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EIXO TEMÁTICO: ( ) Água, Sensibilização e Práticas Ambientais ( ) Currículo, Cultura, Formação Docente e Educação Ambiental ( ) Educação Ambiental como Proposta Pedagógica ( ) Educação Ambiental e Saúde ( ) Educação Ambiental no Ensino Formal ( ) Educação Ambiental no Setor Público ( ) Educação Ambiental no Setor Corporativo e Terceiro Setor ( ) Educação Ambiental, Resíduos Sólidos e Sustentabilidade ( ) Educação do Campo: Desenvolvimento Rural e Práticas Político-Pedagógicas ( ) Educação e Manejo Ambiental nas Áreas Protegidas; ( ) Formação do Pensamento Crítico em Educação Ambiental ( X) Políticas Públicas, Cidade e a Sensibilização Ambiental
Ambiente nas áreas de expansão urbana e ocupação irregular do solo na cidade de Nampula - Moçambique.
Environment in the areas of urban expansion and irregular land occupation in the city of Nampula - Mozambique.
Ambiente en las áreas de expansión urbana y ocupación irregular del suelo en la ciudad
de Nampula - Mozambique.
Reginaldo Rodrigues Moreno Muacuveia Doutorando em Geografia na Universidade Federal de Uberlândia
Docente da Universidade Pedagógica de Moçambique- Delegação de Nampula [email protected]
William Rodrigues Ferreira Professor Doutor do IG/ Universidade federal de Uberlândia
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RESUMO Este trabalho tem como objetivo analisar ambiente nas zonas de expansão urbana de ocupação irregular, a partir da percepção de vários atores sociais (Poder público, moradores dos bairros e núcleos ambientais), tendo como foco os assentamentos informais existentes nos bairros da cidade de Nampula - Moçambique. O estudo foi realizado a partir da análise de instrumentos de planejamento urbano previstos neste país e da percepção dos atores acerca dos problemas que envolvem a ocupação irregular das áreas expandidas. Os núcleos ambientais, moradores e poder públicos não veem uma solução fácil ou adequada à realidade socioeconômica do país em geral e do município em particular e ainda relacionada à ineficácia dos instrumentos jurídicos de planejamento urbano que não garantem a facilidade renovação dessas áreas decadentes. A desconsideração e inoperância do poder público municipal de uma forma geral estimulam e reforçam a expansão desordenada e as ocupações irregulares das habitações que se alastram diariamente destruindo cada vez mais e de forma insustentável o meio ambiente urbano na cidade de Nampula. PALAVRAS-CHAVE: Meio ambiente. Expansão urbana. Ocupação irregular. ABSTRACT This work aims to analyze the environment in areas of urban expansion of irregular occupation, based on the perception of various social actors (public power, neighborhood residents and environmental nuclei), focusing on informal settlements in the neighborhoods of the city of Nampula - Mozambique. The study was carried out based on the analysis of urban planning instruments foreseen in this country and the actors' perception about the problems that involve the irregular occupation of the expanded areas. The environmental nuclei, residents and public power do not see an easy or adequate solution to the socioeconomic reality of the country in general and of the particular municipality and still related to the inefficacy of the legal instruments of urban planning that do not guarantee the facility renovation of these decadent areas. The disregard and ineffectiveness of the municipal public power in a general way stimulate and reinforce the disorderly expansion and the irregular occupations of the dwellings that flood daily, destroying more and more and in an unsustainable way the urban environment in the city of Nampula. KEYWORDS: Environment. Urban expansion. Irregular occupation.
RESUMEN
Este trabajo tiene como objetivo analizar ambiente en las zonas de expansión urbana de ocupación irregular, a
partir de la percepción de varios actores sociales (Poder público, moradores de los barrios y núcleos ambientales),
teniendo como foco los asentamientos informales existentes en los barrios de la ciudad de Nampula - De la
población. El estudio fue realizado a partir del análisis de instrumentos de planificación urbana previstos en este
país y de la percepción de los actores acerca de los problemas que involucra la ocupación irregular de las áreas
expandidas. Los núcleos ambientales, moradores y poder públicos no ven una solución fácil o adecuada a la realidad
socioeconómica del país en general y del municipio en particular y aún relacionada con la ineficacia de los
instrumentos jurídicos de planificación urbana que no garantizan la facilidad de renovación de esas áreas
decadentes. La desconsideración e inoperancia del poder público municipal de una forma general estimulan y
refuerzan la expansión desordenada y las ocupaciones irregulares de las viviendas que se extienden cada día más y
cada vez más y de forma insostenible al medio ambiente urbano en la ciudad de Nampula.
