalístico de Goiás.
Na década de 50, o ambiente político de Goiânia estava agitado devido a um
protesto de estudantes sobre o aumento das passagens de ônibus. No dia 5 de Março de
1959 um estudante secundarista morreu nas manifestações estudantis em uma forte
repressão do estado. Após o desfecho violento deste movimento, um grupo de
estudantes formado por Batista Custódio, Consuelo Nasser, Telmo Faria, Javier Godinho,
Valterli Guedes e Zoroastro Artiaga, decidiram criar um jornal semanário. Para
rememorar o motivo, concederam ao periódico o nome da data do massacre.
Ficamos orgulhosos em escrever sobre o Jornal Cinco de Março e demonstrar
para o leitor a dificuldade que o Jornalista tem de noticiar: não somos jornalistas para
nós, mas também para o público, um público que merece saber a verdade. Esse estudo
serve para nos inspirar ainda mais como Jornalistas. Mesmo com o Cinco de Março
extinto, o jornal colabora com o jornalismo por ser um exemplo de luta frente as
repressões da ditadura.
REFERÊNCIAS
GASPARI, Elio. A Ditadura Envergonhada. As ilusões armadas (volume 1). São Paulo:
Companhia das Letras, 2002.
GODINHO, Jávier. A Imprensa Amordaçada. Goiânia: Contato Comunicação, 2004.
ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO. Brasil Nunca Mais. São Paulo: Editora Vozes, 2014.
138
JORNAL CINCO DE MARÇO. Arquivos microfilmados e guardados no IPEHBC. Goiânia:
janeiro a dezembro de 1964.
GONDIM, S. M. G. FISCHER, T. O discurso, a análise de discurso e a metodologia do
discurso do sujeito coletivo na gestão intercultural. CGS Vol. 2, N.1, 2009
SILVA, E. M. Propostas metodológicas para a Análise de telejornais. Intercom 2009
Política de cotas nas universidades brasileiras: novo elemento no debate sobre o
ensino de Jornalismo e o preconceito étnico-racial no Brasil127
Mariza Fernandes dos Santos128
Luciene de Oliveira Dias129
Este artigo discute o ensino de Jornalismo no Brasil, país em que as relações
sociais são marcadas pelo mito da democracia racial. O Jornalismo se situa nesse
contexto, segundo as contribuições dos Estudos Culturais, como produtor de discursos
que definem sujeitos e, como tal, pode se constituir em um mecanismo de silenciamento
e perpetuação do racismo. Buscou-se avaliar de que forma a estrutura dos cursos de
Jornalismo no País se reflete no modo como os profissionais da área se relacionam com a
temática étnico-racial e propor um olhar para as novas possibilidades oferecidas pela
inclusão de estudantes oriundos de camadas historicamente excluídas do ensino
superior, a partir do surgimento das políticas de cotas. Como procedimento
metodológico, adotou-se a revisão bibliográfica.
A pesquisa faz parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da autora, que
investiga os impactos, no curso de Jornalismo da UFG, da adoção de uma política de
127
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 128
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO – UFG). Graduada em Comunicação Social pela
Universidade Federal de Goiás. [email protected] 129
Orientadora. Doutora em Antropologia Social pela UnB. Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal de
Goiás e Mestre em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins.
139
cotas pela instituição. Verificou-se que a representação do negro na mídia brasileira é
marcada pelo racismo e, apesar de ter sofrido avanços importantes, ainda contribui
pouco para o fim das discriminações raciais. É notável a necessidade da implantação de
medidas que ampliem a inclusão de jornalistas negros nas redações para que eles
possam atuar como produtores de discurso, e não apenas como alvo de representações.
Para tanto, é crucial que os cursos de jornalismo brasileiros formem profissionais
preparados para lidar com a temática étnico-racial.
Referências
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LAGO, Claudia e BENETTI, Marcia (Org.). Metodologia de pesquisa em jornalismo.
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Roberto Carlos da Silva e BORGES, Rosane. (Org.) Mídia e Racismo. Petrópolis, RJ: DP et
alii; Brasília, DF: ABPN, 2012, p. 180 – 202
FERREIRA, Ricardo Alexino. Quando a imprensa branca fala da gente negra: a visão
eurocêntrica da imprensa na cobertura de afrodescendentes. In. CARRAÇA, Flávio e
BORGES, Rosane da Silva. Espelho infiel. O negro no jornalismo brasileiro. São Paulo:
Imprensa oficial do Estado de São Paulo, 2004. p. 19 – 34.
HALL, Stuart. Quem precisa da identidade?. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.); HALL, Stuart;
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais.
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LEITÃO, Mírian. Como o racismo opera na imprensa. In. RAMOS, Silvia. (Org.) Mídia e
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MEDITSCH, Eduardo. Crescer para os lados ou crescer para cima: o dilema histórico do
campo acadêmico do jornalismo. (s.d.). Disponível em: http://bocc.ufp.pt/pag/meditsch-
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PINTO, Ana Flávia Magalhães. De pele escura e tinta preta: a imprensa negra do século
XIX (1833 – 1899). 2006. Dissertação (Mestrado em História Cultural) – Universidade de
Brasília.
140
SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz
Tadeu (Org.); HALL, Stuart; WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: a perspectiva
dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2012. 12. ed. p. 73-102.
SODRÉ, Muniz. Mídia e racismo: um pé fora da cozinha. In. CARRAÇA, Flávio e BORGES,
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http://www.fenaj.org.br/relinstitu/pesquisa_perfil_jornalista_brasileiro.pdf> Acesso
em: 20/11/2013.
O telejornalismo de Barra do Garças (MT): Interações entre profissionais da
imprensa e policiais e suas repercussões nas notícias 130
Aparecido Roberto da SILVA 131
Hidelberto de Sousa RIBEIRO 132
Alfredo José LOPES COSTA 133
Os telejornais veiculados pelos meios de comunicação no município de Barra do
Garças (MT) apresentam como característica principal a abordagem sensacionalista.
130 Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 131 Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo – UFMT/Campus Araguaia, e-mail: [email protected]. 132
Graduado em Ciências Sociais (Licenciatura e Bacharelado), Mestre em Geografia Humana, Doutor em Sociologia e Pós-
Doutor em Geografia Humana, professor do Instituto de Ciências Humanas e Sociais da UFMT/Campus Araguaia, e-mail:
133 Jornalista, mestre em Administração Estratégica, ex-professor do curso de Jornalismo da UFMT/Campus Araguaia
(atualmente professor de Jornalismo da FIC/UFG), e-mail: [email protected].
141
Fatos policiais são os assuntos mais destacados, a ponto de as emissoras de TV se
conectarem com a frequência do rádio da polícia, fazendo com que os carros de
reportagens dessas empresas se pareçam com viaturas policiais. Outro fator, de ordem
econômica (o baixo preço das peças publicitárias), leva os telejornais a destinar à
publicidade parte significativa do tempo previsto, diminuindo ainda mais o tempo de
veiculação de reportagens do interesse dos cidadãos. Estabeleceu-se uma espécie de
“conluio” ou “pacto de reciprocidade” entre repórteres, cinegrafistas e policiais, tanto da
Polícia Militar, quanto da Polícia Civil e até da Polícia Rodoviária Federal. Os jornais
televisivos dão praticamente as mesmas notícias, uma vez que os repórteres e
cinegrafistas são “amigos” dos policiais, pois estão a eles ligados por trocas de favores.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A teoria interacionista, de Traquina (2005), serve de ponto de partida para
mostrarmos as características e implicações do material produzido e levado ao ar. Isto é,
mostramos as relações que levam à existência de interações que possibilitam a
construção do jornal. De acordo com a proposta de Traquina (2005), as notícias, para
irem ao ar, passam por interações, resultando num processo de produção definido a
partir de critérios que consideram a percepção, a seleção e a transformação de
acontecimentos em notícias. Uma vez conectado com o rádio das polícias,
principalmente, a militar, os jornalistas e repórteres fazem um crivo do que é relevante
ou não, sendo o critério básico aquilo que é de fácil alcance. Uma visão limitada por um
processo de produção que exige muito pouco da capacidade criativa dos repórteres.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a qualitativa. Os métodos empregados para obtenção
dos dados foram: leitura da bibliografia do tema, entrevistas e questionários aplicados a
diretores e proprietários das televisões, cinegrafistas, repórteres e editores.
RESULTADOS
As teorias tanto interacionista como a estruturalista vêm concluir de maneira
semelhante que a interação ou conexão entre fontes e jornalistas faz das notícias uma
ferramenta do governo e das autoridades estabelecidas. De acordo com Traquina as
142
informações tendem a apoiar as interpretações oficiosas dos acontecimentos
controversos.
A situação econômica das TVs de Barra do Garças e o perfil cultural da maioria de
sua população nos leva a crer que não há como sair dessa interação estabelecida em
curto prazo, embora seja esporadicamente possível fazer um jornalismo que não aquele
ditado pela corporação militar.
CONSIDERAÇÕES
Não se justifica um telejornalismo fundado apenas na parceria entre Polícia e
profissionais de jornalismo. Essa interação proporciona um jornalismo pobre, além de
mostrar apenas o lado dos policiais, fato que mostra como se desenrolam as relações de
poder no interior das instituições, policiais e televisivas.
Uma imprensa só cumprirá seu papel se fizer jornalismo ético, que contribua para a
formação de uma sociedade mais justa. Para isso, o profissional da imprensa tem de ter a
consciência que deve levar ao ar informações de qualidade sem que essa esteja ligada
apenas a fatores de ordem pessoal, mas sim que leve a sociedade a pensar melhor a
respeito de seus interesses/direitos. As mudanças só acontecerão na medida em que
novos jornalistas, com formação proporcionada pelo curso de Jornalismo instalado na
cidade a partir de 2009, começarem a trabalhar na imprensa local.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GOMES, Mayra. Poder no jornalismo. São Paulo: Hacher Editores, 2003.
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Anais…
TRAQUINA. Nelson. Teorias do Jornalismo. 2ª. ed. Florianópolis: Insular, 2005.
143
A formação da opinião pública no novo cenário virtual do Jornalismo 134
Priscilla Guerra Guimarães Bernardes 135
Simone Antoniaci Tuzzo 136
Dentro do campo da comunicação, um dos temas que mais dividiu teóricos ao
longo do tempo, foi a opinião pública, com suas concepções e implicações. Dentro das
investigações acadêmicas sobre o assunto é plausível destacar que o surgimento dos
modernos meios de comunicação emergiu para incrementar ainda mais os dilemas pré-
existentes, especialmente por direcionar os estudos para a formação da opinião pública,
vista então como fenômeno social construído, com variadas possibilidades de influência,
vasto alcance estatístico e profunda ênfase nas relações sócio-políticas.
No desenvolvimento evolutivo dos meios de comunicação, a recente chegada da
internet também trouxe inúmeras transformações no tecido social, principalmente no
processo de formação da opinião pública. Sua característica interativa e ágil
revolucionou os fluxos comunicacionais e viabilizou a inserção de novas vozes no debate
público. Por meio desta abertura e pluralidade, novos líderes de opinião ascenderam no
espaço virtual, disputando a influência de amplo alcance com os meios de comunicação
tradicionais.
Lemos e Levy (2010) destacam que a liberação da palavra garantiu a livre
expressão na web (redes sociais, e-mails, blogs) o que retirou das mídias de massa o
monopólio na formação da opinião pública (sobretudo no tocante aos formadores de
opinião) e da circulação de informações. Tal relevância não se dá apenas no campo das
134
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no
período de 27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 135
Priscilla Guerra Guimarães Bernardes - Mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação –
PPGCOM, da Faculdade de Informação e Comunicação – FIC, da Universidade Federal de Goiás – UFG.
Especialista em Marketing e Comunicação Digital pela Faculdade Cambury. Graduada em Jornalismo pela
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Trabalho desenvolvido na linha de pesquisa Mídia e Cidadania –
PPGCOM – UFG. E-mail: [email protected] 136
Simone Antoniaci Tuzzo - Doutora em Comunicação pela UFRJ. Mestre e Graduada em Comunicação pela
UMESP. Professora efetiva do Programa de Pós-Graduação em Comunicação – PPGCOM, da Faculdade de
Informação e Comunicação – FIC, da Universidade Federal de Goiás – UFG. Trabalho desenvolvido na linha de
pesquisa Mídia e Cidadania – PPGCOM – UFG. E-mail: [email protected]
144
ideias e discussões balizadas pelos novos líderes de opinião espalhados nos grupos
virtuais. Mazzotti e Campos (2011) demonstram isso ao analisarem o desdobramento
físico das pautas partilhadas e debatidas na internet dentro de grandes contextos
mundiais, como as revoluções políticas no mundo árabe. Destacando a queda dos líderes
políticos Hosni Mubarak (Egito) e Bem Ali (Tunísia), os autores comprovam que por
meio do ativismo virtual, novos formadores de opinião contra-hegemônicos
conseguiram mobilizar e impulsionar rupturas na sociedade após décadas de dominação
e apatia.
Mainiere (2014) corrobora ao tratar das manifestações no Brasil, ocorridas em
2013, aferindo que ao serem agendadas dentro das redes sociais foram capazes de
consolidar a ocupação das ruas de várias capitais do país contra o aumento nas tarifas
de transporte coletivo propostas na ocasião, fazendo com que os governos estaduais
desistissem do reajuste.
Atualmente, novamente se viu a ocupação das ruas brasileiras em março e abril
de 2015, fomentadas a partir das redes sociais, com resultado estrondoso em termos
quantitativos. Entretanto, nestas recentes manifestações, apesar da uníssona
insatisfação popular, não se viu um discurso predominante, o que dificultou até mesmo
sua nomeação pela mídia tradicional, intituladas de várias maneiras pelos veículos de
imprensa.
O que se viu nas ruas (demonstrado pelas imagens da cobertura dos protestos no
acervo do Google imagens) foi algo tão plural como a própria internet, fonte das
manifestações. De pessoas reivindicando mais transparência nas investigações de
corrupção até pedidos da intervenção militar. Os mais diversos nomes políticos
ocuparam os cartazes e os dizeres deixaram confuso quem quis compreender o que
concretamente queriam as milhares de pessoas que saíram às ruas.
A ideia deste trabalho é traçar um panorama comparativo entre as manifestações
de 2015, e os movimentos sociais ocorridos em 1984 (Diretas Já) e 1992 (Fora Collor). O
objetivo é demonstrar como a existência da internet abriu espaço para que novos líderes
de opinião exercessem influência em grupos distintos da sociedade, se fortalecendo a
145
partir da fragmentação de interesses específicos, deixando assim, de competir pelo
espaço midiático.
Sob a luz das manifestações de 1984 e 1992 é possível verificar o papel da mídia
como organizadora do discurso dos líderes de opinião, a começar pela capacidade de
pautar um mesmo intuito em todos os manifestantes, nomeando com este objetivo o
movimento e centralizando as demandas da massa em questão. Nos vestígios imagéticos
vinculados aos movimentos sociais de 1984 e 1992 (também do acervo do Google
imagens) se encontra pouca ou nenhuma variação nos cartazes e na postura dos
protagonistas, ao contrário das manifestações de 2015.
Ancorados num confronto entre direitos civis e sócio-políticos (fundamentais à
plenitude, segundo Marshall, 1967) pretende-se dentro deste trabalho, refletir sobre a
pluralidade e liberdade de expressão dilatada pelos ambientes virtuais, significando
ganho de direitos civis, e também sobre até que ponto a multiplicidade de vozes limitou
a atuação concreta dos movimentos sociais de 2015 em termos políticos e sociais, que ao
apresentarem tantos objetivos, dispersaram o diálogo e acabaram sem êxito prático.
Referências Bibliográficas
LEMOS, André; LÉVY, Pierre. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia
planetária. São Paulo: Paulus, 2010.
MAINIERI, Tiago. A cidade tecida sem fios. In: Comunidade, Mídia e Cidade. PAIVA,
Raquel. TUZZO, Simone Antoniaci (orgs). FIC. 2014.
MARSHALL, T.H. Cidadania, Classe Social e Status. Rio de Janeiro. Zahar Editores.
1967.
MAZZOTTI, A. J. A. CAMPOS, P.H.F. Cibercultura: uma nova era das representações
sociais. In: Teoria das Representações Sociais. 2011.
Referências Eletrônicas
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146
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Manifestações 1992 Brasil
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Manifestações 2015 Brasil
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ntFImNsAXKoYCACw&ved=0CAgQ_AUoAw&dpr=1#tbm=isch&q=2015+manifesta%C3
%A7%C3%A3o+Brasil
A juventude dita e interdita: universos juvenis na abordagem midiática
Ana Clara Gomes Costa137
Luciene de Oliveira Dias138
Como uma referência e categoria social idealizada, a juventude é sempre
utilizada como componente ou personagem de matérias e reportagens jornalísticas
sobre variados assuntos. Ela ocupa o lugar de modelos a serem seguidos ou não, de
acordo com outras categorias sociais que a formam, como classe social, gênero, etnia,
raça e cultura, que, por sua vez, coadunam para que a juventude não exista em
unicidade, e sim seja formada por múltiplas juventudes ou múltiplos grupos juvenis.
Dentro do jornalismo, a juventude é retratada e veiculada formulando os polos dos
jovens exemplares, dignos de serem copiosamente seguidos e alcançados, e dos jovens
137
Mestranda em Comunicação pela Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de
Goiás. E-mail: [email protected] 138
Orientadora do trabalho. Doutora em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (UnB) e professora
do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade
Federal de Goiás. E-mail: [email protected]
147
abomináveis, não dignos, irrelevantes e marginalizados, cujo modelo de vida e do
próprio ser deve ser evitado. Nesse confronto ideológico, abre-se uma lacuna também na
perspectiva do protagonismo midiático e do ser cidadão. A polarização da cidadania na
juventude também é evidenciada. Os desdobramentos dessa lógica segregadora não
poderiam ser outros além da criação de estereótipos e processos de exclusão.
Para fortalecer a discussão, o passo inicial é abordar, para além do modelo
idealizado de um tipo único de juventude, a complexidade de definir um espaço limitado
para ela. Em outras palavras, significa pensarmos sobre o que é, de fato, a juventude,
quais os usos e equívocos comuns que envolvem a utilização dessa terminologia e as
construções ideológicas que a ideia de um modelo idealizado fomenta por meio da
mídia. Autores como Luis Antônio Groppo (2004) e Sarai Schmidt (2006) vão nortear a
discussão, que perpassa também por uma referência histórica da relação da ideia de
juventude com a cidadania no Brasil. Por fim, uma breve análise exemplificada sobre o
discurso midiático polarizando o modo como a juventude negra é interposta à juventude
não negra ratifica leva-nos a evidências de processos de racismo e exclusão criados pela
mídia.
Referências
ABRAMO, PERSEU. Padrões de manipulação na grande imprensa.1ª Ed. São Paulo:
Editora Fundação Perseu Abramo, 2003.
DURHAM, Eunice. 2004. Cultura e Ideologia. In A Dinâmica da Cultura. São Paulo:
CosacNaif.(pp. 255-280).
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. São Paulo: Civilização Brasileira, 2010.
GROPPO, Luís Antônio. Dialética das juventudes modernas e contemporâneas. Revista
de Educação do Cogeime. Ano 13, nº 25, p. 9-22, dez. 2004
GUIMARÃES, A. S. A. Racismo e anti-racismo no Brasil. São Paulo: Editora 34, 1999.
LIMA, G.; BORGES, F. Campeões de aprovação em federais dão dicas para passar na UFG.
Portal G1, Goiânia, 7 nov. 2013. Disponível em:
<http://g1.globo.com/goias/noticia/2014/01/ufg-divulga-1-chamada-do-vestibular-
20141-veja-lista-de-aprovados.html>. Acesso em: 4 mai. 2015
148
NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas: Papirus, 2005.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Gramática do Tempo: para uma nova cultura
política. Porto: Afrontamento, 2006.
SCHMIDT, S. P. Ter atitude: escolhas da juventude líquida – um estudo sobre mídia,
educação e cultura jovem global. 2006. 201 f. Tese (Doutorado em Educação) –
Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2006
SODRÉ, Muniz. Antropológica do Espelho. Petrópolis: Vozes, 2006.
____________. O monopólio da fala: função e linguagem da televisão no Brasil. 5ª Ed.
Petrópolis: Vozes, 1984.
Torcedores do Goiás são flagrados surfando em cima de ônibus. Portal G1, Goiânia, 4
mai. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/05/torcedores-do-
goias-sao-flagrados-surfando-em-cima-de-onibus-video.html>. Acesso em: 4 mai. 2015
Vídeo mostra assalto a malote de R$ 78 mil. O Popular, Goiânia, 5 mai. 2015. Disponível
em: <http://www.opopular.com.br/editorias/cidades/v%C3%ADdeo-mostra-assalto-a-
malote-de-r-78-mil-1.843478>. Acesso em: 5 mai. 2015
GT-8 – Marketing e estratégias digitais
O uso da fotografia publicitária como estratégia da Tiffany & CO no Instagram139
Doreen Hermanstadt140
Luciana Hidemi S. Nomura141
139
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 140
Graduada em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e especializando em
Comunicação Empresarial e Midías Digitais pelo Ipog – [email protected]. 141 Doutoranda em Arte e Cultura Visual, pelo Programa de Pós-graduação da Faculdade de Artes Visuais da UFG e
professora Tempo Integral do curso de Publicidade e Propaganda, da Escola de Comunicação da Pontifícia Universidade
Católica de Goiás - [email protected].
149
Anúncios, que antes piscavam nas telas de TV, agora brigam por espaço na telinha
do celular. As imagens saltam aos olhos, superestimulados pela luminosidade da
multitela mobile, que é carregada junto ao corpo do consumidor. A internet é um
universo de imagens e os olhos imersos em blocos de pixels explodem sobre os
internautas por todos os lados, seja no computador, no tablet ou no celular. Assim a
mídia digital se tornou onipresente na vida das pessoas.
Porém, este consumidor de imagens deixou de ser passivo, agora é também, além
de leitor, produtor de conteúdo e decisor daquilo que deseja, ou não, ver. O poder de
escolha está nas mãos deste e, para isso, as marcas se embrenharam nas redes sociais
on-line, com o intuito de fazer parte da vida deste consumidor, prossumidor,
multiteleinterativo (GABRIEL, 2011, p.75-76).
Com isso, a sociedade passou por uma transformação irreversível: a explosão de
conteúdo e o informacionalismo (CASTELLS, 2007; RÜDIGER, 2007). Porém, as
fotografias foram, e ainda são, protagonistas neste cenário contemporâneo, de pessoas
imersas em imagens que bombardeiam com estímulos caóticos nos dispositivos
eletrônicos e digitais.
É interessante salientar que, nesta era interativa de experiência digital, as marcas
tentam se aproximar dos consumidor de formas que não sejam intrusivas. É a era do
marketing de intromissão cedendo espaço ao marketing de permissão. Os consumidores
querem e desejam compartilhar seu universo com as marcas, desde que estes deem a
permissão a elas.
Dessa forma, muitas empresas buscam, por meio das redes sociais on-line,
relacionar-se com os consumidores e, um desses canais mais usados é o Instagram. As
imagens são fundamento desta rede e, como historicamente a publicidade aporta-se na
produção de imagens planejadas, por meio da fotografia publicitária, o Instagram é
ambiente fértil para que a comunicação entre consumidor e empresa seja efetiva.
Por mais que notemos que o Instagram tenha como premissa a publicação de
imagens "instantâneas", ou seja, fotografias criadas próximas ao momento de sua
publicação, algumas marcas ainda utilizam o planejamento prévio das imagens - que
toma tempo e verba para a produção destas - neste aplicativo mobile. Sendo assim, a
150
presente pesquisa almeja compreender o uso deste tipo de fotografia em um ambiente o
qual demanda publicação instantânea e como ela, a fotografia publicitária, consegue
passar sua mensagem em um canal de comunicação em que o consumidor dá a
permissão à marca para interagir.
Como caráter metodológico, afim de compreender como as marcas pensam a
imagem neste mundo, cujas fotografias cercam e dominam os indivíduos, selecionamos a
marca Tiffany & Co. que utiliza da fotografia publicitária no Instagram para se comunicar
com o seu público-alvo.
Para isso foi utilizado da metodologia de estudo de caso, associado à técnica de
documentação direta, composta pela observação direta intensiva aplicada à análise de
100 fotografias postadas pela Tiffany & Co. Para esta, foram elaboradas várias categorias
com o intuito compreender como esta empresa comunica através do Instagram, pela
mediação de imagens publicitárias.
REFERÊNCIAS
GABRIEL, Martha: Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias.
São Paulo: Novatec, 2011.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
CASTARÈDE, Jean. O luxo: os segredos dos produtos mais desejados do mundo. São
Paulo, SP: Editora Barcarolla, 2005.
FIGUEIREDO, Giovanna Santos. As redes sociais na era da comunicação interativa.
Recife. 2009.
RÜDIGER, F. Introdução às teorias da cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2007.
151
Planejamento Eficaz de Comunicação de Marketing no Ambiente Digital142
Eliseu Vieira Machado Júnior143
Gabriel Bomtempo dos Reis144
Marina Roriz Rizzo Lousa da Cunha145
Nos últimos anos, a internet tem crescido em proporções astronômicas, em
índices bem maiores que qualquer outra mídia. São cerca de três bilhões de usuários de
internet (TELE SÍNTESE, 2014), onde o Brasil se destaca como o 5º país mais
conectado (E-COMMERCE NEWS, 2014), com 85,9 milhões de internautas (O GLOBO,
2014). Segundo dados do E-BIT (2015), de todo esse montante brasileiro, cerca de 51,5
milhões de pessoas utilizaram a internet para realizar compras, movimentando cerca
de 103,4 bilhões de reais em 2014.
Diante desses dados, a gestão de marketing e a comunicação voltam seus
pensamentos e estratégias para esse novo meio, investindo, estudando e pesquisando
elementos que possibilitem aos gestores adaptar suas ações de marketing e
comunicação a este contexto, com forma de obter, nos canais virtuais, a mesma
eficiência e eficácia do ambiente tradicional, ou mesmo, potenciar os efeitos de ações
off-line.
Planejar em ambiente virtual é uma tarefa complexa, que exige conhecimentos
específicos de marketing, comunicação e ambiente virtual. E é essa discussão que este
trabalho propõe. A partir da análise do comportamento do consumidor, de dados sobre
o comércio virtual e dos conceitos de planejamento de marketing tradicional, procura
construir um modelo de planejamento de comunicação integrada de marketing
adequado às particularidades do ambiente online.
142
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 143 Doutor. Professor da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás. Email:
[email protected] 144 Graduado. Pesquisador da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás. Email:
[email protected] 145 Doutoranda. Professora da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás. Email:
152
A partir das dimensões estabelecidas para o e-marketing, surge a pergunta:
“como criar um modelo de comunicação voltado para o e-commerce?” A construção
deste modelo parte da utilização do Plano tradicional de marketing incluindo os quatro
P’s (aqui mostrado pelo composto de marketing) (KOTLER; KELLER, 2006;
MCCARTHY; PERREAULT, 1997), das dimensões do e-marketing (GUASTI; MÜLLER,
2009; PUCINELLI; GIULIANI, 2003) e complementando-os como os oito P’s do
marketing digital (VAZ, 2011).
A partir deste perfil desenha-se as dimensões desse chamado e-marketing:
customização, segmentação, logística, fidelização e cauda longa. Quando a integração
destes elementos é realizada tem-se um modelo de planejamento de comunicação de
marketing no ambiente digital, que traz consigo alguns desafios.
Referências
E-BIT: Relatório Webshoppers 2013. 2013. Disponível em: <http://www.ebit.com.br>.
Acesso em: 22 fev. 2015.
E-COMMERCE NEWS. Brasil é quinto em ranking dos países com maior número de
internautas. 2014. Disponível em: <http://ecommercenews.com.br/noticias/pesquisas-
noticias/audiencia-digital-do-brasil-e-maior-que-a-populacao-da-franca>. Acesso em 22
fev. 2015.
GUASTI, Pedro; MÜLLER, Renato. E-commerce: o varejo online em forte expansão. In:
SOUZA, Marcos Gouveia de. Neoconsumidor: digital, multicanal & global. São Paulo:
GS&MD, 2009.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2006.
MCCARTHY, J; PERREAULT, W. Marketing Essencial: Uma abordagem gerencial e global.
São Paulo: Atlas, 1997.
O GLOBO. Números de internautas no Brasil alcança percentual inédito , mas acesso
ainda é concentrado. 2014. Disponível em:
<http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/numero-de-internautas-no-brasil-
153
alcanca-percentual-inedito-mas-acesso-ainda-concentrado-13027120>, Acesso em: 22
fev. 2015.
PUCINELLI, Evelyn Aparecida; GIULIANI, Antonio Carlos. E-marketing: uma análise dos
diferenciais necessários para atuar no comércio eletrônico – estudo de caso. Revista
Eletrônica de Ciência Administrativa, v. 2, n. 2, nov/2003.
TELE SÍNTESE. Até dezembro, mundo terá 3 bilhões de internautas. 2014. Disponível
em: <http://www.telesintese.com.br/35910/>. Acesso em: 22 fev. 2015.
VAZ, Conrado Adolpho. Os 8P’s do marketing digital: o seu guia estratégico de marketing
digital. São Paulo: Novatec Editora, 2011.
Social Branding: O papel das mídias sociais na construção de marcas relevantes
Vinícius Moreira Araújo146
Daniel Padilha147
Através da presente pesquisa será proposta uma investigação da forma como as
redes sociais podem ajudar a construir marcas relevantes. Qual é o real papel das mídias
sociais nesse sentido? Como tais ferramentas de comunicação trouxeram poderosas
mudanças na forma de interação e relacionamento entre marcas e consumidores? O
avanço da internet, o uso cada vez mais amplo de redes sociais pelo público brasileiro e
de que forma isso impacta nas relações mercadológicas entre empresas e seu público-
alvo. Estudos de caso e exemplos de como as novas tecnologias de comunicação
provocaram mudanças profundas nas ações de marketing e como isso pode ser
146
Vinícius Moreira Araújo é graduado em Publicidade e Propaganda pela UFG. Especialista em Comunicação Estratégica
pela PUC-GO. Especialista em Marketing e Inteligência Competitiva pelo Instituto de Pós-Graduação. E-mail:
Daniel Padilha é graduado em Comunicação Social com ênfase em Design, especialista em Construção de Marca pelo
Centro Universitário Belas Artes, MBA Executivo em Gestão de Marcas pelas Faculdades Integradas Rio Branco. Professor
da Pós de Marketing e Inteligência Competitiva do IPOG. E-mail: [email protected]
154
aproveitado pelas empresas como estratégia em sua relação com o mercado, além das
possibilidades de uso das mídias sociais em espectros operacionais, TI, RH, entre outros,
como forma de relacionamento e na busca de insights para melhoria constante de
produtos e serviços.
Palavras-chave: Branding. Marketing digital. Social Branding. Mídias sociais.
Muito se fala do impacto significativo das redes sociais como um fundamental
item na estratégia de marketing digital das empresas. Do papel real das mídias sociais na
construção de marcas, seu impacto nos consumidores e na conversão em vendas, entre
outras temáticas. O trabalho proposto busca, através da desconstrução das relações
acerca do Branding (processo de construção e gestão da marca), da criação, crescimento
e impacto da internet no modo de fazer negócios e, por fim, um panorama com estudos
de caso de empresas nas mídias sociais, tentar traçar um retrato mais fiel de como o
Social Branding pode ser um aliado eficaz e ao mesmo tempo de baixo custo na
construção de marcas engajadas e relevantes, trazendo ao consumidor a visão de
proximidade e relacionamento com as empresas.
Metodologia
Através de estudo de casos de sucesso nas mídias sociais, buscaremos entender
como a aplicação de tais estratégias podem se mostrar eficientes ferramentas para
players que buscam um forte aliado no processo de valoração da marca perante o seu
público. O gerenciamento estratégico de marca envolve o desenvolvimento e a
implementação de atividades e programas de marketing para criar, avaliar e gerenciar
marcas, a fim de maximizar seu valor. (KOTLER, 2006).
Conclusão
Após a investigação sobre o tema proposto, fica evidente que o crescente uso de
mídias sociais no país, em contraste com a presença tímida de marcas e empresas nessas
mesmas ferramentas, propicia um vasto campo de possibilidades que podem contribuir
na construção, elaboração e sedimentação do valor da marca para os consumidores.
Visto que talvez a habilidade mais característica dos profissionais de marketing seja sua
capacidade de criar, manter, aprimorar e proteger marcas. O branding se tornou uma
155
prioridade no marketing. (KOTLER, 2006). Os estudos de caso apresentados
demonstram que ações pontuais, desde que sedimentadas em um relacionamento
sincero e colaborativo, propiciam não só um maior valor percebido da marca, mas se
mostram eficazes ferramentas de venda no caso de empresas de varejo.
Referência
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing: A Bíblia do
Marketing. Elsevier, 2006.
“E se a vida te der limões?” – análise sobre o posicionamento do
Lemon Clube de Empreendedorismo da UFG 148
Thais Carneiro de MORAES2
Marcos Marinho Martins de QUEIROZ3
O mundo vem sofrendo constantes modificações ao longo do tempo. A
atualidade contempla novas reconfigurações que possibilitam maior dinamismo
social, o que pode ser percebido como certa maleabilidade líquida, como sugerida
pelo sociólogo Zygmund Bauman (2001). As rupturas paradigmáticas
proporcionam dinamismo e mobilidade àqueles que se propõem a mudar seu
status quo.
148
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 2Aluna do 5o período de graduação do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, da FIC, UFG, e-mail:
[email protected] 3 Mestrando no PPGCOM FIC-UFG. Professor do curso de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, da FIC – UFG.
e-mail: [email protected]
156
Desta forma, ao aplicar estas perspectivas na análise do ambiente
universitário, observa-se que surgem e se dilatam as mais variadas organizações
voltadas para o desenvolvimento da extensão acadêmica, o que permite, além do
amadurecimento dos discentes, experiências e oportunidades capazes de alça-los a
níveis que vão além do acúmulo de conhecimento teórico, colocando-os em posição
de destaque social e no mercado no qual pretendem se inserir profissionalmente.
Como exemplos, temos: atléticas, ligas acadêmicas, diretórios acadêmicos,
incubadoras de empresas, empresas incubadas e também organizações voltadas
para o empreendedorismo.
Ao se buscar analisar a liquidez dos tempos atuais o presente trabalho se
propõe a discorrer acerca do surgimento do Lemon Clube de Empreendedorismo
na UFG e estudar de forma sistematizada aquelas organizações universitárias que
voltam seus objetivos e esforços para fins empreendedores, a fim de identificar
oportunidades para o desenvolvimento do Lemon e sugerir um posicionamento
para a organização.
O presente artigo fará uma breve abordagem acerca do mundo
contemporâneo, buscando identificar os fatores presentes que tornam propício o
desenvolvimento de organizações empreendedoras e a difusão de sua cultura. Será
traçado um benchmarking a fim de se diagnosticar as formações dentro das
universidades que desenvolvem projetos de extensão, e assim identificar
oportunidades para o posicionamento do Lemon enquanto uma forma de extensão
universitária voltada e pautada no empreendedorismo, em meio a um mundo pós-
moderno.
O Lemon surgiu em meados de 2014 e é constituído por alunos de graduação
da UFG, com o intuito de difundir a cultura empreendedora na Universidade
Federal de Goiás. A organização está cadastrada como um projeto de extensão da
instituição e recebe incentivo de alguns professores. O projeto também conta com
o apoio de algumas organizações não governamentais e da iniciativa privada, além
de participar de ações da Fundação Estudar, que é, em sua própria definição, "uma
157
organização sem fins lucrativos que tem como objetivo potencializar jovens
talentos para que possam agir grande e transformar o Brasil".
Os objetivos iniciais do Lemon enquanto Clube de Empreendedorismo
pautam-se nas propostas da escola de estratégia do empreendedorismo, e são
apresentados em seu estatuto como: desenvolvimento do perfil empreendedor
entre seus membros e associados; conectar membros para troca de conhecimentos
e experiências; fortalecer e aplicar atividades de ensino, pesquisa e extensão a fim
de se conectar o ambiente empreendedor às produções acadêmicas e promover o
conhecimento de ferramentas gerenciais.
Percebe-se que a organização tem boa aceitabilidade nas redes sociais,
porém baixo índice de engajamento por parte dos alunos, o que pode estar
relacionado com a falta de um posicionamento claro e sistematizado da
organização, e que poderá ser proposto no presente trabalho após as análises
baseadas em referências teóricas da comunicação integrada de marketing.
O objetivo deste artigo é comparar o Lemon Clube de Empreendedorismo
com outras iniciativas universitárias semelhantes a fim de mapear possibilidades
para o desenvolvimento do projeto, reconhecendo o nicho mais adequado às
perspectivas do Lemon, e também propor uma orientação para o seu
posicionamento pretendido, gerando um estudo comparativo que possibilite uma
nova proposta de valor para o Clube de Empreendedorismo. As estratégias digitais
serão de fundamental importância para o desenvolvimento das análises de
ambiente e oportunidades e também para a construção da proposta de
posicionamento.
Bibliografia
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BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar, 2001
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LOBATO, D.; FILHO, J; TORRES, M e RODRIGUES, M. Estratégia de empresas. Rio de
Janeiro, RJ: Editora FGV, 2009
GT-9 – Mídia, educação, cultura e linguagem
Comunicação ambiental: A mídia como agente proativo na conscientização,
educação e defesa do meio ambiente149
Chubasco Amiche Sussuarana LORIATO150
Evangicléia Sousa da SILVA151
O referido projeto busca um viés ou uma alternativa a serviço do Cerrado, com a
construção de uma pesquisa sobre o incentivo dos telejornais de grande audiência em
divulgar todos os dias notícias sobre a biodiversidade e impactos sofridos nesse meio, e
ao mesmo tempo verificando alternativas ecologicamente sustentáveis a serviço do
Estado de Goiás, da Sociedade Civil e Meio Ambiente. Porque é de suma importância que
o público também fique informado, se envolva nessas discussões e se conscientize sobre
a importância da preservação da natureza.
149
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 150 AUTOR: Especialista em Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania pelo Núcleo de Direitos Humanos-UFG; Bacharel
em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira; Bacharel em Ciências Sociais – Sociologia pela UFAC. E-mail:
[email protected] 151 CO-AUTORA: Mestra em Comunicação pela Faculdade de Informação e Comunicação- FIC/UFG; Especialista em
Patrimônio, Direitos Culturais e Cidadania pelo Núcleo de Direitos Humanos-UFG; Bacharel em Comunicação Social -
Jornalismo pela Faculdade Araguaia. E-mail: [email protected]
159
Será estudado se é possível a homogeneização entre a Indústria Cultural e a
Cultura Pop para que ambos se complementem no intuito de que uma vez pesquisada a
referida tese, ser possível, futuramente, levar aos telejornais do Estado de Goiás
principalmente os de grande audiência, um produto revolucionário e consumível
chamado “Consciência Verde”, que seria vendido como qualquer outro produto de
massa, pulverizado massificado e inserido todos os dias na programação local tornando-
se obrigatório sua inserção, através de um Projeto de Lei ou PEC (Projeto de Emenda à
Constituição Estadual) notícias ambientais, incentivadoras e conscientizadoras,
METODOLOGIA
O vigente trabalho partirá inicialmente, da realização de uma pesquisa
qualitativa, definindo-se como etnográfica. De acordo com Marli Eliza de André (1995), a
pesquisa qualitativa é aquela que não aceita a realidade como algo externo ao sujeito,
confirmando a corrente idealista-subjetivista defendida no final do século XIX por
estudiosos das questões humanas e sociais, como Dilthey e Weber (p.17), que “valoriza a
maneira própria de entendimento da realidade pelo indivíduo”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É de suma importância promover estímulos na sociedade local e estadual que
atinem para uma preocupação inerente ao meio ambiente, a degradação ambiental, aos
problemas da monocultura, dos transgênicos, dos gases tóxicos, desmatamentos,
poluições entre tantos, a fim de minimizar ou pelo menos dirimir os grandes impactos
ecológicos, ocasionados pela sociedade de consumo em relação ao meio ambiente,
através de mecanismos audiovisuais televisivos de comunicação e marketing, no intuito
de divulgar através da arte, cultura, documentários, música, depoimentos, pesquisas
entre outros, bem como dados impactantes da nossa realidade vigente degradante e
desigual, através da venda publicitária de um produto chamado “consciência verde” que
apresentará soluções viáveis para tal problemática e, com atividades educativas que
massificarão a comunidade local transformando-a em um grande público. Segundo
FORD apud MORAES:
160
Em uma aldeia global que não é nem harmônica, nem justa, nem
homogênea, é importante pensar a modernidade, a educação, a
diversidade tanto a partir da crise que sofremos quanto a partir da
elaboração de projetos políticos, nesse caso culturais, informacionais,
comunicacionais, que nos permitam sair dela (FORD apud MORAES
,2003, p.93)
Com isso insurge a necessidade de fazer uma mídia de cultura Industrial se
manifestar com o conteúdo de cultura pop, para assim alcançar a grande massa e assim
atingindo os dois grupos, tanto o pólo mais seleto e exigente, quanto o massificado.
REFERÊNCIA
FORD, Aníbal. O contexto do público: transformações comunicacionais e socioculturais.
In: MORAES, Denis. MORAES, Dênis. Por uma outra comunicação: mídia, mundialização
cultural e poder. Rio de Janeiro: Record, 2003. p. 87-102.
ENSINO DE FILOSOFIA, ESCOLA E NOVAS TECNOLOGIAS: pensamento humano e
questões políticas emergentes na era da informática 152
Francisco José Porfírio Neto153
Carmelita Brito de Freitas Felício154
Desde o seu nascimento, a humanidade lida com novas descobertas e invenções
que, sendo técnicas, tecnológicas e inovadoras, espantam o homem quando são lançadas.
152
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 153
Graduando em licenciatura em Filosofia pela UFG. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(PIBID/CAPES), subprojeto de Filosofia e professor de Filosofia da rede particular de ensino de Goiânia. 154
Orientadora. Mestra em Filosofia pela UFG. Professora da FAFIL-UFG, coordenadora da licenciatura em Filosofia na
mesma instituição e coordenadora do subprojeto de Filosofia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
(PIBID/CAPES).
161
Tal espanto não tem, necessariamente, um significado negativo, antes, é o que
impulsiona o pensamento filosófico. Uma questão que deve ser considerada diz respeito
à maneira pela qual a tecnologia é e pode ser usada, ou seja, diz respeito à sua atualidade
e à sua potência. É inegável que as novas tecnologias da informação e comunicação nos
trouxeram novas configurações espaço-temporais, novos meios de comunicação, de
locomoção e até novas extensões do corpo humano, ampliando a capacidade deste, ao
passo que sua utilização impensada, aliada ao crescimento vertiginoso da presença da
tecnologia na vida da espécie humana, nas últimas décadas – sobretudo no domínio da
biotecnologia e da informática -, atualiza um dos tópicos centrais da reflexão filosófica;
grosso modo, descrita em um vocabulário heideggeriano sob o título “a questão da
técnica”.
Num esforço de ir além dessa dicotomia “como é e como pode ser utilizada”,
nosso propósito é pensar as novas tecnologias da informação e comunicação em meio ao
nosso cenário atual, a partir de sua inserção nas instituições escolares à luz das
seguintes perguntas norteadoras: as tecnologias são um obstáculo ou um
aprimoramento à formação escolar dos alunos? Nossos alunos deixam, pouco a pouco,
de ler e escrever? Diante da presença inevitável das novas tecnologias da informação e
comunicação (TIC’s) no universo escolar e no cotidiano dos alunos, dentro e fora da
escola, como as escolas pensam, adotam e convivem com essas ferramentas
tecnológicas? Na segunda parte do trabalho, operaremos uma imersão na questão do
conhecimento. Vannevar Bush (1945), em seu artigo As we may think, diz que a mente
humana “opera por meio de associações” (p. 6).
Partindo dessa premissa, o projeto de Bush apresenta uma máquina de indexação
de documentos, o Memex. Mais tarde, já na década de 1960, Ted Nelson enuncia, pela
primeira vez, o conceito de hipertexto que, em linhas gerais, trata-se de um texto feito
para ser lido de maneira não linear devido ao fato de possuir conexões com outras
sessões, dentro ou fora do próprio texto, que levam o leitor a rumos diferentes (LÉVY,
1999; LEÃO, 2005). Segundo Pierre Lévy (1999, p. 41), “hierarquizar e selecionar áreas
de sentido, tecer ligações entre essas zonas, conectar o texto a outros documentos,
arrimá-la a toda uma memória que forma como que o fundo sobre o qual ele se destaca e
162
ao qual remete são outras tantas funções do hipertexto informático”. Ou seja, “as ideias
não precisam ser separadas nunca mais” (NELSON apud LEÃO, 2005, p. 21). A nossa
constatação é a de que o hipertexto junto à premissa acerca do pensamento associativo
de Bush trouxe à tona um novo paradigma ao conhecimento, o rizoma, conceito
formulado mais tarde por Deleuze e Guattari (1995).
O conhecimento caminha, portanto, lado a lado com o desenvolvimento das redes
hipertextuais informáticas, podendo estas serem coextensivas ao pensamento humano.
Na terceira parte do trabalho focaremos nos aspectos políticos existentes por trás do
cenário tecnológico e sua relação com a educação, não nos furtando de sua ligação com o
ensino da disciplina de filosofia nas escolas. Questões como o ciberativismo, a cifragem
de documentos informacionais e o domínio das redes sociais serão levantadas numa
tentativa de demonstrar as possibilidades de atualizações possíveis a partir do tema
proposto, além da importância de se estabelecer um diálogo transdisciplinar entre a
filosofia, a educação e a comunicação para se compreender parte destas atualizações
possíveis.
Referências
BUSH, V. As we may think. In: The Atlantic Monthly, julho de 1945. Disponível em: <
http://www.theatlantic.com/magazine/archive/1945/07/as-we-may-think/303881>
Acesso em fevereiro de 2013.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs- capitalismo e esquizofrenia (vol. 1). Tradução
Aurélio Guerra Neto e Celia Pinto Costa. São Paulo: Editora 34, 1995 (Coleção TRANS).
LEÃO, L. O labirinto da hipermídia: arquitetura e navegação no ciberespaço. São Paulo:
Iluminuras, 2005.
LÉVY, P. O que é o virtual? Tradução Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 1999 (Coleção
TRANS).
163
Ordens de indexicalidade de corpos, pedagogia crítica da mídia e humor: Por uma
descolonização das práticas identitárias hegemônicas155
Ludmila Pereira de Almeida156
Goiamérico Felício Carneiro dos Santos157
O presente trabalho tem como um de seus principais objetivos discutir como
a cultura da mídia se configura ao indexicalizar modelos de corpos conforme
características previamente definidas por hierarquizações de diferença. Isso tendo como
pressuposto que as práticas identitárias são materializadas pelo uso da linguagem e seu
contexto de produção, e que a todo instante estamos sendo educados, principalmente
pela mídia, a um dado modo de pensar e se comportar no mundo. Assim, teremos como
corpus duas narrativas audiovisuais, são elas Negro – Porta dos fundos e Todo mundo
odeia a prisão, ambas possuem cunho humorístico retratando sobre como marcas
corporais se tornam a referência primeira para a hierarquização social. Nesse caso
específico, os vídeos focam na questão da raça e suas intersecções como categoria de
indexicalização de um discurso subalterno sobre o corpo do outro.