PALABRAS CLAVE: Medio ambiente. Expansión urbana. Ocupación irregular.
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1 INTRODUÇÃO
A expansão das cidades e ocupação acelerada e irregular do solo urbano formando
assentamentos informais, somada a políticas públicas ineficazes de habitação, a carência de
infraestruturas urbanas e saneamento básico, gera problemas ambientais de forte impacto
para o meio ambiente urbano comprometendo no bem estar social (UN-HABITAT, 2004).
O Ambiente nas áreas de expansão urbana e ocupação irregular do solo na cidade de Nampula
- Moçambique é um tema deste trabalho, tem como objetivo geral analisar, numa perspectiva
ambiental e urbanística o processo de expansão e ocupação irregular do solo urbano, em
conjunto com a percepção dos atores sociais sobre o ambiente nos bairros constituídos por
assentamentos informais na cidade de Nampula, ressaltando as politicas públicas urbanas
vigentes em Moçambique e regulamentos de uso do solo urbano em uso pela Camara
municipal. Centraliza o foco nos assentamentos informais dos bairros periféricos expandidos
da cidade de Nampula, capital da Província com mesmo nome, em Moçambique, país africano
localizado na costa oriental do continente africano.
Na cidade de Nampula foram selecionados 8 bairros como locais de seleção da amostra que
constituida por 160 moradores. A cidade de Nampula foi escolhida para delimitar
espacialmente o objeto de pesquisa, em função das especificidades dos problemas ambientais
urbanos e socioeconômicos que o envolvem os bairros de assentamento informal com o
crescente processo de urbanização caótica e caraterizada pelo descumprimento de
regulamento/ leis que visam assegurar a preservação do ambiente urbano.
A caracterização geral da cidade de Nampula foi feita a partir da pesquisa bibliográfica e o uso
da observação como técnica de coleta de informação que permitiu obter mais informações a
cerca do meio ambiente nos bairros expandidos de ocupação irregular na cidade. A coleta de
dados foi realizada em duas fases: a primeira através da entrevista aos atores sociais
envolvidos na pesquisa por meio de um questionário com perguntas fechadas e abertas e a
segunda através da observação direta e indireta.
Em termos de estrutura, o trabalho apresenta como último ponto as referências bibliográficas,
depois da conclusão, depois tras a conhecer as percepções dos segmentos sociais acerca do
meio ambiente nesses assentamentos informais, isso no quarto ponto se apresentam os
resultados. O terceiro ponto trata da metodologia e faz um enquadramento descritivo da área
de estudo, no segundo ponto aborda os instrumentos de planejamento e gestão urbana
previstos em Moçambique e apresenta a introdução como o primeiro ponto.
2 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO ESPAÇO URBANO EM MOÇAMBIQUE
Tal como sucede em território brasileiro onde o Estatuto da Cidade (Lei no 10.257/2001),
também denominado de Lei do Meio Ambiente Artificial, tem como objetivo formular
diretrizes gerais de administração do ambiente urbano (OLIVEIRA, 2002). Ela criou uma série
de instrumentos normativos, sendo o Plano Diretor o instrumento básico da politica de
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desenvolvimento e de expansão urbano conforme estabelece a Constituição de 1988, em seu
artigo 182, parágrafo primeiro: “1º - O Plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal,
obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política
de desenvolvimento e de expansão urbana”.
Do outro lado, em Moçambique, o Plano de Estrutura Urbana é o instrumento básico da
política de desenvolvimento e expansão urbana obrigatória para os municípios
independentemente do número de habitantes. Neste país as cidades estão sujeitos ao
Regulamento da Lei no19/2007 de 18 de Julho do Ordenamento do Território, seu artigo 6,
paragrafo primeiro e segundo (Dever de ordenar o território) “1o- Compete ao Estado e às
Autarquias Locais promover, orientar [...] coordenar o ordenamento do território. 2o- Ao
intervirem, fazem-no no sentido de garantir o interesse público, com respeito pelos direitos,
liberdades e garantias dos cidadãos”, que esta previsto na Constituição da Republica de
Moçambique no seu artigo 7.
Constituem instrumentos de planejamento/ordenamento territorial ao nível autárquico:
Planos de Estrutura Urbana; Planos Gerais de Urbanização; Planos Parciais de Urbanização e
Planos de Pormenor.
- Plano Geral de Urbanização (PGU) - é o Instrumento que estabelece a estrutura e qualifica o
solo urbano na sua totalidade, tendo em consideração o equilíbrio entre os diversos usos e
funções urbanas com especial atenção as zonas de ocupação espontânea como base para a
elaboração do plano.