Nossa fundamentação teórica seguirá a linha pragmática dos estudos da
linguagem no qual Austin (1998) nos traz a noção de atos de fala e sua performatividade
em que dizer é fazer, isto é, os enunciados produzem efeitos no mundo, são ações que
normatizam determinadas ideologias na sociedade. Blommaert (2005, p. 253) nos
aponta para as ordens de indexicalidade que são “padrões estratificados de significados
sociais frequentemente denominados ‘normas’ ou ‘regras’, pelos quais as pessoas se
orientam quando se comunicam” e assim constroem produções de sentido que
delimitam o comportamento social. Para tratar da noção de corpo temos Foucault
(1987) que nos direciona a concepção de poder disciplinar que se aplica aos corpos a fim
155
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 156 Pós-graduanda em Comunicação na linha de pesquisa: Mídia e Cultura pela Universidade Federal de Goiás. Fez
graduação em Letras-Licenciatura em Língua portuguesa e Bacharelado em estudos linguísticos pela Universidade Federal de
Goiás. E também é graduanda em Jornalismo pela UFG. E-mail: [email protected]. 157 Orientador. Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da FIC (UFG) e Pós-Doutor em Comunicação. E-
mail: [email protected].
164
de adestrar e alinhar os sujeitos a assumirem determinados papéis sociais, isso faz com
que adquiram uma dita identidade essencial, já formulada pelo outro e afirmada
historicamente por repetições e pela não contestação da posição de subalterno. A
constituição do corpo é então transformada em um ato político de significação prévia
desde o nascimento (BUTLER, 2003).
E sendo que os corpos indexicalizam categorias de diferença, isto é,
inscrevem determinados significados que só fazem sentido na relação com o contexto
social, histórico e cultural de tal sujeito, nossa analise também se direcionará para o
conceito de racismo espirituoso. Este, segundo Sales (2006), é a estigmatização pelo não
dito (piadas, injúrias, trocadilhos, provérbios, ironias...) que marca e demarca o corpo
sem o uso direto da violência física, mas por meio do açoite da injúria e da impressão a
fogo pela piada. É o preconceito que se manifesta pelo humor. Dahia (2008) associa o
riso e a piada racista, a uma prática de discriminação do outro por meio da destruição
pelo poder e pela infantilização do objeto risível, e ainda afirma que o riso representa
um jogo de forças que se tornou um dos modos de exclusão social. Fonseca (1994, p. 53)
diz que “os grupos sociais quando riem de determinada piada, demonstram que estão
aparentemente de acordo com suas mensagens, que elas encontram eco na sociedade”, o
riso encontra sentido a partir da realidade social que é construída historicamente.
E isso se remete a repetição e ao enquadramento dos papéis sociais que se
aperfeiçoam na cultura da mídia, que segundo Kellner (2001), é a cultura da sociedade,
estratificada pelo discurso hegemônico que tenta se sobrepor a qualquer pensamento
transgressor. Dessa forma é preciso ter uma visão crítica de como os produtos
midiáticos educam e promover então uma pedagogia crítica da mídia que vise uma
descolonização do pensamento hegemônico que indexicaliza os corpos e os
hierarquizam. Dessa forma, segundo Kellner (2002, P.10), “[...] aprendendo como ler e
criticar a mídia, avaliando seus efeitos e resistindo à sua manipulação, os indivíduos
poderão fortalecer-se em relação à mídia e à cultura dominantes”. Os discursos
midiáticos têm importante contribuição na construção social das identidades,
principalmente dos sujeitos tidos como subalternos. Isso ocorre devido a esses discursos
seguirem a visão de negritude como essência ao considerar que haja uma natureza
165
própria do ser negro, que se opõe à norma social, cuja matriz é a branquitude e os ideais
eurocêntricos. Assim, é preciso (re) educar os sujeitos para se obter um olhar reflexivo
das narrativas midiáticas através de uma pedagogia crítica em que se ensina e aprende,
tendo o outro como parte de uma diversidade e não apenas de uma hierarquização de
corpos categorizados ideologicamente.
Referências:
AUSTIN, John L. Performativo-constativo. Tradução: Paulo Ottoni. In: OTTONI, Paulo
Roberto. Visão Performativa da linguagem. Campinas: Editora da Unicamp, 1998. 107-
144.
BLOMMAERT, Jan. Discourse: a critical introduction. Cambridge: Cambridge University
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BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução
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DAHIA, Sandra Leal de Melo. A mediação do riso na expressão e consolidação do racismo
no Brasil. Sociedade e Estado, Brasília, v. 23, n. 3, p. 697-720, set./dez. 2008.
FONSECA, Dagoberto José. (1994) A piada: discurso sutil de exclusão, um estudo do
risível no “racismo à brasileira”. 1994. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) –
Programa de Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. [No
prelo.]
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. São Paulo: Atlas, 1987. 262 p.
KELLNER, Douglas. A cultura da mídia. Bauru, SP: EDUSC, 2001.
KUMARAVADIVELU, B. A linguística aplicada na era da globalização. In: MOITA LOPES,
Luiz Paulo. Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. p.
129-148.
166
Modern Family: uma representação moderna das diferenças?158
Joseane Alves Ribeiro159
Modern Family é uma das ficções seriadas estadunidenses de mais sucesso da
atualidade, nos Estados Unidos é exibida pela emissora American Broadcasting
Company (ABC) e no Brasil pelo canal de TV a cabo, Fox. Lançada em 2009, Modern
Family já recebeu diversos prêmios, que incluem quatro Emmy Awards160 consecutivos
na categoria séries de comédia de destaque e um Globo de Ouro161 na categoria de
melhor série televisiva de comédia.
Atualmente em sua sexta temporada, a série narra histórias do cotidiano de uma
família (moderna, segundo o próprio título do programa) e, como apresentado na página
da emissora ABC, Modern Family está se consolidando como uma série definidora da
cultura. Portanto, o programa configura-se um material rico para análises de
representações de diferentes culturas.
As tématicas em torno do multiculturalismo e interculturalidade vem sendo
debatidas em todo o mundo, no sentido promover a diversidade cultural e estabelecer
políticas que melhorem a convivência entre “diferentes”. A televisão possui um papel
importante na construção da percepção do outro, especialmente por meio da
apresentação de estereótipos, este trabalho tem, portanto, o objetivo identificar as
características dos personagens da série de TV Modern Family, a fim de definir a forma
como a família moderna está sendo representada, mais especificamente em termos de
convivência multicultural.
Em relação à questão metodológica, este trabalho busca, por meio da análise de
conteúdo, observar os 24 episódios que constituem a primeira temporada da série para
158
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a
29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 159 Professora adjunta do curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade Araguaia. Mestre em Comunicação pela
Universidade Federal de Goiás. Email: [email protected] 160 Premiação da Academia de Artes e Ciências da Televisão (Academy of Television Arts and Sciences). Informação
disponível em <abc.go.com/shows/modern-family/about-the-show> Acesso em 8 de maio de 2015. 161 Premiação da Associação da Impressa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association). Informação
disponível em <abc.go.com/shows/modern-family/about-the-show> Acesso em 8 de maio de 2015.
167
identificar os elementos fundadores da construção dos personagens, dando ênfase à
questão da identidade cultural e com enfoque nos personagens de culturas não-
hegemônicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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comunicação. São Paulo: Atlas, 2012.
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PALLOTINI, Renata. Dramaturgia de televisão. São Paulo: Ed. Moderna, 1998.
Apontamentos sobre o discurso veiculado em revistas femininas:
Que tipo de identidades elas propõem?
Bruna Gabriela Corrêa Vicente162
Shirley Eliany Rocha Mattos163
A linguagem midia tica, hoje, se trata de uma das mais difundidas e de mais fa cil
acesso a s jovens enquanto instituiça o que agrega valores sociais, culturais e linguí sticos.
A mí dia constro i, atrave s da linguagem, a imagem dela pro pria, de seu pu blico
162 Bruna Gabriela Corrêa Vicente. Graduanda em Letras- Português/Inglês e suas respectivas literaturas pela Universidade
Estadual de Goiás. e-mail: [email protected]. 163 Shirley Eliany Rocha Mattos, Professora Doutora do curso de Letras da Universidade Estadual de Goiás. e-mail: [email protected].
168
consumidor e da relaça o estabelecida entre esses participantes exercendo va rios papeis
na sociedade, entre eles a percebemos como formadora de opinia o, na o apenas para
construir e/ou reforçar identidades, mas tambe m para inferir e criar estereo tipos
e tnicos, econo micos, sociais e intelectuais.
Partindo desta perspectiva, o trabalho volta-se para a ana lise e investigaça o do
discurso em textos, que tratam de comportamento, em revistas femininas, procurando
verificar como se da a influencia dos mesmos, analisando o tipo de identidades
propostas nos textos. Procuramos identificar os aspectos de convencimento de maior
efica cia, considerando os argumentos (prima rios ou perife ricos) mais usuais. Analisar as
pra ticas discursivas sobre uma perspectiva crí tica permite compreender a natureza
social do discurso e sua influe ncia na construça o de identidades em e na sociedade.
Este trabalho segue a linha de pesquisa de Ana lise do discurso Crí tico, aplicada ao
estudo de ge nero social, conforme estudada por autoras como Herberle (1994; 1997;
1999), Figueiredo (1994; 1995) e Dornelles (1997). Com base no modelo tridimensional
do discurso proposto por Fairclough (1989) que envolve tre s categorias: texto, pra tica
discursiva e pra tica social; tambe m sera o levados em consideraça o estudos sobre
ge neros textuais, segundo a visa o de Coutinho (apud MARCUSCHI, 2008, p. 82) de que
“os textos seriam produço es linguí sticas atestadas que realizam uma funça o
comunicativa e se inserem numa pra tica social.” Como tambe m, o conceito de Gênero,
aqui explicitado por Bonini “– um conjunto de aço es tí picas de textualizaça o, de
produça o e compreensa o textual, que realiza pelo menos uma pra tica social dentro de
va rias cadeias relacionais possí veis, realizando, enta o, o discurso e a estrutura social.”
Segundo o autor, o discurso reflete o ponto de vista do mundo, identidade e relaço es que
se estabelecem numa determinada estrutura social. Essa, por sua vez e compreendida
como uma entidade abstrata que abrange um conjunto de pra ticas sociais e ge neros.
Levaremos em conta, ainda, estudos sobre para metros textuais (Meurer & Motta-Roth,
1997; Meuer, 1998) que buscam analisar e desvendar as caracterí sticas constituintes da
textualizaça o dos diversos discursos existentes na sociedade.
Segundo Stuart Hal (l999), a questa o da identidade esta sendo extensamente
discutida na teoria social. Em esse ncia, o argumento e o seguinte: as velhas identidades,
169
que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, esta o em declí nio, fazendo surgir
novas identidades e fragmentando o indiví duo moderno, ate aqui visto como um sujeito
unificado. A assim chamada "crise de identidade" e vista como parte de um processo
mais amplo de mudança, que esta deslocando as estruturas e processos centrais das
sociedades modernas e abalando os quadros de refere ncia que davam aos indiví duos
uma ancoragem esta vel no mundo social. A fim de explorar essa afirmaça o, devo
examinar primeiramente as definiço es de identidade.
Assim, o discurso reflete o a visa o de mundo, identidade e relaço es que se
estabelecem numa determinada estrutura social.
Referências Bibliográficas
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gêneros textuais de acordo com a abordagem sócio-retórica. Pelotas: Educat, 2006.
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feminina na revista. The Especialist, 15, Sa o Paulo: Cepril, PUC-SP, p. 121-136, 1994.
HERBERLE, V.M. “Editoriais de revistas femininas sob a perspectiva da análise
crítica do discurso”. The Especialist, v.16, n.º1/2. Sa o Paulo: Cepril, PUC-SP, p.137-150,
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________.; MOTTA-ROTH, D. (orgs.). Parâmetros de textualização. Santa Maria, RS:
editora da UFMS, 1997.
170
Narrativas colaborativas e transmidiáticas em aulas de literatura
no ensino municipal de Senador Canedo
Elisabete Teles Marinho164
Cátia Lassálvia165
Neste artigo procuramos analisar como se constrói a narrativa transmidiática na
produção literária de alunos da rede municipal de ensino, em Senador Canedo, Região
Metropolitana de Goiânia, a partir da execução do Projeto E se eu fosse o autor? O referido
projeto é uma tecnologia social, que incentiva o uso das mídias digitais como ferramentas
pedagógicas, valorizando a aprendizagem colaborativa e a cultura digital. Propõe a
construção coletiva de novas histórias, tendo como base inicial a leitura de livros literários,
tanto em sala de aula, quanto na Biblioteca Municipal da cidade.
Sabemos que as transformações tecnológicas acompanham a vida das pessoas e
estão incorporadas ao dia a dia das crianças e adolescentes, que estão atentos às
inovações e dominam com desenvoltura as novas ferramentas, como aparelhos
celulares, tablets, videogames e a internet. Esta é uma característica das habilidades
desenvolvidas pela Geração Internet, também conhecida por Geração Y ou Milênio que,
além da busca pelo entretenimento, se comunica e interage com outros indivíduos.
Autores, como Don Tapscott, esclarecem que a Geração Internet nasceu a partir da
década de 80 num cenário econômico competitivo e em meio aos avanços tecnológicos.
O teórico lista dez pontos característicos deste grupo, afirmando que “a interatividade e
a rapidez da net alteraram o processo de comunicação. O mundo da Geração Net é um
mundo em tempo real”.
Diante do exposto, consideramos este trabalho de atual relevância para o
momento ao qual vivenciamos, por isso abordamos conceitos essenciais, tais como
cultura da convergência, uso de novas tecnologias na educação, inteligência coletiva,
164
Pós-graduanda em MBA Executivo de Mídias Digitais, artigo sendo finalizado pelo Instituto de Pós
Graduação (IPOG). Email: [email protected] 165
Orientadora. Professora e coordenadora do MBA Executivo em Mídias Digitais.
171
expansão tecnológica e mudança do processo comunicacional, baseado na interatividade
e na comunicação em rede. Fundamentamos nossa análise a partir de dois cases
considerados experiências exitosas, com base na leitura de relatórios, matérias e acesso
aos arquivos, fotos e informações colhidas junto aos coordenadores do projeto.
O primeiro caso é o Lab. Criativo de Literatura e Tecnologia, que é realizado na
Biblioteca Municipal de Senador Canedo, e é o momento que a criança se defronta com
livros literários impressos, tem liberdade para escolher o livro que deseja ler, conhece os
meios digitais e tem a oportunidade de recriar novas narrativas. O segundo case trata-
se das aulas de literatura da professora Wilza Araújo numa turma do oitavo ano da
Escola Municipal Vovó Dulce. Este é um momento que merece atenção, pois retrata o
contato da docente, considerada uma migrante digital, com as crianças que nasceram
digitais. É, portanto, um meio apropriado para esta análise, pois demonstra que a escola
precisa estar em conexão com a cultura da convergência, conforme assegura Jenkins
(2009). Para ele, a web mostra que “os paradigmas educacionais estão absoletos e que é
preciso entrar na cultura da convergência para manter a atenção e dialogar com esse
novo estudante”.
Recorremos a vários autores dando destaque ao psicólogo Gadner (1995) e sua
teoria sobre as Inteligências Múltiplas (IM). O especialista defende que há sete tipos de
inteligência, e a escola deve compreender que nem tudo que é aplicado em sala de aula é
de interesse de todos. Por isso, defende uma escola focada no indivíduo, a qual vai
buscar compreender as necessidades de cada aluno, para então aplicar conteúdos. De
acordo com Gadner, a cada ano surgem tecnologias educacionais promissoras e baratas.
“Essas tecnologias podem ser desenvolvidas de modo a maximizar as chances de cada
aluno aprender – e mostrar o que ele aprendeu – da maneira mais adequada para ele”.
Outro autor é Jenkins (2009) ao debater sobre cultura da convergência, mostrando que a
cultura contemporânea se afirma pela sua distribuição em várias plataformas, o que
podemos entender que a literatura encontra um campo amplo para ser reinventada e
veiculada em outros meios. Esta transposição de um conteúdo de uma mídia para outras
mídias é entendida como transmídia, assunto que aprofundaremos neste trabalho ao
longo da discussão.
172
Bibliografia
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“Santa Missa em Seu Lar”: Construção midiática da TV Anhanguera da Missa da
5h30 no domingo do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno.166
Paulo Afonso Tavares167
Dr. Eduardo Gusmão de Quadros168
166 Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 167 Mestrando em Ciências da Religião, Graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela a Pontifícia
Universidade Católica de Goiás, licenciando em Filosofia no Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás e bolsista da Fapeg.
E-mail: [email protected] 168
Doutor em Historia pela UnB. Professor do departamento de História da Universidade Estadual de Goiás e da pós-
graduação em História da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. E-mail: [email protected]
173
Este artigo busca analisar a cerimônia midiática da “Santa Missa em seu Lar”
transmitida aos domingos, às 5h30 pelas afilhadas da Rede Globo, “Tvs Anhangueras”
nos Estados de Goiás e Tocantins, diretamente do Santuário Basílica do Divino Pai
Eterno no município de Trindade – Goiás. Na perspectiva da Celebração Religiosa –
Missa, sendo uma construção midiática, bem como, estando atrelada as regras e
exigências do campo midiático televisivo.
Isso acontece, pois conforme Sodré (2002), a emergência da pós-modernidade
trouxe consigo novos valores, reivindicações e certas características das sociedades
modernas, tais como o amplo fluxo de informação, de imagens, do individualismo e a
fragmentação do tempo e do espaço. Gerando a midiatização, como um novo bios
midiático.
Já Gomes (2010), sobre a midiatização da sociedade afirma, “se um aspecto ou
fato não é midiatizado, ele parece não existir”. (2010, p.163). Ou ainda, “cada vez mais o
fato, para ser reconhecido como real deve ser midiatizado. Tudo é feito
eletronicamente”. (2010, p.164).
Gomes (2010) afirma que aceitar a midiatização como um novo modo de ser no
mundo, “nos coloca numa nova ambiência que, se bem tenha fundamento no processo
desenvolvido até aqui, significa um salto qualitativo no modo de construir sentido social
e pessoal”. (2010, p. 163).
Nesse sentido Rodrigues (1999), argumenta, que cada campo é uma instituição
singular, legitimada, reconhecida e respeitada pelo conjunto da sociedade. O campo
midiático é o que promove o diálogo e a discussão com os campos que utilizam a mídia
no ganho de visibilidade na esfera pública. O mesmo acaba ocorrendo com a mídia, já
que carece da atuação desses campos para tornar-se legitimada. Acontecendo grandes
mudanças nas formas institucionais da religião que subordinam suas lógicas às
gramáticas da mídia como forma de existência.
A religião submeterá às condições de produção de sentido definidas pelas mídias
numa situação de troca, entrecruzamentos e interdependências, como estratégias por
174
causa das diversas interações sociais que existem e que são marcadas por relações de
poder e interesse. Pois as interações entre o campos religioso e midiático necessitam um
da atividade do outro. A mídia será pelo o conhecimento levado à sociedade e já o campo
religioso por adequar-se às “lógicas do campo midiático”. Consequentemente, essa
relação que não é linear exercerá poder sobre o outro, para que haja legitimação essa
troca tem que ocorrer.
É especificamente nessa relação de poder entre os campos midiático e religioso
está centralizada a proposta de analise desta comunicação. Pois a construção da
cerimônia midiática conforme as exigências e necessidades midiáticas televisivas das
TVs Anhangueras dos Estados de Goiás e Tocantins afilhadas da Rede Globo de Televisão
fazem que o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno localizado no Município de
Trindade, região metropolitana de Goiânia fica refém deste campo, tanto no formato da
cerimônia midiática, bem como no horário para iniciar e encerrar a cerimônia religiosa.
Como o horário oficial de iniciar a celebração é às 5h30 aos domingos, ocorrendo com
freqüência o não cumprimento desse horário por parte do campo midiático, já que
muitas dessas vezes está ocorrendo as transmissões ao vivo da Formula 1, ou outras
programações de rede da Globo. Tendo que o Santuário Basílica de Trindade, que é
representante do campo religioso católico se adequar ao campo midiático, não só na
elaboração dessa cerimônia que não existia antes, bem como nos horários, tendo que as
vezes esperar até 40 minutos para iniciar essa cerimônia.
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SODRÉ, Muniz. Teoria Antropológica do Espelho. Petrópolis: Vozes, 2002.
175
Conexões entre Comunicação e Educação169:
Os espaços educacionais brasileiros na pauta do programa Profissão
Repórter
Mayara Jordana Sousa Santana170
Ana Carolina Rocha Pessôa Temer171
Este artigo tem por objetivo realizar uma discussão sobre as possibilidades de
inter-relações entres as áreas de comunicação e educação, a partir de um estudo de caso
de uma recente edição do programa brasileiro de televisão jornalístico Profissão
Repórter, veiculado, atualmente, nas terças-feiras à noite, pela emissora Rede Globo, que
abordou, especificamente, sobre três tipos de modalidades de educação pública no
Brasil, a saber: escolas militares em Goiás, uma escola pública no Rio Grande do Sul e
uma escola para menores reincidentes da Fundação Casa, em São Paulo. A análise neste
estudo, realizada com base na reportagem veiculada em 25 de novembro de 2014 pelo
referido programa, visa ilustrar, de modo empírico, a discussão sobre a interface entre
comunicação e educação e abordar os aspectos relacionados à potencialidade da mídia,
especificamente, do telejornalismo, na produção de significados e sentidos sobre a
temática educacional a partir dos conteúdos midiáticos. Além disso, também serão
apresentadas algumas das implicações que a reportagem obteve junto aos públicos,
especificamente, trazendo os comentários realizados sobre esta matéria por internautas
no site do programa Profissão Repórter, bem como será apresentada a repercussão que a
reportagem obteve também junto alguns jornais impressos goianos à época de
divulgação do programa.
169
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 170 Jornalista no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) e mestranda em Comunicação na
Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás, na linha de Mídia e Cidadania. E-mail:
[email protected] 171 Orientadora e Professora Doutora em Comunicação na Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal
de Goiás: E-mail: [email protected]
176
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Acesso em: 30 dez. 2014.
GT-10 – Mídias interativas, cibercultura e entretenimento
Vidagame: jogos eletrônicos como tecnologias do imaginário pós moderno172
Mauricio Pessoa Peccin173
Goiamérico Felício Carneiro dos Santos174
A intenção deste artigo é conceituar os jogos eletrônicos175 como tecnologias do
imaginário, como propostas por Juremir Machado da Silva (XXXX), destacando sua
importância de certa forma pedagógica para práticas consumistas da cultura
contemporânea. Esses jogos apresentam formas narrativas particulares devido à
possibilidade/necessidade de agência do jogador, uma vez que sua experiência só se
172
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 173
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cultura pela Universidade Federal de Goiás. e-mail:
Professor Pós-Doutor titular do Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cultura da Universidade Federal de Goiás. e-
mail: [email protected] 175 Feitos para videogames, smartphones, computadores, aparelhos portáteis ou outros. É uma definição mais ampla, a ser
melhor recortada e descrita futuramente, para jogos de natureza audiovisual e interativa realizados por mediação tecnológica.
178
completa através dessa interação. Diferentemente da literatura, em que o leitor entra em
contato com o conteúdo e o significa, o jogador tem influência direta sobre o que
acontece no espaço de jogo através do uso de objetos físicos que mediam sua relação
com o ambiente virtual/narrativo, traduzindo ações mecânicas simples, muitas vezes
apertar botões, em elementos e ações do ambiente virtual. Com a evolução da
representação gráfica, ambientes e objetos virtuais passam a apresentar aparência cada
vez mais próxima à realidade, tornando possível a criação na tela do que antes era
apenas possível imaginar.
As possibilidades de interação que essas “cópias sem original” (conceito de
Baudrillard) permitem são, porém, limitadas, o que acaba por modificar contextos
culturais e narrativos. Amplos espaços virtuais são criados com riqueza visual e sonora,
mas pouco se pode fazer além de explorá-los de maneira superficial e programada,
interagir com eles e com as representações de seres humanos que os povoam de forma
limitada, quase sempre confrontacional, e visualizar objetos de forma detalhada, porém
inócua e sem relação com a realidade. A maioria das ações imediatas e de longo prazo
gira em torno de acúmulo (de moedas, peças, imagens, bandeiras, ações, capital do
mundo de jogo), de conflitos por espaço e da evolução dos avatares176 de forma
progressiva e estratégica dentro das mecânicas de jogo. Narrativas oriundas dos
imaginários popular, mitológico e literário constituem apenas um elo para justificar,
nem sempre com êxito, essas mecânicas, sendo, em geral, menos importantes na
experiência final. Isso gera momentos de dissonância entre mecânicas e narrativas, que
são empobrecidas para viabilizar escolhas no mundo interativo.
No contexto deste trabalho, acredita-se que essas ações constitutivas da
experiência dos jogos eletrônicos têm reflexos quando retornam do ambiente virtual
para o cotidiano, influenciando a cultura em direções novas. Não interessa a análise de
conteúdos ou temas pontuais que aparecem nessas mídias, a intenção é identificar
dinâmicas estabelecidas intra-jogo (baseadas em conflito, acúmulo e escalonamento, por
exemplo) como parte de uma condição cultural pós-moderna. Num contexto de grande
176 Construtos virtuais que representam, nos jogos eletrônicos, a corporeidade do jogador. É através do avatar que o jogador
age no mundi virtual em que se lança quando joga e que pode ser personalizado com detalhes e evoluído, dentro das
mecânicas de jogo.
179
fluxo de interações mediadas pela tecnologia e enfraquecimento das instituições, as
tecnologias do imaginário educam para práticas cotidianas e tornam-se imensamente
relevantes. Os jogos eletrônicos mostram-se objetos ótimos para observação nesse
contexto, uma vez que, talvez, treinam jogadores para práticas de consumo
independente das narrativas que adotam.
Palavras-Chave: cultura; espaço; jogos eletrônicos; narrativas; pós modernidade
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A experiência do espaço como fator comunicacional nos videogames
Victor Felipe Barbosa Pessoa177
Orientador: Daniel Christino178
Este trabalho se coloca como um estudo das mídias, partindo do pressuposto de
que as mídias e as tecnologias desempenham um papel central na maneira como nos
177
Mestrando do programa de pós-graduação da FIC-UFG. E-mail: [email protected] 178
Doutor em comunicação e professor do curso de pós-graduação da FIC-UFG.
180
comunicamos. Aqui, foca-se no estudo da mídia do videogame, afim de compreender
suas características e potenciais. Destaca-se como um elemento do videogame o espaço
e, pelo levantamento teórico de noções sobre espaço, mídia e videogame, busca-se
compreender como esse elemento se articula na mídia e como ele atua no processo
comunicacional dentro da mesma.
PALAVRAS-CHAVE: comunicação; videogame; mídia; espaço.
Os estudos dentro da área da comunicação ocorrem de variadas formas e com
temas variados. Uma abordagem recorrente e da qual esse trabalho se utiliza é a
abordagem midiática/tecnológica, que foca principalmente nos estudos das mídias e das
tecnologias da comunicação. Com certeza não é uma abordagem completa, mas é
irrefutável que as mídias alteram tanto a forma quanto os indivíduos se comunicam
assim como o conteúdo que é comunicado por meio delas, e seus estudos são sempre
uma apronta válida para a área de estudos da comunicação.
Este trabalho se estabelece sobre a mídia do videogame, não só pelas relações
ente mídia e comunicação já ditos, mas por se tratar de um tema pouco explorado,
principalmente no contexto nacional. Busca-se então, aqui, não apenas trazer o tema do
videogame para os estudos da comunicação, mas também fornecer análises e destacar
particularidades da mídia para trabalhos futuros e de outros pesquisadores, sendo essa
primeira característica a construção do espaço nos videogames e seu potencial
comunicativo.
Metodologia
Junta-se o estudo empírico sobre a mídia do videogame em si com os estudos
teóricos e bibliográficos de três respectivos temas: videogames e jogos, mídia e
espacialidade. Nos dois últimos temas, buscam-se conceitos já estabelecidos, ou seja, há
mais um empréstimo para o trabalho do que uma argumentação sobre os mesmos. O
primeiro tema, que se mostra duplo, o faz justamente pela falta de pontos e conceitos
bem estabelecidos, o que resulta nessa própria mestra dos estudos dos jogos com os do
videogame, mas, aqui, sempre focando mais o lado dos games, levantando questões e
argumentações.
181
Nas questões sobre mídia, trabalha-se com autores como McLuhan e Thompson,
que destacam a relação mais complexa das mídias com os indivíduos, reforçando a
centralidade dos seus estudos para a comunicação e a sociedade. No lado do videogame,
autores como Juul e Aarseth trabalham estipulando características e elementos dos
videogames, os quais nos utilizamos para análise, tendo ambos conferindo especial
destaque para o elemento do espaço nos games. Em relação a questão da espacialidade,
traz-se à tona os conceitos de Bollnow e Bachelard, que trabalham a espacialidade não
como um sistema matemático e de coordenadas, mas como uma ideia proveniente
própria do indivíduo, algo proveniente da experiência dos indivíduos e que se relaciona
aos videogames pela capacidade simulacional dos mesmos.
Considerações finais
Os videogames ainda se encontram marginalizados nos estudos referentes a
comunicação, mas a cada ano esse afastamento se torna menor. Isso se deve
principalmente aos autores e pesquisadores que enxergam a capacidade da mídia e a
necessidade de estudos mais aprofundados sobre a mesma, procurando elaborar
conceitos e definições afim de legitimar esse campo de estudo.
Esse trabalho possui o mesmo objetivo, o de fortalecer o estudo do tema do
videogame. Não com a intenção de criar conceitos, mas o de debater e expor as ideias já
existentes assim como as características próprias da mídia, começando aqui pela
questão da espacialidade. Somente com características e especificidades da mídia bem
definidas e estruturadas é que discussões mais profundas podem surgir, sendo esse
trabalho uma iniciativa para esse longo processo.
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183
A performance nos videogames e seus desdobramentos:
dos action figures aos cosplays179
Murilo Gabriel Berardo Bueno180
Raquel de Paula Ribeiro 181
O presente artigo se propõe a analisar as performances dos cosplay e dos bonecos
action figures, como um desdobramento das experiências vividas em jogos de
videogame. Essas performances são conhecidas por combinar diferentes linguagens a
partir da caracterização e representação de grupos que se vestem de acordo com os
personagens e desempenham papéis semelhantes à personalidade dos seres virtuais
com os quais se identificam.
A busca por esse tipo de representação tem crescido nos últimos anos e há um
aprimoramento e diversificação dos recursos utilizados. Em alguns casos os
participantes chegam a recriar cenários por meio de projeções e inserções de elementos
animados em 2D e 3D, que se assemelham ao aparato cinematográfico, mas que
propõem, a partir da confluência de linguagens e estilos, a materialização de uma
atmosfera composta por elementos do videogame, dança e teatro. Tais elementos
ampliam a imersão do espectador a partir da representação performática dos elementos
visuais.
Outro tipo de comportamento que pode ser considerado como performance é a
aquisição e colecionamento de bonecos action figures, que são considerados objetos de
arte em miniatura e transformados em artigo de consumo dentro de um mercado de
luxo criado para que os jogadores adquiram os personagens com que se identificam.
179
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 180
Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Goiás. Graduação em Publicidade pela Universidade
Federal de Goiás. Professor substituto na Universidade Federal de Goiás e professor efetivo na PUC Goiás. E-
mail: [email protected] 181
Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Goiás. Graduação em Publicidade pela Universidade
Federal de Goiás. Professora substituta na Universidade Federal de Goiás e professora adjunta da Faculdade
Araguaia e Uni-Anhanguera. E-mail: [email protected]
184
O fato de possuir esses bonecos, utilizá-los como objeto de coleção e
entretenimento, bem como a aquisição de fantasias e adereços como espadas, perucas,
armas dos personagens, circle lens182, amplia o caráter representativo e simbólico desses
produtos e fazem com que haja, além de uma identificação com os jogos, uma
continuidade das experiências vividas durante o processo ocorrido no videogame.
Assim, principal objetivo da proposta é investigar de que forma empresas como a
Nintendo, Ubisoft e outras criam uma atmosfera de interação do espectador e
estruturam um universo gamer propício para que haja uma interação dentro e fora da
diegese do videogame. Essa estimulação promove, além do consumo dos jogos, a venda
de diversos produtos que permitem a continuação da performance experimentada no
videogame, quando o jogador se identifica com os personagens e vive uma relação
simbiótica de personalidade com aqueles que o representam dentro jogo. A
continuidade se dá pelos figurinos, comunidades de flashmob (grupos de dança
coletivos) e as performances experimentadas pelo cosplay. Essas performances,
combinam de forma intertextual aspectos da dança, escolha de figurinos e adereços para
composição de características físicas e psicológicas de personagens do videogame e até
projeções animadas de cenários e espaços.
Como arcabouço teórico da pesquisa serão utilizados Jenkins (2009), no que
tange os aspectos relativos a intertextualidade dos elementos utilizados pelas empresas
para promover o consumo de produto e a continuidade narrativa dos games por meio de
representações performáticas, além de autores que estudam análise fílmica, videogame,
arte e cultura de consumo.
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182
Lentes de contato que ampliam a íris ocular e fazem como que o formato dessa parte colorida dos olhos deixe
os usuários com aspecto semelhante ao de personagens de mangás e animes.
185
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GT-11 – Mídias sociais e movimentos sociais
O Twitter nas eleições de 2010 em Goiás: mídia político ou rede social?183
Luiz Carlos do Carmo Fernandes184
183
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 184
Doutor em Sociologia (FSC-UFG), Mestre em Comunicação (FIC-UFG), professor substituto no curso de Publicidade e
Propaganda da FIC-UFG e professor Assistente no curso de Publicidade e Propaganda da PUC-Goiás. E-mail: [email protected]
186
Este trabalho apresenta o resultado de uma pesquisa quantitativa online que
procurou entender, através de um estudo de caso nas eleições majoritárias de 2010 em
Goiás, qual o papel que o Twitter apresentou na primeira eleição em que a Justiça
Eleitoral regulamentou o uso da internet para a veiculação de ideias, propostas e
propaganda política. Tendo em vista os resultados obtidos buscou-se também testar
duas hipóteses: 1) a de que a escolaridade e a renda influenciaram o uso do Twitter no
processo eleitoral de 2010 e 2) o uso do Twitter ajudou a formar de opinião e a decidir o
voto. Para tanto, foi utilizando o modelo de regressão linear.
O sucesso da web nas duas eleições do presidente norte-americano, Barack
Obama, demonstrou que a boa utilização da mídia digital é de fundamental importância
estratégica para bom desempenho eleitoral nos países onde o acesso à internet já está
universalizado.
Uma das redes sociais mais bem trabalhadas por Obama foi o Twitter. A
ferramenta de micro mensagem lançada em outubro de 2006, em que os usuários são
convidados a responder à pergunta “o que você está fazendo?”185 em até 140 caracteres,
foi utilizada como fonte de informações privilegiada e elemento chave da estratégia de
captação de doações, divulgação de mensagens, interação com o eleitorado, mobilização
e de ataques aos opositores (PENTEADO, SANTOS e ARAÚJO, 2008 e RECUERO e ZAGO,
2009).
Assim, o exemplo paradigmático do uso da internet em geral, e do Twitter, em
particular, no campo político eleitoral acena para a crescente importância das mídias
sociais online nas estratégias de campanha. É bom lembrar, no entanto, que afirma
Blanchard (2006), o uso da internet pelos partidos políticos, e porque não dizer pelos
atores políticos, é pensado como potencialidade de interação, que levam a vislumbrar
novos modos de se fazer campanha e de se fazer política.
Esse olhar não aponta para Castells (1998), que vê na internet de uma
oportunidade, oferecida pela comunicação eletrônica, para aprimorar a participação
política e a comunicação horizontal entre os cidadãos. Ou mesmo Miguel (2003), ao
185
Fernandes e Almeida (2010) afirmam que com o tempo e o aumento da popularidade do Twitter, a pergunta
inicial acabou sendo alterada de “what are you doing?” (o que você está fazendo?) para “what´s happening?” (o
que está acontecendo?).
187
sugerir que as novas tecnologias de informação e comunicação podem assegurar
informação de baixo custo e boa qualidade. Ao contrário. Para a maioria dos atores
políticos, a internet e as redes sociais online parecem estar mais coerentes com a visão
de Manin (1998), ao definir a democracia de audiência, em que o vínculo entre os
representantes e seus eleitores passa a ter um caráter essencialmente pessoal; em que
predomina uma dimensão reativa do voto; ou seja, os representantes passam a
representar uma variedade de imagens em disputa186.
O resultado da aplicação do questionário online, feita neste trabalho, permitiu
traçar o perfil dos usuários do Twitter na campanha eleitoral de 2010 em Goiás. Mas a
natureza específica desta pesquisa deixou de lado os dados mais qualitativos do estudo
(histórico da utilização do Twitter, padrões de uso e avaliação dos assuntos discutidos)
para se concentrar na análise multivariável que buscou estabelecer a relação entre uso
do Twitter e desempenho eleitoral. Assim sendo, inicialmente fez-se uma análise
descritiva. Em seguida buscou-se fazer alguns testes de hipóteses para verificar a
significância estatística das conjecturas, com base na amostragem de 285 entrevistas
realizadas.
O resultado é que Twitter em Goiás nas eleições de 2010 parece não ter sido de
fundamental importância estratégica para a vitória eleitoral, uma vez que já se pode
dizer que pouco ajudou na captação de doações e para a decisão de voto. Já na
perspectiva contra hegemônica da cidadania e da democracia participativa – que busca
criar mecanismo de aproximação entre representante e representado e também fórum
de discussão, deliberação e participação política da sociedade –, se não os resultados, ao
menos em termos de perspectivas, parece mais promissora, devido ao reconhecimento
dos entrevistados de que o Twitter pode assegurar informação de baixo custo e boa
qualidade.
186
Penteado, Santos e Araújo (2008) afirmam que a internet participa da esfera de representação política que,
por suas características tecnológicas de interatividade, oferece mais recursos para a participação coletiva do
que os meios de comunicação tradicionais. Porém, como outras ferramentas, a internet depende do uso que as
pessoas fazem dela. Assim, seu potencial político e informacional fica limitado pela lógica do espetáculo que
domina os processos comunicacionais atuais e as redes sociais online acabam facilitando muito mais o contato
entre representante e representados sem a mediação partidária e até mesmo o controle da mídia.
188
BIBLIOGRAFIA
BLANCHARD, Gersende (2006). O uso da internet a serviço da comunicação do partido.
Líbero. São Paulo: ano IX, nº 18, p. 9-17.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1998. v. 2.
MANIN, Bernard. Los princípios del gobierno representativo. Madrid: Alianza
Editorial, 1998.
MIGUEL, Luis Felipe. .Representação política em 3D: elementos para uma teoria
ampliada da representação política. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo,
v. 18, n. 51, p. 123-193, fev. 2003.
PENTEADO, Cláudio Luis de Camargo; SANTOS, Marcelo Burgos Pimentel dos; ARAÚJO,
Rafael de Paula Aguiar. Blog s de Política: caminhos para reflexão. In: I Congresso
Anual da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação e Política, 2006,
Salvador, Bahia.
RECUERO, Raquel; ZAGO, Gabriela. Em busca das “redes que importam”: Redes Sociais
e Capital Social no Twitter. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho “Comunicação e
Cibercultura” do XVIII Encontro da Compós, na PUC-MG, Belo Horizonte, MG, em junho
de 2009.
Frente de Luta Contra o Aumento da Tarifa: ciberativismo no Facebook e a busca
pela democratização da mobilidade urbana em Goiânia 187
Eliani de Fátima Covem Queiroz188
Cleito Pereira dos Santos189
187
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 188
Graduada em Jornalismo pela UFG, mestre em Educação pela PUC Goiás e doutoranda no Programa de Pós-Graduação
em Sociologia da UFG. Professora do curso de Jornalismo da PUC Goiás. E-mail: [email protected] 189
Doutor em Sociologia pela UFSC. Professor do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFG. E-mail:
189
A primeira reunião do movimento social Frente de Luta Contra o Aumento da
Tarifa de Goiânia foi realizada no dia 21 de abril de 2013, com o objetivo de reivindicar a
melhoria da qualidade do transporte público, estudar o preço cobrado mediante análise
das planilhas de custo das empresas e barrar o possível aumento da tarifa do transporte
coletivo urbano. Um luta que também se define pela democratização da mobilidade
urbana na cidade. O aumento foi anunciado no dia 22 de maio daquele ano, passando de
2,70 para 3,00. A partir do aumento, o movimento realizou diversas manifestações,
culminando com a do dia 20 de junho, quando levou 70 mil pessoas às ruas e conseguiu
derrubar o reajuste. As reuniões e manifestações do movimento continuaram nos anos
de 2014 e 2015, com os militantes enfrentando repressão policial, prisões,
criminalização do movimento e alcançando menos conquistas.
Constituído em sua maioria por estudantes de diversos cursos da Universidade
Federal de Goiás, a Frente de Luta conta com cerca de 60 ativistas regulares nas
reuniões. Seguindo o que González-Bailón et al (2011) denominou de uma dinâmica de
recrutamento de protesto por meio de uma rede on-line, a Frente de Luta também usa as
mídias sociais190, em especial o Facebook, como canal de comunicação com ativistas e
simpatizantes da causa, no recrutamento de novos militantes para o movimento,
divulgação das ações do grupo – como reuniões e manifestações–, além de informar, em
tempo real, o que ocorre nesses protestos.
Vários estudos (HARVEY, 2012; CASTELLS, 2013; MARICATO, 2013; MALINI e
ANTOUN, 2013) analisam a nova configuração dos movimentos sociais com o uso das
mídias sociais da Internet para articulação das ações de enfrentamento contra a
iniciativa privada, o governo e a ação repressora da polícia, configuração esta que é
definida por esses autores como ciberativismo191.
190 As mídias sociais podem ser consideradas como a configuração de espaços sociais discursivos, constituintes de uma
esfera pública, informacional, que estimula novas formas de percepção, cognição e ação política (SILVA, 2014).
191 Lemos (2004) define ciberativismo como as práticas sociais associativas de utilização da Internet por movimentos
politicamente motivados, com o objetivo de alcançar suas metas. É a busca pela informação, mobilização e ação social, que
tem como suporte essencial as novas tecnologias do ciberespaço. Isso, sem que as ações precisem passar por mediações,
tornando-se, assim, independentes e livres.
190
De acordo com Lemos (2004), essa revolução digital se deu com a passagem dos
mass media ( TV, rádio, imprensa e cinema) para formas individualizadas de produção,
difusão e estoque de informação. Nesse novo espaço, a circulação de informações não
obedece à hierarquia da árvore (um-todos), e sim à multiplicidade do rizoma (todos-
todos). Bentes (2013, p. 9) vai mais longe e afirma que, no uso desses novos espaços, as
pessoas também estão “’hackeando’ os sistemas de monetização da vida e se
apropriando de suas ferramentas e tecnologias para produzir resistência, turbulências,
desvios, invenções”.
Ao analisar o conteúdo das publicações no perfil da Frente de Luta no Facebook
no período de 2013 a 2015, percebe-se que a mídia social é usada principalmente para
informar sobre as reuniões, manifestações e denunciar a prisão de militantes, entre
outros temas. Portanto, propõe-se neste artigo analisar como é feita a comunicação de
ativismo na mídia social Facebook pela Frente de Luta e os principais conteúdos
publicados, o que tem levado à potencialização do processo de enfrentamento dos
militantes. Esse estudo poderá contribuir para o avanço das pesquisas sobre
ciberativismo e das relações comunicativas nas mídias sociais na contemporaneidade.
Referências:
BENTES, Ivana. Prefácio “Nós somos a rede social”. In: MALINI, Fábio; ANTOUN,
Henrique. A internet e a rua: ciberativismo e mobilização nas redes sociais. Porto Alegre:
Sulinas, 2013.
CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da
internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
GONZÁLEZ-BAILÓN, Sandra et al. The dynamics of protest recruitment through an online
network scientific reports 1, 2011; Article number 197. DOI: 10.1038/srep00197.
HARVEY, David et al. Occupy. São Paulo: Boitempo/Carta Maior, 2012.
LEMOS, André (Org). Cibercidade: as cidades na cibercultura. Rio de Janeiro: E-papers
Serviços Editoriais, 2004.
MALINI, Fábio; ANTOUN, Henrique. A internet e a rua: ciberativismo e mobilização nas
redes sociais. Porto Alegre: Sulinas, 2013.
191
MARICATO, Ermínia et al. Cidades rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram
as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo/Carta Maior, 2013, p. 27-34.
SILVA, Irley David Fabrício. A importância das redes sociais nos protestos urbanos, da
rede às ruas. 2014. Disponível em:
<http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_linguagem
tecnologia/article/view/5806>. Acesso em: 2 de maio de 2015.
Uma discussão teórica sobre os movimentos sociais192
Rafael Alencar Rodrigues193
Claudomilson Fernandes Braga194
O presente artigo pretende discutir a partir de uma perspectiva bibliográfica os
principais paradigmas teóricos produzidos até então a respeito dos movimentos sociais,
no contexto ocidental. Trata-se de um fenômeno social bastante antigo, tendo inclusive
registros no Império Romano e também no Egito Antigo. Apesar disso, é Karl Marx que
no século XIX primeiro observou e forjou leituras mais aprofundadas sobre o
movimento operário. De Marx até 1960 estão reunidas as teorizações que têm sido
consideradas clássicas. As produções posteriores são denominadas contemporâneas.
Partindo desta divisão, o objetivo é abordar as correntes clássicas e contemporâneas
elaboradas na Europa e nos Estados Unidos, além de situar e nominar os principais
teóricos de cada linha interpretativa. A discussão, cujo viés é, ao mesmo tempo, teórico-
192
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no
período de 27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 193
É jornalista, pós-graduado em Assessoria de Comunicação e Marketing e aluno de mestrado pela Faculdade
de Informação e Comunicação (FIC), da Universidade Federal de Goiás (UFG). 194
É Relações Públicas, Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e
professor adjunto no Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM), na Faculdade de Informação e
Comunicação (FIC), da Universidade Federal de Goiás (UFG).
192
histórico, a cerca dos movimentos sociais é fundamental, na medida em que várias
ciências, além da própria Sociologia, os têm analisado segundo diferentes angulações,
textos e contextos, e os contrastando segundo várias interfaces. Entre estas ciências que
os têm tratado está a Comunicação.
Portanto, a ideia é que se possa, ao final da discussão, vislumbrar um panorama
teórico básico, porém suficiente, que guie a pesquisa bibliográfica, as construções
metodológicas, os recortes e delimitações empíricas, e, sobretudo, contribua no sentido
de distinguir e interpretar, ou melhor, fazer entender tal fenômeno, de modo a
consubstanciar as apropriações e diálogos sobre este objeto pela Comunicação. A
discussão e reflexão sobre movimentos sociais na contemporaneidade abrem espaços
investigativos à própria Comunicação. Isto significa dizer que a este objeto cabe uma
análise sob o viés comunicativo, que pode colaborar junto à Sociologia para entender o
que é, como são constituídos e quais efeitos à cidadania, e, sobretudo, qual o papel da
comunicação no cotidiano destes atores coletivos.
Bibliografia
ALEXANDER, Jeffrey C.. Ação Coletiva, Cultura e Sociedade Civil: Secularização,
atualização, inversão, revisão e deslocamento do modelo clássico dos movimentos
sociais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 13, n. 37, jun. 1998.