- Plano Parcial de Urbanização (PPU) - estabelece a estrutura e qualifica o solo urbano
imparcialmente, tendo em consideração o equilíbrio entre, os diversos usos e funções urbanas,
definem as redes de transporte, comunicações, energia e saneamento, os equipamentos
sociais.
- Plano de Pormenor (PP) - define com pormenor a tipologia de ocupação de quaisquer áreas
específica do centro urbano, estabelecendo concepção do espaço urbano dispondo sobre uso
do solo e condições das edificações, vias de circulação, características das redes, das
infraestruturas e serviços, tanto para novas áreas assim como para áreas existentes
caracterizando as fachadas dos edifícios e arranjos dos espaços livres.
- Plano de Estrutura Urbana (PEU) - instrumento que estabelece a organização espacial da
totalidade do território do município ou autarquia de povoação, os parâmetros e as normas
para a sua utilização, tendo em conta a ocupação atual, as infraestruturas e os equipamentos
sociais existentes a implantar e a sua integração na estrutura espacial regional.
O PEU corresponde a uma visão do desenvolvimento da cidade, válida por 10 anos a partir da
sua aprovação. O seu objetivo é “arrumar” a cidade para que a vida dos seus habitantes possa
melhorar, ou seja, é um instrumento de gestão territorial, de nível municipal, que estabelece a
organização espacial e ao mesmo tempo, regulador do desenvolvimento do município, tendo
em conta a ocupação atual e as infraestruturas sociais existentes.
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O município possui maior responsabilidade no que diz respeito à gestão urbana na medida em que é de sua responsabilidade a elaboração do PEU, constitucionalmente reconhecido como o instrumento básico da política urbana. Além do PEU, o município possui um rol de instrumentos de gestão urbanística que compõem a constituição jurídica urbana local, dos quais destacaremos os principais: 1) Lei de uso e ocupação do solo urbano (zoneamento); 2) Lei do Parcelamento do Solo Urbano; 3) Código de Obras; 4) Código de Posturas municipais. Estes instrumentos de ordenamento territorial a nível autárquico são elaborados por iniciativa
do Presidente da Autarquia e aprovados pela respectiva Assembleia Autárquica (Art.38 n°.1 do
Regulamento da Lei do Ordenamento do Território). O Regulamento define também que não
dar início à elaboração dos instrumentos de ordenamento territorial dentro dos prazos
definidos por lei, é uma infração ao Regulamento que será punida com multa (FORJAZ, 2009).
Porém, os municípios moçambicanos, de forma abrangente, sofrem com graves problemas de
planejamento e gestão do solo urbano, de acordo com Forjaz:
[...] mais de metade da população urbana vive em bairros irregulares carecendo dos serviços urbanos indispensáveis e ocupando de forma deficiente e inadequada o terreno urbano [...] Em vários casos, maior parte da infraestrutura viária, abastecimento de água, energia, de drenagem, saneamento e os próprios edifícios públicos existentes, foram construídos na época colonial, para populações muito menores (FORJAZ, 2009, p.3).
A ineficacia de instrumentos de planejamento e gestão urbana, a expansão aceleradas das
cidades, a pressão dos assentamentos informais de ocupação irregular e a busca de melhores
condições de vida nas cidades constitui um grande entreve para se pensar na implantação de
infraestruturas urbanas.
Desse modo, a constante expansão urbana e a ocupação irregular do solo urbano é motivo de
preocupação para os celebres urbanistas e ambientalistas e outros estudiosos em áreas afins,
que procuram encontrar meios que possam assegurem e garantir a preservação de um
ambiente saudável para o presente e o futuro das cidades (GROSTEIN, 2001).
Por essa razão que, a inutilidade do planejamento e de políticas públicas destinadas a
proporcionar um ambiente equilibrado, moradia condigna a todas as pessoas, assim como
uma estrutura administrativa eficiente de fiscalização que não permitem a ocupação por
loteamentos clandestinos ou irregulares em áreas urbanas é fundamental quando pensamos
nas cidades. Os assentamentos urbanos informais instalados sobre áreas que se podem
considerar de preservação permanente em Moçambique se defrontam com a ameaça e
representam um conflito socioambiental que envolve a a exploração econômica de
propriedade privada e o direito à moradia (LAGE, 2001). Essa realidade vem se alastrando por
todo o país e se faz presente igualmente na cidade de Nampula.
A ocupação irregular das áreas urbanas trouxe consequências graves ao ambiente urbano em
Moçambique, não apenas as áreas dos assentamentos informais , assim como das ocupações
irregulares estão sob a égide do Regulamento do Uso do Solo Urbano, considerado, portanto,
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como áreas não urbanizáveis de proteção ambiental ou reserva do Estado de acordo com o
Decreto Lei no 60/2006 de 26 de dezembro.