ALONSO, A. “As teorias dos movimentos sociais: um balanço do debate”. Lua Nova, 76:
49-86, 2009.
BRINGEL, B. M.; DOMINGUES, J. M. Teoria crítica e movimentos sociais: intersecções,
impasses e alternativas. In: Movimentos sociais na era global. GOHN, M. G.; BRINGEL, B.
M. (orgs.). – Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
GOHN, M. G. Novas teorias dos movimentos sociais. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2009.
GOHN, M. G. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e
contemporâneos. São Paulo: Loyola, 1997.
GOHN, M. G.; BRINGEL, B. M. (orgs.). Movimentos sociais na era global. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2012.
193
GORCZEVSKI, Clovis. A necessária revisão do conceito de cidadania: movimentos
sociais e novos protagonistas na esfera pública democrática / Clovis Gorczevski e
Nuria Belloso Martin. Santa Rita do Sul: EDUNISC, 2011. [Disponível em
http://www.unisc.br/portal/upload/com_editora_livro/e_book.pdf - Acesso em 03 de
março de 2015.]
LÜCHMANN, L. H. H. Abordagens teóricas sobre o associativismo e seus efeitos
democráticos. Revista Brasileira de Ciências Sociais – Vol. 29, nº 85, Junho/2014.
MALFATTI, Selvino Antonio. Os movimentos sociais em Alain Touraine. Revista
Estudos Filosóficos, Minas Gerais, nº 6, 2011 – versão eletrônica.
NUNES, C. O conceito de movimento social em debate: dos anos 60 até à
atualidade. Sociologia, Problemas e Práticas, 75, 2014. [Disponível em
http://spp.revues.org/1596 - Acesso em 03 de março de 2015]
NUNES, J. H. Interacionismo simbólico e movimentos sociais: enquadrando a
intervenção. Revista Sociedade e Estado – Vol. 28, Nº 2, Maio/Agosto, 2013.
GT-12 – Publicidade e propaganda na cultura contemporânea
A publicidade institucional: o dionísico no dia dos pais 195
Felipe Berger196
Letícia Segurado Côrtes197
Desde 2011, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, através de um convênio
com a Universidade Federal de Goiás, proporciona a oportunidade para estudantes de
195
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 196
Estudante do curso Comunicação Social habilitação em Publicidade e Propaganda, bolsista da Assessoria de
Comunicação em Saúde – Secretaria Municipal de Saúde (convênio entre UFG e Prefeitura de Goiânia). E-mail:
Docente do curso Comunicação Social habilitação em Publicidade e Propaganda, coordenadora do Núcleo de Publicidade
e Propaganda da Assessoria de Comunicação em Saúde – Secretaria Municipal de Saúde. E-mail: [email protected]
194
Comunicação Social da instituição, a fazer parte de uma Assessoria de Comunicação, que
visa, a partir da integração entre Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e
Propaganda, diminuir a distância entre teoria e prática e colabora para enriquecer o
debate e fortalecer o vínculo estritamente necessário entre as áreas de comunicação e
saúde na sociedade contemporânea.
Buscamos, por meio deste, compreender as experiências como estudante e
docentes participantes do Projeto de Extensão na Assessoria de Comunicação em Saúde
da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia através de uma campanha específica, feita
para promover ação de Dia dos Pais no ano de 2014.
Com o intuito de aproximar o público interno (servidores da Saúde de Goiânia)
com a Secretaria, melhorar a imagem da instituição, valorizar os pais e aumentar a
visibilidade da página da Secretaria Municipal de Saúde no Facebook, o núcleo de
Relações Públicas esquematizou um
ambiente de lazer e saúde no Paço Municipal, com videogame, lanches, espaço para
medir pressão, receber dicas de saúde de profissionais e tirar fotos, contando com o
auxílio da equipe de Publicidade e Propaganda para divulgar o evento e contribuir para
o sucesso do mesmo.
Pensando em uma estratégia de divulgação criativa, o público-alvo foi convidado
a participar da ação partir da entrega de convites individuais e fixação de cartazes pelo o
prédio sede da Prefeitura de Goiânia, onde ele está localizado.
Buscando seguir um padrão de texto publicitário dionisíaco de acordo com os
conceitos apresentados por João Carrascoza em “O Apolínio e o Dionisíaco no Texto
Publicitário”, as peças faziam alusão do pai à figura do super-herói, e, embora o público-
alvo tenha sido os próprios, o texto foi pensado do ponto de vista de um filho, pois todo
pai é um filho, e quis motivar os convidados a participarem do evento, sensibilizando-os
e recompensando-os justamente pela sua função como pai.
O texto das peças: “Não importa o tamanho dos seus sonhos, ou quantos
obstáculos existem pelo o caminho, ele sempre estará lá te protegendo porque todo pai
é, de alguma forma, um super-herói. Você, pai e servidor da Saúde, compareça no dia 8
de agosto no Auditório de Licitação no Térreo do Paço Municipal e aproveite seu dia de
195
descanso merecido. O evento será das 9 às 16h. Venha curtir uma sala interativa, com
comidas, bebidas, vídeo games e muito mais.”, recaiu em um apelo às emoções, no papel
que os pais desempenham, aludindo à figura do super-herói. Assim, o texto segue o
conceito criado para a campanha, de que até mesmo os super-heróis merecem um dia de
descanso.
A narrativa, típica de um discurso dionisíaco, não se torna tão explícita através do
texto, que se preocupa, além de sensibilizar, em informar o público a respeito da data e
local do evento, mas é ressaltada pelo planejamento gráfico-visual. Pensadas como uma
história em quadrinhos, a mídia onde tradicionalmente surgem e popularizam-se os
super-heróis, as imagens das peças mostram crianças ao lado de seus pais super
poderosos, histórias individuais de amor, carinho e apoio.
Do ponto de vista da comunicação institucional traçada por Lupetti, a propaganda
buscou ressaltar a valorização ao pai, figura heróica e poderosa, a ponto de ser
recompensado pela instituição em comemoração ao seu dia, com a intenção de mobilizar
o público e servidores da Secretaria Municipal de Saúde,
Segundo a análise da ação levantada pela equipe de Relações Públicas da
Assessoria de Comunicação Integrada da Secretaria, o evento contou com a participação
de 160 homens servidores da Saúde, além disso, muitos deles agradeceram pela ação e
gostaram de se sentir lembrados, dizendo que poucas ações eram feitas para o público
masculino.
Através do trabalho conjunto das equipes de Publicidade e Relações Públicas, foi
possível produzir um evento de sucesso, que teve os seus propósitos alcançados,
embasado em uma propaganda criativa que, além de divulgar, ressaltou os objetivos do
mesmo, valorizando a figura do pai, sensibilizando-os e os fazendo se sentir valorizados,
não só por serem pais, mas como servidores da Secretaria Municipal de Saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LUPETTI, Marcélia. Gestão Estratégica de Comunicação Mercadológica. Cengage
Learning, 2006.
CARRASCOZA, João Anzanello. O Apolíneo e o Dionisíaco no Texto Publicitário.
196
Identidades e conflitos: considerações sobre a libertação dos cachos198
Celiomar Porfirio Ramos199
Mirian Barreto Lellis200
O presente artigo tem a finalidade de analisar a campanha da marca Dove,
chamada de Love Your Curls (Ame seus cachos), no qual há um convite para libertar os
cachos. Sob essa perspectiva pretende-se realizar um recorte para chegar ao corpus da
investigação. Será dada ênfase, especialmente, às mulheres afrodescendentes. Ao
realizar esse convite nos remete, em termos, ao estudo sobre identidade, tendo em vista
que ao assumir esse posicionamento, consequentemente, está assumindo uma
identidade. O trabalho tem a finalidade, ainda, de discutir o poder da mídia no que diz
respeito a (des)construção da identidade, tendo em vista que ela tem grande poder de
influência.
No que diz respeito à identidade é uma discussão complexa e, muitas vezes,
pouco compreendida. Porém, segundo Hall (2005, p. 62), as identidades culturais estão
fragmentadas, descentradas, não há uma identidade pura, “as nações modernas são
todas híbridos culturais”.
No que tange a força midiática, é evidente que sua notoriedade se faz naquilo
que divulga e também silencia, já que a sua eficácia é vista no modo de incutir ideias e
valores, fazendo com que o mundo pareça ser o que vemos nas capas das revistas, telas
da televisão ou do computador. A sociedade do espetáculo, possui suas bases fundadas
na superexposição do indivíduo, na sua aparência, deixando-se influenciar pelo que
Guattari (1996) apresenta como “subjetividades capitalísticas” e o processo de
198
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 199
Aluno de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagem da Universidade Federal de Mato Grosso
(UFMT); Pós-Graduado em Literatura e História – Interfaces Regionais pela UFMT; Formado em Letras e Comunicação
Social - Jornalismo pela UFMT. E-mail: [email protected] 200
Aluna de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de
Mato Grosso (UFMT), graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela mesma instituição. E-mail:
197
“singularização”, transmitidos pela sociedade e suas organizações, como é o caso da
mídia, padronizando-o e assim, tornando-o apenas produto do meio em que vive. Tais
conceitos podem ser verificados nas produções de conteúdo dos meios de comunicação
em especial nas peças publicitárias, como o da marca Dove.
Diante do exposto, no que diz respeito a beleza, há um padrão ditado pela
sociedade e algumas características que são marcas da imposição social,
proporcionando, assim, o apagamento da identidade e/ou cultura. Porém, se
considerarmos a perspectiva de Canclini (2013), compreenderemos como hibridização,
ou seja, o processo de união identitária da pessoa com a identidade imposta pela
sociedade – leia-se também a mídia – a qual proporciona uma nova identidade.
Mediante a esse cenário contemporâneo, torna-se complicado enxergar a
formação de uma sociedade onde os indivíduos apresentam-se como agentes
independentes dotados de responsabilidades, consciência política e identidade. Sendo
que na realidade, o que se observa é uma opinião pública formada pela mídia, como por
exemplo, a atenção dada à aparência e à imagem corporal, disseminando a “ditadura da
beleza”. As mensagens da mídia reforçam, valorizam e impõem um estereótipo de
beleza, discriminando de maneira sutil e subliminar aquele que não se enquadra no
padrão estético mundial definido por peso (magro), cor da pele (branca), estilo dos
cabelos (loiros e lisos) entre outros.
Observando o corpus deste trabalho pode-se perceber que as mulheres, de
modo geral, estão sendo convidadas a libertar-se dos padrões impostos e a assumir sua
identidade afirmando: sou mulher, sou negra, tenho liberdade para me impor perante a
sociedade e venho requerer meu espaço. Ao libertar os cachos as mulheres libertam-se
dos moldes impostos pela sociedade.
Para essa discussão tomaremos como referencial teórico os seguintes autores:
Canclini (2013), Hall (2005) e Guattari (1996). Além desses teóricos utilizaremos os
seguintes que tratam do poder da mídia na constituição da identidade: Klein (2005) e
Lima (2003).
Referências Bibliográficas
198
CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Híbridas: Estratégias para entrar e sair da
modernidade. 4 ed. 6 reimp. – São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10ª Ed. Rio de Janeiro:
DP&A, 2005
KLEIN, Otavio José. Comunicação: mediação, cultura, poder e cidadania. In:
TEDESCO, João
Carlos, PASTORE, Elenice. Ciências Sociais: temas contemporâneos. Passo Fundo:
Méritos Editora, 2005.
LIMA, Venício A. Mídia poderosa, comunicação... nem tanto: pistas teóricas para o
comunicador profissional. In: Comunicare. Vol. 3, nº 2. São Paulo: Faculdade de
Comunicação Cásper Líbero, 2003.
GT – 13 – Relações públicas e construção da imagem organizacional e pessoal
EVENTOS INTERNOS COMO ESTRATÉGIA DE RELAÇÕES PÚBLICAS NA
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO EM SAÚDE DE GOIÂNIA201
SILVA, Diego Rocha da 202
GONZAGA, Ana Kárita Alves203
OLIVEIRA, Jéssika Coelho Pimentel204
BORGES, Vinícius205
CASAROLI, Lutiana206
201
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no
período de 27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 202
Aluno líder do grupo e acadêmico do quinto semestre do curso de Relações Públicas - UFG, e-mail:
Acadêmica do terceiro semestre do curso de Relações Públicas - UFG, e-mail: [email protected] 204
Acadêmica do quinto semestre do curso de Relações Públicas - UFG, e-mail: [email protected] 205
Atual coordenador da equipe de RP na Ascom SMS. Email: [email protected]
199
Este artigo pretende apresentar os três principais eventos que organizados pela
equipe de Relações Públicas da Assessoria de Comunicação em Saúde em 2014. O
primeiro foi o evento em comemoração ao dia internacional da mulher “Mãe Mulher”,
depois o “Dia das Mães” e, em seguida, o “Dia dos Pais”. Em termos de Relações Públicas,
nós temos um lugar teórico que nos permite falar de eventos voltados para o público
interno, uma vez que eles se caracterizam como uma ferramenta de comunicação
interna capaz de trabalhar com o público e com uma mensagem dirigida. Dessa forma,
abordaremos neste artigo as estratégias, métodos e técnicas usadas para realização dos
eventos, com base em estudos da organização e gestão estratégica de eventos.
PALAVRAS-CHAVE: Evento; Planejamento; Comunicação interna; Relações
Públicas;
A presença do relações-públicas tem se revelado cada vez mais relevante na hora
de realizar qualquer evento. Somente o profissional habilitado é capaz de reconhecer
técnicas e estratégias a serem utilizadas para alcançar objetivos e prevenir imprevistos
de modo equilibrado e qualificado.
O papel dos profissionais de relações públicas é o de aplicar essa
especial e, crescentemente crucial orientação-acrescida das nossas
habilidades particulares-para interpretar o direcionamento das
atitudes; compreendendo o que esse direcionamento significa para a
sociedade e para diversas organizações; e recomendar aquilo que deve
ser feito no sentido da adequação a essas condições e direcionamentos.
(LESLY, 1995, pg. 4)
Para realizar eventos, o profissional precisa pesquisar, planejar e executar suas
ações de forma estratégica. “Pesquisa e levantamento de informações sobre a realidade
situacional a ser planejada; planejamento e programação das ações; implementação e
execução; controle e avaliação dos resultados”. (KUNSH, 2006, pg. 136)
206
Professora do Curso de Relações Públicas – UFG, orientadora da equipe de RP na Ascom SMS. E-mail:
200
OBJETIVOS
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia conta com um número aproximado
de 12 mil funcionários. Por se tratar de um órgão público, muitas vezes encontramos tais
funcionários desmotivados, desinteressados, o que reflete de imediato na qualidade de
seu trabalho. Neste sentido, o objetivo de organizar eventos de para o público interno é
de motivar e tentar integrar do público de interesse.
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS
Partindo-se do pressuposto teórico que leva em consideração o planejamento
estratégico de um evento, conforme aponta Cesca (1997) e Kunsch (2006) e, com base
nos valores do público de interesse e da vocação da Ascom, enquanto assessoria de
Relações Públicas, sistematizou-se o projeto dos eventos do dia internacional da mulher,
“Mãe Mulher” e o “Dia dos Pais” em três categorias: pré-evento, evento e pós-evento. Os
acadêmicos de Relações Públicas bolsistas no projeto Assessoria de Comunicação em
Saúde planejaram, em conjunto com professores, as estratégias necessárias para
estabelecer o contato com os públicos de interesse e, por fim, conquistar os objetivos
propostos.
DESCRIÇÃO DO PROCESSO
Para concretização da etapa delimitada como “pré-evento”, em todos os casos
foram necessárias diversas reuniões administrativas e de brainstorming com a comissão
organizadora, onde ficou definido que os títulos das campanhas, o público-alvo, a data e
o local dos eventos. O primeiro relato aqui abordado é o “Dia das Mulheres”, que ocorreu
em 8 de março de 2014. O objetivo era fazer uma campanha focada em aumentar a
interação entre o servidor e Assessoria de Comunicação da SMS (Fan page, Murais e
Site), além de valorizar nossas servidoras e buscar aproximá-las da Ascom. Para tanto,
foi realizada na etapa do pré-evento atividades como elaboração da identidade visual da
campanha, delimitação do público envolvido, estratégias de ação para contato destes
públicos, logística de deslocamento e divulgação em canais como mural, Twitter e
Facebook.
Por sua vez, o evento em comemoração ao dia das mães, denominado “Mãe
Mulher”, ressurgiu devido ao sucesso já ocorrido na primeira edição em 2012. Foram
201
planejadas as ações que seriam realizadas, os locais, os materiais de que seriam
utilizados, tanto durante o evento quanto na divulgação, as possíveis parcerias e o
cronograma.
A escolha das unidades de Sistema Único de Saúde por Goiânia foi feita de forma
geograficamente estratégica, já que a saúde pública é dividida em 7 distritos, foram
escolhidas 4 unidades em várias regiões para atingir os públicos de diversas regiões.
Neste pré-evento também aconteceu a integração na Ascom em Saúde, onde a equipe de
publicidade organizou todas as artes do evento, a partir do briefing repassado, e a
equipe de jornalismo fez assessoria de imprensa com envio de releases.
Por fim, no evento em comemoração ao Dia dos Pais, o título escolhido foi “Dia
dos Pais”, com o tema delimitado em “Até os heróis merecem um dia de descanso”, com
um público-alvo de 160 pessoas.
Planejou-se que na abertura do evento estariam presentes profissionais da saúde,
que realizassem testes de glicemia e aferição de pressão, além de outras atividades
voltadas para uma vida mais saudável do homem. Já a programação foi coffees, jogos,
sorteios e brindes. Além disso, no evento também haveria cobertura fotográfica em
todos os momentos.
A fase de “projeto” do evento abordou os seguintes pontos: briefing, diagnóstico,
justificativa, objetivo geral, públicos, estratégias e planos de ação.
Detectados os públicos, fez-se necessário a pontuação das estratégias básicas para se
chegar até eles e, principalmente, persuadi-los a participar do evento, o que caracteriza
o trabalho de Relações Públicas em vista de seu planejamento estratégico. A comissão
organizadora deu início à confecção da identidade visual do evento utilizando materiais
gráficos de comunicação. Posteriormente houve a produção e divulgação da arte visual,
em canais virtuais, cartazes nos murais, e entrega de convites a todos os homens que
trabalham no prédio administrativo.
Na segunda fase do processo, que denominamos “evento” na comemoração do da
Internacional da Mulher, ocorreu da seguinte maneira, no dia 5 de março, para iniciar a
ação do “Dia da Mulher”, fotografou-se as colaboradoras da Secretaria para confeccionar
as artes. A notificação do evento, assim como a equipe de RP, foram bem recebidas e
202
todas se animaram ao saber que suas fotos iam para a página da SMS no facebook e nos
murais. Dentre essa, outras ações foram executadas, tais como a criação de cartões para
serem distribuídos a todas as mulheres da SMS, a decoração comemorativa nos murais
homenageando as trabalhadoras, e alguns cartazes que foram levados para outros
distritos afim de alcançar um maior número de homenageada. A equipe de RP levantou
alguns patrocínios para melhor homenagear as mulheres em seu dia.
Já no “Dia dos pais”, dia 8 de agosto, a comissão organizadora seguiu o modelo pré-
estabelecido de controle e monitoramento dos serviços prestados pelos grupos de
trabalho. Houve uma sala no Paço com lanche, jogos, brindes e atividades voltadas à
saúde, como aferição de pressão e informações sobre a saúde do homem. Afim de que,
seus esforços diários, como pai e servidor da saúde, sejam valorizados e homenageados.
Houve na decoração um espaço destinado aos patrocinadores e colaboradores para a
realização do evento, cobertura fotográfica e de matéria pela Assessoria de Comunicação
da SMS.
Por sua vez, na fase “evento” do “Mãe Mulher”, foram desempenhadas atividades
como a divulgação do evento nas redes sociais, convidando assim a população a
participar. Antes do início da programação, foi organizada a decoração e sinalização para
direcionar a população as palestras ou stands de saúde existentes. Houve sorteios o final
de cada palestra e no fechamento do evento de produtos ofertados pelos parceiros.
A terceira etapa denominada pós-evento é marcada pela avaliação dos resultados. No
evento em comemoração ao Dia das Mulheres, concluiu-se que teve extrema
significância para o público interno, contribuindo para os avanços almejados pela SMS.
Durante a ação, a postagem sobre o sorteio dos brindes teve 179 curtidas e 1.371
pessoas visualizaram a publicação. Foram entregues cerca de 1.000 cartões a todas as
mulheres que trabalham na SMS. Houve um aumento de 159 curtidas na fan page em 08
dias de ação. A quantidade era de 2.205, ao final da ação totalizou 2.364. Ainda duas
matérias sobre a ação foram noticiadas no jornal impresso O Hoje, nos dias 08 e 10 de
março.
203
No “Mãe Mulher”, ao final do evento, foi feito um relatório com os pontos
positivos e negativos do evento, em relação as equipes, unidades e parceiros. Também
foi feita a entrega de certificados aos monitores que participaram do evento.
Já no pós-evento do “Dia dos pais”, também foi elaborado um relatório onde destaca-se o
alcance atingido pelas publicações da ação em homenagem ao Dia dos Pais, imagem
modelo dos cartões entregues durante a ação, foto do vencedor do sorteio, print da
matéria que foi publicada no site e foto da mesa de lanche com a exposição das marcas
parceiras, onde consta as publicações no Facebook, no site e registro fotográfico.
Também foi criado um anexo que consta sugestões para que erros cometidos não
possam se repetir na próxima edição.
Ocorreu um avanço em relação com os integrantes do gabinete diante a ASCOM e
durante o evento houve elogios pela iniciativa. E esse é um grande passo para que cada
vez mais a Ascom seja reconhecida na SMS.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os eventos planejados de forma estratégica para o público interno têm
apresentado bons resultados, visto que a Ascom já se tornou mais conhecida, bem como
os membros das equipes que passaram a interagir mais com os funcionários da SMS. Em
todos os eventos que foram abordados neste resumo a Ascom foi muito elogiada
conseguiu alcançar os objetivos propostos. Gerando assim uma maior integração entre
todos fazendo com que todos se sintam motivados com o trabalho. Além de tudo, todos
estes eventos melhoraram a imagem da ASCOM criando uma maior credibilidade de
serviço.
REFERÊNCIAS
LESLY, Philip, Os Fundamentos de Relações Públicas e da Comunicação. São Paulo:
Editora Pioneira, 1995.
KUNSCH, Margarida M. K. Planejamento de relações Públicas na Comunicação integrada.
São Paulo: Editora Summus, 2006.
CESCA, C; OROSA, B. Relações Públicas e Suas Interfaces. São Paulo: Summus, 2006.
204
Comunicação pública comunitária para cidadania: estudo das ações de
comunicação do Projeto de Intervenção Social do Programa de Regularização
Fundiária Plena na região noroeste de Goiânia207
Luciano Alves Pereira208
Adriane Geralda Alves do Nascimento Cézar209
O objetivo do presente paper será discutir a posteriori as principais estratégias de
comunicação trabalhadas no Projeto de Intervenção Social do Programa de
Regularização Fundiária Plena na região noroeste de Goiânia. A seleção do objeto levou
em conta a relação comunicação pública comunitária para a cidadania, um tema que
proporciona importantes mudanças na forma de interação e de comunicação entre os
indivíduos e as instituições públicas. O trabalho contou com a utilização de diversas
estratégias comunicacionais, que incluiram as mídias digitais e tradicionais, atividades
de relações públicas comunitárias, de publicidade e de jornalismo empresarial.
Considerando-se o contexto em que o acesso aos canais de comunicação é
fundamental para o pleno exercício da cidadania, as organizações governamentais têm
buscado cada vez mais, maneiras sofisticadas de promoção da comunicação com seus
públicos, investindo não somente nas chamadas novas mídias, fundamentadas nas
Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs, como também na publicidade e
atividades de relações públicas. Essa busca de relacionamento público faz emergir cada
vez mais as ações de relações públicas comunitárias.
No Brasil, onde o processo democrático se aperfeiçoou principalmente nas
últimas três décadas, a comunicação comunitária surge como uma importante
ferramenta na dinâmica da cidadania, facilitando o acesso à informação, estimulando os
207
Trabalho apresentado no GT 13 – Relações Públicas e construção da imagem organizacional e pessoal do 8º Congresso e
Feira de Informação e Comunicação - Feicom, realizado de 27 a 29 de Maio de 2015. 208
Professor especialista do curso de Comunicação Social (habilitação em relações públicas) na UFG, e-mail:
Professora do curso de Comunicação Social (habilitação em relações públicas) na UFG e doutoranda em sociologia pela
UFG, e-mail: [email protected]
205
debates das questões públicas, democratizando o acesso a canais de comunicação
(Duarte, 2009). Uma relação dialógica entre governo e comunidade torna-se
imprescindível para implementação de programas do poder executivo nas cidades,
sobretudo nos grandes centros.
A participação popular, o entendimento dos por quês de determinados
investimentos propostos e as conseqüências possíveis de cada ação, tornam-se
inexoravelmente elementos que irão determinar o sucesso ou fracasso destas atividades.
Portanto a intervenção da comunicação no cotidiano das cidades é essencial para
promoção da participação popular nos processos, sobretudo de promoção da cidadania.
Na sociedade atual temos uma cidadania baseada em direitos e deveres, onde o
cidadão deve cumprir as regras e normas impostas pelo Estado, assim como é
importante também participar ativamente da vida em sociedade, num contexto de
processo de evolução social e histórico, baseado principalmente do empenho da
sociedade brasileira na reconstrução da democracia, depois da ditadura militar
(Carvalho, 2009).
A respeito da cidadania no Brasil, Souza (2003) apresenta o conceito de
“modernidade periférica”, que vem de países que são colonizados de “fora para dentro”,
e é originária de um processo de crescimento e exploração das sociedades ocidentais, no
caso do Brasil, colonizado por Portugal. Para ele, é importante perceber que nas
sociedades periféricas de tipo novo como a brasileira, ou seja, naquelas formações
sociais que, ao contrário das grandes civilizações ou grandes religiões mundiais do
Oriente como a hindu e a chinesa, estudadas por Max Weber na sua sociologia das
religiões, foram constituídas enquanto sociedades complexas apenas a partir do influxo
do processo de expansão do racionalismo ocidental.
Diante das considerações, observa-se que a sociedade contemporânea presencia
mais uma vez um conjunto de alterações, dentro de uma base de novas possibilidades
comunicacionais, que possuem o potencial de ir além da necessidade de informar, ao
contribuir para a formação da cidadania. A comunicação pública comunitária, por meio
de instrumentos e técnicas de comunicação, pode contribuir destacadamente para a
cidadania de grupos populares, por meio de ações dialógicas e a observação da opinião
206
pública, que necessariamente não é fomentada pelas mídias tradicionais. As técnicas e os
instrumentos disponíveis pelas relações públicas comunitárias aperfeiçoam o discurso
da comunicação comunitária, que deverá ser simétrica e de mão dupla (KUNSCH, 2007).
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 12 ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
DUARTE, Jorge. Comunicação Pública: Estado, mercado, sociedade e interesse público. 2ª
Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
KUNSCH, Margarida M. K. Relações públicas comunitárias: a comunicação em uma
perspectiva dialógica e transformadora. São Paulo, SP: Summus, 2007.
SOUZA, Jessé. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da
modernidade periférica. Belo Horizonte, MG: Editora UFMG, 2003.
Planejamento de relações públicas para empresa Gelatti210
Lohanne Silva Assis211
Arianne Lourenço Nakabashi212
Jéssika Coelho Pimentel Oliveira213
Lohanne Rodrigues Silva214
Nayara Pires Cardoso215
210
Trabalho apresentado no GT 13 – Relações Públicas e construção da imagem organizacional e pessoal do 8º Congresso e
Feira de Informação e Comunicação - Feicom, realizado de 27 a 29 de Maio de 2015. 211
Estudante de Graduação 5º. semestre do curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) na UFG, e-
mail: [email protected] 212 Estudante de Graduação 5º. semestre do curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) na UFG, e-
mail: [email protected]
213 Estudante de Graduação 5º. semestre do curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) na UFG, e-
mail: [email protected]
214 Estudante de Graduação 5º. semestre do curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) na UFG, e-
mail: [email protected]
207
Thaíssa Vitória Rezende Schifino216
Adriane Geralda Alves do Nascimento Cézar217
O presente paper é resultado de um projeto desenvolvido por alunas da disciplina
de planejamento em relações públicas, do 4º período do curso de relações públicas da
UFG, no ano de 2014. O estabelecimento escolhido foi a Gelatti, empresa do segmento
alimentício, especializada no comércio de sorvetes, grelhados, fast food e bebidas. O
projeto teve por finalidade apresentar ações e políticas de comunicação para otimizar o
processo de tomada de decisão gerencial, bem como valorizar a imagem da empresa
diante de seus públicos de interesse.
Kunsch (2003) aponta que o planejamento de relações públicas é a ferramenta
básica no gerenciamento da comunicação entre a organização e seus mais diversos
públicos de relacionamento e que nenhuma função, ação ou atividade de relações
públicas deve prescindir do planejamento. A área de relações públicas, além de
responsável pelos relacionamentos da organização, lida com a opinião pública e isso
requer o maior cuidado possível na administração de pequenas questões que podem
comprometer a imagem e reputação da empresa.
Nesse contexto, o planejamento permite estudar os objetivos, as ações e os
recursos necessários, bem como orientar a organização na avaliação dos resultados.
Albuquerque (1981, p.6), diz que “o plano de relações públicas aumenta a capacidade do
profissional e ele passa a descobrir novas técnicas, novas soluções e a tomar
providencias antecipadas e seguras a respeito de problemas importantes, agindo
preventivamente.” Esse processo gerencial quando proativo, auxilia a organização a
antecipar-se às ameaças por meio de decisões estratégicas que visem oportunidades e
215 Estudante de Graduação 5º. semestre do curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) na UFG, e-
mail: [email protected]
216 Estudante de Graduação 5º. semestre do curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) na UFG, e-
mail: [email protected]
217 Orientadora do Trabalho. Professora do curso de Comunicação Social (Habilitação em Relações Públicas) na UFG e
doutoranda em sociologia pela UFG, e-mail: [email protected]
208
melhorias. Para Lesly (2002, p.10) “é muito mais sábio planejar ações parar evitar
problemas do que buscar remédios para solucioná-los”.
Concordando com Kunsch (2003), Albuquerque (1981) e Lesly (2002), Oliveira
(2005) reforça que o planejamento estrate gico se refere a um conjunto de provide ncias a
serem tomadas pelo executivo para que o futuro da organizaça o possa ser diferente do
passado. Essa ferramenta possibilita maior efica cia para as organizaço es, minimizando
deficie ncias e maximizando os resultados e oportunidades.
O profissional que conduz esse processo, deve ser capacitado para pensar
estrategicamente, gerenciar a opinia o pu blica e, consequentemente, fidelizar o pu blico a
organizaça o. No caso do profissional de relaço es pu blicas, o trabalho de gerar e manter
uma comunicaça o equilibrada entre pu blicos diversos de forma a buscar uma certa
estabilidade com relaça o ao conflito de interesses e o ponto principal de sua
responsabilidade para com a sociedade.
Segundo Kunsch (2003), para um planejamento eficaz em relações públicas é
necessário que o primeiro estágio, a pesquisa, seja bem elaborada. Essa fase é destinada
a coleta de informações e dados referentes a organização, para que se possa delimitar
seus públicos e conhecer o ambiente em que a organização está inserida. Esse
levantamento de dados, pode ser feito por meio de análise de documentos, entrevistas,
questionário, reuniões, observações etc.
No caso da empresa Gelatti, optou-se por realizar entrevistas com os donos da
empresa, além de utilização da técnica de observação direta. O conjunto de informações
coletadas permitiu identificar o cenário da empresa e estabelecer a matriz SWOT
(análise das forças, fraquezas, ameaças e oportunidades) de seu ambiente. O projeto
seguiu com a delimitação de uma proposta de planejamento em relações públicas a ser
trabalhada, a partir do diagnóstico de comunicação obtido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALBUQUERQUE, Eunes Ada o. Planejamento das Relações Públicas. Editora Acade mica,
1981
KUNSCH, Margarida Mª Krohling. Planejamento de Relações Públicas Na Comunicação
209
Integrada. Sa o Paulo: Summus Editorial, 2003.
LESLY, Philip. Os fundamentos de relações públicas e da comunicação. Sa o Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2002.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologias
e práticas; Sa o Paulo: Editora Atlas, 2005.
Representações sociais do servidor público:
o comportamento comunica218
Tessa Monteiro Lettieri219
Dr. Claudomilson Fernandes Braga220
Este artigo discute as possibilidades de alguns traços herdados da cultura
lusitana, quando da formação do aparelho estatal persistirem ainda hoje, e sinaliza que
os componentes identitários, culturais e comunicacionais afetam o comportamento
organizacional e podem contribuir para reforçar a imagem do servidor público. De
acordo com Robbins (2005), “o comportamento organizacional é um campo de estudos
que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o
comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este conhecimento
para melhorar a eficácia organizacional” (ROBBINS, 2005, p.6). Como o elemento
humano é fundamental no comportamental organizacional, o objetivo primeiro é
investigar os técnicos-administrativos da UFG lotados nas Unidades ligadas às áreas de
humanas e sociais. Procura-se descobrir quem são, como atuam e se se sentem cidadãos 218
Trabalho apresentado no GT 13 Relações públicas e construção da imagem organizacional e pessoal na 8ª FEICOM – Congresso
e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 219 Mestranda do programa de pós-graduação em Comunicação-PPGOM da Faculdade de Informação e
Comunicação-FIC da UFG. [email protected]
220 Professor da Pós-Graduação em Comunicação (mestrado / Especialização) vinculado ao Curso de
Comunicação, habilitação em Relações Públicas e ao Grupo de Pesquisa Mídia, Imagem e Cidadania da
Faculdade de Informação e Comunicação – FIC da Universidade Federal de Goiá[email protected]
210
organizacionais, e finalmente uma possibilidade de identificar o papel da comunicação
neste contexto, se como espaço de interação ela pode fomentar mudanças no
comportamento dos atores sociais.
Este estudo ao final deverá contrapor-se (ou não) ao Pensamento Social
Brasileiro de Faoro, Buarque de Holanda e De Oliveira Nunes. Estes autores descrevem o
patrimonialismo como marca da administração pública, por conseguinte do servidor
público. No patrimonialismo, segundo Bendix (1986, p.270), enquanto o governante lida
com a administração como se fosse um assunto pessoal, “os funcionários, por sua vez,
tratam o trabalho administrativo, que executam para o governante como um serviço
pessoal”. Associado ao patrimonialismo, Burocracia e a estabilidade como elementos
justificadores de ineficiência.
Reúne-se a este aporte teórico a Teoria das Representações Sociais elaboradas
por Serge Moscovici por ser uma alternativa pertinente para a compreensão do
comportamento dos indivíduos e dos grupos. A TRS é um conjunto de conceitos, crenças
e valores elaborados socialmente e partilhados pelos grupos. É tomada como base
metodológica e de análise porque a RS sendo um modo de interpretar e de pensar o
cotidiano, que permite ao sujeito interpretar e atribuir sentido à vida, pode ajudar na
compreensão do comportamento do sujeito. Todo o aporte teórico contará, no campo
empírico, com a triangulação (pesquisa quantitativa e qualitativa), envolvendo três
momentos. A pesquisa qualitativa difere da quantitativa, porque aquela trabalha com
significados, crenças e atitudes, enquanto a quantitativa traduz em números as opiniões
dos sujeitos. O primeiro momento refere-se à técnica de evocações livres, quando se
pede ao respondente para indicar 5 palavras a partir da expressão indutora servidor
público, os dados serão tratados no software Evoc. A análise será feita a partir do
quadrante de quatro casas. A Escala de Likert (com 7 itens), segunda coleta, contempla
três blocos no questionário: perfil do servidor e os contextos organizacional e
comunicacional. A Escala de Cidadania Organizacional já validada pela sua autora
Siqueira (2014) figura no terceiro momento. Ambas as escalas serão tratadas no
software SPSS, que poderá oferecer para análise a moda, mediana, índice de correlação,
alfa de crombach só para citar alguns.
211
Esclarece-se que este artigo ainda não traz o trabalho de campo e sim as
impressões derivadas das primeiras leituras. Estas sugerem o patrimonialismo, o
burocratismo e a estabilidade como prováveis elementos justificadores do
comportamento dos servidores, que buscando copiar o seu entorno acabam
reproduzindo certos comportamentos. Como implicação, identidade e cultura da
organização podem ser vistas como instâncias inspiradoras e reguladoras destes
comportamentos. Tais comportamentos e a comunicação estão na base dos processos de
interação na organização sobretudo porque o comportamento comunica o tempo todo.
REFERÊNCIAS:
BENDIX, REINHARD. Max Weber um perfil intelectual. Universidade de Brasília,
Brasília, 1960.
BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 26
ed, 1995.
DE OLIVEIRA NUNES, Edson. A gramática política do Brasil: clientelismo e
insulamento burocrático. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.
FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político Brasileiro.
Globo, 2001.
MOSCOVICI, Serge. Social representations: explorations in social psychology.
Representações sociais: investigações em psicologia social. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 2009;
ROBBINS, Comportamento Organizacional. 11 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005.
212
A CELEBRIZAÇÃO DO PADRE ROBSON DE OLIVEIRA A PARTIR DE MÍDIA
TELEVISIVA 221
Laianny Martins Silva 222
Simone Antoniaci Tuzzo 223
O objetivo deste artigo é analisar a possível celebretização do padre Robson de
Oliveira, a partir da mídia televisiva, em especial a Rede Vida de televisão, sendo, assim,
um Estudo de Caso.
A motivação do estudo se pauta na quantidade de fiéis vindos em caravanas de
várias partes do Brasil com destino ao Santuário do Divino Pai Eterno, na cidade
Trindade, estado de Goiás, para participar de missas celebradas pelo padre Robson. As
Igrejas, (Católicas e Evangélicas), cada vez mais têm se destacado junto aos meios de
comunicação, ao passo que têm ampliado sua atuação em emissoras de televisão.
Através de um estudo, embasado em fundamentação teórica e pesquisa empírica, busca-
se compreender este fenômeno na tentativa de confirmar, ou não, se o perfil do Padre se
encaixa dentro do contexto denominado de celebridade.
Além das missas celebradas, o sacerdote apresenta na Rede Vida de Televisão o
programa Novena dos Filhos do Pai Eterno e o Santo Terço dos Filhos do Pai Eterno e
desta forma são constantes as aparições do Padre Robson na mídia. Certamente, por
esse fato, nota-se um grande aumento na quantidade de fiéis vindos de várias partes do
Brasil a Trindade e isso tem aumentado a cada dia que passa. No site do Pai Eterno,
existe, inclusive um espaço dedicado à Agência do Padre Robson.
221
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no
período de 27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO.
222 Mestranda do Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de Goiás. Graduada em Jornalismo e pós-
graduação em Assessoria de Comunicação e Marketing; Universidade Federal de Goiás (UFG), E-mail:
Simone Antoniaci Tuzzo é Professora Efetiva do programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade
de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás – UFG. Doutora em Comunicação pela UFRJ,
Mestre e Graduada em Comunicação pela UMESP, E-mail: [email protected]
213
A pesquisa também contou com a aplicação de um questionário junto aos fiéis,
além de assistir uma missa celebrada pelo Padre no Santuário Basílica, como objeto de
observação, e realização de uma entrevista com perguntas abertas aplicadas ao Padre
Robson.
As contribuições teóricas e práticas obtidas com o presente trabalho
permitiram conclusões relativas à celebretização por meio da mídia televisiva, em
particular a do Pe. Robson, objeto do presente estudo.
A partir da análise dos resultados é possível identificar que, a vinda de fiéis
tem o objetivo de conhecer o Sacerdote, fato observado também durante as missas ou ao
final delas, quando o grande número de fiéis se aproxima do Padre tentando tocá-lo,
fotografá-lo ou obter uma benção particular.
Bibliografia
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro, Contraponto, 2008.
FIGUEIREDO, Lívia Marques F. de, TUZZO, Simone Antoniaci. Célebre Sociedade.
Goiânia: Kelps, 2011.
MARIA, Ruben Ferreira. Evangelização ou Mercantilização da fé? Cotejamentos
entre Sagrado, Fé, Ètica e Igreja na Modernidade a Partir dos Estudos sobre a
Evangelização através do Uso da Mída. Disponível em:
http://tede.est.edu.br/tede/tde_arquivos/1/TDE-2012-12-03T094222Z-
378/Publico/maria_rf_tmp243.pdf. Acessado em 19 ago. 2013.
MEDEIROS, Ana Lúcia. A fabricação de celebridades na televisão: uma aproximação
da categoria jornalista-celebridade. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2010/resumos/R5-2502-1.pdf.
Acessado 28 jun 2013.>
PEREIRA, Robson de Oliveira. Padre e Reitor do Santuário do Divino Pai Eterno em
Trindade. Entrevistado, via e-mail pela autora do Artigo, em 19 de agosto de 2013, em
Goiânia.
SIMÕES, Paula Guimarães. A mídia e a construção das celebridades: uma abordagem
praxiológica. Disponível em:
214
<http://www.logos.uerj.br/PDFS/31/06_logos31_paulasimoes.pdf>. Acessado 30 jun
2013.
TEMER, Ana Carolina Rocha Pessôa; NERY, Vanda Cunha Albieri. Para entender as
Teorias da Comunicação. 2.ed.Uberlândia: Edufu, 2009.
THOMPSON, Jonh B. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Tradução
de Wagner de Oliveira Brandão; 11. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
TUZZO, Simone Antoniaci. Deslumbramento Coletivo: Opinião Pública, Mídia e
Universidade. São Paulo: Annablume, 2005.
Rede Pai Eterno.
http://www.divinopaieterno.com.br/?class=Noticias&method=onListarDetalhes&desta
que=sim&id=1626. Acesso em: 29 jul. 2013.
Quem Somos. Disponível em: http://www.redevida.com.br/institucional/quem-somos/.
Acesso em: 29 jul. 2013.
Comunicação Integrada e Saúde – A importância acadêmica do convênio entre a
UFG e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia
Silvana Coleta Santos Pereira224
Kalyne Menezes225
Letícia Segurado Cortez226
Lutiana Casaroli
Vivemos um momento em que a comunicação ocupa todos os espaços e penetra
todos os interstícios da vida. Mais do que a família, a escola, a religião, é a comunicação
224
Possui Graduação em Comunicação Social, Habilitação em Jornalismo, pela Universidade Federal de Goiás (UFG). É mestre em
Educação Brasileira pela mesma instituição. É professora do curso de Jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG. 225
Jornalista graduada pela UFG, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing e mestre em Comunicação, linha Mídia e
Cidadania, pela UFG. 226
Possui graduação em Comunicação Social, Habilitação em Publicidade e Propaganda, pela UFG (2000). É mestre (2007) pelo Programa
de Pós-Graduação em Cultura Visual da mesma Instituição e especialista (2005) em E-MBA em Marketing pela Escola Politécnica da UFRJ.
Atualmente é professora da FIC, no Curso de Publicidade e Propaganda da UFG. 4 Possui Graduação em Comunicação Social, Habilitação Relações Públicas, pela Universidade Federal de Santa Maria (2006). É mestre
(2009) pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Midiática da mesma Instituição. Atualmente é professora da Faculdade de
Informação e Comunicação, no Curso de Relações Públicas da UFG.
215
de massa que estrutura valores, hábitos, códigos e consensos de cada sociedade. A mídia
passou a exercer funções na esfera pública, como as de definir a agenda pública e a de
canalizar demandas da população.
Nesse ambiente formado por várias modalidades de comunicação, a comunicação
pública é entendia como o debate que se dá na esfera pública entre Estado, governo e
sociedade, sobre temas de interesse coletivo. Além desse significado, há o sentido
igualmente muito usado de uma comunicação organizacional imbuída de espírito
público, ou seja, que não é gerada para defender interesses corporativos, empresariais
ou setoriais, ainda que emitida por grandes corporações.
Conceito ainda em construção, a comunicação pública segundo (DUARTE, 2009,
p.59) surgiu para designar uma situação ideal e genérica de transparência dos negócios
de Estado e de empresas privadas, e do exercício pleno do direito do cidadão de se
informar e ser informado sobre tudo o que for de interesse público. Seja qual for a
modalidade ou a definição de comunicação pública, todas têm um denominador comum:
a defesa do interesse público.
O convênio - Um convênio firmado em maio de 2011 entre a Universidade
Federal de Goiás (UFG) e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) por meio da
Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) e da coordenação de imprensa da
Assessoria de Comunicação da UFG permitiu a implantação da Agência Modelo de
Comunicação Integrada e Saúde. Com o objetivo de coordenar e executar as atividades e
projetos de comunicação da SMS, a partir de cooperação técnica com a UFG, a Agência foi
organizada com recursos humanos e infraestrutura que permitiram maior dinamicidade
e ampliação dos serviços no órgão.
A Agência possui uma estrutura organizacional integrada entre diferentes áreas
da comunicação (jornalismo, relações públicas e publicidade e propaganda) envolvendo
três professores e treze estudantes da FIC, além de profissionais, em um ambiente
interativo e colaborativo, ou seja, um autêntico núcleo de comunicação em rede. O
modelo proposto acena em direção a uma nova comunicação, no qual as organizações
conferem valor estratégico aos processos comunicacionais, situando-os no centro das
preocupações.
216
Segundo (KUNSCH, 20202, p.150) com a evolução e a sofisticação da área de
comunicação, sobretudo nas grandes organizações, ela foi assumindo um novo status e
um caráter estratégico. Nesse sentido a comunicação integrada ganha espaço enquanto
uma filosofia que direciona a convergência das diversas áreas. Pressupõe uma junção da
comunicação institucional, da comunicação mercadológica, da comunicação interna e da
comunicação administrativa, que formam o mix, o composto da comunicação
organizacional.
A Assessoria de Comunicação da SMS, reestruturada após o convênio com a UFG,
transformou-se em um ambiente bastante adequado para a prática do ensino, da
extensão e da pesquisa. Desde o dia 2 maio de 2011, data em que foram iniciados os
trabalhos, já passaram pela Ascom/SMS mais de 40 bolsistas, estudantes de jornalismo,
ralações públicas e publicidade e propaganda, que orientados por professores e
profissionais, desenvolveram diversas atividades relacionadas às suas respectivas áreas
de formação.
Os relatos dos estudantes que trabalharam na Ascom/SMS são quase unânimes e
consideram que o período de trabalho foi muito importante para a complementação da
formação. Alguns em especial, afirmam que a experiência foi determinante nos rumos da
carreira profissional. A preocupação dos profissionais da Ascom/SMS é de que os
estudantes conheçam as diversas etapas do trabalho em comunicação. Um outro aspecto
importante na formação dos estudantes é a atual configuração do órgão, divido em três
núcleos, reunidos no mesmo espaço físico. Atualmente, um grande esforço da equipe
tenta garantir um planejamento conjunto de atividades, com o objetivo de valorizar
recursos e otimizar resultados.
As assessorias de comunicação – As assessorias de comunicação na área
governamental existem desde a década de 1970, mas nos últimos anos tiveram uma
expansão espantosa, cuja marca principal foram as mudanças nas atividades de
responsabilidade dessas assessorias e a formação de um segmento profissional que
exige conhecimentos especializados para dar conta do seu novo papel no complexo
burocrático do Estado e dos municípios.