Entretanto, toda a proteção jurídica dispensada pelo Decreto 60/2006, pela Lei Ambiental (Lei
n.º 20/97) e pelo Código de Postura Municipal não se tem mostrado suficiente para evitar a
ocupação clandestina e irregular do espaço urbano. E essa é a realidade que se verifica não só
na cidade de Nampula, mas, em outras cidades moçambicanas, e como afirma Villaça (2000), o
planejamento urbano tem sido usado mais para esconder do que para resolver nossos
chamados “problemas ambientais urbanos”.
3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste trabalho se dividiu em duas fases: a primeira concentrou-se na
revisão da literatura e sistematização de fontes bibliográficas – enfocando a legislação
urbanística de Moçambique para composição da base teórica e dados secundários sobre a área
de estudo por se tratar da problemática existente no espaço urbano moçambicano.
Segundo, foi realizado um trabalho de campo, onde foram entrevistados alguns segmentos
sociais como moradores dos bairros constituídos por assentamentos informais, núcleos
ambientais que tratam assuntos relacionados com o meio ambiente na cidade de Nampula e
órgãos públicos. Esta ultima representou um importante instrumento de coleta de dados e
definição dos espaços a serem percorridos e analisados.
Este trabalho centralizou o foco sobre os assentamentos informais de ocupação irregular nos
bairros periféricos expandidos da cidade de Nampula, nomeadamente: Muhala, Muahivire,
Namutequeliua, Namicopo, Carrupeia, Napipine, Muatauanha, Natikire, são zonas de expansão
urbana da cidade. Foram selecionados 8 bairros como locais de seleção da amostra que
constituiu na escolha de indivíduos com idades acima de 15 anos de forma aleatória para
aplicação do questionário direcionado para uma amostra de 160 pessoas, o correspondeu a 20
pessoas para cada bairro mencionado.
Ainda, através da Observação foi possível obter mais informações sobre o estado do ambiente
nos assentamentos informais por meio de uma planilha onde eram anotadas todas as
informações a serem analisadas, conforme a planilha a seguir.
Planilha de observação do ambiente nos assentamentos informais de Nampula
Aspetos observados Muito Bom Bom Regular Ruim Muito Ruim
Sistema de Esgoto [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Vias de acesso no bairro [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Ocupação das habitações [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Resíduos sólidos [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Densidade das Ocupações [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Fonte: Adaptado pelos Autores
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O estudo apresenta a inferência do Ìndice de Qualidade Ambiental Arbana (IQAU) para uma
área de estudo caracterizada pela existência de ocupações irregulares / assentamentos
informais espontâneos com características semelhantes cidades de países em vias de
desenvolvimento.
3.1 Área de estudo
O município de Nampula encontra-se localizado na região norte de Moçambique, país africano
da costa oriental, sendo a capital da província de Nampula, entre as coordenadas 15o01’35’’ e
15o13’15’’ de Latitude Sul e 39o10’00’’ e 39o23’28’’ de Longitude Leste. Ocupa uma área de 404
km2, com uma extensão de 24,5 km no sentido Leste-Oeste e 20,25 km no sentido Norte-Sul
(Figura 1).
Figura 1. Localização da área de estudo
Fonte: MUACUVEIA, R.R. M, 2017
O Município de Nampula faz divisa com os distritos de Rapale (a norte e noroeste), Anchilo (a
sul e Sueste) e ainda a sueste Namaita. A sede do município está localizada no Posto
Administrativo Central, que corresponde à área centralizada da cidade, é a mais antiga e
menos extensa com um expressivo conjunto habitacional e comercial que corresponde a cerca
de 90% das infraestruturas urbanas existentes na cidade.
O município é o segundo mais populoso do país depois da região metropolitana do grande
Maputo, perdendo em densidade demográfica, apenas, para as cidades de Matola e Beira. A
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população da cidade de Nampula era de 471.717 no ano de 2007, correspondia a quase o
dobro da segunda maior cidade da província nampulense, Nacala com 207.894 habitantes de
acordo com os dados do censo de 2007 (INE, 2008).
Cerca de nove anos depois, em 2016, presume-se que Nampula seja a 2ª maior cidade do país,
com uma população estimada em cerca de 700 mil habitantes de acordo com dados da
projeção do crescimento da população da cidade. É maior, em número de habitantes do que
nove capitais de províncias moçambicanas: Pemba, Lichinga, Quelimane, Tete, Chimoio, Beira,
Inhambane e Xai-Xai. É também considerado o 3º maior município do país.