217
Mas atuar em comunicação pública exige também compromisso em privilegiar o
interesse público em relação ao interesse individual ou corporativo, centralizar o
processo no cidadão, além de tratar comunicação como um processo mais amplo do que
a informação e adaptar os instrumentos às necessidades, possibilidades e interesses dos
públicos. Trata-se de mudar o foco da comunicação direcionando-a prioritariamente
para o atendimento dos interesses do conjunto da sociedade de uma forma consciente,
responsável e estratégica.
E é exatamente isso que a equipe envolvida da execução do convênio tem
procurado fazer. Na Ascom/SMS tudo é feito para que a atuação das três coordenações
seja pautada por um trabalho conjunto e sinergético, em conformidade com os
princípios da comunicação integrada. Trata-se de um modelo capaz de aglutinar as
várias habilidades profissionais, integrando-as para coordenar os projetos, as ações e as
atividades de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia.
Estímulo à pesquisa – Os estudantes bolsistas do convênio, além de participarem
de um projeto que contribui com o ensino e a extensão, também são estimulados a
desenvolver pesquisas institucionais e acadêmicas. Com as pesquisas institucionais
conhecem a organização como um todo, valendo-se de técnicas e instrumentos
apropriados para chegar a uma análise completa da real situação organizacional,
envolvendo os aspectos estruturais, administrativos, de gestão, sistema de comunicação
etc.
Com as pesquisas acadêmicas são incentivados a produzir artigos e participar de
eventos científicos. As diferentes pautas e a vivência da realidade de uma Secretaria de
Saúde como a do município de Goiânia, podem representar excelentes temas de
pesquisa. O resultado desse trabalho tem dado bons frutos com artigos premiados em
eventos regionais e nacionais de comunicação.
Por fim, experiências como a da Agência Modelo de Comunicação Integrada e
Saúde e parcerias como a que foi firmada entre a UFG e a SMS devem ser estimuladas
tanto pelo benefício acadêmico, como pelo social. Nesse novo ambiente de alta
interatividade na comunicação, intervir no debate público por meio da comunicação
218
constitui-se uma nova modalidade de direito de toda a sociedade. Um processo mais
amplo, com conteúdo capaz de promover o conhecimento e a inclusão social.
Referências
DUARTE, Jorge. Comunicação Pública: estado, mercado, sociedade e interesse público.
São Paulo: Editor Atlas, 2009.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação
Integrada. São Paulo: Summus Editorial, 2002.
Autorretratos: enunciações visuais midiáticas autorreferenciais 227
Lutiana Casaroli228
Abordaremos aqui as autorrepresentações visuais de organizações midiáticas em
suas próprias mídias, o que chamaremos de auto-referencialidade. Para tanto, o ponto
focal da discussão recai sobre os autorretratos presentes no corpo desta mídia,
caracterizados e compreendidos como parte de sua cultura visual. Interessa-nos,
especialmente, entender como se dá a construção da imagem organizacional a partir de
toda uma gama de sentidos incorporados à rede discursiva imagética. O jornal, a
televisão, o rádio, assim como diversas outras mídias informativas, tradicionalmente
comportam narrativas que pautam a sociedade, o interesse de seus indivíduos e de
grupos sociais. Mas, no afã da sociedade midiatizada (FAUSTO NETO, 2005), sentimos
cada dia mais as mídias se mostrarem, das mais diversas maneiras e com distintos
objetivos, seja em busca de legitimidade (BARICHELLO, 2002), seja com intuitos de
imagem (BALDISSERA, 2004).
227
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 228
Possui Graduação em Comunicação Social, Habilitação Relações Públicas, pela Universidade Federal de Santa Maria
(2006). É mestre (2009) pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Midiática da mesma Instituição. Atualmente é
professora da Faculdade de Informação e Comunicação – Universidade Federal de Goiás E-mail: [email protected]
219
Com o intuito de compreender os aspectos emergentes na relação entre auto-
referencialidade, visibilidade e visualidades em organizações midiáticas, é que
jogaremos luz sobre dois grupos de processos vigentes: as práticas de exposição de si,
via discursos visuais, e a relação direta com os efeitos de sentidos produzidos por estas
operações estratégicas.
Acredita-se que, assim, seja possível compreender alguns aspectos acerca das
condições de produção da legitimidade organizacional, principalmente pelo viés das
estratégias comunicacionais empregadas com intuitos de visibilidade midiática, a partir
de sistemas de visualidades. Partimos do pressuposto de que o profissional de Relações
Públicas, vocacionado a trabalhar com as mídias e seus processos internos de
regulamentação e visibilidade, antes de tudo é um leitor de mundos possíveis. Em cada
encontro, em toda relação, na diversidade de sujeitos, desejos e devires, busca sempre
uma comunicação desejável. Que se estabelece, que aproxima, afeta, que une e garante a
continuidade da vida. Em cada uma destas relações vai encontrando sentidos que
carregam em si o potencial de revelar relações entre a experiência estética e a ordem da
rotina, do ordinário, do cotidiano. Nesse sentido, destacamos que o Relações Públicas
envolve-se diretamente neste fenômeno que as organizações midiáticas protagonizam
ao abrir espaço para contar suas histórias, via imagens e mensagens, na tentativa de
fazerem de seus locais de existência física, dura, objetiva, verdadeiros lugares de
vivências compartilhadas.
Ale m do que, e preciso considerar o que ha de arte nas fotografias auto-
referenciais e, sobretudo, o que ha de artí stico nestas mensagens que emergem do
ambiente organizacional e invadem as mí dias intencionadas para fazer significar. Estes
questionamentos orientam nosso pensar em busca de entender como um mundo ate
enta o frio, imparcial e objetivo esta sendo transformado por imagens da ordem do
artí stico, auto-referencial: aqui a fotografia e antes de tudo compreendida como uma
pra tica de significaça o e de produça o de sentidos.
Entendemos, sobretudo, que o Relaço es Pu blicas enquanto profissional das
mí dias deve lançar um olhar atento para a potencialidade afetiva que reside no acesso da
comunicaça o organizacional e midia tica ao mundo da visualidade, especialmente a
220
partir de seu reperto rio image tico. Enquanto em grande parte das organizaço es
midia ticas, especialmente no que tange sua pra tica comunicativa, ainda vigora o
reperto rio image tico padronizado, contemplando fotos da equipe, retrato do diretor e
seus antecessores expostos em locais privilegiados, retrato do funciona rio do me s,
fachada da empresa exibicionada atrave s da logomarca, nota-se um novo movimento de
representaça o de si. Agora seu universo image tico auto-representativo adentra seus
espaços midia ticos publicamente na tentativa de cativar o grande pu blico. Para as
organizaço es midia ticas, outros espaços de visibilidade foram precisos e preciosos no
intuito de contatar o outro, afinal o que estava em risco era a pro pria sobrevive ncia.
Nesta perspectiva que as imagens auto-referenciais, geralmente guiadas pelas fotografias
aqui encaradas como autorretratos organizacionais, invadiram os pro prios meios.
Referências:
BARICHELLO, E.M.M.R. A construção da visibilidade institucional pela mídia. In:
SILVEIRA, A. C. M. et al. Comunicação midiática. Santa Maria: FACOS/UFSM, 2002.
BALDISSERA, Rudimar. Imagem-conceito: anterior à comunicação, um processo de
significação. Tese (Doutorado em Comunicação). PUCRS, Porto Alegre: 2004.
FAUSTO, Antônio Neto. “Midiatização: Prática Social, Prática de Sentido?” Paper
apresentado no Seminário Internacional da Rede Prosul – CNPq. São Leopoldo, 2005.
Liderança de opinião no ciberespaço229
João Carlos Machado230
Simone Antoniaci Tuzzo231
229
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 230
Bacharel em Relações Públicas pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Mestrando em Comunicação na linha de pesquisa Mídia e Cidadania pela UFG. E-mail: [email protected] 231
Doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora efetiva do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFG. E-mail: [email protected]
221
Existem indivíduos na sociedade que acabam ganhando destaque, principalmente
aqueles que aparecem na mídia, como as celebridades232. Mesmo não sendo
midiatizados, há também aqueles com alguma característica marcante e que geram
credibilidade para as pessoas que os cercam. Tais indivíduos recebem a denominação de
líderes de opinião. São atores que participam de alguma forma do processo de formação
da opinião (CERVI, 2007).
No caso da internet, tem-se uma abertura maior para que mais pessoas acabem se
expondo e ganhando destaque pelo que publicam, o que pode chamar a atenção de
muitos. Moura (2009) coloca o ciberespaço como uma esfera em que amadores debatem
sobre diversos assuntos e afetam o sentido produzido pela mídia convencional. Assim,
tem-se espaço para novos formadores de opinião.
Jornalistas ocupam um espaço precioso no qual podem enviar suas mensagens a
um número expressivo de pessoas e acabam sendo referência para muitos, podendo ser
classificados como líderes de opinião. A inquietação desta investigação se firma em
verificar se essa mesma lógica funciona no espaço virtual. Para se chegar a uma resposta,
foi realizada uma pesquisa a partir de textos publicados por um jornalista do Estado de
São Paulo em um blog com foco em direitos humanos e política. Para isso, foi feita uma
pesquisa quantitativa com os leitores do blog para avaliar a recepção do conteúdo
acessado. A análise de conteúdo foi o método escolhido para esta investigação.
O trabalho visa contribuir para os estudos a respeito da opinião pública no
ciberespaço. Para isso, é preciso constatar se de fato os líderes de opinião na internet
têm expressão e como se dá esse processo. Além das pesquisas de campo, foram feitas
também pesquisas bibliográficas sobre os principais assuntos relacionados ao que se
pretende estudar.
Por meio deste levantamento pode-se mostrar que é possível mobilizar opiniões
na internet e que um dos principais fatores que contribuem para que as pessoas
232 Entende-se por celebridades os indivíduos que se encontram em posição privilegiada por meio das
mídias. Tal posição é conferida, atualmente, mais pela exposição do indivíduo em si do que pelo seu
conteúdo acerca de alguma competência (PIMENTEL, 2005).
222
repensem ou até mesmo mudem concepções é a forma como se argumenta sobre algum
assunto. Mesmo que não tão consolidados como nas mídias tradicionais, os líderes de
opinião são percebidos no ciberespaço, pois têm suas mensagens difundidas a um
grande número de pessoas e acabam exercendo alguma influência sobre elas.
BIBLIOGRAFIA
CERVI, Emerson Urizzi. Líder de Opinião. In: GADINI, Sérgio Luiz e WOITOWICZ, Karina
Janz (Orgs.). Noções básicas de Folkcomunicação: uma introdução aos principais
termos, conceitos e expressões. Editora UEPG, 2007. p.39-43.
MOURA, Gabriel Herkenhoff Coelho. Internet e Opinião: conflitos dentro e contra a
Opinião Pública. Monografia. UFES, 2009.
PIMENTEL, Márcia Cristina. A construção da celebridade midiática. Contemporânea.
2005. Disponível em:
http://www.contemporanea.uerj.br/pdf/ed_04/contemporanea_n04_17_MarciaCris.pdf
> Acesso em 18/12/13.
CONCEITOS E VALORES DA COMUNICAÇÃO: O PROFISSIONAL DE RELAÇÕES
PÚBLICAS FACE À COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
Rogério Santos dos Prazeres233
Marta Quintiliano234
Claudomilson Fernandes Braga235
233
Mestrando em Filosofia pela Universidade de Brasília (UnB); com especialização em Ética e Filosofia Política (AVM Integrada RJ); Licenciado em Letras pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). E-mail: [email protected] 234
Bacharel em Relações Públicas pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Integrante do Coletivo União dos estudantes indígenas e quilombolas da Universidade Federal de Goiás (UNEIQ/ UFG). Membra do corpo de operação e exibição de mídia televisiva da Televisão da Universidade Federal de Goiás (RTVe/TV-UFG). E-mail: [email protected] 235
Orientador do trabalho: Pós-doutorado em Psicologia Social, doutorado em psicologia, e Mestrado em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (UCG). Professor adjunto da Universidade Federal de Goiás (UFG). Graduado em Comunicação Social – Relações públicas (UFG). E-mail: [email protected]
223
Esse texto visa apresentar a relevância e utilidade do profissional de relações
públicas quanto aos conhecimentos que se implicam à gestão de informações e projetos.
Para tanto, a razão que se implica a essa relevância está atrelado à necessidade de os
profissionais de Relações Públicas assumirem papéis estratégicos, decisivos nas
organizações contemporâneas. Nesse sentido, o objetivo é identificar convergências na
área com a ética. De modo a se verificar a gestão de projetos e consequências de teor
ético, junto às relações públicas, como atividade de função essencialmente moral. Em
específico denotar-se-á a fundamentação da metodologia de pesquisa, em que se propõe
uma análise de ferramentas e conceitos de interesse investigativo sobre os valores
(Vázquez, 2000, p. 144). Ademais, ao proposto trabalho converge-se entrecruzado na
perspectiva de reflexão sobre a aplicabilidade de projetos e modelos de gestão, bem
como as práticas de comunicações estratégicas, adotáveis por profissionais de relações
públicas.
Preambularmente, explicita-se em Miraut (2005) a apresentação de quatros
modelos típicos para compreender e diferenciar as Relações Públicas. Importa ressaltar
que o profissional deve pensar as Relações Públicas antes de exercê-las num âmbito
gerencial estratégico. O primeiro é o de agência da imprensa na divulgação, descrevendo
os programas de Relações Públicas. O propósito está em obter publicidade favorável,
para uma organização, ou indivíduo na mídia de massa. O segundo modelo de
informação pública, notadamente, assemelha-se à assessoria de imprensa. Este porque
também é um modelo de mão única que compreende as Relações Públicas apenas como
disseminação da informação. O terceiro é assimétrico de duas mãos: utilizam a pesquisa
para desenvolver mensagem que provavelmente conseguirá induzir seus públicos a se
comportarem como a empresa espera. Já o quarto modelo, simétrico de duas mãos, está
calcado na pesquisa e na comunicação para mediar conflitos e aperfeiçoar o
relacionamento com o público.
Esses modelos objetivam mudar o comportamento do público. Mas não o da
organização. Nesse cenário, apresenta-se como problemática o solipsismo metódico
(APEL, 2014, p. 148), incrustrado na prática do profissional de relações públicas que se
224
submete às exigências de notória complexidade ética. Posto que a empresa coloca-se no
panorama de veiculação na perspectiva de falácias naturalistas. Com isso, entende-se
que a preocupação em segmentar os públicos é recente. Antes acreditava- se que as
mensagens divulgadas pelo rádio e pela televisão atuavam de diversas formas no
comportamento coletivo. Em Fortes (2003, p.21) “a massa é composta por pessoas
pertencentes a uma grande variedade de grupos locais e culturais, o que não significa
que está presa ao particularismo de sociedade ou com unidade”. Ela caracteriza-se pelo
anonimato de seus entes, homogeneidade, e inabilitação ou dificuldade de estabelecer
comunicação pertinente com eficiência.
Compreende-se que o profissional de Relações Públicas neste campo de atuação
comporte-se como agente transformador, cultivando a solidariedade e os valores sociais,
rumo à construção de uma sociedade equânime. Nesse caso, o discurso contextual social
nas Relações Públicas tem um papel ambíguo. Isso gera um discurso que proporciona
uma transformação social, em situação de conflitos, portanto dissenso. “Trata-se da
dialética do discurso, que forja consensos acordos e consentimentos – Por um lado, e,
por outro, dissensos- controvérsias, conflitos rupturas”. (MURADE, 2007), configurando
ambiguidade.
REFERÊNCIAS
APEL, Karl-Otto. Paradigmas de Filosofia Primera. Buenos Aires: Prometeo, 2014.
FORTES, W. G. Relações públicas: Processo, funções, tecnologia e estratégias. 2ª
ed.rev.e ampl. São Paulo: Summus, 2003.
MIRAULT, M. A. C. Relações públicas: comunicação ou entendimento. Campo Grande:
UNIDERP, 2005.
MURADE, I. F. G. Relações públicas na construção da cidadania dos grupos
populares. In: KUNSCH, M. M. K; KUNSCH, W. L. (Orgs.). Relações Públicas
Comunitárias: a comunidade em uma perspectiva dialógica e transformadora. São
Paulo: Summer, 2007.
VÁSQUEZ. Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
225
GT-14 - Tecnologias de informação aplicadas
As normas ABNT NBR ISO/IEC 27001 e 27002 como ferramentas de auxílio à
implementação de políticas de segurança da informação em instituições
públicas236
Lorena Pires de Paula237
Douglas Farias Cordeiro238
O aumento da velocidade de transmissão de dados, somado à sua facilidade de
disseminação, proporcionaram uma valorização da informação no contexto das
organizações. Considerando que as informações são ativos intangíveis (NOBRE, RAMOS,
NASCIMENTO, 2010), e o fato do valor econômico de uma organização ser a soma dos
seus ativos tangíveis e intangíveis (KAYO, et al 2006), e que as informações são
fundamentais para a tomada de decisões, nasce a necessidade de proteção e dos
equipamentos que as processam, armazenam e transmitem.
Nesse contexto, a segurança da informação surge como alternativa de tratamento
de problemas relacionados à vulnerabilidade dos ativos informacionais de uma
organização, sendo uma área do conhecimento dedicada à proteção contra ataques
como: acesso não autorizado, alterações indevidas, indisponibilidade, além de outras. De
forma geral, a segurança da informação se baseia em três pilares: confidencialidade,
integridade e disponibilidade, os quais são alcançados pela implementação de um
conjunto adequado de controles. A implantação de políticas de segurança da informação
é fundamental para a manutenção da continuidade de negócio.
Normas ABNT NBR ISO/IEC 27001, ABNT NBR ISO/IEC 27002 e Instituições
Públicas. Assim como em ambiente organizacionais do setor privado, no âmbito das
236
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 237
Graduanda do curso de Gestão da Informação da Universidade Federal de Goiás, (UFG). [email protected]. 238
Doutor em Ciência da Computação e Matemática Computacional, USP.
226
instituições públicas as informações são também partes importantes do processo de
inovação, e precisam ser protegidas não só pelos seus interesses comerciais ou
interesses de cidadãos, mas também pela obrigação legal, devido a atos normativos que
visam à proteção das informações.
As organizações públicas estão inseridas em um ambiente de interação constante,
recebendo influencias e influenciando. Sabendo que essas organizações são mais
vulneráveis a interferência do poder político, devido a seus modelos de gestão, elas
apresentam um alto índice de burocracia existente em seu funcionamento, e
evidentemente esta prestação de serviços entra em contradição com a limitação de
recursos recebidos por elas, e quando há recursos disponíveis tendem a cair na
dependência da decisão política, o que acaba por tornar seus colaboradores insatisfeitos
e frustrados com o serviço, o que pode representar um risco adicional à segurança da
informação.
As normas ISO 27001 e 27002 podem ser utilizadas para a implementação de
uma política de segurança da informação nas organizações do setor público,
especificando os controles que voltados à redução dos riscos de segurança, e como
documento de orientação e referência na seleção destes controles.
Embora a implantaça o de controles voltados a segurança da informaça o seja um
elemento necessa rio e determinante na gesta o pu blica, a implementaça o destes na o
ocorre de maneira trivial e ra pida, devido a burocracia corporativa, centralizadora,
contra ria a s mudanças na organizaça o e a forma de trabalho. Estes aspectos acabam por
na o permitir que as organizaço es trabalhem de forma eficiente numa economia de
ra pidas transformaço es. Diante disso, para que as normas ISO 27001 e 27002 se
pontuem como alternativas interessantes para a segurança da informaça o e necessa rio
se realizar ana lises especí ficas, que levem em conta a cultura organizacional, e outros
fatores determinantes, para assim alcançar uma polí ticas implementa vel nestas
instituiço es.
Referências
227
NOBRE, A. C. S.; RAMOS, A. S. M.; NASCIMENTO, T. C. Fatores que Influenciam a Aceitaça o
de Pra ticas Avançadas de Gesta o de Segurança da Informaça o: um estudo com gestores
pu blicos estaduais no Brasil. In: XXXIV Encontro da ANPAD – EnANPAD. Rio de Janeiro,
2010. Anais. Rio de Janeiro: ANPAD, set.2010, 17 p.
KAYO, E. K.; KIMURA, H.; MARTIN, D. M. L.; NAKAMURA, W. T. Ativos Intangí veis, Ciclo de
Vida e Criaça o de Valor. RAC. n.3, v.10, p.73-90, jul.2006.
Os recursos humanos como origem de violação à segurança da informação em
ambientes organizacionais239
Eriany da Cruz Matos240
Ciro José Almeida Macedo241
Douglas Farias Cordeiro242
A informaça o pode ser considerada um dos principais mecanismos de geraça o de
lucros, proporcionando meios necessa rios ao desenvolvimento de novos nego cios,
empreendimentos e projetos de inovaça o (CHOO, 2003). Neste contexto, a informaça o
pode ser a chave para oportunidades e competitividade. Por outro lado, a ause ncia de
informaça o, a informaça o de ma qualidade, ou a informaça o vulnera vel, pode constituir-
se uma ameaça.
A segurança da informaça o surge como resposta a s necessidades de proteça o da
informaça o, nos seus mais diversos aspectos, os quais podem ir desde ameaças
puramente tecnolo gicas, eventos climatolo gicos, ate questo es relacionadas aos recursos
humanos de uma organizaça o (BEAL, 2005). Este trabalho apresenta uma discussa o
sobre como os recursos humanos podem ser fontes de violaça o da segurança da
239
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de
27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 240
Aluna do curso Gestão da Informação, UFG. 241
Mestre em Engenharia Elétrica e de Computação, UFG. 242
Doutor em Ciência da Computação e Matemática Computacional, USP.
228
informaça o dentro das organizaço es.
Segurança da informaça o em recursos humanos
A segurança da informaça o trata do processo de proteça o dos ativos
informacionais pertencentes a uma organizaça o ou a um indiví duo, os quais incluem
componentes como dados, informaça o, conhecimento, e os recursos utilizados para
captar, manipular e armazenar informaça o. Este processo de proteça o visa,
principalmente, diminuir as vulnerabilidades existentes e prevenir possí veis ataques.
E fundamental o desenvolvimento de uma ana lise das ameaças existentes e as
suas probabilidades de ocorre ncia, levando em conta a integridade, a disponibilidade e a
confidencialidade. As vulnerabilidades a informaça o podem ser advindas de diversas
fontes, entre as quais esta o as ligadas aos recursos humanos, as quais começam a surgir
a partir do momento da contrataça o ou entrada de um terceiro na organizaça o. Ale m
disso, a utilizaça o de equipamentos tecnolo gicos porta teis atenua ainda mais os riscos:
maior possibilidade de acesso a rede interna, retirada de informaça o atrave s de co pia
na o autorizada, entre outros. A Figura 1 mostra que a maior parte das violaço es a
segurança da informaça o prove m de indiví duos ligados a organizaça o.
Figura 1 - Origem estimada de incidentes à segurança da informação (gráfico normalizado (PWC, 2014)).
Conclusa o
As fragilidades existentes nas organizaço es com relaça o aos recursos humanos
revelam a necessidade de criaça o de controles especí ficos, ale m de conscientizaça o de
funciona rios. Ale m disso, e essencial que mecanismos de prevença o sejam
229
implementados para prevenir possí veis danos a organizaça o.
Referências
BEAL, A. Segurança da Informação: princípios e melhores práticas para a proteção
dos ativos de informação das organizações. Sa o Paulo: Editora Atlas, 2005.
CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a
informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. Sa o
Paulo: Editora Senac, 2003.
PWC, Uma defesa ultrapassada – principais resultados da Pesquisa Global de
Segurança da Informação 2014. PricewaterhouseCoopers Serviços Profissionais, 2014.