A população da cidade triplicou nos últimos quarenta anos após a independência nacional do
país em 1975. A despeito deste crescimento populacional, as ações de planejamento urbano
da cidade não acompanharam, ao mesmo ritmo e velocidade a rápida expansão dos demais
setores da economia.
As políticas públicas voltadas à habitação não foram eficazes e não conseguiu produzir os
efeitos desejados para a população nos principais centros urbanos do país, em que Nampula,
não foi exceção.
A imperfeição dessas políticas aliada ao o elevado número de pessoas que à cidade recebeu e
vai recebendo nos últimos anos em busca de emprego e moradia, facilita o surgimento de
assentamentos informais que não possibilitam a implantação de infraestruturas urbanas.
As condições criadas na sua gênese foram extintas com a guerra civil que se intensificou em
meados da década de 1980, quando se verificou aceleração do fluxo migratório das zonas
rurais em direção a urbana, fazendo com que as cidades incorporassem de forma rápida e não
planejada as áreas eminentemente rurais ao tecido urbano não consolidado (ARAUJO, 2005).
As áreas que correspondiam à zona de proteção ambiental, zonas de risco de inundação,
deslizamentos de terra e suscetíveis a erosão do solo, começaram a ser usados como áreas
habitacionais a partir de ocupações irregulares e simultaneamente constituíam locais
receptores de resíduos industriais, domésticos e até mesmo hospitalares.
Todavia, se por um lado, o Poder Público Municipal não estava ciente e nem preocupado com
a expansão dos assentamentos informais, por outro, parece que se eximia cada vez mais dos
trabalhos de gestão do processo de urbanização.
A expansão urbana inadequada transformou os antigos canais de drenagem de águas residuais
que existiam em verdadeiros esgotos a céu aberto, e continuaram sofrendo todo tipo de
pressão, o exemplo é a deposição de lixo e construção de habitações precárias nesses locais1.
Estes acontecimentos marcaram o surgimento da dicotomia urbana que caracteriza
atualmente as cidades do país, que de acordo com Fernandes e Mendes (2012) como se de
rural se tratasse, os bairros das cidades moçambicanas são formados maioritariamente por
habitações precárias em assentamentos informais irregulares sem vias de acesso, água
encanada, energia elétrica e saneamento básico e o urbano apresenta condições caraterísticas
da zona urbana, ou seja, situação inversa da área rural.
1 Uma tendência recente de urbanização em África descrita por Medeiros (2006)
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 O processo de expansão, ocupação irregular do solo urbano e as consequências
ambientais.
A desordem “anunciada” da situação dos assentamentos informais nos bairros da cidade de
Nampula remonta ao período do acelerado processo de urbanização o país vem passando até
o momento atual. Entre as décadas de 1980 e 2000 o processo de expansão e ocupação
irregular do solo urbano dos bairros da cidade ocorre. Assim, por volta de meados da década
de 1990, quando se construiu o prolongamento da Avenida Eduardo Mondlane e a Escola
secundária 12 de Outubro na área do Bairro de Muhala Expansão intensificou-se a ocupação
desordenada e os primeiros loteamentos habitacionais surgem.
O processo de ocupação dos bairros ganhou impulso, em meados década de 1980, com a
implantação, pela Câmara Municipal de Nampula de um Conjunto habitacional popular no
Loteamento do prolongamento da Avenida das FPLM (Forças Populares de Libertação de
Moçambique) ao Condomínio conhecido como Lar dos Professores, construído pela Direção
Provincial de Educação, destinado a este grupo profissional.
Na ocasião, a Câmara Municipal de Nampula, promoveu a distribuição de lotes para
construção de habitações (sem para que promovesse o ordenamento urbano) e criação de vias
de acesso ( figura 2 e 3 ), situação que saiu fora do seu controle e teve inicio nas procimidades
da área central da cidade.
Figura. 2 e 3 Ocupações irregulares no Bairro de Muhala Expansão - Cidade de Nampula
Fonte: Teixeira, 2011 Fonte: Pedro Henriques, 2016.
Mas as ocupações não se dão apenas no entorno da área central ou nas áreas de proteção. Dá-
se, também, diretamente sobre as encostas de montes (figura 2), atualmente a maior parte da
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Serra da Mesa, localizada a leste da cidade encontra-se loteada, alguns foram vendidos, outros
ainda e são frutos de invasões de construções irregulares que se podem considerar-novas
ocupações irregulares. Segundo os entrevistados e o depoimento dos moradores mais antigos
do bairro de Muhala Expansão, a partir das ocupações dos bairros, inicialmente planejada,
posteriormente se tornou desordenada e com forte adensamento, devido à incapacidade de
gestão por parte da câmara municipal. Esta situação não é muito diferente em outros bairros
não mencionados que tiveram o processo de urbanização iniciado com as construções de
habitações desordenadas e intensificado com seu adensamento na década de 2000.
O relatório sobre o Melhoramento dos Assentamentos Informais em Moçambique,
apresentado pelo Ministério para Coordenação e Ação Ambiental - MICOA (2006) refere que
estes tipos de áreas estão em constante crescimento, não oferecendo condições ambientais de
vida minimamente aceitáveis apesar de existirem aspectos bastante atrativos, sobretudo, no
atinente à localização favorável em relação à área central.
Nas áreas irregulares, no entorno do centro é fácil observar a multiplicação de construções
precárias em assentamentos irregulares. Há ruas pavimentadas e, inclusive as próprias casas
estão “urbanizadas” em termos de alinhamento, mas, nalguns desses locais é comum a
impossibilidade de construção de fossas sépticas e sumidouros pelos proprietários das
habitações, em face do afloramento da água subterrânea, são zonas propensas a inundações
de preservação ambiental. As consequências negativas para o ambiente provocadas pela
ocupação irregular do espaço urbano dos bairros da cidade de Nampula são de variadas e
atinge todo sistema urbano. É deste modo que Alves (2007) acredita que a ausência de
planejamentos e a sua articulação a gestão na integração territorial pode trazer consequência
ao ambiente urbano.
Observa-se que, nos assentamentos informais caraterizados por habitações precárias sem
condições básicas de habitabilidade, o fenômeno se manifesta pelo aumento do número de
habitações num mesmo espaço, impossibilidade de remoção de resíduos sólidos, erosão dos
solos devido a ação dos agentes da geodinâmica externa, com maior intensidade a
precipitação. (figura 4 e 5).
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Figura. 4 e 5 Habitação precária e erosão dos solos nos bairros - Nampula
Fonte: Wampula – Fax, 2016.
Os níveis de degradação ambiental nos assentamentos informais dos bairros localizados no
perímetro urbano da cidade de Nampula têm ultrapassado os limites da recuperação, as
agressões ao meio ambiente e a ocupação irregular equivalem a uma desestruturação total
completa do sistema urbano, contribuindo para a elevação da degradação ambiental da cidade
no geral e dos bairros de forma particular perigosamente. As áreas invadidas deixam
desabrigadas muitas vezes os seus moradores em períodos de chuvas. Os assentamentos
informais tornaram-se locais insalubres, a falta água encanada, o lixo, a falta de sistema
esgoto, os canais de drenagem de águas sujas, poluídas e fétidas contribuem para ocorrência
de doenças como a cólera e malária nesses bairros.
A deposição de resíduos sólidos (figuras 6 e 7) são uma das consequências da ocupação
irregular, visto que, é difícil ou mesmo impossível garantir a recolha do lixo nesses bairros por
causa do caráter desordenado das vias ou a inacessibilidade que não permite a movimentação
de veículos de recolha de resíduos sólidos.
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Figura. 6 e 7 – Deposição de resíduos sólidos nos assentamentos informais da cidade
Fonte: Conselho Municipal de Nampula – CMCN (2016).
As irregularidades de uso e ocupação do solo urbano deu braços à ilegalidade dos
assentamentos, o lixo se instalou e passou a fazer parte do meio ambiente desses bairros, as
áreas foram tomadas pela falta de saneamento e infraestruturas básicas, não se cumprindo o
capitulo vinte e um da Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e
Desenvolvimento.
No entanto, é como se víssemos os surdos aos gritos alertando aos ambientalistas e gestores
urbanos sobre o prosseguimento das autoridades públicas e populares na destruição dos
assentamentos, os segundos ocupando e os primeiros deixando que ocupem as áreas de
preservação ambiental que dão proteção ao ambiente urbano e provocando com essas
omissões e ações consequências danosas ao meio ambiente.
4.2 Breve análise da percepção dos segmentos sociais sobre o ambiente nos assentamentos
informais de ocupação irregular nos bairros da cidade de Nampula
Os exames que os segmentos apresentaram sobre o assunto demonstraram o quão é a
complexidade de solução dos problemas ambientais nos assentamentos informais resultantes
da expansão urbana acelerada em face da ocupação irregular.