Utilização de soluções de software como apoio à modelagem de processos: uma
análise sobre o BonitaSoft243
Gustavo Henrique de Abreu Araújo244
Vinicius Sobreira Braga245
Douglas Farias Cordeiro246
O constante crescimento do fluxo e da velocidade informacional, tem tornado o
mercado cada vez mais competitivo, tornando necessa rio que as organizaço es tomem
medidas eficientes para responder as novas demandas, oportunidades e as possí veis
ameaças.
Essa questa o se tornou um grande desafio para as organizaço es, as quais
acabaram desenvolvendo uma agilidade nos processos organizacionais de informaça o e
conhecimento, como descreve Smith & Fingar (2003). Neste contexto, a modelagem de
243
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 244
Graduando em Gestão da Informação, FIC-UFG. 245
Administrador, Coordenador de Planejamento e Processos Institucionais, PRODIRH-UFG. 246
Doutor em Ciência da Computação e Matemática Computacional, USP.
230
processos de nego cio, aliada a utilizaça o de soluço es de software, surge como uma
importante alternativa a ser considerada e implementada nas organizaço es.
Modelagem de processos
Na maior parte das organizaço es, o fluxo de processos e realizado de forma
manual, atrave s de va rios documentos fixos (editais, carta de solicitaça o, ofí cios,
memorando), ale m de seus tra mites que sa o repassados ma o-a-ma o, o que acaba por
provocar em atrasos, e consequentemente em perda de lucro. Neste sentido, a
modelagem de processos, vinculada a automaça o, torna-se uma soluça o importante para
aumentar a competitividade, resolver demandas, e diminuir gargalos.
Segundo Vernadat (1996), a modelagem de processos se refere a um conjunto de
atividades sequenciais, as quais buscam a criação de modelos para a representação,
comunicação, análises, desenhos ou sínteses e tomada de decisão ou controle. Essa
modelagem está diretamente ligada ao padrão BPMN (Business Process Model and
Notation), onde seu principal papel é facilitar o entendimento, a análise e a comunicação
entre os usuários, buscando a integração e coordenação dos processos. Entretanto, para
que este padrão possa ser utilizado de forma eficiente e eficaz, torna-se necessário o uso
de soluções baseadas em sistemas, entre as quais se destaca o BonitaSoft.
O BonitaSoft
O BonitaSoft e uma suí te, de co digo aberto, voltada para o gerenciamento de
processo de nego cio. Atrave s dela, e possí vel utilizar de diversas ferramentas e
tecnologias, tais como conexa o a banco de dados, redes sociais, inserça o de co digos de
programaça o, entre outros. Ale m disso, o sistema utiliza de uma interface de
desenvolvimento baseada em diagramas, a qual, de maneira intuitiva, permite gerenciar
e automatizar processos de nego cio, proporcionando vantagens a s organizaço es.
Conclusa o
A modelagem de processos, aliada a sua automatizaça o, pode proporcionar
ganhos considera veis a uma organizaça o, e o uso de uma ferramenta livre para o
gerenciamento de processos de nego cios, o BonitaSoft, pode ser uma alternativa ainda
mais interessante para uma organizaça o. Entretanto, e importante destacar que
associado a este processo devem ser considerados diversos outros fatores e mecanismos,
231
os quais podem ser observados em detalhes no guia BPM CBOK (ABPMP, 2013).
Referências
ABPMP. Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio - Corpo Comum de
Conhecimento - (BPM CBOK®). Versa o 3.0. 2013.
VERNADAT, F.B. Enterprise modeling and integration: principles and applications.
Chapman & Hall, 1996.
SMITH, Howard; FINGAR, Peter. IT Doesn't Matter – Business Process Do. 1ª
ediçao,Tampa, Florida, USA: Meghan-Kiffer Press, 2003.
A análise SWOT como ferramenta de apoio ao gerenciamento de projeto247
Raianny Carla Ferreira da Silva248
Ciro José Almeida Macedo249
Douglas Farias Cordeiro250
O crescimento contínuo das organizações e a alta competitividade financeira
compelem um cenário onde a necessidade de levantamentos de dados, análises e
projeções de negócio se tornam cada vez mais importantes. Neste contexto, o
desenvolvimento de produtos ou serviços utilizando estratégias e práticas da gestão de
projetos se torna uma alternativa bastante interessante.
Em um cenário onde as ideias são organizadas em atividades, e a essas atividades
são associados prazos e responsáveis, a empresa passa a ter uma visão mais ampla e um
controle mais preciso de seus projetos, tornando-se mais apta a alcançar seus objetivos
e metas. Diante disso, torna-se necessário a utilização de técnicas de análise específicas,
onde a análise SWOT, abordada neste trabalho, se destaca como uma alternativa de fácil
247
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 248
Aluna do curso Gestão da Informação, FIC-UFG. 249
Mestre em Engenharia Elétrica e de Computação, UFG. 250
Doutor em Ciência da Computação e Matemática Computacional, USP.
232
aplicação e que permite uma visão considerável sobre o cenário em que a organização se
encontra.
Gestão de Projetos e a Análise SWOT
Um projeto pode ser descrito como um agrupamento de atividades temporárias,
realizadas com um grupo de pessoas que compartilham conhecimentos e opiniões, com
o objetivo de elaborar um produto ou serviço como resultado único e final. Os processos
que caracterizam um ciclo de vida do projeto são compostos por cinco etapas de
atividades: início, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento.
Segundo Kwasnicka (1981, p.153), o planejamento pode ser definido como uma
atividade em que os responsáveis realizam uma análise para determinar os mecanismos
de se atingir um objetivo. O planejamento envolve a antecipação sobre o futuro da
organização, seus objetivos e focos principais, constituindo-se um processo contínuo
dentro da gestão de projetos. Diante disso, com a intenção de estabelecer estratégias
com base em dados reais, torna-se necessário a aplicação de técnicas e ferramentas
específicas, entra as quais se encontra a análise SWOT.
A análise SOWT é uma técnica útil para o planejamento estratégico, que permite,
a partir de um conjunto de dados, a identificação e estudo do ambiente interno (forças e
fraquezas), em confronto com o ambiente externo (oportunidades e ameaças), de uma
organização, colaborando para seu crescimento e melhor desempenho. Para Serra,
Torres e Torres (2004, p.28), a principal função da análise SWOT é tornar possível a
escolha de uma estratégia adequada, com base em uma avaliação crítica do ambiente
interno e externo. A Figura 1 apresenta uma esquematização da análise SWOT.
Figura 2 - Esquema de aplicação da análise SWOT.
233
Conclusão
Embora a análise SWOT seja uma importante ferramenta para o levantamento de
informações sobre uma organização, é necessário que, durante o processo de
planejamento e de todo o gerenciamento de projeto, sejam utilizados mecanismos
adicionais, a fim de se obter resultados mais precisos e uma projeção mais realista.
Referências
KWASNICKA, E. L. Introdução à administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1981.
SERRA, F.; TORRES, M. C. S. & TORRES, A. P. Administração Estratégica. Rio de Janeiro:
Reichmann e Affonso Editores, 2004.
A análise de gargalo como técnica de apoio à gestão de processos de negócio251
Wanessa Natielle Brito Borba252
Vinicius Sobreira Braga253
Douglas Farias Cordeiro254
Um dos principais fatores que influenciam o sucesso de uma organizaça o e a
capacidade de entender que todas as suas atividades e aço es necessitam ser
compreendidas e gerenciadas por uma visa o de processos. Em Davenport (1994), um
processo e descrito como um composto de atividades estruturadas e bem definidas,
tendo como objetivo o resultado final do tra mite. Por outro lado, Oliveira (1996) define
um processo como uma coleça o de atividades sequenciais, as quais devem apresentar
relaço es lo gicas entre si, com o objetivo de atender demandas, internas ou externas.
O conhecimento a cerca da gesta o de processos de nego cios, denominado BPM
(Business Process Management), se faz elemento fundamental em uma organizaça o
(CRUZ, 2010), estando fundamentado na utilizaça o de pra ticas de gesta o em sua
251
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de 27 a 29
de maio de 2015, em Goiânia – GO. 252
Graduanda do curso Gestão da Informação, FIC-UFG. 253
Administrador – Coordenador de Planejamento e Processos Institucionais, PRODIRH –UFG. 254
Doutor em Ciência da Computação e Matemática Computacional, USP.
234
metodologia, entre as quais esta o: mapeamento dos processos, modelagem, automaça o,
ana lise, entre outros. A etapa da ana lise e essencial para que um processo esteja
alinhado ao seu nego cio, podendo ser realizada por diversas te cnicas, sendo que a
ana lise de gargalo, em particular, sera abordada neste trabalho.
Ana lise de Gargalo e seus benefí cios
O Guia CBOK v3.0 (2013) define gargalo como uma restriça o que gera uma
dificuldade de atendimento de demandas, provocando lentida o ao processo, que na o
chega a seu objetivo com efica cia, como e observado na Figura 1.
Figura 3 - Representação do gargalo de processos.
Diante disso, a ana lise de gargalos visa identificar como tais restriço es que
surgem e se estabelecem em um processo. Apo s essa aça o, e necessa rio priorizar as
restriço es que mais afetam o andamento e trabalhar sobre os itens priorizados para
aumentar a agilidade dos processos da organizaça o. Esta ana lise possibilita a s
organizaço es mais agilidade, eficie ncia e efica cia aos seus processos, proporcionando
competitividade no mercado e maior lucratividade em suas tarefas.
Conclusa o
A ana lise de gargalo e de suma importa ncia para as empresas que desejam que
seus processos sempre sejam ra pidos e que atendam com e xito seus funciona rios e
clientes. A te cnica de ana lise de gargalos busca esses fatores, efetuando uma ana lise
detalhada do processo e mapeando dificuldades que colaboradores podem enfrentar no
seu dia-a-dia no manuseio do processo.
Referências
DAVENPORT, T. Reengenharia de Processos: como inovar na empresa através da
235
tecnologia da informação. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
ABPMP. Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio - Corpo Comum de
Conhecimento - (BPM CBOK®). Versa o 3.0. 2013.
CRUZ, Tadeu. BPM& BPMS: Business Process Management & Business Process
Management Systems. 2ª ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2010
OLIVEIRA, Djalma de Pinho R. Revitalizando a empresa: a nova estratégia de
reengenharia para resultados e competitividade: conceitos, metodologia, práticas.
Sa o Paulo: Atlas, 1996.
Twitter sua API e o Capital Social255
Rhaydrick Sandokhan Pinheiro Teixeira Tavares256
Dalton Lopes Martins257
Nos últimos 10 anos as denominadas plataformas de social networking, como
Facebook, Twitter e Instagram, por exemplo, tiveram crescimento e popularização
exponencial, não apenas no número de usuários, mas também em presença ao redor do
mundo devido ao barateamento dos dispositivos e da infraestrutura da internet.
Partindo dessa premissa, podemos inferir que tais plataformas se transformaram em
repositórios de dados, informações e interações entre seus usuários e suas redes de
contato.
Logo, organizações públicas e privadas, cientistas das mais diversas áreas do
conhecimento, e, os próprios desenvolvedores e mantenedores dessas mídias,
começaram a perceber essa imensa massa de dados, constituída por investimentos e
interações sociais com outros olhos. Assim, vários estudiosos (Putnam, 1993; mais um),
255
Trabalho apresentado na 8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação, realizado no período de
27 a 29 de maio de 2015, em Goiânia – GO. 256
Acadêmico de Gestão da Informação, Pesquisador no L3P, bolsista de pesquisa no projeto Intervenção
Institucional via Cultura de Rede e [email protected]. 257
Doutor em Ciência da Informação, Docente do curso de Gestão da Informação. [email protected]
236
cunharam o termo “capital social”, que é formado por essas interações e investimentos
sociais e coletivos.
The National Economic of Social Forum (2003 apud MARTELETO; SILVA,2004),
define o capital social como:
...as normas, valores, instituições e relacionamentos compartilhados que
permitem a cooperação dentro ou entre os diferentes grupos sociais. Dessa
forma são dependentes da interação entre, pelo menos dois indivíduos. [...]. A
construção das redes e a consequente aquisição do capital social estão
condicionadas por fatores culturais, políticos e sociais.
Dessa maneira, temos de um lado organizações empenhando-se para transformar
todo esse caos informacional e capital social em informação estratégica e inteligência
analítica, e, do outro uma comunidade cientifica buscando conhecer mais sobre as
relações e interações humanas produzidas nestes meios, corroborar teorias, hipóteses e
teoremas ou mesmo desenvolver novas tecnologias e ferramentas.
Neste ínterim, novas ferramentas e metodologias de análise desses grandes
volumes de dados produzidos pelos usuários dessas plataformas, estão surgindo, sendo
desenvolvidas e aprimoradas, justamente, para transformar esse imenso bloco de dados
em vantagem competitiva e inteligência analítica, entre os quais podemos citar Data
Mining e Sentimental Analysis, teste estatísticos entre outros.
Esse grande volume de dados produzidos nessas plataformas web é denominado
como Big Data, o qual é definido pela IBM (s. d.) o define como:
É um termo utilizado para descrever grandes volumes de dados e que ganha
cada vez mais relevância à medida que a sociedade se depara com um aumento
sem precedentes no número de informações que são criadas diariamente. Além
disso, ele é regido por seus 5 V’s, ou seja, Volume, Velocidade, Variedade,
Veracidade e Valor.
Assim, a partir desta compreensão conceitual, organizações como Facebook,
Twitter, Google e outras disponibilizam suas API’s, para que seja possível acessar e
extrair informações relativas aos usuários de seus serviços, o que de certa maneira faz
com que essas fontes e repositórios de informações e dados sejam bastantes
237
interessantes para pesquisadores acadêmicos, organizações e outras instituições que
assim se interessem por estes dados.
Diante disso, ao extrair dados sobre os usuários, suas relações e interações
dispostas nos bancos de dados dessas redes sociais, pesquisadores e organizações se
apropriam de algo que é definido como capital social, e, dessa forma convertem conceito
intangíveis em ativos tangíveis.
A partir dessas considerações, temos por objetivos apresentar a Application
Programming Interface (API), por meio de bibliotecas que podem ser utilizadas para
manipular essa API. E, em segundo momento, apresentamos alguns dados que podem
ser extraídos do serviço de microblogging Twitter, e, como dar tangibilidade ao capital
social nele gerado, a partir do manuseio da citada API.
REFERÊNCIAS
JARR, J. Social capital a conceptual history. Political Theory, Sage, v. 32, n. 1, p. 6–33,
2004. Nenhuma citação no texto.
MARTELETO REGINA M. E OLIVEIRA E SILVA, A. B. Redes e capital social: o
enfoque da informação para o desenvolvimento. Ciência da Informação, v. 33, n. 3, p.
41–59, 2004. Nenhuma citação no texto.
PUTNAM, R. L. R. D.; NANETTI, R. Y. Making democracy work: Civic treaditions in
modem Italy. 1. ed. [S.l.]: Princeton University Press, 1993. Nenhuma citação no texto.
What is Big Data? IBM. Disponível em: <http://ibm.co/1a6gkSE>. Acesso em: 4 maio
2015.
238
Programação
8ª FEICOM – Congresso e Feira de Informação e Comunicação Semana de Comunicação e Informação 2015
27 a 29/05 – FIC/UFG
CONFERÊNCIAS:
ASA FUJINO (Universidade de Sa o Paulo – USP) - Pesquisa e po s-graduaça o em
Cie ncia da Informaça o – 27/05, às 9h
MARCELA CUNHA (Mais Live Marketing) E CAMILA REIS (Moove Media Digital
Agency) – Mí dias digitais, marketing e interaço es sociais – 27/05, às 10h
DANIEL SOLLERO (Brainstorm #9) - Redes sociais, conteu do e comunidade na
publicidade – 28/08, às 10h
CAIO NAKASHIMA (MDS/Sec. Gesta o da Informaça o) – Gesta o da informaça o no
contexto da implementaça o de polí ticas de desenvolvimento social no Brasil –
28/05, às 9h
JOA O JOSE CURVELLO (Universidade de Brasí lia – UnB) – Mí dias digitais e
interaço es sociais – 29/05, às 10h
LETI CIA RENAULT (Universidade de Brasí lia – UnB) – Webtelejornalismo –
29/05, às 9h
MESAS-REDONDAS, PALESTRAS E BATE-PAPO INTELECTUAL:
Mí dia, cidadania e cultura - I - Luiz Signates, Simone Tuzzo e Tiago Mainieri
(PPGCOM/ FIC/UFG) – 27/05, matutino
O olhar domesticado no cinema - Lisandro Nogueira (FIC/UFG) – 27/05,
vespertino
Mí dia, cidadania e cultura - II - Lisandro Nogueira e Luciene Dias
(PPGCOM/FIC/UFG) – 28/05, matutino
Destaques do SXSW2015 (e preparo para o SXSW 2016) - Daniel Sollero
(Brainstorm #9) – 28/05, vespertino
Novas mí dias digitais e movimentos sociais - Jose Valdir Misnerovicz (MST) e
Anto nio Canuto (CPT) – 29/05, matutino
239
Laborato rio do livro, leitura, literatura e biblioteca - Maria das Graças Castro
(FIC/UFG) – 29/05, matutino
GRUPOS DE TRABALHO (GT) – 27/05, vespertino:
GT-1 – Audiovisual: perspectivas e intersecções (Coordenadores: Sckarleth
Martins e Victor Vinícius do Carmo)
GT-2 – Biblioteca, formação e emancipação (Coordenadoras: Andréa P. Santos,
Maria de Fátima Garbelini e Suely H. Gomes)
GT-3 – Comunicação, cidadania, poder simbólico e direitos humanos
(Coordenadores: Gardene Leão, Flávia Martins e Magno Medeiros)
GT-4 – Comunicação e literatura: confluências discursivas (Coordenadores:
Goiamérico Felício e Letícia Arantes Jury)
GT-5 – Ciência, tecnologia e organização da informação (Coordenadores: Luciana
Candida, João Maricato e Laís Pereira de Oliveira)
GT-6 – Gestão e políticas de informação (Coordenadores: Arnaldo A. Ferreira
Júnior e Eliany Alvarenga)
GT-7 – Jornalismo e cidadania (Coordenadoras: Luciene de Oliveira Dias e Ana
Clara Gomes)
GT-8 – Marketing e estratégias digitais (Coordenadores: Marina Roriz e Eliseu V.
Machado Júnior)
GT-9 – Mídia, educação, cultura e linguagem (Coordenadoras: Jordana A. Oliveira
e Ludmila P. Almeida)
GT-10 – Mídias interativas, cibercultura e entretenimento (Coordenadores:
Daniel Christino e Marcilon Almeida)
GT-11 – Mídias sociais e movimentos sociais (Coordenadora: Karine do Prado e
João Daniell Oliveira)
GT-12 – Publicidade e propaganda na cultura contemporânea (Coordenadora:
Letícia Segurado Côrtes e Alexandre Tadeu dos Santos)
GT-13 – Relações públicas e construção da imagem organizacional e pessoal
(Coordenadores: Claudomilson Braga e Rhayssa Fernandes)
GT-14 – Tecnologias de informação aplicadas (Coordenadores: Dalton Martins e
Douglas Cordeiro)
240
MINICURSOS – 28/05 e 29/05
Composiça o tipogra fica manual (Jose Vanderley Gouveia) – 27 a 29/05 –
vespertino
Comunicaça o, performatividade da linguagem e pra ticas identita rias (Karine do
Prado e Ludmila Almeida) – 28/05 – vespertino
Jornalismo investigativo e reportagem assistida por computador (Sckarleth
Martins) – 28/05 – vespertino
Livros eletro nicos e bibliotecas digitais (Suzana Francisca da Rocha) – 28/05 -
vespertino
Normalizaça o de trabalhos acade micos e cientí ficos (Maria Silve rio Siqueira e
Rose Mendes da Silva) – 28/05 - vespertino
Pesquisa quantitativa e qualitativa em campanhas eleitorais (Luiz Carlos do
Carmo Fernandes)
Responsabilidade social corporativa (Fla via Martins dos Santos e Gardene Lea o) –
28/05 – vespertino
Resumo documenta rio (Lais Pereira de Oliveira) – 28/05 - vespertino
Uso do Latex como ferramenta de editoraça o de artigos cientí ficos (Douglas
Cordeiro e Rhaydrick Sandokhan) – 28/05 - vespertino
Como elaborar projetos de extensa o (Rosana Borges e Lindsay Borges) – 29/05,
matutino
OFICINAS – 28/05 e 29/05
Fotografia de produto na publicidade (Murilo Berardo Bueno) – 28/05 –
vespertino
Assessoria de imprensa (Carolina Zafino Isidoro) – 29/05 – vespertino
Como criar um site responsivo com Wordpress (Marcel Ferrante Silva) – 29/05 -
vespertino
Introduça o ao uso do EPub e aplicaço es pra ticas com Calibre Ebook Management
(Joa o Maricato e Taina de Sousa Gomes) – 29/05 – vespertino
Introduça o aos mecanismos para criaça o de refere ncias bibliogra ficas online com
uso do MORE - Mecanismo On-line para Refere ncias. (Joa o Maricato e Ana Paula
Dourado Rezende) – 29/05 – vespertino
Introduça o a s Feeds RSS e ao uso do leitor de Feedly (Joa o Maricato e Ruth Ester
Oliveira) – 29/05 – vespertino
241
Marketing polí tico e eleitoral (Marcos Marinho e Felipe Ferreira de Souza
Fulquim) – 29/05 – vespertino
Narrativas transmidia ticas (Raquel de Paula Ribeiro e Lí via de Pa dua No brega) –
29/05 – vespertino
Usos e aplicaço es pra ticas das Licenças Creative Commons (Joa o Maricato e
Mariana Prota sio Campos) – 29/05 – vespertino
Um dia de Inova (Raquel de Paula e Thayomara Amaral) – 28/05, vespertino
MOSTRAS – 28/05 e 29/05
Mostra de produço es audiovisuais (Solange Franco) – 28/05 - vespertino
Mostra de trabalhos da Inova (Raquel de Paula e Iara Jardim Barbosa) – 28/05 -
vespertino
Mostra de trabalhos da Simetria (Simone A. Tuzzo e Claudomilson F. Braga) –
28/05 – vespertino
Mostra de Extensa o e Cultura (Rosana Borges e Lindsay Borges) – 29/05 -
vespertino
Mostra de produço es laboratoriais da Ra dio Universita ria (Ricardo Pavan e Flora
Ribeiro) – 29/05 - vespertino
APRESENTAÇÕES CULTURAIS E VIVÊNCIAS:
Cine Feicom (Eliany Alvarenga e Leonardo Elo i) – 27/05 e 28/05, vespertino
Coral Vozes (ADUFG) – 27/05, matutino
Espaço interativo: Games – 28/05 e 29/05, vespertino
Macbeth (ITEGO – Basileu França) – 28/05, matutino
Uma flor para o Rosa (Cia. Teatro Ser) – 29/05, matutino
EXPOSIÇÕES – 25/05 a 29/05 (Não precisa fazer inscrição)
Exposiça o fotogra fica sobre Goia nia (Murilo Berardo Bueno)
Fotografia publicita ria (Murilo Berardo Bueno)
Goia nia em movimento (Marina Muniz Mendes e Sarah Marques)
Face Mapping e a era da construça o, destruiça o e reconstruça o da imagem do
outro (Lutiana Casaroli, Ana Domitila R. L. Silva, Karen Senger, Stéphany O.
Borges e Rodolfo Paes)
O lugar do outro: um novo olhar sobre a cidade de Goia nia (Karine do Prado)
242
Comissão Organizadora e Científica da FEICOM 2015
Claudomilson FernandesBraga – Coord. do curso de Relações Públicas
Eliany Alvarenga de Araújo – Coord. do curso de Gestão da Informação
Letícia Segurado Côrtes – Coord. do curso de Publicidade e Propaganda
Luciana Candida da Silva – Coord. do curso de Biblioteconomia
Luciene de Oliveira Dias – Coord. do curso de Jornalismo
Magno Medeiros – Diretor da FIC/UFG
Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Informação e Comunicação
www.fic.ufg.br