Para o segmento denominado, núcleos ambientais a percepção dos problemas ambientais e
suas possíveis soluções passam pela formação de uma consciência ambiental, não só entre os
moradores/invasores, mas também entre os diversos setores públicos e privados da sociedade
nampulense e moçambicana em geral. Esse segmento percebe a importância da melhoria dos
assentamentos para o equilíbrio do ambiente urbano. Todavia, o custo financeiro para a
adoção das medidas necessárias à recuperação e à requalificação desses assentamentos
informais é por demais elevado, face à degradação ambiental que já se verifica nos locais. A
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lentidão no processo de reassentamento é outro fator que preocupa esse segmento, uma vez
que deviam ser respeitados os prazos estabelecidos pela Lei de Reassentamento-Decreto nº
31/2012, de oito de agosto. Mas, há, ainda, outro custo para a recuperação dos
assentamentos informais dos bairros: a questão politica, vista por este segmento como talvez,
o maior entrave à realização desses projetos.
Ainda, revelaram desacreditar a possibilidade de se encontrar uma solução de curto e médio
prazo capaz de mitigar os problemas ambientais nos assentamentos informais de ocupação
irregular, mas, creem que soluções de fato existem em longo prazo.
Por outra, segundo este segmento, no primeiro momento, o contexto atual aponta para os
órgãos públicos como os agentes que fazem progredir a ocupação irregular do solo urbano
desde meados de volta da década de 1980. Nesse primeiro momento, a falta de legislação
adequada e de políticas públicas voltadas à regulamentação do uso do solo urbano e
preservação do ambiente permitiu que os órgãos públicos, atendendo à pressão por moradia
popular fornecessem lotes de forma irregular, ignorando os parâmetros da urbanização,
permitindo a construção de casas sem respeitar a ordem urbanística.
Em um segundo momento, na vigência da lei de terras (Decreto-Lei n.º 19/1997), o
Regulamento do Solo Urbano (Decreto-Lei n.º 60/2006) e a Lei do Ordenamento do Território
(Decreto-Lei n.º 19/2007), e de toda a legislação nacional e municipal protetora do uso do solo
urbano e meio ambiente, estes dispositivos vem sucumbindo por causa dos interesses político-
partidários ou eleitorais. Consideraram que poder público local permitiu, por ação ou omissão,
a irregularidade e consolidação desses assentamentos de diversas maneiras: 1o permitindo que
as pessoas construíssem de forma desordenada num olhar “impávido e sereno” das
autoridades municipais; 2o “abrindo mão” na concessão de licenças de legalização e
construção em áreas degradadas e de risco de inundação ou deslizamento de terra para a
promoção da construção habitacional e outras infraestruturas socioeconômicas (por praticas
de atos ilícitos ou de omissão contraria a lei) sem, no entanto criar infraestruturas básicas e
negligenciando em conter as ocupações irregulares que lhes é facultada pelos regulamentos
urbanístico e do ambiente, que apresentas uma brecha que permite que a população implante
as suas habitações por ocupação de boa-fé ou segundo as normas e práticas costumeiras
previstas na constituição da República de Moçambique, independentemente que seja de
forma irregular.
No passado, a ocupação dos bairros da cidade pareceu conveniente para esse segmento
(órgãos públicos), porque a permissão velada da ocupação das ocupações irregulares não
evitou a pressão das habitações, por essa razão, o poder público tenta amenizar esses efeitos
com a construção e colocação do asfalto em algumas estradas principais que dão acesso aos
bairros, construção de canais de drenagem, expansão da canalização de água, instalação de
postos de saúde e escolas públicas. Com essas medidas, acredita beneficiar a comunidade,
melhorando a qualidade do ambiente deteriorado, mas, permanecendo o interior dos bairros
o cenário de ambiente urbano extremamente caótico.
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O último segmento social foram os moradores dos bairros, estes consideraram que aqueles
que ocuparam no passado e ocupam as áreas dos bairros na atualidade, percebem essa
ocupação irregular como legítima, visto que consideram que podem ocupá-la porque precisam
morar e o lugar é ideal possível para se estabelecerem e morarem, perto do centro da cidade,
portanto o direito a habitação esta previsto na Constituição da República de Moçambique.
A percepção desse segmento a cerca da preservação do meio ambiente é diferente daquilo
que os núcleos ambientalistas e que o próprio poder público manifestaram. Para os
moradores, conservar o ambiente é importante, mas, nem todos reconhecem a importância
da preservação do ambiente para presente e as futuras gerações. Quando questionados de
forma mais específica, consideraram que preservar o ambiente significa ter um espaço vasto
para construção das suas casas a custo zero, para quem não tem onde morar. Compreendem
que a ocupação irregular é necessária porque concebem a habitação como resolução de todos
os problemas que eles enfrentam.
A construção de obras de saneamento, rede de esgoto sanitário, pavimentação de ruas,
instalação de infraestruturas urbanas é tudo o que a comunidade local espera dos órgãos
públicos. Para esse segmento, os assentamentos informais é um problema que precisa ser
resolvido, a partir de criação de politicas habitacionais não excludentes e não é a solução
destruir definitivamente algumas habitações para abrir vias de acesso e outras infraestruturas
urbanas na percepção destes.
Em um esforço de análise, podemos considerar que pouco se vislumbra para os assentamentos
informais expandidos na cidade uma perspectiva de recuperação ou requalificação a curto e
médio prazo. A perspectiva é de um recrudescer do processo de ocupação irregular das áreas
dos bairros nos próximos anos. Pelos comentários dos diversos atores, pode-se inferir que há
pouco interesse na renovação dos assentamentos informais da cidade, pouca vontade política,
desconhecimento das comunidades sobre as vantagens da recuperação dessas áreas
ambientalmente degradadas, porque para elas implica mudanças profundas.
Contudo, muito embora pareça atribuir ao poder municipal a responsabilidade por este estado
de degradação ambiental dos assentamentos informais, após a vivência propiciada pela
pesquisa, torna-se razoável compreender que a solução para os problemas ambientais nesses
assentamentos não é fácil; não se circunscreve as vontades ou se limita as questões
financeiras, há muitos responsáveis por toda essa situação.
5. CONCLUSÃO
Vista sob uma perspectiva ambiental, de acordo com a legislação vigente relacionada à proteção do meio ambiente em Moçambique e ainda as normas e regulamentos de planejamento e gestão urbana, pode-se chegar à conclusão de que efetivamente a expansão urbana e a ocupação irregular do solo urbano na cidade de Nampula ocorrem de forma não harmoniosa com a legislação de terras que não monitora, visto que facilita para que as construções irregulares estejam situadas em áreas de lixões, áreas acentuadas declive sujeitas à erosão dos solos, zonas baixas sujeitas a enchentes e inundações e de topos de morros
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sujeitos a deslizamentos de terras em completo desequilíbrio ambiental, fazendo com que seja frequente o surgimento problemas ambientais urbanos, violando o Capítulo sete da Agenda 21 que preconiza a promoção do desenvolvimento sustentável dos assentamentos urbanos. A partir da identificação desses problemas ambientais decorrentes da expansão urbana acelerada e o uso irregular do solo, propõe-se que sejam revistas e consolidadas as políticas públicas que proporcionem recuperação/requalificação desses assentamentos e posta em prática nos lotes que ainda não foram ocupados irregularmente, o planejamento de formas a amenizar os impactos ambientais consequências das ocupações irregulares. E ainda é necessário lembrar que a realização de obras de infraestrutura urbanas como pavimentação de ruas, drenagem pluvial e a melhoria ao acesso (requalificação) dos bairros de assentamentos informais deve ser feita mediante um plano de gestão urbana, através de consultas públicas como o envolvimento das comunidades locais e executada por órgãos responsáveis e competentes de forma transparente (garantir um processo de reassentamento sustentável e justo de acordo com o regulamento). O município de Nampula tem a necessidade de redobrar os esforços de modo a minimizar as situações de riscos e problemas ambientais verificados nos bairros de ocupação irregular de formas a evitar que novas situações semelhantes de assentamentos informais se repitam no futuro, investindo e divulgando as políticas públicas e regulamentos urbanísticos específicos que juntamente com a população facilitem o processo de renovação dos assentamentos que apresentam o ambiente já degradado.
AGRADECIMENTO
Ao PEC-PG – Programa Estudante Convênio Pos Graduação – através da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pelo apoio financeiro à execução deste trabalho sobe forma de bolsa de Doutorado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Manuel Mendes “Cidade de Nampula: A Rainha do norte de Moçambique”. Lisboa, Finisterra, XL, 79, 2005, pp. 209-222. ALVES, R.M. Amaro, Políticas de Planeamento do Território no Estado Português. Lisboa, 1ªedição, FCG, 2007. FERNANDES, Mário G., MENDES, Rui Paes. “Dicotomias’ urbanas em Moçambique: cidades de cimento e de caniço”... In Morfologia Urbana nos Países Lusófonos... Atas da 2ª Conferência PNUM, ISCTE, Lisboa, 2012, ISBN: 978-989-732-023-1, http://hdl.handle.net/10071/3633. FORJAZ, José, Uma estratégia para o melhoramento e a reabilitação dos slums em Moçambique. Cadernos da Faculdade de Arquitetura da UTL, Cidades Africanas, 2005, 92-97. GROSTEIN, Marta Dora. Metrópole e Expansão urbana: a perspectiva de processos insustentáveis. São Paulo em Perspectiva. São Paulo: Fundação SEADE$, 2001.
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